É sempre relevante termos consciência de que a história da arte não deve
ser nosso único parâmetro de análise da legitimidade dos artistas. Haverá sempre aqueles que serão altamente legitimados em seus bairros, cidades, estados, países ou mesmo continentes, e, no entanto não serão citados na “grande história da arte”. Esses artistas, todavia, contribuem imensamente para o desenvolvimento das artes em seus sistemas específicos – provavelmente mais do que o fazem os livros e historiadores que elencam importâncias mundiais da arte -, ao vivenciar e contribuir com a discussão de questões específicas (e importantes) ao sistema do qual fazem parte e que não necessariamente são abordadas em outros ambientes. (DINIZ, 2008, p. 157, Apud Giffony, 2010) ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
QUÊ QUÊ ISSO???
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Arguição seria uma alegação/argumento a determinada lei
quando essa lei não condiz com os preceitos fundamentais da Constituição de 88.
Arguição de descumprimento de preceito
fundamental (ADPF) é a denominação dada no Direito brasileiro à ferramenta utilizada para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público (União, estados, Distrito Federal e municípios), incluídos atos anteriores à promulgação da Constituição (wikipedia). ADPF 293 Questiona a Exigência de diploma ou atestado sindical para registro de profissionais da área artística na antiga Delegacia Regional do Trabalho Pois, A liberdade de expressão artística não deve (...) sofrer limitações de natureza política, ideológica ou artística. LEI 6533
O reconhecimento legal da profissão de ator pela Lei
n° 6.533 foi fruto da organização e mobilização das diversas categorias abrangidas pela norma . Durante quase 50 anos (posteriores ao Decreto n° 5.492, de 16 de julho de 1928), artistas e técnicos lutaram por essa declaração de legitimidade, quase um atestado de não marginalidade, pois o exercício artístico sofreu durante muito tempo certos preconceitos ligados a prostituição, vadiagem, instabilidade, informalidade, entre outros (Giffony, 2010) LEI 6533 Sancionada em 1978 pelo presidente ERNESTO GEISEL
10 anos antes da constituição.
40 anos sem sofrer modificação
LEI 6533
Nesse diapasão, faz-se mister assinalar que o fato da
profissão artística se encontrar diretamente ligada a conhecimentos de natureza culturais e sociais que ultrapassam as barreiras dos bancos das faculdades não significa que o ensino superior seja absolutamente dispensável. (...) Ocorre que esse simples fato não será o suficiente para legitimar o Estado a exigir de todos os profissionais da área diploma de curso superior ou atestado de capacitação sindical. ( Almeida , 2013) ADPF 293 Em discussão a ADPF afirma que a exigência de qualificação: não se pauta em critérios de ordem técnica, tampouco tem por fundamento interesse público, porquanto tais atividades não têm potencial de pôr em risco a liberdade, o patrimônio ou outros bens jurídicos sensíveis dos indivíduos.
Dentro dessa discussão há que ser feito o reconhecimento de quais
profissões é necessário o estudo de maneira mais formal (ex: professor das artes). PROVOCAÇÕES Como o Estado ou sindicato podem definir se uma pessoa é artista ou não? Um artista só pode se profissionalizar dentro do ensino formal? É justo um artista que escolhe caminhos alternativos para sua formação (fora da escola tradicional) ter dificuldades ou ser impedido de tirar seu registro de trabalho? Qual seria o problema das pessoas se registrarem profissionalmente como artistas sem precisar comprovar os seus trabalhos artísticos? Poderia a regulamentação dos artistas está em maior diálogo com o direito fundamental de livre expressão quando não existe o risco aos outros? A lei como atualmente está sendo aplicada não colabora para a informalidade do artista?