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EXERCÍCIO 2 - MEDIDAS DE FECUNDIDADE E REPRODUÇÃO (GOIÁS)

MÉTODOS E ANÁLISE DEMOGRÁFICA


DAVI SOUZA BOTELHO (201830121-78)

QUESTÃO 1
A fecundidade refere-se a capacidade efetiva de uma mulher, um homem ou casal,
de produzir um nascimento. Pode ser interpretada como a quantidade média de filhos que
as mulheres terão durante sua vida fértil. A fecundidade é a componente demográfica mais
importante para descrever a dinâmica populacional, pois impacta diretamente na estrutura etária
de qualquer população. Já o nı́vel de instrução da mulher, é uma caracterı́stica socioeconômica
clássica nos estudos sobre os condicionantes da fecundidade, pois exerce relevante influência
no seu nı́vel, padrão e tendência, além de condizer com o contexto social e econômico os quais
essas mulheres estão expostas.
Dentre os indicadores de fecundidade, a taxa de fecundidade total (TFT) é a mais
medida mais utilizada para descrever essa componente. Esta medida expressa o número médio
de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final do seu perı́odo reprodutivo (15 a 49
anos) de uma população em determinado espaço geográfico, no ano considerado. A TFT para
os estados brasileiros tem declinado desde a década de 1960, como mostram vários estudos.
Dados recentes do IBGE (2013) mostram uma constante queda das TFTs calculadas para o
estado de Goiás. Em 2000 essa taxa era de 2,23 filhos, passando para 1,94 em 2005 e 1,74
em 2010 e chegando a 1,61 em 2015. Analisando a TFT em 2010 para o Goiás, segundo nı́vel
de instrução da mulher (Tabela 1) percebe-se uma tendência decrescente, isto é, conforme
aumenta a escolaridade, diminui-se o número médio de filhos tidos por mulher, passando de
1,86 para aquelas que não tinham instrução ou tinham fundamental incompleto para 1,29 para
aquelas com nı́vel superior e TFT total (sem considerar a escolaridade) foi de 1,59 filhos. Nota-
se uma diferença entre a TFT calculada e a divulgada pelo IBGE, ou seja, uma subestimação
deste indicador. Esta diferença é atribuı́da a metodologia de cálculo utilizada. Nesta parte do
trabalho utilizou-se o método direto, no entanto, sabe-se que o IBGE utiliza métodos indiretos
para o cálculo de medidas de fecundidade.
Além da TFT, a Tabela 1 apresenta outras 3 medidas relacionadas a fecundidade para
o Goiás segundo o nı́vel de instrução da mulher a partir dos dados do Censo Demográfico de
2010 (SIDRA - Tabela 96). A taxa bruta de natalidade (TBN) expressa a intensidade com a
qual a natalidade atua sobre uma determinada população. Segundo a tabela, para a população
total com escolaridade mı́nima de ensino fundamental completo, a TBN está na casa dos 20
nascimentos por 1000 habitantes, enquanto a população sem instrução ou nı́vel fundamental

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incompleto, este indicador está em torno de 10 nascimentos por 1000 habitantes, no entanto,
não é recomendado fazer comparações, pois este indicador é afetado pela estrutura etária. O
segundo indicador, é a taxa de fecundidade geral (TFG) que expressa a intensidade com que
as mulheres têm filhos a cada idade. É calculada como o quociente entre o número de nascidos
vivos e a população feminina dentro do perı́odo reprodutivo. A TFG em 2010 para o Goiás foi
de 49,79 por mil, isto que indica que, neste ano, de cada mil mulheres em idade reprodutiva
nasceram 49,79 nascidos vivos. Mulheres com nı́vel fundamental completo e médio completo
apresentaram TFG superior a média. Tal como a TBN, não recomenda-se fazer comparações
com a TFG. O último indicador é a idade média da fecundidade (IMF) que foi de 26,52 anos
em 2010 para o Goiás. Percebe-se que, ao considerar o nı́vel de instrução, quanto maior for a
escolaridade da mulher, maior será a IMF para o respectivo grupo. Para detalhes sobre estas
medidas, consultar Carvalho (1994) e REDE (2008).

Tabela 1: Medidas de fecundidade segundo nı́vel de instrução da mulher. Goiás - 2010

Medida
Nı́vel de Instrução
TBN (por mil) TFG (por mil) TFT IMF (em anos)
Sem instrução e fundamental incompleto 10.01 45.39 1.86 24.99
Fundamental completo e médio incompleto 23.95 56.48 1.75 26.04
Médio completo e superior incompleto 24.88 51.67 1.44 27.41
Superior completo 21.47 43.82 1.29 29.43
Total1 17.01 49.79 1.59 26.52
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. (1) Desconsiderar o nı́vel de instrução.

Outra medida importante é a taxa especı́fica de fecundidade (TEF) que mede a


intensidade de fecundidade a que as mulheres estão sujeitas em cada grupo etário do perı́odo
reprodutivo (Figura 1). Observa-se que, com o aumento do nı́vel de instrução da mulher, o
padrão etário da fecundidade passa a ter um contorno mais tardio para o Goiás em 2010. Para
as mulheres sem instrução e com fundamental incompleto, a maior concentração da fecundidade
vem daquelas com idade de 20 a 24 anos. As que possuem ensino fundamental completo e
médio incompleto também têm o pico da sua curva de fecundidade neste grupo etário, embora
apresentem nı́vel mais baixo na adolescência (de 15 a 19 anos), com uma concentração um
pouco maior nos grupos com 25 anos ou mais de idade. Entre aquelas que possuem nı́vel de
instrução médio completo e superior incompleto, observa-se um comportamento do padrão da
fecundidade mais dilatado, com concentração no grupo de 25 a 29 anos de idade, enquanto no
grupo de mulheres com ensino superior completo nota-se que a cúspide da TEF vem daquelas
com idades de 30 a 34 anos, ou seja, apresentam uma fecundidade tardia.

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Figura 1: Taxas especı́ficas de fecundidade por nı́vel de instrução da mulher, segundo
os grupos de idade. Goiás - 2000

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

QUESTÃO 2
A taxa bruta de reprodução (TBR) representa o número médio de filhas de mulheres
no final do perı́odo reprodutivo, mulheres essas pertencentes a uma geração que experimente
um determinado conjunto de TEFs. Considera apenas os nascimentos do sexo feminino numa
população. A TBR é uma medida semelhante a TFT, o que diferencia essas medidas é o
numerador. Enquanto a primeira medida leva em consideração apenas nascidos vivos do sexo
feminino, a segunda considera ambos os sexos. Outra medida interessante, é a taxa lı́quida de
reprodução (TBR). Esta última é a TBR considerando a sobrevivência das mulheres. A TLR
representa o número médio de filhas por mulher na presença do efeito da mortalidade. Por isso,
que a TLR é menor que a TBR, apenas se igualam quando o efeito da mortalidade é nulo.
Para obtenção do número de nascidos vivos do sexo feminino, utilizou uma ponderação
pela porcentagem de nascimentos do sexo feminino com menos de 1 ano. Segundo a Sinopse
do Censo Demográfico de 2010, essa porcentagem era de 49,15% em Goiás para 2010. Os
dados da Tabela 2 permitem calcular a TBR e TLR para o Goiás, em 2010. O somatório das
nTEFx,f, igual a 0,156, multiplicado por 5, corresponde a TBR, igual a 0,7813 do Goiás. Este
resultado indica que, se uma geração de mulheres experimentasse as nTEFx,f observadas no
Goiás em 2010, ao final do perı́odo reprodutivo, em média, teria dado a luz a aproximadamente
0,7813 meninas nascidas vivas. O tamanho da coorte inicial é de 100.000 mulheres e a TLR
é de 0,7797, pode dizer que a cada geração de recém nascidas seria substituı́da por uma
geração de filhas 22% menor.

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Tabela 2: Medidas de reprodução. Goiás - 2010

Taxas especı́ficas de Funções da


Grupo etário fecundidade feminina Tábua de Vida (nTEFx, f )* (nLx / lo)
(nTEFx, f) lo nLx
15 a 19 anos 0.0268 98360 491231 0.1338
20 a 24 anos 0.0444 98110 489692 0.2217
25 a 29 anos 0.0396 97762 487873 0.1975
30 a 34 anos 0.0286 97382 485587 0.1424
35 a 39 anos 0.0126 96838 482659 0.0630
40 a 44 anos 0.0037 96210 478724 0.0184
45 a 49 anos 0.0006 95239 472910 0.0029
TBR 0.7813
TLB 0.7797
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

QUESTÃO 3
Conforme descrito por Albuquerque et. al (1985) e Carvalho et. al (2016):
O método P/F de Brass foi desenvolvido por William Brass em 1968, cujo objetivo é estimar
os nı́veis e padrões de fecundidade e consiste em relacionar a fecundidade corrente e a
retrospectiva. A ideia básica do método considera que essas duas informações estão sujeitas
a erros de declaração e memória. A fecundidade corrente, obtida através dos nascimentos
ocorridos nos 12 meses anteriores ao censo ou pesquisa, está afetada, de forma geral pela
imprecisão do perı́odo de referência. Já a fecundidade retrospectiva ou parturição, obtida
através dos filhos tidos nascidos vivos, sofre com os erros de memória das declarantes, sendo
a parturição uma variável de estoque de cada coorte. O método consiste em corrigir esses
dois erros, adotando as taxas de fecundidade atuais para corrigir o padrão da fecundidade e a
informação sobre os filhos tidos nascidos vivos referentes às mulheres mais jovens para corrigir
o nı́vel.
A partir dos dados da parturição e da fecundidade corrente acumulada calcula-se a
razão entre elas (Pi /Fi ) para corrigir o nı́vel da função de fecundidade corrente, onde:
Pi = Número médio total de filhos tidos nascidos vivos das mulheres do grupo etário i;
Fi = Fecundidade corrente acumulada até o grupo etário i calculada a partir das taxas es-
pecı́ficas de fecundidade declaradas.
Dentre os pressupostos do método P/F, pode-se citar:

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1. O erro de perı́odo de referência é não seletivo em relação às idades das mães, portanto,
é proporcionalmente constante em cada idade;

2. O erro de memória é crescente com a idade somente a partir das mulheres mais velhas
(30 ou 35 anos).

Os pressupostos asseguram uma correção proporcionalmente constante do nı́vel da


fecundidade corrente declarada, por grupo etário e permitem que se obtenha um fator de
correção a partir da comparação da parturição com a fecundidade corrente acumulada nos
primeiros grupos etários do perı́odo reprodutivo.
Em relação às condições necessárias estão:

1. A fecundidade é constante ao longo do tempo;

2. A população é fechada à migração ou que não haja diferencial de fecundidade entre as


mulheres migrantes;

3. A mortalidade é não seletiva quanto à fecundidade, de forma que as mulheres que


morreram tenham tido a mesma fecundidade do que aquelas que sobreviveram.

As condições acima garantem que qualquer que seja a coorte considerada, que a
trajetória passada de fecundidade será fielmente representada pela distribuição das verdadeiras
taxas especı́ficas de fecundidade corrente, ou seja, aquelas declaradas, corrigido o erro de
perı́odo de referência.
Após calculada a série P/F , é necessário definir qual Pi /Fi será utilizado para a
correção do nı́vel da curva de fecundidade corrente. As mulheres com 25 ou mais tendem a
subestimar o número de filhos já tidos, o que implica em erro de memória e as mulheres com
idade entre 15 a 19 anos tem um número de filhos que pode apresentar significativas flutuações.
Por isso, recomenda-se utilizar, como fator de correção, o P2 /F2 , o quociente entre a parturição
e a fecundidade corrente acumulada do grupo etário entre 20 e 24 anos, pois se acredita que
as informações acerca da parturição tem aceitável precisão.
Seguindo os passos do método P/F de Brass, descritos no Manual X (United Nations,
1983), a técnica foi aplicada com a variante Trussell para o estado de Goiás em 2010, utilizando
dados do Censo Demográfico, conforme detalhado na Tabela 3. A tabela mostra algumas TFT’s
calculadas com fatores de correção diferentes. Conforme mencionado no parágrafo anterior,
a razão P2 /F2 é a escolhida para o cálculo da TFT final. Portanto, observa-se que o nı́vel de
fecundidade das mulheres em Goiás calculado a partir da técnica de Brass (TFT de 1,75 filhos
por mulher) é superior aquele calculado com a aplicação do método direto (TFT de 1,59 filhos
por mulher). Ao confrontar a estimativa da TFT calculada neste trabalho com aquela divulgada

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oficialmente pelo IBGE (TFT de 1,74 filhos por mulher), ou seja, estão muito próximas. Portanto,
o uso de P2 /F2 como fator de correção se torna ainda mais adequado.

Tabela 3: Aplicação do Método P/F de Brass com variante Trussell. Goiás - 2010

Idade i Pi T EFi φi Fi fi+ P/F fi∗ fi∗∗ fi∗∗∗ fi∗∗∗∗


15 a 19 1 0.146 0.054 0.272 0.046 1.172 0.054 0.057 0.062 0.059
20 a 24 2 0.629 0.09 0.724 0.537 0.089 1.17 0.104 0.111 0.119 0.115
25 a 29 3 1.21 0.081 1.127 0.974 0.078 1.242 0.092 0.097 0.105 0.101
30 a 34 4 1.761 0.058 1.418 1.317 0.055 1.337 0.064 0.068 0.073 0.07
35 a 39 5 2.059 0.026 1.546 1.503 0.023 1.37 0.027 0.029 0.031 0.03
40 a 44 6 2.229 0.008 1.584 1.572 0.007 1.418 0.008 0.008 0.009 0.008
45 a 49 7 2.41 0.001 1.59 1.588 0.001 1.518 0.001 0.001 0.001 0.001
TFT 1.59 1.75 1.86 2.00 1.92
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. Nota: fi∗ : estimado usando P2/F2; fi∗∗ : estimado usando P3/F3; fi∗∗∗ : estimado

usando P4/F4; fi∗∗∗∗ : estimado usando média entre P3/F3 e P4/F4.

Pela Figura 2 é possı́vel notar que todos os valores da série P/F são maiores do que
um, o que significa que a fecundidade corrente está subestimada ou está declinando. Segundo
Cavenaghi e Alves (2016) é de se esperar que esteja realmente ocorrendo um declı́nio nas
taxas de fecundidade para idades mais avançadas no perı́odo reprodutivo.

Figura 2: Séries das razões P/F (parturição e fecundidade corrente equivalentes).


Goiás - 2000

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

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QUESTÃO 4
Albuquerque (1985) e Cabo Verde (2000) descrevem com detalhes o Método de Arriaga (1983).
Conforme essas referências, abaixo segue-se uma breve apresentação deste método:

1. Descrição do método: O modelo proposto por Arriaga para estimar a fecundidade é


empregado quando as informações sobre o número médio de nascidos vivos provenientes
de dois ou mais levantamentos são conhecidas. Assim, é possı́vel estimar as taxas de
fecundidade para o ano posterior ao primeiro levantamento e a anterior do último. Através
de um processo de interpolação é obtido o número médio de filhos por mulher para idade
individuais na data do levantamento, a partir da informação por grupos quinquenais.

2. Dados exigidos: O número médio de filhos nascidos vivos por mulher, classificadas
por grupos de idade quinquenais, para pelo menos duas datas e a distribuição da taxa
especı́fica de fecundidade por grupos de idade quinquenais, para as mesmas datas.

3. Pressupostos: A qualidade das informações sobre os nascimentos usados no processo


de cálculo das taxas especı́ficas de fecundidade é a mesma para todos os grupos etários;
o número médio de nascidos vivos varia linearmente para cada idade da mulher (mesmo
que o nı́vel da fecundidade total varie acentuadamente).

4. Vantagens: A técnica não assume uma fecundidade constante, ela pode prever quando
tiver mudado; as estimativas de fecundidade são obtidas para o ano de Censo ou Inquérito
e uma análise aos fatores do ajustamento permite uma avaliação dos dados usados.

5. Limitações: Os erros nos dados referentes ao número médio de filhos nascidos vivos
afetará os resultados. Uma incorreta declaração de idade da mulheres pode provocar
efeitos imprevisı́veis. Erros na taxa especı́fica de fecundidade por idade afetará os
resultados se o padrão de fecundidade leva em consideração os erros contidos no padrão
atual.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, F. R. P. C., OLIVEIRA, J. C., PEREIRA N. O. M. Estimativas de fecundidade


para o Brasil com base nas técnicas de Brass e de Arriaga. Rev Bras Estat Pop. 1985;
46(8):181-2.
CABO VERDE, Instituto Nacional de Estatı́stica (INE-CV). Fecundidade (2000)-Censo 2000,
2000.
CARVALHO, J. A .M.; SAWYER, D.; RODRIGUES, R. N. Introdução a alguns conceitos
básicos e medidas em demografia: Belo Horizonte: Série Textos Didáticos, N.1, ABEP, 1994.
CARVALHO, J. A.; GONÇALVES, G.; SILVA, L. Aplicação da técnica P/F de Brass em um
contexto de rápida queda da fecundidade adolescente: o caso brasileiro na primeira década do
século. Texto para discussão, n. 540. Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 2016 (Texto para
discussão, n. 540).
CAVENAGHI, S. M.; ALVES, J. E. D. Qualidade das informações sobre fecundidade no Censo
Demográfico de 2010. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 33, n. 1, p. 189–205,
2016.
REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no
Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - Ripsa. – 2.
ed. – Brası́lia: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.
UNITED NATIONS. Manual X: Indirect techniques for demographic estimation. 1. ed. New York:
United Nations, 1983.

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