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O parnasianismo é uma estética literária de caráter exclusivamente poético, que reagiu contra os
abusos sentimentais dos românticos. A poesia parnasiana voltada para onde há o ideal da perfeição
estética e a sublimação da "arte pela arte". Teve como sua primeira obra Fanfarras(1882), de Teófilo
Dias. Parnasse (em português, parnaso e daí parnasianismo): origina-se de Parnassus, região
montanhosa da Grécia. Segundo a lenda, ali moravam os poetas.
Alguns críticos chegaram a considerar o parnasianismo uma espécie de realismo na poesia. Tal
aproximação é suspeita as duas correntes apresentam visões de mundo distintas. O autor realista
percebe a crise da ‘síntese burguesa’, já não acredita em nenhum dos valores da classe dominante e a
fustiga social e moralmente. Em compensação o autor parnasiano mantém uma soberba indiferença
frente aos dramas do cotidiano, isolando-se na "torre de marfim", onde elabora teorias formalistas de
acordo com a inconseqüência e o hedonismo das frações burguesas vitoriosas.
CONTEXTO HISTÓRICO
Diz respeito, especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao descuido com a forma do
Romantismo. O nome Parnaso diz respeito à figura mitológica que nomeia uma montanha na Grécia,
morada de musas e do deus Apolo, local de inspiração para os poetas. A escola adota uma linguagem
mais trabalhada, empregando palavras sofisticadas e incomuns, dispostas na construção de frases,
atendendo às necessidades da métrica e ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes
são característicos. Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as coisas sem demonstrar
emoção.
A nova tendência toma corpo a partir de 1878, quando nas colunas do Diário do Rio de Janeiro se tenta
criar a "Guerra do Parnaso", defendendo o emprego da ciência e da poesia social, sem visar modificar
nada, recebendo a alcunha de Idéia Nova. O poeta Alberto de Oliveira deseja o Realismo na poesia,
enquanto em São Paulo, Raimundo Correia e alguns colegas criam polêmicas sobre o novo movimento
na Revista de Ciências e Letras. Surge a poesia diversificada: poesia científica, socialista e realista. A
científica é a única a manter certo rigor e exclusividade. As demais se libertam do Romantismo aos
poucos.
Segundo Alfredo Bosi, a obra de Teófilo Dias, Fanfarras (1882) pode ser considerada o primeiro livro
parnasiano, contrapondo-se a Alberto de Oliveira que destaca Sonetos e Rimas (1880) de Luís
Guimarães Junior, como a primeira manifestação. Contudo, são os poemas da "plêiade parnasiana":
Alberto de Oliveira, com Meridionais (1884) e Sonetos e Poemas (1886), Raimundo Correia, com Versos
e Versões (1887) e Olavo Bilac, com a primeira edição de Poesias (1888), que apresentam as marcas
próprias do movimento, filiado ao Parnasianismo francês, assim denominado, devido à coletânea
Parnasse Contemporain, publicada em série (1866,1869 e 1876).
CONTEXTO HISTÓRICO
Grandes acontecimentos históricos marcaram a geração dos parnasianos brasileiros.
A abolição da escravatura (1888) coincide com a estréia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte houve a
queda do regime imperial com a Proclamação da República.
A transição do séculoXIX para o século XX representou para o Brasil: um período de consolidação das
novas instituições republicanas; fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração
das finanças; impulso ao progresso material. Depois das agitações do início da República,
o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. Um ano após a
proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro
dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano Peixoto.
CARACTERÍSTICAS
Os poetas brasileiros tomam como fonte de inspiração os portugueses do século XVIII, destacando,
sobretudo, o trabalho de Bocage. Voltam-se, também, para Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e
Tomás Antonio Gonzaga. Cultuam a estética do Arcadismo, a correção da linguagem, propiciadora de
originalidade e imortalidade, buscando objetividade e impassibilidade diante do objeto, cultivando a forma
para atingir a perfeição.
A sintaxe, sob a influência do século XVIII, prima pela devoção à clareza, à lógica e à sonoridade. Os
parnasianos evitam as aliterações, homofonias, hiatos, ecos e expressões arrebatadoras, mas apreciam a
rima consoante, aplicada sob o jugo de regras rígidas, privilegiando a rima paroxítona, abjurando a interna
e exigindo a rima em todas as quadras. Dão ênfase às alternâncias graves, aos versos de rimas paralelas
ou intercaladas. Apreciam as metáforas derivadas das lendas e história da Antigüidade Clássica, símbolo
do ideal de beleza.
O soneto ressurge juntamente com o verso alexandrino, bem como o trabalho com a chave de ouro e a
rima rica. A vida é cantada em toda sua glória, sobressaindo-se a alegria, a sensualidade, o
conhecimento do mal. A imaginação é sempre dominada pela realidade objetiva.
CARACTERÍSTICAS
Arte pela arte: Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é gratuita, que só vale por si
própria. Ela não teria nenhum valor utilitário, nenhum tipo de compromisso. Seria auto-suficiente.
Justificada apenas por sua beleza formal. Qualquer tipo de investigação do social, referência ao prosaico,
interesse pelas coisas comuns a todos os homens seria ‘matéria impura’ a comprometer o texto.
Restabelecem, portanto, um esteticismo de fundo conservador que já vigorava na decadência romana. A
arte passava apenas a ser um jogo frívolo de espíritos elegantes.
Culto da forma: O resultado imediato dessa visão seria o endeusamento dos processos formais do
poema. A verdade de uma obra residiria em sua beleza. E a beleza seria dada pela elaboração formal.
Essa mitologia da perfeição formal e, simultaneamente, a impotência dos poetas em alcançá-la de
maneira definitiva são o tema do soneto de Olavo Bilac intitulado "Perfeição".
Os parnasianos consideravam como forma a maneira do poema se apresentar, seus aspectos exteriores.
A forma seria assim a técnica de construção do poema. Isso constituía uma simplificação primária do
fazer poético e do próprio conceito de forma que passava a ser apenas uma fórmula resumida em alguns
itens básicos:
• Metrificação rigorosa
• Rimas ricas
• Preferência pelo soneto
• Objetividade e impassibilidade
• Descritivismo
Em vários poemas, os parnasianos apresentam suas teorias de escrita e sua obsessão pela "Deusa
Forma". "Profissão de Fé", de Olavo Bilac, ilustra essa concepção formalista:
Temática greco-romana: Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguiram articular poemas
sem conteúdos e foram obrigados a encontrar um assunto desvinculado do mundo concreto para motivo
de suas criações. Escolheram a antigüidade clássica, sua historia e sua mitologia. Assistimos então a
centenas de textos que falam de deuses, heróis, personagens históricos, cortesãs, fatos lendários e até
mesmo objetos: "
POETAS DO PARNASIANISMO
OLAVO BILAC(1865-1918)
Nasceu no Rio de janeiro, numa família de classe média. Estudou Medicina e depois Direito, sem se
formar em nenhum dos cursos. Jornalista, funcionário Público, inspetor escolar, exerceu constantemente
atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo o país. Paralelamente, teve certas
veleidades boêmias e foi coroado como "Príncipe dos poetas brasileiros". Obras: Poesia (l888); Tarde
(1918). A exemplo de quase todos os parnasianos, Olavo Bilac escreveu poesias com grande habilidade
técnica sobre temas greco-romanos. Se jamais abandonou sua meticulosa precisão, acabou destruindo
aquela impassibilidade, exigida pela estética parnasiana. Fez numerosas descrições da natureza, ainda
dentro do mito da objetividade absoluta, porém os seus melhores textos estão permeados por conotações
subjetivas, indicando uma herança romântica. Bilac tratou do amor a parti de dois ângulos distintos: um
platônico e outro sensual. A quase totalidade de seus textos amorosos tendem à celebração dos prazeres
corpóreos.
Em alguns poemas, contudo, o erotismo perde essa vulgaridade, adquirindo força e beleza com em "In
extremis". Na hora de uma morte imaginária, o poeta lamenta a perda das coisas concretas e sensuais da
existência. Em um conjunto de sonetos intitulado Via-láctea, Bilac nos apresenta uma concepção mais
espiritualizada das relações amorosas. O mais recitado desses sonetos acabou ficando conhecido com o
nome do livro.
Identificado com o sistema, o autor de Tarde tornou-se um intelectual a serviço dos grupos dirigentes,
oferecendo-lhes composições laudatórias. Olavo Bilac sonegou o Brasil real e inventou um Brasil de
heróis, transformando feroz bandeirante, como Fernão Dias, em apóstolo da nacionalidade. O caçador de
esmeraldas foi uma frustrada tentativa épica:
Além disso, cantou os símbolos pátrios, a mata, as estrelas, a "última flor do Lácio", as crianças, os
soldados, a bandeira, os dias nacionais, etc.
Nasceu em Saquarema, Rio de Janeiro. Diploma-se em farmácia; inicia o curso de Medicina. Ao lado de
Machado de Assis, faz parte ativa na Fundação da Academia de Letras. Foi doutor honoris causa pela
Universidade de Buenos Aires. Elegem-no "príncipe dos poetas brasileiros" num concurso promovido pela
revista Fon-Fon, para substituir o lugar deixado por Olavo Bilac. Faleceu em Niterói, RJ, em 1937. Obras
principais: Canções Românticas(1878); Meridionais(1884); Sonetos e Poemas(1885); Versos e
rimas(1895). Foi de todos os parnasianos o que mais permaneceu atado aos mais rigorosos padrões do
movimento. Manipulava os procedimentos técnicos de sua escola com precisão, mas essa técnica
ressalta ainda mais a pobreza temática, a frieza e a insipidez de uma poesia hoje ilegível.
Tinha como características principais da sua poesia a objetividade, a impassibilidade e correção técnica,
a excessiva preocupação formal, sintaxe rebuscada e a fuga ao sentimental e ao piegas. Na poesia de
Alberto de Oliveira, portanto, encontramos poemas que reproduzem mecanicamente a natureza e objetos
descritivos. Uma poesia sobre coisas inanimadas.
Uma poesia tão morta como os objetos descritos, como vemos no poema Vaso Grego:
Quando secretário da delegação diplomática brasileira em Portugal, publica aí uma coletânea de seus
livros na obra Poesia(1898).
De volta ao Brasil, assume a direção do Ginásio Fluminense de Petrópolis. Com a saúde bastante
abalada, retorna à Europa, vindo a falecer em Paris. Obras Principais: Primeiros Sonhos(1879)
Sinfonias(1883) Versos e Versões(1887) Aleluias(1891)A exemplo dos demais componentes da tríade,
Raimundo Correia foi um consumado artesão do verso, dominando com perfeição as técnicas de
montagem e construção do poema.
Tinha como características pessoais o pessimismo, o predomínio da simulação, percepção aguda da
transitoriedade da ilusão humana, profundo se das virtualidades vocabulares. O gelo descritivista da
escola seria quebrado por uma emoção genuína que humanizava a paisagem.
Fonte: www.escolavesper.com.br