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Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo

- Caso de Estudo do Plano de

Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro

(PDTVD) -

Políticas Públicas e Desenvolvimento Turístico

Turismo –

Autor: Bruno Oliveira e Silva

Novembro, 2008
Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Conteúdo

Conteúdo ....................................................................................................................................... 3

Introdução ..................................................................................................................................... 5

Enquadramento Geral ................................................................................................................... 6

Breve caracterização do país..................................................................................................... 6

Breve caracterização do turismo no país .................................................................................. 6

Situação actual do no que respeita às Políticas Públicas de Desenvolvimento do Turismo ..... 7

Situação actual do País/Destino no que respeita ao Planeamento e Desenvolvimento do


Turismo...................................................................................................................................... 7

Identificação das Políticas e dos Planos (passados, actuais, futuros) ....................................... 8

Passadas ................................................................................................................................ 8

Actuais e Futuras ................................................................................................................... 8

Razões para planear .................................................................................................................. 8

Princípios e pressupostos .......................................................................................................... 9

Planeamento e Desenvolvimento em turismo ........................................................................... 11

Objectivos................................................................................................................................ 11

Abordagem metodológica....................................................................................................... 14

Modelos de planeamento, gestão e desenvolvimento do turismo ........................................ 14

Processos de gestão ............................................................................................................ 16

Modelo de participação dos Stakeholders .............................................................................. 17

Indicadores de acompanhamento .......................................................................................... 18

Upgrade do PDTVD 2007 - 2013.............................................................................................. 19

Enquadramento regional .................................................................................................... 19

Diagnóstico da região – A Oferta Turística - Recursos ........................................................ 20

Principais produtos turísticos .............................................................................................. 23

A Oferta Turística – Oferta e Capacidade de Alojamento ................................................... 24

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

A Procura Turística .............................................................................................................. 25

Indicadores da Procura Turística ......................................................................................... 26

PDTVD...................................................................................................................................... 27

Enquadramento................................................................................................................... 27

Pressupostos ....................................................................................................................... 28

Modelo de Gestão ............................................................................................................... 28

Objectivos e Metas do PDTVD............................................................................................. 29

Programas de Acção e Parcerias ......................................................................................... 31

Análise Comparativa entre os Modelos teóricos e práticos de Planeamento e


Desenvolvimento do Turismo ............................................................................................. 33

Conclusão .................................................................................................................................... 35

Bibliografia .................................................................................................................................. 36

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Introdução

O turismo representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do pais com tendência

a aumentar o seu peso na economia nacional. Por isso, o estado intervêm com medidas,

como por exemplo a política Nacional do turismo, nomeadamente o PENT (Plano

Estratégico nacional do Turismo) numa perspectiva ao nível nacional, isto é, o PENT é

o plano orientador das práticas turísticas em Portugal; nele foram definidas as principais

e mais gerais medidas e projectos a serem desenvolvidos bem como regiões a

desenvolver, tudo isto alicerçado numa análise do turismo interno, o turismo nacional,

bem como uma análise ao turismo internacional e à posição do país no mercado

turístico nacional. Uma vez que o sector do turismo é um estratégico para o

desenvolvimento económico do país cabe planeá-lo de modo a aumentar a estada média,

a taxa de repetição e a taxa de recomendação, num processo aberto à consciencialização

dos stakeholders em relação aos impactos do turismo e levá-los a serem uma parte

activa em todo o processo de planeamento com os seus inputs ao processo de

planeamento tendo sempre como principal objectivo um crescimento e desenvolvimento

sustentável através de políticas de preservação e inovação de uma oferta diferenciadora.

Neste âmbito surge-nos planos que adaptam as linhas mestras descritas no PENT

mas a um nível mais regional, tendo em conta as especificidades e particularidades de

cada região, e o Douro afigura-nos como um desses exemplos nomeadamente com o

Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro que visa um processo de

planeamento aberto aos stakeholders e assente em objectivos bem definidos e modelos

de monitorização da implementação de todas as medidas e projectos.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Enquadramento Geral

Breve caracterização do país

Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e dos Açores, possui uma

população estimada em 10.529.255 pessoas, das quais 15,5% são jovens, 11,9% são

jovens adultos (15-24 anos), a população adulta (25-64 anos) representa 55,4% e a

população mais idosa constitui 17,3% da população portuguesa.

Em termos genéricos Portugal, devido á sua excelente posição geográfica usufrui de um

clima temperado, no Verão possui temperaturas agradáveis e no Outono e Inverno o

vento e as temperaturas frias abundam com alguma precipitação

Breve caracterização do turismo no país

O turismo é um dos sectores mais importantes na economia portuguesa,

representando mais de 11% do PIB nacional e com grande importância para a população

activa pois possui 10,2% do emprego nacional.

Na evolução mais recente do turismo constatamos que há uma perda da quota de

mercado internacional e encontra-se dependente de 4 mercados emissores (Reino

Unido, Espanha, Alemanha e França) e do desempenho de 3 regiões nacionais (Algarve,

Lisboa e Madeira).

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Com as novas políticas nacionais do turismo – PENT – foram criados 6 pólos de

desenvolvimento, sendo um deles o Douro, pelas suas características extraordinárias em

termos de diversidade cultural, paisagísticas, entre outros. Apostando forte em

determinados produtos identificados no PENT, como, a Gastronomia e Vinhos, Turismo

de Natureza, Touring Cultural e Paisagístico, Turismo Residencial, Golfe, Turismo

Náutico, etc.

Situação actual do no que respeita às Políticas Públicas de


Desenvolvimento do Turismo

No que respeita às políticas públicas de desenvolvimento turístico o governo

desenvolveu a Política Nacional do Turismo, ou seja, o PENT (Plano Estratégico

Nacional para o Turismo) identificando o Douro como um pólo de desenvolvimento

prioritário; e a criação de planos regionais – agenda regional do turismo e o Plano de

Acção para o Desenvolvimento Turístico do Norte de Portugal.

Situação actual do País/Destino no que respeita ao Planeamento e


Desenvolvimento do Turismo

Em relação ao planeamento e desenvolvimento do turismo, estão traçadas as

suas linhas mestras no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) com a criação do

Douro como um dos principais pólos turísticos do país e também mais especificamente

com o Plano de Acção para o Desenvolvimento Turístico do Norte de Portugal. No que

diz respeito ao território existem alguns instrumentos para ajudar ao desenvolvimento

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

turístico nomeadamente o PROT-Norte (Plano Regional de Ordenamento do Território

do Norte) constitui um instrumento de desenvolvimento do território de natureza

estratégica.

Identificação das Políticas e dos Planos (passados, actuais, futuros)

Passadas
 Livro branco do Turismo
 Plano Nacional do Turismo
 Financiamento para iniciativas ligadas ao turismo

Actuais e Futuras
 Política Nacional do Turismo
 PENT
 PNOT
 PROT-Norte
 Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro (PDTVD);
 Norte 2015/ Programa Operacional Regional do Norte 2007-2013;

Razões para planear

Um planeamento capaz de determinado destino/região é uma mais-valia para um

processo de desenvolvimento sustentado, pois é este o principal objectivo de qualquer

planeamento. O turismo como um dos sectores estratégicos da economia portuguesa,

segundo o actual governo, necessita de um planeamento diferenciador capaz de

organizar uma reestruturação do sector de um modo sustentado e de forma a eliminar as

dissimetrias regionais, criando dinâmicas para fomentar o investimento em regiões com

potencialidades no âmbito do turismo.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

O Douro surge-nos, assim, como uma dessas regiões de grande potencialidades

turísticas negligenciadas ao longo dos anos por deficientes e escassos planos de

desenvolvimento. O seu valor e singularidade são reconhecidos por todos, quer

autoridades nacionais, quer internacionais, e por demais anónimos que já

experienciaram as suas maravilhosas paisagens, produções naturais, património

histórico – cultural de valor inimaginável portador de uma identidade que remonta ao

nascimento da nação portuguesa.

Planear para potenciar o turismo nesta região pode gerar dinâmicas positivas,

isto é, o potencial turístico da região é capaz de gerar emprego, riqueza e iniciativa

privada de modo a inverter as tendências e todos os indicadores da região, bem como

fomentar um maior equilíbrio da importância da região norte de Portugal em termos

turísticos e peso na economia nacional sendo estes valores que devem pautar todos os

planos de desenvolvimento turístico.

Princípios e pressupostos

Numa perspectiva nacional com a nova política nacional do turismo, o Plano

Estratégico Nacional do Turismo (PENT), afigura-nos como um sector estratégico para

a economia nacional e desenvolvimento do país; é o PENT que regula a politica

nacional do turismo e desenvolve as linhas orientadoras para o sector. De modo a

aplicar o PENT a todo o território nacional foram criados certos instrumentos regionais

de aplicação dessa política, como é o caso das agendas regionais, e no caso em concreto

do Douro foi elaborado o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Como fundamentos para a realização deste plano é referido o potencial turístico

português, nomeadamente a região do Vale do Douro, uma vez que reúne todas as

condições para se tornar num novo destino sem concorrentes e suficientemente

diversificado para atrair diversos segmentos de mercado. Afirmação definitiva de uma

oferta já conhecida pelo mercado turístico nacional e internacional mas que por si só

não é geradora de fluxos suficientes de modo a influenciar a balança das receitas

turísticas nacionais e da percepção ou imagem que os turistas ficam de uma oferta com

potencial mas pouco estruturada e sem aproveitar o seu real valor; a sustentabilidade de

tais recursos também necessita de ser tida em conta para efeitos de preservação dos

mesmos e manutenção de uma oferta que se deseja de alta qualidade devido às suas

características intrínsecas e singulares não sendo por isso susceptíveis de massificação.

Um dos principais fundamentos para a elaboração deste plano é a constatação da

necessidade de gerar dinâmicas de modo a impulsionar a região, que por si só não revela

capacidade, e inverter assim os indicadores económicos e sociais negativos.

Portanto, a elaboração deste plano para o Douro surge assim para orientar e servir de

estímulo para a criação de novas sinergias para a região. Estas potencialidades são

suportadas por estudos realizados pela Agência Portuguesa para o Investimento (API)

que promoveu trabalhos e estudos técnicos de análise de potencialidades para a região

cuja zona de incidência e área de influência deste plano se identifica na figura:

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Ilustração 1: Zona de incidência e área de influência

Planeamento e Desenvolvimento em turismo

Objectivos

A realização do PDTVD teve como objectivos subjacentes a estimulação do

desenvolvimento e aproveitamento das potencialidades turísticas da região do Vale do

Douro, através do reforço de estruturas, recursos humanos e capacidade de promoção

integrada com regiões envolventes como meio de desenvolvimento económico e social.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Para isso, torna-se de crucial importância o reforço e qualificação das infra-

estruturas e sistemas públicos de modo a atrair investimentos e sua rentabilização

sustentada. Elevar as estruturas e actividades turísticas na região tendo em conta as suas

compatibilidades, em moldes que justifiquem o investimento público e a diferenciação

de outros destinos pela sua alta qualidade. Com a captação de investimentos privados e

estratégicos para o turismo gerar postos de trabalho qualificados e investimentos

assentes nos recursos endógenos da região e assegurar que os esforços de dinamização

se coadunam com os valores sócio-culturais da região e não os desvirtua.

Posto isto, podemos constatar que o principal objectivo do PDTVD é induzir um

processo e dinâmica regional de modo ao Vale do Douro se posicionar como um grande

destino turístico diferenciando-se do mercado existente, através de iniciativas públicas

de investimentos de modo a fixar empreendimentos turísticos significativos,

reestruturando assim a sua oferta e gerando, também, qualificação dos recursos

humanos através da criação de postos de trabalhos qualificados e de riqueza.

Ilustração 2: Articulação entre os vários niveis de objectivos

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Ilustração 3: objectivos do PDTVD

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Abordagem metodológica

O plano de desenvolvimento turístico do vale do Douro, expressa as principais

características da sua envolvente territorial e sócio-económica, afirmando uma

estratégia de desenvolvimento com vista ao seu potencial turístico definindo para isso

programas e medidas de intervenção com investimentos públicos estruturantes

prioritários.

A estrutura metodológica deste planos segue as orientações dadas pelo governo e

pelos estudos da API, integrados numa perspectiva europeia e segundo a Organização

Mundial do Turismo (OMT); com recursos como os elementos naturais, histórico-

patrimoniais, económicos, educativos e institucionais da região como principal oferta e

a realização de estruturas básicas de apoio á oferta com vista á sua qualificação e

preservação de recursos.

Modelos de planeamento, gestão e desenvolvimento do turismo

No contexto de planeamento o PDTVD segue as indicações da OMT, mais uma

vez, no que diz respeito aos processos de planeamento assumindo assim uma

perspectiva sistémica do desenvolvimento do Vale do Douro, ou seja, o processo de

planeamento é direccionado tendo em conta uma visão transversal e integrada de

medidas e intervenções a realizar na região como demonstra a imagem seguinte.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Ilustração 4: Sistema turístico

O processo de planeamento tem por base as indicações da OMT para o

planeamento e desenvolvimento em turismo, as medidas do plano de desenvolvimento

do sector do turismo, as medidas propostas de iniciativas e investimentos públicos,

estudos da API e contributos de intervenções directas e indirectas no processo de

planeamento e desenvolvimento do Vale do Douro, especialmente das instituições da

Comissão de Acompanhamento do PDTVD.

Por sua vez o modelo de gestão territorial tem por base a valorização e

competitividade territorial e para isso defende uma mudança da matriz do uso do solo,

incrementando assim actividades turísticas e recreativas – modelo de territorialização

turística – com base no ordenamento do território como quadro de referência, a

elaboração de novos planos eficazes, uma vez que os actuais Planos Directores

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Municipais (PDM´s) na sua larga maioria vai perfazer 10 anos e não constam neles

nenhuma vocação turística, exceptuando a envolvente do Douro que mereceu melhor

atenção com o Plano Especial de Ordenamento das Albufeiras da Régua e Carrapatelo e

mais recentemente com o Plano Especial de Ordenamento das Albufeiras de

Crestuma/Lever.

Em suma, o PDTVD pretende efectuar uma articulação activa com a política

territorial nacional, estabelecendo a estratégia a seguir pelos (PMOT) Planos Municipais

de Ordenamento do Território e demais instrumentos territoriais sempre tendo por base

uma politica integrada.

Processos de gestão

No que diz respeito aos processos de gestão o PDTVD visa agilizar os processos

de licenciamento e a criação de uma “Comissão de Gestão Territorial” para projectos de

maior impacto e acompanhamento integrado e comum aos projectos e elaboração dos

respectivos Planos de Pormenor.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Modelo de participação dos Stakeholders

O PDTVD recorreu a sistemas de comunicação rápida e sistemas e plataformas

de novas tecnologias de comunicação para agilizar processos e obter maior feedback

dos stakeholders, isto é, elaboraram o PDTVD como um processo de planeamento

participativo e dinâmico, através de uma maior participação e interacção,

principalmente com a Comissão de Acompanhamento do PDTVD constituída por,

Ilustração 5: constituição da comissão de acompanhamento

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

A contribuição desta comissão de acompanhamento foi de crucial importância, pois, em

primeiro lugar demonstra aquilo que são as boas práticas de planeamento pois abre o

processo aqueles que são verdadeiramente interessados – a comunidade. O seu

contributo para o PDTVD foi sob a forma de medidas e projectos que identificaram e

elaboraram para o plano que consideraram como sendo de relevância no âmbito de

competências de cada um e elaboraram também um conjunto de prioridades relativas ao

sector para a região do vale do Douro. Estas iniciativas foram uma mais-valia no sentido

que ajudaram á definição de tipologias, bem como a criação e selecção de projectos e

medidas incluídas no PDTVD o que mais tarde levou á aprovação do ministro da

economia.

Indicadores de acompanhamento

A utilização de indicadores como referências de análise e monitorização para


aferir quanto ao progresso das medidas e projectos elaborados pelo PDTVD é uma
importante ferramenta para acompanhar os desenvolvimentos, nomeadamente no
sector turístico, como instrumentos preciosos para apoiar tomadas de decisão.

Ilustração 6: Aspectos determinantes dos indicadores de acompanhamento

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Portanto, no contexto do PDTVD apresenta para cada medida, projectos e acções

indicadores que visam monitorizar a sua evolução e inferir se estão a cumprir os

objectivos esperados ou não. Apesar de não haver nenhum conjunto de indicadores

perfeitos, pois cada conjunto deve-se adaptar á sua realidade e objectivos os indicadores

apresentados no PDTVD são orientados segundo quatro categorias como demonstra na

ilustração 6.

Upgrade do PDTVD 2007 - 2013

Enquadramento regional

O enquadramento regional deste plano tem em conta a Nut II, ou seja, a região

norte do país, com 19 concelhos e 215.527 habitantes; com um índice de

envelhecimento de 143% (2005) superior à média regional e nacional; em relação ao

índice de qualificação escolar, este apresenta, mais uma vez, valores inferiores aos

registados a nível nacional e regional.

Ilustração 7: 19 concelhos da região norte do país

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

A região possui relevantes recursos, reconhecidos internacional como o Alto

Douro Vinhateiro e as gravuras de Foz Côa, ambos considerados como património da

Humanidade pela UNESCO, o que confere à região uma procura efectiva pelos seus

recursos e produtos turísticos existentes; e ainda, que pela sua natureza podem servir de

complemento à procura turística do Porto.

Diagnóstico da região – A Oferta Turística - Recursos

Vinho

A região vitícola do douro é a primeira região demarcada e regulamentada do

mundo (1766); é a região com maior produção e volume de negócio de vinho em

Portugal e representa cerca de 473M€ em termos de volume de negócios, em particular

o Vinho do Porto, que com uma representação de 405M€ perfaz 1/3 do total das

exportações de vinho em Portugal.

No que se refere ao Vinho do Douro, este é comercializado em 70 mercados

internacionais com uma percentagem de 30%, ficando em Portugal (70%) o resto da sua

comercialização. Todavia, o Vinho do Porto é comercializado em 106 mercados

internacionais, pois 86,2% do total da sua produção é exportada para esses mercados;

são vinhos também com um elevado índice de reconhecimento e de grande presença na

imprensa de referência internacional.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Ilustração 8: Região Vinhateira

Cultura

A região norte do país possui um vasto

património histórico – cultural e arqueológico;

 Vale do Côa

 Monumentos

 Castelos

 Igrejas e Mosteiros

 Outros sítios classificados

 Património imaterial

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Rio Douro

Um dos maiores rios da península ibérica com cerca de 900 km desde a região

de Soria até ao Porto. Representa um dos principais factores de desenvolvimento sócio

– económico da região pela sua;

 Navegabilidade em Portugal e companhias de cruzeiro

 Aptidão paisagística

Constitui assim um dos recursos turísticos mais importantes da região do Vale do

Douro.

A Paisagem

Classificada como património da humanidade pela

UNESCO, é a base de desenvolvimento da região, pois é o

suporte para manter as actividades, então já consolidadas,

como o vinho; e ainda servirá de base para futuras ou

actividades emergentes como o turismo. A sua riqueza e

singularidade, conjugados com o estatuto atribuído

perfazem um recurso de grande qualidade, fazendo, assim,

urgir a necessidade de preservação e valorização assentes

em padrões de sustentabilidade.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Principais produtos turísticos

Tendo por base a politica nacional do turismo, instrumentalizada no PENT e as

suas principais linhas de orientação para o turismo do país, nomeadamente no que diz

respeito aos produtos turísticos e ainda pelo diagnóstico feito á região e às suas

potencialidades turísticas, o PDTVD 2007 – 2013, estabeleceu os produtos turísticos da

região a desenvolver:

Ilustração 9: Produtos Turísticos

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

A Oferta Turística – Oferta e Capacidade de Alojamento

Ilustração 10: Oferta e Capacidade de Alojamento

O Douro possui 8% de estabelecimentos hoteleiros em relação à região norte

(2005) e em termos nacionais o Douro regista só 2% dos estabelecimentos hoteleiros; já

a região por seu lado, apresenta 22,4% do total nacional.

No que diz respeito à capacidade de alojamento do Douro relativamente à região

norte de Portugal, este apresenta 7% da capacidade de alojamento da região e apenas

1% da capacidade de alojamento ao nível nacional com 2.317 camas. Já a região

representa 13,1% em termos nacionais com 34.631 camas num universo de 263.814

camas, tal como o gráfico demonstra.

Em suma, a região do Vale do Douro apresenta uma oferta de alojamento

reduzida e pouco qualificada, posto isto, terá que haver um aumento e um

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

melhoramento do nível da oferta neste capítulo, assente em padrões elevados de

qualidade e sustentabilidade.

A Procura Turística

Três regiões concentram 75%

das dormidas na hotelaria:

 Algarve – 38,9%

 Lisboa – 20,4%

 Madeira – 15,9%

Ilustração 11: distribuição das dormidas por nacionalidades


no Douro

A região norte do país, representa 9,7% das dormidas nacionais e o Douro apenas

1% com 224 mil dormidas, onde predomina o turismo nacional (87%), seguido do

Reino Unido (4%), Espanha (3%) e França (2%).

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Em relação à estada média e taxas

de ocupação, como é possível visualizar

no mapa o Douro, apresenta indicadores

muito abaixo da média nacional; no que

diz respeito ao número de noites, o Douro

possui uma estada média de 1,5 noites,

com uma taxa de ocupação média que

não chega aos 27% da sua capacidade.

Ilustração 12: Estada média e Taxas de ocupação


Enquanto os indicadores do

país se situam nas 3,1 noites com uma taxa de ocupação média de 40%.

Indicadores da Procura Turística

Contudo, apesar da região ficar aquém dos números nacionais e também

regionais apresentados, existem alguns indicadores que evidenciam o potencial turístico

da região, como por exemplo o número de dormidas, que desde 1994 a 2005 tem vindo

a crescer a uma média anual de 8%; o número de cruzeiros , que desde 1995 a 2005 são

alvo de um crescimento médio anual de 29%, atingindo em 2005 quase os 180 mil

passageiros; os comboios turísticos e históricos da região registaram também, a par dos

cruzeiros turísticos uma evolução contando já com 150 mil passageiros e os

investimentos privados na região do Vale do Douro têm evidenciado uma crescente

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

procura, como são disso exemplos os investimentos Aquapura – Lamego e a Qta. da

Romaneira – Alijó.

Ilustração 13: Taxa de crescimento médio anual das dormidas e cruzeiros

PDTVD

Enquadramento

Plano reconhecido pelo governo no âmbito da RCM que cria assim a Estrutura

de Missão do Douro; fica previsto no Programa Operacional Regional do Norte 2007 –

2013 a sua implementação.

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Pressupostos

O Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro tem como base uma

natureza eminentemente operacional, visando a actualização e modernização do sector

turístico na região do Douro; assegurar a existência de financiamento para a sua efectiva

implementação e uma estreita articulação com o Turismo de Portugal, I.P., o PENT e

demais instrumentos de apoio para a região.

Modelo de Gestão

Ilustração 14: Modelo de Gestão do PDTVD

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

A unidade de Missão do Douro, em estreita articulação com o Turismo de

Portugal, tem como funções coordenar, gerir, implementar e dinamizar o PDTVD na

região; auxiliada pelo Conselho Consultivo a quem fica a cargo a monitorização do

plano e orientações para a sua execução; e ainda pelo Grupo Coordenador que fica

responsável pela operacionalização e implementação de projectos, ambos ficam com a

responsabilidade de elaborar relatórios de execução do plano.

Objectivos e Metas do PDTVD

Ilustração 15: Objectivos Estratégicos do PDTVD

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

O plano prevê objectivos e metas a alcançar com a sua implementação,

nomeadamente, um crescimento anual de 6%, acima da média nacional e regional; entre

2005 –

2015 um

aumento

de 200 mil

dormidas,

ou seja,

prevê

atingir em

2015 um

total de Ilustração 16: Metas do PDTVD

424 mil

dormidas o que equivale a um aumento de cerca de 90% em 10 anos; as dormidas de

estrangeiros registarão um aumento de 163%, pois de 38.300 em 2005 passarão para

100.900 em 2015, passara de 17% a 24% no que diz respeito às dormidas de

estrangeiros na região.

Ilustração 17: Dormidas de estrangeiros - metas para 2015

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Programas de Acção e Parcerias

Os

diversos eixos

prioritários de

intervenção do

PDTVD

pressupõem a

criação e

implementação

de diversas

medidas

estratégicas

para criar as

condições necessárias ao desenvolvimento do sector turístico na região do Douro, e

assim, conseguir alcançar os objectivos traçados.

O Eixo I prevê a criação e qualificação de infra-estruturas, nomeadamente a criação de

vias panorâmicas, o fecho de vias viárias de interesse sócio - turístico, de forma à sua

valorização e preservação; a concepção e implementação de uma rede de informação

turística no Vale do Douro; melhoramento da sinalização turística; apoio a projectos

com recursos das TIC´s, dinamização e recuperação de espaços de interesse estratégico;

limpeza das margens do rio; campanhas de sensibilização e promoção integrada de

aldeias e/ou regiões de interesse como as “aldeias vinhateiras”

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Ilustração 18:Programa de Acção do PDTVD 2007 - 2013


Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

No que diz respeito à qualificação dos recursos humanos, inovação e

conhecimento, o PDTVD planeia a qualificação dos colaboradores na área do turismo e

hotelaria, a criação de um centro de excelência de vinhos e a criação e dinamização de

emprego; por outro lado, quanto ao marketing, promoção e animação turística, as

medidas equacionadas passam pela elaboração de uma estratégia de marketing e

promoção, realização de animação turística do destino; realização de eventos com

projecção internacional; e a criação de novas rotas e consolidação das existentes. Em

relação ao V eixo prioritário, o reforço da capacidade institucional e cooperação, passa

pelo desenvolvimento de um novo modelo institucional, cooperação com entidades

internacionais, elaboração de estudo estratégicos e ainda a promoção de conferências,

seminários, eventos, workshops nacionais e internacionais que promovam a reflexão e o

debate sob temas e/ou áreas chave da indústria turística.

No que às parcerias diz respeito e ao que foi possível apurar, o PDTVD

desenvolve o seu plano em estreita articulação com o Turismo de Portugal, I.P.

Ilustração 19: Síntese do Programa de Acção – Eixos, Medidas e fontes de Financiamento e Entidades
Responsáveis

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Análise Comparativa entre os Modelos teóricos e práticos de


Planeamento e Desenvolvimento do Turismo

Modelos
teóricos Modelos práticos Modelos de P.E.D. Turísticos Estudo Comparativo
Caso de Estudo - Fases do Modelos Cooper Hall México Nova Escócia Alicante Ritchie e Crouch Dwyer e Kim PDTVD Conclusões
Auditoria
Necessidade de planear
Preparação do Estudo
Análise/ Diagnóstico da Envolvente
Planeamento
Metodologia
Objectivos e Metas
Implementações de novas análises
Parcerias
Formulação de Políticas e Planos de
Acção
Melhoria dos transportes
Intensificação e diversificação dos
atractivos
Qualificação dos Recursos Humanos
Promoção e Divulgação
Financiamento
Recomendações
Implementação
Monitorização
Indicadores
Concertação
Interacção
Monitorização e Reformulações
Outros
Competitividade
Sustentabilidade
Ilustração 20: Quadro comparativo do PDTVD e dos modelos teóricos e práticos

Pelo estudo comparativo realizado, podemos constatar que o PDTVD segue

alguns dos princípios fundamentais implementados em modelos teóricos de

planeamento e desenvolvimento turístico, como o modelo de Hall, Ritchie e Crouch,

Dwyer e Kim e ainda tendo em conta os modelos práticos do México, Nova Escócia e

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Politicas Públicas e Desenvolvimento Turístico - Douro 2008

Alicante, nomeadamente no que diz respeito por exemplo ao diagnóstico da região,

definição de objectivos e metas, definição de parcerias, planos e medidas de acção para

melhorar as infra-estruturas, promoção e divulgação turística e também qualificação dos

recursos humanos e financiamento. Contudo, no que diz respeito às parcerias podemos

concluir que no PDTVD a única parceria identificada foi uma parceria institucional com

o Turismo de Portugal o que no nosso entender é insuficiente uma vez que o sector

turístico pela sua transversalidade abrange muitos sectores económicos e assim sendo

podem ser formadas muitas parcerias estratégicas com vista a criação, por exemplo de

clusters de modo à criação de valor acrescentado dos produtos turísticos.

Por outro lado, o PDTVD apresenta uma falha no seu planeamento, pois um dos

aspectos que podemos considerar crucial, segundo todos os modelos teóricos e práticos

analisados, é a monitorização e controlo dos resultados o que no PDTVD é deixado a

cargo do Conselho Consultivo do plano e não apresenta medidas específicas ou

indicadores específicos de controlo com vista a uma analise efectiva das evoluções dos

objectivos e metas traçados no plano. Sem um controlo eficaz da sua implementação

não é possível inferir quanto à sua fiabilidade, nem muito menos reformular algumas

das medidas no caso do caminho tomado não estar a surtir os efeitos esperados.

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Conclusão

O turismo afigura-nos como sendo um sector estratégico da economia nacional

segundo as novas politicas nacionais para o turismo, politicas essas instrumentalizadas

no PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo), e portanto urge-nos a necessidade

de efectuar e delinear um planeamento cujo objectivo principal é visar o

desenvolvimento sustentável; planear para atingir objectivos previamente estabelecidos

de um modo que seja sustentável para o projecto, comunidade, entre outros.

Posto isto, o PDTVD surge como o plano para a região do Vale do Douro, região

essa definida como um dos pólos de desenvolvimento no PENT, em cima de um

processo de planeamento integrado e com o aproveitamento de instrumentos de gestão

territorial, onde é feita uma análise do turismo, delineados os objectivos principais, tudo

num processo aberto de interacção com os stakeholders, ou seja, todo o processo de

planeamento foi aberto a toda a comunidade, investigadores, em suma todos os que

directa ou indirectamente estão ligados ao sector do turismo puderam participar e

interagir em todo o processo de planeamento e por fim foram elaborados indicadores de

acompanhamento sob alguns aspectos como sendo os aspectos sociais, económicos,

ambientais e institucionais para assim permitir uma boa avaliação e controlo do que esta

sendo implementado e se os objectivos traçados estão a ser alcançados.

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Bibliografia

Documentação

 Plano Nacional Estratégico Nacional do Turismo

 Agenda regional do Turismo – Plano de Acção para o Desenvolvimento Turístico do


Norte de Portugal

 Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro

 Plano de Desenvolvimento turístico do Vale do Douro 2007 - 2013

Internet

 www.ccr-norte.pt

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Índice de ilustrações
Ilustração 1: Zona de incidência e área de influência ................................................................. 11

Ilustração 2: Articulação entre os vários niveis de objectivos .................................................... 12

Ilustração 3: objectivos do PDTVD .............................................................................................. 13

Ilustração 4: Sistema turístico ..................................................................................................... 15

Ilustração 5: constituição da comissão de acompanhamento .................................................... 17

Ilustração 6: Aspectos determinantes dos indicadores de acompanhamento ........................... 18

Ilustração 7: 19 concelhos da região norte do país .................................................................... 19

Ilustração 8: Região Vinhateira ................................................................................................... 21

Ilustração 9: Produtos Turísticos ................................................................................................. 23

Ilustração 10: Oferta e Capacidade de Alojamento .................................................................... 24

Ilustração 11: distribuição das dormidas por nacionalidades no Douro..................................... 25

Ilustração 12: Estada média e Taxas de ocupação ...................................................................... 26

Ilustração 13: Taxa de crescimento médio anual das dormidas e cruzeiros............................... 27

Ilustração 14: Modelo de Gestão do PDTVD ............................................................................... 28

Ilustração 15: Objectivos Estratégicos do PDTVD ....................................................................... 29

Ilustração 17: Dormidas de estrangeiros - metas para 2015 ...................................................... 30

Ilustração 16: Metas do PDTVD................................................................................................... 30

Ilustração 18:Programa de Acção do PDTVD 2007 - 2013 .......................................................... 31

Ilustração 19: Síntese do Programa de Acção – Eixos, Medidas e fontes de Financiamento e


Entidades Responsáveis .............................................................................................................. 32

Ilustração 20: Quadro comparativo do PDTVD e dos modelos teóricos e práticos .................... 33

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