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EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Egrégia 3ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade solveu
Questão de Ordem no sentido de indeferir o pedido de sobrestamento do feito e, por maioria,
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Documento eletrônico assinado por Des. Federal CELSO KIPPER, Relator para Acórdão, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região
nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do
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RELATÓRIO
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Sem contrarrazões.
É relatório.
À revisão.
VOTO
...................
Divirjo do relator quanto à concessão de aposentadoria por idade.
Para comprovar a atividade rural no período aquisitivo do direito, que vai de 1995 a
2007, a autora, nascida em 21-11-1952, trouxe aos autos certificados de cadastro de
imóvel rural relativos aos anos de 1996 e 1999 (fls. 19-20) e notas fiscais de
comercialização de produtos agrícolas emitidas em 1993, 1998, 1999 e 2001 a 2006
(fls. 22-60).
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Ora, considerada os altos rendimentos obtidos pelo marido da autora, fica claro que a
renda oriunda da agricultura não era indispensável à subsistência familiar, como
exigido pelo art. 11, § 1º, da Lei nº 8.213, de 1991, restando descaracterizado o regime
de economia familiar.
Aliás, considerando que o marido se dedicava a outra atividade, que a autora residia
na cidade, que as notas fiscais indicam que havia grande produção de fumo, nem
sequer é crível que a autora desempenhasse a atividade rural, sendo certo que havia
utilização de empregados.
Ante o exposto, voto por dar provimento à apelação do INSS e à remessa oficial."
'(...)
No caso vertente, o requisito etário restou cumprido, na medida em que à data do
requerimento administrativo (19/11/2007), a parte autora já contava com 55 anos, na
medida em que nascida em 21/11/1952, conforme documento da fl. 92.
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Note-se que, considerando precedente da Corte Superior, "é prescindível que o início
de prova material abranja necessariamente o número de meses idêntico à carência do
benefício no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, desde que
a prova testemunhal amplie a sua eficácia probatória ao tempo da carência, vale
dizer, desde que a prova oral permita a sua vinculação ao tempo de carência." (AgRg
no REsp 945.696/SP, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJe 7/4/2008).
Consectários legais:
...................
Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação e dar parcial provimento à
remessa oficial.
..........................................................................................................
A Lei nº 8.213/91 em seu artigo 11, inciso VII, assim dispõe acerca dos
segurados especiais:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
(omissis)
VII - como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o
garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de
terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 14
(quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo
familiar respectivo.
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Lembro, ainda, que pela redação conferida pela Lei 11.718/08, não há
impedimento para que o segurado não resida no local do trabalho bastando que more próximo
dele, como ocorre no caso dos autos, onde a distância percorrida de sua residência até suas
terras era de poucos quilômetros.
A Lei 8.213/91, alterada pela nova Lei 11.718/08, conceitua o segurado especia,, em seu
artigo 12, inciso VII, como: A pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de:
Tenho ainda que para a hipótese dos autos não há porque ser dispensado
tratamento distinto do que aquele dispensado aos boías-frias, no que tange ao exame da
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Não é por outra razão que a questão restou sumulada (Súmula 41):
A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não
implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado especial, condição
que deve ser analisada no caso concreto.
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Abro aqui um pequeno parênteses apenas para referir que também para os casos
de labor em regime de economia familiar, o critério objetivo de importância percebida que
segue ao patamar aproximado de dois salários mínimos, tampouco deve ser absoluto, na
medida em que é temerário se afirmar a dispensabilidade do labor rural, diante de um
parâmetro que não se pode afirmar que, sem sombra de dúvida, garanta minimamente uma
sobrevivência digna. Sem olvidar que, como regra, as famílias de trabalhadores rurais são
bem mais numerosas do que as do meio urbano. Assim, tal importância pode não dispensar o
esforço no campo para a garantia da subsistência da família.
Lembraria, ainda, que até mesmo para a aferição de critério de pobreza quando
se examina a possibilidade de concessão de AJG o limite de aferição pela simples presunção é
bem mais elástico.
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Por fim, concluo que é possível a formação de uma convicção plena, após a
análise do conjunto probatório, no sentido de que, efetivamente, houve o exercício da
atividade laborativa rurícola no período de carência pela ora embargante, e por isso deve
prevalecer o voto que manteve em parte a sentença que julgou procedente o pedido de
aposentadoria por idade rural.
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VOTO REVISÃO
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Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
(Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993)
(...) VII - como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda
que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
2008)
(...) § 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de
rendimento, exceto se decorrente de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
Penso que a inovação legislativa não tem, salvo melhor juízo, o alcance
desejado. A locução "não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra
fonte de rendimento" não implica automaticamente a conclusão de que "são segurados
especiais todos os outros membros do grupo familiar que não possuírem outra fonte de
rendimento". Isso porque se deve, a meu ver, interpretar o parágrafo 9º mencionado
juntamente com o parágrafo 1º do mesmo artigo 11, que, atualmente [a redação vigente à
época dos fatos não era muito diferente], possui a seguinte redação:
"§ 1.º - Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos
membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento
socieconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes."
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