Вы находитесь на странице: 1из 2

ARTIGOS

Polvo ajuda a entender cérebro humano


2008-07-02
Os polvos e outros cefalópodes são considerados os mais inteligentes dos
invertebrados porque têm cérebros relativamente grandes e podem ser
treinados para desempenhar várias tarefas. Estudar o cérebro dos polvos está
a ajudar a compreender o nosso.

Pesquisas em polvos, levadas a cabo na Universidade Hebraica, em Jerusalém,


revelam como o nosso cérebro armazena e utiliza a memória. Os polvos e outras
criaturas semelhantes, os cefalópodes, podem ser treinados para desempenhar várias
tarefas recorrendo à memória, num comportamento que, na sua complexidade, pode
mesmo ser comparado a vertebrados superiores. No entanto são moluscos
invertebrados e têm um número muito menor de células nervosas com uma
organização anatómica muito mais simples do que os cérebros dos vertebrados. São
por isso ideais para investigar questões como esta: como é que o nosso cérebro
armazena as memórias e as utiliza mais tarde?

Benny Hochner, investigador da Universidade Hebraica, tinha descoberto num estudo


anterior que uma zona do cérebro do polvo conhecida por ser importante na
aprendizagem e processamento da memória, mostrava uma potenciação sináptica de
longo termo dependente da actividade (LTP) – um processo extraordinariamente
semelhante ao que acontece no cérebro dos vertebrados. Este processo LTP acelera
a transferência de informação entre células nervosas ao facilitar a transmissão de
sinais eléctricos através de uma estrutura do cérebro, as sinapses, ao longo de dias ou
mesmo de toda a vida. Acredita-se que nas áreas do cérebro que armazenam
memórias as ligações sinápticas entre os neurónios que estão mais activas durante
uma tarefa de aprendizagem são fortalecidas por este processo LTP.

O polvo aprende a não atacar a bola vermelha, porque recebe um pequeno choque eléctrico.
©Hebrew University photo

Num artigo recentemente publicado na revista científica Current Biology, Benny


Hochner descreve como testou esta hipótese no cérebro do polvo. Ele bloqueou o
processo LTP durante a aprendizagem, usando estimulação eléctrica adequada e
quando o fazia antes da aprendizagem de uma tarefa específica verificava que os
polvos não se lembravam da tarefa quando eram testados no dia seguinte. Estes
resultados confirmam que o LTP é importante na criação e consolidação de memórias.

Embora mais investigações sejam necessárias, agora em cérebros de vertebrados,


estes resultados apontam já para um determinado sistema de armazenamento de
memória, quer de curto, quer a longo prazo. Tal como nos mamíferos, os dois
sistemas estão localizados em áreas diferentes do cérebro e não se percebe muito
bem qual a ligação entre eles, se é que existe. No polvo, os dois sistemas funcionam
em paralelo, embora não de forma independente.

Вам также может понравиться