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O lobo que o pastor salvou

Há mesmo muitos anos atrás, numa aldeia, não muito longe de onde estamos
agora, vivia um rapaz que era pastor, este rapaz vivia com a sua mãe numa
casa muito grande, acontece que este rapaz namorava com uma rapariga de
uma aldeia próxima, a família da rapariga, que por acaso também era uma
família de pastores, não aprovava o namoro dela com o rapaz.

Certo dia o rapaz combinou ir namorar ás escondidas com a rapariga, ora,


estávamos no inverno e era um dia de tempestade e vento e fazia um frio
daqueles que se costuma dizer que até a faz a barba.

O rapaz estava tão apaixonado que só pensava em ir ter com a sua amada, o
amor era tão grande que nem sentia frio.

Lá foi o jovem apaixonado, por aí fora embalado pelo som do vento que fazia
a neve dançar. Antes de sair sorrateiramente de casa teve o cuidado de pôr
alguns panos enrolados e algumas almofadas na cama e tapar com os
cobertores, não fosse a sua mãe aparecer, e assim ficava mesmo a pensar que
ele estava lá a dormir.

Mais ou menos a meio do caminho, o jovem apaixonado que nunca se perdera


começou a sentir-se desorientado, é que a neve tapava tudo e a paisagem
parecia toda igual, era tudo branco até perder de vista, o jovem perdeu assim
todos os pontos de referência que o guiavam por aquele caminho que ele já
tinha feito tantas e tantas vezes.

O rapaz estava a começar a sentir-se desesperado e de repente ouviu um uivo


muito forte, não era um uivo assustador, como aqueles que costumava ouvir
dos lobos, era mais assim como um choro.

Aflito e apesar de assustado o rapaz pôs-se a tentar seguir o som do uivo que
cada vez parecia mais um pedido de ajuda, pelo meio da neve que caia sem
parar o rapaz viu um enorme lobo, que tinha uma pata presa numa armadilha.

Muito a medo o rapaz aproximou-se do lobo e olhando-o nos olhos disse: -


“Tem calma amigo, estou aqui para te ajudar-“ e com todo o cuidado levou
as suas mãos á pata do lobo, de seguida e reunindo todas as suas forças,
tentou abrir a armadilha que prendia e fazia sangrar a pata do enorme lobo.

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Depois de muito esforço o rapaz acabou por conseguir soltar o lobo, de


seguida tentou com a neve limpar o sangue que não parava de correr da pata
ferida do lobo, como o sangue era muito, o rapaz rasgou umas tiras de pano
da sua camisa e atou na pata ferida do lobo.

Por fim, depois de todo o esforço, o lobo lá conseguiu erguer-se e deu alguns
passos marcando a neve com as suas patas ensanguentadas, de seguida voltou-
se para trás e olhou para o rapaz fixamente nos olhos.

O rapaz ficou bastante assustado e nem sabia o que fazer, de seguida o lobo
olhou em frente e voltou a olhar o rapaz nos olhos, como se estivesse a pedir-
lhe para o seguir.

Muito a medo o rapaz acabou por arriscar e seguiu o lobo de perto, o lobo ia
sempre olhando para trás, para ver se o rapaz o vinha a seguir.

Depois de uma cansativa viagem, o enorme lobo coxo e o jovem pastor


apaixonado chegaram ao portão da quinta onde vivia a apaixonada do pastor.
Antes de o rapaz ter tempo para lhe agradecer, já o lobo se tinha ido embora,
desaparecendo na imensidão branca da neve, aquela imensidão tão vasta que
não deixava ver nada.

Entretanto, na quinta do rapaz, a sua mãe tinha já reunido alguns homens da


aldeia para tentar encontrar o seu filho, ela não sabia onde ele estava, sabia
onde ele poderia estar, mas a o que a preocupava mais era o facto da neve e
do frio da tempestade poderem fazer com que ele se perdesse.

Ia a equipa com a mãe do jovem pastor, a meio caminho da viagem, quando a


tempestade começou a aumentar, de tal maneira, que nem os homens mais
experientes, nem os caçadores conseguiam ver qual seria o caminho a tomar.

A mãe e os homens que procuravam o jovem pastor estavam perdidos na


tempestade de neve.

Passou cerca de uma hora e a tempestade já começava a acalmar quando se


ouviu a voz do jovem pastor a chamar pela sua mãe. Pelo meio da imensa

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claridade a silhueta do rapaz começou a aparecer e juntamente com ela


surgia a enorme silhueta do lobo.

Assim que viram o lobo, os homens que tinham armas apontaram-nas


imediatamente na sua direção, o jovem pastor, sem sequer pestanejar
gritou-:”. Ninguém atire contra este lobo, ele salvou-me a vida, levou-me
onde eu queria ir e trouxe-me de volta, zelando sempre pela minha
segurança, está coxo devido a uma das vossas armadilhas, mas mesmo assim
preocupou-se comigo e fez com que eu não me perdesse na tempestade. Fiz
um acordo com ele e ele prometeu que vai levar todos os lobos para outro
sitio. Agora agradeço que lhe tratem da pata e o deixem seguir caminho! -“

No dia seguinte, depois de ter a pata tratada o lobo despediu-se do jovem


pastor e lá seguiu o seu caminho. A jovem apaixonada do pastor veio ter com
ele e as famílias fizeram as pazes.

A tempestade tinha passado e o sol brilhava tanto que parecia um dia de


primavera.

Muito longe dali, num lugar bem abrigado da floresta o grande lobo contava
aos seus filhos como tinha sido salvo por um ser humano e como o levou ao
seu destino e o trouxe de volta, atravessando uma tempestade que quase não
deixava ver nada.

Fim

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