III SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES
INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL
ISSN 2358-1913
SETEMBRO DE 2015
Comunicação via satélite em larga escala
empregando Banda Ka.
Gesner Antonio Pitteri Sorrentino1, Carlos Nazareth Motta Marins2
Abstract—The use of the Ka band for data communication in
geostationary satellites is already being used in countries in
Europe and North America for access to broadband internet. In
Brazil and South American countries, the first providers slowly
begin to appear, but with forecast of a large offer amount from
the beginning of 2016, when satellite operators should have new
available spots. An important issue of this technology concerns
attenuation by rain, as the operation range can reach up to 40
GHz and suffer greater attenuation as a result. Some changes in
operation of the Ka-band links for other bands used can work
around these points, allowing the technology to be one more
option to access internet on a large scale.
Index Terms—Broadband Network, Ka Band, Satellites
Communications and Spot Beams.
Resumo—A utilização da Banda Ka para comunicação de
dados em satélites geoestacionários já vem sendo utilizada em
países da Europa e América do Norte para acessos a internet
banda larga. No Brasil e países da América do Sul, os primeiros
provedores começam a aparecer de forma tímida, mas com
previsão de uma grande quantidade de oferta a partir do início de
2016, quando operadoras de satélite deverão ter novos spots
disponíveis. Uma questão importante dessa tecnologia diz respeito
à atenuação por chuva, já que a faixa de operação pode chegar a
até 40 GHz e sofrer maior atenuação em decorrência disso.
Algumas mudanças na forma de operação dos enlaces de banda
Ka em relação a outras bandas utilizadas pode contornar esses
pontos, fazendo com que a tecnologia seja mais uma opção ao
acesso à internet em grande escala.
Palavras chave—Banda Ka, Comunicações via Satélite, Feixe
de cobertura e Internet Banda Larga.
I. INTRODUÇÃO
O acesso à internet e a comunicação de dados em larga
escala têm exigido cada vez mais das companhias provedoras
e dos desenvolvedores de soluções. As comunicações
terrestres (cabos, fibra ótica, etc.) ainda são as mais solicitadas
por uma série de fatores que não serão abordados neste artigo,
mas para um país onde as fronteiras são longínquas, fica quase
impossível garantir esse tipo de conexão. A comunicação via
satélite se apresenta como solução para atendimento remoto e
de larga escala em países continentais como o Brasil. Essa
forma de comunicação foi desenvolvida na década de 50 com
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado
de Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações.
Orientador: Prof. Carlos Nazareth Motta Marins. Trabalho aprovado em
07/2015.
operação na faixa de 20 ~ 40 MHz [1]. Com o tempo, outras
frequências começaram a ser utilizadas e a comunicação de
dados via satélites geoestacionários atualmente se dá
principalmente nas 4 faixas listadas na tabela I.
TABELA I
BANDA E SUA FREQUÊNCIA DE OPERAÇÃO [2]
Banda Frequência de Operação
C 4 ~ 8 GHz
X 8 ~ 12 GHz
Ku 12 ~ 18 GHz
Ka 26 ~ 40 GHz
A. Banda C
Uma utilização muito comum para essa faixa é a
transmissão de TV analógica. Outra aplicação bem frequente é
a comunicação de voz e/ou dados com links SCPC (os
chamados clear channel). É menos suscetível à degradação
decorrente de chuvas devido à faixa de frequência de operação
empregada. A tecnologia foi amplamente utilizada
mundialmente e com os avanços tecnológicos, outras foram
tomando seu lugar. Atualmente a banda C é utilizada onde
ainda exista oferta dessa faixa de operação no espectro livre e
também em locais que a indisponibilidade por chuva seja um
grande problema. Um ponto negativo é a necessidade de
antenas receptoras maiores justamente devido a faixa de
operação, o que acaba encarecendo os custos das estações
terrestres [2].
B. Banda X
Essa faixa é utilizada em grande parte por agências militares
(uso militar). A operação em banda X pode também ser
utilizada para outros fins que não só a comunicação via satélite
como, por exemplo em radares de controle de espaço aéreo,
marítimo, etc. No Brasil sua utilização atualmente é exclusiva
das forças armadas.
C. Banda Ku
Faixa de frequência mais utilizada para comunicações via
satélite na Europa e amplamente utilizada na América do
Norte [2]. No Brasil sua utilização era vista com certo receio
até alguns anos atrás, principalmente em decorrência da
indisponibilidade causada por precipitação pluviométrica o
que era visto como ponto falho da solução. Com o passar do
tempo e o avanço das tecnologias, essa faixa de comunicação
passou a ser melhor aceita nos países com clima equatorial e
tropical. No Brasil, sua utilização vem crescendo ao longo dos
anos principalmente na transmissão de TV por assinatura e
como link de dados. Por permitir o uso de antenas menores
que a banda C, seu custo acaba sendo um fator atrativo.
D. Banda Ka
Essa faixa de operação em comunicações via satélite, já está
em plena operação na Europa e também na América do Norte.
Neste último, em uma única operadora que presta serviços
usando essa tecnologia, os números de assinantes chegam a
casa dos 600 mil [3]. A faixa de frequência utilizada (entre 26
e 40 GHz) é muito mais suscetível a atenuações por chuva, o
que pode ser um problema em um país como o Brasil,
principalmente em regiões com alto índice de chuva. Mas o
conceito de operação em banda Ka vem sofrendo algumas
alterações se comparado com os modelos anteriores, o que
auxilia na tratativa desse ponto negativo da tecnologia. A
Banda Ka tem como alvo a massificação das comunicações via
satélite, ou seja, o foco deve ser a prestação de serviço de
acesso a internet banda larga para grandes públicos.
II. ENLACE DE COMUNICAÇÃO VIA SATÉLITE
Os enlaces de comunicação via satélite contam com uma
série de fatores que podem degradar o sinal transmitido. O
meio de transmissão, o próprio satélite utilizado e os
equipamentos envolvidos no processo de recepção e
transmissão estão diretamente ligados a esta degradação.
Para que o sistema possa atender a sua proposta, todos os
itens citados acima devem ser analisados e dimensionados
corretamente [4].
Podem ser encontrados enlaces de comunicação via satélite
Ponto-Ponto e Ponto-Multiponto, conforme mostrado na Fig.
1. A troca de informação nos dois casos pode ocorrer em
apenas um sentido ou em ambos, de acordo com as Fig. 1 e 2.
Fig. 1. Enlaces Ponto-Ponto (a) e Ponto-Multiponto (b) de sentido único [4]
As operações em banda C, X, Ku, e Ka possuem suas
particularidades, no entanto, o equacionamento de um enlace
de comunicação via satélite é sempre o mesmo, independente
da tecnologia empregada.
Fig. 2. Enlaces Ponto-Ponto (a) e Ponto-Multiponto (b) bi-direcional [4]
As variações de resultados obtidos, dizem respeito aos
equipamentos e componentes de RF (Rádio Frequência) nas
estações terrenas, ao satélite, e a faixa de frequência de
operação que impacta principalmente nos valores de
atenuações oferecidas pelo meio. Os enlaces de comunicação
via satélite podem oferecer maiores ou menores perdas em
função da taxa pluviométrica das regiões onde as estações
estão instaladas e da frequência de operação dos links.
Os enlaces de comunicação via satélite se diferenciam dos
enlaces terrestres em função de levar em consideração apenas
os desvanecimentos planos, uma vez que não existe
propagação por múltiplos percursos que resulta no
desvanecimento seletivo.
Em um mesmo satélite, existem vários canais de
comunicação. Cada canal de comunicação conta com um
conjunto de equipamentos denominado de transponder. O
tamanho ou largura de faixa e a banda de operação oferecida
por cada transponder é definido na construção de um satélite.
Alguns exemplos de largura de faixa de transponder são: 36
MHz, 54 MHz e 72 MHz.
Os satélites tem a função de um repetidor, ou seja, recebem
o sinal proveniente da terra, regeneram, e encaminham
novamente para o destino. Neste processo a frequência
recebida é transladada para ser transmitida de volta a terra.
As equações apresentadas a seguir são utilizadas para
definir um enlace de comunicação via satélite e os cálculos
devem ser feitos para todos os sentidos em que a comunicação
ocorra. No caso de enlaces Ponto-Multiponto, os cálculos
devem ser realizados para todos os enlaces onde ocorram troca
de informações, neste caso cada enlace possível, deve ser
considerado como um Ponto-Ponto.
Para os cálculos, num primeiro momento, deve-se assumir
que exista céu claro (clear sky) e após os resultados iniciais,
outros fatores devem ser avaliados, como por exemplo
possível atenuação por chuva. Estes devem ser levados em
conta para a definição final do projeto e equipamentos a serem
utilizados nos enlaces.
A. Parâmetro de desempenho de um enlace
Os enlaces de comunicação podem ser analógicos ou
digitais. A forma de análise de desempenho de cada um é
diferente, em função da natureza do processo de cada tipo de
modulação. Como em todo sistema de rádio, o importante nos
projetos é mantermos a qualidade do sinal no ponto final de
atendimento, que é a estação de recepção terrestre.
Atualmente as transmissões analógicas cobrem demandas
muito específicas e já podem ser consideradas em desuso. Por
este motivo, este trabalho terá como foco a análise do enlace
tendo como prisma questões de propagação, considerando-se
portadores moduladas digitalmente.
O desempenho das comunicações digitais é dado pela taxa
de erro de bit BER (Bit Error Rate). A equação (1) demonstra
o comportamento da BER em função da relação de energia de
bit (Eb) por energia de ruído (N0).
 1 
BER = f   (1)
 Eb N 0 
Na prática é mais fácil realizar a medida da relação
portadora ruído – C/N (Carrier to Noise) [4]. Sendo assim, no
projeto de enlaces torna-se importante converter as relações
C/N em relações Eb/N0 em alguns instantes dos cálculos. Para
isso é necessário levar em consideração a Taxa de
Transmissão em bits por segundos – (R) e a Largura de Banda
do canal em Hz – (B).
 Eb   C   B 
  =   ⋅   (2)
 N0   N   R 
B. Relação C/N (portadora/ruído) total para enlaces de
comunicação via satélite.
A análise da relação portadora ruído total - (C/N)T de um
enlace via satélite deve levar em consideração as degenerações
causadas no sinal em função da propagação nos enlaces de
subida e descida e a degeneração proporcionada pelos
equipamentos que compõem os transponders dos satélites,
traduzida principalmente pelos produtos de intermodulações.
Ao final do primeiro enlace (Up-Link), tem-se a
possibilidade de medirmos a degeneração causada ao sinal
através do valor da relação portadora ruído de up-link
denominada de (C/N)u. O mesmo ocorre para o segundo enlace
de rádio, que é o enlace de down-link (C/N)d.
Por fim, deve-se considerar a degeneração causada pelo
processo de repetição do sinal, que ocorre no satélite,
denominado (C/N)IMD, que é a relação entre as portadoras que
trafegam pelo transponder e os produtos de intermodulação
gerados no processo de repetição do sinal. Esse valor pode ser
mais ou menos significativo dependendo do número e da
potência das portadoras que trafegam em um mesmo
transponder.
O valor de (C/N)T é dado pela equação (3):
−1
C  C  −1  C  −1  C  −1 
  =   +   +    (3)
 N T  N u  N  d  N  IMD 
C. Enlace de Subida
O equacionamento do enlace de subida é dado por um
enlace onde existe uma estação terrena de transmissão e uma
estação espacial (satélite) de recepção. Sendo assim, pode-se
obter o desempenho deste enlace através da equação (4):
C G
  [dB] = EIRPu − ∑ Au +   − 10 ⋅ log (K ⋅ B ) (4)
 N u  T  SAT
EIRPu = PTX + GTX (5)
Onde: EIRPu é a potência efetivamente irradiada pela
estação transmissora do enlace de up-link; PTx é a potência do
sinal a ser transmitido pela estação terrena de transmissão, em
(dBw); GTx é o ganho da antena na estação terrena de
transmissão, em (dB); ΣAu é o somatório das atenuações
existentes no enlace entre a estação terrena e a recepção no
satélite, em (dB); (G/T)SAT é o fator de mérito da recepção do
satélite, em (dB/K); K é a constante de Boltzman -
K = 1,38 × 10 −23 ( J / K ) ; B é a banda do canal de
comunicação do enlace analisado, em (Hz).
A potência a ser transmitida pela estação terrena deve ser
definida com base na necessidade do sistema, mas respeitando
características do satélite. Uma dessas características é o fluxo
de saturação. Este parâmetro é informado pelo fabricante ou
pelo operador do satélite.
O valor do fluxo de saturação informado deverá ser
utilizado para definição ou confirmação principalmente dos
valores de PTX e GTX que devem estar aderentes ao projeto. O
cálculo do fluxo de saturação é baseado na densidade de
potência que atinge o satélite e pode ser obtida através da
equação (6).
PTX ⋅ GTX EIRPu
ΨSAT = = (6)
4π ⋅ d 2 4π ⋅ d 2
Uma observação importante neste ponto é que caso o
transponder onde o enlace está operando atenda a uma única
portadora a potência a ser transmitida poderá ser a máxima
possível, para atender as características de recepção do satélite
e o enlace operar na saturação no uplink, o que irá acarretar na
máxima potência de saída do satélite no downlink. Neste caso
o valor de (C/N)IMD poderá ser considerado nulo.
O gráfico da Fig. 3 pode ajudar a entender melhor essa
relação, pois relaciona o fluxo de potência de entrada com a de
saída no satélite. Através dele, podemos definir o termo de
Back-off (BO), para entrada e saída, como sendo a diferença
em (dB) entre o valor máximo e o valor nominal de operação.
O valor de BOin é resultante da diferença entre o fluxo de
saturação típico do satélite e o fluxo nominal de operação. Já o
valor de BOout é resultante da diferença da EIRPsat que é a
potência efetivamente irradiada pelo satélite na condição de
saturação, e a EIRPnom que é a potência efetivamente irradiada
pelo satélite na condição nominal de operação. Toda está
análise pode ser acompanhada da observação dos parâmetros
apresentados pela Fig. 3.
Caso exista mais de uma portadora, deve-se calcular
também o valor da intermodulação entre elas devido a não
linearidade do transponder. Esse valor deverá ser utilizado na
análise e cálculo do enlace.
Para minimizar a degeneração causada pela intermodulação,
pode-se ajustar o valor de BO na entrada e consequentemente
na saída, em função do número de portadoras, para se obter
um valor adequado de (C/N)IMD que atenda às necessidades do
enlace. Ou seja, com o ajuste do BO pode-se operar em
regiões mais lineares da curva de potência de operação do
satélite, diminuindo com isso a intensidade dos produtos de
intermodulação.
Fig. 3. Curva que demonstra a relação entre a potência de saída do satélite e
o fluxo de potência na entrada do satélite [4].
O valor de (C/N)IMD pode ser determinado através da
equação (7):
1 (Ψ ⋅ GRX − SAT ) ⋅ [9 + 3!( N − 2)]
K1 − ⋅ K 3 ⋅ SAT (0,1⋅BO
in )
C  2 10
  = (7)
 N  IMD 1 (Ψ ⋅ GRX − SAT ) ⋅ ( N −1)3 ⋅ n
2
⋅ K 3 ⋅ SAT (0,1⋅BO
10 in )
∑n =1
Onde ΨSAT é o fluxo de saturação do satélite, em
(dBW/m2); GRX-SAT é o ganho da antena de recepção do
satélite, em (dB); N é o número de portadoras que estão sendo
transmitidas no mesmo transponder; Kn são os coeficientes do
polinômio da curva de potência do transponder (EIRP x Ψ).
D. Enlace de Descida
Após a definição do enlace de subida e da relação de
(C/N)IMD, é necessário o cálculo do enlace de descida. Para
essa parte podemos utilizar a seguinte equação:
C G 
  [dB] = EIRPSAT − BOOUT − ∑ Ad +   − 10 ⋅ log (K ⋅ B ) (8)
 N d  T d
Onde: ΣAd é o somatório das atenuações existentes no enlace
entre o satélite e a estação terrena, em (dB); (G/T)d é o fator
de mérito da recepção terrena, em (dB/K).
E. Possíveis Atenuações nos Enlaces
Nos cálculos acima tanto para enlace de subida quanto para
o de descida, existe um termo que deve ser levado em
consideração que é a somatória das atenuações. Esse valor
deve contemplar uma série de fatores que devem ser somados
para que a máxima atenuação que um enlace venha enfrentar
possa ser mensurada e dessa forma, o enlace atenda aos
requisitos necessários para o funcionamento do projeto dentro
das características definidas na fase de inicial. Para cálculo dos
enlaces leva-se em consideração céu claro, ou seja, nesta fase
não se utiliza uma possível atenuação por chuva. Para links
que utilizam banda C, essa atenuação poderá ser desprezada
durante todo o processo. Já para os links em bandas X, Ku e
Ka, o valor da atenuação por chuva deve ser sempre levado em
consideração. Vale ressaltar que existem outros valores de
atenuação que são imprescindíveis para o projeto e que devem
ser levados em consideração: Atenuação por espaço livre, por
desapontamento das antenas; por erro de polarização; por
componentes passivos nas estações terrenas.
O ITU disponibiliza recomendações de referência sobre
essas atenuações. Abaixo estão quatro desses documentos e
seus respectivos números para consulta no site da entidade:
• ITU-R P.839-4 - Rain height model for prediction
methods [9];
• ITU-R P.618-10 - Propagation data prediction methods
for the design of Earth-space telecommunication systems [10];
• ITU-R S.1064-1 - Pointing accuracy as a design
objective for earthward antennas on board geostationary
satellites in the fixed-satellite service [11];
• ITU-R P.838-3 - Specific attenuation model for rain for
use in prediction methods [12];
III. ATENUAÇÃO POR CHUVA EM BANDA KA
Os cálculos para definição da atenuação por chuva não
diferem entre as bandas. Como o foco deste trabalho é a banda
Ka, os valores de atenuação apresentados na sequência são
baseados em frequências dentro desta faixa.
A banda Ka sofre maiores atenuações por chuva por uma
série de fatores, entre eles:
• O enlace opera com frequência acima de 10 GHz e isso
faz com que o comprimento da onda seja menor do que o
diâmetro de uma gota de chuva;
• Volume pluviométrico na localidade da estação terrena;
• Polarização da onda eletromagnética (polarização do
enlace);
• Posicionamento entre a estação terrena e o satélite, o que
pode afetar principalmente a elevação da antena terrena.
Para se calcular a atenuação por chuva em um determinado
enlace é necessário utilizar vários dados do enlace e da região
onde estão instaladas as estações terrenas, dentre os principais
pode-se listar:
• Taxa de Precipitação Pluviométrica que são excedidas em
0,01% da média de um ano da região onde se encontram as
estações terrenas - R(0,01%).
 • Coordenadas geográficas das estações terrenas e do Esses valores podem sofrer alguma variação dependendo da
satélite que resultam nas elevações dos enlaces de up-link e localização do satélite. Abaixo, temos a lista e as posições
down-link. orbitais divulgadas pela Anatel para os satélites com permissão
Com estas informações trabalha-se com o modelo de prestação de serviço em banda Ka no Brasil. A lista está
disponibilizado pela ITU no cálculo das atenuações por chuva. compilada somente para banda Ka, mas o documento original
O gráfico da Fig. 4 traz uma comparação da atenuação nas contempla todas as faixas liberadas.
capitais Brasileiras entre as faixas de operação em banda Ku e
Ka com base na recomendação do ITU-R P.618-10[15]. Para IV. MUDANÇA NO CONCEITO
essa comparação foi utilizado um satélite com posição orbital Como apresentado anteriormente a faixa de operação da
65° West. banda Ka sofre muito mais com os efeitos da atenuação por
chuva. No Brasil, este ponto tende a ser acentuado em
decorrência dos altos índices pluviométricos existentes.
Nas operações em banda C e Ku, os satélites comerciais
existentes tem sua construção baseada principalmente em
coberturas por zonas, por exemplo América do Sul, Europa,
América do Norte, etc. No entanto, é possível implementar
satélites com diferentes tipos de cobertura em todas as bandas
disponíveis atualmente. Um destaque importante a ser feito é a
grande inovação feita pela banda Ka, que opera com cobertura
do tipo spot (feixe), mas com dimensões muito menores do
que os usualmente empregados em banda Ku.
A imagem da figura (5) mostra um exemplo da diferença de
conceito entre os spots utilizados para banda Ku e os spots
mais diretivos utilizados em banda Ka. O valor máximo
encontrado no exemplo para banda Ku é 50 dBW (os outros
valores podem ser melhor visualizados acessando a página do
operador do satélite na internet), já para os spots para banda
Ka tem valores mínimos de 57 dBW [18].
Essa diferença de 7 dB é fundamental para que o problema
da atenuação por chuva possa ser contornado.
Os dados de Footprint para os satélites que prestarão
serviços no Brasil ainda não estão disponíveis. O primeiro
motivo é que a grande maioria dos satélites ainda está em
construção e, portanto, os dados ainda não estão computados.
Outro fator, neste caso para satélites que já estão em operação
se dá ao fato de que as bandas nestes satélites foram
contratadas exclusivamente para uma determinada empresa e
nestes casos a operadora do satélite não divulga os dados
Fig. 4. Comparativo - Banda Ku (14 GHz) x Banda Ka (30 GHz) [15]
daquela faixa de operação pois faz parte da estratégia do
negócio da empresa que contratou o seguimento.
TABELA II Os satélites que operam em banda Ka, por utilizarem esse
SATÉLITES LICENCIADOS NO BRASIL EM BANDA KA [16] conceito de pequenos feixes com abrangência da ordem de 500
Km de diâmetro, tem seus valores de EIRPsat e (G/T)sat muito
POSIÇÃO
OPERADOR SATÉLITE elevados, o que permite minimizar o problema reportado em
ORBITAL
Eutelsat do Brasil Ltda Eutelsat 65W 65,0° West decorrência de chuva.
Eutelsat S.A. Eutelsat 3B 3° East Com o problema da atenuação por chuva resolvido através
Amazonas-2 / da nova característica de operação, em momentos em que não
Hispamar Satélites S.A. 61,0° West
Amazonas-3 ocorre precipitação, o sistema sempre tem uma margem de
Echostar 45 Telecomunicações Ltda. HNS* 45,0° West
SES DTH do Brasil Ltda. NSS-806 64,0° West
trabalho elevada, o que remete a um ponto interessante. Com
Star One S.A. Star One D1 84,0° West esse fator as taxas de modulação podem ser elevadas chegando
Telecomunicações Brasileiras S.A. – à ordem dos 32APSK o que por si só já permite um ganho de
SGDC* 75,0° West
Telebrás eficiência e da taxa de bits/Hz do sistema.
102,885° A solução para o caso de atenuação por chuva, que exige
Directv Group, Inc. Spaceway-1
West
uma nova característica do sistema (semelhante às células de
uma rede celular), exige que se trabalhe com a reutilização das
frequências. Outro ponto importante na utilização da banda Ka
é a largura de faixa disponível, que é muito maior se
comparada com as de banda C e Ku. Todos esses fatores
unidos viabilizam a tecnologia de comunicação via satélite
como tecnologia de massificação de acessos, tornando esta
uma opção adequada para acesso à internet banda larga.
Fig. 5. Anik F2 - Footprint[18]
No início da operação dos satélites com banda Ka, os spots
beams utilizavam largura de faixa da ordem de 125 MHz por
spot. Isso limitava o throughput a cerca de 2 Gbps. Na segunda
geração dos satélites, os spots começaram a ser definidos com
largura entre 63 à 125 MHz, passando o throughput para
ordem de 5 à 10 Gbps. Os satélites mais atuais casos do
ViaSat-1 e do Jupiter-1 por exemplo, tiveram a área de
cobertura dos spots reduzida para cerca de 500 Km de
diâmetro e a largura de faixa utilizada em cada aumentada para
500 MHz até 1 GHz na descida, aumentando a capacidade de
tráfego para aproximadamente 100 Gbps. Os satélites de
próxima devem diminuir ainda mais o diâmetro dos spots
beams, aumentando significativamente a possibilidade de
reutilização das frequências [19].
Na definição da construção de um satélite as áreas de
cobertura devem ser definidas para atender as necessidades de
cobertura e tráfego. Em Banda Ka, deve-se pensar em uma
área de sobreposição entre os spots, para que não existam
faixas descobertas pelo sistema.
Com a faixa de operação licenciada para o uso, poderão ser
definidas quais as características de reutilização de banda
serão necessárias, lembrando que os spots podem ter largura
de banda diferente, ou seja, em áreas onde a demanda deve ser
maior, utiliza-se mais banda visando atender um maior número
de usuários, já em áreas com menor demanda, utiliza-se faixas
menores.
Com o mapeamento realizado, poderá ser feito a alocação
das frequências. Essa distribuição deve tomar o cuidado de
spots adjacentes não possuir a mesma frequência. A Fig. 6 traz
um exemplo dessa alocação para um reuso de oito frequências.
Neste esquema, cada cor representa um gateway que atende
a um conjunto de spot beams e possui até oito frequências
alocadas. As frequências em um determinado gateway podem
ser reutilizadas em outro desde que os spots beams com a
mesma frequência não estejam adjacentes entre si [21].
Dentro de um mesmo gateway não pode haver o reuso de
frequência na mesma polarização. Quando a distribuição de
bandas e frequências é feita de forma adequada, podemos
obter ganhos enormes de operação.
Fig. 6. Divisão das frequências nos Spot Beams[20]
Por exemplo, se a faixa de operação de um satélite com
transponders em banda Ka for de 1 GHz de largura, e o
sistema utilizado permitir spots com até 250 MHz de banda,
isso permitiria em cada gateway até 4 blocos de frequência
desse tamanho. Agora se esse sistema possuir 10 gateways, por
exemplo, e a distribuição geográfica for feita corretamente,
evitando adjacências entre as frequências iguais nos diversos
gateways o sistema como um todo permitirá o uso de 10 GHz
ao invés de somente 1 GHz, ou seja, neste cenário, o ganho
seria de dez vezes.
Portanto o reuso das frequências permitiu que os satélites
atuais pudessem ter muitas vezes mais capacidade que os
antigos. Outros fatores também contribuem para essas
elevadas taxas como, por exemplo, a ordem de modulação
empregada nas transmissões, melhora na relação Bits/Hertz ou
eficiência espectral, etc.
V. TÉCNICAS EMPREGADAS NA OPERAÇÃO EM BANDA KA
Algumas técnicas já empregadas em outras faixas de
operação, quando utilizadas na banda Ka, dão robustez e são
praticamente indispensáveis:
Adaptive Coding Modulation (ACM). Essa técnica
permite a autocorreção do FEC e também alteração automática
da modulação empregada em um determinado enlace quando
as condições de operação sofrem algum tipo de alteração, quer
seja decorrente de chuva, interferência e/ou qualquer outro
tipo de atenuação ou degradação [22]. Nos sistemas de banda
Ka, onde a EIRP e o G/T do satélite tendem a ser muito altos,
da ordem de 69 dBW e 20 dB/K respectivamente [15], isso é
muito útil, principalmente quando o sistema opera em céu
limpo garantindo assim maiores taxas de modulação e
consequentemente maior eficiência Bits/Hertz. O ACM analisa
o enlace do ponto de transmissão terrestre até o ponto de
recepção terrestre para efetuar a correção.
Adaptive Power Control - Normalmente utilizado no
sentido remoto para máster ou usuário para gateway. Nessa
técnica o amplificador no ponto remoto aumenta o ganho de
transmissão em alguns poucos decibéis para compensar
atenuações no enlace. Para isso os sites remotos devem possuir
tal capacidade de identificação e correção [23].
Uplink Power Control (UPC). É um sistema que realiza
o controle da potência a ser transmitida para o satélite. É
extremamente útil para garantir que não se sature o
transponder com elevada taxa de potência. Além disso, em
momentos de chuva este equipamento tem como
responsabilidade aumentar o nível de potência terrestre para
compensar as perdas no enlace.
Adaptive Inroute Selection - No sentido de transmissão
da estação remota para o gateway, podem existir diversas
portadoras com largura de banda diferenciadas, para prover
serviços de upload com taxas variadas. Quando um site remoto
estiver com céu limpo, este terá condições de transmitir a taxas
mais elevadas e consequentemente utilizar portadoras maiores.
No caso de atenuações no enlace, o site deverá ser capaz de
mudar para outra portadora menor que a anterior para garantir
a operacionalidade.
Adaptive Coding - Ainda no sentido remoto para o
gateway, outra forma de garantir operacionalidade é mudança
de FEC dentro de uma mesma portadora. O site remoto poderá
alterar seu FEC para manter a operação em uma mesma
portadora antes de ter que mudar através do Adaptive Inroute
Selection.
Essas são algumas das técnicas que auxiliam na mitigação
das atenuações e também permitem melhora no desempenho
dos sistemas de banda Ka.
Outro fato é a utilização típica de antenas com polarização
circular. Que tem como principais pontos favoráveis, a maior
fazem com que a solução possa ser mais uma dentre as
existentes para disseminar o acesso de banda larga no Brasil.
Uma comparação inevitável é sobre a capilaridade entre as
tecnologias terrestres existentes e a operação via satélite em
banda Ka. Atualmente as redes terrestres existentes não
atendem cem por cento do território nacional e muito
dificilmente virão a atender. O satélite é uma opção, pois tende
a atender todo território nacional. Em banda Ka
especificamente esse atendimento vai depender de como as
operadoras de satélite irão distribuir os spot beams dentro do
Brasil. Nas outras faixas de operação o território é coberto
completo.
VI. O MERCADO PARA BANDA KA
A demanda por internet banda larga no Brasil e no mundo
cresce ano após ano. Para se ter uma ideia, no Brasil segundo
pesquisa realizada em 2013, apenas 48% das residências
urbanas possuem acesso à internet. Já na zona considerada
rural, o número diminui para 15%. A região norte é a menos
favorecida por esse tipo de serviço [25].
Uma estatística publicada pela Internet World Stats [26],
traz uma foto de junho de 2014 sobre a porcentagem da
população mundial com acesso a internet. Abaixo, temos os
dados dessa publicação.
TABELA III
WORD INTERNET USAGE AND POPULATION STATISTICS [26]
Utilização Mundial da Internet e Estatísticas Populacionais
30 de Junho de 2014 - Atualização Primeiro Semestre
Região
População
Usuários em Usuários em % Aumento %
(estimativa
Mundial
2014)
12/2000 06/2014 Local período Global

facilidade de instalação e menor interferência por condições África 1.125.721.038 4.514.400 297.885.898 26,5% 6498,6% 9,8%

atmosféricas. Um ponto desfavorável é a menor isolação de Ásia 3.996.408.007 114.304.000 1.386.188.112 34,7% 1112,7% 45,7%
Europa 825.824.883 105.096.093 582.441.059 70,5% 454,2% 19,2%
polarização entre as estações terrenas [15]. As antenas para
Oriente Médio 231.588.580 3.284.800 111.809.510 48,3% 3303,8% 3,2%
essa operação tendem a ser menores nos pontos remotos da América do
353.860.227 108.096.800 310.322.257 87,7% 187,1% 10,2%
ordem de 75 cm de diâmetro, parecidas com as utilizadas por Norte
América Latina
612.279.181 18.068.919 320.312.562 52,3% 1672,7% 10,5%
TV por assinatura via satélite, o que permite uma instalação e Caribe
Oceania /
mais rápida e consequentemente de menor custo. Austrália
36.724.649 7.620.480 26.789.942 72,9% 251,6% 0,9%

Nos EUA, por exemplo, você pode adquirir seu kit VSAT Total Mundial 7.182.406.565 360.985.492 3.035.749.340 42,3% 741,0% 100%

(Very Small Aperture Terminal) em uma unidade de
determinada rede de supermercados, levá-lo para casa e
instalá-lo sem a necessidade de um técnico em sua residência.
Os equipamentos necessários para ativação de um usuário
remoto em um link de satélite e um link terrestre, basicamente
apresentam as mesmas funcionalidades. A diferença básica é a
antena e os equipamentos eletrônicos de TX e RX necessários
nos links via satélite. Pois a IDU (Indoor Unit) tem em
essência a mesma função dos modems ADSL ou Cable
utilizados pelas operadoras de acesso terrestre.
As tecnologias de acesso ao meio utilizadas nos sistemas de
banda Ka são as mesmas utilizadas até então para
comunicações via satélite. "Ka-Band Technology Is
Evolutionary – Not Revolutionary"[17].
As técnicas empregadas para os sistemas de comunicação
em banda Ka e as soluções para mitigação descritas acima
Como apresentado acima, menos da metade da população
mundial tem acesso à internet no mundo. Assim como no
Brasil, o espaço para crescimento é enorme.
Neste cenário, a opção de acesso via satélite em banda Ka,
pode trazer muito benefício a grande parte da população que
ainda não é atendida por esse tipo de serviço. Na pesquisa
acima, caso seja de interesse, pode-se estudar a região
específica até a granularidade de países na região diretamente
no site da entidade. Os números do Brasil estão um pouco
acima da média mundial, com 54,2% da população com acesso
a internet, mas ficamos atrás de países como Argentina e
Uruguai, que possuem 75% e 58,1% da população com acesso
a internet respectivamente [27]. O governo Brasileiro publicou
em 2010 um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que tem
como objetivo principal massificar o acesso à internet banda
larga no país [28].
 Em 2012 o Governo aumentou a expectativa de uso do atender com nenhum tipo de tecnologia de acesso a internet
satélite no PNBL. Isso principalmente nas regiões de difícil banda larga uma grande parcela da população.
acesso, onde a infraestrutura terrestre ainda não está disponível Além disso, poderá aparecer como opção a locais onde
e áreas de grande extensão. O plano entende que nessas existe acesso, mas de qualidade ruim, ou seja, poderá fazer
situações o satélite é a opção viável [24], justamente pela com que a rede atual seja melhorada, o que para os usuários é
entrada em operação da banda Ka no território nacional e da benéfico.
perspectiva de aumento de oferta da tecnologia nos próximos Se ela será bem recebida ou não, só o passar do tempo dirá,
anos. Além disso, um satélite do governo (através da mas a expectativa é das mais otimistas.
TELEBRÁS) em banda Ka está previsto para agosto de 2016. A nova tecnologia tem potencial para cumprir seu papel de
Assim como os outros satélites, ainda não foi publicado massificação de acesso à internet banda larga no país, agora só
características de operação para banda Ka neste satélite. nos resta aguardar 2016.
O PNBL realizou um comparativo de custos entre banda Ku
e Ka para justificar essa alteração, principalmente no que REFERÊNCIAS
tange o custo do projeto. Abaixo comparação efetuada: [1] Radio Frequencies for Space Communication (on-line), ASA -
Australian Space Academy, Disponível na Internet. URL:
TABELA IV http://www.spaceacademy.net.au/spacelink/radiospace.htm , Acessado
COMPARAÇÃO DE PREÇOS DE MERCADO (KA X KU) [24] em 03 de Março de 2015.
[2] Satellite Frequency Bands (on-line), ESA - European Space Agency,
Empresa Banda Velocidade Preços Disponível na Internet. URL:
A Ka 10Mbps ~ 15Mbps $80 - $100 / mês http://www.esa.int/Our_Activities/Telecommunications_Integrated_App
B Ka 5Mbps ~ 12Mbps $50 - $130 / mês lications/Satellite_frequency_bands, Acessado em 03 de Março de
C Ka 1Mbps ~ 8Mbps $30 - $70 / mês 2015.
[3] HUGHES (March, 2015), North America - Solutions and Services,
D Ka 2Mbps ~ 18Mbps R$100 - R$740 / mês
Disponível na Internet. URL:
E Ku 512Kbps ~ 3Mbps R$1600 - $3500 / mês
http://www.hughes.com/international/hughesnet-service-regions/north-
F Ku 256Kbps ~ 1Mbps R$500 - $3000 / mês
america, Acessado em 03 de Março de 2015.
G Ku 512Kbps ~ 2Mbps R$500 - $2800 / mês
[4] Marins, Carlos Alberto Motta. Estudo Analítico e Numérico de um
D Ku 256Kbps ~ 2Mbps R$572 - R$2900 / mês
Enlace Digital de Comunicação via Satélite em condição orbital
Nos EUA e Europa, o uso vem crescendo ano após ano e já Geoestacionária. Dissertação de Mestrado. Inatel. Santa Rita do
é opção bem viável para muitos locais com várias empresas Sapucaí. 2004
operando. No Brasil, atualmente existe apenas a empresa Via [5] RIBEIRO, José Antonio Justino. Propagação de ondas
eletromagnética - Princípios e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica,
Sat Brasil com sede em Goiânia prestando serviços desde 2011.
setembro de 2013 com banda Ka. A cobertura inicial [6] MARAL, Gérard, BOUSQUET, Michel. Satellite Communications
compreendia: Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Systems - Systems, Techniques and Technology. 5. ed. Chichest:
John Wiley & Sons Ltd., 2010.
Janeiro, São Paulo e Distrito Federal [29]. [7] FÉRIS, Edson B. Ramos. Planejamento de Sistemas de
Com o lançamento dos novos satélites que devem iniciar Telecomunicações. Disponível na Internet. URL:
operações até ao final de 2016, empresas que já atuam no http://www3.fsa.br/localuser/Eletronica/feris/Apostilas/Planej-P2.pdf,
Acessado em 07 de Março de 2015.
mercado de comunicação por satélite atualmente como Vivo,
[8] StarOne - Mapa de cobertura Satélite Star One D1. Disponível na
OI, Embratel, HUGHES, etc., devem iniciar suas operações Internet. URL:
em banda Ka neste acirrando mais a concorrência e http://www.starone.com.br/internas/biblioteca/pdf/Embratel_Star_One_
aumentando significativamente a oferta do serviço no país em D1.pdf, Acessado em 10 de Março de 2015.
[9] RECOMMENDATION - ITU-R P.839-4. Rain height model for
banda Ka. prediction methods, (2013). Disponível na Internet. URL:
http://www.itu.int/rec/R-REC-P.839-4-201309-I/en, Acessado em 10 de
VII. CONCLUSÃO Março de 2015.
[10] RECOMMENDATION - ITU-R P.618-10 - Propagation data
A transmissão via satélite com banda Ka possui pontos prediction methods for the design of Earth-space
fortes e fracos, assim como todas as outras tecnologias de telecommunication systems, (2003), Disponível na Internet. URL:
http://www.itu.int/rec/R-REC-P.618-10-200910-S/en, Acessado em 10
comunicação. Ela tem potencial para aumentar a oferta e a
de Março de 2015.
disponibilidade de acessos a internet banda larga [11] RECOMMENDATION - ITU-R S.1064-1 - Pointing accuracy as a
significativamente no Brasil onde a demanda é grande e a design objective for earthward antennas on board geostationary
infraestrutura para atendê-la ainda não possui uma grande satellites in the fixed-satellite service, (1995). Disponível na Internet.
URL: http://www.itu.int/rec/R-REC-S.1064-1-199510-I/en, Acessado
capilaridade. em 10 de Março de 2015.
Com a entrada em operação dos novos satélites em Banda [12] RECOMMENDATION - ITU-R P.838-3 - Specific attenuation model
Ka no início de 2016, a oferta de serviços com essa tecnologia for rain for use in prediction methods, (2005), Disponível na Internet.
URL: http://www.itu.int/rec/R-REC-P.838-3-200503-I/en, Acessado em
irá aumentar significativamente e pelos estudos realizados, os 10 de Março de 2015.
preços tendem a ficar dentro de patamares acessíveis para [13] RECOMMENDATION - ITU-R P.837-6 - Characteristics of
usuários residenciais, o que mostra que a tecnologia tem precipitation for propagation modelling, (2012), Disponível na
grande potencial para disputar o mercado e se tornar uma Internet. URL: http://www.itu.int/rec/R-REC-P.837-6-201202-I/en,
Acessado em 10 de Março de 2015.
opção atrativa em um mercado que atualmente não consegue [14] Colvero, Claiton Pereira. Análise Experimental de Sistemas de
Comunicação Ópticas no Espaço Livre em Diferentes
 Comprimentos de Onda. Tese de Doutorado. PUC-RIO. Rio de https://www.viasatbrasil.com.br/produtos, Acessado em 13 de Março de
Janeiro. 2005. 2015.
[15] Iannelli, Antônio Paolino. Multiplicação da Capacidade: Uso de Spot [30] DISSANAYAKE, Asoka, ALLNUTT, Jeremy, HAIDARA, Fatim. A
Beams em Banda Ka. Disponível na Internet. URL: Prediction Model that Combines Rain Attenuation and Other
http://www.sspi.com.br/portal/images/stories/pdfs/spectrumday2010/spe Propagation Impairments Along Earth-Satellite Paths. Antennas and
ctrum-day-2010-star-one-2.pdf, Acessado em 11 de Março de 2015. Propagation, IEEE Transactions on, Vol.45, Nº 10, p.1546-1558,
[16] ANATEL. Relação de Satélites Autorizados a Operar no Brasil. Outubro de 1997.
(on-line), Disponível na Internet. URL: [31] MARUDDANI, Baso, et al. Performance Evaluation of Ka-Band
http://www.anatel.gov.br/Portal/verificaDocumentos/documento.asp?nu Satellite Communication System in Rain Fading Channel at
meroPublicacao=322428&assuntoPublicacao=RELAÇÃO%20DE%20S Tropical Area. Electrical Engineering and Informatics (ICEEI),
ATÉLITES%20AUTORIZADOS%20A%20OPERAR%20NO%20BRA International Conference on, IEEE, p.1-5, 2011.
SIL&caminhoRel=null&filtro=1&documentoPath=322428.pdf, [32] ALOUINI, MOHAMED-SLIM, SCOTT, A. Borgsmiller, PAUL, G.
Acessado em 11 de Março de 2015. Steffes. Channel characterization and modeling for Ka-band very
[17] Rezende, Marcelo – High Throughput Satellites in ka-band. small aperture terminals. Proceedings of the IEEE Vol.85, Nº6,
Disponível na Internet. URL: p.981-997, 1997.
http://www.sspi.com.br/portal/images/stories/pdfs/vsat2010/HUGHES_ [33] NOCEDAL, Fernando. Challenges in the Design and Deployment of
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er.pdf, Acessado em 11 de Março de 2015. [34] WINKLER, Roberto. Broadband satellite communications in Ka
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de 2015. communication systems (on-line). Disponível na Internet. URL:
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launched/, Acessado em 12 de Março de 2015. [36] SINGARAJAH, Kumar. Overview of Ka-band satellite system
[21] BAPTISTA, Rolden, MARINS, Carlos Nazareth Motta. Sistemas de developments & key regulatory issues (on-line). Disponível na
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Documental, Santos, n.28 p.16, Outubro 2012. Acessado em 03 de Fevereiro de 2015.
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https://www.telesat.com/sites/default/files/telesat/files/whitepapers/AC Estado-Maior do Exército. Rio de Janeiro. 2014.
M.pdf, Acessado em 12 de Março de 2015.
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High-Capacity Satellites. (on-line). Disponível na Internet. URL: Gesner Antonio Pitteri Sorrentino nasceu em Osasco, SP, em 21 de março
https://www.viasat.com/files/assets/Broadband%20Systems/Mitigating de 1981. Possui os títulos: Técnico em Eletrônica (ITB, 1999), Técnico em
%20the%20Effect%20of%20Weather%20on%20Ka- Telecomunicações (ITB, 2002) e Tecnólogo em Analises de Sistemas e
Band%20High%20Capacity%20Satellites.pdf, Acessado em 25 de Segurança da Informação (FATEC, 2011).
Fevereiro de 2015. Iniciou a carreira profissional em 1997 ainda como estágio na área de
[24] COIMBRA, Artur. O Papel do Satélite no PNBL - SGDC. (on-line). eletrônica na empresa DigiVoice executando testes e suporte aos
Disponível na Internet. URL: equipamentos de atendimento automático e soluções para PABX onde
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&c permaneceu até meados de 1998. Após esse período ainda estudando o curso
d=5&cad=rja&uact=8&ved=0CDQQFjAE&url=http%3A%2F%2Fwww de eletrônica, foi estagiar na empresa GTECH do Brasil e permaneceu até o
19.senado.gov.br%2Fsdleg- final de 2006 trabalhando como técnico eletrônico na manutenção de
getter%2Fpublic%2FgetDocument%3Fdocverid%3D2b5b9bd7-0698- equipamentos de transmissão via satélite (IDU e SSPA) da fabricante Gilat e
4113-80dd- com manutenção e testes em laboratório de rádios ponto - multiponto MDS.
75416787721b%3B1.0&ei=qPYBVf21CNWAsQSvwYKQAw&usg=A Em 2007 ocupou o cargo de técnico de telecomunicações na HUGHES do
FQjCNFqbZhjoyFVzKeJC7LVBPZvp1Aa4A&bvm=bv.87920726,bs.1, Brasil trabalhando na operação e suporte a clientes.
d.cWc, Acessado em 12 de Março de 2015. Atualmente, ainda na HUGHES do Brasil trabalha na área de engenharia de
[25] EXAME.com (on-line). São Paulo, Editora Abril, 30 de Setembro de Capacity Plan como Analista de Sistemas, operando e suportando a rede de
2014. Disponível na Internet, URL: comunicações via satélite da empresa. Em continuo aprendizado e sempre
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/sociedade-demanda- buscando aprimorar os conhecimentos na área de comunicação via satélite
ampliacao-do-acesso-a-internet, Acessado em 13 de Março de 2015. principalmente com as novas tecnologias que o mercado e a empresa
[26] INTERNET WORLD STATS. Internet Usage Statistics - The Internet apresentam.
Big Picture (on-line). Disponível na internet. URL:
http://www.internetworldstats.com/stats.htm, Acessado em 13 de Março
de 2015. Carlos Nazareth Motta Marins Doutor em Engenharia Elétrica pela
[27] INTERNET WORLD STATS. Internet Usage and Populations Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP –
Statistics for South America (on-line). Disponível na internet. URL: Departamento de Semicondutores, Instrumentos e Fotônica em 2010. Mestre
http://www.internetworldstats.com/stats15.htm#south, Acessado em 13 em Telecomunicações, pelo INATEL em 2004, com dissertação na área de
de Março de 2015. comunicação via satélite. Graduado em Engenharia Elétrica, ênfase em
[28] ANATEL. PNBL - Plano Nacional de Banda Larga. (on-line), Eletrônica e Telecomunicações, pelo INATEL, em 1994. Técnico em
Disponível na Internet. URL: Eletrônica pela ETE-FMC de Santa Rita do Sapucaí – MG em 1989. Vice
http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalPaginaEspecial.do?acao=&c Diretor e Pró Diretor de Graduação do Inatel. Membro da Diretoria de Ensino
odItemCanal=1956&codigoVisao=$visao.codigo&nomeVisao=$visao.d da SET. Professor dos cursos de Engenharia e de Tecnologia do INATEL.
escricao&nomeCanal=Universaliza%E7%E3o%20e%20Amplia%E7%E Consultor do ICC (Inatel Competence Center) em projetos para empresas nas
3o%20do%20acesso&nomeItemCanal=PNBL&codCanal=289, áreas de telecomunicações e eletrônica. Foi professor da ETE-FMC, no curso
Acessado em 13 de Março de 2015. de técnico de Eletrônica, de 1991 a 1999 e Engenheiro de desenvolvimento de
[29] VIA SAT BRASIL. (on-line). Banda Ka - O que é Banda Ka? (on- produtos para empresa LINEAR Equipamentos Eletrônicos S.A. de 1994 a
line). Disponível na Internet. URL: 2004.