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O QUE É A AÇÃO HUMANA – breve apontamento

O homem, desde sempre, que tentou construir um mundo mais habitável, à


medida das suas necessidades e dos seus desejos e projetos. O meio que ele encontrou
no início, nem sempre está disposto da forma mais favorável aos seus intentos. A
hostilidade do meio que o cerca leva o homem a ter que agir. Por isso, ele tem que
transformá-lo de acordo com as suas necessidades  tem de agir. A cultura humana, por
oposição à Natureza, representa esse esforço incessante que resulta do confronto do
homem com o meio natural envolvente. Esse esforço traduz-se no trabalho, num
conjunto de atividades tendentes a transformar a Natureza, produzindo coisas novas e
transformando as já existentes, com vista a assegurar a própria existência e subsistência
humanas. O homem age, produz o seu próprio mundo, trabalha e por toda a parte deixa
marcas da sua atividade. O mundo natural vai ganhando cada vez mais marcas da sua
atividade, da sua passagem. O homem vai deixando a sua pegada no meio natural que o
rodeia. Do mesmo modo, que esse meio envolvente reflete a atividade transformadora
do homem que habita esse mesmo meio.
Ao contrário do animal que “age” (ou reage) por instinto, irrefletidamente e de
acordo com a sua memória genética, o homem age refletidamente, analisa, pondera e
decide de acordo com a avaliação que faz do meio que o rodeia, das oportunidades de
que dispõe e dos obstáculos que enfrenta, como também tendo em conta as suas
capacidades e saberes e instrumentos postos à sua disposição. Será após essa avaliação e
ponderação mais ou menos cuidadosa (deliberação) que o homem irá decidir se age ou
não, e em que sentido.
A ação humana faz parte da grande variedade de acontecimentos que ocorrem à
nossa volta. A ação humana consiste numa espécie particular de acontecimentos que, na
sua maioria, são visíveis, quer considerando o agir em si, quer as suas consequências. A
ação humana constitui uma interferência do homem no decurso dos acontecimentos, a
produção e provocação de efeitos na realidade que o cerca. Por outro lado, a acção,
enquanto algo de exterior e visível corresponde à exteriorização e concretização do
pensamento. Embora possamos dizer que há pessoas que em determinados momentos
agem sem pensar, tal afirmação não é rigorosa; o que se deveria dizer é que o
pensamento que antecedeu a ação foi insuficiente ou desadequado em relação à
realidade onde pretendia intervir.

As nossas ações são algumas das coisas que nós fazemos. O fazer abrange um
campo de actividades e acontecimentos mais amplo que aquele que é designado pelo
agir. Tudo quanto realizamos é parte da nossa conduta, mas nem tudo o que realizamos
constitui uma ação. Por exemplo, realizamos coisas inconscientemente, enquanto
dormimos; não temos consciência de que as realizamos  isto não são ações. Por outro
lado, há coisas que fazemos, mas que não correspondem a uma deliberação da nossa
vontade. Existem coisas que fazemos conscientemente, mas sem intenção, ex.: tiques
nervosos, atos reflexos  realizamos isso involuntariamente, apesar de termos disso
consciência, constatamos isso enquanto espectadores e não enquanto agentes. O que
fazemos involuntariamente também não constituem ações. Reservamos o termo ‘ação’
para aquilo que realizamos consciente e voluntariamente. A consciência e a vontade
são elementos integrantes e caracterizadores da ação, são os requisitos para podermos
afirmar que estamos em presença de uma ação.
Por outro lado, é na medida em que o agir se processa de forma consciente e
voluntária, que podemos dizer que o agente atua com intenção. Existe intencionalidade
no agir consciente e voluntário, no processo em que o agente age com consciência e

409537502.doc José Carlos Almeida


vontade. Existe intencionalidade porque o agente sabe o que está a fazer e fá-lo para
atingir determinado objetivo.

Em suma, as acções correspondem àquilo que realizamos consciente e


voluntariamente, não sendo ação do homem o que este realiza quando apenas está
presente uma daquelas características. Atos do homem são aquilo que realizamos ou
sem termos consciência disso ou sem que isso corresponda à nossa intenção ou vontade.
As ações humanas têm que ser, simultaneamente, conscientes e voluntárias. A falta
duma dessas caraterísticas impossibilita a sua classificação enquanto ação.

José Carlos S. de Almeida


Outubro/Novembro de 2017

409537502.doc José Carlos Almeida

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