Вы находитесь на странице: 1из 112

EBRAMEC – ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA

CURSO DE FORMAÇÃO EM ACUPUNTURA

ROSELI FRANCISCA NOGUEIRA LEME

FISIOGNOMONIA E
ACUPUNTURA ESTÉTICA FACIAL

SÃO PAULO
2010
ROSELI FRANCISCA NOGUEIRA LEME

FISIOGNOMONIA E
ACUPUNTURA ESTÉTICA FACIAL

Monografia apresentada a EBRAMEC


Escola Brasileira de Medicina Chinesa,
como exigência para obtenção do titulo
de especialista em acupuntura, curso
de formação, sob orientação do profº
Eduardo Vicente Jofre.

SÃO PAULO
2010
Leme, Roseli Francisca Nogueira
Fisiognomonia e Acupuntura Estética Facial
/ Roseli Francisca Nogueira Leme - - São Paulo : 2010

111 f. il.

Monografia – EBRAMEC - Escola Brasileira de Medicina Chinesa,


Curso de Formação em Acupuntura.
Orientador Eduardo Vicente Jofre.

1. Fisiognomonia 2. Acupuntura 3. Estética

I. Fisiognomonia e Acupuntura Estética Facial


Roseli Francisca Nogueira Leme

Fisiognomonia e Acupuntura Estética Facial

Monografia

Acupunturista

EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa


Área da Saúde

Data da Aprovação: __________ / __________ / __________

Nome:

Titulação:
Resumo

A Acupuntura Estética surge, não somente por combater as rugas, mas também por
atuar nos males causadores destas, tratando o interior juntamente com o exterior. O
objetivo desse estudo é apresentar, através da fisiognomonia e acupuntura estética
facial, as ações e efeitos no tratamento de rugas e o equilíbrio interno e externo
através das emoções.
A acupuntura é uma arte milenar oriunda da Medicina Tradicional Chinesa, que
objetiva equilibrar o organismo com o uso de agulhas em pontos específicos do
corpo humano As agulhas podem ser conectadas a corrente elétrica sendo assim
chamada de eletroacupuntura, com destaque na área de estética. A acupuntura
estética facial, fundamenta-se no conhecimento dos meridianos e pontos na região
da face, esses pontos são estimulados seja pelo toque, pela agulha ou pelo calor,
agem de forma diferente e possuindo diversas funções tanto fisiológicas quanto
emocionais. No tratamento de rugas tem como objetivo melhorar a circulação local a
oxigenação, o metabolismo, a sustentação da pele, harmonizando assim os
músculos faciais, promovendo um rejuvenescimento facial. Portanto a estimulação
destes pontos, além de beneficiar a pele, e a fisionomia, leva ao equilíbrio, isso
significa o estado de mente e espíritos tranqüilos, tão ressaltado na cultura oriental.
Pode-se considerar a acupuntura estética hoje, uma grande aliada, porém mais
estudos se fazem necessários para embasar suficientemente o uso da acupuntura
estética facial no tratamento de rugas.

Palavras chave: acupuntura; estética; rugas


Summary

Aesthetic Acupuncture appears as an ally, not only combat wrinkles but also for
acting in the cause of these evils, treating the interior with the exterior. The aim of this
study is to present the fisiognomony and acupuncture facial aesthetics, actions and
effects in the treatment of wrinkles and internal and external balance through the
emotions. Acupuncture is an ancient art originated from traditional Chinese medicine,
which aims to balance the body with needles at specific points of the human body
needles can be connected to an electric current being so-called electro-acupuncture,
especially in the area of aesthetics. Acupuncture facial aesthetics, is based on
knowledge of meridians and points in the region of the face, these points are
stimulated either by touch, by needle or by heat, act differently and having different
functions, physiological and emotional. In the treatment of wrinkles has been
developed to improve local circulation oxygenation, metabolism, skin support,
thereby bringing the facial muscles, promoting facial rejuvenation. Therefore
stimulation of these points, and benefit the skin and face, leads to balance, that
means the state of mind and spirit still, as emphasized in oriental culture Can be
considered cosmetic acupuncture today, a great ally, but more studies are needed to
base enough use of acupuncture in facial aesthetic treatment of wrinkles.

Keywords: acupuncture; cosmetic wrinkle


Lista de Figuras

Figura 1 - Expressões ........................................................................................... 18


Figura 2 - Músculos ............................................................................................... 20
Figura 3 - Músculos da alegria .............................................................................. 24
Figura 4 - Músculos da tristeza ............................................................................. 24
Figura 5 - As três regiões da face ......................................................................... 25
Figura 6 - tipo cerebral .......................................................................................... 26
Figura 7 - Tipo afetivo............................................................................................ 27
Figura 8 - Tipo instintivo ........................................................................................ 27
Figura 9 - Rugas retilíneas, nítidas e finas ............................................................ 28
Figura 10 - Rugas ligeiramente encurvadas .......................................................... 28
Figura 11 - Rugas segmentadas, curtas................................................................ 29
Figura 12 - Rugas curvas para baixo .................................................................... 29
Figura 13 - Rugas curvas, com as extremidades descendentes ........................... 30
Figura 14 - Rugas verticais.................................................................................... 30
Figura 15 - Rugas gradeadas ................................................................................ 31
Figura 16 - Rugas “pés-de-galinha” no ângulo exterior dos olhos ......................... 31
Figura 17 - Rugas “pés-de-galinha” cruzadas com tesoura................................... 32
Figura 18 - Rugas que partem em leque do ângulo interno dos olhos .................. 32
Figura 19 - Rugas descendo retas do ângulo interno dos olhos ........................... 33
Figura 20 - Ruga no canto dos lábios .................................................................... 33
Figura 21 - Rugas descendentes no canto dos lábios........................................... 34
Figura 22 - Várias rugas verticais em cima dos lábios (nasolabiais) ..................... 34
Figura 23 - Rugas no extremo exterior do nariz a comissura dos lábios ............... 34
Figura 24 - Rugas verticais nas maçãs do rosto ................................................... 35
Figura 25 - Uma ruga vertical na maçã do rosto ................................................... 35
Figura 26 - Rugas verticais.................................................................................... 36
Figura 27 - Uma ruga vertical ................................................................................ 36
Figura 28 - Uma ruga vertical cruzada por linhas oblíquas ou transversais .......... 37
Figura 29 - Três rugas ........................................................................................... 37
Figura 30 - Duas rugas verticais serpenteando ..................................................... 37
Figura 31 - Quatro ou mais rugas verticais............................................................ 38
Figura 32 - Ruga horizontal na raiz do nariz.......................................................... 38
Figura 33 - Rugas semicirculares no extremo exterior das sobrancelhas ............. 39
Figura 34 - Uma saliência nodosa no ângulo da testa .......................................... 39
Figura 35 - Rugas verticais na frente das orelhas, sobre as maçãs do rosto ........ 40
Figura 36 - Camadas da Pele................................................................................ 44
Figura 37 - Mongolóide.......................................................................................... 50
Figura 38 - Negróide.............................................................................................. 50
Figura 39 - Caucasóide ......................................................................................... 51
Figura 40 - Simetria do Rosto................................................................................ 53
Figura 41 -- Envelhecimento da Pele .................................................................... 55
Figura 42 - Intrínseco x extrínseco ........................................................................ 57
Figura 43 - Pele protegida do sol e pele desprotegida .......................................... 61
Figura 44 - Fotoenvelhecimento ............................................................................ 63
Figura 45 – Radicais livres .................................................................................... 64
Figura 46 - Yin e yang ........................................................................................... 65
Figura 47 - Cinco elementos ................................................................................. 68
Figura 48 - Acupuntura .......................................................................................... 70
Figura 49 - Mapa facial em relação aos órgãos da face ........................................ 76
Figura 50 - Bolsas nas pálpebras inferiores .......................................................... 77
Figura 51 - Região infra-orbitária ou abaixo da pálpebra inferior .......................... 78
Figura 52 –Ruga horizontal ................................................................................... 78
Figura 53 - Região infra-orbitária ou abaixo da pálpebra inferior .......................... 79
Figura 54 - Região situada entre as sobrancelhas ................................................ 81
Figura 55 - Região da testa ................................................................................... 82
Figura 56 – Região das sobrancelhas e do supercilio ........................................... 83
Figura 57 – Regiões laterais de cada olho na sua posição externa .................... 85
Figura 58 –Região do lábio superior ..................................................................... 86
Figura 59 –Região do lábio inferior ....................................................................... 88
Figura 60 –Região das maças do rosto ................................................................. 89
Figura 61 –Região da ponta do nariz .................................................................... 91
Figura 62 –Região da asa do nariz ....................................................................... 92
Figura 63 – Região do queixo abaixo do lábio inferior........................................... 93
Figura 64 – Região dos sulcos descendentes laterais as asas do nariz................94
Figura 65 – Acupuntura estética ..........................................................................100
Figura 66 – Eletroacupuntura................................................................................101
Figura 67 – Pontos faciais de acupuntura ...........................................................107
Sumário

Introdução ............................................................................................................. 10

1 Metodologia ........................................................................................................ 12

2 Visão Ocidental .................................................................................................. 13


2.1 Fisiognomia da Face ....................................................................................... 13
2.2 A Face como Forma de Comunicação ............................................................ 14
2.3 Músculos da Expressão Facial ........................................................................ 19
2.4 A Face e as Emoções ..................................................................................... 21
2.5 As Três Regiões da Face: Mental, Afetiva e Instintiva .................................... 25
2.6 As rugas e Seus Significados .......................................................................... 28

3 Pele .................................................................................................................... 40
3.1 Camadas da Pele ............................................................................................ 41
3.2 Nutrição da Pele .............................................................................................. 44
3.3 Cor da Pele ..................................................................................................... 45
3.4 Funções do Sistema Tegumentar ................................................................... 46
3.5 Condições Clínicas .......................................................................................... 48
3.6 As Raças ......................................................................................................... 49
3.7 A influência do Meio Ambiente na Pele ........................................................... 51
3.8 A simetria do Rosto ......................................................................................... 52
3.9 Envelhecimento da pele .................................................................................. 53
3.10 Modificações Morfológicas e Funcionais do Envelhecimento ........................ 55
3.11 Causas do Envelhecimento ........................................................................... 57
3.12 Alterações da pele envelhecimento ............................................................... 59
3.13 Fotoenvelhecimento ...................................................................................... 62

4 Radicais Livres ................................................................................................... 64

5 Visão oriental ...................................................................................................... 65


5.1 Medicina Tradicional Chinesa e o taoísmo ...................................................... 65
5.2 Histórico .......................................................................................................... 69
5.3 A Acupuntura ................................................................................................... 70
5.4 As Agulhas ...................................................................................................... 72
5.5 Acupontos ....................................................................................................... 73

6 Fisiognomonia da face na MTC.......................................................................... 75


6.1 Inspeção da Pele ............................................................................................. 95
6.2 - Camadas da pele na Medicina tradicional Chinesa ...................................... 95
6.3 - Influência dos órgãos internos sobre a pele .................................................. 96
6.4 - Formato básico de rosto - leitura chinesa ................................................... 96
6.5 - A face e os cinco espíritos ........................................................................... 97
6.6 - Envelhecimento na MTC ............................................................................. 98
7 Acupuntura estética .......................................................................................... 100
7.1 Eletroacupuntura na estética facial............................................................... 102
7.2 Acupuntura estética no tratamento de rugas ............................................... 103
7.3 Protocolo de eletroacupuntura no tratamento de rugas faciais .................... 106
7.4 Precauções e contra indicações .................................................................. 108

Conclusão .......................................................................................................... 109

Bibliografia .......................................................................................................... 110


10

Introdução

Ninguém jamais viu diretamente o próprio rosto, que só é possível conhecer

através do espelho. Mas, quer queiramos ou não, ele é a nossa parte mais

reveladora, linguagem silenciosa que nos desvenda para os outros.

O Ocidental não sabe que através dos traços em sua face podem diagnosticar

as condições de saúde de uma pessoa pela observação de sinais e formas, auxiliar

com precisão e ainda identificar o tratamento correto na área médica, estética e

terapêutica.

Todo o trabalho consiste de uma avaliação facial do individuo.

As marcas e traços que surgem em nosso organismo são impressões que vão

se acumulando em nossas vidas. O diagnóstico da face é uma ciência antiga, muito

utilizada pelos orientais, constitui hoje um importante recurso da Medicina

Tradicional Chinesa e se baseia na análise de manchas, rugas, marcas, sinais,

dilatações, inchaços e mesmo na forma natural de uma determinada área do rosto.

Precisamos entender que certos traços são marcas digitais de desequilíbrio

em nosso sistema interno.

Cada vez mais, há uma preocupação com a aparência estética,

especialmente da face, as pessoas desejam se aperfeiçoar e mantendo-se jovem

por mais tempo.

Neste sentido a acupuntura facial surge como aliada não só por combater

marcas de expressão, mas também por atuar nos males causadores destas,

tratando o interior juntamente com o exterior.


11

O objetivo deste estudo é apresentar, através de uma revisão bibliográfica a

observação, a comparação, a diferenciação do diagnóstico da face entre ocidente e

oriente, as relações com as emoções, causas e efeitos interno e externo e as ações

da acupuntura estética facial no tratamento de rugas.

Cada rosto é exclusivo do seu possuidor, representando, por conseguinte, o

“ser interno” que há em cada um. Esta é a primeira regra básica: o interior e o

exterior são uma só coisa.

“O rosto é a expressão da alma” (Valquiria Martinez).


12

1 Metodologia

A metodologia utilizada baseia-se em pesquisas bibliográficas descritiva,

comparativa, explicativa, a qual tem como objetivo apresentar a diferenciação de

diagnóstico da face entre ocidental e oriental e as ações e feitos da acupuntura

estética facial no tratamento de rugas.


13

2 Visão Ocidental

2.1 Diagnóstico da Face

Origem: O diagnóstico da face é uma arte tão antiga quanto o ser humano e

consiste em conhecer o outro e a si mesmo, por meio do rosto.

É “a arte de conhecer o interior do Homem pelo seu exterior”, principalmente

pelos traços do rosto. Todos nós acabamos praticando essa “leitura”, quando temos

um encontro cara a cara com outra pessoa. A partir do momento em que

encontramos outro rosto, pela primeira vez, automaticamente queremos saber quem

e como é esse outro ser.

Alguns livros afirmam que o diagnóstico se originou no Oriente, mas

encontramos registros anteriores à Era Cristã, tanto no Oriente quanto no Ocidente.

Empédocles, que viveu no século V a.C., com suas especulações filosóficas, já

relacionava o aspecto exterior do homem ao seu interior. Hipócrates, pai da

medicina ocidental, postulou a teoria dos Quatro Temperamentos ou Humores,

determinando, por meio deles, a aparência exterior das pessoas, Além dos gregos,

encontramos registros dos romanos, árabes e da Índia Oriental. Também entre

chineses, o diagnóstico da face aparece no século V ou VI a.C., com raízes nos

períodos Shang e Hai, cerca de 2000 -1000 a.C. (Martinez, 1999)

Os princípios subjacentes a essas artes foram desenvolvidos e preservados

durante muitos séculos no Japão, na Coréia, na China e na Índia pelas tradições

religiosas, culturais e filosóficas. Eles podem ser encontrados em obras como: O

livro das mutações (I Ching), O Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo


14

(Nei Ching), O Tao Teh Ching (Lao Tsé) e numerosos outros clássicos desses

países.

Esses princípios são a “Lei do Universo” ou, melhor dizendo, a ordem do

universo infinito, que opera perpetuamente em todas as dimensões deste universo:

produzindo, transformando, decompondo e desintegrando todos os fenômenos,

inclusive os fenômenos terrestres.

Quando a ordem do universo foi aplicada aos fenômenos metafísicos da

humanidade, gerou as ciências aplicadas as relações humanas, desenvolveu

códigos morais, éticos e econômicos. Aplicada as manifestações estéticas do

homem, desenvolveu as culturas e a artes; e quando foi aplicada aos problemas de

saúde, desenvolveu os vários domínios da arte médica, inclusive a arte do

diagnóstico. (Kushi,2000)

2.2 A Face como Forma de Comunicação

A face é o espelho de todos os sentimentos e emoções. É através da face,

antes mesmo da fala, que nos expressamos; quem não tem uma boa performance

facial, já está em prejuízo nas relações humanas, num país onde a cultura imprime a

beleza externa como valorização do homem.

O homem é capaz de controlar o rosto e usá-lo para transmitir mensagens.

É o resumo expressivo da nossa própria personalidade, o rosto é o ponto

central, síntese do corpo. Então, uma mudança no aspecto corporal, pode causar

alterações em nosso ser mental e emocional. Os antigos já consideravam o rosto

como a janela da alma. O fenômeno da comunicação humana, objeto do


15

pensamento filosófico desde sua origem, busca estruturar as relações entre as

pessoas. A comunicação aproxima as pessoas, levando-as a descobrirem a paz

provisória, buscando suprir sentimentos menos gratificantes como solidão e

abandono. O rosto é o acesso ao outro. Através do rosto comunicamo-nos com o

semelhante, pois ele possui uma maravilhosa capacidade de traços e gestos. No

rosto podemos expressar ou esconder os mistérios mais profundos de nossa vida

interior. A conquista amorosa entre homem e mulher realiza-se através do encontro

de rosto a rosto. Nele encontramos o olhar do outro, seu apelo, sua bondade, sua

paixão ou sua ira.

Basta um sorriso no rosto para provocar um sorriso no outro. Ora, um sorriso

custa muito pouco e pode conseguir muito. O sorriso no rosto de alguém manifesta

equilíbrio; semeia alegria, inspira confiança nos outros. O rosto não é só o resumo

expressivo da personalidade humana, é também a representação da saúde

emocional.

Conforme Davis 1979, Ekman relata que, graças a seus estudos comparados

entre várias culturas, existem gestos universais. No mundo inteiro, as pessoas riem

quando estão felizes ou quando querem se mostrar contentes e que enrugam a testa

quando estão bravas. Certas expressões similares do ponto de vista anatômico

podem ocorrer em todas as pessoas, mas o significado varia de cultura para cultura.

Em toda cultura, há aquilo que se chama "regras demonstrativas", que definem quais

as expressões adequadas a qualquer situação; além de regras próprias, dispõe

também de estilos faciais próprios. O homem também usa o sorriso defensivo, mas

em tom de pacificação, por exemplo, um "sorriso amarelo" para justificar um atraso,

neste caso o sorriso funciona como amortecedor importante contra uma eventual

agressão, pois o sorriso se constitui num elo frágil, mas vital que une os homens.
16

Para Davis, o riso do prazer verdadeiro é mais difícil de explicar, pois o homem faz

automaticamente quando espantado. Essa expressão de surpresa pode ter evoluído

até se transformar no amplo sorriso de prazer. O homem, entretanto, é capaz de

fingir e mostrar uma face hipócrita para alcançar objetivos perversos, para enganar o

semelhante.

O diálogo é encontro de dois rostos, os quais não se comunicam apenas

através de linguagem verbal, mas também, pela vivência de um mundo facial

expressivo e criador de comunicação.

"Torcer o rosto" significa mostrar reprovação ou má vontade e "virar o rosto a

alguém" é evitá-lo, não ter coragem de enfrentá-lo ou desprezá-lo. Algumas pessoas

quando informadas de que os movimentos corporais comunicam- se sentem

vulneráveis, desprotegidas, diante da descoberta permanecem em silêncio. Afinal

de contas, qualquer um pode se recusar a falar, mas dificilmente seria capaz de

deixar um músculo passivo. Muita gente não achará graça na perspectiva, um pouco

ridícula, de viver num mundo em que algumas pessoas aprendem a ler o rosto,

enquanto outras aprendem a mentir com o rosto. As pessoas em geral estão mais

conscientes do seu comportamento facial do que da atividade corporal.

Segundo Otta 1994, as pessoas possuem maior consciência de algumas

partes do corpo do que de outras, sendo que o rosto está no topo da lista de auto-

consciência, conseqüentemente, nos comunicamos melhor com o rosto.

Embora seja mais difícil ler a simulação no rosto do que no corpo, é possível

identificar micro-expressões sutis que trazem os sentimentos reais.

Os sinais das emoções realmente sentidas, que a pessoa pretende realizar

com o sorriso, pode ainda persistir e fornecer pistas de que o sorriso é falso. "Devido

ao fato de se exteriorizar por atitudes e mímicas significativas, o comportamento


17

emocional constitui o primeiro modo de comunicação do ser humano com as

pessoas que o rodeiam e por aí se concebe como o seu condicionamento

originalmente orgânico se vem inserir num condicionamento social que o modifica e

o diversifica" (Martinet, 1981).

"O homem como sabemos, é produto do meio e sua saúde e o seu equilíbrio,

depende, em última análise, da sua boa interação com o ambiente em que vive. O

corpo humano, seu metabolismo, seu sistema nervoso e seu equilíbrio estão sujeitos

a contingências que, independendo da sua vontade, podem afetá-lo seriamente.

Além disso, o homem não reage apenas em função da fome, da sede, do sono ou

do desejo. Suas necessidades não são apenas viscerais”.

Ele tem sentimentos, emoções, que, às vezes, se revelam mais poderosos do

que o próprio instinto vital" (Beuttenmuller, 1995).

Na comunicação de nossas emoções, dos humores, fazemos por meio de

posturas, gestos e expressões faciais, são formas anteriores á palavra ou escrita.

Essas chaves não verbais, essas expressões momentâneas são dignas de estudo e

valorização, porém são fáceis de compreensão.

Todos possuímos um repertório imenso dessas manifestações; alegria,

prazer, tristeza, dor, simpatia, raiva, surpresa e muito mais. E não faz falta estudo ou

preparação, para reconhecê-las. (Martinez,1999)

A partir dos anos 60 a pesquisa no campo da comunicação não verbal

intensificou-se e, segundo as descobertas do professor e investigador Ray

Birdwhistell, em uma conversa que estabelecemos cara a cara com outra pessoa, o

componente verbal utilizado é menor que 35% e o não verbal (posturas, gestos,

expressões faciais) é superior a 65%.


18

Somente citando esses números, já podemos deduzir a importância da

comunicação não verbal em nossas vidas. Essas investigações demonstram que a

comunicação humana se concretiza mais por gestos, posturas, posições e

expressões faciais.

As expressões faciais são a linguagem do rosto humano e elas tem uma

correspondência direta com os músculos faciais (Martinez, 1999).

A cada sílaba que se pronuncia, colocamos em movimento 72 músculos do

corpo? O riso e o bocejo são contrações de músculos, sendo que o primeiro

contagia 50% de pessoas e o segundo 90%!

Expressões

Figura 1 - Expressões
19

2.3 Músculos da Expressão Facial

"Numerosos músculos, muito delgados e intimamente relacionados com o

escalpo, pele da face e pescoço pertencem a uma categoria especial de músculos,

que são comumente conhecidos como músculos dérmicos. O nome deriva do fato

destes músculos, contrariamente ao que se sucede com todos os outros, não

estarem fixados em partes esqueléticas pelas suas extremidades. Os músculos

dérmicos fixam-se apenas por uma de suas extremidades no esqueleto, enquanto a

outra, se prende na camada profunda da pele. Deste modo, eles podem mover a

pele do escalpo e da face, modificando as expressões faciais. São denominados por

esta razão, músculos da expressão facial " (Dângelo e Fattini,1988).

Muitos músculos faciais se inserem na pele dos lábios e adjacências,

contribuindo na movimentação da pele facial, além de separarem os lábios ou

repuxarem parte deles, para baixo ou para cima. Outros, situam-se sobre a raiz do

nariz, aproximando-se dos supercílios e formando rugas transversais ou verticais

nesta região, como ocorre na raiva ou na meditação profunda. Deste modo estes

músculos contribuem com ações combinadas, para numerosas expressões faciais.

Os músculos faciais se contraem e relaxam alternadamente, produzindo

nossos movimentos.
20

Músculos

Figura 2 – Músculos

1. m. occipitofrontal, ventre frontral

2. m. orbicular do olho

3. m. nazal

4. m. zigomático menor

5. m. zigomatico maior

6. m. orbicular do lábio

7. m. elevador da asa do nariz e do lábio superior

8. m. elevador do lado superior

9. m. depressor do ângulo da boca

10. m. depressor do lábio inferior

11. m. mentoniano

12. m. dilatador nazal (porção alar)

13. m. platisma

14. m. rizorio

15. m. masseter

16. m. bussinador
21

17. m. elevador do ângulo da boca

18. m. corrugador dos supercílios

19. m. prócero

20. m.temporoparietal

21. m.occiptofrontal

22. m. aponeurose epicraniana ou gália aponeurotica

23. m. auricular superior

24. m. auricular posterior

25. m. auricular anterior

26. m. esternocleidomastoideo

2.4 A Face e as Emoções

Sistema Límbico

Teoria das Emoções: O material psíquico, que está diretamente relacionado

com os arquétipos, tende a despertar intensas emoções numa qualidade espantosa.

A emoção acompanha todas as mudanças psíquicas, é a principal fonte de

consciência As tensões crônicas servem para bloquear o fluxo de energia

subjacente às emoções mais intensas.

A couraça impede que o indivíduo experimente emoções fortes, limita e

distorce a expressão dos sentimentos. As emoções são deste modo, bloqueadas,

não são nunca eliminadas, pois jamais podem ser completamente expressas (Reich,

1940). Alegria, tristeza, medo, prazer e raiva, são exemplos do fenômeno da


22

emoção. Para seu estudo costuma-se distinguir um comportamento central, subjetivo

e um componente periférico, o comportamento emocional. O comportamento

periférico é como a emoção se expressa e envolve padrões da atividade motora,

somática e visceral, que são características de cada tipo de emoção e de cada

espécie.

Douglas 1994 descreve que, a capacidade de ter a sensação e a

sensibilidade geral, mas não inclui o que esta sensação significa para esse

determinado indivíduo. Isto é, a sensação pode produzir uma resposta do indivíduo

de acordo com o que ele "sente" em relação a essa sensação, de acordo com o

significado dessa sensação, ela elabora uma resposta afetiva a emoção. A sensação

pode levar diretamente a emoção, ou de também de forma indireta, através das

recordações pela memória.

Sistema Límbico: Machado 1993, descreve que, dentro do conceito

enunciado, não há completo acordo entre os autores, quanto as estruturas que

deveriam fazer parte do sistema límbico.

Este pode ser conceituado como um sistema relacionado, fundamentalmente,

com a regulação dos processos emocionais e do sistema nervoso autônomo

constituído pelo lobo límbico e pelas estruturas sub-corticais à ele relacionadas, e os

processos motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie, como fome, sede e

sexo. Os diversos componentes do sistema límbico mantêm entre si, numerosas e

complexas intercomunicações e amplas conexões com setores diversos do sistema

nervoso central, porém de forma especial com hipotálamo, tálamo, formação

reticular e córtex de associação. Sabe-se que a expressão facial é controlada pelo

hipotálamo, mas, determinada pela ação do globo pálido, que excita os núcleos

motores dos músculos faciais e mastigadores, possivelmente através da substância


23

negra, o que determina os estados de consciência, alterando assim, o nível de

excitação e contração muscular. Isso significa que as pessoas tensas ou com

problemas, tendem a manter os músculos contraídos, ou sempre com a mesma

expressão, produzindo um desequilíbrio de tônus entre os músculos da mímica,

causando na face uma expressão indesejada.

De acordo com o que indicam pesquisas contemporâneas. Na área da

biologia crânio-facial, o crescimento e o desenvolvimento da face humana

dependem de 40% na carga genética do indivíduo, enquanto os restantes 60%, são

de responsabilidade das funções inerentes ao meio ambiente do crânio e da face.

Os músculos tem a capacidade de modificar os rostos de maneira perceptível.

Qualquer emoção que temos, transmitimos aos nossos músculos por meio do

sistema nervoso.

Algumas transformações que acontecem em seu rosto, quando tem alguma

contrariedade, ou está assustado, ou mesmo feliz, são expressões involuntárias.

Há dois tipos de linguagem do rosto: uma é por meio das expressões momentâneas

pela qual descobrimos os sentimentos que a pessoa tem naquele instante, naquele

momento de sua vida: a outra é a da relação que existe entre a estrutura do nosso

rosto (contorno, traços hereditários, traços adquiridos) e nosso modo de ser e de

como esse modo de ser é revelado nessa estrutura.

Apesar de os ossos que são uma matéria mais densa, constituírem também o

nosso rosto ele não é tão imóvel e fixo como se fosse uma estatua esculpida.

O rosto se modifica de acordo com nosso estado metal, sendo a maior manifestação

da nossa vida interna. Nossas emoções, sentimentos, sensações, transmitimos aos

nossos músculos por meio do sistema nervoso e eles transformam as formas do

rosto.
24

As circunstancias, as condições, os estados de ânimos e até mesmo o grau

de consciência de uma pessoa influenciam e alteram o rosto de maneira visível.

Segundo estudos realizados pelo psicólogo francês Ermiane, há uma correlação

entre as expressões do rosto e os músculos faciais.

Cada músculo, tanto oculares como cutâneos, corresponde a um sentimento

e vice versa.

Quando ficamos alegres, os nossos orifícios transversais se elevam. Esse efeito

é produzido por determinados músculos que Ermiane determina “músculos da

alegria “ e são cinco:

1. dilatador nasal

2. risório

3. grande zigomatico

4. bucinador

5. pretarsal

Figura 3 – Músculos da alegria

Os nossos orifícios transversais do rosto abaixam quando ficamos tristes. Os

quatro músculos que produzem isto são:

1. preseptal

2. triangular

3. zigomatico menor

4. orbicular

Figura 4 – Músculos da tristeza

Uma parte muito importante do corpo é o rosto e ele sempre está a mostra e

provoca um sentimento estético de atração ou de repulsão. Os seres humanos


25

sempre se olharam no rosto. Ele é a projeção dos nossos pensamentos,

sentimentos, emoções, reações súbitas e reflete o nosso mundo. “Cada ser humano

é único...” (Valquiria Martinez).

2.5 As Três Regiões da Face: Mental, Afetiva e Instintiva

Os fisiognomonistas dividem o rosto humano em três regiões. Essa divisão

permite uma primeira leitura analítica, mas não devemos nos restringir somente a

essas três partes, pois o rosto é de extrema complexidade e cada região está

apenas representando tendências dominantes.

Essas três partes são:

A - região mental

B - região afetiva

C - região instintiva

Figura 5 – As três regiões da face

A região superior chamada de cerebral, ou mental ou sistema neuro-sensorial

que corresponde à longitude existente entre o começo dos cabelos e a raiz do nariz

(AB).

A afetiva ou sistema rítmico que corresponde a longitude entre a raiz e o seu

final (BC).
26

A instintiva ou sistema metabólico, que corresponde à longitude do final do

nariz ao final do queixo.(C).

No Oriente essas três regiões denominam-se, respectivamente: celeste,

humana e terrena.

O rosto humano correspondente ao equilíbrio fisionômico tem as três regiões

com as longitudes sensivelmente iguais. Neste caso, há harmonia das formas. A

desarmonia das formas vai existir quando uma dessas regiões estiver muito

desenvolvida, indicando qual desses mundos: mental, afetivo ou instintivo, está

prevalecendo sobre os demais que não foram muito elaborados.

A antropologia evolutiva considera que o ser humano passou por fases

diferentes, determinando as distintas raças. A raça lemur, há dezoito milhões de

anos desenvolveu o corpo físico. A raça atlante desenvolveu o corpo emocional e, a

raça atual, compete desenvolver o corpo mental.

A - Região superior – tipo cerebral (pensar)

Corresponde ao pensamento, à intelectualidade ativa, à imaginação, à

sensibilidade intelectual, à criatividade, à agilidade de espírito, à fantasia, à

curiosidade. O rosto com a região superior mais desenvolvida pertence a pessoa do

tipo cerebral.

Figura 6 –Tipo cerebral


27

B - Região mediana – tipo afetivo (sentir)

A região mediana corresponde à afetividade desenvolvida, à amabilidade, à

sensibilidade,à emotividade.

Atenção: o comprimento do nariz costuma dar um efeito ótico nesta região

como se fosse, em quase todos os rostos, a maior.

Figura 7 – Tipo afetivo

C - Região inferior – tipo instintivo (querer)

O rosto com a região inferior mais desenvolvida corresponde ao tipo instintivo,

ao dinamismo, à energia, à vontade, à agressividade.

Figura 8 – Tipo instintivo


28

2.6 As rugas e Seus Significados

Rugas retilíneas, nítidas e finas

Excelente sinal. Visão ampla, abertura, paciência.

Inteligência brilhante, caráter estável, ordem, autodomínio.

Figura 9 - Rugas retilíneas, nítidas e finas

Rugas ligeiramente encurvadas

Honestidade, coragem humanidade.

Geralmente a vida é movimentada e com sucesso.

Figura 10 - Rugas ligeiramente encurvadas


29

Rugas segmentadas, curtas

Inteligência, vida afetiva e material confusas.

Convivência difícil com pessoas, repleta de mal-entendidos.

Falta de ordem e precisão. Humor variável, indecisão, contrariedade.

Figura 11 - Rugas segmentadas, curtas

Rugas curvas para baixo

Pessoa aristocrática, orgulhosa, crítica, que considera certo somente seus

pontos de vista, menosprezando tudo o que não faz parte de suas normas de vida.

Figura 12 - Rugas curvas para baixo


30

Rugas curvas, com as extremidades descendentes

Pessoa ambiciosa, ávida e brutal.

Displicência.

Figura 13 - Rugas curvas, com as extremidades descendentes

Rugas verticais

Pessoa reflexiva.

Inclinação à meditação e à concentração.

Figura 14 - Rugas verticais


31

Rugas gradeadas

Hipocrisia, caráter ávido.

Existência perturbada.

Figura 15 - Rugas gradeadas

Rugas “pés-de-galinha” no ângulo exterior dos olhos

Pessoa espontânea em seus contatos, possui sentido de humor,otimista,

sorridente.

Figura 16 - Rugas “pés-de-galinha” no ângulo exterior dos olhos


32

Rugas “pés-de-galinha” cruzadas com tesoura

Tendência a queixar-se e personalidade conflituosa.

Relação difícil com as pessoas mais chegadas.

Figura 17 - Rugas “pés-de-galinha” cruzadas com tesoura

Rugas que partem em leque do ângulo interno dos olhos

Aptidão para a retórica.

Capacidade, sensibilidade para encontrar palavras certas e ritmo para

pronunciar frases.

Figura 18 - Rugas que partem em leque do ângulo interno dos olhos


33

Rugas descendo retas do ângulo interno dos olhos

Chamadas “rugas de Vênus”, apreciação sexual, tendência materialista.

Figura 19 - Rugas descendo retas do ângulo interno dos olhos

Ruga no canto dos lábios

Amável, otimista, hospitaleiro.

Figura 20 - Ruga no canto dos lábios


34

Rugas descendentes no canto dos lábios

Pessimista, triste, amargo.

Figura 21 - Rugas descendentes no canto dos lábios

Várias rugas verticais em cima dos lábios (nasolabiais)

Tendência a criticar os outros, caráter austero.

Figura 22 - Várias rugas verticais em cima dos lábios (nasolabiais)

Rugas no extremo exterior do nariz a comissura dos lábios

Grande capacidade de expressão oral, concentração interna, abstração.

Figura 23 - Rugas no extremo exterior do nariz a comissura dos lábios


35

Rugas verticais nas maçãs do rosto

Caráter abstraído, extasiado.

Figura 24 - Rugas verticais nas maçãs do rosto

Uma ruga vertical na maçã do rosto

Personalidade forte, audácia, combatividade.

Figura 25 - Uma ruga vertical na maçã do rosto


36

Espaço entre as sobrancelhas

Rugas verticais

Pessoa exigente, perfeccionista, detalhista.

Coração nobre. Caráter equilibrado. Consegue ver ambos os lados de cada

questão. Disciplina mental. Busca da verdade.

Figura 26 - rugas verticais

Uma ruga vertical

Concentração grande na profissão.

Pessoa ambiciosa e decidida.

Figura 27 - Uma ruga vertical

Uma ruga vertical cruzada por linhas oblíquas ou transversais

Pessoa egocêntrica.

Vida interior com muita raiva e frustrações.


37

Figura 28 - Uma ruga vertical cruzada por linhas oblíquas ou transversais

Três rugas

Caráter tenso.

Vida afetiva instável. Ansiedade.

Figura 29 - Três rugas

Duas rugas verticais serpenteando

Indecisão. Grande incerteza interior

Figura 30 - Duas rugas verticais serpenteando


38

Quatro ou mais rugas verticais

Pouca ambição. Insatisfação. Ausência de motivação

Figura 31 - Quatro ou mais rugas verticais

Ruga horizontal na raiz do nariz

Tenacidade e obstinação. Imposição.

Agressividade. Perseverança em suas idéias, às vezes, tornando-se

teimosia

Figura 32 - Ruga horizontal na raiz do nariz


39

Rugas semicirculares no extremo exterior das sobrancelhas

Lealdade, franqueza.

Figura 33 - Rugas semicirculares no extremo exterior das sobrancelhas

Uma saliência nodosa no ângulo da testa

Inflexível, intransigente.

Figura 34 - Uma saliência nodosa no ângulo da testa


40

Rugas verticais na frente das orelhas, sobre as maçãs do rosto

Submissão e caráter ponderado.

Figura 35 - Rugas verticais na frente das orelhas, sobre as maçãs do rosto

3 Pele

Embora a pele não seja freqüentemente considerada como um órgão, ela é,

na verdade, um dos maiores órgãos do corpo humano em termos de superfície e

peso. A pele e suas estruturas acessórias – pêlos, unhas e glândulas – formam o

sistema tegumentar.

A pele forma o revestimento completo externo do corpo. Ela é contínua com

as mucosas que revestem o sistema respiratório, digestório e urogenital e suas

aberturas exteriores (boca, nariz, ânus, uretra e vagina), mas difere estruturalmente

delas. A pele é composta de duas camadas principais: (1) a camada superficial de

células epiteliais intimamente unidas, a epiderme e (2) a camada mais profunda, de

tecido conjuntivo denso irregular, a derme. A derme está conectada com a fáscia dos

músculos subjacentes, por uma camada de tecido conectivo frouxo chamada

hipoderme.

Em muitas áreas deposita-se gordura no tecido conjuntivo frouxo, formando

assim o tecido adiposo. A hipoderme conecta frouxamente a pele à fáscia dos


41

músculos subjacentes, o que permite aos músculos contrair-se sem repuxar a pele.

Em algumas áreas, onde os músculos não jazem abaixo da pele, há somente

pequena quantidade de hipoderme, e o tegumento é mais fortemente preso.

3.1 Camadas da Pele

Epiderme

A epiderme desenvolve-se de um folheto único da superfície ectodérmica do

embrião. Ao nascimento, ela é formada de diversas camadas de células

pavimentosas que formam um eptélio estratificado pavimentoso. A epiderme é

geralmente muito delgada – menos do que 0,12 mm na maior parte do corpo – mas

é consideravelmente espessa em áreas sujeitas a constante pressão ou fricção. A

pressão continuada num dado local causa o espessamento da epiderme em calos e

calosidades.

Camadas da Epiderme: Quando a epiderme é espessa é possível identificar

quatro camadas ou estratos. A camada mais interna é a camada germinativa. Esta é

seguida pela camada granulosa, pela camada transparente (lúcida) e pela camada

córnea, nessa ordem. Em regiões onde a epiderme é delgada, freqüentemente falta

a camada transparente.

Camada Germinativa: A camada germinativa (germinar = ser capaz de

desenvolver) é a camada mais profunda da epiderme. Ela jaz diretamente sobre a

derme. Como o nome indica, é nesta camada que ocorre mitose, fornecendo células

para substituir aquelas que são perdidas na camada mais superficial da epiderme.

As células da camada basal estão unidas entre si por desmossomos e contêm feixes

de microfibrilas chamadas tonofibrilas no seu citoplasma. As células mais profundas


42

da camada basal, que fazem contato com a derme, são cilíndricas. A maioria das

mitoses ocorre nesta camada profunda, que é freqüentemente referida como

camada germinativa

Camada Espinhosa: Superficialmente à camada basal, as células se tornam

achatadas e de aspecto poliédrico. Sob microscópio, parece que possuem

extensões citoplasmáticas que interconectam as células. Por causa dessas

extensões, essa camada recebe o nome de espinhosa.

Camada Granulosa: As células da camada granulosa (granuloso = granular)

são achatadas e estão arranjadas em cerca de três planos de células,

superficialmente ao estrato germinativo. Esta camada tem seu nome derivado da

presença de grânulos de querato-hialina no citoplasma de suas células. À medida

que os grânulos aumentam de tamanho, o núcleo se desintegra, daí resultando a

morte das células mais externas da camada granulosa.

Camada Transparente: A camada transparente ou lúcida (lúcido = claro) é

uma clara banda superficial à camada granulosa. Consiste de várias camadas de

células achatadas intimamente ligadas, a maioria das quais tem limites indistintos e

perderam todas as suas inclusões citoplasmáticas, exceto as fibrilas de queratina e

algumas gotículas de uma substância chamada eleidina. Esta é transformada em

queratina assim que as células da camada transparente tornam-se parte da camada

córnea, a mais externa. A camada transparente é a mais proeminente em áreas de

pele espessa, e falta em outros locais.

Camada Córnea: A camada córnea (cornu = corno) é a mais superficial da

epiderme. É formada de vários planos de células achatadas, intimamente ligadas e

mortas. Desde que seu citoplasma tenha sido substituído por uma proteína fibrosa

chamada queratina, estas células mortas são referidas como corneificadas. As


43

células corneificadas formam uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e

não só protegem o corpo contra invasão por substâncias do meio externo como

também ajudam a restringir a perda de água do corpo. As células da camada córnea

permanecem unidas por desmossomos modificados, que incluem denso material

extracelular. As células mais superficiais da camada córnea são constantemente

perdidas como resultado da abrasão – por exemplo, pelo atrito com a roupa. Por

outro lado, as células perdidas são constantemente substituídas por células

provenientes das camadas mais profundas da epiderme.

Derme

Abaixo da camada germinativa da epiderme está uma camada de tecido

conjuntivo fibroso irregular chamada derme. Em contraste com a epiderme, a derme

desenvolve-se a partir da mesoderme embrionária, assim como os músculos e o

esqueleto. A derme contém algumas fibras elásticas e reticulares, bem como muitas

fibras colágenas, e é bem suprida por vasos sangüíneos, vasos linfáticos e nervos.

Também contém glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. A espessura da

derme varia em diferentes locais, mas em média é de cerca de 2 mm. É composta

de duas camadas indistintamente separadas: camada papilar e camada reticular.

Camada Papilar: A parte mais externa da camada papilar está intimamente

acolada ao estrato basal da camada germinativa. Essa camada tem esse nome por

causa de suas numerosas papilas que se projetam na região epidérmica. Na palma

das mãos e planta dos pés, estas papilas estão dispostas em sulcos paralelos e

encurvados, o que obriga ao aparecimento na epiderme suprajacente das

características impressões digitais, palmares e plantares. Muitas papilas contêm


44

alças capilares; outras contêm receptores sensoriais especializados que reagem a

estímulos externos, como mudanças da temperatura e pressão.

Camada Reticular: A profunda camada reticular da derme consiste de feixes

densos de fibras colágenas orientados em várias direções, assim formando um

retículo. As fibras são contínuas com as da hipoderme.

Hipoderme

A hipoderme (hipo = abaixo de) não é parte da pele, mas é importante porque

ela fixa a pele nas estruturas subjacentes.. Este tecido é também referido como

tecido subcutâneo ou fáscia superficial. Como se pode observar, a hipoderme é

formada de tecido conjuntivo frouxo, freqüentemente tendo células adiposas entre

as fibras. A hipoderme é bem suprida de vasos sangüíneos e terminações

nervosas.

Figura 36 – Camadas da Pele

3.2 Nutrição da Pele

Como é típico em todos os epitélios, não há vasos sangüíneos na epiderme,

embora a derme subjacente seja bem vascularizada. Como resultado, o único meio
45

pelo qual as células da epiderme podem obter alimento é através da difusão dos

leitos capilares da derme. Este método é suficiente para as células mais próximas da

derme, mas à medida que as células se dividem e são empurradas para a superfície

do corpo – e assim ficam mais longe da fonte de alimento – elas morrem. Seu

citoplasma é gradualmente substituído por queratina, formando assim a estrutura

típica das camadas mais externas da epiderme.

3.3 Cor da Pele

A cor da pele é determinada principalmente pela presença e distribuição de

um pigmento escuro chamado melanina. A melanina é produzida por células

chamadas melanócitos, que migram na epiderme e transferem o pigmento às células

chamadas germinativas. Não há grande diferença no número de melanócitos

encontrados na pele de várias raças humanas. As diferenças na cor da pele são

devidas principalmente à quantidade de melanina produzida pelas células e sua

distribuição. As pessoas de pele escura têm apreciável quantidade de melanina em

todas as camadas da epiderme. Nas pessoas de pele clara, a relativamente pouca

melanina está distribuída entre as camadas da epiderme, exceto em áreas

intensamente pigmentadas, como os mamilos das mamas. A presença do pigmento

amarelo caroteno nas camadas da epiderme, em combinação com a melanina,

produz o matiz amarelado típico do povo oriental. A cor da pele é também

influenciada por uma tonalidade avermelhada que resulta dos vasos sangüíneos da

derme e que se torna visível através da epiderme. Enquanto a quantidade de

caroteno na pele é relativamente constante para cada pessoa, mudança na

quantidade de sangue nos capilares da derme – ou na quantidade de oxigênio do


46

sangue desses capilares – pode causar mudança intensa e temporária na cor da

pele. Por exemplo, o rubor (vermelhidão) é causado pela expansão do leito capilar,

enquanto o azulado, que é característico da cianose, resulta do decréscimo da

quantidade de hemoglobina oxigenada no sangue dos capilares.

3.4 Funções do Sistema Tegumentar

Tendo havido um entendimento da estrutura da pele e de seus órgãos

associados, deverá ser mais fácil entender as várias funções realizadas pela pele.

Estas funções podem ser agrupadas nas seguintes categorias: proteção, regulação

da temperatura do corpo, excreção, sensação, e produção de vitamina D. Por causa

de sua ação em tais atividades, a pele desempenha um papel importante na

manutenção da homeostase do corpo, assegurando assim a cintinuação da

atividade normal da própria célula.

Proteção: A pele forma uma barreira física que protege o corpo contra a

invasão de microrganismos e a entrada de substâncias estranhas do meio exterior

(incluindo a água). Também protege contra o excesso de radiação ultravioleta e

reduz grandemente a perda de água do corpo para o meio. A superfície da pele está

coberta por uma delgada película líquida que tende para a acidez (pH 4 a 6,9). Por

causa de sua acidez, essa película pode atuar como uma camada anti-séptica e

retardar o crescimento de microrganismos na superfície da pele. Quando sujeita a

traumas repetidos, a pele – particularmente a camada córnea – torna-se espessada,

formando calosidades em certas ocasiões.

Regulação da Temperatura do Corpo: Mesmo sob condições de elevada

temperatura do meio ou durante um exercício, a temperatura do corpo se mantém


47

normal, em parte porque uma considerável quantidade de calor é perdida pela pele.

Quando a temperatura do corpo começa a aumentar, as arteríolas da derme se

dilatam, trazendo maior volume de sangue para a superfície do corpo e assim

permitindo que a maior parte do calor interno seja perdida para o meio. Ao mesmo

tempo, a superfície do corpo torna-se úmida, por causa do aumento da atividade

secretora das glândulas sudoríparas. A evaporação desse suor facilita ainda mais a

perda de calor pelo corpo. De modo similar, sob condições de frio, o calor do corpo

pode ser conservado pela constrição das arteríolas dérmicas. Esta constrição reduz

a quantidade de sangue que circula pela superfície do corpo, de tal forma que

menos calor será perdido pelo meio esterno O fluxo de sangue pode variar

enormemente. Sob condições ordinárias, o fluxo de sangue cutâneo é de

aproximadamente 400 ml por minuto. Entretanto, em condições extremas, mais de

2.500 ml de sangue podem circular pelos vasos da pele por minuto. O arranjo

peculiar dos vasos sangüíneos da pele torna possível esse enorme fluxo de sangue.

Além dos leitos capilares comuns, há extensos plexos venosos subcutâneos (plexo =

rede) que são capazes de comportar grandes volumes de sangue.

Estes plexos estão localizados próximos à superfície para permitir que o calor

passe do sangue para a superfície e então seja perdido pelo corpo. Além disso, em

alguns locais é possível que o sangue possa fluir nos plexos venosos diretamente a

partir das artérias, por meio de anastomoses arteriovenosas. As paredes desses

desvios arteriovenosos são musculares e se contraem sob estímulo do sistema

nervoso simpático. Esta constrição reduz o fluxo de sangue nos plexos venosos e

também a perda de calor do corpo.

Excreção: Além do seu efeito refrigerante, a secreção de suor funciona, numa

extensão limitada, como um meio de excreção. Pequenas quantidades de resíduos


48

nitrogenados e de cloreto de sódio deixam o corpo através do suor. Tanto o volume

como a composição do suor variam de acordo com as mudanças das necessidades

do corpo.

Sensação: Por causa da presença de terminações nervosas e receptores

especializados, a pele provê o corpo com muitas informações relativas ao meio

externo. Fatos tais como alterações da temperatura, um toque ligeiro, pressão, e um

trauma doloroso estimulam os receptores tegumentares. Estes receptores, por seu

turno, alertam o sistema nervoso central sobre o fato, possibilitando que seja

deflagrada uma ação apropriada. Esta ação pode ser simples e automática, como

retirar a mão do fogo, ou pode requerer um ato mais complicado, como decidir que

tipo de agasalho deve ser usado.

Produção de Vitamina D: A pele também está envolvida na função

especializada de produção de vitamina D. Na presença de luz solar ou de radiação

ultravioleta, um dos esteróides (7-deidrocolesterol) encontrados na pele é alterado

de tal maneira que forma vitamina D3 (colecalciferol). Depois de ser

metabolicamente transformada, a vitamina D3 participa da absorção de cálcio e de

fosfato de origem alimentar. A vitamina D3 é ainda importante na manutenção do

nível ótimo de cálcio e de fosfato no corpo, facilitando assim o crescimento normal

dos ossos e seu reparo após uma fratura.

3.5 Condições Clinicas

A importância da pele na prevenção de invasão do corpo por microrganismos

é aparente, pela abundância desses organismos que estão normalmente presentes

mesmo na pele sadia, muito embora não causem dano corpóreo a menos que a
49

epiderme esteja lesada, permitindo-lhes entrar no corpo. Há alguns levedos que

vivem na pele sadia sem causar dano. Por último, os organismos mais abundantes

da pele são as bactérias. Estas incluem as formas em bastonete e os cocos

esféricos. A maioria dos cocos é danosa, mas uma espécie, Staphylococcus aureus,

pode causar pústulas, bolhas e outras infecções mais sérias. Entretanto, esses

poderosos microrganismos causadores de doenças, que estão normalmente

presentes em certas áreas da pele, não causam danos à pele, a menos que a

epiderme seja penetrada.

O número de bactérias presentes na pele varia em diferentes regiões do

corpo bem como de pessoa para pessoa.

As maiores populações bacterianas são encontradas na face. A densidade

dessa população varia desde 2,41 milhões de bactérias por cm² na epiderme.

3.6 As Raças

As raças humanas que povoam a superfície terrestre, distinguem-se pelo

conjunto de características diferentes, transmitidas hereditariamente.

Existem três grupos de raças primarias que estabelecem as cores raciais,

porém, com relações impostas entre civilização e comércio, vieram as misturas das

raças, dando lugar a outras que se formam com tipos físicos e raciais muito

diferentes entre si.

Os caracteres físicos ou traços principais que definem as raças humanas são:

Os traços esqueléticos: forma e tamanho do crânio, rosto, nariz, mandíbulas;

estatura e construção física; proporção dos membros e seus segmentos.

Os traços superficiais: cor da pele, forma e cor do cabelo, cor dos olhos e pregas

oculares, forma dos lábios.


50

As raças primárias que estabelecem as “cores raciais” são:

Mongolóide

Pele amarelada, olhos oblíquos escuros, cabelos negros e lisos.

Raça amarela: povos do leste e sudeste asiático, Oceania (malaios e

polinésios) e continente americano (esquimós e ameríndios).

Figura 37 - Mongolóide

Negróide

Pele negra, olhos escuros, cabelos crespos, lábios grossos, projeção do

maxilar inferior (prognatismo).

Raça negra: povos da África Subsaariana.

Figura 38 - Negróide
51

Caucasóide

Pele pálida, cabelos pretos, loiros ou ruivos, olhos escuros ou claros. Esse

grupo compreende o tipo alpino, nórdico, mediterrâneo.

Raça branca: povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do

continente asiático (Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano).

Figura 39 - Caucasóide

3.7 A influência do Meio Ambiente na Pele

Tanto a genética como o meio ambiente são fatores importantes para o ser

humano. O meio ambiente exerce uma forte influência sobre as mudanças

evolucionárias.

O clima pode estimular alguns caracteres e frear outros. Nos climas quentes,

são favorecidas as adaptações que facilitam o refrescamento do corpo; e nos

frios, as que minimizam a perda do calor. Por exemplo, a abertura nasal foi

fortemente afetada pelo clima: em locais de calor e umidade, ela é larga; nos de

clima frio e secos, é estreita, pois, sob as condições de friagem, é essencial

restringir a ingestão de ar para diminuir o risco de esfriamentos dos pulmões.

Também a alimentação tem efeitos profundos sobre o organismo. As pessoas das


52

regiões tropicais requerem a metade de quantidade de alimentos gordurosos, do

que os habitantes polares que necessitam de muito calor.

A influência do ambiente sobre nós não é só do ambiente externo, aquele

que nos cerca, mas também do interno. Esse ambiente interno reside dentro de

nós. Para que ele seja favorável, depende somente do nosso comportamento e de

como interagimos com o ambiente externo.

O ser humano traz consigo características da família, do povo, da raça, do

meio em que vive e de sua essência mais intima, que é puramente individual.

3.8 A simetria do Rosto

Pegue a fotografia de um rosto de um bom tamanho. Passe uma linha

vertical ao meio, dividindo o rosto em duas partes, Corte a foto nessa linha. Agora,

olhe um lado com atenção e depois o outro. Parecem duas pessoas diferentes.

Pois bem, não só em nosso rosto, mas também no corpo, existe um pouco

de assimetria, que não chega a afetar o paralelismo dos órgãos como, por

exemplo, nossa visão e tampouco a estética.

Existe uma teoria, de ordem genética, que explica por que um lado

é diferente do outro. Quando o espermatozóide do pai, que contem 23

cromossomos, entra em contato com o óvulo da mãe, fundem-se graças à meiose

e a mitose, com os 23 cromossomos dela, resultando 46 cromossomos

entremesclados, dando ao futuro ser humano: sexo, cor de cabelo, cor dos olhos,

enfim, sua idiossincrasia total.

Apesar da fusão dos cromossomos, sempre fica uma assimetria bilateral, ou

seja, uma parte do nosso corpo representa mais a herança materna e a outra, a
53

paterna. È como se tivéssemos “dois eus” e o sentimento de correspondência e

harmonia entre eles fossem essenciais para nosso equilíbrio interior.

Figura 40 – Simetria

3.9 Envelhecimento da pele

Cada etapa da vida tem seus prazeres e suas belezas. Idade significa

perdas e ganhos. E quem tiver garra, terá também condições de pontilhar sua

existência de sonhos e realizações.

Se alguma ruga nos surpreender ou se o fôlego nos faltar, nada de entrar em

pânico. É preciso manter a serenidade, ter consciência de que a vida é uma

constante transformação e é preciso ter coragem, isto é, capacidade de seguir em

frente, apesar de tudo. Em outras palavras, trata-se de um exercício contínuo de

adaptação à vida.
54

A vida é uma dádiva preciosa que deve ser preservada, custe o que custar,

para valer a pena ser vivida. Esta afirmação é verdadeira para qualquer fase da

existência. Mas, a velhice será saudável se forem tomados os devidos cuidados, à

medida que se vai percebendo o descenso das forças orgânicas sensoriais e

motoras.

Preservar-se é uma conseqüência da responsabilidade que cada pessoa

deve ter para consigo mesma, seu corpo e sua idade. O investimento em si

mesmo é necessário para a estruturação da auto-estima. Portanto, desde e que

não seja patológico, nada mais natural que uma dose razoável de narcisismo para

construir a própria identidade.

As barreiras dos preconceitos, sobretudo aquelas que se referem ao físico, que

enaltecem o corpo jovem como o ideal social, não deve fazer ninguém desistir de

ir à luta.

O envelhecimento sugeria sabedoria na antigüidade, esta atitude persiste em

muitos países não industrializados, nos dias de hoje. Com o desenvolvimento da

moderna sociedade industrial e a competição para o emprego, bem como, a

ênfase contemporânea para a juventude, beleza e sucesso, as pessoas têm

procurado remover ou diminuir sinais de envelhecimento para dar um contraste

tão bem vindo, tão bem aceito da suave fisionomia da juventude.

Estudar envelhecimento é tarefa complexa, já que a abordagem deve ser

multidisciplinar. Sendo uma das características mais evidentes do corpo humano,

torna-se um marcador real da idade cronológica. Essas mudanças estão

presentes na espessura da pele, nos anexos e até na matriz extracelular.

O fenômeno biológico do envelhecimento representa a última das três fases

do ciclo vital do organismo, sendo as duas primeiras a infância e a maturidade.


55

Envelhecer é um processo natural que ocorre desde que nascemos, porém

fica mais evidente após a terceira idade. A qualidade do envelhecimento está

relacionada diretamente com a qualidade de vida, a qual o organismo foi

submetido.

Há duas décadas atrás, acreditava-se que o processo de envelhecimento

só seria motivo de controle ou tratamento, após os sessenta anos, período de

caracterização do envelhecimento, mas esse conceito encontra-se superado

atualmente. Hoje, sugere-se o acompanhamento das diferentes fases do

envelhecimento, através de medidas profiláticas ou curativas, com a finalidade de

conservar a qualidade de vida do organismo.

A manifestação fisiológica do envelhecimento é a deterioração gradual da

função e capacidade de resposta aos estresses ambientais. Esta manifestação

está relacionada tanto a uma redução no número total de células do organismo,

quanto ao funcionamento desordenado das muitas células que permanecem.

Figura 41 – Envelhecimento da Pele

3.10 Modificações Morfológicas e Funcionais do Envelhecimento

No envelhecimento fisiológico, todos os processos involutivos são harmônicos:


56

A diminuição da função cardiocirculatória corre paralela com a depressão da

atividade respiratória, as duas com a queda do metabolismo, e assim por diante.

O fenômeno metabólico mais evidente do envelhecimento parece ser, no

entanto, o retardamento da síntese de proteínas, em virtude do qual se estabelece

um desequilíbrio entre a formação e a degradação, inicia-se uma progressiva e

contínua perda de massa muscular esquelética, e a maior parte da perda é

substituída por gordura. A quantidade de massa muscular perdida com o

envelhecimento também depende da atividade física, sendo menor naquelas

pessoas que mantém um regime regular de condicionamento físico (Guirro, 1996).

Com o envelhecimento, a pele tende a se tornar delgada, em alguns locais

enrugada, seca e ocasionalmente escamosa. Embora a espessura real da camada

córnea não seja grandemente alterada, ela se torna mais permeável, permitindo a

passagem mais rápida de substâncias através dela. Mais, com o envelhecimento as

fibras colágenas da derme tornam-se mais grossas e as fibras elásticas perdem

parte de sua elasticidade e há um decréscimo gradual da gordura depositada no

tecido subcutâneo.

A pele que ficou exposta às intempéries por muito tempo, mostra alterações

que são mais graves, do que aquelas devidas somente ao envelhecimento. Tal pele

mostra mais marcadamente as rugas e pode desenvolver nódulos e tipos

anormais de colágeno.

A pele e os tecidos subjacentes se tornam progressivamente atrofiados e a

gravidade causa a queda da pele fixada em pontos mais firmes.

Para Carlucci 1994, na região do masseter, a atrofia da gordura acentua a prega

naso-labial. A mudança superficial começa a aparecer aos 30 anos de idade

aproximadamente, surgindo redundância de pele da pálpebra superior, início dos


57

pés-de-galinha e proeminência da prega naso-labial. Aos 40 anos de idade a prega

naso-labial e a prega palpebral são mais acentuadas e as rugas frontais da glabela

começam a aparecer. O inexorável processo de envelhecimento pode ser acentuado

pelas contrações musculares, estresse emocional, intercorrências decorrentes de

doenças e trauma local, agindo diretamente na pele, como também, a variação

acentuada de peso.

Figura 42 - Intrínseco x extrinseco

3.11 Causas do Envelhecimento

A degeneração ocorre de preferência sobre regiões do tegumento que se

acham expostas às intempéries, como por exemplo a face, pescoço, dorso das mãos

e antebraços. A pele se pregueia, enruga, fica flácida e hiperpigmentada,

provocando o agravamento ou exagero dos sulcos e pregas naturais das regiões

comprometidas.

Outro fator responsável pelo envelhecimento precoce está no excesso da

mímica. De fato, certos indivíduos fazem uso exagerado e indevido de alguns grupos

musculares isolados da face. Como conseqüências desta solicitação constante, as


58

fibras elásticas cedo se desgastam, enrugando ou pregueando a pele. É o caso dos

"pés-de-galinha".

O estudo das causas do envelhecimento é um campo no qual existem muitas

teorias, tantas quanto os investigadores.

Foram levantadas várias teorias a respeito do processo que envolve o

envelhecimento, e é provável que algumas delas encerrem parte da verdade, não

obstante, as causas e a natureza íntima do fenômeno permaneçam obscuras.

Em análise, não é sumamente difícil postular uma hipótese teórica para explicar o

fenômeno do envelhecimento, porém fica sumamente difícil conseguir sua

comprovação.

Embora o envelhecimento seja muito estudado, ainda não se sabe qual a

exata natureza das alterações anatômicas, histológicas e funcionais que ocorrem,

assim como não se conhece exatamente o mecanismo biológico que determina tais

alterações.

São muitas as teorias publicadas, que de uma forma ou outra tentam explicar

as causas do envelhecimento. Porém, uma leitura dedicada, permitirá apreciar que

uma teoria se relaciona com a outra. Isso, porém, não define que o caminho das

explicações esteja livre, e menos ainda nos permite assegurar que essas

explicações sejam definitivas. Apesar de extensas pesquisas, nenhuma única e

definitiva teoria sobre o envelhecimento ganhou aceitação. A despeito de evidências

de observações puras ou experimentais para apoiar cada hipótese, permanece uma

questão significativa: a alteração observada é uma causa direta do envelhecimento

ou meramente o resultado de alterações que ocorrem em nível mais fundamental.


59

OBSERVE ESSES NUMEROS!

1cm2 de pele contém:

6 milhões de células

2 mil melanócitos

15 glândulas sebáceas

5 folículos pilosos

1 metro de vasos sangüíneos

100 glândulas sudoríparas

5 metros de nervos

12 pontos criosensíveis

2 pontos termosensíveis

200 pontos algesiosenssíveis

3.12 Alterações da pele envelhecimento

É um processo fisiológico que se inicia desde o nascimento;

Suas primeiras repercussões estéticas se evidenciam entre os 25 e 30 anos;

Histologicamente este processo afeta a epiderme a derme e a hipoderme;

O envelhecimento cutâneo intrínseco (cronológico) ocorre simultaneamente

ao actínico (fotoenvelhecimento).
60

Inspeção

Pele: elasticidade (tensionada), linhas de expressão linhas estáticas, teor

hidratação, cor.

Músculo: flacidez

Contorno facial

Alimentação: (proteínas, vitaminas, minerais)

Hormonal: Ovariana e Tireoidiana

Epiderme

Diminuição da espessura (cels menor vol.)

Aplainamento da junção derme-epidérmica (mais facilidade de bolhas

traumáticas)

Diminuição do n°. melanócitos ( 10% cd ano), exceto nas áreas expostas

UV da função melanocítica

Diminuição de 50% cels Langerhans ( + cronicamente nas expostas ao sol).

Dermatites.

Diminuição do sistema imunológico.

Derme

Alteração dos Fibroblastos:

Espessura fibras de colágeno (+ rígidas, - elásticas), por alterações químicas.

Alterações químicas da elastina

Vascularização
61

Hipoderme

O subcutâneo esta diminuído, com cels gordurosas com menor volume.

Conteúdo de água na derme (SECURA)

Vascularização

A microcirculação cutânea fica diminuída por regressão e desorganização de

pequenos vasos. Com a retificação da epiderme e reabsorção das papilas, muitas

reações capilares desaparecem.

Alterações cutâneas

Intolerância a sabões e cosméticos. Reações alérgicas mais frequêntes;

Superfície cutânea áspera e com tendência a escamação;

A epitelização e cicatrização tornam-se mais lentos e a absorção

transcutânea de princípios ativos é aumentada pela perda da integridade da barreira

epidérmica;

Figura 43 – Pele protegida do sol e pele desprotegida


62

13 Fotoenvelhecimento

Acomete a todos os habitantes da terra, a época do seu desenvolvimento

depende do tipo de pele e da intensidade de exposição solar.

O envelhecimento intrínseco é mais lento e suave gerando danos estéticos

discretos.

O envelhecimento actínico, induzido pela UV, é mais agressivo e danoso à

pele, sendo responsável pelo aparecimento de rugas, espessamento, discromias e

degenerações tumorais.

Quando analisamos a pele do corpo inteiro, nas áreas que ficam expostas ao

sol a pele tem um aspecto totalmente diferente das outras áreas;

Alterações na Epiderme

1) Espessamento da epiderme;

2) Diminuição da mitose celular;

3) Aumento da descamação;

4) Maior n° de células mortas;

5) Aplainamento da membrana dermo epidérmica, com perda progressiva das

ondulações.

Alterações da Derme

Na pele actinicamente lesada observa-se a hipertrofia do tecido elástico que

conduz a uma desorganização completa;


63

Os fibroblastos, os da camada mais superior da derme, tornam-se numerosos,

maiores e metabolicamente mais ativos, ao contrário do que ocorre no

envelhecimento cutâneo; degeneração de fibra colágeno.

Alterações da substância fundamental.

A capacidade mitótica dos fibroblastos e do conteúdo de ácido hialurônico da

substância fundamental, que leva a da hidratação e permeabilidade;

Os raios UVA e UVB determinam uma pele espessa, de coloração amarelo-

acinzentada exibindo uma grande quantidade de rugas e sulcos profundos;

A UVA provoca alterações moleculares da melanina e da distribuição dos

melanossomas, com consequente bronzeamento, elastose solar, rugas e discromias;

Os UVB desencadeiam a proliferação dos melanossomas e a facilitação da

tranferência aos queratinócitos, com consequente bronzeado, eritema actínico e

alterações no sistema imunitário;

No envelhecimento intrínseco a pele é atrofiada, enquanto que no

fotoinduzido ocorre a hipertrofia.

Figura 44 – Fotoenvelhecimento
64

4 Radicais Livres

Formados durante o metabolismo ou produzido como resultado de condições

ambientais (radiações UVA e UVB);

Os radicais livres são átomos ou moléculas que tem seus elétrons

desemparelhados na órbita externa, possuindo um elétron livre, com uma intensa

capacidade de reação para ter seus elétrons estabilizados;

Os radicais livres são produzidos nas seguintes circunstâncias: respiração

mitocondrial, radiação solar, álcool, fumo, drogas, dietas e poluição; causando

assim um envelhecimento da pele.

Quando o oxigênio é captado pelos tecidos, tem aproveitamento de 95%,

para formação de energia necessária;

“O sol é para a pele o que o álcool é para o fígado, o fumo para os pulmões e

a gordura para o coração”. (Regina Gante)

Figura 45 – Radicais livres


65

5 Visão oriental

5.1 Medicina Tradicional Chinesa e o taoísmo

Figura 46 - yin e yang

A Medicina Tradicional Chinesa se baseia em conceitos taoístas e

energéticos, os quais enfocam o indivíduo como um todo e como parte integrante

do universo. Aquele buraquinho na porta por onde quem está em casa espia o

mundo é uma boa comparação para o Tao. União de todas as correntes chinesas,

o Tao é a filosofia por meio da qual os chineses vêem o mundo. Foi com esse

olhar que os médicos orientais mapearam o corpo humano e desenvolveram as

técnicas de acupuntura, fitoterapia, dietoterapia, e práticas corporais.

O taoísmo é uma filosofia que trata da essência e natureza da condição

humana. O Tao pode ser descrito como o princípio do não-ser, que dá origem a

todas as coisas. É o vazio – presente em tudo o que é. Hoje esse conceito

abstrato já pode ser cientificamente comprovado.

Nossas células são compostas por milhões de átomos e, segundo a física

quântica, mais de 99,9% deles são formados por espaços vazios. Isto é, nosso

corpo físico que percebemos por intermédio dos nossos órgãos sensoriais.

Esse corpo físico é repleto de partículas subatômicas e estas só podem ser

entendidas por meio de interconexões, das relações e dos movimentos que

estabelecem entre si. Para a física quântica, o universo é um processo


66

harmonioso, unificado, um entrelaçamento dinâmico de elementos inter-

relacionados – precisamente o pensamento fundamental da filosofia taoísta e

também da budista.(Dr Jou Eel Jia)

E, se para o taoísmo a origem de tudo é o vazio, o não-ser, esse é também o

estado ao qual retorna tudo o que é. Pois aquilo que existe, morre. Do vazio surge

a forma, o vazio. Essa milenar observação chinesa é análoga à teoria da

relatividade da física moderna, que criou dois conceitos opostos: de matéria e

energia, uma transformando-se incessantemente na outra.

Esse fenômeno de transformação não implica um julgamento de valor – nem

a forma é boa, nem o vazio, ruim, ou vice-versa. O que revela é uma relação de

harmonia e equilíbrio entre todas as coisas.

Isso é a natureza: equilíbrio harmonioso. E nos somos parte dela. O que

ocorre no meio ambiente pode ocorrer com o ser humano. Conhecendo a

natureza, você aprende a conviver em equilíbrio consigo mesmo e com o meio.

Equilíbrio significa vida e morte, fraqueza e força, saúde e doenças, pois o Tao é

responsável por todos os lados desse balanço.

Diferentemente da medicina ocidental, a ciência médica oriental é holística –

ou seja, enxerga o ser humano como um todo, é a união de corpo, mente e

espírito, e ainda suas relações com o meio ambiente. Não há nada mais moderno

hoje do que o resgate dessa visão, a chamada humanização da medicina.

Para a Medicina Tradicional Chinesa, o indivíduo saudável e a sociedade

saudável são partes integrantes de uma grande ordem universal, e doença é a

desarmonia no nível individual ou social. Os antigos textos nem estabeleciam uma

nítida separação entre o “normal” e o “patológico”, como ocorre na moderna

medicina ocidental. Para os chineses, saúde e doença são ambas naturais,


67

partem de um processo continuo de adaptação do organismo e a um meio

ambiente inconstante.

Para ela, o indivíduo é constituído por um conjunto de energias, provenientes

do céu e da terra, que fluem por todo do corpo, e que devem estar em constante

equilíbrio; quando isso não ocorre, temos a doença que é em certos momentos

inevitável no processo vital, pois é uma forma de expressão dos nossos conflitos,

sofrimentos e dificuldade de adaptação ao meio, temos então a manifestação de

Patologias.

A finalidade na medicina oriental é realizar a melhor adaptação possível ao

meio ambiente como um todo, incluindo exercícios físicos, boa alimentação,

repouso e alegria de viver.

Mas do que tratar órgãos e sistemas, busca descobrir o seu padrão

energético (se você está mais yin ou yang), os elementos da natureza que

dominam em seu corpo, em que pontos a energia Qi está bloqueada e quais as

emoções desequilibram sua saúde.

A terapêutica objetiva restabelecer o fluxo da energia vital pelo organismo

aplicando esses conhecimentos milenares para melhorar nossa qualidade de vida.

Para realizar a sua adaptação ao meio ambiente, ninguém é mais importante do

que você mesmo. O paciente desempenha papel ativo e fundamental. É

responsável pelo cuidado, pela manutenção de sua própria saúde, e até, em

grande parte, pela recuperação quando seu organismo adoece.

O terapeuta participa desse processo, mas é você que está no volante

desse carro formado pelo conjunto de mente, corpo e espírito.

Todo o conhecimento acumulado e todas as técnicas desenvolvidas tem por

base o tripé:
68

- a espécie de fluxo essencial chamado Qi,que faz tudo existir;

- a cíclica transformação da força dos dois opostos, yin e yang, que faz tudo

mover;

- os Cinco Movimentos (ou elementos, no ocidente), que são Fogo, Terra, Metal,

Água, Madeira.

Na prática, essa forma de encarar o mundo resultou na criação de um

precioso instrumental capaz de manter a saúde, prolongar a vida e curar as

aflições físicas e emocionais. E para isso, lança mão de vários recursos para se

prevenir e se tratar, tais como:

- Meditação – treinamento para aquietar a mente;

- Fitoterapia – chás e ervas medicinais que harmonizam e curam;

- Dietoterapia – alimentação que equilibra a fisiologia digestiva;

- Práticas Físicas – Tai Chi Chuan, Kung Fu, Lian Gong, Qi G

- Acupuntura – terapia que estimula através da agulha os pontos energéticos.

(Dr Joe Eel Jia)

Figura 47 – cinco elementos


69

5.2 Histórico

A MedicinaTradicional Chinesa é tão antiga quanto a humanidade. Pode-se

dizer que ela existe desde quando o primeiro homem pressionou e massageou seu

corpo instintivamente ao sentir dor. Há cerca de 5000 anos ela começou a tomar

forma. Os primeiros registros médicos até hoje encontrados estão inscritos em

cascos de tartarugas e ossos.

O primeiro nome que a tradição guardou foi Fu Hi (2953 ac) fundador da

civilização chinesa, ao qual foi atribuído a invenção da caça, e do cozimento dos

alimentos. Atribui-se a ele a criação dos oito hexagramas do livro das mutações-I

Ching.

Seu sucessor foi o Imperador Cheng Nong (2838 ac) o qual ensinou às

pessoas plantas curativas e assinalou as tóxicas.

Os conhecimentos foram transmitidos por meio oral até a dinastia Chou (1122

a 256 ac) quando do aparecimento do Huang Di Nei Jing Su Wen cuja autoria fora

atribuída ao legendário Imperador Huang Di (O Imperador Amarelo) . Esse livro

contém toda base filosófica, ciência do diagnóstico e tratamento por meio de agulhas

e moxa.

Quase toda Medicina Tradicional Chinesa se baseia no Nei Jing, o qual

desfruta de grande autoridade, pela riqueza de observações que contém seus

ensinamentos sobre prevenção e tratamento de doenças. Quase todas obras

posteriores foram inspiradas nesse livro e continuam válidos até hoje:

. estar em harmonia com a natureza;

. cultivar emoções saudáveis;


70

. permitir o fluxo equilibrado da energia no corpo.

Figura 48 – Acupuntura

5.3 A Acupuntura

A palavra acupuntura introduzida no Ocidente pelos jesuítas ao retornarem da

China, provém do latim, onde acus significa agulha e punctura, picar. Consiste

portanto, em picar agulhas em pontos especiais da pele, a fim de se obter uma

resposta terapêutica bem determinada.

A colocação de agulhas em determinados pontos do corpo pode prevenir ou

curar doenças.

O ocidente demorou aceitar na teoria o que a prática demonstrava havia

milênios: a acupuntura funciona.

A técnica sempre foi usada como medicina na China. Na Europa, a França foi

o primeiro país a aceitá-la. No Brasil, desde 1993, a acupuntura é reconhecida como

ato médico pelo Conselho Federal de Medicina e, a partir de 1998, passou a integrar
71

o Conselho de Especialidades da Associação Médica. Mais recentemente, em

dezembro de 2001, a técnica passou a participar do rol das 48 especialidades

médicas normatizadas pela Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de

Medicina.

A acupuntura parte da premissa de que o fluxo de energia por meio do

organismo segue padrões essenciais para a saúde, quando o fluxo harmônico de

circulação de Qi é quebrado, é possível corrigir as alterações pela estimulação eficaz

dos pontos localizados sob a pele. Esses pontos de acupuntura são nossas

“memórias energéticas” – passíveis de manipulações quando ativada pela

introdução da agulha.

Em resumo, o efeito da acupuntura é conduzido ao longo dos nervos. Os

chamados acupontos – aqueles pontinhos onde o terapeuta introduz a agulha –

foram empiricamente determinados ao longo de milhares de anos de pratica médica.

Há centenas deles. Um estudo de 1984 mostrava que 309 acupontos estão

situados sobre os nervos ou muito próximos deles, e 286 estão sobre os principais

vasos sanguíneos ou muito próximos a eles que são rodeados por terminações

nervosas. Em outras palavras: acuponto é uma região da pele em que há grande

concentração de terminações nervosas sensoriais e sua estimulação possibilita

acesso direto ao sistema nervoso central.

Foram identificados 361 pontos de acupuntura ao longo dos 14 meridianos: 12

meridianos regulares e mais dois extras, um que corre ao lado da linha media do

adbome e do tórax, e outro ao longo da linha media das costas. Os demais

meridianos extras emprestam pontos dos meridianos principais.


72

Cada meridiano se conecta a outro por intermédio dos nossos órgãos e

sistemas principais e o Qi flui irrigando e nutrindo os órgãos e tecidos, promovendo o

efetivo funcionamento do organismo.

Os meridianos correspondem a uma rede complexa, altamente imbricada e

cobrem todo o corpo, estabelecendo canais entre órgãos, vísceras, o interior e a

superfície, o ying e yang.

A obstrução de um meridiano reduz a circulação do Qi, gerando desequilíbrio

interno e doença .

Embora não possam ser vistos a olho nu, os meridianos já foram

comprovados pela Teoria Bioeletrônica e detectados por um localizador de pontos

em função da diferença de voltagem que ocorre nessas regiões. (Jia 2004)

5.4 As Agulhas

Na idade da Pedra, espinhos de madeira, depois lascas de ossos ou sílex

afinados, eram utilizados para puncionar, tirar o pûs do abcesso, ou para fazer

sangrias. Segundo a tradição as primeiras agulhas vinham do mar oriental e eram de

pedra, longas e arredondadas, mas após 45 séculos foram substituídas por agulhas

de metal. O imperador Huang Ti ordenou o emprego de agulhas metálicas,

substituindo as de estiletes e de Jade.

Os diferentes tipos de agulhas eram resultantes da necessidade de estímulos

diferentes, quer em função da profundidade a que se deve enfiar a agulha, quer

pelos efeitos que se deseja obter.

De maneira geral temos três níveis de profundidade:

a)Superficial, atingindo a energia defensiva e que corresponde ao céu;


73

b) Médio , relativo ao homem, nível síntese em que se aumenta ou diminui a energia

da função ;

c) Profundo, atingindo a energia nutridora Yong

5.5 Acupontos

Conceitos

O termo tradicional chinês que designa o ponto de acupuntura é Xué Dáo.

Xué tem significado de caverna, fossa, depressão; e Dáo significa a via, energia

espiritual ou cósmica. Xué Dáo significa portanto, a "caverna do Dáo". Outro

sinônimo para o acuponto é Qi Xué , ou seja, o ponto da energia vital, onde "mora o

Qi".

Através do ponto ocorrem mudanças e transformações, ou trocas energéticas

do homem com o céu e a terra.

O dicionário da Medicina Tradicional Chinesa conceitua acuponto da seguinte

maneira : " São pontos situados na superfície do corpo onde o Qi dos órgãos

internos e dos meridianos fluem". "Através da interconexão fisiológica entre órgãos e

canais, mudanças patológicas dos órgãos podem se refletir nos pontos. Estes sítios

de estimulação regulam o balanço do Qi (Yin/Yang) e sangue (Xué), desobstrue os

canais e elimina fatores patógenos (ditos "energia perversa ou xié"), reforça a

resistência orgânica e regula a insuficiência (Xu) e os excessos (Shi) ".


74

Características Histológicas:

Segundo pesquizas de Niboyet e Rabischong sobre levantamentos efetuados

no coelho e no homem, o ponto de acupuntura tem uma estrutura histológica

particular.

Foi evidenciado, um adelgaçamento do epitélio, uma modificação nas fibras

colágenas, o que explicaria o fato do ponto ser palpado sob forma de cúpula, a

existência de redes vasculares espiraladas entrelaçadas por uma densa rede de

fibras nervosas amielínicas de tipo colinérgicas.

A penetração da agulha no acuponto, provoca por ação mecânica, um

afastamento das fibras colágenas, o que explica a retenção da mesma no tecido,

até o momento do relaxamento das fibras do tecido conjuntivo.

Características bioelétricas:

Em 1963, Niboyet em sua tese de ciências, demonstrou que a resistência

elétrica do acuponto é sempre inferior àquela da pele circunvizinha.

A análise comparativa dos cortes histológicos feitos na pele de humanos, nos

acupontos, após pesquisa bioelétrica mostrou duas vezes mais papilas dérmicas na

região do ponto de acupuntura em relação à outras áreas.

O aumento da densidade das papilas dérmicas com capilares e terminações

nervosas sobre a região do ponto pode explicar o aumento da condutividade na

pele.
75

6 Diagnóstico da face na MTC

Fisiognomonia é a tecnica de conhecer as condições de saúde de uma

pessoa pela observação de sinais e formas da face e outras partes do corpo.

Ciência antiga, muito utilizada pelos médicos orientais, constitui um importante

recurso de diagnóstico da medicina tradicional chinesa e se baseia na análise de

manchas, rugas, marcas, sinais, dilatações, inchaços e mesmo na forma natural de

uma determinada área. É também um diagnóstico indispensável para toda a área da

beleza, pois orienta, educa os hábitos alimentares, posturais e psicológicos, fazendo

uma transformação interior.Os chineses utilizam desta técnica a pelo menos 6000

anos. Os antigos chineses davam grande importância a todas as minucias da face.

Pois acreditavam que simbolizavam o destino das pessoas.

Para facilitar o estudo e compreender melhor sua aplicação, a face e dividida em

áreas, cada uma delas correspondente a um órgão interno, aparelho ou funções

biológicas mais importantes.


76

Figura 49 - Mapa facial em relação órgãos da face


77

Relação órgão emoção (no seu aspecto negativo)

Órgão Emoção

Pulmão Tristeza, melancolia, angustia,

Intestino grosso mágoa, nostalgia

Baço Preocupação, ciúmes, obsessão, teimosia

Estomago idéias fixas, crítica, intolerância

Fígado Raiva, instabilidade emocional, irritação,

Vesícula biliar impaciência, crises de fúria

Coração Ansiedade em excesso, choro descontrolado, euforia

hiperexcitação, agitação

Rim Medo, pânico, desanimo, indecisão, insegurança

Bexiga falta de vontade

Selecionando três casos:

Bolsas nas pálpebras inferiores

Região acometida pelos rins (medo, pânico), estômago (preocupação) e fígado

(raiva)

Figura 50 – Bolsas nas Pálpebras inferiores


78

Ruga vertical

Indica disfunção de vesícula biliar(instabilidade emocional) e fígado(raiva e

irritabilidade)

Figura 51 – Ruga Vertical

Ruga horizontal

Baço(preocupação), excesso de trabalho mental

Bolsas e inchaços na região abaixo da palpebra Inferior podem indicar acumulo

de liquido nos rins sobrecarregados

Figura 52 - Ruga horizontal


79

Área 1

Figura 53 - Região infra-orbitária ou abaixo da pálpebra inferior;


corresponde aos rins e a bexiga.

Bolsas e inchaços na região abaixo da pálpebra inferior podem indicar

acumulo de líquidos e rins sobrecarregados.

Essa região e ligada ao metabolismo hidreletrolítico, ou seja, reflete as

condições da distribuição de água e sais minerais (mais propriamente o sódio, o

cálcio e o potássio) Nos organismos cansados, devido a ingestão de líquidos em

excesso, como cerveja, vinho, refrigerantes e mesmo água (principalmente durante

as refeições), ao consumo de alimentos carregados em sal ou ainda por uma

predisposição orgânica herdada podem surgir bolsas dilatadas e inchadas nesse

local, indicando mas condições da função de excreção, acumulo de líquidos e rins

sobrecarregados.

Este sinal é indicativo de má formação renal, ocorrendo grandes edemas na

região em casos de insuficiência renal. O local pode também apresentar-se escuro,


80

encovado, apontando um estado de deficiência energética geral devido ao

desgaste acentuado das funções renais, com o comprometimento de todo o

organismo. Esta área, no entanto, não é relativa apenas aos rins (na medicina

oriental cada rim corresponde a região infra-orbitrária do mesmo lado, ou

homolateral), mas a toda a função orgânica de excreção de água, sais, toxinas do

sangue e elementos metabólicos em geral, na qual os rins tem atuação

preponderante.

Quando há ingestão excessiva de líquidos ou sais, alem da capacidade de

tolerância do organismo, os rins podem “cansar-se”, tornar-se desgastados e

doentes. O resultado será o surgimento de dilatações ou inchaços na Área 1, a

principio leves, passando depois a moderados, com rugas ou sulcos bem marcados,

em seguida para edemas maiores, terminando com possíveis manchas

escurecidas: são sinais de falência da função renal, que pode ser relativa ou

absoluta, aguda ou crônica. De qualquer modo representam sinais de desgastes,

envelhecimento precoce e saúde abalada.

A interrupção da causa destes problemas torna-se fundamental pra impedir a

continuidade da ação patológica e para que haja o restabelecimento da saúde


81

Area 2

Figura 54 – Região situada entre as sobrancelhas

corresponde à vesícula biliar e ao fígado

Rugas ou sulcos entre as sobrancelhas apontam para disfunções do fígado ou

da vesícula biliar.

Essa área pode apresentar-se inchada e vermelha, o que indica de imediato

congestão do fígado; pode também – o que é mais comum – apresentar rugas ou

sulcos, rasos ou profundos, semelhantes aos que se formam quando se franze o

cenho (sem é claro, que isso ocorra deliberadamente).

Neste caso, existe uma disfunção do fígado ou sua sobrecarga, devido a

presença, a um tempo considerável, de substancias que agridem ou perturbam a

função do fígado e/ou da vesícula.

Situações assim geralmente são provocadas por hábitos perniciosos, como o

alcoolismo, excesso de alimentos gordurosos, ingestão prolongada de medicamentos,

dentro de um quadro de predisposição herdada onde tanto o fígado quanto a

vesícula biliar caracterizam-se como ”órgão de choque” (mais fracos).


82

Produtos como o álcool (principalmente vinho de má qualidade e os destilados mais

fortes), pimentas, frituras, carnes condimentadas, vísceras, condimentos fortes

(mostarda, molho inglês, etc.), vinagre artificial, entre outros, tem ação irritativa sobre

o fígado, contribuindo par o surgimento de sinais na área 2.

No caso de doenças agudas ou crônicas do fígado e da vesícula biliar, esses

sinais podem ou não surgir; mas certamente estarão presentes quando tais órgãos

forem agredidos por fatores externos capazes de prejudicar a sua função natural.

Area 3

Figura 55 – Região da testa;

Indica desgaste orgânico generalizado

As marcas, linhas na região da testa são comuns em pessoas tensas e

nervosas. Sulcos profundos, linhas e rugas nessa área (independentemente de se

franzir a testa) geralmente são sinais provocados por excessos de trabalho mental,

preocupações constantes, ingestão habitual de alimentos fermentativos irritantes e

pela presença anormal de líquidos no intestino delgado.


83

Essa condição fermentativa é provocada por alimentos como o pão branco, o

açúcar branco, conservas, mochos e temperos, e pela presença nos intestinos de

toxinas derivadas das carnes embutidas – salsichas, salame, presunto, mortadela, e

frios em geral. Convém notar também que pessoas irritadiças e muito tensas

desenvolvem problemas intestinais com mais facilidade. As marcas de expressão da

área 3 dificilmente desaparecem.

Área 4

Figura 56 – Regiões das sobrancelhas ou dos supercilios;


corresponde as glandulas supra renais.

Os problemas relativos a esses orgãos são detectados pela observação da

forma e da posição das sobrancelhas. Quando se apresentam caidas sobre os olhos

, denotando sinais de cansaço, existe hereditariamente uma disfunção das glandulas


84

supra-renais, em geral uma redução de sua função, o que torna a pessoa pouco

resistente a situações de stress.

A forma das sobrancelhas, se grossas ou finas, restas ou angulares, indica

uma qualidade de função supra-renal, que se transforma numa condição

caracteristica do individuo em uma relação com a vida. Sobrancelhas finas e fracas,

por exemplo, significam fragilidade frente aos conflitos ou as situações dificeis; são

seres mais sensiveis e delicados, assim como as mulheres em geral . Sobrancelhas

grossas e adaptabilidade as tensões cotidianas; são pessoas capazes de suportar

mais facilmente as reveses ou os embates estressantes.

De modo geral, as sobrancelhas emprestam uma caracteristica forte ao

semblante, determinando uma qualificação especial ao tipo de emoção, estado de

espírito aspecto do individuo. As sobrancelhas dão, assim, um “acento” ou uma

qualidade ao olhar e à expressão de uma pessoa. Ao bom observador, elas apontam

exatamente o principal elemento pcicomental que “impulcionar” o indivíduo na sua

vida, na sua busca, nas suas reações, no seu temperamento, etc. Significa dizer que

cada pessoa mostra em suas sobrancelhas o tipo de emoção, sentimento ou “força”

que a move.

O diagnóstico, neste caso, depende, sobretudo, da sensibilidade do

observador, o que exige muita experiência para obter uma técnica cada vez mais

aperfeiçoada de diagnóstico. Como o mundo psicomental e bioenergético de cada

pessoa influencia profundamente sua saúde, pelo conhecimento do tipo de

sobrancelhas podem-se localizar causas psicológicas, afetivas ou emocionais típica

da estrutura mental, bem como os determinantes de certa condição orgânicas ou

somáticas.
85

Os sinais da Área 4 não se modificam, já que são marcas estruturais

profundas; servem; contudo;para ampliar o conhecimento geral sobre a saúde de

uma pessoa e indicam providências ou caminhos adequados para tratamentos.

As rugas no canto externo dos olhos podem indicar excesso de hormnio no

organismo.

Area 5

Figura 57 – Regiões laterais de cada olho, na sua porção externa;


corresponde ao metabolismo dos hormônios sexuais.

As rugas no canto externo dos olhos podem indicar excesso de hormônios no

organismo

O sinal mais característico desta área são as rugas conhecidas popularmente

como “pés-de-galinha” e seu significado é o envelhecimento precoce do organismo

motivado por desgaste bioenergético ligado a perturbações hormonais.

A origem e variada, mas sempre vinculada a atividade sexual intensa ou a

presença de quantidades excessivas de hormônios no organismo; neste caso, esse

excesso pode ser causado por hiperatividade dos ovários, dos testículos das supra
86

renais ou da hipófise, ou então pela ingestão continua e prolongada de hormônios

sintéticos (anticoncepcionais por exemplo).

Quando presentes nos homens, esses sinais revelam produção exagerada de

hormônios devido a uma vida sexual abusiva, com conseqüente desgaste funcional

e envelhecimento prematuro.

O lábio superior pode apresentar vários sinais anormais que costumam

desaparecer quando os órgãos correspondentes são tratados adequadamente.

Area 6

Figura 58 – Região do lábio superior;


correspondente ao estomago, à função gástrica e as primeiras partes do intestino, duodeno e
o jejuno imediato.

O lábio superior pode apresentar vários sinais anormais que costuma m

desaparecer quando os órgãos correspondentes são tratados adequadamente

Os sinais anormais mais comuns dessa área são rachaduras, sulcos,

protuberâncias, aftas, palidez, vermelhidão e outros, indicando diversos problemas

ligados aos órgãos citados. A correlação entre os sinais dessa área e os distúrbios

internos é a seguinte:
87

 inchaço e vermelhidão: estomago inflamado;

 pontos esbranquiçados: estomago fraco;

 aftas na mucosa: fermentação no estomago e no intestino;

 palidez: estomago produzindo pouca secreção digestiva ou anemia;

 casos contínuos podem denunciar a presença de tumor ou ulcera gástrica antiga;

 rachaduras: fermentação antiga, mau estado geral do estomago e do duodeno;

possibilidade de ulceras gástricas e duodenais recorrentes(que surgem e

desaparecem deixando cicatrizes internas). Presentes em crianças e adultos em

casos de hereditariedade de estomago deficiente;

 herpes freqüente: baixa resistência imunológica devido a alimentação de baixa

qualidade;

 lábio superior ressecado e sem vida: distúrbios nervosos refletindo no estomago;

doenças gástricas psicossomaticas; ulceras nervosas;

 lábio superior naturalmente grosso: estomago dilatado e vísceras digestivas

desproporcionais, legado de antepassados carnívoros ou vorazes;

 sulcos e inchaço: estomago hiperativo produzindo acidez excessiva.

 Muitos sinais aqui apontados costumam desaparecer assim que os órgãos

correspondentes á área voltam as condições normais.

O lábio inferior muito grosso em geral Indica problema nos intestinos


88

Área 7

Figura 59 – Região do lábio inferior;


relaciona-se com intestino grosso.

O lábio inferior muito grosso em geral indica problemas nos intestinos.

Afirma a medicina oriental que quando uma pessoa tem, desde o nascimento,

o lábio inferior muito espesso, seu intestino e mais dilatado ou de calibre maior que o

normal; isto resulta de ma herança, ou seja, de abusos alimentares dos parentes de

gerações anteriores. Quando um indivíduo apresenta este sinal, a tendência e que

se manifestem problemas nos intestinos, em geral acumulo de resíduos, intestino

preso, flatulência e cólicas.

A região pode também exibir sulcos, rachaduras, inchaços, bolsas, aftas,

herpes, ressecamentos, vermelhidão, inflamações, etc, cujos significados

aproximam-se daqueles relativos a área 5, mas, neste caso, voltados para o

intestino delgado(íleo), colon transverso, colon descendente, sigmóide e reto.


89

Os maus sinais da área 6 são mais comumente determinados por dilatações

fermentações, gases, acúmulos de resíduos e putrefações, provenientes de uma

alimentação com produtos industrializados, rica em carne animal, açúcar branco,

massa, molhos e toxinas alimentares variadas. Alguns dos sinais dessa área podem

desaparecer a medida que a patologia correspondente e eliminada.

As maças do rosto se relacionam com o estado geral de saúde do

organismo.

Área 8

Figura 60 – Região das maçãs do rosto; i


ndica a saúde geral do organismo e em particular as condições da microcirculação corporal.

As maças do rosto se relacionam com o estado geral de saúde do organismo,

Um mau sinal é quando a área apresenta cor acinzentada, mortiça ou pálida (em

pessoas de pele clara), com ou sem proeminência dos ossos: significa saúde global

deficiente devido a ma circulação periférica, com conseqüente oxigenação dos

tecidos reduzida.

A circulação periférica é constituída por pequenos vasos arteriais, venosos e

linfáticos da pele, do córtex cerebral e do envoltório de órgãos; quando prejudicada

pó vasoconstrição, tabagismo, doenças degenerativas, etc., as células não recebem


90

a quantidade suficiente de oxigênio e nutrientes, o que desenvolve um tipo de

carência conhecida na medicina natural como “anemia de extremidades” – daí a face

mostrar-se pálida e sem vida. Este sinal acompanha as doenças debilitantes e se

fará presente toda a vez que a energia vital estiver alterada.

Pode ocorrer também vermelhidão na área, com pequenas veias delatadas;

esta e uma situação anormal, onde, alem dos problemas da condição anterior, o

individuo apresenta uma dilatação perigosa de grandes vasos internos. O ideal e

que, nas pessoas de tez branca ou amarela, a região se mostre levemente rosada,

ou aveludada e suave naquelas da raça negra.

Mesmo sem conhecer profundamente a ciência da fisiognomonia, a

sabedoria popular costuma apontar a face rosada como um sinal de saúde.

Em geral, a ponta do nariz não apresenta sinais quando há vermelhidão ou

inchaço podem existir problemas de circulação.


91

Área 9

Figura 61 – Região da ponta do nariz;


corresponde ao coração e ao sistema cardiovascular.

Em geral, a ponta do nariz não apresenta sinais; quando há vermelhidão ou

inchaço, podem existir problema de circulação.

Normalmente esta área não apresenta sinais, mas, em certas pessoas e

dependendo das condições da circulação cardíaca, pode mostrar-se excessivamente

vermelha, dilatada ou levemente inchada. É o “nariz de palhaço”, conhecido sinal

dos estudiosos da medicina tradicional chinesa. Surge muitas vezes em casos de

angina pectoris, pré-infarte, aterosclerose coronariana e dilatação do coração.

Em fisiognomonia, a presença também de pequenas veias e vasos dilatados

na ponta do nariz e um sinal que exige cuidados e atenção para com as condições

circulatórias cardíacas da pessoa.

A região das asas do nariz fornece sinais importantes e relativos ao estado

dos pulmões
92

Área 10

Figura 62 – Região das asas do nariz;


representa os pulmões.

A região das asas do nariz fornece sinais importantes relativos ao estado dos

pulmões.

Aqui as alterações mais comuns são pequenos vasos dilatados, inchaços e

descamações. Significam dilatações da arvore respiratória, como nas

bronquectasias e enfisemas, inflamações do tecido bronquiolar e ou pulmonar, alem

de irritações brônquicas e alveolares nos casos de tabagismo, exposição a

poluentes atmosféricos, entre outros. Estas doenças, no entanto, podem estar

presentes independente de qualquer sinal visível na área 9.

Um importante sinal, conhecido também pela clinica medica tradicional, é o

“batimento das asas do nariz”: um movimento continuo das abas do nariz que ocorre

em certos casos de insuficiência ventilatória pulmonar. Embora diversos sinais

faciais façam parte da propedêutica medica, a medicina comum ainda desconhece

as valiosas informações da fisiognomonia.


93

A forma do queixo revela que tipo de temperamento e indica como a pessoa

se relaciona com a vida.

Área 11

Figura 63 – Região do queixo e abaixo do lábio inferior;


correspondente aos órgãos sexuais, os rins e ao sistema nervoso autônomo.

A forma do queixo revela o tipo de temperamento e indica como a pessoa se

relaciona com a vida.

Esta área não costuma apresentar propriamente sinais relativos a alterações

desses órgãos, mas certas condições funcionais ou características hereditárias

podem influir no aspecto da região. Tais condições se referem a influencia do

aparelho genital, do sistema hormonal e do sistema nervoso simpático e

parassimpático na personalidade, temperamento e qualidades bioenergética do

individuo.

Assim, queixos retraídos ou proeminentes duros ou suaves, afilados ou

largos, atrevidos ou tímidos com riscos, sulcos centrais ou furinhos charmosos

apontam para uma determinada influencia desses órgãos no conjunto


94

biopsicomental das pessoas. A leitura do queixo realizada pela medicina oriental

mostra principalmente o tipo de impulso ou relação com a vida.

Sulcos profundos entre as asas do nariz e a boca; podem derivar de uma

condição não adquirida, mas herdada

Área 12

Figura 64 – Região dos sulcos descendentes laterais as asas do nariz;


em direção aos bordos da boca; não esta relacionada especificamente com nenhum órgão,
mas com todo organismo.

Sulcos profundos entre as asas do nariz e a boca podem derivar de uma

condição não adquirida mas herdada.

Traduz a condição geral do metabolismo e da saúde energética. Quando

apresenta sulcos profundos e precoces, indica excesso de trabalho orgânico

(alcoolismo, abusos alimentares, sobrecarga digestiva, exageros sexuais, ingestão

de medicamentos ou drogas, líquidos em demasia, etc.), desgaste intelectual, vida

noturna intensa, irritação do fígado e outros. Pode também ser um sinal derivado de

uma situação semelhante, porem não adquirida, mas herdada. ( Marcio Bontempo)
95

6.1 Inspeção da Pele

A pele é a tela protetora do organismo; o Wei Qi circula dentro dela . A pele é

a comunicação externa do pulmão. Na inspeção da pele , nota-se:

- As modificações de coloração a serem estudadas em relação as cores dos 5

elementos

- As modificações de textura. A pele inchada, edematosa é devida a uma infiltração

pela umidade, a pele ressecada, enrugada é devida à falta de Jin e de Ye.

- É preciso notar igualmente as modificações patológicas da pele. (Auteroche)

6.2 - Camadas da pele na Medicina tradicional Chinesa

1 camada superficial da pele (Fu)

2 camada profunda da pele (Ge)

3 músculos subcutâneos (Ji)

4 gordura e músculos (Fen Rou)

5 Espaço entre a pele e os músculos (Cou Li)

6 Poros da pele, incluindo glândulas sebáceas (Xuan Fu)

(Fu) indica a camada superficial da pele (a epiderme), que é influenciada

sobretudo pelos pulmões. (Ge) indica a camada profunda da pele (a derme), que é

influenciada pelos pulmões, pelo fígado e pelos rins. (Ji), uma palavra que as vezes

é traduzida por “carne”, indica os músculos subcutâneos e essa estrutura é

influenciada pelo baço e pelo fígado. (Fen Rou) indica duas estruturas: a gordura
96

(influenciada por baço, rins e vaso diretor) e os músculos próximos aos ossos

(influenciados pelo baço e pelo fígado). (Cou Li) portanto, o espaço entre a pele e

os músculos é influenciado pelos pulmões e pelo baço. (Xuan Fu) são os poros ,

incluindo as glândulas sebáceas, através dos quais o suor sai, que são influenciados

pelos pulmões e pelo baço.

6.3 - Influência dos órgãos internos sobre a pele

Pulmões – poros, pelos e suor.

Estomago e Baço – tecido adiposo abaixo da pele, vasos abaixo da pele,

umidade da pele.

Rins – umidade, Qi Defensivo no espaço entre a pele e os músculos.

Fígado – umidade e lustro.

Coração – umidade, vasos sanguíneos abaixo da pele. (Maciocia 2006)

6.4 - Formato básico de rosto - leitura chinesa

Rosto de fogo: A região media e mais larga, destacando as maçãs e o nariz.

A região inferior ao contrario, e mais estreita, maxilar e queixo recuados.

Normalmente, são pessoas de cabeça quente, corajosas, ambiciosas, impetuosas e,

algumas vezes, cruéis.

Rosto de madeira: É comprido e fino. Todo o contorno e retangular, desde a

testa até o queixo. Também costuma ter nariz reto, orelhas cumpridas, sulcos

profundos e sobrancelhas longas e finas. Este formato fica mais evidente quando a

pessoa e alta e magra. E considerável amável solitária e preocupada com as


97

questões sociais, como uma arvore frondosa que protege as pessoas num sol

quente.

Rosto de água: Arredondado e cheio, sendo quase impossível ver os ossos e

as depressões. Fica ainda mais caracterizado quando a pessoa e baixinha e

gordinha com a barriga saliente e as costas largas. A personalidade e tão flexível e

tão adaptada como a água.

Rosto de metal: É bem quadrado. Os ossos e a pele são firmes, a testa e

larga e a boca e o queixo grandes e cheios. A estrutura óssea e mais visível do que

no rosto de água. Transmite uma imagem de força e firmeza. Pessoas com o rosto

de metal são sinceras e diretas. Tem bastante clareza mental e podem ser

calculistas.

Rosto de terra: Aspecto pesado, com cabeça e boca grandes, maçãs cheias,

sobrancelhas grossas, nariz e orelhas caídas, são pessoas de temperamento

estável, calmas, reservadas. São também exigentes, responsáveis e rigorosas.

6.5 - A face e os cinco espíritos

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a cor da face e alterada quando

existem desarmonias ou perturbações nos cinco espíritos, cada um deles

relacionado a um órgão: “ o espírito shen corresponde à mente e ao coração. Hun

rege o fígado, por se relacionar ao pulmão. Yi é associado ao intelecto e ao baço-

pancreas. E Zhi aos rins”.


98

Face com vermelhão forte e persistente: indica que shen o espirito

responsável pelas atividades mentais (pensamento, memória e consciencia), pode

estar perturbado. A clareza mental fica prejudicada.

Já um tom rosado na face mostra um shen forte, sadio.

Face esverdiada: Quando uma raiva súbita e intensa é despertada, ela

perturba o espírito Hun, que reside no fígado, e obscurece a criação, a coragem e a

intuição. Também indica desarmonia emocional.

Face esbranquiçada: Sensações fortes de perigo eminente e tristeza

desarmonizam o espírito Pó, relacionado ao pulmão. Ele fornece o instinto de

conservação e as reações imediatas. Em desequilíbrio, diminui a energia vital.

Face amarelada: Desequilíbrio no espírito Yi (intelecto). Sinal de sobrecarga

mental e falta de concentração.

Face acinzentada: O medo profundo afeta o espírito Zhi. Assim,diminui a

força de vontade e a determinação. (Marcio correia)

6.6 Envelhecimento na MTC

Para a Medicina Tradicional Chinesa os conceitos de saúde e beleza são

inseparáveis , centrando-se no bem-estar total das funções internas e externas do

corpo. Para um máximo de saúde e beleza, o bom físico e aparência juvenil

começam pela saúde interna, o que inclui a manutenção do equilíbrio entre yin e

yang (energia vital) e a circulação sanguínea.

O equilíbrio do yin e yang nos órgãos internos é o alvo principal de

tratamento na Medicina Chinesa. A harmonia entre yin e yang no nosso corpo é o

responsável pela saúde e longevidade. Para os chineses, dentre os órgãos internos


99

em desequilíbrio, o rim é o que esta mais diretamente relacionado com o processo

de envelhecimento.O rim tem suas funções fisiológicas de armazenar o Jing, que é a

energia herdada dos pais juntamente com a energia da nutrição. Este Jing e a base

que produz o yin e yang de todo o corpo e possui influencia importante na função de

crescimento e de desenvolvimento do corpo, desde o nascimento até o período da

maturidade. Na idade senil, este se declina, a função sexual e da reprodução

debilitam-se gradualmente e o corpo começa a envelhecer. Assim, um tratamento

com Medicina Tradicional Chinesa, mesmo com fins estéticos, visa manter as forças

yin e yang equilibradas no organismo, tratando os órgãos em desarmonia.


100

7 Acupuntura Estética

Figura 65 - Acupuntura estética

A acupuntura estética é uma técnica da MTC e tem como objetivo não

só devolver o equilíbrio energético, mas também realçar a beleza exterior.

O tratamento estético pela acupuntura visa não só resultados externos,

como também grandes mudanças internas. È um tratamento de regularização dos

sistemas e órgãos internos que possuem influencias diretas nas diversas regiões

do rosto e do corpo. Trata-se primeiramente o interior para depois atuarmos nos

resquícios externos, a parte estética propriamente envolvida. A acupuntura estética

foi desenvolvida por acidente, sendo que os resultados de rejuvenescimento foram

observados a partir de tratamentos com pacientes em outras condições, que nada

tinham a ver com queixas estéticas (por exemplo paralisia facial), e a partir daí

iniciarem-se pesquisas detalhadas que comprovaram que a acupuntura auxilia na

prevenção de rugas.

Segundo PSENDZIUK (2005), hoje podemos contar com essa técnica de

agulhas, para complementar tratamento estético, com inúmeras vantagens: mais


101

acessível e menos agressivo para a pele e os tecidos, em relação a cirurgias

plásticas, promove a homeostase orgânica; os resultados são duradouros; provoca

lifting natural, não altera a expressão natural. Não é necessário uso de anestésicos;

pode ser usada de modo corretivo e preventivo. Como técnicas auxiliares tem a

ventosaterapia, para aumentar o aporte sanguíneo da área, a utilização de

eletroacupuntura transcutânea, cosméticos, fitoterapia e auriculoterapia.


102

7.1 Eletroacupuntura na Estética Facial

Figura 66 – Eletroacupuntura

A acupuntura estética facial abrange um vasto campo na estética. Ela não só

trata de rugas, mas também melasmas, acne, vitiligo, olheiras flacidez de pele, Na

estética facial a acupuntura age diretamente sobre o aparelho circulatório,

neurovegetativo, hormonal, de um corpo desgastado pelo tempo e pela idade. É um

método que auxilia na redução de rugas, além de prevenir o envelhecimento,

melhorando a estrutura da pele, renovando o estrato córneo e estimulando a

circulação local e, como a sua ação é sistêmica, os benefícios estendem-se por todo

o organismo, proporcionando equilíbrio físico e mental, melhorando

significativamente a saúde e a qualidade de vida, corrigindo, mantendo e prevenindo

os problemas estéticos.

A eletroacupuntura é uma técnica utilizada com a junção de um aparelho e as

agulhas. Usa a eletricidade para estimular pontos cutâneos (pontos de acupuntura)

e é empregada como uma técnica para potencializar os efeitos do tratamento com a

acupuntura tradicional. O relato mais antigo de que se tem na utilização da

eletricidade pra fins terapêuticos, data de 420 a.c., quando Hipocrates

recomendava a utilização do peixe torpedo (que possui órgãos que reproduzem a

descarga elétrica para paralisar suas presas), para ser cozido e consumido no

desjejum por pessoas asmáticas.


103

Na eletroacupuntura, a musculatura da face tem característica especial por

ser a musculatura que expressa as emoções (tristeza, raiva, alegria, medo,

preocupação). Para utilizar a eletroacupuntura de maneira correta, é necessário

conhecer a anatomia da musculatura da face e suas funções (antagonistas e

agonista). Antes de realizar a tonificação de determinados grupos musculares,

precisamos sedar os seus respectivos antagonistas na eletroacupuntura, a corrente

comumente usada é a interrompida (alternada) que possui picos positivos e

negativos, sempre em alternância e freqüência estabelecida pelo acupunturista. A

freqüência da corrente elétrica que se utiliza para a sedação situa-se em torno de

50HZ, mantendo a estimulação, aproximadamente por 20 minutos, enquanto a

freqüência para a tonificação é 2 a 10HZ, por aproximadamente 10 minutos.

7.2 Acupuntura estética no tratamento de rugas

Segundo Liu Shu, livro mais antigo que se conhece de MTC, aos 20 anos de

idade os músculos estão em fase de desenvolvimento, aos 30 anos estão bem

firmes, aos 40 anos a pele começa a relaxar. O brilho do rosto atenua-se aos 50

anos a energia dos órgãos começa a declinar, começando pelo fígado aos 50 anos;

coração aos 60 anos; baço aos 70 anos; pulmão aos 80 anos; rim aos 90 anos. Aos

100 anos a insuficiência energética dos 5 órgãos é total, daí, a forma física corporal

encaminha-se para a morte. É nesse processo de envelhecimento que atua a

acupuntura estética facial. Trata-se de um método indicado para recuperação da

fisiologia normal dos músculos da face, que chama atenção do corpo para a região

puncionada. Com isso, melhora a irrigação sanguínea e, conseqüentemente, a


104

nutrição dos músculos da pele, recuperando as fibras elásticas que encontram-se

em processo de degeneração.

A acupuntura estética tem suas bases na filosofia taoista do yin e do yang e

busca tratar o indivíduo como um todo. Por isso muitas vezes os tratamentos da

acupuntura estética terão algumas sessões, não só para tratar o problema mas

também a fim de equilibrar o corpo. Para que este possa fazer com que as células

recuperem-se o mais próximo possível do seu estado anterior. De acordo com

Nakano (2005), observa-se também, no envelhecimento, que além das rugas

determinadas pela contração dos músculos específicos, o não acompanhamento da

contração pela pele confere um aspecto de pele flácida, observando-se então, áreas

onde parece não existir a ancoragem derme hipoderme com a musculatura.

Segundo MTC, o Wei Qi (energia de defesa) é o responsável por nutrir o

espaço entre a pele e o osso: a sua deficiência acarreta diminuição no aquecimento

deste espaço tornando a pele solta de sua musculatura. Daí a necessidade de

tonificar o ei Qi para o tratamento do envelhecimento cutâneo a fim de tornar a

estimular a rigidez.Assim, deve-se tonificar o Shen Qi (rins), tonificar o Pi (baço), Fei

(pulmão), órgãos possivelmente em desequilíbrio, de acordo com o caso, afim de

tratar o tônus dos músculos, do tecido conjuntivo e da epiderme, além de outros

pontos que forem necessários variando de individuo para individuo.

A acupuntura estética facial, no tratamento de rugas, tem como objetivo

melhorar a circulação local, a oxigenação, o metabolismo, melhorar a sustentação

da pele, harmonizando assim os músculos faciais, promovendo um

rejuvenescimento facial. Existe uma regra que deve ser seguida para que os

resultados sejam satisfatórios, nunca tonificar um músculo sem antes sedar o seu

antagonista. O tratamento facial com acupuntura envolve a inserção de agulhas em


105

linhas de expressão e rugas da face, para reduzir os sinais visíveis ao

envelhecimento. A acupuntura trás benefícios, como aumentar o tônus facial,

reduzir o inchaço ao redor dos olhos, como também proporcionar mais firmeza para

a pele, aumentando o brilho.

Cada um dos músculos possui, na acupuntura, “pontos de comando”, pelos

quais podemos aplicar efeitos de excitação ou relaxamento. Devemos ora sedar ora

tonificar. Sempre devemos sedar o músculo antagonista, antes de tonificar o

agonista. Por exemplo: o ponto de comando do músculo frontal, tem função elevar

as sobrancelhas é o yintang; já o músculo orbicular da pálpebra (cuja função é

fechar os olhos) , é o E2 e o B2, o do músculo orbicular dos lábios é VG24, VG26 e

o E4; já o ponto de comando do músculo elevador da boca é o IG20, enquanto o

ponto E4, é comando par a os músculos risório, zigomático maior e menor,

bucinador e depressor da boca. Os possíveis pontos faciais utilizados no tratamento

de rugas com acupuntura estética facial estão descritos abaixo.

A acupuntura pode rejuvenescer de 5 a 15 anos, e os resultados obtidos com

as sessões podem ser mantidos e intensificados com cosméticos, exercícios faciais,

eletroperapia e massagens. Em 1996, um artigo no Journal of Clinical Acupuntcture,

relatou que 300 pessoas foram tratadas com acupuntura facial, e em 90% dos casos

foram observados efeitos benéficos, como melhor elasticidade dos músculos faciais,

pele mais macia e menos rugas (Morris, 2003).

O tratamento e o numero de sessões são realizados de acordo com a

necessidade da cada paciente ou da ruga que mais lhe incomoda, acrescentando

técnicas complementares quando necessário. É indicada aplicação semanal, com

duração de trinta minutos aproximadamente cada sessão. Na estética facial

recomenda-se o uso de agulhas curtas de aço inoxidável (3-5 mm.) finas,


106

descartáveis, geralmente utilizadas com mandril ou aplicador. O paciente, após a

aplicação da agulha, relata a sensação chamada de “TeQi” (sensação de

agulhamento).

O tempo médio de aplicação é de vinte minutos (tempo médio entre

tonificação e sedação). As sessões devem ser administradas de 1 a 3 vezes por

semana, num conjunto de 20 aplicações iniciais corretivas, com mais duas

sessões mensais, como manutenção.

7.3 Protocolo de Eletroacupuntura no Tratamento de Rugas Faciais

Tipo de rugas sedar tonificar

Freqüência>50hz Freqüência<50Hz

Tempo = 20 min Tempo = 10 min

_________________________________________________________

Frontais VB14 yintang e yuyao

Verticais yuyao,yintang VB14

(glabela) B2 e TA23

Orbiculares TA23,B2,E2, yuiao

(pés de galinha) E4, VB1

Pálpebra caída __ yuiao e VB14

Naso-geniano E4 IG20, VC24,

ID18 e E3

Para-nasais IG20 e E3 E4,IG19,VG26

Supra labial VG26,IG19 e VC24 IG20, E3 e E4

Para-bucal E4 e Jiacheng E2,E7 e E4

____________________________________________________________

Fonte: Nakano(2005) e Fornazieri(2005)


107

Figura 67 - Pontos faciais de acupuntura

É interessante observar a função do ponto.

Ponto yintang, quando estimulado tem a função de acalmar a mente, aliviar a

ansiedade, e na estética atua nas rugas localizadas entre as sobrancelhas, estimula

glândula pineal e hipófise.

Ponto Taiyang, acalma a mente, dores de cabeça, da cor e vitalidade ao

rosto.

E2 e E3, desintoxica o corpo e regula a respiração.

E4, efeito sobre os músculos faciais , distúrbios faciais e da boca, usado para

paralisia facial, atua no fígado e no pulmão, purificando o sangue e evitando o

acumulo de líquidos no corpo.

IG20, congestão nasal, marcas de expressão próximo ao nariz, distúrbios

nasais e faciais, estimula a desintoxicação corporal.


108

IG19 fortalece lábios e cútis, evita rachaduras.

VB14, clareia a mente e os pensamentos, atua sobre as atividade dos

intestinos delgado e grosso.

TA23, promove a tonificação dos músculos do corpo.

B1, brilho no olhar.

B2 atua no baço e pâncreas, melhorando metabolismo e digestão.

VG26 regula ação hormonal.

VC24 melhora a eliminação de resíduos alimentares, evitando que se

acumulem nos tecidos corporais.

7.4 Precauções e Contra Indicações

De acordo com Fornazieri (2005), deve-se observar algumas contra-

indicações e precauções: pacientes com marca passo não devem ser tratados com

eletroacupuntura; deve-se desativar a estimulação antes da remoção das garras de

jacaré; não deve-se estimular próximo ao glomus caroticus, na garganta, próxima a

artéria carótida, pois isto pode provocar queda de pressão sanguíne; não deve-se

tratar mulheres grávidas no primeiro trimestre, pacientes com arritimia cardíaca, não

colocar agulhas sobre ou nas proximidades da cabeça de pacientes com epilepsia.


109

Conclusão

O diagnóstico da face é um ótimo coadjuvante junto a acupuntura estética

facial no tratamento de rugas e envelhecimento, proporciona resultados bastante

satisfatórios. Este aspecto positivo se deve a essa técnica, já que com o tratamento

é possível rejuvenescer alguns anos, pois segundo a teoria chinesa a aparência

externa e o equilíbrio interno estão interligados e assim devem ser tratados

conjuntamente. Para um resultado estético mais imediato e permanente, os órgãos

internos em desequilíbrio devem ser trabalhados, objetivando a harmonia entre yin e

yang , trazendo como conseqüência saúde e beleza.

Ainda que a acupuntura seja uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa

praticada por mais de quatro mil anos, poucos estudos existem sobre a técnica

destinada para fins estéticos. Mesmo empiricamente conhecendo-se os resultados

da acupuntura no campo estético, a escassez de estudos gera receio em aplicá-la

com toda segurança. Por isso, sugerem-se ma\is estudos científicos na área para

que assim possam embasar suficientemente o uso da Acupuntura Estética Facial no

tratamento de rugas.
110

Bibliografia

AUTEROCHE, B- NAVAILH, P. O diagnóstico na medicina chinesa Ed Organização


Andrei, 1992

AZULAY, RD & AZULAY, DR. Dermatologia, 2ª ed. 1997.

BEUTTENMULLER, G. BEUTTENMULLER, V. Reequilibrio da Musculatura


Orofacial, Rio de Janeiro, Ed. Enelivros, 2.ed., 1995.

BONTEMPO, Marcio. Medicina Natural. Ed Nova Cultural,1992.

CARLUCCI, A. Programa de restauração da face - SBCP - Sociedade Brasileira de


Cirurgia Plástica, 1994.

CORREIA, MARCIO. Revista Personalité, Ano VII – nº 36 – ago/set – 2004

CUCÉ, LC; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia, 2ª ed. 2001.

DÂNGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, Rio de


Janeiro e São Paulo, Ed. Atheneu, 2.ed.,1997.

DAVIS, F. A Comunicação não Verbal, Ed. Summus, São Paulo, 5. ed., 1979.

DOUGLAS, R.C. Tratado de Fisiologia Aplicada às Ciências da Saúde.

FORNAZIERI, Luiz Carlos. Tratado de Acupuntura Estética. Ed Ícone, 2005.

GANTE, REGINA DA SILVA. Revista Personalité, Ano IX – nº 46 – 2006

GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia em Estética; Fundamentos, Recursos

GUYTON, A. C. Fisiologia Humana, Ed. Guanabara Koogan, 6. ed., 1988.

JIA EEL JOU, DR. Medicina chinesa e Acupuntura e Fitoterapia, Ed Caras Coleção
Caras, 2004.

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. São Paulo, Ed. Guanabara


Koogan, 9.ed., 1996.

KUSHI, MICHIO. O corpo fala da saúde. O livro do Diagnóstico Oriental, Ed.


Manole, São Paulo, 1º ed., 2000.

MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional, São Paulo, Ed. Atheneu.

MACIOCIA, GIOVANNI. Diagnóstico na Medicina Chinesa. Um guia geral. Ed.


Roca, 2006.
111

MARTINET, M. Teoria das Funções, Ed. Moraes, 1.ed., 1981.

MARTINEZ, VALQUIRIA. Os Mistérios do Rosto. Manual de Fisiognomonia, Ed.


Madras, São Paulo, 4º ed., 1999.

NAKANO, M, A YAMAMURA YSAO. Acupuntura em Dermatologia e Medicina


Estética, 2005.

OTTA, E. Sorriso em Bebês: Reação a face humana e a vários tinos de


degradações deste estímulo. Ver. Bras. Cresc. Des. Hum. São Paulo.,1992.

PSENDZIUK,C.B. Revista Personalitté, nº 44 – 2005

REICH, W. Análise do caráter, São Paulo, Ed. Martins Fontes, 2.ed., 1995.

SAMPAIO, SAP; CASTRO, RM; Rivitti, EA. Dermatologia Básica, 3ª ed. 1987.

SANTOS, MELISSA COSTA. Revista Personalité, Ano XI – nº 57 – 2008

SPENSER, P. ALEXANDER; Anatomia humana básica, Ed. Manole, 2° ed.

WEIL, P.; TOMPAKOW, R. O corpo fala. Rio de Janeiro, Ed. Vozes Lida 40.ED.,
1996.

Вам также может понравиться