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Compreendendo Montessori: A Preparação Interna

do Adulto, Parte I
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gabrielmsalomao February 12, 2013

“O professor deverá adquirir uma habilidade moral que nenhum método


anteriormente exigira: habilidade feita de calma, de paciência, caridade e
humildade. São as virtudes, e não as palavras, a sua máxima preparação”
(Maria Montessori – Pedagogia Científica, p.144).

Para este artigo, tentaremos descrever o mais didaticamente possível as


características do adulto montessoriano, inspirando-nos na longa e bela
descrição feita por E.M. Standing em seu “Maria Montessori: Her Life and
Work”.

O adulto
montessoriano é,
acima de tudo, um
adulto que
compreende
verdadeiramente a
criança. Que a
enxerga pelo que é
e não lhe cobra o
que não pode ser.
Mas que,
conhecendo seus
potenciais, suas
possibilidades,
explora-os com
amor. A partir
deste tratamento,
surge uma nova
criança, diferente
daquela descrita por séculos em livros de psicologia e de ficção. Surge uma
criança equilibrada, que nos surpreende. É esta nova criança que merece
todos os nossos esforços para nos tornarmos novos adultos.

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O trabalho para que nos transformemos em ajudantes da infância, que
sejamos capazes de dar exatamente aquilo de que a criança necessita, não
menos e, especialmente, não mais, é um esforço de longo prazo –
provavelmente de vida inteira – e por isso não se fala na formação interna
do adulto, mas em sua preparação, em seu treinamento. Um atleta que seja
campeão olímpico tem uma rotina: ele treina. Quando vai às olimpíadas e
vence, ganha sua merecida medalha e retorna, com honra, ao seu país,
desce dos pedestais, veste sua roupa surrada, e treina. É exatamente assim
que devemos fazer: terminado o dia, quando conseguimos ajudar tantas
crianças e conseguimos resultados tão bons, é hora de treinar.

O adulto montessoriano deve “expelir de seu coração a ira e o orgulho”, e


este é seu preparo. Expelir do coração a ira é difícil, mas é mais fácil que
expelir o orgulho. Para que não nos iremos há uma fórmula simples,
embora demore para que funcione: basta que repitamos, todas as vezes,
sobre qualquer um nos decepcionar ou enfurecer: ele não faz isto por mal.
Todos estão tentando ser felizes, e se agem assim é porque compreendem,
erradamente, que assim serão felizes. Como não sonharíamos em punir ou
vingarmo-nos de alguém por esta pessoa tentar ser feliz, em um período
bastante prolongado de tempo, esta repetição surte efeito e a ira
desaparece.

Para livrarmo-nos da ira contra a criança é bem mais simples: ela está
aprendendo. Se age como age é porque aprendeu assim. Tudo o que
precisamos fazer é tratar que ela aprenda a outra maneira de agir. A
maneira correta. Um ambiente em que haja respeito mútuo e
compreensão será, naturalmente, um ambiente no qual a ira não terá
lugar. Não é assim com o orgulho.

Expelir o orgulho exige, antes de tudo, que percebamos a verdadeira


natureza da educação. Trata-se de um processo de ajuda à vida. Como tal,
somos somente aqueles que servem a um ser que pode mais do que nós.
Nós, neste contexto, não somos a peça mais fundamental, nem o alvo dos
holofotes. Ao final de um dia de trabalho, o mérito do sucesso é só
parcialmente nosso, enquanto que é quase totalmente da criança, do
material, de um conhecimento que chegou até nós, e ao qual, se algo
adicionamos, foi pouco. Não há espaço para o orgulho quando
percebemos, verdadeiramente, que diante da verdade não há outra opção
que não ser humilde.

Aquele adulto que enxerga-se como portador da luz e do conhecimento,


que vê-se como o salvador da alma da criança, aos poucos torna-se um

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tirano, quando
nota que a criança
não deseja receber
a luz que ele
transmite, e
quando o
sobressalta a
impressão de que
algumas almas
estão além da
salvação de que ele
se julgava capaz. O
tirano surge
quando o amor dá
lugar à ira e a
humildade dá lugar
ao orgulho. A
criança carrega a
luz que iluminará,
para os adultos, o
futuro da
civilização. A
criança mostra ao
adulto de que
forma ele mesmo pode salvar-se: o trabalho individual que equilibra sua
personalidade e a valoriza, que ensina a ela mesma o verdadeiro valor do
esforço e ensina ao adulto como esforçar-se.

Servir a criança é ao mesmo tempo um ato de amor e um ato de fé. Fé, no


sentido mais amplo do termo: acreditar na criança. Não é possível servir a
criança em suas necessidades exatas se não acreditarmos que ela sozinha
é capaz de se desenvolver. Nós não somos os viabilizadores de seu
desenvolvimento, somos somente os viabilizadores do ambiente de seu
desenvolvimento e aqueles que ajudam a criança a conhecer este
ambiente. Desenvolver-se, desenvolve-se sozinha.

A reflexão acerca da humildade necessária diante do imenso potencial da


criança é o que construirá o adulto montessoriano. O adulto que expeliu
de si a ira e orgulho, que reveste-se de caridade e humildade, utiliza
somente a paciência e tem nas virtudes, e não nas palavras, sua máxima
preparação.

O próximo texto tratará dos aspectos práticos da preparação do adulto e


será publicado logo. Dividimos este tema em duas partes para que os
textos não ficassem longos demais. Esperamos ansiosamente pelos
comentários e reflexões.

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