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ADMINISTRAÇÃO
E
LIDERANÇA CRISTÃ

ÁREA PASTORAL – 2017


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SUMÁRIO

UNIDADE I: ADMINISTRAÇÃO CRISTÃ – POSTULADOS BÁSICOS.


A. A ADMINISTRAÇÃO CRISTÃ: DOM E CIÊNCIA
B. TIPOLOGIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO:
C. PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DERIVADOS DA PALAVRA DE
DEUS

UNIDADE II: O PROCESSO ADMINISTRATIVO.


A. DIAGNÓSTICO: PARTINDO DA REALIDADE.
B. PLANEJAMENTO: DEFININDO O CURSO DE AÇÃO.
C. ORGANIZAÇÃO: APROVEITANDO OS RECURSOS.
D. DIREÇÃO:
E. SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO:
F. DESENHO DE ESTRATÉGIA BÁSICA PARA ALCANÇAR A COMUNIDADE.

UNIDADE III: A LIDERANÇA CRISTÃ.


A. A LIDERANÇA NA IGREJA PRIMITIVA: PARADIGMAS.
B. PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA NA PERSPECTIVA DO NOVO TESTAMENTO.
C. PRIORIDADES PARA A LIDERANÇA CRISTÃ.
D. A MOTIVAÇÃO NA LIDERANÇA CRISTÃ.
E. DESAFIOS E PROBLEMAS FREQÜENTES NA LIDERANÇA CRISTÃ.
F. PROPOSTA PARA DESENVOLVER LÍDERES NA IGREJA LOCAL.
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UNIDADE I: ADMINISTRAÇÃO CRISTÃ – POSTULADOS BÁSICOS.

DEFINIÇÃO: O conceito de administração representa uma governabilidade, gestão de uma empresa


ou organização de forma que as atividades sejam administradas com planejamento, organização, direção e
controle. O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas na busca de realizar objetivos
da organização bem como de seus membros.
A administração tem uma série de características entre elas: um circuito de atividades interligadas,
buscar de obtenção de resultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e materiais disponíveis,
envolver atividades de planejamento, organização, direção e controle.

A ADMINISTRAÇÃO, A RELAÇÃO COM O DINHEIRO E O MINISTÉRIO:


Muitos pastores sentem-se capazes de liderar a igreja no campo espiritual, mas poucos se sentem
aptos o bastante para administra-la como instituição. Historicamente, a filosofia e os princípios de
administração dos cristãos provêm do meio empresarial secular, que se caracteriza como humanista e
materialista.
A maioria dos autores na área de consultoria e administração define “administrar” como “ Realizar
o trabalho por meio de outros” .
Tal concepção tende a despertar a natureza pecaminosa do ser humano porque dá aos
administradores o direito de controlar e explorar os seus subordinados. É uma filosofia mundana de
administração, que contrasta com o ensinamento de Cristo, como em Mt. 20: 25-28. “Sabeis que os
governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim
entre vós; pelo contrario, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem
quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o filho do homem, que não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

❖ “ Sem uma administração eficaz não é possível levar adiante um ministério de uma forma realmente produtiva.”

Absoluta e infelizmente a má administração é o motivo da derrocada de muitos ministérios pastorais e


a dissolução de lideranças eclesiásticas.
No mundo no qual vivemos as pessoas são vorazmente ligadas ao dinheiro. No entanto, não é esse o
motivo principal da falência de igrejas, ministérios e pastores. O que acontece na maioria das vezes é que o
pastor e/ou a liderança não têm conhecimento básico na administração dos recursos, culminando assim em
escândalos irreparáveis para o corpo de Cristo.
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O Rev. Hernandes Dias Lopes relata no livro “De: Pastor A: Pastor” a necessidade do líder entender
que a Igreja não é sua propriedade e, portanto, estamos todos nivelados à condição de servo. “Na Igreja de
Deus não existem chefes, caudilhos e donos(...)Aqueles que se arvoram em donos da Igreja e tratam-na como
uma empresa particular, buscando abastecer-se das ovelhas, em vez de servi-las e pastoreá-las, estão em franca
oposição ao propósito divino.” 1 (p. 128)
“A questão do dinheiro é uma área delicada e também um campo escorregadio, em que muitos obreiros
têm caído. O dinheiro é uma benção, mas o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. O dinheiro é um bom
servo, mas um péssimo patrão. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não
é guardar o dinheiro no bolso, mas armazená-lo no coração.”2 (p. 130)
No ministério, a administração é fundamental, pois demonstra a obediência da liderança aos princípios
bíblicos relacionados à mordomia e torna-se exemplo e testemunho para os de fora. A transparência no
manuseio dos recursos depende do por que e para quem. Recebemos uma “procuração” do Senhor para tomar
conta dos negócios do seu Reino.
Em inúmeros casos, ministérios acabam pela ausência da boa administração, ou seja, pela falta de
instrução e capacitação dos responsáveis causando um prejuízo enorme àquela congregação e ao Evangelho
de uma forma geral.

A. ADMINISTRAÇÃO CRISTÃ: DOM E CIÊNCIA


Discutir o tema em classe: Por que as empresas bem administradas (por pessoas incrédulas)
funcionam bem e administrativamente algumas igrejas dirigidas (administradas) por pessoas crentes
funcionam mal?

1. Pensar sobre o bom senso.


• Bom senso é bom – não fácil.
• Pés no chão ou fé sem medida?
• Coisas simples são feitas, por isso, simplifique as coisas até conseguir fazê-las.

2. Pensar sobre nossos fornecedores e clientes.


• Quem são eles?

3. Faça uma análise da “FFOA” – Força, Fraqueza, Oportunidades e Ameaças.


• Pare, pense, aja.
• Comece e continue até acabar.
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4. Encurrale sutilmente o problema, ou seja, conheça-o.


• Deixe as situações se acalmarem por si.

5. Paciência e velocidade.
• Quando e como agir.
• Perceba o que precisa ser feito.

6. Saiba o que você é e o que quer se tornar.


• Vá onde você quer ir.
• Avalie os conselhos antes de aceita-los.
• Envelhecemos da mesma maneira, embarcando ou não.
• Chegar lá não é metade da graça, é toda graça.

7. QUATRO SENTIMENTOS NEGATIVOS:


A. Covardia: Reação natural e muito compreensível ao perigo. Encarar as tarefas como desafios.
Normalmente aquilo que nos faz temer, trará grandes realizações.
B. Descuido: Realmente não há desculpas para o descuido. O descuido nos conduz ao erro.
Desmazelo, relaxo.
C. Preguiça: Há muitas razões para a preguiça e para seu primo direto, o adiantamento. Os
adiantamentos em geral têm mais a ver com o medo se fracassar do que com a preguiça dita. O pior tipo de
preguiça é a intelectual, quando não queremos pensar. Aqui vale a pena cultivar a ideia de que a qualidade
conta em tudo. “meia boca” é inimiga do sucesso do bom desempenho.
D. Ignorância: Existe cura para a ignorância. Chama-se conhecimento. Conhecer vem pela
experiência, aprendendo com os erros e indo a frente em direção a erros mais complexos. A pessoas que sabe
tudo – ou acha que sim – nada tem a aprender. O que é realmente uma pena.

B. TIPOLOGIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO


1. Administração por controles.
O controle é uma das funções que compõe o processo administrativo. Esta função, controlar, consiste
em averiguar se as atividades (projetos atividades) efetivas estão de acordo com as atividades e seus projetos
originais que foram planejadas.
É o controle que se resulta a Função Administrativa, conhecida pela sigla “POCCC” onde é
identificado no primeiro “C”, ou seja, parte da resultante desenvolvida a partir do terceiro “C”, onde sempre
o administrador, partindo do necessário Planejamento e Organização estabelecidos, tem a possibilidade de
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então, identificar, analisar, avaliar e controlar a resultante de sua obra planejada. Em suma “POCCC” significa:
P – Planejar; O – Organizar; C – Controlar; C – Coordenar; C – Comandar

2. Administração por objetivo


Administração e o seus objetivos são um processo de entendimento dos objetivos de uma organização,
de maneira que a administração e funcionário desempenhem as suas funções desses objetivos e que os
compreendam. O termo Administração por Objetivos foi introduzido popularmente por Peter Drucker em
1954.
Qualquer gestor facilmente encontra problemas em compreender e concordar com os funcionários, a
respeito de o que se pretende atingir. A APO consiste, basicamente, num processo que requer a identificação
e descrição precisas de objetivos (a atingir) e prazos para conclusão e monitorização. Tal processo exige que
o gestor e o funcionário concordem no que a administração pretende atingir no futuro e que todos
desempenharão as suas funções em função dos objetivos (de outra forma se conseguirá a noção de
compromisso).
Características principais:
✓ Estabelecimento conjunto de objetivos entre o executivo e seu superior;
✓ Estabelecimento conjunto de objetivos para cada departamento ou posição;
✓ Interligação dos objetivos departamentais;
✓ Elaboração de planos táticos e operacionais, com ênfase na mensuração e no controle;
✓ Continua avaliação, revisão e reciclagem dos planos;
✓ Participação atuante de chefia;
✓ Apoio intenso do staff durante os primeiros períodos;
✓ Motivação dos trabalhadores de sua empresa.

3. Administração por motivação


O objetivo Administrativo deste modelo é para aprimorar programas de motivação no trabalho a partir
de perfil motivacional do trabalhador. O pressuposto básico é que as estratégias de motivação laboral são mais
eficientes quando correspondem diretamente a metas e valores do trabalhador.
Para tanto, são discutidas brevemente as principais teorias que explicam a motivação no trabalho, bem
como suas aplicações em programas motivacionais concretos.
É apresentada uma moderna teoria dos valores, verificadas empiricamente em mais de 60 países, que
identifica a estrutura motivacional das pessoas.
Conclui-se que o conhecimento do perfil motivacional do trabalhador possibilita o desenvolvimento
de programas diferenciados de motivação dentro da organização, visando a atender a metas de trabalhadores
diversos.
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C. PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DERIVADOS DA PALAVRA


DE DEUS.
No caminho do deserto, ruma à Terra Prometida, Moisés, servo de Deus, devia atender os assuntos
que lhe trazia o povo (Ex. 18.13). A tarefa foi tão extenuante que seu sogro Jetro, de visita por esses dias na
casa de Moisés, aconselha a fazer ajustes na forma de fazer as coisas, para benefício do povo de Israel e o
cumprimento de seu objetivo. Moisés devia tomar uma decisão administrativa de delegação de funções (Ex.
18. 14 – 26) para solucionar o problema e para que o povo continuasse no caminho do proposito que Deus
lhes havia mostrado.
Por outro lado, a igreja cristã em Jerusalém, fiel à sua vocação de serviço aos necessitados, decidiu
começar um ministério de atenção às viúvas, especialmente no se referia às suas necessidades de alimentação.
Com o passar do tempo, se apresentaram alguns problemas que começaram a entorpecer o ministério e a afetar
os relacionamentos na comunidade cristã (At. 6. 1).
Os apóstolos, convocando a congregação dos fiéis, expuseram o problema e sugeriram alternativas de
solução (At. 6. 2 – 4) para que a comunidade de crentes reunida adotasse uma decisão para solucionar o
problema em menção (At. 6. 5, 6).
A igreja adotou uma decisão administrativa para aperfeiçoar a organização dos recursos humanos e
materiais disponíveis. O resultado: “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o
número de discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia a fé” (At. 6. 7).
A administração, no contexto do Reino é a destreza de organizar reverentemente os recursos humanos,
econômicos e materiais para o cumprimento da missão da igreja no mundo. Mesmo quando os estereótipos
que se tem popularizado neste campo, pela influência do contexto, referem às figuras de “chefe”, “caudilho”
ou “ditador”, o ensino bíblico é claro e conclusivo para mostrar que há princípios chaves que fazem da
administração e da liderança no povo de Deus, um ministério ou serviço que demanda equipamento técnico
forjado sobre uma sólida base espiritual no marco dos valores do Reino de Deus.
Esta é a razão pela qual, na formação ministerial, a igreja considera que este recurso é decisivo quando
ser prove dentro dos parâmetros bíblicos. Confiamos que, ao receber os enfoques e as ferramentas que
compartilha esta matéria, o ministro esteja desejoso de servir ao Senhor e sua Igreja com excelência.

EXEMPLOS BÍBLICOS:
➢ I Rs. 12:7 – O conselho dos anciãos dado ao rei Roboão: “ Se hoje fores servo deste povo, e
o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.”

➢ Fp.2:5-7 “ tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens...”
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Lee Brase, um líder cristão, afirmou :“ Nós, que ocupamos posições de liderança, quase sempre
temos dificuldade de aceitar a idéia de que devemos servir aos outros. Nossa tendência é presumir que,
como conseguimos chegar ao auge, nós é que merecemos ser servidos... É um direito que alcançamos.”
Liderança servidora, é a ênfase da moderna administração, que redescobre os antigos princípios
bíblicos. “ Não sei qual será o seu destino, mas de uma coisa eu sei: Os únicos entre vocês que serão
realmente felizes são aqueles que buscarem e aprenderem a servir.” Encontra-se um sentido ou um
significado para a vida no ato de servir. Não existe sucesso sem serviço. A infelicidade na vida cristã
relaciona-se com a inatividade, a ociosidade e a omissão.
O Pr. Dr. Lázaro Aguiar Valvassoura, declarou o seguinte: “ Sirvo a Deus através da igreja.
Jamais me servi da igreja . Tenho procurado guardar os marcos que geram um ministério sólido:
“Caráter é mais importante que carisma, Ser é mais importante que fazer, Dar é mais importante que
receber, A igreja é mais importante que os homens, A família é mais importante que o sucesso.!”
O patrimônio mais valioso de qualquer instituição é as pessoas que trabalham nela. Podemos
resumir a atividade administrativa em duas categorias: A administração de coisas e de ideias.
Infelizmente, com maior frequência o administrador dá muito mais atenção à categoria das coisas .
É mais fácil lidar com as coisas que são concretas, do que com ideias que são intangíveis.
Na categoria “ Coisas” estão: Orçamentos, o prédio, as instalações, o equipamento, e os
suprimentos. As coisas podem ser contadas e inventariadas.
As ideias, ao contrário, são invisíveis. É difícil, às vezes, avalia-las. Podem ser ignoradas com
facilidade. Entretanto, as coisas só existem porque antes nasceram na mente de alguém. O futuro da
instituição depende de como ela irá administrar as ideias que as pessoas estão tendo no presente.

UNIDADE II: O PROCESSO ADMINISTRATIVO.


DIAGNÓSTICO: PARTINDO DA REALIDADE.
1. Critérios para um diagnóstico integral.
No momento em que assumimos um desafio empresarial, pessoal e ministerial nos deparamos com
condições favoráveis e desfavoráveis do ambiente e situações que necessitam de avaliações. Ou seja,
suponhamos que aceitamos um convite para pastorear uma igreja em outra cidade ou uma empresa no exterior.
Certamente será um desafio pelo fato de nunca termos enfrentado uma ocasião como esta. Portanto, os
processos administrativos são recursos que nos auxiliam para obtenção de uma visão ampla e integral de como
estão as condições deste local, situações adversas e também indicadores para a mudança desses quadros.
DEFINIÇÃO DE DIAGNÓSTICO: Para facilitar a compreensão do seu significado, é possível
estabelecer um paralelo com a medicina humana: o médico faz um diagnóstico no paciente (check-up para
descobrir as possíveis causas dos problemas), depois faz um prognóstico (o que pode acontecer se o paciente
não se tratar) e ai faz a prescrição médica (dá a receita com a indicação dos remédios).
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Na linguagem da administração esse diagnóstico pode ser entendido com uma sigla em inglês
designada como “SWOT” e traduzida para o português como “FOFA”. Abaixo estudaremos o princípio deste
recurso.
ANALÍSE SWOT OU FOFA: DEFINIÇÃO
O QUE É? – Assim como na vida pessoal, na vida empresarial é indispensável que, anualmente,
façamos um check-up. O diagnóstico é um instrumento para levantar todos os aspectos da empresa, vendas,
estoques, processos produtivos, estrutura de custos, ações de marketing, posicionamento mercadológico,
posições financeiras. Esses levantamentos e avaliações devem compor uma série histórica para comparativo
interno, com os dados anteriores da empresa, e externo, dentro do setor onde ela atua. Seu principal objetivo
é identificar, através de questionamentos objetivos, dificuldades e oportunidades para que a empresa possa
crescer e desenvolver, quando ela está equilibrada ou, recuperar-se e equilibrar-se, quando está com déficit,
seja ele financeiro, de lucratividade ou ainda ambos.
COMO FAZER? – Como qualquer diagnóstico inicia respondendo, de forma imparcial, a algumas
perguntas; Que poderia ter feito a empresa ? Que pode fazer a empresa ? Que quer fazer a empresa ? Que
deverá fazer a empresa ? Tenho realmente vontade de agir ? Intervenções visando modificar certas atividades
serão rentáveis no curto prazo ? O clima da empresa admite tal intervenção ? E quanto ao longo prazo, o que
fazer ? Com as respostas e frente aos levantamentos efetuados traçar metas, objetivos e prazos de execução.
POR QUE FAZER? - A finalidade principal é responder a questões colocar em evidência qualquer
desarmonia entre as estruturas da empresa ou entre a empresa e a realidade do mercado onde está inserida. O
diagnóstico é um instrumento indispensável de gestão, uma técnica gerencial de primeira ordem, mesmo que
a empresa apresente resultados satisfatórios. Neste caso, as decisões poderão ser mais importantes, porque
poderão melhorar os resultados de uma empresa lucrativa. Em resumo, quando tudo vai mal, não fazer nada é
a pior solução. O diagnóstico é o instrumento que apresenta uma visão global e dinâmica da empresa e que
define um roteiro geral ao processo de decisão. É um procedimento que possibilita ao empresário obter uma
visão clara, simples e precisa do conjunto do seu negócio. Não se adota aqui soluções já prontas, empacotadas
ou milagrosas. Para apontar diretrizes, o diagnóstico prevê uma abordagem direta, profunda e eficaz, adequada
ao objetivo a ser alcançado. Objetivo este que é levantar os pontos fortes e fracos da empresa em todos os seus
aspectos. Os pontos fortes serão explorados ao máximo; os pontos fracos serão elencados com causas e
sugestões de correção.
A decisão de implementar ações deve ser cuidadosamente pesada. O diagnóstico, então, terá cumprido
suas finalidades: identificar os problemas, determinar suas causas, avaliar os recursos humanos e suas
qualificações e ajudá-lo a implantar as soluções encontradas.

❖ Lembre-se: sempre é tempo de avaliar e reavaliar sua empresa[igreja/ministério]. A pior


atitude é nada fazer, pois, quem para é ultrapassado por quem continuamente atualiza-se.
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Estas análises de cenário se dividem em:


➢ Ambiente interno: Nivelar os objetivos com a liderança, alinhamento das ações (padronização
da forma de ação), foco na atividade principal.
• Forças: Pontos positivos. Pode ser feita na igreja de uma forma geral ou por setores. Ex.:
Ministério infantil: Possui bom número de crianças, brinquedos adequados e professores capacitados, etc.
• Fraquezas: Desvantagens internas. Ex.1: Templo muito pequeno.
As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual e relacionam-se, quase sempre, a fatores
internos. Estas são particularmente importantes para tomada de decisões a fim de que, através da aplicação de
um plano de melhoria, os seus pontos fracos sejam atenuados. Já as oportunidades e ameaças são antecipações
do futuro e estão relacionadas a fatores externos, que permitem a identificação de aspectos que podem
constituir constrangimentos (ameaças) à implementação de determinadas estratégias, e de outros que podem
constituir-se como apoios (oportunidades) para alcançar os objetivos delineados para a organização.
O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa que não é muito difícil de ser
entendido, uma vez que ele é resultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros
da organização. Desta forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado
ao máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou, pelo menos,
minimizar seu efeito.
➢ Ambiente externo: O ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas,
apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência de forma a
aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar ameaças nem sempre é possível, no entanto pode-se
fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos.
• Oportunidades: Aspectos positivo com potencial de fazer crescer. Ex.1: Oportunidade de
Evangelismo: A Igreja fica localizada muito próximo a uma escola e uma praça. Ex.2: Construção de um
residencial próximo. Ex.3: Vinda de uma família de outro estado treinados para evangelizar.
• Ameaças: Aspectos negativos com potencial de comprometer os pontos positivos. Situações
que podem acontecer. Ex.: Criminalidade alta no bairro da empresa ou igreja; vizinhança que persegue
A combinação destes dois ambientes, interno e externo, e das suas variáveis, Forças e Fraquezas;
Oportunidades e Ameaças, irá facilitar a análise e a procura para tomada de decisões na definição das
estratégias de negócios da empresa, da igreja, do seu departamento e até mesmo da sua vida pessoal.
Forças e Oportunidades - Tirar o máximo partido dos pontos fortes para aproveitar ao máximo as
oportunidades detectadas.
Forças e Ameaças - Tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças
detectadas.
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Fraquezas e Oportunidades - Desenvolver estratégias que minimizem os efeitos negativos dos pontos
fracos e que em simultâneo aproveitem as oportunidades detectadas.
Fraquezas e Ameaças - As estratégias a adotar devem minimizar ou ultrapassar os pontos fracos e,
tanto quanto possível, fazer face às ameaças.
Como podemos verificar a matriz SWOT ou FOFA auxilia na tomada de decisão ao nível de poder
maximizar as oportunidades do ambiente em torno dos pontos fortes, minimizar os pontos fracos e na redução
dos efeitos dos pontos fracos das ameaças.
Devendo esta análise ser complementada com um quadro que ajude a identificar qual
o impacto (elevado, médio e fraco) que os fatores podem ter no negócio e qual a tendência (melhorar, manter
e piorar) futura que estes fatores têm no negócio.
A Matriz SWOT deve ser utilizada entre o diagnóstico e a formulação estratégica propriamente dita,
ou seja, antes e planejar precisa-se saber quais são as reais condições apresentadas. A aplicação da Análise
SWOT num processo de planejamento pode representar um impulso para a mudança de direção da
organização.
Essa análise no meio eclesiástico deve ser feita detalhadamente para que posteriormente seja
consultado e se verifique quais foram os resultados positivos e avanços como também as falhas de estratégias.

2. Tipologia para o diagnóstico de igrejas em função de sua orientação.


Em administração geral uma das informações mais importantes é a que apresenta o nível de preparo
da empresa para crescer. A visão dos fatores que influem na expansão de uma instituição, como: atuar em
campo atraente, e adotar estratégias adequadas. As ferramentas administrativas que possibilitam essa visão
das empresas são conhecidas como instrumentos de diagnóstico. Uma das classificações de diagnósticos
organizacionais propõe quatro tipos: índices, áreas funcionais, processo e evolutivo.
➢ Índices: esse tipo procura avaliar sintomas através de dados provindos do balanço anual,
balancetes mensais, relatórios internos de desempenho e reuniões periódicas de avaliação de resultados.
(relatórios para análise dos pontos fracos e fortes)
➢ Áreas funcionais: procura avaliar o funcionamento, a contribuição, o desempenho e a
integração das áreas funcionais das empresas tais como comunicação, finanças, produção, recursos humanos,
vendas, tecnologia, engenharia, entre outras. Nas igrejas podemos pensar no funcionamento, contribuição,
desempenho e integração dos seus departamentos/ministérios.
➢ Processos: procura avaliar os departamentos/ministérios, ou seja, procura avaliar como a
organização planeja, organiza, dirige e controla suas atividades, sua inter-relação e importância para ela.
➢ Evolutivo: procura avaliar a dinâmica organizacional (a igreja na sua totalidade) através do
conhecimento do seu histórico, avaliação dos problemas já enfrentados e soluções encontradas, sendo
considerados os planos passados e futuros.
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OBJETIVO DO DIAGNÓSTICO:
O principal objetivo de um diagnóstico é verificar os fatores que limitam o desenvolvimento da
instituição, tornando clara a situação para seus responsáveis. São inúmeros os benefícios decorrentes da sua
realização e o maior deles está no conhecimento que se adquire das partes funcionais da igreja. Ele abre a sua
caixa-preta com as respostas das perguntas sobre as áreas de comunicação, operações, finanças ou recursos
humanos. Como são muitas e complexas as áreas funcionais, é comum a utilização de check-lists com este
propósito. Um deles relaciona problemas e essa relação é comparada com a situação da empresa: localização
inadequada, desequilíbrio na distribuição de funções, centralização de decisões, sistema de controle ineficaz,
concorrência excessiva, falta de pesquisa de mercado, propaganda inadequada, falta de capital de giro, falta
de treinamento ou dificuldade de comunicação.
Outra abordagem é a que utiliza roteiro reunindo perguntas para auxiliar o levantamento dos pontos
fracos da organização. Este tipo de roteiro não exemplifica os problemas, mas facilita a lembrança de quais
partes de cada área funcional devem ser avaliadas. Como por exemplo: na área de recursos humanos pode-se
perguntar como são os critérios de seleção, descrição de cargos, de integração, de avaliação de desempenho
dos funcionários, a adequação dos níveis de remuneração e benefícios, o treinamento, entre outros. Na área
de comunicação, o nível de satisfação e preferências dos clientes, o nível de avaliação concorrencial, a
facilidade de acesso existente dos clientes aos produtos/ serviços.
Vale ressaltar também que o conjunto das regras da administração geral independe dos propósitos de
uma organização e, mais uma vez, um paralelo com a medicina humana pode ser feito, já que os princípios
utilizados para cuidar da saúde de uma pessoa, não se aplicam levando em consideração se ela é a de um
advogado, de um empresário ou de um pastor.
É importante destacar que mesmo as igrejas que estão com bom desempenho devem fazer avaliações
periódicas para conhecer a fórmula e os ingredientes do seu bom desempenho, evitando dificuldades na
localização do fio da meada, quando houver turbulências (cada vez mais comuns e inesperadas), ou na
execução, em tempo hábil, das mudanças necessárias para enfrentá-las.
Uma ressalva salutar: Todo novo método precisa passar pelo crivo das Santas Escrituras e por uma
profunda análise da organização que o pretende implantar. Meu conselho é de buscar a Deus em primeiro
lugar e manter firme o desafio de caminharmos segundo a Palavra. Depois, avaliar a cultura da organização e
estabelecer claramente se uma mudança conceitual vai trazer mais efetividade de expansão de evangelismo e
das boas novas. Se as respostas forem afirmativas, use os conceitos para expandir a organização e evangelize
com criatividade, de modo a que almas continuem reconhecendo Jesus como único e suficiente Salvador.
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G. PLANEJAMENTO: DEFININDO O CURSO DE AÇÃO.


Para a administração eclesiástica poderíamos substituir planejamento pela frase: “Para onde vamos?”,
pois é de consenso geral que não é possível uma igreja, empresa ou até mesmo departamentos caminharem e
se desenvolverem sem ter uma direção clara. E mais, qualquer equipe de liderados teria dificuldade em seguir
alguém que não sabe para onde vai. Alguém já disse: “Para quem não sabe para onde via, qualquer lugar é um
lugar.”

1. FUNDAMENTOS PARA O PLANEJAMENTO.


DEFINIÇÃO: O planejamento consiste em definir antecipadamente objetivos para traçar metas, assim
identificando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Interpretam-se dados, analisam-se recursos. O
planejamento ocorre com base em muito estudo, muita pesquisa, antes da implantação de qualquer coisa, ele
pode durar meses ou até anos.
ETAPAS DO PLANEJAMENTO
➢ Definir o propósito principal de um projeto
➢ As atividades a serem realizadas
➢ O A ordem em que serão efetuadas
➢ E os recursos necessários
1. O primeiro passo no processo de planejamento cristão é RECONHECER que Deus tem um plano e um
propósito específico para cada instituição e seus integrantes. Cabe a nós buscar a direção do Senhor.
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá” Pv. 19:21
2. COMPREENDER que a fonte do poder para operacionalizar este plano é Deus. “ O coração do homem
traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” Pv. 16:9
Isto significa que depois que os planos tiverem sido definidos e postos em ação, devemos confiar
em Deus no tocante aos resultados.

COMO INICIAR O PLANEJAMENTO:


A definição do propósito é o ponto de partida do planejamento. Sabemos que para a execução do
planejado, teremos pessoas executando tarefas, mas essas pessoas precisam, em primeira mão, saber para
que estarão dando a sua contribuição. Jesus chamou pessoas para unirem-se a ele numa causa. Aos
apóstolos disse: “ Vinde a mim e eu os farei pescadores de homens.” Mt. 4:19. Aqui Jesus revela apenas
o propósito de sua missão. Ao encerrar o ministério, Jesus lhes deu a tarefa: “ Ide portanto, fazei
discípulos”( Mt. 28:19 )
No episódio da reconstrução dos muros de Jerusalém, Neemias explicou os propósitos da obra:
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“...Estais vendo a miséria em que estamos... Vinde, pois, reedifiquemos, e deixemos de ser opróbrio.” ( Ne.
2:17 ) No capítulo 3 ele distribui as tarefas.
Toda a reunião de planejamento deveria iniciar com uma resposta à questão: “Porque estamos
realizando este trabalho? A resposta a essa pergunta representa o propósito. Deixe claro que você sabe o
que quer:
Fator de desunião são os motivos escusos do líder. Suspeitas são levantadas e os liderados
questionam as motivações de certos projetos, decisões, campanhas, etc...
Exemplo:
Quando Davi se apresenta no campo de batalha e começa a inquirir sobre quem é o homem que está
desafiando as tropas de Israel e o que o rei fará a quem o vencer, seu irmão mais velho, Eliabe, ficou irado
com Davi e lhe disse: “ ...Conheço a tua presunção e a tua maldade...” I Sm. 17:26-28
Davi, mais tarde, deixa claro que sabe o que quer e antevê a sua vitória. Ele declara a Golias: “
Tu vens a mim com espada e com lança e com escudo, eu, porém vou contra ti em nome do Senhor dos
Exércitos, o Deus de Israel a quem tens afrontado. Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos;
ferir-te-ei, tirar-te-ei a cabeça e aos cadáveres do arraial dos filisteus darei, hoje mesmo, às aves do
céu... E toda a terra saberá que há Deus em Israel.” ( I Sm. 17:45-46 )
Davi demonstrou que sabia qual era o propósito daquele confronto. “ Saberá toda esta multidão que
o Senhor salva, não com espada, nem com lança.” ( v. 47 )

DEVEMOS ESTABELECER ALVOS MENSURÁVEIS:


Quando o objetivo é mensurável, é possível saber exatamente o que se deve fazer, quanto se deve
realizar e quando o alvo final será atingido.
Um objetivo precisa ser mensurável para que se possa administra-lo. Exemplo: O rei Artaxerxes
fez a Neemias duas perguntas importantes: “ O que você gostaria de pedir? ( Ne.2:4 ); “ Quanto durará
a tua ausência ? ( Ne. 2:6 ). A resposta a estas questões ajudou a esclarecer o objetivo no que dizia
respeito a que, quando e quanto. Em outras palavras, o intento tornou-se mensurável.
Objetivos mensuráveis dão significado prático à fé. Sem eles, não saberemos para “ Aonde” estamos
indo, e nem conseguiremos definir onde é o ponto de chegada.

❖ “ Quem não sabe para onde vai, não sabe se chegou. Quem não sabe o que procura, não
reconhece o que encontra.”

OS OBJETIVOS MENSURÁVEIS NOS AJUDAM A FAZER ORAÇÕES ESPECÍFICAS.


“ Durante um seminário sobre administração, o executivo canadense Will Shavers comentou: Antes
de começar a estabelecer alvos mensuráveis, eu orava assim: Senhor, abençoa a minha empresa. Mas
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agora que tenho objetivos específicos, sei exatamente o que e quanto pedir a Deus, e para quando esperar
os resultados.”
Um objetivo adequado deve ser sempre compatível com os demais alvos da instituição. No contexto
da instituição, cada objetivo deve cooperar para o bem da causa ou propósito maior. Um departamento ou
ministério não pode advogar interesses incompatíveis e conflitantes.

CORRELAÇÃO ENTRE PLANEJADORES E EXECUTORES:


Os que serão responsáveis pela execução de uma atividade devem participar diretamente da sua
elaboração. A participação dá ao individuo um senso de “propriedade” sobre os planos.
Se os membros de uma equipe não se sentem “pais” do plano e das atividades que estão
desempenhando, normalmente agem como inquilinos de casa alugada: Tendem a não ter motivação para
reparar o que se vai deteriorando.

EXEMPLOS DE PLANEJAMENTO
“Qualquer empreendimento feito com planos sábios, torna-se forte com bom senso, e dá resultados
maravilhosos por estar em dia com os fatos.” Pv. 24:3-4 Salmos e Provérbios Vivos.
➢ José, O maior dos governadores da historia do Egito, salvou a nação do caos anunciado,
com um irreparável plano estratégico de macro-economia, transformando em prosperidade uma nação
fadada à fome e miséria.
➢ Neemias , O êxito do grande líder na reconstrução dos muros de Jerusalém e na
reconstituição da auto-estima de seu povo foi o resultado direto de um eficaz planejamento.
➢ Juscelino Kubitscheck, Introduziu uma nova forma de liderança empreendedora através de
seu famoso Plano de Metas , projetando um crescimento nacional de 50 anos em 5.

❖ “ Quem não planeja, já está planejando o seu fracasso.”

2. OS OBJETIVOS E AS METAS PARA O PLANEJAMENTO: PERFIS NECESSÁRIOS,


DECLARAÇÃO DE MISSÃO.
DEFINIÇÃO: PERFIL NECESSÁRIO. Dentro no meio eclesiástico com base nas escrituras todas as
pessoas são alcançáveis. A Grande Comissão nos deixa claro a vontade de Jesus em relçaõ ao ganho de almas.
No entanto, a Igreja na dinâmica com as pessoas, seja pelo bairro ou pelos membros seleciona naturalmente
aqueles que farão parte da sua comunidade.
A nossa declaração da missão é aquilo que a Bíblia diz sobre a Igreja. Ou seja, sua, natureza, estrutura,
propósito, metas e funções.
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PROPÓSITOS CLAROS AJUDAM NA AVALIAÇÃO


Paulo escreveu aos coríntios: “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos”
(2Co 13.5). Como a igreja pode se auro- avaliar? Não se comparando com outras igrejas, mas se questionando:
“Estamos fazendo aquilo que Deus deseja que façamos? E como estamos indo? ”. Peter Drucker
pergunta: “Qual é o nosso negócio? Como vai nosso negócio? ”. Essas são as duas perguntas mais importantes
na avaliação da igreja. A declaração de propósito deve ser o padrão para você medir a saúde e o crescimento
de sua congregação. (p.81 – um igreja com propósitos)
Se você quer que sua igreja se torne uma igreja com propósitos, terá de liderá-la em quatro fases
essenciais: 1) definir os propósitos; 2) comunicar constantemente os propósitos a todos os membros da igreja;
3) organizar a igreja em torno dos propósitos; 4) aplicar os propósitos em todos os aspectos da igreja.

3. A DEFINIÇÃO DOS PASSOS OU PROCESSOS PARA ALCANÇAR OBJETIVOS E METAS.


Estude o que a Bíblia diz
Comece envolvendo a congregação num estudo de passagens sobre igreja. Antes de iniciar nossa
comunidade, apliquei-me seis meses a um estudo intenso e pessoal sobre igreja, (...) ministrei à congregação
o mesmo estudo. Juntos, dissecamos vários trechos importantes relacionados a um igreja. (p. 83 – igreja com
propósitos)
Lembre-se que a igreja é de Cristo, e não nossa. Ele fundou a igreja, morreu por ela, enviou o Espírito
Santo e um dia virá para buscá-la. E, como proprietário da igreja, ele estabeleceu seus propósitos.
E nossa missão entender esses propósitos e implementá-los. Ainda que os programas mudem a cada
geração, os propósitos não podem ser alterados. Podemos ser inovadores no estilo do ministério; jamais,
porém, devemos alterar a essência dele.

Busque respostas para quatro perguntas


Enquanto você revê o que a Bíblia diz sobre a igreja, tente achar as respostas às perguntas relacionadas
a seguir. Quando for responder, concentre-se na natureza e na missão da igreja.
1. Por que a igreja existe?
2. O que devemos ser como igreja? (Quem e o que somos?)
3. O que devemos como igreja? (O que Deus quer que façamos no mundo?)
4. Como vamos fazer isso?

Escreva todas as suas conclusões


Coloque no papel tudo que você aprendeu em seu estudo. Não se preocupe em ser sucinto. Escreva
tudo que pensa sobre a natureza e os propósitos da igreja. Foi o que fizemos em nosso grupo de estudo, no
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primeiro ano de nossa igreja. Anotávamos tudo que descobríamos, e o resultado foi um documento de dez
páginas com nossas impressões.
Nessa fase, não tente desenvolver a declaração de propósito; limite-se à coleta de informações. É mais
fácil editar e resumir que criar.
Concentre-se na tarefa de identificar cada propósito. Quero enfatizar aos pastores: não se apressem!
Vocês estão construindo o alicerce que deverá suportar tudo que fizerem nos próximos anos. Mesmo que já
saibam quais são os propósitos do Novo Testamento, é vital que a congregação examine tudo que a Bíblia tem
a dizer sobre a igreja e escreva as próprias conclusões.

Resuma suas conclusões numa frase


Retiramos da lista resultante de nossos estudos uma frase que resume o que acreditamos serem os
propósitos bíblicos da igreja, e você também deve fazer isso. Faça um resumo do que descobriu sobre a igreja,
agrupando conceitos similares em temas principais, como: evangelismo, adoração, comunhão, maturidade
espiritual e ministério. Depois, tente descrever todos esses temas em um só parágrafo. Feito isso, edite-o,
retirando palavras e expressões desnecessárias, reduzindo o parágrafo a uma só frase.
E fundamental que sua declaração de propósito seja condensada em uma só frase. Por quê? Porque
será de pouco valor se o povo não conseguir lembrá-la! Dawson Trotman dizia: “Os pensamentos se
desembaraçam quando passam através de nossos lábios e das pontas de nossos dedos”. Em outras palavras, se
você pode dizer e escrever, é porque pensou antes. Se não registrou seus propósitos por escrito, você realmente
não parou para pensar neles.
O escritor francês Francis Bacon costumava dizer: “Ler faz que o homem se expanda, mas escrever
faz dele um homem”. Se quisermos comunicar os propósitos de nossa igreja, devemos ser precisos em nossa
exposição.

O que faz uma declaração de missão ser eficaz?


Ser bíblica
Uma declaração de propósito eficaz expressa a doutrina da igreja neotestamentária. Lembre-se: não
decidimos quais são os propósitos da igreja, apenas os descobrimos. Cristo é a Cabeça da Igreja. Ele
estabeleceu os propósitos dela há muito tempo. Cabe agora a cada nova geração reafirmá-los.
Ser específica
A declaração de propósito deve ser simples e clara. O maior erro que se pode cometer ao desenvolvê-
la é tentar abordar todos os assuntos. Sempre existe a tentação de adicionar várias coisas que consideramos
boas, por medo de deixar algo importante de fora. No entanto, quanto mais elementos forem adicionados à
declaração, mais dispersa e difícil de ser cumprida ela será.
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Uma missão direta é uma missão clara. A declaração de propósito da Disneylândia é: “Proporcionar
felicidade às pessoas”. A missão original do Exército de Salvação era: “Tornam cidadãos os rejeitados”.
Algumas declarações de propósitos são tão vagas que não causam impacto algum.
Nada se torna dinâmico até que se torne específico. Algumas declarações dizem: “Nossa igreja existe
para glorificar a Deus”. Com certeza! Mas como exatamente você pretende fazer isso?
Uma declaração de propósito específica irá forçá-lo a concentrar esforços, não permitindo desvios por
causa de assuntos periféricos. Questione- se: “Das coisas que faço para Cristo, quais as que fazem diferença
no mundo?”; ou: “O que podemos fazer que somente nossa igreja pode fazer?”.
Ser transferível
Para ser transferível, a declaração de propósito deve ser concisa o suficiente para ser transmitida a cada
pessoa na igreja e lembrada por todos. Quanto mais curta, melhor. Ainda que inclua os mesmos elementos da
declaração de outra igreja, nada o impede de fazer uma declaração nova e criativa. Cuide para que ela seja
fácil de memorizar.
Ser mensurável
Você deve ser capaz de olhar para sua declaração de propósito e avaliar se sua congregação a está
cumprindo ou não. Você terá condições de provar, ao final de cada ano, se ela está sendo cumprida? A eficácia
da igreja não poderá ser medida se sua missão não for mensurável.
Uma boa declaração de propósito irá lhe proporcionar um padrão que o fará avaliar, revisar e aprimorar
tudo que a igreja faz. Se você não consegue avaliar sua igreja por meio da declaração de propósito, comece
tudo de novo, do nada. Torne a declaração mensurável. Caso contrário, não passará de coisa para inglês ver.
Acredito que cada igreja é definida pelo que se compromete a fazer e, pensando nisso, criei esta frase:
“Um Grande Compromisso com o Grande Mandamento e a Grande Comissão fará crescer uma Grande
igreja!’. Essa frase tornou-se o nosso lema.
Rick Warren define cinco itens importantes como propósito da Igreja. São eles:

❖ AMAR A DEUS DE TODO O CORAÇÃO


❖ BATIZAR

❖ AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO


❖ EENSINAR A OBEDIÊNCIA

❖ IR E FAZER DISCÍPULOS
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4. A DELIMITAÇÃO DE TEMPOS REFERENCIAIS PARA A REALIZAÇÃO DOS


PROCESSOS: CRONOGRAMA.
POR QUE DEVO ELABORAR UM CRONOGRAMA?
Elaborar um cronograma é uma forma prática para organizar a sequência de atividades que serão
desempenhadas até a finalização do projeto. Com ele, você poderá identificar aquelas tarefas que possuem
interdependência entre si e necessitam de uma atenção redobrada da equipe.
Essa é uma importante ferramenta para administrar o tempo gasto na execução e finalização de um
projeto. Com essa técnica, fica muito mais fácil acompanhar a evolução de cada tarefa e garantir que elas
sejam concluídas dentro do prazo.
Resumido: criar um cronograma eficaz irá otimizar a produção e entrega das demandas de cada
colaborador, evitando estresse e atrasos.
Existem inúmeras vantagens em utilizar essa ferramenta para gerenciar o tempo do seu projeto, as
principais são:
• Possibilita o acompanhamento do desempenho e produtividade da equipe através da
mensuração do tempo que está sendo efetivamente gasto em cada tarefa;
• Garante maior confiabilidade ao planejamento e aumento das chances de sucesso do projeto;
• Com um cronograma bem estruturado é possível identificar se a equipe está apta a receber
novas metas ou se a carga de trabalho está muito elevada;
• Facilita a alocação ou novos investimentos em recursos para execução do projeto;
• Auxilia na resolução de problemas de performance da equipe e funciona como um "guia
facilitador da autogestão".

5. A ESTIMATIVA DE RECURSOS ECONÔMICOS NECESSÁRIOS: ORÇAMENTO.


“Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se
tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os
que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’.” Lucas
14:28-30
Este texto nos mostra a importância de planejar o custo de um projeto. Seja ele para a toda a igreja,
ministério ou para conquistas pessoais, a palavra do Senhor é condição sine qua non para obtermos êxito em
qualquer alvo. Vejamos no que o orçamento nos auxilia. Sempre lembrando que alguns termos ou ideias são
do meio administrativo que chamamos de secular.
ORÇAMENTO: DEFINIÇÃO
De forma didática, podemos resumir que um orçamento em 3 funções básicas: a) preparar a
organização para os desafios do futuro (adequando-a para receber novos investimentos), b) corrigir falhas no
processo de alocação de recursos ou, simplesmente, c) reduzir despesas para o próximo exercício (o mais
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comum). No entanto, o problema recorrente é que o orçamento é visto apenas sob a perspectiva de remediação
emergencial, ou seja, quando há uma NECESSIDADE URGENTE e não de prevenção. Isso explica boa parte
dos casos de fracasso no assunto. Utilizar o orçamento apenas para “apagar incêndios” em tempos de crise
financeira nos limita demais.
Se praticarmos uma “cultura orçamentária” teremos plenas condições de levar nossos projetos a um
nível de crescimento e investimento muito maiores no reino de Deus em qualquer nível.

IMPORTÂNCIA DE ELABORAR UM BOM ORÇAMENTO


O orçamento deverá ser construído com base em informações. Aqui temos inúmeras formas de
elaboração de um orçamento, pois no meio eclesiástico isso varia de acordo com a forma de governo de cada
uma. Um sistema de computador eficiente, que concentre todos os dados, será possível montar um orçamento
que servirá como uma verdadeira bússola. Ele irá guiar os planos de ação, irá traduzir o planejamento de longo
prazo da organização em metas não apenas financeiras anuais, todavia, permitirá tomar decisões de forma
mais assertiva (realização das metas ou alvos), bem como controlar receitas e despesas com sensatez (gastos
desnecessários), evitando que, no futuro recorra a terceiros para se financiar.
O orçamento em si não é tão eficaz sem a pessoa por trás dessa ferramenta: O administrador. Muitas
empresas e igrejas tem quase todos os itens para um bom orçamento, mas o material humano é e sempre será
a peça chave para direcionar e criar as oportunidades. Uma figura capacitada, visionária e com a mente e o
coração nos alvos da palavra de Deus é fundamental para o auxílio nos investimentos corretos.

H. ORGANIZAÇÃO: APROVEITANDO OS RECURSOS.


1. Bases para a organização: elementos e princípios.
Organizar significa preparar processos a fim de obter os resultados planejados. ORGANIZAÇÃO “é
o processo administrativo que visa à estruturação da empresa, reunindo pessoas e os equipamentos, de acordo
com o planejamento efetuado.”
Os Recursos Necessários:
Jesus enfatizou a importância de definirmos os recursos necessários e os disponíveis quando
estivermos planejando.
Ao alocar recursos para determinado plano, temos de refletir acerca de seis fatores chave:

➢ AS PESSOAS ENVOLVIDAS ➢ OS SUPRIMENTOS


➢ O ESPAÇO ➢ O TEMPO
➢ OS EQUIPAMENTOS ➢ O DINHEIRO
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• As pessoas envolvidas: Que tipo de habilidades e talentos serão necessários para a realização
de cada atividade?
Atualmente dispomos de funcionários com esses perfis ?
Temos pessoas interessadas em treinamento ?
Se precisamos recorrer a alguém de fora da instituição, como devemos proceder ?

• O Espaço : De que tipo de instalações e de quanto espaço físico precisaremos para


desenvolver as atividades? Ex.: Se você quer promover uma EBF para 300 crianças, não poderá apenas
dispor do templo.

• Os Equipamentos: Que tipos de equipamentos serão necessários? Estão disponíveis?


Normalmente cada atividade requer o uso de um equipamento específico. Ex. Evangelismo:
pessoas
• Os suprimentos : Que tipos de suprimentos serão necessários e em que quantidade? Isto
requer tempo e muita atenção para calcular cada etapa do projeto. Ex.: Evangelismo. Suprimentos seriam
os panfletos
• O Tempo: Quanto tempo será necessário para o preparo e a execução de cada atividade?
Todos os itens anteriores influenciarão no tempo gasto com as atividades.
• O Dinheiro: Quanto dinheiro será preciso para cumprir as atividades em seqüência? A
quantidade e a qualidade dos itens anteriores determinará a soma total do projeto.

O Esboço Seqüencial: É um ótimo recurso de planejamento, pois ajuda a visualizar cada parte do
plano; enriquecendo-o da seguinte maneira:
◆ Auxilia no processo de brainstorming (técnica para induzir o pensamento criativo, com a finalidade
de solucionar algum problema)
◆ Ajuda a fixar a atenção no tópico em discussão.
◆ Estimula a organizar as atividades na sequência apropriada
◆ Estimula a inovação e a criatividade.

O esboço sequencial lembra um quadro de avisos feito de cortiça. Neste se trabalha com três cartões
de 3 tamanhos: Cartão grande com o Tema Geral (Uma folha inteira A4.) 3 cartões ( ½ folha) com tópicos
principais e cartões pequenos ( ¼ folha ) com as principais ideias dentro de cada tópico.
Durante o processo de brainstorming as ideias vão sendo anotadas nos cartões que por sua vez são
fixadas no quadro de esboço sequencial. Todas as ideias devem ser anotadas, sem se questionar se são
viáveis ou não. Após esse período, o grupo passa a avaliar cada ideia quanto à viabilidade, à posição na
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sequência e ao ponto em que se ajusta adequadamente no plano. As ideias consideradas inviáveis são
removidas do quadro.

2. TIPOLOGIA DE IGREJAS POR SUA ORGANIZAÇÃO.


No meio corporativo tanto quanto no eclesial existem diferentes tipos de governo, perfis ou estrutura
corporativa. Ou seja, cada ambiente possui uma dinâmica própria no que diz respeito a comissão de cargos
(chefia, colaboradores), funções (áreas funcionais) e missão estabelecida.
Rick Warren divide os tipos de igreja em cinco. Vejamos:
A igreja ganhadora de almas. Se o pastor tem o evangelismo como objetivo principal, então a igreja
se torna uma “ganhadora de almas”. Se esse é o alvo principal da igreja, ela está sempre alcançando os
perdidos. As expressões que você provavelmente escuta nessas igrejas são: “testemunho”, “evangelismo”,
“salvação”, “decisões para Cristo”, “batismo”, “visitação”, “apelo” e “cruzadas”. Numa igreja ganhadora de
almas, qualquer coisa que não seja evangelismo é considerada secundária.
A igreja das experiências com Deus. Se a paixão e os dons do pastor estão na área de adoração, ele
instintivamente leva a igreja para esse lado. O enfoque está em se deleitar no Senhor, por meio da adoração.
A terminologia básica nessa igreja é: “louvor”, “oração”, “adoração”, “música”, “dons espirituais”, “espírito”,
“poder” e “reavivamento”. Nesse tipo de igreja, o culto tem mais adoração do que qualquer outra coisa. Tenho
observado igrejas pentecostais e tradicionais do tipo “experiência com Deus”.
A igreja “reunião familiar’. A congregação cujo enfoque principal é a comunhão é igreja “reunião
familiar”. Ela é moldada por um pastor que tem facilidade em relacionar-se, ama as pessoas e gasta a maior
parte do tempo cuidando dos membros. Ele trabalha mais como capelão que como qualquer outra coisa. As
palavras mais usadas são: “amor”, “pertencer”, “comunhão”, “cuidado”, “relacionamentos”, “encontros”,
“pequenos grupos” e “diversão”. Na igreja da reunião familiar, a comunhão é mais importante que os
objetivos.
A maioria das igrejas estruturadas desse modo tem menos de 200 membros, uma vez que esse é o
número máximo de pessoas que um pastor pode cuidar pessoalmente. Minha estimativa é que 80% das igrejas
americanas pertencem a essa categoria. A igreja “reunião de família” pode não alcançar muitas metas, mas é
quase indestrutível. Pode sobreviver a pregações ruins, limitações financeiras, falta de crescimento e até
divisões. Os relacionamentos são a cola que mantém seus membros unidos.
A igreja “sala de aula”. A igreja “sala de aula” se desenvolve quando o pastor vê no professor seu
papel principal. Se o ensino é o dom que ele tem, toda a ênfase recai sobre a pregação e o ensino. As outras
tarefas da igreja são descartadas. O pastor age como especialista em instrução, e os membros vão ao templo
com blocos de anotações, fazem seus apontamentos e vão para casa. A terminologia básica de uma igreja “sala
de aula” é: “pregação expositiva”, “estudo bíblico”, “grego e hebraico”, “doutrina”, “conhecimento”,
“verdade” e “discipulado”. Essas igrejas são, não poucas vezes, bíblicas, até no nome.
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A igreja da “consciência social”. O pastor da igreja “da consciência social” se vê como profeta e
reformador. Esse tipo de congregação existe para mudar o grupo social. Está cheia de ativistas “cumpridores
da Palavra” e pode ser uma igreja liberal ou conservadora. As igrejas liberais tendem a focar a injustiça na
sociedade, enquanto as conservadoras tendem a focar o declínio moral. Tanto uma quanto a outra crêem que
a Igreja deve ser participante do processo político e que seus membros devem sempre estar envolvidos em
algum movimento. As expressões usuais nessas igrejas são: “necessidade”, “servir”, “compartilhar”,
“ministrar”, “se posicionar” e “fazer alguma coisa”.

I. DIREÇÃO:
DEFINIÇÃO: DIREÇÃO “é o processo administrativo que conduz e coordena o pessoal na execução
das tarefas antecipadamente planejadas.” Dirigir uma empresa significa conseguir que os empregados
executem as tarefas (ou serviços) pelas quais respondem. “Tarefa é um trabalho que se há de concluir em
determinado tempo; serviço é o exercício de funções obrigatórias, ou, então, o desempenho de qualquer
trabalho.”
Dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar as instruções sobre como executá-los em
direção aos objetivos a atingir.

1. CARACTERÍSTICAS PARA UMA DIREÇÃO FRUTÍFERA.


O superintendente emérito da Igreja do Nazareno Stan Toler aponta cinco características para uma
direção bem-sucedida. São elas: missão, visão, valores, estratégias e metas. (p. 145)
➢ Missão: É global e nunca muda. É a resposta que define qual nosso propósito de existência como
Igreja. “É uma razão declarada para existir” (p. 144). Toda Igreja precisa de uma missão, entender qual o
espaço ocupa, porque terá pastores com ministérios específicos. A missão da Igreja que foi iniciada em Jesus.
Ela responde qual será o foco, o lugar do seu ministério, o que precisará para ser formada e o principal: Que
parte Jesus terá no seu ministério.
➢ Visão: Dá o foco para o que a organização se tornará ou realizará neste lugar em particular e neste
momento em particular. A visão é local, específica e inspiradora. É o seu sonho espiritual e a função sobre a
qual fará seu ministério causar impacto.
➢ Valores: Sãos as características inegociáveis de uma organização, guiam os líderes e os habilitam para
dizer “não”. É o crivo para algo poder ajustar-se à identidade e propósito da organização. A palavra é a “caixa
forte de valores” da Igreja norteando quaisquer planos e recursos da liderança.
➢ Estratégia: É o plano para realizar a visão e incorpora todos os meios mais eficientes para fazer o
trabalho.
➢ Metas: Representam o que a organização deseja realizar dentro de certo prazo. Devem ser específicas,
mensuráveis e datadas. A meta de uma igreja poderia ganhar 25 almas para Jesus durante o ano. As metas
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tornam-se os critérios objetivos para medir a eficiência e determinar o progresso.


John C. Maxwell uma das maiores autoridades sobre liderança cristã aponta cinco características para
uma direção bem-sucedida. São elas: diminua o ritmo, expresse que você se preocupa, crie um equilíbrio
saudável entre pessoal e profissional, preste atenção quando as pessoas começam a evitá-lo e cuide das pessoas
, ele irão cuidar dos negócios.
➢ Diminua o ritmo: A maioria das pessoas que querem liderar são naturalmente rápida. Entretanto,
tornar-se um líder melhor significa que você precisa diminuir o ritmo. Sozinho você pode ir mais rápido, pode
acumular mais prêmios individuais, mas para liderar os outros é necessário diminuir o ritmo a ponto de
relacionar-se com eles, engajá-los com você. Os líderes nem sempre são os que cruzam primeiro a linha de
chegada, mas são os primeiros a levar todas as pessoas a cruzarem essa linha. O pagamento da liderança no
trabalho ou em casa vem do outro lado.
➢ Expresse que você se preocupa: Todos desejamos um toque pessoal de alguém que se preocupa
conosco. As pessoas que o seguem também desejam um toque pessoal, querem saber que os outros se
preocupam com elas não apenas como colaboradores, membros ou funcionários com responsabilidades.
➢ Crie um equilíbrio saudável de interesse pessoal e profissional: O interesse profissional demonstra
seu desejo de ajuda-los e o interesse pessoal via mais fundo, pois mostra seu coração. Quando temos interesse
nas pessoas que trabalham conosco devemos nos relacionar, mas sem ultrapassar limites estabelecidos por
ambos. Ao iniciarmos uma conversa, por exemplo, devemos prestar atenção não somente nas respostas que
ouvimos, mas em reações emocionais. As perguntas devem ser sutis, sem tom de ameaça para querer saber se
tudo vai bem; não pressione. Se ela optar por falar, não julgue, não interrompa e não queira dar logo um
conselho a menos que ela, especificamente, o peça. É fato que quando a vida pessoal vai bem, a vida
profissional tende a acompanhar. Se fizer a ideia de onde as pessoas estão em termos pessoais, você poderá
saber o que esperar delas no trabalho, e poderá ter a oportunidade de ajuda-las.
➢ Preste atenção quando as pessoas começam a evitá-lo: Ande devagar pelos corredores, irá conhecer
melhor seu pessoal e a organização. Irá saber se as coisas estão funcionando. A maioria das pessoas cria
hábitos e se encaixam em padrões, fazendo coisas do mesmo modo na maior parte do tempo. Um vez que você
for visto como acessível, as pessoas sairão do escritório/departamento para conversarem com você. Quem não
estou vendo? Maxwell diz que é quando a pista é dada não pelas palavras ditas, mas pelo silêncio. As pessoas
são sempre rápidas em trazer boas notícias, mas evitam trazer as más. Uma boa liderança sempre diminui o
ritmo o suficiente para olhar, ouvir e ler as entrelinhas.
➢ Cuide das pessoas, e elas irão cuidar dos negócios: O líder cede grande parte de seu esforço às pessoas.
Líderes que cuidam apenas dos negócios muitas vezes acabam por perder as pessoas e os negócios. Mas
aqueles que cuidam das pessoas normalmente as edificam juntamente com os negócios.
❖ Encontre sua forma de direcionar dentro dos princípios bíblicos, assim você terá plenas condições
de liderar você mesmo e “aqueles que te ouvem”.
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2. A COMUNICAÇÃO COMO DIMENSÃO CHAVE DA DIREÇÃO.


DEFININDO COMUNICAÇÃO: Ação de transmitir uma mensagem e,
pôr ou ter em comum, repartir, dividir, reunir, misturar, falar, conversar. Fazer saber.

A COMUNICAÇÃO E O RELATO DE BABEL: O episódio da construção da Torre de Babel ( Gn.


11:1-9) deixa claro o papel da comunicação no sucesso de um projeto.
➢ O verso 1 relata que havia uma só linguagem.
➢ O verso 4, relata que o grupo se organizou com um objetivo comum.
➢ No verso 6, Deus reconhece que o sistema eficaz de comunicação os havia unido em torno de um
alvo comum e motivado a trabalhar para atingi-lo.
➢ No verso 7 temos a lição: “Desarticule a comunicação do grupo e o crescimento se travará.”
Após Deus confundir as línguas, a união e a motivação do grupo desapareceram automaticamente,
causando paralisação do projeto e aglutinação de diversos grupinhos que se entendiam. “ A comunicação
é o segredo para que um grupo esteja unido, comprometido e motivado a trabalhar. Quando o entendimento
deixa de existir, o grupo perde a união, o comprometimento, a motivação a criatividade e o projeto
fracassa.”
A principal causa de mau entendidos é o fato de não se saber ouvir adequadamente. Para aperfeiçoar
a habilidade de ouvir temos que:
➢ Não ter receio de fazer perguntas para esclarecimento.
➢ Não começar a elaborar uma resposta enquanto o outro ainda estiver falando
➢ Evitar tirar conclusões precipitadas sobre o que o outro vai dizer
➢ Evitar interromper quem está falando
➢ Esforçar-se por reduzir o “ efeito do filtro” dos nossos preconceitos
➢ Ao ouvir, tentar captar as ideias e sentimentos implícitos, ocultos por detrás das palavras.
Alguns psicólogos afirmam que 7% da mensagem vêm das palavras, 38% se comunica pela voz e
55% através de expressões faciais. É a parte emocional.
Se uma mensagem não verbal contradiz a verbal, o ouvinte terá maior probabilidade de acreditar na
linguagem silenciosa. Parece mais difícil mentir com o corpo inteiro do que com os lábios. A maioria de
nós se sente incapaz em uma ou outra ocasião de se comunicar com fluência. Quando Deus chamou
Moisés para conduzir o povo de Israel para fora do Egito, Moisés replicou: “ Ah Senhor, eu nunca fui
eloquente ... pois sou pesado de boca e pesado de língua”. ( Ex 4:10)
Quando Deus convocou Jeremias para profetizar à nação de Israel ele respondeu: “ Ah Senhor Deus,
eis que não sei falar” ( Jr 1:6).
Contudo, todo bom líder é também um bom comunicador. É capaz de levar os outros a compreendê-
lo. A comunicação é, na verdade, a força vital de qualquer organização. Sem ela, o grupo se extingue.
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❖ “ Você pode estar fazendo muita coisa, mas se não comunicar isto aos seus liderados, eles
sempre vão pensar que você não está fazendo nada.” Josué Campanhã

A forma pela qual você se comunica é um dos grandes segredos para o sucesso da sua liderança.
Rick Warren aponta meios para uma comunicação eficaz. Ele diz: “Uma vez definidos os propósitos
de sua igreja, você deve esclarecê-los e comunicá-los continuamente a toda a congregação. Não é uma tarefa
para ser realizada uma vez e depois esquecida. Essa é a maior responsabilidade da liderança. Se você falhar
em transmitir sua declaração de propósito aos membros, seria melhor nunca ter elaborado uma.” (p. 99).
Vejamos o que ele destaca:
Meios de comunicar a visão e o propósito
Existem muitas formas de comunicar a visão e o propósito de sua igreja.
Escrituras: Ensine a verdade bíblica a respeito da Igreja. Já mencionei que o maior livro sobre
crescimento de igreja é a Bíblia. Ensine a doutrina sobre igreja (eclesiologia) apaixonadamente e com
freqüência. Mostre que cada parte da visão está baseada na Palavra, por meio de versículos que expliquem e
ilustrem seu raciocínio.
Símbolos: Os grandes líderes sempre entenderam e utilizaram o tremendo poder dos símbolos. As
pessoas precisam de representações visuais para entender conceitos. Os símbolos são poderosas ferramentas
de comunicação, pois produzem emoções. Por exemplo, você ficaria escandalizado ao ver a suástica (cruz
nazista) estampada na parede de sua igreja, porém se sentiria orgulhoso se visse a bandeira nacional.
Continentes foram conquistados sob a imagem da cruz do cristianismo, comunistas usam a foice e o
martelo e muçulmanos exibem a lua crescente. Em nossa comunidade, usamos dois símbolos: cinco círculos
concêntricos e a figura de um campo de beisebol, que serve para ilustrar nossos propósitos.
Slogans: Os slogans, temas e frases são lembrados muito depois de os sermões terem sido esquecidos.
Muitos acontecimentos importantes estiveram atrelados a um slogan: “Diga ao povo que fico!”;
“Independência ou Morte”; “Nem Deus afunda o Titanic”... A história tem provado que um simples slogan
pode motivar pessoas a fazerem coisas que normalmente não fariam — como, por exemplo, dar a vida num
campo de batalha.
Histórias: Jesus usava histórias simples para ajudar o povo a entender e se relacionar com sua visão.
Em Mateus 13.34, [BV) lemos: “Jesus sempre usava essas ilustrações quando falava ao povo... Ele nunca
falava sem contar pelo menos uma ilustração”.
Use histórias para dar cor aos propósitos de sua igreja. Quando falo sobre a importância do
evangelismo, por exemplo, conto o testemunho dos membros da Saddleback que, recentemente,
compartilharam sua fé com amigos e os levaram a Cristo. Ao expor a importância da comunhão, leio cartas
de pessoas cuja solidão foi aliviada depois que se envolveram com nossa igreja. Quando o assunto é
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discipulado, relembro o testemunho do casamento que foi salvo por causa do crescimento espiritual dos
cônjuges ou de alguém que resolveu problemas pessoais por meio da aplicação de princípios bíblicos.
Especifique
Tome sempre medidas práticas, claras e concretas para explicar como sua igreja pretende alcançar os
propósitos. Apresente um plano detalhado

3. PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇÃO À LUZ DO NOVO TESTAMENTO.

4. DELIMITANDO DESIGNAÇÕES E DELEGANDO FUNÇÕES


DEFINIÇÃO: DELEGAR (latim delego, -are, delegar, confiar):Dar delegação,
transferir poder, função, competência, etc. a outrem, que passa a poder representar e agir em nome de quem
transferiu esse poder, função, competência, etc. Incumbir, cometer, confiar.
Uma empresa, organização ou igreja não funciona ou atinge seus alvos na conta de uma pessoa. Ao
contrário, sejam quais forem os ambientes é necessário a formação de uma boa equipe e, o líder se torna
responsável da divisão dessas tarefas.
A delimitação das funções é parte fundamental para o crescimento de uma empresa ou igreja.
Estabelecer limites de cargo, confiança e áreas de atuação.
Mais que uma empresa que visa lucros financeiros e resultados em relação às concorrentes, no reino o
trabalho visa ganhar almas e os fazerem discípulos à semelhança de Cristo às nações. Isso só é possível
trabalhando juntos. O nosso modelo é o Senhor Jesus: Ele mesmo andou, treinou, ensinou 12 homens que,
posteriormente sedimentaram a igreja cristã em nome do Cristo ressurreto. Delegar é bíblico.

O PROCESSO DE DELEGAÇÃO:
➢ Reconhecer os limites da própria capacidade. Não esperar que a sobrecarga force-o a delegar.
O administrador não deve esperar até atingir o limite suportável para então começar a delegar.
➢ Definir o propósito da delegação. Para sobrar mais tempo onde poderei ocupar-me de outras
atividades? Para preparar funcionários para o exercício da liderança?
➢ Selecionar o projeto ou a atividade a ser delegada.
➢ Selecionar as pessoas que receberão a incumbência. Analisar se estão preparadas para a tarefa,
se precisam de treinamento, etc.
O segredo para a delegação bem-sucedida é dar à pessoa certa , a incumbência adequada. Quanto a
este aspecto, Jetro disse a Moisés: “ Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de
verdade, que aborreçam a avareza.” ( Ex. 18: 21 ) Este verso ressalta o preparo técnico, o caráter e a piedade.
Se estes itens estiverem ausentes de nossos colaboradores, o nosso projeto poderá ser malsucedido.
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POR QUE OS ADMINISTRADORES DEIXAM DE DELEGAR?


➢ Outros não farão o trabalho da maneira que eu faço.
➢ Meus auxiliares não receberam o treinamento necessário para realizar a tarefa.
➢ Eu mesmo gosto de fazer o trabalho, prefiro não delegar.

Certamente, quando delegamos dividimos o trabalho, ajudamos pessoas a crescerem e a


desenvolverem seus dons em favor do Reino de Deus. Sendo assim, quem delega precisa aplicar alguns passos
para obter uma boa equipe.
Stan Toler, em seu livro “A Excelência do Ministério” lista seis importantes pontos para formar o que
ele chama de “uma equipe vitoriosa”. São eles:

➢ 1 – Aprenda a Arte da Delegação; ➢ 4 - Motive os integrantes da Equipe;


➢ 2- Afirme os Outros; ➢ 5- Avalie os Resultados;
➢ 3 – Dê apoio adequado; ➢ 6 – Recompense o Desempenho;

J. SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO:
1. SUPERVISÃO COM BASE EM OBJETIVOS.
DEFINIÇÃO: Supervisionar, organizar, comandar, coordenar e controlar as atividades realizadas pelos
subordinados, ou seja, verificar se as tarefas estão sendo realizadas no prazo e com a qualidade necessária.

2. DESENVOLVIMENTO DE UMA “CULTURA DA AVALIAÇÃO”: A EXCELÊNCIA


COMO MARCO DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO.
A importância da supervisão é fundamental, pois devemos acompanhar se os alvos estabelecidos estão
sendo cumpridos; demonstra transparência tanto para os membros e colaboradores; desconfiança.
Precisamos desenvolver claramente uma cultura de avaliação, pois faz parte dos processos
administrativos e são ferramentas essências para o crescimento, desenvolvimento de setores e investimentos
corretos. Essa cultura permite também que vejamos

K. DESENHO DE ESTRATÉGIA BÁSICA PARA ALCANÇAR A COMUNIDADE.


DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA: É a seleção dos meios para realizar objetivos, o processo de
construção do futuro, aproveitando as competências da organização. Diz respeito à organização e ao ambiente,
evolve questões ao caminho determinado, assim como o processo de determinar o caminho. Estão em todos
os níveis da organização e envolve uma definição de conceitos e análise da realidade.
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UNIDADE III: A LIDERANÇA CRISTÃ.


DEFINIÇÃO DE LIDERANÇA: Liderar é sobretudo influenciar pessoas. Não é um cargo ou título.
Liderar é ser exemplo, é ter sua identidade formada no amor de Cristo. Ser líder é ter um propósito definido e
conhecer sua missão assim como Jesus. O líder exerce autoridade e não poder; mostra o modelo a ser seguido
e tem a vida condizente com o que diz.
❖ “Um líder nunca é neutro, ou é um facilitador ou uma pedra de tropeço.” (Hernandes Dias Lopes)
❖ Estar no poder é como ser uma dama. Se você tiver que lembrar as pessoas que você é, você não é.”
(Margareth Tatcher)
❖ “Meu trabalho é levar as pessoas a fazerem o que elas não querem fazer, para alcançar aquilo que
elas sempre sonharam...”

A BÍBLIA E A LIDERANÇA CRISTÃ


O Antigo Testamento e a liderança: Deus escolhe líderes
A Bíblia está cheia de exemplos como Deus usa líderes. É verdade que muitas vezes falharam em
alguns pontos. Eles, porém aprenderam com os erros arrependendo-se e sendo usados, depois, mais
intensamente. Vejamos alguns exemplos:
➢ José: Após sua venda pra o Egito pelos irmãos, tornou-se líder do povo. Administrou as fartas
colheitas. Teve que usar todas as técnicas, pois os homens com quem trabalhou provavelmente pouco
cooperavam. Cf. Gn 41.14-57. Deus não lhe deu soluções prontas mas usou suas aptidões. O povo de Deus
precisa ser guiado. Na figura do Pastor, tão usada, é mostrado como o "líder" indica o caminho.
➢ Ex 18.13-17 - Conselhos de Jetro a Moisés.
➢ I Cr 24. A ordem do Sacerdócio em vários escalões.
➢ 1 Tm 3.4-5. Como o marido é cabeça do lar.
O líder não deve se sentir prepotente ao exigir cumprimento. É ordem divina. Outro exemplo: Pais
têm problemas hoje por acharem não ser humano mandar. Não se deve confundir igualdade diante de Deus
com a ordem hierárquica e organizacional. Deus adverte contra isto (cf. Rm 13.1 e Lc 7.6-9).
A autoridade carrega consigo grande responsabilidade. A autoridade é ordenada por Deus para ser
usada para os objetivos seus. Deverá haver sensibilidade para os que mandam como para os que servem.
A natureza da autoridade pode ser mais completa do que se pensa geralmente. A autoridade depende
da atitude com que é recebida pela pessoa que a exerce.
Moisés, um líder - Êx 18.13-27. Anotamos algumas ideias e princípios de administração sugeridas no
texto:
V.13 - Observação e inspeção pessoal.
V.14 - Questionamento - uma finalidade.
V. 15 - Resolver conflitos - correção.
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V.16 — Julgamento. Constatação sem vacilação. Conclusão


V. 18 — Avaliação. Do efeito sobre o líder e o povo.
V.19 — Coação, aconselhamento, representação, esclarecimento de procedimentos.
V.20,21 — Ensinamento, demonstração, atribuição específica, delegação, seleção, estabeleci- mento
de qualificações, determinação de responsabilidades, ordem hierárquica.
V.22 — Especificação do controle, julgamento, avaliação, limite de decisão e administração por
exceção.
CRISTO E LIDERANÇA NOS EVANGELHOS
Qualquer estudo sobre liderança cristã é incompleto sem o estudo da vida de Cristo. É essencial
reconhecer o conceito por Jesus emitido sobre liderança: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir", ou ainda "Estou entre vós como um que serve" (Mc 10.45 e Lc 22.27).
Se Cristo usou tanto do seu tempo com seus discípulos, certamente quis instruí-los com o exemplo de
sua vida também. Ele veio servir, assim os discípulos também deveriam proceder. Este era o seu método de
liderança. Ele mesmo deu sua vida, que culminou com sua morte na cruz. O AT profetizou que o Messias
seria um "servo sofredor". Seu servir não degenerou. Era humilde, mas manteve a dignidade.
Voluntariamente lavou os pés dos discípulos. Sua vida perfeita, sem pecado, terminou no sacrifício
pela causa proposta no Calvário. Jesus ensinou o tempo todo que a grandeza não está na posição social, mas
na capacidade de servir. Ele tornou claro que a verdadeira liderança está baseada no amor que deve produzir
frutos no servir.
Observando mais de perto, vamos descobrir que seu ministério estava baseado no ensinar. Dizem os
evangelhos em vários lugares que Ele ensinava como quem tem autoridade. Os letrados da sinago- ga se
admiraram de seus ensinamentos, mesmo que discordassem. Ele sabia que para perpetuar a verdade, teria que
ensinar. Por isto treinou seus discípulos.

O QUE LIDERANÇA NÃO É


Liderança bíblica, em termos da vida de Cristo, é vista também claramente quando consideramos o
lado negativo da questão.
Lc 22 é uma passagem que proporciona alguns valiosos princípios para ajudar-nos a analisar a vi- são
do Senhor sobre liderança. A passagem, nos versículos 24 a 27 contém estes princípios. Mas o contexto é
importante. Jesus havia instituído a Santa Ceia, o grande ministério do Deus encarnando. É inacreditável que
aquilo que está descrito nestes versículos pudesse ter acontecido neste contexto.
1.A liderança no NT não é jogo político de poder. A Escritura recorda a disputa dos discípulos logo
após terem participado da Ceia do Senhor. O jogo do poder político na igreja é mesmo mais repreensível do
que no mundo. Infelizmente este jogo tem se multiplicado na igreja nestes 2.000 anos.
2. Liderança no NT não é atitude autoritária. Lc. 22.25 mostra a reação do Senhor aos argumentos
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de seus discípulos. Este tipo de disputa é para os "reis da terra", que buscam honras. Liderança não exerce sua
autoridade e poder para subjugar os liderados. Lc 22.26: "Mas vós não sois assim". É diferente com os
discípulos de Cristo que devem liderar o trabalho do Reino de Deus.
3. Liderança no NT não é controle cultural. Uma das palavras mais lindas e significativas no
trabalho da igreja é diácono. Significa "serviço" e é precisamente o que Cristo fez por seus discípulos naquele
cenáculo. Segue-se a pergunta retórica e a resposta: "Sou eu quem serve..."
A liderança no Novo Testamento não é brilhantismo, relações públicas e plataforma pessoal mas
humilde serviço para o grupo. O trabalho de Deus deve ser desenvolvido por poder espiritual. Paulo aponta
para isto em 1 Co 1.26-31. Alguns líderes servem a Palavra e outros servem as mesas, mas todos SERVEM
(At 6.1-7).

O LADO POSITIVO
Kenneth O. Gangel no seu livro Competent to Lead, sugere 4 itens positivos da liderança cristã.
➢ A liderança de nosso Senhor focaliza o individual. Sua conversa pessoal com Pedro é um
exemplo (cf. Jo 21).
➢ A liderança do Senhor focaliza as escrituras. O tratamento das verdades absolutas de Deus não
ficaram diluídas com filosofia relativista. Coloca o AT em alta estima: "Ouvistes o que foi dito..." (Mt 5.21-
48).
➢ A liderança do Senhor focaliza a si mesmo (Jo 14.9).
➢ A liderança do Senhor focaliza o propósito. Cristo estabeleceu claramente objetivos para o seu
ministério no mundo.

A. A LIDERANÇA NA IGREJA PRIMITIVA: PARADIGMAS


ANCIÃOS, PRESBÍTEROS, BISPOS E DIÁCO NOS
Uma das passagens chaves para a qualificação de líderes é Tm. 3.1-10.
Parece evidente que os líderes na igreja do N.T. eram escolhidos geralmente entre os "anciãos', os mais
idosos (cf Tt 1.5). Em At 14.23 nos é dito que na primeira viagem missionária Paulo e Barnabé escolheram
"presbíteros". Dentre estes "presbíteros" e "anciãos" emergiam líderes especiais, que se tornaram conhecidos
por "bispos". Estes assumiam uma função toda especial.
A instituição dos "ANCIÃOS" tem uma longa história que precede, inclusive, a constituição da igreja
no N.T. Temos a palavra "presbítero" do grego. Em Nm 11.16 é registrada a escolha de setenta anciãos para
ajudar Moisés na administração do povo.
Estes anciãos existiam antes que fossem escolhi- dos para a tarefa especial. Neste tempo cada sina-
goga tinha seus anciãos que eram reconhecidos como guias espirituais na comunidade. Na formação de uma
sinagoga eram necessários dez homens. Estes, normalmente, eram fortes líderes comunitários.
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Os anciãos ou "presbíteros" eram respeitados, figuras paternas, usados pelo Senhor para dar orientação
à igreja.
O segundo termo usado em 1 Tm 3 é "epís- kopos", de onde vem a palavra "episcopado". Esta palavra
pode ser traduzida como "supervisor" ou "superintendente". Este conceito também tem uma longa história.
Na Septuaginta esta palavra é encontrada diversas vezes. Em 2 Cr. 34.17 há uma descrição dos homens que
"dirigem a obra e dos que executam". No N.T. seria uma pessoa que tem supervisão de uma igreja ou um
grupo de igrejas (congregações). SEPARADO PARA...
Antes de estudar as qualificações, deve-se notar que os líderes no N.T. eram formalmente "separa-
dos" para os seus ofícios (At 13.2). Eles eram ordenados (Tt 1.5). Tinham que se submeter a testes para provar
a si mesmos (1 Tm 3.10). Geral- mente eram pagos por seus serviços (Tm 5.18). Eram sujeitos a censura (1
Tm 5.19-22).
Paulo observava suas tarefas não apenas na igreja, mas também em outras áreas. Afirma que se eles
falhassem nestas, haveria grande probabilidade de falharem também naquelas. A primeira tarefa foi a de ser
ancião em sua própria casa. Pois quem não tinha condições de instruir sua própria casa, não seria apto de
treinar a igreja. O segundo critério era o de responsabilidade de bispo no mundo. Ele devia ter "bons
testemunhos dos de fora" (l Tm 3.7). Ver Tb. At 6.3. Este era o teste real.
Pouca coisa tem machucado mais a igreja do que líderes que falharam nas suas obrigações so- ciais.
Paulo aponta outras qualificações importantes em I Tm 3.1ss. Vejamos as qualidades: 1. irrepre-
ensível (que não deixa margem para ser atacado), 2. Esposo de uma só mulher, 3.Temperante... (até v. 13)

B. PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA NA PERSPECTIVA DO NOVO TESTAMENTO: AS


EPISTOLAS E LIDERANÇA
É interessante notar que Cristo não revelou uma completa estrutura ordenada de igreja pronta, quando
entregou as chaves do Reino dos Céus aos discípulos e à Igreja. A estrutura da igreja no NT desdobrou-se
conforme as lideranças de homens comprometidos com a causa.
As Epístolas nos fornecem mais material para o estudo da liderança no N.T. Atos dos Apóstolos é
narrativa histórica. As epístolas, especialmente as de Paulo e de Pedro, que aparentemente foram
comissionadas pelo Espírito de Deus para organi- zar igrejas (congregações) locais, apresentam o plano de
Deus e padrões para o funcionamento destas igrejas. 1 Ts 2 nos servirá de modelo.

LIDERANÇA DA IGREJA NO N. T. É EDUCAÇÃO


Em 1 Ts 2.7, 8 Paulo usa a palavra "dóceis" para marcar a relação pessoal na liderança (epioi). Em 2
Tm 2.24 Paulo emprega a palavra que foi traduzida por "brando" para descrever "o servo do Senhor".
O mundo indentifica maculinidade como vigoro- so e rígido, mas Deus define como "brandura".
Entende o mundo a liderança como manipulação de adultos, mas Deus a entende como orientação a crianças.
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Um líder é qual um pai que orienta seus filhos pela exortação e pelo encorajamento.

LIDERANÇA NO N T. É EXEMPLO
O duro trabalho de Paulo é apresentado em 1 Ts. 2.9. Durante o dia e a noite, com grande esforço ele
trabalhou entre os convertidos. Sua vida foi um exemplo de santidade, justiça e correção diante de Deus.
Em 1 Ts 2.5, 6 Paulo assegura aos Tessalonicenses que seus líderes eram "homens", não uma espécie
de super-homens, gigantes eclesiásticos.

LIDERANÇA NO NT. É PATERNAL


O que faz um pai? Segundo Ef. 6.4 ele é responsável pela criação dos filhos.
Em 1 Ts 2.11, 12 são usadas as palavras "exortamos" e "consolamos". Estas duas palavras no original
são muitas vezes usadas juntas por Paulo. A primeira é usada para o ministério divino, mas a segunda é sempre
uma palavra humana. O "consolar", que também significa "encorajar", nunca é usado diretamente para o
consolo de Deus, mas é , forma de descrever a maneira que Deus usa pessoas para ministrar a outros na
comunhão de fé. Um pai também "exorta" seus filhos. A palavra também tem a ideia de admoestação ou
testemunho da verdade de forma que se conduzam em padrões aceitáveis a Deus.
Primeiramente apresentamos o padrão positivo de Cristo no treinamento de liderança. Agora
mencionamos o exemplo de Paulo. O desenvolvi- mento da igreja no N.T. estava na multiplicação daquelas
poucas pessoas de Atos 1. Muitos líderes da igreja foram treinados pessoalmente por Paulo. Ele foi de fato o
"projeto piloto": Timóteo, Silas, Tito, Epafrodito, os anciãos de Éfeso e muitos outros.
Existem congregações hoje que se parecem com as lideranças exercidas no mundo, condenadas pelo
Senhor em Lc 22. Há, sem dúvida diferença entre uma e outra liderança.

PEDRO TAMBÉM FALA SOBRE LIDERANÇA


Pedro fala sobre o assunto de liderança cristã em sua primeira Epístola (1 Pe 5.1-7). Quando escreveu
esta carta ele era uma figura proeminente na primitiva igreja. Além de estar ligado muito a Jesus, ele era
honrado e respeitado por causa de seu papel vital na formação da 1ª igreja em Jerusalém. Foi ele quem pregou
aquele sermão relatado em Atos dos apóstolos, cap. 2.
É importante observar seus conselhos. Poucas passagens mostram o significado da liderança cristã
mais claramente que em 1 Pe 5. Seu escrito começa endereçando suas palavras aos colegas presbíteros. Ele
relaciona os perigos e privilégios da liderança.
Primeiro, Pedro diz que os líderes devem cuidar do rebanho. Eles devem ser motivados de maneira
apropriada — não por coerção, mas espontânea- mente. Eles aceitarão suas responsabilidades, não como
profissionais, mas com real compaixão pelos outros.
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Em segundo lugar, Pedro ressalta o honroso chamado de liderança. O interesse do líder não deve ser a
procura de vergonhoso proveito próprio. As decisões em seu trabalho não devem ser afeta- das por interesse
de ganho pessoal. Além disto, um líder não deve ser ditatorial nem tirano. Sua maior preocupação deve ser a
de se tornar um exemplo digno para o seu rebanho. Suas ações não são dirigidas pelo amor ao poder ou à
autoridade. Humildade, diz Pedro, deve ser evidente em seu relacionamento com os outros. "Cingi-vos todos
de humildade", concluí o texto (v. 5).
Formalmente, os verdadeiros líderes cristãos não se revoltarão contra as más experiências da vida, mas
aceitarão a mão de Deus sobre suas vidas. Terão presente que Deus os está moldando para serem mais
parecidos com seu Filho, mesmo que seja pela tribulação. Pelo sofrimento Deus pode colocar uma pessoa no
devido lugar, bem como restaurar alguém que confiava em sua própria carne.
Deus quer usar todas as nossas capacidades para a construção do seu reino. Toda a liderança visa tornar
mais eficiente o trabalho da igreja no sentido de alcançar os objetivos da própria igreja: A SALVAÇÃO DAS
PESSOAS. Cada um de nós tem algumas capacidades para liderar algum setor de trabalho da Igreja, sempre
visando o bem daqueles que nos cercam. Se a igreja não consegue realizar melhor as suas tarefas é porque nós
não colocamos a seu serviço todas as nossas capacidades de servir.
Importante para sermos melhores servos de Cristo é nos adestrarmos sempre melhor. Aprender técnicas
de liderança e administração são muito importantes. Mais importante, porém, é o uso constante de sua Palavra
e dos sacramentos. Estes meios da graça aumentarão a fé. A fé, por sua vez, vai nos fazer agir. Não deixemos
para depois, argumentando que ainda não estamos suficiente- mente preparados. Enquanto nos preparamos
melhor, simultaneamente devemos agir. O agir e o aprimorar são constantes e simultâneos na vida do cristão.
Quando sentires que, vez por outra fracassaste, não desanima. Os grandes líderes da Bíblia e na história
da Igreja também tiveram suas fraquezas e fracassos. Mesmo os que citamos como exemplo. Davi, Moisés,
Pedro e outros, também tiveram seus erros e fracassos. Importante é começar já, e, se fracassaste, busca o
perdão com arrependimento, recomeçando novamente.
Não há tempo a perder. "Vai alta a noite e vem chegando o dia". Tu és importante no trabalho da Igreja.
Neste pouco tempo de graça que nos resta, há muito que fazer. Busca em Deus a força e capacidade que
necessitas. "O amor de Cristo nos constrange".

C. PRIORIDADES PARA A LIDERANÇA CRISTÃ.


Segundo Reverendo Hernandes Dias Lopes, estamos vivendo uma crise de liderança e ela está presente
nos poderes constituídos, na família e na igreja. Talvez seja a crise mais aguda até hoje. Uma estatística feita
diz que as três classes mais desacreditas são: os políticos, a polícia e os pastores.
Há muitos líderes cristãos não convertidos, não vocacionados, confusos emocionalmente e perdidos
doutrinariamente. Líderes despóticos e outros controlados como manobra. Líderes preguiçosos e em pecado.
Ele ainda reitera precisamos voltar para Escritura, para o verdadeiro perfil e compromissos da liderança
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cristã. Utilizando como base o texto de At. 20:17-38 ele destaca algumas prioridades do líder cristão.
1. Com o próprio Deus: Paulo Serviu com lágrimas. Os líderes precisam saber quem estão
servindo. Alguns estão servindo eles mesmos, apenas a instituição ou denominação. Quem serve a Deus não
tem medo das dificuldades, nem está atrás de holofotes, não depende de elogios nem se desencorajada com as
críticas, nem ergue monumentos a si mesmos, mas, está disposto qualquer situação adversa por sua integridade
e fidelidade ao Deus que serve.
2. Ele mesmo: O líder precisa ter uma vida coerente. Não ter vida dupla, não ter nada a esconder,
nada debaixo do tapete. Ao contrário, conserva uma vida condizente com a liderança que exerce. “Sua vida é
a vida de sua liderança.” Aquele não cuida da sua própria vida está desqualificado para cuidar dos outros.
Seus pecados são os mestres do pecado. São mais graves, hipócritas e mais danosos do que os das demais
pessoas. Mais graves porque peca com maior conhecimento, hipócrita porque combate o pecado em público,
mas –muitas vezes - os pratica em secreto e mais danosos, pois quando um líder cai mais gente é atingida.
3. Com a palavra: Ensinava publicamente e de casa em casa. Quem não tem disposição para
pregar numa pequena congregação ou em casas está desqualificado para pregar nos grandes encontros. Jesus
pregou sermões para únicas pessoas. Paulo era mestre e evangelista. Há muitos líderes que não sabem
testemunhar a fé salvadora, nunca levaram ninguém a Cristo. O líder não apenas prepara para o exercício, mas
eles também precisam levar pessoas a Salvação.
A frase “ovelha gera ovelha, e pastor não gera ovelha” ficou muito famosa na década de 80. Essa frase
é parcialmente certa, ao passo que é verdade que pastor não é capaz de gerar ovelhas. Um líder não é apenas
um mestre, mas também um evangelista. Paulo deixa claro quando diz para Timóteo: “Cumpre cabalmente o
teu ministério de evangelista.”
4. Com a igreja: Não fomos chamados para pastorear parte do rebanho, mas atender por todo o
rebanho. Cuidar das ovelhas indóceis, que não nos tratam com amabilidade. Ou fomos colocados pelo Espírito
Santo ou melhor não exercer a liderança na igreja local; muitos usam de políticas de cargos e isso é inaceitável.
Ou temos garantia de Deus ou estamos fora de lugar. A igreja é de Deus. Somos pastores auxiliares do supremo
pastor.
Pastorear não é explorar, não é arrancar a lã e comer a carne das ovelhas, não é olha-las como um
grupo que deve abastecer a vida de líderes para que vivam dissolutamente. Não é essa ideia de ministério. Os
pastores Devem cuidar, apascentar, cuidar, nutrir e disciplinar. Cuidar das ovelhas de Deus, pois o valor é
inestimável.

D. A MOTIVAÇÃO NA LIDERANÇA CRISTÃ.


DEFINIÇÃO: É o movimento para a ação. São as razões que conduzem um indivíduo a realizar uma
determinada ação, ou ainda, é a disponibilidade de exercer altos níveis de esforço em direção aos objetivos da
organização, da vida ministerial e/ou pessoal.
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O líder necessita de um propósito motivador Este é o primeiro elemento da liderança. Você precisa de
uma causa. Um sonho. Um objetivo. Uma meta. O propósito que impulsiona e o que vai lhe empurrar
até a sua meta. Ele não apenas guia, mas o arrasta. Você precisa de um propósito que lhe impulsione.
A sensação de ter um propósito que lhe impulsionava, que era seu grande projeto, foi o que capacitou
Neemias para resistir as distrações, quando seus inimigos lhe sugeriram que descansasse de seu trabalho por
um momento. Neemias era um homem resolvido. Sua capacidade de concentração foi uma das razoes
primordiais pelas quais os que estavam edificando os muros lograram o impossível em apenas cinquenta e
dois dias. Neemias conhecia a forma de manter no posto principal o que era principal.
Qual é o propósito que impulsiona sua vida? O que e que lhe tira da cama todos os dias? O que e que
lhe motiva a viver o resto de sua vida? Precisa ser algo mais que o desejo de fazer dinheiro. Caso contrário,
se esvairá rapidamente e você ficara de mãos vazias.
Enquanto você não descobrir um propósito que impulsione sua vida, tudo o que você esta fazendo e
existir. Neemias disse: "Tenho um grande projeto!". O que você diz? Pelo que você esta trocando sua vida?
Jesus disse: "O que o homem poderá dar em troca de sua alma?" Quando você dá seu tempo para algo,
você está investindo sua vida nisso. Isso é a vida: o tempo que você passa na terra. Nós temos a tendência de
pensar que a coisa mais importante que podemos dar para as pessoas é nosso dinheiro. No entanto, o dinheiro
pode ser substituído. Ao contrário, o tempo é insubstituível. Em primeiro lugar, a característica de um grande
líder e que ele tem um propósito que o impulsiona, uma meta que o faz superar tudo, move sua vida e o
mantém lutando.
A vida dos grandes homens e produzida por um compromisso com uma grande causa. Essa causa e a
que os tira para fora deles mesmos. Impulsiona-os a fazer e chegar a ser mais do que teriam podido ser por si
próprios. Todos precisam ter um propósito impulsor para a vida.
Desafio-o a que o maior dos propósitos que impulsionam sua vida, a maior das causas pelas quais você
pode entregar sua vida, seja o Reino de Deus. Não existe melhor maneira de investir sua vida. O Reino de
Deus vai durar por toda a eternidade. A maior parte das coisas em que gastamos o tempo não dura nem vinte
anos. Desafio você a decidir, agora mesmo, que, se lhe restarem cinco anos sobre a terra ou cinqüenta,
você os invista no Reino de Deus.
Qual é a sua declaração de propósito? Cada vida deve ter uma. Essa proclamação define o propósito
motivador da nossa vida. Se nunca escreveu uma, por que não fazê-lo agora mesmo? Adiante! Deixe o livro
por um momento. Eu vou esperar você.
Em certa ocasião, houve alguém que pediu a Jesus que resumisse a Bíblia. Esta foi a resposta: "Ame o
Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento". Este é o primeiro
e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: "Ame o seu próximo como a si mesmo". Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. Suas ultimas palavras para a igreja, antes de retornar ao céu,
foram: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
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Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o
rim dos tempos.
Essas duas declarações de Jesus, conhecidas como o Grande Mandamento e a Grande Comissão,
resumem tudo o que a igreja e nossa vida devem fazer. Quando nós fazemos essas coisas, quando amamos a
Deus de todo coração (adoração), amamos nosso próximo como a nós mesmos (confraternização e Ministério),
vamos fazer discípulos (evangelismo), trazemo-los a família de Deus (companheirismo) e os ensinamos a
observar todas estas coisas (discipulado), estamos realizando os cinco propósitos pelos quais a igreja existe.
Rick Warren testemunha aqui dizendo: “Quando fundei a igreja Saddleback, pedi a Deus: "Senhor, dá-
me nossa razão de ser em uma só frase". Essa e a frase que ele me deu. £ a chave, não só de uma grande igreja,
mas do que e ser um grande cristão. Se e esse o anelo do seu coração; se você quer que sua vida sirva para
algo, tenha um propósito motivador. Invista sua vida nessas cinco coisas: amar a Deus, amar o próximo como
a você mesmo, ir e fazer discípulos, ajudar as pessoas a conhecerem Cristo e ensiná-los a crescer em Cristo.”
Não há causa maior do que esta. Infelizmente, são muitas as pessoas que se desviam do seu propósito.
O refrão diz: "Ao que não esta firme em algo, qualquer coisa o derruba".
No capítulo 2:17 e 18, Neemias traz princípios de como um líder motiva. Chegou a hora de Neemias
fazer uma reunião com todo o povo e expor o que estava em seu coração. Ele pessoalmente fará o
pronunciamento:
1- Conclama o povo a avaliar a situação. “Estais vendo a miséria em que estamos...” Viveram tanto
tempo assim que por certo estavam apáticos, era preciso despertá-los.
2- Neemias se liga a eles dizendo “nós”.
3- “Vinde” ou “Venham”, vamos reconstruir o muro, para que não sejamos mais envergonhados. Este
desafio desperta-lhes o patriotismo.
4- (v 18) Neemias conta a eles como tudo isso se tornou possível, sendo ele o copeiro do rei. O
testemunho de Neemias, é um milagre, pois o rei já havia decretado a proibição da restauração da
cidade. Impactados com as boas notícias e vendo que Deus era com Neemias, o povo se entusiasmou!-
disseram: “Disponhamo-nos e Edifiquemos...”. A forma como Neemias lidou com a situação, ilustra a
essência da boa motivação. Por 90 anos as pessoas estiveram dizendo: “Não pode ser feito”. Agora estão
unidos e prontos para começar o trabalho.
Motivar pessoas para a tarefa é uma arte. John Maxwell define esta arte como a “Lei da Ligação”, diz
esta lei: Os líderes eficazes sabem que você primeiro têm de tocar o coração das pessoas antes de lhes pedir
ajuda. Você não pode estimular as pessoas à ação, a menos que primeiro as estimule com a emoção. O
coração em 1º lugar, depois a cabeça. Neemias não se apresenta como um feitor do rei; ou como um
mandatário que tem uma tarefa a fazer e quer cobrar resultados. Neemias se coloca como um deles, e diz que
aquela miséria atinge a todos.
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D. DESAFIOS E PROBLEMAS FREQUENTES NA LIDERANÇA CRISTÃ.


São muitos os problemas que a liderança cristã enfrenta ou sempre enfrentou durante toda a história.
Apontamos alguns dos assuntos que podem ser mais recorrentes.
➢ Problemas na Área de Nossa Compreensão Teológica
Este problema tem se tornado mais agudo a cada geração, pois a compreensão teológica das
Escrituras está cada vez mais pobre e superficial. Por este motivo o século XXI tem se tornado – a
passos largos – o período das “novas heresias” ou seitas. Obviamente, a história da Igreja Cristã nos
mostra os inúmeros tropeços de líderes ou lideranças devido a equívocos teológicos. No entanto, o fato
que desperta espanto são das igrejas chamadas cristãs.
O erro de exegese, de hermenêutica, a falta de inspiração do Espírito Santo e os interesses
mercadológicos fazem desse tempo um emaranhado de fios com pontas soltas sem começo e nem final.
Sendo assim, o produto de lideranças ou seja, o resultado último das influências desses líderes gera
um cristianismo herético, descreditado e sem o poder transformador.
Por outro lado, o desafio desta liderança levantada por Deus neste tempo é de voltar-se às
Escrituras e ao poder que há nelas a fim de que o Senhor seja glorificado pelos seus propósitos.
Precisamos nos debruçar novamente às páginas da Bíblia e derramarmos lágrimas na ânsia pela
iluminação e inspiração do Espírito de Deus.
Todos os grandes homens e mulheres de Deus que são citados na Palavra receberam missões
aparentemente pesadas demais. No entanto, com o incentivo do Senhor e a decisão de aceitar o desafio,
seguiram, ganharam, perderam, mas nunca se acomodaram com o cenário que vislumbravam.
Nosso desafio é permitir que o Senhor da Igreja a governe à maneira Dele. Somos mordomos,
auxiliares, mas fomos incumbidos de influenciar pessoas e leva-las até o Supremo Pastor. Fomos
chamados e ungidos. Agora, precisamos descobrir por Deus quer que arrastemos multidões para Ele.
Problemas na Área de Relacionamento Pessoal
O que salta aos olhos neste tempo é a falta de preparo dos líderes para se relacionar com as
pessoas da congregação. Em toda a Bíblia, o povo sempre promoveu tempos difíceis aos líderes; não
é de hoje. Claramente necessitamos entender o trabalhar de Deus na vida do comissionado. Isso é fato
e para isso o material preferido do Senhor são as pessoas.
Enfrentaremos todo tipo de situação: discussões, comunicação ruim, mentiras e muito mais.
Porém, o líder (seja pastor, pastora, líder de departamento, etc) precisa – o mais óbvio – esperar por
essas questões. Relacionar-se com pessoas é uma arte que apenas o Espírito Santo pode nos ensinar.
Mas não podemos permitir que o tempo passe e ainda não conseguirmos resolver situações
antigas, pois isso refletirá em nossa vida devocional, casamento, família e ministério. E será um
espelho da nossa alma.
Se o líder tem problemas de relacionamento, como é possível liderar pessoas? É obvio que não
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estamos apontando o pastor (a) como alguém ileso e invencível, mas alguém disposto a aprender a
relacionar-se com as pessoas, seja para ser ferido ou, muitas vezes, ferir.

A existência de subgrupos na congregação


Paulo em I Co 1, descreve uma situação como essa: dissensões e facções. Ou seja, a Igreja
estava dividida em alguns setores. Qual o papel do líder frente a isso? O Apóstolo mergulha no cerne
da questão e aponta para Cristo todas as benfeitorias, sejam espirituais, sejas eclesiásticas. Ele dá ao
Senhor Jesus o lugar devido dentro da Igreja: o centro.
Como liderança, nosso papel é orar, agir com sabedoria, ensinar e corrigir essas divisões no
meio dos santos de Deus, pois – normalmente – trará enfraquecimento a visão da Escritura, a figura
do líder e um prejuízo incalculável para a congregação.
Jesus Cristo é único, não está divido. Ele é a cabeça do corpo da Igreja, portanto, “Á ele seja a
glória na Igreja, pelos séculos dos séculos, amém”. (Ef. 3:20)

➢ Problemas na Área de Administração


Como dito anteriormente, a administração é uma das áreas mais mal tratadas no meio
eclesiástico. A falta de capacidade para planejar, a acomodação em não se capacitar e as decisões
erradas comprometem todo o trabalho que aquela organização teria para seus membros e para toda a
comunidade local.
Precisamos entender algo: problema na administração é inevitável quando se tem imprevistos,
por exemplo. Todavia, o que está em jogo não é o esporádico, mas uma “cultura da não administração”.
Esse é o real temor.
A falta dessa cultura encerra projetos, fecha ministérios e pode abortar carreiras de líderes e de
toda uma congregação.
O próprio Deus nos deu princípios de administração com a finalidade de utilizarmos como
ferramenta e poder desfrutar dos seus resultados. Uma boa administração glorifica o nome do Senhor,
pois mostra lisura, caráter aprovado e transformação pela obra do Espírito.
A avareza e a relação indevida com o dinheiro foram tratadas fortemente nos evangelhos. O
capítulo 6 de Mateus nos mostra isso. Ao passo que a parábola dos talentos demonstra a alegria e a
confiança do Senhor no servo que aplicou sua instrução para, não apenas cuidar, mas multiplicar aquilo
que lhe foi dado.
Temos todos os princípios, condições, informações e as motivações para realizarmos uma boa
administração para o Senhor.
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E. PROPOSTA PARA DESENVOLVER LÍDERES NA IGREJA LOCAL.

O Pr. Rick Warren traz uma proposta interessantíssima para este desenvolvimento. Vejamos:
Estabelecendo um processo de atribuição ministerial
Conduzir membros ao ministério deve ser um processo constante, e não uma ênfase especial. Existem
três partes essenciais no Centro de Desenvolvimento Ministerial da Saddleback.
Curso mensal. A cada mês, ministramos o curso Comprometidos com o ministério — uma aula de
quatro horas que expõe as bases bíblicas para o ministério e as várias oportunidades ministeriais em nossa
igreja.. Simultaneamente, temos os cursos de Comprometidos com a membresia e Comprometidos com a
maturidade). Dedicamos bastante atenção e promoção a esses cursos.
Um processo de atribuição. Nosso processo de atribuição envolve seis passos: 1) fazer o curso
Comprometidos com o ministério; 2) comprometer- se a servir em um ministério e assinar o pacto de
ministério da Saddleback; 3) completar o perfil FORMA (formação espiritual, coração, habilidades,
personalidade e experiências); 4) ter uma entrevista com um facilitador para identificar duas ou três possíveis
áreas no ministério; 5) encontrar- se com alguém da equipe ou com um dos líderes leigos que supervisiona o
ministério desejado; 6) ser comissionado publicamente na reunião do SALT.
O processo de atribuição serve para fortalecer os cristãos, e não para preencher vagas. Você obterá
muito mais sucesso com aqueles que integrar no ministério se concentrar seu interesse no indivíduo, e não nas
necessidades da instituição. Lembre-se: o ministério é para pessoas, não para programas.
Trabalhe de maneira personalizada na administração do processo.
Os cristãos necessitam de atenção individual e de liderança para descobrir o ministério com o qual se
identificam. O simples fato de completar um curso não o fará alcançar esse objetivo. Cada membro merece
atenção pessoal.
O Centro de Desenvolvimento Ministerial da Saddleback é liderado por nosso pastor de ministérios e
por voluntários que servem nessa equipe. Eles fazem entrevistas com os membros que completaram o perfil
FORMA, ajudando-os a encontrar o lugar mais adequado para servir. Ajudam também os membros que
querem iniciar novos ministérios. Se eu estivesse começando uma igreja hoje, uma de minhas primeiras
providências seria encontrar um voluntário que soubesse entrevistar e treiná-lo para ajudar os interessados
nessa missão vital. Não precisa ser uma função remunerada, mas você precisa de alguém com personalidade
certa e habilidade específica para esse trabalho.
Providencie treinamento no local de trabalho
Depois que começam a servir no ministério, os membros precisam de treinamento no local de trabalho.
Isso é muito mais importante e eficaz que um treinamento antes do trabalho em si. Solicitamos apenas um
treinamento mínimo antes do início da atividade ministerial, porque sentimos que eles nem mesmo sabem o
que perguntar até estarem realmente envolvidos.
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Nunca comece um ministério sem um ministro


Jamais criamos uma atividade ministerial para depois preenchê-la. Isso não funciona. O fator mais
importante em um novo ministério não é a idéia, e sim a liderança. Cada ministério se ergue ou cai por sua
liderança. Sem o líder certo, o ministério fica somente capengando, com a possibilidade de fazer mais mal que
bem.
Estabeleça o mínimo de padrões e diretrizes
E fundamental estabelecer alguns padrões mínimos para um ministério, porque as melhores intenções
não são suficientes quando se trabalha com seres humanos.
Permita que os cristãos deixem o ministério sem culpa
Para renunciar a um ministério, em algumas igrejas, você precisa morrer, abandonar a congregação ou
estar disposto a conviver com uma culpa intensa. Devemos permitir que os cristãos tirem “férias” ou mudem
de ministério sem se sentirem culpados, pois pode acontecer que venham a estagnar em suas atividades ou
sentir necessidade de uma mudança de ritmo. Ou, talvez, estejam simplesmente necessitando de um tempo.
Qualquer que seja a razão, é necessário ter substitutos prontos para preencher as vagas.
Confie nas pessoas: delegue autoridade com responsabilidade
O segredo de motivar as pessoas a servir por um longo período de tempo é dar-lhes o sentimento de
propriedade. Quero repetir isto: permita que os membros que lideram o ministério tomem as próprias decisões
sem a interferência de comissões ou juntas administrativas. Por exemplo, os líderes do ministério do berçário
podem decidir como as salas serão decoradas, o tipo e a quantidade de berços que irão adquirir e o método de
controle de entrada e saída de crianças que irão adotar. Os membros envolvidos no dia-a-dia do ministério
tomarão decisões mais corretas que uma comissão, que controla tudo a distância.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GALLOWAY, Dale. Liderança com Propósito. Campinas: CNP, 2002.


LOPES, Hernandes dias. DE:PASTOR A: PASTOR.
MAXWELL, JOHN C. “LÍDER 360º”
RABELO, SILA D. APOSTILA: “ADMINISTRAÇÃO E LIDERANÇA CRISTÔ. STNB,
PIRACICABA/SP.
RABELO, SILA D. APOSTILA: “ADMINISTRAÇÃO EM NEEMIAS”. STNB, PIRACICABA/SP.
TOLER, STAN. A Excelência do ministério: orientações práticas para o pastorado.
WARREN, R. “LIDERANÇA COM PROPÓSITOS”
WARREN, R. “UMA IGREJA COM PROPÓSITOS”

WEBGRAFIA
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/principios-da-administracao-o-conceito-da-
administracao-e-suas-funcoes/57654/
http://www.institutojetro.com/Artigos/administracao-geral/conhecete-a-ti-mesmo-diagnostico-
organizacional.html
https://www.salpinx.com.br/cronograma-de-projetos/#_Toc139818952
http://www.advtecnologia.com.br/orcamento-empresarial-o-que-e-e-como-fazer/
https://www.infojobs.com.br/artigos/Supervisor_Administrativo__2073.aspx
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/a-importancia-da-direcao/12100/

"comunicação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-


2013, https://www.priberam.pt/dlpo/comunica%c3%a7%c3%a3o [consultado em 02-09-2017].
https://www.youtube.com/watch?v=EpGZdlLbRCY

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