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Foi com base neste fato de nossas vidas – a importância da conversa – que
acabou se desenvolvendo a “talking cure”, a cura pela palavra. É óbvio que não foi
Sigmund Freud quem inventou a conversa; mas foi ele, indiscutivelmente, quem
soube sistematizar o uso da conversa – e, especialmente, da conversa com alma –
com o objetivo de minorar os sofrimentos de seus primeiros pacientes. E assim
descobriu uma nova forma, hoje já perfeitamente estabelecida, de enfrentar os
problemas causados pelas perturbações mentais. Dito em outras palavras, a
possibilidade de encontrar “entrada” para os emaranhados da mente, de poder
“oxigenar” a vida mental de forma a que ela possa novamente “respirar” e assim
restabelecer suas funções criativas, imprescindíveis ao bem estar físico e mental. Por
este caminho, então, a saúde se restitui, e a pessoa já pode não mais se envergonhar
de si mesma.
Capítulo do livro Psiquiatria para Leigo.Carlos A.S.M.de Barros (org.).Editora Conceito,P.Alegre,2002.
1
Psiquiatra. Sócio Efetivo da SPRS. Psicanalista pela SPPA. CREMERS 03924.
2
Prefiro esta grafia do termo por ser a mais próxima da original. (Ver referências bibliográficas, item nº 1).
3
Expressão criada pela primeira paciente de S. Freud e J. Breuer (escrita em inglês no original alemão).
2
Ensinou o mestre português Fernando Pessoa (4), num belo poema, que:
Não há solução? Há. Positivamente há. Quando? Amanhã, jamais ontem. Este o
objetivo maior da cura pela palavra: o amanhã.
Não saberia aqui fazer uma apreciação exata do que seriam os resultados
da cura pela palavra. Mas não resta dúvida que se trata de uma possibilidade
terapêutica de inestimável importância para o problema do sofrimento psíquico.
Claro, há pressupostos que não podem ser desprezados, muitos deles já
explanados neste artigo, tais como o significado geral dos transtornos
psicológicos, a busca ilusória de poder – como tentativa de solução mágica para
um impasse interno, a questão da autoria do referido impasse, a extraordinária
necessidade de um bom vínculo afetivo entre os participantes do processo,
pressupostos estes cujo conhecimento e aceitação constituem condição sine qua
non ao êxito do procedimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. Roudinesco, E. e P.,M. Dicionário de Psicanálise. JZE, Rio de Janeiro, 1998, pág. 603.