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http://jus.com.br/revista/texto/8238
Publicado em 04/2006
1. INTRODUÇÃO
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Deste modo, verifica-se que o texto base que foi levado à promulgação
tinha a concordância de ambas as Casas, preenchendo, assim, a formalidade
exigida pelo art. 60 da CF, o que, no entanto, não ocorreu com a ressalva
aprovada pelo Senado Federal.
Assim, além de não haver a ofensa ao art. 60, da CF, não houve
qualquer prejuízo aos princípios democráticos, na medida em que a ressalva foi
considerada aprovada em dois turnos, e inserida no texto remetido à Câmara
dos Deputados para apreciação, como meio de ajustar-se a seu único destino
possível dentro do processo legislativo, em prestígio ao princípio do
bicameralismo, pois, caso contrário, o texto estaria fadado à
inconstitucionalidade formal, posto que não houve aprovação, como exige a
Constituição Federal, da ressalva feita pelo Senado Federal, pela Câmara dos
Deputados.
A história contada pelo Ministro IVES GANDRA nos remete, pois, à fase
administrativa da Justiça do Trabalho, da primeira metade do Século XX, em
que ela figurava de forma agregada ao Poder Executivo, vindo a ter
reconhecido seu caráter jurisdicional pelo STF somente em 1943.
Por outro lado, além dessa conexão direta com o inciso I do art. 114, o
precitado art. 69, III, do CPP, é inserido no ordenamento processual trabalhista,
a partir da EC 45/04, por meio da "cláusula de recepção ampla" contida no
inciso IX do mesmo artigo 114 da Constituição.
- etc.
II
Convenhamos...
IV
VI
VII
A resposta vem expressa no art. 37, II, da LOMPU [06]: "O Ministério
Público Federal exercerá as suas funções nas causas de competência de
quaisquer juízes e tribunais, para defesa de direitos e interesses dos índios e
das populações indígenas, do meio ambiente, de bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio
nacional". Pois bem, admitida legalmente a hipótese de ramo do Ministério
Público atuar perante qualquer juízo ou tribunal, resta cabalmente esclarecido
que as atribuições/legitimidade do Parquet, são distintas da competência dos
juízos e tribunais, e a falta desta não induz à ausência daquelas.
"Processo nº 2004.72.05.004394-8
Vistos, etc.
Intimem-se.
"Autos nº
Meritíssimo(a) Juiz(a),
MARCOS DESTEFENNI
Promotor de Justiça
Proc. 16.819/04
Vistos.
Junte-se o laudo.
Acolho a manifestação do Ministério Público a fls. retro como razões de
decidir e determino o encaminhamento dos autos ao distribuidor criminal para
redistribuição à Justiça do Trabalho.
Anote-se. Comunique-se.
Juiz de Direito"
"Vistos, etc.
Juiz do Trabalho"
Decisão do Juízo da Vara Única da Comarca de Mondai/SC,
determinando a remessa de cópias ao MPT para as providências penais
cabíveis:
"Autos n° 043.05.000350-2
Vistos, etc...
"(...) desde o ano de 2002, após o Requerido ter proposto uma ação
Trabalhista (autos nº 00489/2002), contra a empresa Requerente, a qual
religiosamente pagou as verbas trabalhistas para Requerido, conforme
homologação pelo Juízo do trabalho de São Miguel do Oeste, não há mais
relação negocial alguma entre as partes (...)" (fl. 04).
POSTO ISTO,
JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na Medida Cautelar de
Sustação de Protesto c/c pedido de medida liminar proposta por POSTO
SANTO ANTONIO LTDA contra SIDINEI BELTRAME, com fundamento no
artigo 269, inciso I, do CPC.
Classe: Representação
2. Sidinei Beltrame
Objeto: fraude; ilícitos penais (art. 203, caput, 299 e 337-A, III, do CP)
Despacho
R. H.
Vistos, etc.
O autor da medida, ato contínuo (fl. 61), asseverou que "em momento
algum foi dito que o requerido havia falsificado a assinatura".
Esta conduta pode ser enquadrada, em tese, no art. 337-A, III, bem
assim no art. 203, caput, c/c art. 70 (concurso material), todos do Código Penal.
Procurador do Trabalho"
2 - EXECUÇÃO:
5 - INFRATORES:
9 - TESTEMUNHA(S):
2 - EXECUÇÃO:
5 - INFRATORES:
9 - TESTEMUNHA(S):
"TERMO DE AUDIÊNCIA
TERMO CIRCUNSTANCIADO
Aos vinte e nove dias do mês de julho do ano dois mil e cinco, às 16:45
horas, na sede da Fazenda de propriedade da Karsten S/A, situada na
localidade de Ribeirão Espinho, Bairro Encano Alto, neste Município de Indaial,
por ocasião de diligência efetuada nos autos do processo 00965-2005-033-12-
00-0, presente o Sr. Juiz do Trabalho, Dr. REINALDO BRANCO DE MORAES,
o Procurador do Ministério Público do Trabalho, DR. MARCELO J. FERLIN
D’AMBROSO, o Delegado de Polícia Federal, DR. ANNIBAL WUST DO
NASCIMENTO GAYA e o Diretor de Secretaria desta Unidade Judiciária, SR.
EDWIN KRAUTLER.
Cientes os presentes.
Nada mais.
Juiz do Trabalho
Procurador do Trabalho"
Por estes exemplos, trazidos à baila para mera ilustração, pode-se ver
que vários feitos criminais já foram submetidos à jurisdição trabalhista que a
eles respondeu satisfatoriamente e nos termos da lei processual penal em
vigor, como faria qualquer outro órgão do Judiciário, fosse ele estadual ou
federal.
Tocante aos demais ilícitos, tão comuns nas relações de trabalho, como
coleta de assinatura em branco em TRCT’s, folhas de pagamento, recibos de
entrega de EPI’s, contratos de trabalho, etc., controles paralelos de jornada,
anotações falsas no cartão-ponto, salário extra-folha, trabalho sem registro,
saque fraudulento do FGTS, percepção fraudulenta do seguro-desemprego,
etc., etc., ficam sempre relegados a segundo plano nos demais ramos do
Judiciário, cujo enfoque de atuação é completamente distinto da Justiça do
Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
- Código Penal: art. 132, caput; art. 171, caput; arts. 197 a 297 (na
forma da Súmula 115 do TFR); art. 288, caput (quando relacionado ao
cometimento de crimes trabalhistas); art. 297, §§3º e 4º; art. 299, caput; art.
355 (tergiversação e patrocínio infiel nas lides trabalhistas) e outros crimes
relativos à administração da Justiça do Trabalho;
- Legislação Penal esparsa: art. 19, §º2, da Lei 8213/91; art. 3º da Lei
5553/68; art. 1º, XIII, do Dec. Lei 201/67 (burla ao concurso público); art. 20 da
Lei 7716/89 (discriminações nas relações de trabalho).
- 16 denúncias-crimes ajuizadas;
7. CONCLUSÃO
NOTAS
Autores
Viviann Rodriguez Mattos
procuradora do Trabalho na PRT 2ª Região (São Paulo), mestre em Direitos
Econômicos Especiais pela Universidade Ibirapuera (UNIB), especialista em
Interesses Difusos e Coletivos pela Escola Superior do Ministério Público do
Estado de São Paulo, mestranda em Direito Administrativo pela PUC/SP.
José Eduardo de Resende Chaves Júnior
doutor em Direitos Fundamentais pela Universidad Carlos III de Madrid, juiz do
Trabalho em Belo Horizonte (MG), vice-presidente da Rede Latino-americana
de Juízes
http://www.redlaj.org
João Humberto Cesário
Juiz titular da Vara do Trabalho de São Félix do Araguaia (MT), doutorando em
Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino,
mestrando em Direito Ambiental, professor de Teoria Geral do Processo e
Direito Processual do Trabalho
http://www.ambiencialaboral.blogspot.com/
Marcelo José Ferlin D’Ambroso
Procurador do Trabalho na Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região
(SC), pós-graduado em Trabalho Escravo pela Faculdade de Ciência e
Tecnologia da Bahia.
Informações sobre o texto