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Introdução
Problematização
Você trabalha em uma unidade básica de saúde situada na região
metropolitana de um grande centro urbano. A Sra. Joana, 48 anos, após
avaliação do médico, é encaminhada até você. Ela trabalha em uma fábrica de
roupas de médio porte (costuram para outras marcas), a qual trabalha com
muitas máquinas antigas. O diagnóstico inicial do médico é para solicitar um
aparelho auditivo, pois há queixa de dificuldade para audição e, em sua
audiometria, identificou-se queda nas frequências: direita – 3kHz/35dB –
4kHz/40dB – 6kHz/30dB; esquerda – 3/25 – 4/35 – 6/30. Com essa perda
auditiva para sons agudos, o médico indicou o aparelho com a pretensão de
A Física
De forma mais ampla que o entendimento do físico como corporal ou
palpável, o grupo dos agentes físicos busca inspiração na origem de seu termo
(do grego antigo: physis – “natureza”) onde física é a ciência que estuda a
natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais gerais, analisa suas
relações e propriedades e visa descrever e explicar a maior parte de suas
consequências.
As ciências naturais, como a química e a biologia, têm raízes na física.
Sua presença no cotidiano é muito ampla, sendo difícil descrever todos os
fenômenos físicos em nossa volta.
Sempre nos embasando nas NRs, buscando seu entendimento e
interpretação técnica, vemos que “consideram-se agentes físicos as diversas
formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como:
ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom”.
Ruído
O ruído poderia ser considerado por todos, simplesmente, como
qualquer som indesejável. Em um sentido amplo, até mesmo o gosto musical
de seu vizinho pode ser interpretado como algo extremamente desagradável.
Em nosso contexto ocupacional, entenderemos ruído como emissões
sonoras (energia física) capazes de provocar efeitos e lesões em nosso
organismo. Esses estão relacionados à sua intensidade, predominantemente, e
também ao tipo e frequência.
Temos, no anexo 1 da NR15, que os níveis de ruído contínuo ou
intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de
pressão sonora, aparelho esse que chamamos comumente de Decibelímetro.
Essa unidade é, na verdade, um cálculo logarítmico (a exemplo do que é feito
no cálculo da concentração de hidrogênio das substâncias, gerando o pH),
portanto sua interpretação não é linear; por exemplo, um aumento de apenas
5dB dobraria a intensidade do risco, exigindo a metade da exposição máxima
permitida.
A norma define ainda que as leituras devem ser feitas próximas ao
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 30 minutos
94 2 horas
95 1 hora e 45 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Vibrações
Temperaturas Extremas
Calor
Todos os profissionais de saúde sabem que o controle da febre intensa
é fundamental para a manutenção da vida; temperaturas corporais internas
acima de 42ºC podem gerar lesões com a desnaturação enzimática, quando a
proteína perde sua estrutura secundária e/ou terciária, ou seja, o arranjo
tridimensional da cadeia polipeptídica é rompido, fazendo com que, quase
sempre, perca sua atividade biológica característica.
A NR15, agora em seu anexo 3, estabelece que a exposição ao calor
Temperatura de 30,5 ºC
Atividade leve
Descanso no próprio local
Pausa de 15 minutos em cada hora (45/15)
Frio
Embora tenhamos como tipo de energia apenas o calor (radiação
infravermelha), sua baixa intensidade gerando perda de calor é sentida como
frio. Temos pouco referencial normativo para sua quantificação e controle, ao
contrário dos demais riscos físicos.
O anexo 9 da NR15 diz que as atividades ou operações executadas no
interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições
similares, que exponham os trabalhadores ao frio sem a proteção adequada,
serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada
no local de trabalho.
Umidade
Talvez um dos menores textos anexos à NR15, o 10º, traz que nas
atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados com
umidade excessiva capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores,
serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada
no local de trabalho.
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Pressões Anormais
Tratando do trabalho sob condições hiperbáricas (pressão superior à
pressão atmosférica), a NR15, anexo 6, trata dos trabalhos sob ar comprimido
e dos trabalhos submersos.
Os primeiros são os efetuados em ambientes onde o trabalhador é
obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige
cuidadosa descompressão. Inclui diversas tabelas e cuidados. Também exige
que, após a descompressão, os trabalhadores sejam obrigados a
permanecerem, no mínimo por duas horas, no local cumprindo um período de
observação em local designado pelo médico responsável.
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Radiações Ionizantes
Estas são as energias que chamamos habitualmente de “radiação”, cujo
efeito foi largamente conhecido através do uso da energia atômica ou mesmo
nos equipamentos de Raio-X.
Este grupo se caracteriza por possuir energia suficiente para ionizar
átomos, inclusive com efeitos destrutivos sobre o DNA humano, sentidos nos
tecidos com maior taxa de duplicação – pele e gastrointestinais, mas também
nos demais com o risco acentuado do desenvolvimento de neoplasias.
Encontramos no anexo 5 da NR15 que as atividades ou operações onde
trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites de
tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do
homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados
pela radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NE-3.01:
“Diretrizes Básicas de Radioproteção”.
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Revendo a Problematização
Muito bem! Acredito que você já teve tempo suficiente para refletir sobre
o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Caso queira assistir ao
vídeo de problematização novamente antes de responder, acesse o vídeo
disponível no material on-line.
Analise as opções a seguir e pense em qual delas seria a resposta mais
viável para o caso da Sra. Joana.
A) Diz à Sra. Joana que, na sua idade, é comum perder a audição, além da
visão e do risco de ter outras doenças. Aproveita para cadastrá-la no grupo de
idosos e faz as orientações para hipertensão e diabetes. Faz a solicitação do
aparelho auditivo via convênio do SUS e solicita que aguarde.
B) Através da consulta de enfermagem você identifica que a Sra. Joana
trabalha há 7 anos com maquinário ruidoso, segundo ela e seus colegas de
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Feedbacks
A) A prevenção é fundamental, mas não se pode atribuir todas as doenças
apenas à faixa etária; o uso de aparelhos auditivos está indicado para melhorar
a qualidade de vida e mesmo retardar o agravamento de perdas, mas é
fundamental que as causas estejam controladas, portanto identificadas. A
solicitação do aparelho sem custos ajudará, mas pode ser pouco para o
momento e suas capacidades.
B) O padrão do audiograma descrito é suspeito para perda auditiva induzida
pelo ruído, e a história é favorável à uma exposição ocupacional a este risco
físico. O caso precisa ser avaliado objetivamente para que se confirme e as
medidas de proteção coletivas possam ser tomadas, prevenindo doença em
outros trabalhadores. Caso a empresa não possua ambulatório ou equipe
própria, o caso pode ser encaminhado para órgãos municipais ou estaduais de
proteção da saúde do trabalhador.
C) Sempre que houver uma doença incapacitante ou mesmo o risco grave de
agravamento, o afastamento através de atestado médico pode ser solicitado,
mas aparentemente não temos esta limitação na perda auditiva informada.
Quando a perícia da previdência social identifica uma restrição definitiva,
porém não uma invalidez, pode incluir em seu programa de reabilitação que
conta com orçamento específico para treinamento e mesmo órteses e próteses.
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Será que já temos uma boa base para desenvolver nosso raciocínio
clínico de causa identificada e efeito possível? Lembrem que a doença
ocupacional, seu estudo e controle, começam na sua identificação precoce.
Vídeo de síntese disponível no material on-line.
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