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Manual do Professor –

Fundamentos de Agroecologia
01

Manual do Professor
1. Introdução
Por muito tempo, a educação profissional foi desprezada e considerada
de segunda classe. Atualmente, a opção pela formação técnica é festejada, pois
alia os conhecimentos do “saber fazer” com a formação geral do “conhecer” e
do “saber ser”; é a formação integral do estudante.
Este livro didático é mais uma ferramenta para a formação integral, pois
2 alia o instrumental para aplicação prática com as bases científicas e tecnológi-
cas, ou seja, permite aplicar a ciência em soluções do dia a dia.
Além do livro, compõe esta formação do técnico o preparo do professor,
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as práticas laboratoriais, o estágio, a visita técnica e outras atividades inerentes


a cada plano de curso. Dessa forma, o livro, com sua estruturação pedagogica-
mente elaborada, é uma ferramenta altamente relevante, pois é fio condutor
dessas atividades formativas.
Ele está contextualizado com a realidade, as necessidades do mundo do
trabalho, os arranjos produtivos, o interesse da inclusão social e a aplicação
cotidiana. Essa contextualização elimina a dicotomia entre atividade intelec-
tual e atividade manual, pois não só prepara o profissional para trabalhar em
atividades produtivas, mas também com conhecimentos e atitudes, com vistas
à atuação política na sociedade. Afinal, é desejo de todo educador formar cida-
dãos produtivos.
Outro valor pedagógico acompanha esta obra: o fortalecimento mútuo
da formação geral e da formação específica (técnica). O Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) tem demonstrado que os alunos que estudam em
um curso técnico tiram melhores notas, pois ao estudar para resolver um pro-
blema prático ele aprimora os conhecimentos da formação geral (química,
física, matemática, etc.); e ao contrário, quando estudam uma disciplina geral
passam a aprimorar possibilidades da parte técnica.
Pretendemos contribuir para resolver o problema do desemprego,
preparando os alunos para atuar na área científica, industrial, de transações
e comercial, conforme seu interesse. Por outro lado, preparamos os alunos
para ser independentes no processo formativo, permitindo que trabalhem
durante parte do dia no comércio ou na indústria e prossigam em seus
estudos superiores no contraturno. Dessa forma, podem constituir seu iti-
nerário formativo e, ao concluir um curso superior, serão robustamente
formados em relação a outros, que não tiveram a oportunidade de realizar
um curso técnico.
Por fim, este livro pretende ser útil para a economia brasileira, aprimo-
rando nossa força produtiva ao mesmo tempo em que dispensa a importação
de técnicos estrangeiros para atender às demandas da nossa economia.

1.1 Por que a Formação Técnica de Nível Médio É


Importante?
O técnico desempenha papel vital no desenvolvimento do país por
meio da criação de recursos humanos qualificados, aumento da produtividade
industrial e melhoria da qualidade de vida.
Alguns benefícios do ensino profissionalizante para o formando:
• Aumento dos salários em comparação com aqueles que têm ape-
nas o Ensino Médio;
• Maior estabilidade no emprego; 3

• Maior rapidez para adentrar ao mercado de trabalho;

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• Facilidade em conciliar trabalho e estudos;
• Mais de 72% ao se formarem estão empregados;
• Mais de 65% dos concluintes passam a trabalhar naquilo que gos-
tam e em que se formaram.

Esses dados são oriundos de pesquisas. Uma delas, intitulada “Educação


profissional e você no mercado de trabalho”, realizada pela Fundação Getúlio
Vargas e o Instituto Votorantim, comprova o acerto do Governo ao colocar,
entre os quatro eixos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),
investimentos para a popularização da Educação Profissional. Para as empre-
sas, os cursos oferecidos pelas escolas profissionais atendem de forma mais
eficiente às diferentes necessidades dos negócios.
Outra pesquisa, feita em 2009 pela Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica (Setec), órgão do Ministério da Educação (MEC), chamada
“Pesquisa nacional de egressos”, revelou também que de cada dez alunos, seis
recebem salário na média da categoria. O percentual dos que qualificaram a
formação recebida como “boa” e “ótima” foi de 90%.
2. Ensino Profissionalizante no Brasil e
Necessidade do Livro Didático Técnico
O Decreto Federal nº 5.154/2004 estabelece inúmeras possibilidades de
combinar a formação geral com a formação técnica específica. Os cursos téc-
nicos podem ser ofertados da seguinte forma:
a) Integrado – ao mesmo tempo em que estuda disciplinas de for-
mação geral o aluno também recebe conteúdos da parte técnica, na
mesma escola e no mesmo turno.
b) Concomitante – num turno o aluno estuda numa escola que só
oferece Ensino Médio e num outro turno ou escola recebe a forma-
ção técnica.
c) Subsequente – o aluno só vai para as aulas técnicas, no caso de já
ter concluído o Ensino Médio.

Com o Decreto Federal nº 5.840/2006, foi criado o programa de pro-


fissionalização para a modalidade Jovens e Adultos (Proeja) em Nível Médio,
que é uma variante da forma integrada.
Em 2008, após ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação pelo
Parecer CNE/CEB nº 11/2008, foi lançado o Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos, com o fim de orientar a oferta desses cursos em nível nacional.
O Catálogo consolidou diversas nomenclaturas em 185 denominações
de cursos. Estes estão organizados em 12 eixos tecnológicos, a saber:
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1. Ambiente, Saúde e Segurança
2. Apoio Educacional
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3. Controle e Processos Industriais


4. Gestão e Negócios
5. Hospitalidade e Lazer
6. Informação e Comunicação
7. Infraestrutura
8. Militar
9. Produção Alimentícia
10. Produção Cultural e Design
11. Produção Industrial
12. Recursos Naturais.

Para cada curso, o Catálogo estabelece carga horária mínima para a


parte técnica (de 800 a 1 200 horas), perfil profissional, possibilidades de
temas a serem abordados na formação, possibilidades de atuação e
infraestrutura recomendada para realização do curso. Com isso, passa a ser
um mecanismo de organização e orientação da oferta nacional e tem função
indutora ao destacar novas ofertas em nichos tecnológicos, culturais, ambien-
tais e produtivos, para formação do técnico de Nível Médio.
Dessa forma, passamos a ter no Brasil uma nova estruturação legal para a
oferta destes cursos. Ao mesmo tempo, os governos federal e estaduais passa-
ram a investir em novas escolas técnicas, aumentando a oferta de vagas. Dados
divulgados pelo Ministério da Educação apontaram que o número de alunos
na educação profissionalizante passou de 693 mil em 2007 para 795 mil em
2008 – um crescimento de 14,7%. A demanda por vagas em cursos técnicos
tem tendência para aumentar, tanto devido à nova importância social e legal
dada a esses cursos, como também pelo crescimento do Brasil.
COMPARAÇÃO DE MATRÍCULAS BRASIL
Comparação de Matrículas da Educação Básica por Etapa e Modalidade – Brasil, 2007 e 2008.

Etapas/Modalidades de Matrículas / Ano


Educação Básica 2007 2008 Diferença 2007-2008 Variação 2007-2008
Educação Básica 53.028.928 53.232.868 203.940 0,4
Educação Infantil 6.509.868 6.719.261 209.393 3,2
• Creche 1.579.581 1.751.736 172.155 10,9
• Pré-escola 4.930.287 4.967.525 37.238 0,8
Ensino Fundamental 32.122.273 32.086.700 –35.573 –0,1
Ensino Médio 8.369.369 8.366.100 –3.269 0,0
Educação Profissional 693.610 795.459 101.849 14,7
Educação Especial 348.470 319.924 –28.546 –8,2
EJA 4.985.338 4.945.424 –39.914 –0,8
• Ensino Fundamental 3.367.032 3.295.240 –71.792 –2,1
• Ensino Médio 1.618.306 1.650.184 31.878 2,0 5
Fonte: Adaptado de: MEC/Inep/Deed.
No aspecto econômico, há necessidade de expandir a oferta desse tipo

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de curso, cujo principal objetivo é formar o aluno para atuar no mercado de
trabalho, já que falta trabalhador ou pessoa qualificada para assumir imedia-
tamente as vagas disponíveis. Por conta disso, muitas empresas têm que arcar
com o treinamento de seus funcionários, treinamento esse que não dá ao
funcionário um diploma, ou seja, não é formalmente reconhecido.
Para atender à demanda do setor produtivo e satisfazer a procura dos estu-
dantes, seria necessário mais que triplicar as vagas técnicas existentes hoje.
Outro fator que determina a busca pelo ensino técnico é ser este uma
boa opção de formação secundária para um grupo cada vez maior de estudantes.
Parte dos concluintes do Ensino Médio (59% pelo Censo Inep, 2004), por diver-
sos fatores, não buscam o curso superior. Associa-se a isso a escolarização líquida
do Ensino Fundamental, que está próxima de 95%, e a escolarização bruta em
116% (Inep, 2007), mostrando uma pressão de
entrada no Ensino Médio, pelo fluxo quase regu-
lar dos que o concluem. Escolarização líquida é a relação entre a popu-
lação na faixa de idade própria para a escola e o
A escolarização líquida do Ensino Médio número de matriculados da faixa. Escolarização
em 2009 foi de 53%, enquanto a bruta foi de 84% bruta é a relação entre a população na faixa
(Inep, 2009), o que gera um excedente de alunos adequada para o nível escolar e o total de matri-
para esta etapa. culados, independente da idade.
Atualmente, o número de matriculados no Ensino Médio está em torno
de 9 milhões de estudantes. Se considerarmos o esquema a seguir, concluímos
que em breve devemos dobrar a oferta de Nível Médio, pois há 9,8 milhões
de alunos com fluxo regular do Fundamental, 8 milhões no excedente e
3,2 milhões que possuem o Ensino Médio, mas não têm interesse em cursar o
Ensino Superior. Além disso, há os que possuem curso superior, mas buscam
um curso técnico como complemento da formação.
Com curso
Superior
Subsequente

Interessados com
Com Ensino Médio
Ensino Fundamental Técnico
Estimativa 8 milhões.
3,2 milhões.
PROEJA

Ensino Fundamental 9,8 milhões


Integração 116% bruta
94,6% líquida (2007)

A experiência internacional tem mostrado que 30% das matrículas da


6 educação secundária correspondem a cursos técnicos; este é o patamar ideali-
zado pelo Ministério da Educação. Se hoje há 795 mil estudantes matriculados,
para atingir essa porcentagem devemos matricular pelo menos três milhões de
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estudantes em cursos técnicos dentro de cinco anos.


Para cada situação pode ser adotada uma modalidade ou forma de Ensino
Médio profissionalizante, de forma a atender a demanda crescente. Para os
advindos do fluxo regular do Ensino Fundamental, por exemplo, é recomen-
dado o curso técnico integrado ao Ensino Médio. Para aqueles que não tiveram
a oportunidade de cursar o Ensino Médio, a oferta do Proeja estimularia sua
volta ao ensino secundário, pois o programa está associado à formação profis-
sional. Além disso, o Proeja considera os conhecimentos adquiridos na vida
e no trabalho, diminuindo a carga de formação geral e privilegiando a formação
específica. Já para aqueles que possuem o Ensino Médio ou Superior a modali-
dade recomendada é a subsequente: somente a formação técnica específica.
Para todos eles, com ligeiras adaptações metodológicas e de aborda-
gem do professor, é extremamente útil o uso do livro didático técnico, para
maior eficácia da hora/aula do curso, não importando a modalidade do curso
e como será ofertado.
Além disso, o conteúdo deste livro didático técnico e a forma como
foi concebido reforça a formação geral, pois está contextualizado com a prá-
tica social do estudante e relaciona permanentemente os conhecimentos da
ciência, implicando na melhoria da qualidade da formação geral e das demais
disciplinas do Ensino Médio.
Em resumo, há claramente uma nova perspectiva para a formação téc-
nica com base em sua crescente valorização social, na demanda da economia,
no aprimoramento de sua regulação e como opção para enfrentar a crise de
qualidade e quantidade do Ensino Médio.

3. O Que É Educação Profissionalizante?


O ensino profissional prepara os alunos para carreiras que estão baseadas
em atividades mais práticas. O ensino é menos acadêmico, contudo diretamente
relacionado com a inovação tecnológica e os novos modos de organização da
produção, por isso a escolarização é imprescindível nesse processo.

4. Elaboração dos Livros Didáticos


Técnicos
Devido ao fato do ensino técnico e profissionalizante ter sido renegado
a segundo plano por muitos anos, a bibliografia para diversas áreas é prati-
camente inexistente. Muitos docentes se veem obrigados a utilizar e adaptar
livros que foram escritos para a graduação. Estes compêndios, às vezes tra-
duções de livros estrangeiros, são usados para vários cursos superiores. Por
serem inacessíveis à maioria dos alunos por conta de seu custo, é comum que
professores preparem apostilas a partir de alguns de seus capítulos.
Tal problema é agravado quando falamos do Ensino Técnico integrado
ao Médio, cujos alunos correspondem à faixa etária entre 14 e 19 anos, em
média. Para esta faixa etária é preciso de linguagem e abordagem diferen- 7
ciadas, para que aprender deixe de ser um simples ato de memorização e
ensinar signifique mais do que repassar conteúdos prontos.

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Outro público importante corresponde àqueles alunos que estão
afastados das salas de aula há muitos anos e veem no ensino técnico uma
oportunidade de retomar os estudos e ingressar no mercado profissional.

5. O Livro Didático Técnico e o


Processo de Avaliação
O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como:
realizar prova, fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Nela a
educação é concebida como mera transmissão e memorização de informa-
ções prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo.
Avaliação educacional é necessária para fins de documentação, geral-
mente para embasar objetivamente a decisão do professor ou da escola, para
fins de progressão do aluno.
O termo avaliação deriva da palavra valer, que vem do latim vãlêre, e
refere-se a ter valor, ser válido. Consequentemente, um processo de avalia-
ção tem por objetivo averiguar o "valor" de determinado indivíduo.
Mas precisamos ir além.
A avaliação deve ser aplicada como instrumento de compreensão
do nível de aprendizagem dos alunos em relação aos conceitos estudados
(conhecimento), em relação ao desenvolvimento de criatividade, iniciativa,
dedicação e princípios éticos (atitude) e ao processo de ação prática com efi-
ciência e eficácia (habilidades). Este livro didático ajuda, sobretudo para o
processo do conhecimento e também como guia para o desenvolvimento de
atitudes. As habilidades, em geral, estão associadas a práticas laboratoriais,
atividades complementares e estágios.
A avaliação é um ato que necessita ser contínuo, pois o processo de
construção de conhecimentos pode oferecer muitos subsídios ao educador
para perceber os avanços e dificuldades dos educandos e, assim, rever a sua
prática e redirecionar as suas ações, se necessário. Em cada etapa registros
são feitos. São os registros feitos ao longo do processo educativo, tendo em
vista a compreensão e a descrição dos desempenhos das aprendizagens dos
estudantes, com possíveis demandas de intervenções, que caracterizam o
processo avaliativo, formalizando, para efeito legal, os progressos obtidos.
Neste processo de aprendizagem deve-se manter a interação entre
professor e aluno, promovendo o conhecimento participativo, coletivo e
construtivo. A avaliação deve ser um processo natural que acontece para que
o professor tenha uma noção dos conteúdos assimilados pelos alunos, bem
como saber se as metodologias de ensino adotadas por ele estão surtindo
efeito na aprendizagem dos alunos.
Avaliação deve ser um processo que ocorre dia após dia, visando à cor-
reção de erros e encaminhando o aluno para aquisição dos objetivos previstos.
A esta correção de rumos, nós chamamos de avaliação formativa, pois serve
para retomar o processo de ensino/aprendizagem, mas com novos enfoques,
métodos e materiais. Ao usar diversos tipos de avaliações combinadas para
fim de retroalimentar o ensinar/aprender, de forma dinâmica, concluímos
8 que se trata de um “processo de avaliação”.
O resultado da avaliação deve permitir que o professor e o aluno dialo-
guem, buscando encontrar e corrigir possíveis erros, redirecionando o aluno
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e mantendo a motivação para o progresso do educando, sugerindo a ele novas


formas de estudo para melhor compreensão dos assuntos abordados.
Se ao fizer avaliações contínuas, percebermos que um aluno tem difi-
culdade em assimilar conhecimentos, atitudes e habilidades, então devemos
mudar o rumo das coisas. Quem sabe fazer um reforço da aula, com uma
nova abordagem ou com outro colega professor, em um horário alternativo,
podendo ser em grupo ou só, assim por diante. Pode ser ainda que a apren-
dizagem daquele tema seja facilitada ao aluno fazendo práticas discursivas,
escrever textos, uso de ensaios no laboratório, chegando a conclusão que este
aluno necessita de um processo de ensino/aprendizagem que envolva ouvir,
escrever, falar e até mesmo praticar o tema.
Se isso acontecer, a avaliação efetivamente é formativa.
Neste caso, a avaliação está integrada ao processo de ensino/aprendi-
zagem, e esta, por sua vez, deve envolver o aluno, ter um significado com
o seu contexto, para que realmente aconteça. Como a aprendizagem se faz
em processo, ela precisa ser acompanhada de retornos avaliativos visando a
fornecer os dados para eventuais correções.
Para o uso adequado deste livro recomendamos utilizar diversos tipos
de avaliações, cada qual com pesos e frequências de acordo com perfil de
docência de cada professor. Podem ser usadas as tradicionais provas e testes, mas,
procurar fugir de sua soberania, mesclando com outras criativas formas.
5.1 Avaliação e Progressão
Para efeito de progressão do aluno, o docente deve sempre considerar os
avanços alcançados ao longo do processo e perguntar-se: Este aluno progrediu
em relação ao seu patamar anterior? Este aluno progrediu em relação às pri-
meiras avaliações? Respondidas estas questões, volta a perguntar-se: Este aluno
apresentou progresso suficiente para acompanhar a próxima etapa? Com isso o
professor e a escola podem embasar o deferimento da progressão do estudante.
Com isso, superamos a antiga avaliação conformadora em que eram exi-
gidos padrões iguais para todos os “formandos”.
Nossa proposta significa, conceitualmente, que ao estudante é dado o
direito, pela avaliação, de verificar se deu um passo a mais em relação as suas
competências. Os diversos estudantes terão desenvolvimentos diferenciados,
medidos por um processo avaliativo que incorpora esta possibilidade. Aqueles
que acrescentaram progresso em seus conhecimentos, atitudes e habilidades
estarão aptos a progredir.
A base para a progressão, neste caso, é o próprio aluno.
Todos têm o direito de dar um passo a mais. Pois um bom processo de
avaliação oportuniza justiça, transparência e qualidade.

5.2 Tipos de Avaliação


Existem inúmeras técnicas avaliativas, não existe uma mais adequada,
o importante é que o docente conheça várias técnicas para poder ter um con-
junto de ferramentas a seu dispor e escolher a mais adequada dependendo da
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turma, faixa etária, perfil entre outros fatores.
Avaliação se torna ainda mais relevante quando os alunos se envolvem

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na sua própria avaliação.
A avaliação pode incluir:
1. Observação
2. Ensaios
3. Entrevistas
4. Desempenho nas tarefas
5. Exposições e demonstrações
6. Seminários
7. Portfólio: Conjunto organizado de trabalhos produzidos por um
aluno ao longo de um período de tempo.
8. Elaboração de jornais e revistas (físicos e digitais)
9. Elaboração de projetos
10. Simulações
11. O pré-teste
12. A avaliação objetiva
13. A avaliação subjetiva
14. Autoavaliação
15. Autoavaliação de dedicação e desempenho
16. Avaliações interativas
17. Prática de exames
18. Participação em sala de aula
19. Participação em atividades
20. Avaliação em conselho pedagógico – que inclui reunião para avaliação
discente pelo grupo de professores.
No livro didático as “atividades”, as “dicas” e outras informações
destacadas poderão resultar em avaliação de atitude, quando cobrado pelo
professor em relação ao “desempenho nas tarefas”. Poderão resultar em ava-
liações semanais de autoavaliação de desempenho se cobrado oralmente pelo
professor para o aluno perante a turma.
Enfim, o livro didático, possibilita ao professor extenuar sua criativi-
dade em prol de um processo avaliativo retroalimentador ao processo ensino/
aprendizagem para o desenvolvimento máximo das competências do aluno.

6. Objetivos da Obra
Além de atender às peculiaridades citadas anteriormente, este livro está
de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Busca o desen-
10 volvimento das habilidades por meio da construção de atividades práticas,
fugindo da abordagem tradicional de descontextualizado acúmulo de infor-
mações. Está voltado para um ensino contextualizado, mais dinâmico e com
Fundamentos de Agroecologia

o suporte da interdisciplinaridade. Visa também à ressignificação do espaço


escolar, tornando-o vivo, repleto de interações práticas, aberto ao real e às
suas múltiplas dimensões.
Ele está organizado em capítulos, graduando as dificuldades, numa
linha da lógica de aprendizagem passo a passo. No final dos capítulos, há
exercícios e atividades complementares, úteis e necessárias para o aluno des-
cobrir, fixar, e aprofundar os conhecimentos e as práticas desenvolvidos no
capítulo.
A obra apresenta diagramação colorida e diversas ilustrações, de forma
a ser agradável e instigante ao aluno. Afinal, livro técnico não precisa ser
impresso num sisudo preto-e-branco para ser bom. Ser difícil de manusear
e pouco atraente é o mesmo que ter um professor dando aula de cara feia
permanentemente. Isso é antididático.
O livro servirá também para a vida profissional pós-escolar, pois o
técnico sempre necessitará consultar detalhes, tabelas e outras informações
para aplicar em situação real. Nesse sentido, o livro didático técnico passa
a ter função de manual operativo ao egresso.
Neste manual do professor apresentamos:
• Respostas e alguns comentários sobre as atividades propostas;
• Considerações sobre a metodologia e o projeto didático;
• Sugestões para a gestão da sala de aula;
• Uso do livro;
• Atividades em grupo;
• Laboratório;
• Projetos.
A seguir, são feitas considerações sobre cada capítulo, com sugestões de
atividades suplementares e orientações didáticas. Com uma linguagem clara,
o manual contribui para a ampliação e exploração das atividades propostas no
livro do aluno. Os comentários sobre as atividades e seus objetivos trazem
subsídios à atuação do professor. Além disso, apresentam-se diversos instru-
mentos para uma avaliação coerente com as concepções da obra.

7. Referências Bibliográficas Gerais


FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1997.
FRIGOTTO, G. (Org.). Educação e trabalho: dilemas na educação do traba-
lhador. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
BRASIL. LDB 9394/96. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso
em: 23 maio 2009. 11

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e


recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003.

Fundamentos de Agroecologia
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens –
entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer: examinar para excluir.
Porto Alegre: Artmed, 2002.
Shepard, L. A. The role of assessment in a learning culture. Paper presented
at the Annual Meeting of the American Educational Research Association.
Available at: <http://www.aera.net/meeting/am2000/wrap/praddr01.htm>.

8. Orientações ao Professor
A Agroecologia é uma ciência que vem se destacando, no mundo
inteiro, como uma alternativa ao sistema convencional de produção, baseado
em insumos químicos e dependente do petróleo e de maquinário pesado. O
sistema convencional tem acarretado inúmeros problemas ao meio ambiente
e à humanidade como um todo, pois esta sofre as consequências do que faz
com o meio onde vive.
A ciência agroecológica procura conscientizar a humanidade a res-
peito da necessidade de desenvolver métodos alternativos de produção,
ambientalmente sustentáveis e politicamente corretos, promovendo o
respeito ao cidadão e buscando a melhoria da qualidade de vida da popula-
ção. Entretanto, para que se possa trabalhar no contexto da Agroecologia,
é necessário ter clareza de que não se trata de um método ecológico de
produção ou de um modelo alternativo de agricultura, mas de uma ciência
multidisciplinar, que aponta caminhos para um modelo sócio-político-
-econômico e ambiental sustentável.
O conceito de Agroecologia como ciência constitui o eixo fundamen-
tal desse livro, permeando todos os assuntos tratados. O livro não fornece
receitas; apenas indica o caminho para a transição agroecológica. Os assuntos
fundamentais da Agroecologia são apresentados com clareza e objetivi-
dade, em linguagem simples e de fácil entendimento, sempre apontando
as vantagens do sistema agroecológico de produção em relação ao sistema
convencional.
Todos os assuntos tratados no livro estão embasados em literatura atua-
lizada, escrita por especialistas renomados e publicada na forma de livro ou de
artigo científico. Portanto, o livro apresenta conceitos corretos e representa
a visão de diversos pesquisadores, tanto nacionais, quanto internacionais,
adeptos da Agroecologia.

8.1 Objetivos do Material Didático


• Conhecer os princípios fundamentais da Agroecologia;
12 • Compreender a Agroecologia como ciência;
• Conhecer os princípios filosóficos e sociológicos da Agroecologia;
Fundamentos de Agroecologia

• Conhecer a estrutura e o funcionamento dos agroecossistemas;


• Compreender a importância da preservação da biodiversidade;
• Compreender a importância da biodiversidade e da complexidade
estrutural para o equilíbrio ambiental, nos agroecossistemas;
• Compreender a importância do solo para a manutenção do equilíbrio
ambiental e para o desenvolvimento das plantas;
• Compreender a importância da biota do solo para a saúde do solo e das
plantas;
• Conhecer as práticas que ajudam na recuperação e na conservação do
solo;
• Compreender que o desenvolvimento econômico e a preservação
ambiental podem coexistir;
• Manejar os sistemas de produção vegetal e animal conforme os princí-
pios da Agroecologia.
8.2 Princípios Pedagógicos
O livro apresenta uma abordagem teórica dos conceitos, que são
apresentados e discutidos, mostrando-se a aplicação prática dos mesmos
em sistemas de produção agrícola. Após a leitura do texto, uma série de
perguntas e algumas atividades práticas são sugeridas, possibilitando a
revisão e melhor compreensão e fixação do assunto estudado. Questões
que exigem pesquisa em outras fontes ou pesquisa de campo seguida pela
interpretação dos resultados ajudam a desenvolver o raciocínio lógico e a
capacidade de argumentação.

8.3 Articulação do Conteúdo


O conteúdo do livro articula-se perfeitamente com todas as disciplinas
de formação geral, possibilitando um trabalho integrado e multidiscipli-
nar. Os textos podem ser trabalhados em conjunto pelos professores de
Agroecologia, Língua Portuguesa, História, Geografia, Química, Física,
Matemática e Biologia.

8.4 Atividades Complementares


As aulas podem ser complementadas com visitas técnicas a proprie-
dades rurais que trabalham no sistema convencional e agroecológico, para
efeito de comparação. Podem também ser realizadas aulas de campo em par-
ques e reservas naturais. Visitas técnicas a laboratórios de análise de solos e
outros laboratórios podem ser realizadas. Pesquisas em livros, jornais, revistas
e sítios da internet podem ser solicitadas pelo professor, complementando o 13
conteúdo tratado no livro didático, para atender às necessidades específicas
de cada região e de cada instituição de ensino.

Fundamentos de Agroecologia
8.5 Sugestão de Leitura
Uma grande quantidade de material sobre Agroecologia encon-
tra-se disponível na Internet e pode ser encontrada digitando-se a palavra
“Agroecologia” em algum sítio de busca. Assuntos mais específicos podem
ser encontrados digitando-se as palavras-chave. Sugere-se a Revista Brasileira
de Agroecologia (disponível on line − <http://www.aba-agroecologia.org.br/
ojs2/index.php?journal=rbagroecologia>) para artigos científicos, e a Revista
Informe Agropecuário (impresso), para artigos técnicos. Os sítios Portal
Agroecologia − <http://www.agroecologia.inf.br> − e Agroecologia em
Rede − <http://www.agroecologiaemrede.org.br/> − disponibilizam artigos
de divulgação e outros materiais. Recomenda-se a leitura dos Documentos
da EMBRAPA e das referência bibliográficas citadas a seguir.
ALTIERI, M. A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável.
5. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2004. 120 p.
ALTIERI, M. A.; SILVA, E. N.; NICHOLLS, C. I. O papel da biodiversidade
no manejo de pragas. Ribeirão Preto: Holos, 2003. 226 p.
ARAÚJO, E. A.; ALECHANDRE, A. S.; PAIVA, M. S. Estudo preliminar de
ocorrência de plantas espontâneas em dois sistemas agroflorestais no Estado
do Acre. In: Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, 3. Resumos expandi-
dos. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2000. p.186-188.
ARAÚJO, A. S. F.; MONTEIRO, R. T. R. Indicadores biológicos de quali-
dade do solo. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p. 66-75, jul/set., 2007.
ARL, V.; RINKLIN, H. Livro verde 2: agroecologia. Passo Fundo: Berthier,
1997.
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<www.attra.ncat.org./espanol/pdf/suelos.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2011.
8.6 Sugestão de Planejamento
A sequência dos conteúdos a serem abordados fica a critério do
professor, que deverá enriquecer as aulas com outros materiais e com os
recursos didáticos disponíveis em sua instituição. Os capítulos 1 e 2 devem
ser trabalhados primeiro, pois fornecem as bases para a compreensão de
todo o conteúdo do livro, porém o professor pode optar por começar pelo
capítulo 1 ou pelo capítulo 2. Apresenta-se, como sugestão, uma sequência
de conteúdos para os quatro bimestres letivos:

Semestre 1
Primeiro Bimestre
Capítulo 1 − Conceitos Básicos
Capítulo 2 − Aspectos Históricos e Filosóficos
Capítulo 3 − Dinâmica dos Agroecossistemas Tropicais
Objetivos
• Conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas;
• Compreender as semelhanças e as diferenças entre os ecossistemas
naturais e os agroecossistemas;
• Compreender a Agroecologia como ciência multidisciplinar capaz de
16
mudar os rumos da história da humanidade;
• Compreender as diferenças entre agricultura moderna ou convencional
Fundamentos de Agroecologia

e agricultura de base ecológica;


• Compreender a diferença entre agricultura tradicional e agricultura
convencional;
• Conhecer algumas formas de agricultura ecológica;
• Conhecer o processo geológico de formação do solo;
• Compreender a existência dos diferentes tipos de solo;
• Compreender as diferenças entre agroecossistemas tropicais e agroecos-
sistemas temperados;
• Compreender a importância da biodiversidade para os agroeossistemas.

Atividades
• Pesquisa bibliográfica.
• Visita técnica a um terreno abandonado, onde esteja acontecendo o pro-
cesso de sucessão ecológica.
Segundo Bimestre
Capítulo 4 − Preparo e Conservação do Solo
Capítulo 5 − Qualidade do Solo
Capítulo 6 − Fertilidade do Solo
Objetivos
• Conhecer a estrutura, a composição e as funções do solo;
• Reconhecer um solo bem estruturado e um solo compactado;
• Reconhecer um solo arenoso e um solo argiloso;
• Compreender a importância do solo para a saúde e o desenvolvimento
das plantas;
• Conhecer os principais tipos de erosão e os métodos de prevenção;
• Conhecer o efeito das queimadas sobre a biota e as características do solo;
• Conhecer os procedimentos para o manejo sustentável;
• Conhecer os conceitos de qualidade do solo;
• Conhecer os indicadores físicos, químicos e biológicos de qualidade do solo;
• Conhecer os métodos de avaliação da qualidade do solo;
• Realizar a avaliação visual do solo;
• Conhecer os métodos ecológicos de preparação do solo para o cultivo;
Atividades
17
• Pesquisa bibliográfica.
• Visita técnica a uma propriedade rural que trabalhe com adubos

Fundamentos de Agroecologia
orgânicos.
• Visita técnica a um laboratório de análise de solos.

Semestre 2
Primeiro Bimestre
Capítulo 7 − Manejo Integrado de Pragas e Doenças
Capítulo 8 − Manejo de Plantas Espontâneas
Objetivos
• Compreender o conceito de manejo integrado;
• Compreender o processo de tomada de decisão sobre a implantação do
manejo integrado de pragas;
• Compreender a importância da biodiversidade para o controle biológico
de pragas;
• Conhecer as estratégias para aumentar a biodiversidade em
agroecossistemas;
• Conhecer o conceito de plantas espontâneas;
• Conhecer os princípios da ecologia das plantas espontâneas;
• Compreender as possíveis interferências das plantas espontâneas sobre
as atividades humanas;
• Conhecer os métodos de controle das plantas espontâneas;
Atividades
• Pesquisa bibliográfica.
• Visita técnica a uma propriedade rural que trabalha no sistema
agroecológico.

Segundo Bimestre
Capítulo 9 − Indicadores de Impacto Ambiental
Capítulo 10 − Criação Animal Sustentável
Objetivos
• Conhecer o conceito de indicadores ambientais;
• Relacionar alguns bioindicadores importantes na região;
• Conhecer algumas plantas controladoras de desequilíbrio ambiental;
• Compreender as diferenças fundamentais entre produção animal indus-
trial e criação animal agroecológica;
• Compreender os princípios da criação animal agroecológica;
18 • Planejar um sistema de criação animal agroecológica.
Atividades
Fundamentos de Agroecologia

• Pesquisa bibliográfica.
• Visita técnica a uma fazenda de criação animal agroecológica.

9. Orientações Didáticas e Respostas


das Atividades
Todos os capítulos podem ser trabalhados por meio de aula expositiva,
dialogada e participada, complementada com atividades práticas no campo,
visitas técnicas e atividades de pesquisa bibliográfica. Sugere-se a utilização
de recursos como projetor multimídia, televisão e DVD, trabalho em grupo,
apresentação oral pelos alunos, confecção de cartazes, simulação de reuniões
para tomada de decisão, produção de texto em parceria com os professores de
Língua Portuguesa, etc. Trabalhos em parceria com os professores de Química
e de Biologia podem apresentar excelente resultado, em termos de aprendiza-
gem. É importante que o professor tenha criatividade e coragem de arriscar,
buscando novas formas de ministrar as aulas, para que sejam mais interes-
santes e produtivas. Em todo momento, o professor pode propor desafios e
questões que estimulem o raciocínio lógico e o debate baseado em argumen-
tação lógica.
Capítulo 1
Respostas – página 26
1) A semelhança é que ambas estudam a estrutura e a função do ecossistema:
a primeira estuda o ecossistema natural e a segunda, o agroecossistema.
A diferença é que a Agroecologia se preocupa também com os aspec-
tos sociais, enquanto a Ecologia se preocupa apenas com os aspectos
ambientais.
2) Ecossistema é o nome técnico dado à natureza, pelos ecologistas. O
ecossistema compreende os seres vivos e os fatores físicos e químicos
do meio onde eles vivem.
3) A cadeia alimentar consiste na transferência linear de energia dos produ-
tores para os consumidores, enquanto a teia alimentar consiste em um
emaranhado de cadeias alimentares alternativas. No agroecossistema
convencional aproxima-se do modelo de cadeia alimentar.
4) Porque, no fluxo, a energia é utilizada apenas uma vez e depois se perde
para o universo, enquanto no ciclo a matéria é reciclada e utilizada
novamente.
5) Porque a cada elo da cadeia alimentar, uma parte da energia se perde
para o ambiente. Assim, a quantidade de energia disponível para os
carnívoros é menor do que a quantidade de energia disponível para os
herbívoros.
6) É o processo gradual de mudança na forma de manejo dos agroecos- 19
sistemas, que tem como meta a passagem de um modelo agroquímico
de produção para modelos baseados nos princípios e nas tecnologias de

Fundamentos de Agroecologia
base ecológica.
Etapas do processo (aqui o aluno pode escolher algumas das etapas, não
havendo necessidade de citar todas):
• redução e racionalização de insumos químicos;
• substituição de insumos;
• manejo da biodiversidade;
• redesenho dos sistemas produtivos;
• mudança da consciência pública;
• organização dos mercados e infraestrutura;
• formulação de políticas públicas integradas e sistêmicas, sob o con-
trole social, geradas a partir de organizações sociais conscientes e
propositivas;
• mudanças institucionais, em relação aos aspectos ensino, pesquisa e
extensão.
7) É um sistema de produção em que as relações entre o homem e a natu-
reza estão equilibradas.
Características:
• sustentabilidade ética, social, cultural, econômica e ecológica;
• não busca a produtividade máxima de uma cultura, mas uma produ-
tividade ótima, capaz de se manter ao longo do tempo.
8)
Ecossistemas naturais Agroecossistemas
grande número de hábitats e de nichos, pequeno número de hábitats e de nichos
interações tróficas complexas interações tróficas simples e lineares
grande diversidade de espécies pequena diversidade de espécies
grande diversidade genética pequena diversidade genética
grande estabilidade (resiliência) baixa estabilidade
ciclos fechados de nutrientes, que são ciclos abertos, com grandes perdas após a
reciclados no próprio local colheita, por lixiviação e pela erosão
não dependem do controle humano grande dependência do controle humano
existem por longos períodos de tempo, man- há perigo de instalação de pragas e de
tendo uma produtividade líquida média doenças

9) Devemos torná-los semelhantes aos ecossistemas naturais, com a diver-


sificação de culturas, o cultivo consorciado, os sistemas agroflorestais e
20
outros.
10) A sucessão ecológica é um processo de recuperação natural do ambiente,
após sofrer algum impacto. Ao final do processo de sucessão, o ecossis-
Fundamentos de Agroecologia

tema volta a apresentar as mesmas características que apresentava antes


de sofrer o impacto.

Atividade Prática
O aluno deverá fazer uma lista com os nomes das plantas e dos animais
observados durante o passeio, utilizando-a para montar uma teia alimentar
que represente a situação real do ambiente observado. Depois deverá construir
uma cadeia alimentar com cinco níveis tróficos. As relações entre produtores e
consumidores (herbívoros e carnívoros) deverão estar corretamente represen-
tadas pelas setas. Exemplos de teia e de cadeia alimentar são apresentados no
livro-texto (páginas 14 e 15) e também podem ser encontrados na Internet.
O aluno deverá anotar todas as relações que conseguir observar: preda-
ção, parasitismo, mutualismo, alelopatia, etc. Deverá ter o cuidado de observar
no solo (embaixo de pedras, galhos e folhas), nas plantas (folhas, galhos, casca
das árvores, etc.), no ar (insetos e pássaros voando). O trabalho deverá ser o
mais completo possível.
Capítulo 2
Respostas – página 28
a. Mudanças no clima e o desenvolvimento da tecnologia. Os humanos
se fixaram em um local e deixaram de ser coletores para se tornarem
agricultores.
b. Argumento a favor: O grupo que se fixou na terra tinha mais tempo
dedicado a atividades com objetivos diferentes daquele de produzir ali-
mentos, que resultaram em novas tecnologias e na acumulação de bens
de capital; daí o aculturamento e o aparente melhoramento do padrão
de vida.
Argumento contrário: A sociedade agrícola desmatava a vegetação
nativa para implantar a monocultura, na procura de maior quantidade
com menor variedade. Posteriormente ela passou a utilizar pesticidas
e outros elementos químicos, causando um grande impacto no solo,
na água, na fauna e na flora da região. Os grupos que continuaram
utilizando alimentos nativos de sua região, mantiveram um equilíbrio
ecológico com o ambiente.
(O aluno deve ter liberdade para concordar ou para discordar, mas
deve apresentar seus argumentos, a favor ou contrários à opinião dos
críticos).
c. Alimentos, flores e plantas ornamentais, fertilizantes orgânicos, produtos
químicos industriais (látex e etanol), fibras (algodão, linho e cânhamo) e
combustíveis (madeira para lenha, etanol, metanol, biodiesel).
21
d. Ótica conservadora: obedece aos conceitos cartesiano, simplista e
reducionista. Ótica sistêmica: a agricultura é vista como um processo
que sofre e exerce pressões sobre os seus integrantes. Existe a preocupa-

Fundamentos de Agroecologia
ção com o fluxo de energia: de onde vem e para onde vai.
e. O patenteamento de sementes e os conflitos em relação ao patrimônio
genético, a poluição das águas superficiais com resíduos de fertilizantes
e pesticidas, a alteração genética de plantas e animais e a destruição de
hábitats provocada pela agricultura convencional.

Respostas – página 37
O professor pode sugerir o texto Da Agricultura Orgânica à Agroecologia de
Cristiane de Jesus Barbosa, Pesquisadora da Emprapa/CNPMF, disponível
no sítio: <http://www.agrosoft.org.br/agropag/100618.htm>. As respostas a
seguir são baseadas nesse texto.
a. Características: Ela substitui os insumos químicos por insumos bio-
lógicos e procura superar os atores limitantes da produção utilizando o
insumo adequado, resolvendo um problema de cada vez.
Problemas: Ela é dominada pelo capital, mantendo os agricultores
dependentes dos insumos biológicos, geralmente muito mais caros do
que os insumos químicos. Conserva o modelo econômico da agricul-
tura convencional.
b. • Eliminação progressiva de insumos químicos;
• Racionalização do uso de agroquímicos mediante o manejo integrado
de pragas;
• Substituição de insumos agroquímicos por outros alternativos e de
baixa energia;
• Redesenho diversificado do sistema agrícola buscando o equilíbrio
entre a agricultura e a criação de animais.
c. Proporciona os princípios ecológicos básicos para estudar, desenhar e
administrar agroecossistemas alternativos que não só afetam os aspec-
tos ecológicos e ambientais, mas também os econômicos, ecológicos e
culturais.
d. Recuperação do solo e redução gradativa do uso de insumos químicos,
substituindo-os por bioinseticidas e biofertilizantes.
e. Capacidade de automanutenção de suas necessidades de fertilidade,
manejo de pragas e de doenças.

Respostas – página 47
1) Fatores: O aumento da população mundial e a falta de alimentos.
Características: Manejo intensivo do solo, monocultura e uso de pes-
ticidas e de fertilizantes.
2) Problemas de degradação ambiental como erosão do solo, poluição das
22 águas e do ar, contaminação dos alimentos, aumento da resistência de
plantas espontâneas, aumento da incidência de pragas e doenças, deser-
tificação e salinização de solos pelo manejo agrícola convencional são
Fundamentos de Agroecologia

comuns tanto no meio rural como no meio urbano.


3) A Agroecologia proporciona as bases científicas que orientam o processo
de transição dos modelos convencionais de agricultura para modelos
sustentáveis, baseados na Ecologia. Ela também orienta a transição dos
modelos convencionais de desenvolvimento rural para modelos de
desenvolvimento rural sustentável.
4) A agricultura convencional adota um modelo de produção baseado no
manejo intensivo do solo, na monocultura e no uso de sementes modi-
ficadas, pesticidas, fertilizantes químicos e máquinas pesadas movidas a
petróleo, visando à produtividade máxima. A agricultura ecológica pro-
cura incorporar processos naturais, reduzindo a utilização de insumos
externos, aumentando a produtividade pelo uso do potencial genético
de espécies vegetais e animais e atingindo uma produção eficiente e
lucrativa, pela maximização dos recursos disponíveis.
5) A Agroecologia é uma ciência multidisciplinar, apresentando uma série
de princípios, conceitos e metodologias que nos permitem estudar, ana-
lisar, dirigir, desenhar e avaliar os agroecossistemas.
6) O enfoque agroecológico consiste na aplicação dos conceitos e prin-
cípios da Ecologia, da Agronomia, da Sociologia, da Antropologia, da
Ciência da Comunicação, da Economia e de muitas outras áreas do
conhecimento, no manejo dos agroecossistemas.
7) É o processo gradual de mudança nas formas de manejo dos agroecossis-
temas, passando de um modelo agroquímico de produção para modelos
que utilizam princípios e tecnologias de base ecológica.
Etapas:
• Incremento da eficiência das práticas convencionais, reduzindo o uso
de insumos externos caros, escassos e daninhos ao meio ambiente.
• Substituição de insumos e práticas convencionais por práticas
alternativas.
• Redesenho dos agroecossistemas, para que eles funcionem com
base em conjuntos de processos ecológicos.
8) A principal dificuldade é a mudança de valores e de atitudes dos ato-
res sociais em relação ao manejo e à conservação dos recursos naturais.
Essa dificuldade pode ser superada com o diálogo e com a aprendizagem
coletiva dos diferentes setores da sociedade.

Capítulo 3
Respostas – página 60
1) Intemperismo é um conjunto de fenômenos físicos, químicos e bioló-
23
gicos, que provocam a alteração das rochas e de seus minerais, sob as
condições normais de temperatura e de pressão da superfície da Terra,
levando à formação do solo.

Fundamentos de Agroecologia
2) Físico, químico e biológico. O intemperismo físico modifica a forma,
o tamanho e a coesão das rochas e dos minerais, levando à desintegração
física. O intemperismo químico provoca a transformação química dos
minerais. O intemperismo biológico consiste na atuação dos seres
vivos, como os micro-organismos e as plantas, acelerando o processo de
decomposição iniciado pelos intemperismos físico e químico.
3) O intemperismo depende do clima. A mesma rocha, em condições cli-
máticas diferentes, produz diferentes tipos de solo.
4) Nos ecossistemas temperados, as chuvas são amenas e os solos são
naturalmente férteis, mas as temperaturas são baixas, dificultando a
absorção de nutrientes pelas plantas. A reciclagem dos nutrientes é
lenta e eles ficam armazenados no solo. Os seres vivos são encontrados
até 30 cm de profundidade.
Nos ecossistemas tropicais, as chuvas são intensas e as temperaturas
são altas. A reciclagem dos nutrientes é rápida e eles ficam armazenados
na biomassa e não no solo, que é naturalmente pobre em nutrientes.
Os seres vivos são encontrados até 15 cm de profundidade.
5) Nas regiões temperadas, as precipitações menos intensas e as tempera-
turas mais amenas contribuíram para reduzir as perdas de silício e de
bases, durante o processo de intemperismo, formando-se argilas com
grande capacidade de retenção de nutrientes e os solos dessas regiões são
naturalmente férteis. Nas regiões tropicais, as chuvas intensas e as tem-
peraturas altas provocaram a remoção quase total do silício e das bases,
formando-se argilas com baixa capacidade de retenção de nutrientes. Por
isso os solos das regiões tropicais têm fertilidade extremamente baixa.
6) Com uma diversidade alta predominam as interações benéficas. A diver-
sificação melhora as condições abióticas e atrai animais benéficos. A
manutenção da diversidade da microbiota está intimamente relacionada
à qualidade do solo e à prática de uma agricultura sustentável. A biota
do solo realiza processos de grande importância, como a decomposição
da matéria orgânica, a ciclagem de nutrientes, a bioturbação e o controle
de pragas e de doenças.
7) Porque eles são sistemas abertos, exportando os produtos das colhei-
tas, o que reduz a quantidade de matéria orgânica disponível para
reciclagem.
8) A erosão e a degradação da matéria orgânica são processos que redu-
zem a fertilidade do solo e atrapalham o desenvolvimento das raízes
das plantas, limitando a área de solo que elas conseguem explorar. Na
agricultura convencional, esses processos se agravam, devido ao modo
de preparo do solo, ao sistema de cultivo e à remoção dos resíduos da
24 cultura.
9) Essas associações ampliam a capacidade de absorção de nutrientes
pelas plantas e a velocidade de mineralização da cobertura morta
Fundamentos de Agroecologia

pelos micro-organismos.
10) Pelo aumento da complexidade e da diversidade de organismos. A diver-
sificação melhora as condições abióticas, possibilitando a manutenção
da fertilidade do solo e da produtividade do agroecossistema.
11) Biota produtiva, biota geradora de recursos e biota destrutiva.
• Biota produtiva − inclui as plantas cultivadas, que determinam a
diversidade e a complexidade do sistema.
• Biota geradora de recursos − conjunto de organismos que contri-
buem positivamente para a produtividade do sistema, mas não geram
um produto utilizado diretamente pelo homem. Inclui as plantas
utilizadas como cobertura, os organismos que participam de associa-
ções mutualísticas, os decompositores e os predadores de insetos e de
parasitas.
• Biota destrutiva − inclui as plantas espontâneas, as pragas e os
patógenos.
12) São espécies ou grupos funcionais e têm importância fundamental
para a manutenção da estrutura e do funcionamento do ecossistema.
Exemplos:
• Aumento da capacidade de absorção de nutrientes proporcionado
pelas micorrizas.
• Regulação dos processos de mineralização e imobilização de nutrien-
tes pelos micro-organismos do solo.
13) a. A biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de plantas, animais
e micro-organismos existentes em um ecossistema.
b. As seguintes práticas contribuem para o aumento da biodiversidade:
• Manutenção das plantas espontâneas na bordadura da plantação e
de cinturões de matas nativas;
• Utilização de adubo verde, adubo orgânico e/ou adubo compos-
tado, para incremento da população de micro-organismos no
solo;
• Manutenção de cobertura verde, realizando a roçada somente
quando as plantas atingirem uma altura excessiva;
• Incremento da diversidade genética do cultivo (policultivos),
realizando o plantio consorciado com outras espécies ou combi-
nações de três ou quatro variedades de uma mesma espécie;
• Rotação de culturas;
• Utilização de quebra-ventos e/ou árvores dentro do cultivo;
• Eliminação ou redução do uso de defensivos agrícolas. 25
c. Homogeneização genética das variedades, aumento da densidade de
plantas, eliminação da rotação de culturas, uso de fertilizantes quími-

Fundamentos de Agroecologia
cos, irrigação e diminuição do aporte de adubo orgânico. Todos estes
fatores têm incrementado a presença de doenças e pragas.
d. O aumento da biodiversidade de agroecossistemas leva à diminuição
da incidência de doenças e pragas pelo incremento da ação de preda-
dores, parasitoides e antagonistas. O controle biológico de patógenos
é o fator determinante na redução das doenças.

Capítulo 4
Respostas – página 74
1) A matéria orgânica e os minerais (fase sólida), o ar (fase gasosa), a água
(fase líquida ou solução do solo), os seres vivos (biota do solo) e as
rochas em decomposição.
2) Textura é a proporção entre areia, silte e argila e estrutura é a aglome-
ração das partículas, formando torrões.
3) Porque as argilas são ricas em nutrientes, enquanto a areia e o silte são
formados de quartzo, que não contém nutrientes para as plantas.
4) Na superfície do solo e no subsolo, a correnteza da água da chuva é a principal causa da
erosão. A cobertura vegetal diminui o impacto das gotas de chuva, porque reduz a veloci-
dade das águas que escorrem sobre o terreno, possibilitando maior infiltração de água no
solo e a diminuição do carreamento das partículas.
5) A erosão provocada pelas chuvas e as queimadas provocadas pelo homem.
6) Os solos devem ser vivos e agregados; a biodiversidade deve ser alta; o solo deve per-
manecer protegido contra o aquecimento excessivo, o impacto da chuva e o vento
permanente; o solo deve permitir o bom desenvolvimento das raízes; o agricultor deve
ser autoconfiante.
7) Observando, pensando e experimentando novas práticas de cultivo. Com o tempo, ele
começa a produzir melhor do que produzia com a agricultura convencional e se torna
autoconfiante.
8) A textura e a estrutura do solo. Solos compactados dificultam a penetração das raízes,
prejudicando o desenvolvimento das plantas. É importante que as raízes tenham um bom
desenvolvimento para que as plantas consigam absorver os nutrientes do solo, crescendo
fortes e saudáveis.
9) Porque ele abriga uma grande quantidade de seres vivos de inúmeras espécies, com
biomassa chegando a centenas de quilogramas por hectare, e esses seres vivos são funda-
mentais para a manutenção da estrutura e da fertilidade do solo.
10) O solo fica protegido, a plantação fica mais resistente às pragas e o ambiente recebe
menos contaminações. A biodiversidade pode ser aumentada pela rotação de culturas,
pelo plantio de coquetéis de adubo verde, pela rotação entre áreas de lavoura e pastos
e pelo estabelecimento de policultivos, associando várias espécies na mesma área.
26 Deve-se trabalhar com o mínimo de cinco espécies de plantas.
11) Porque elas provocam a morte dos organismos do solo, a queima da matéria orgânica, a
volatilização de alguns nutrientes, a liberação de gás carbônico para a atmosfera, a redução
Fundamentos de Agroecologia

da capacidade de infiltração e de retenção da água, o aumento da suscetibilidade do solo à


erosão, a redução da capacidade produtiva do terreno e desequilíbrios ambientais.
12)
Prática de Porque preserva
Como é feita Benefícios dessa prática
preservação o solo
alternância das evita o desgaste • melhora a qualidade do solo
espécies cultivadas do solo, provocado • diminui a proliferação de plantas
a cada ano pelas monoculturas espontâneas e a incidência de
doenças e pragas
Rotação de
• repõe a matéria orgânica
culturas
• protege o solo contra o intempe-
rismo físico
• proporciona a diversificação dos
alimentos produzidos
plantio de diferen- são utilizadas plan- • favorece a produção
tes espécies de tas com diferentes • diminui o risco de pragas e
plantas ao mesmo características de doenças
Consorciamento
tempo desenvolvimento e
diferentes necessi-
dades nutricionais
Prática de Porque preserva
Como é feita Benefícios dessa prática
preservação o solo
plantio seguindo as diminui a força das • preserva a estrutura do solo
Plantio em níveis linhas naturais de enxurradas
nível do terreno
plantio das protege o solo • conserva a fertilidade e a
sementes em solo contra a erosão e o produtividade
coberto por uma calor excessivo
camada de palha • impede a perda de umidade
• reduz a incidência de plantas
espontâneas
• diminui o uso de máquinas agríco-
las e de combustível fóssil
• aumenta a diversidade de uso, por
Plantio na palha exigir a rotação de culturas
• simplifica o processo de pre-
paração, disponibilizando mais
tempo para o exercício de outras
atividades
• proporciona produtividade elevada
• diminui o custo de produção,
aumentando a rentabilidade do
produtor
27
plantio de árvores protege contra • evita gastos com arames, estacas
ou arbustos em o ressecamento e mourões
Cercas vivas
linha, ao redor da provocado pelo

Fundamentos de Agroecologia
lavoura vento
plantas cultivadas protege contra a • enriquece o solo com nitrogênio e
com essa finali- erosão outros nutrientes
dade são cortadas
Adubação verde • aumenta o teor de matéria orgâ-
e incorporadas ao
solo nica no solo, melhorando suas
propriedades

plantas cultivadas protege contra a • enriquece o solo com nitrogênio e


com essa finali- erosão e o calor outros nutrientes
dade ou plantas excessivo
Cobertura viva
espontâneas
cobrem o solo,
enquanto vivas
plantas cultivadas protege contra a • aumenta o teor de matéria orgâ-
com essa finali- erosão e o calor nica no solo, melhorando suas
Cobertura morta dade são cortadas excessivo propriedades
e incorporadas ao
solo
fileiras de plantas protege contra a • proporciona retorno econômico ao
Cordão
dispostas em curva erosão, em áreas agricultor
permanente
de nível declivosas
Resposta – página 75
Atividade Prática
Atividade a critério do aluno.

Capítulo 5
Resposta – página 77
a. Procedimentos: O manejo intensivo do solo, a monocultura e o aumento do uso de
pesticidas e fertilizantes químicos.
Consequências: Perda da matéria orgânica do solo, erosão e contaminação das águas
subterrâneas, prejuízos para a microbiota e seus processos bioquímicos.
b. O uso inadequado do solo leva ao esgotamento, reduzindo a produtividade.
c. Produção de biomassa (alimentos, fibras e energia); filtração, tamponamento e trans-
formação da matéria para proteger o ambiente, as águas subterrâneas e os alimentos da
poluição; e hábitat biológico e reserva genética de plantas, animais e organismos, que
podem ser protegidos da extinção.
d. Constitui a base para estruturas industriais e atividades sócio-econômicas, habitação, sis-
tema de transportes e deposição de resíduos; é fonte de material particulado (areia, argila
e minerais); faz parte da herança cultural, paleontológica e arqueológica, importante para
preservação da história da humanidade.
e. Constitui o meio para o crescimento vegetal; serve como hábitat para animais e micro-
-organismos; regula o fluxo de água no ambiente; serve como um “tampão ambiental”,
atuando na atenuação e degradação de compostos químicos prejudiciais ao meio ambiente.
28
Respostas – página 93
1) Qualidade do solo é a capacidade que ele tem de exercer adequadamente as suas funções.
Fundamentos de Agroecologia

Ela pode ser avaliada por meio de indicadores físicos, químicos e biológicos.
2) Fatores físicos, químicos e biológicos.
3) Facilidade de avaliação, aplicabilidade em diferentes escalas, capacidade de integração, ade-
quação ao nível da análise pretendida, possibilidade de utilização em um grande número
de situações, sensibilidade às variações de clima e de manejo e possibilidade de medição
por métodos qualitativos e quantitativos.
Outra possibilidade de resposta: Devem exercer influência sobre a função para a qual o
solo está sendo avaliado, ser passíveis de medição e comparação com padrões predefinidos
e ser sensíveis a ponto de mostrar diferenças em escala temporal ou espacial.
4) A cor, a textura, a estrutura, a consistência, a resistência à penetração, a profundidade de
enraizamento, a capacidade de retenção de água e a transmissão da água (percolação). São
importantes por apresentarem as seguintes vantagens: têm relação direta com os indi-
cadores químicos e biológicos, apresentam baixo custo e as metodologias são simples e
rápidas.
5) O pH, o teor de carbono orgânico, a disponibilidade de nitrogênio e de nutrientes, a capa-
cidade de troca catiônica (CTC), a condutividade elétrica e a presença de sais solúveis. Os
indicadores químicos são importantes porque avaliam a fertilidade do solo, a produtivi-
dade e a quantidade de nutrientes.
6) Os organismos ou processos biológicos que indicam o estado do ecos-
sistema. Eles atuam na manutenção do equilíbrio do ecossistema.
7) Possibilita um diagnóstico rápido e confiável. O kit permite avaliar os
seguintes parâmetros: infiltração de água, capacidade de retenção de
água, densidade, estabilidade dos agregados, pH, teor de nitrito + nitrato,
concentração de sais, respiração do solo e número de minhocas.
8) Possibilita um diagnóstico rápido e confiável das propriedades físicas
do solo. Qualquer atributo visível a olho nu pode ser avaliado. Ex.: a
porosidade, a estrutura, a pedregosidade, a presença de erosão, a cor,
a profundidade, a cobertura vegetal, a macrofauna do solo, a presença
de serrapilheira, o estado de decomposição da serrapilheira, o vigor da
vegetação, a fauna silvestre, etc.
Atividade Prática
Resposta a critério do aluno.

Capítulo 6
Resposta – página 96
a. Porque os conhecimentos sobre os solos evoluíram junto com a evolu-
ção da química e os processos químicos do solo foram os primeiros a
ser desvendados, proporcionando as principais respostas às intervenções
humanas.
b. Os estudos sobre a biologia do solo têm indicado que os processos quí-
micos do solo são profundamente mediados pela ação biológica.
29
c. A eliminação das queimadas, a cobertura permanente do solo, a adição
de matéria orgânica, a rotação de culturas, os policultivos e o manejo de

Fundamentos de Agroecologia
plantas espontâneas.
d. Elas produzem substâncias promotoras de crescimento, que estimulam
o desenvolvimento das plantas associadas.
e. Elas aumentam em até 10 vezes o volume de solo explorado pelas raízes,
melhorando a absorção de fósforo e possibilitando às plantas sobreviver
em condições muito mais inóspitas do que aquelas em que sobrevive-
riam sem essa associação.

Resposta – página 102


O professor pode sugerir o texto Conceitos e princípios para o manejo eco-
lógico do solo, de Alberto Feiden (Emprapa Agrobiologia. Documentos, 140),
páginas 15 a 19, disponível no sítio: <http://www.cnpab.embrapa.br/publi-
cacoes/download/doc140.pdf>. As respostas a seguir foram feitas baseadas
nesse texto.
a. Porque, mesmo nesses sistemas, ocorre uma saída importante de ele-
mentos do sistema, pela exportação dos produtos vegetais ou animais,
que saem do sistema como resultado do processo produtivo.
b. O histórico de uso da área, indicando as sequências de cultivo, a esti-
mativa de contribuição da palhada, as correções e adubações realizadas
e as deficiências mais comuns nas plantas, ajuda a calcular a quantidade
de fertilizante a ser utilizada, para que não faltem nutrientes, nem haja
excesso deles.
c. Porque a produção animal consorciada permite otimizar os ciclos de
nutrientes, pelo aproveitamento dos resíduos da produção agrícola na
alimentação animal, e dos resíduos animais, principalmente as fezes e a
urina, como fonte de fertilizantes.
d. Pela adição de calcários (calcítico, magnesiano e dolomítico), a farinha
de ossos, os termofosfatos, os minerais de rocha moídos, as cinzas vege-
tais, os resíduos de biodigestores, o húmus de minhoca, o guano, as
turfas, as tortas e as farinhas de resíduos vegetais e animais.

Respostas – página 104


1) O equilíbrio entre os atributos físicos, químicos e biológicos e a cicla-
gem de nutrientes.
2) Fertilidade química, que consiste na disponibilidade de nutrientes no
solo; fertilidade física, que compreende o acesso das raízes aos nutrien-
tes do solo; fertilidade biológica, que consiste na efetividade do ciclo de
nutrientes entre os compartimentos do ecossistema.
3) A fertilidade do solo é mantida pela ciclagem de nutrientes, a partir
da interação entre as plantas e os micro-organismos do solo. Estes
30 tornam os nutrientes disponíveis para as plantas que, por sua vez,
transferem-nos para os animais.
Fundamentos de Agroecologia

4) A diagnose da fertilidade do solo é feita por análise química e granu-


lométrica (análise da textura do solo), em laboratório. A diagnose e o
monitoramento da fertilidade são fundamentais para o manejo ade-
quado da fertilização, otimizando o uso de insumos e reduzindo o custo
de produção e o risco ambiental.
5) A coleta de amostras para análise pode ser feita com o auxílio de trado,
pá de corte ou enxadão. A área amostrada deve ser dividida em partes
homogêneas, coletando-se de quinze a vinte amostras em cada uma das
partes. Essas são as amostras simples, que serão misturadas, para formar
uma amostra composta representativa da área amostrada. No caso de
lavouras cultivadas no sistema de preparo convencional, recomenda-se
amostrar camadas de 0-20 cm e de 20-40 cm. Para lavouras com sistema
de plantio direto, devem-se amostrar camadas de 0-10 cm, 10-20 cm
e 20-40 cm. A coleta de solo na profundidade de 20-40 cm é indicada
quando se faz a primeira análise, para a caracterização inicial da área, e
quando se deseja verificar a necessidade de fazer a gessagem. As amostras
coletadas devem ser acondicionadas em sacos plásticos limpos e identi-
ficadas, para envio ao laboratório. Quando o envio não for imediato, as
amostras devem ser secas ao ar.
6) Eles são essenciais ao metabolismo das plantas, atuando como catalisa-
dores, e para o aumento da produtividade.
7) O manejo da fertilidade do solo deve atender ao princípio do balanço
nutricional. Portanto, a quantidade de fertilizante a ser aplicada é
definida pela diferença entre a demanda de nutrientes pela planta e o
fornecimento pelo solo, sendo necessária a diagnose da fertilidade, por
meio de análise laboratorial, evitando-se errar na fertilização, para mais
ou para menos. Se o erro é para mais, além do maior gasto com fer-
tilizantes, pode ocorrer toxidez. O excesso de um ou mais nutrientes
provoca um desequilíbrio nutricional, reduzindo a produtividade. Se o
erro é para menos, ocorre uma deficiência nutricional, comprometendo
o desenvolvimento das plantas e reduzindo a produtividade. Uma defi-
ciência pode ser corrigida pela aplicação de mais fertilizante, mas não há
solução em curto prazo para o excesso de nutrientes.
8) São plantas ou partes de plantas, cultivadas ou espontâneas, incorpora-
das ao solo para preservar e/ou melhorar a fertilidade.
9) A época da floração, porque nessa época ocorre a maior produção de
biomassa e a maior fixação de nitrogênio.
10) Eles preservam e/ou melhoram a fertilidade, promovem a cobertura do
solo e colaboram para o aumento da biodiversidade. As leguminosas são
muito utilizadas como adubo verde, pois melhoram as condições quí-
micas, físicas e biológicas do solo, além de promover a fixação biológica
de nitrogênio, pelas bactérias do grupo rizóbio.
11) A adubação verde pode ser classificada do seguinte modo: 31
• Adubação verde em rotação − consiste no plantio de espécies
de adubos verdes no verão ou no inverno, cobrindo o solo por um

Fundamentos de Agroecologia
período de quatro a seis meses. Essa prática é utilizada no preparo do
solo para o cultivo de plantas perenes.
• Adubação verde em consórcio − consiste em plantar o adubo
verde consorciado com a cultura principal.
• Adubação verde em sucessão − consiste em plantar o adubo verde
logo após a cultura principal.
• Adubação verde em áreas de pousio temporário − é utilizado
em áreas degradadas ou que não estejam incorporadas ao processo
produtivo.
12) São o resultado da fermentação anaeróbia de uma mistura de esterco
fresco e água, enriquecidas pela mistura de micronutrientes, melaço e
leite ao esterco.
Vantagens: Acredita-se que eles regulam e tonificam o metabolismo
das plantas, aumentando a resistência delas ao ataque de pragas e de
doenças. Eles podem controlar diretamente alguns fitoparasitas, por
meio de substâncias com ação fungicida, bactericida ou inseticida, pre-
sentes em sua composição.
13) É o resultado da decomposição aeróbia de resíduos orgânicos, que se
transformam em húmus, pela ação de micro-organismos. Sua produção
pode ser subdividida em duas etapas: física e química. A etapa física
consiste na quebra mecânica dos resíduos e a etapa química consiste na
decomposição e na transformação da biomassa. O húmus é constituído
por produtos decompostos, pelas partes resistentes dos resíduos orgâni-
cos e por micro-organismos, tanto vivos, quanto mortos.
14) Os calcários (calcítico, magnesiano e dolomítico), a farinha de ossos,
os termofosfatos, os minerais de rocha moídos, as cinzas vegetais, os
resíduos de biodigestores, o húmus de minhoca, o guano, as turfas, as
tortas e as farinhas de resíduos vegetais e animais.
15) Mantendo o solo coberto, fazendo a rotação ou o consórcio de cultu-
ras, fazendo o manejo adequado das plantas espontâneas, introduzindo
plantas com raízes profundas e incorporando o adubo verde ao solo na
época certa.
16) Atividade a critério do aluno.

Capítulo 7
Respostas – página 106
O professor pode sugerir o texto Manejo Integrado de Doenças de Plantas,
de Kátia de Lima Nechet, Emprapa/CPAFRR, disponível no sítio: <http://
www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=338>. As respostas a seguir
32
foram feitas baseadas nesse texto.
a. Origem biótica, quando causada por patógenos, como fungos, bactérias,
Fundamentos de Agroecologia

nematoides, vírus, viroides, fitoplasmas, e origem abiótica, quando cau-


sada por fatores ambientais, como a deficiência de nutrientes, o excesso
de umidade e outros.
b. A interação entre um patógeno, um hospedeiro suscetível e condições
ambientais favoráveis para ocorrer os processos de infecção, colonização
e reprodução.
c. Visualização dos sintomas da doença nas plantas, identificação do agente
causal e adoção da estratégia mais adequada ao seu controle.
d. É a utilização de todas as técnicas disponíveis para manter a popula-
ção de patógenos abaixo do limiar de dano econômico e minimizar os
efeitos deletérios ao meio ambiente. Benefícios ambientais: controle
das epidemias, maior estabilidade da produção, qualidade dos produtos
agrícolas, menor agressão ao meio ambiente e conservação de áreas de
cultivo.
e. O controle biológico, cultural, físico e químico, a legislação fitossani-
tária, a resistência genética e a pré-imunização. A escolha depende da
identificação do agente causal e do conhecimento de suas características
e das condições ambientais que favorecem seu desenvolvimento.
Respostas – página 115
a. A consonância dos métodos de controle com princípios ecológi-
cos, econômicos e sociais, visando interferir o mínimo possível no
agroecossistema.
b. Porque sua estratégia é conviver com as pragas, dando oportunidade ao
controle biológico natural e recomendando o controle químico apenas
quando a população da praga atinge níveis que causam prejuízos maio-
res do que os custos de controle.
c. Fazer com que as plantas expressem sua resistência natural às pragas e
aos patógenos e manter a densidade de uma população de pragas abaixo
do nível de dano econômico.
d. Controle das epidemias, maior estabilidade da produção, qualidade dos
produtos agrícolas, menor agressão ao meio ambiente e conservação de
áreas de cultivo.

Respostas – página 116


1) Consiste na utilização, de modo integrado, de todas as formas de con-
trole possíveis: feromônios, biopesticidas, erradicação de hospedeiros
alternativos, proteção dos organismos benéficos, retirada e queima das
partes vegetais afetadas, adubação equilibrada, poda e raleio adequados e
outras. Seus objetivos são fazer com que as plantas expressem sua resis-
tência natural às pragas e aos patógenos e manter a densidade de uma 33
população de pragas abaixo do nível de dano econômico.
2) a. Praga − quantidade de insetos capaz de provocar dano econômico

Fundamentos de Agroecologia
significativo.
b. Injúria − toda alteração deletéria resultante do ataque de insetos.
c. Dano econômico − perda de produtividade avaliada economica-
mente.
d. Nível de dano econômico − densidade populacional de um inse-
to-praga capaz de causar dano econômico de valor igual ao custo do
controle desse inseto.
3) São os insetos que se alimentam de plantas para sobreviver. As conse-
quências: as plantas atacadas e danificadas por esses insetos produzem
menos do que uma planta não atacada. O ataque dos insetos provoca
injúrias nas plantas, levando à perda de produtividade.
4) Definição das áreas de manejo, determinação das pragas-chave, aplica-
ção das etapas do MIP, planejamento das ações e acompanhamento dos
resultados.
5) As etapas são três:
• Avaliação do ecossistema − consiste na amostragem das popu-
lações de insetos que possam estar relacionados com as injúrias
causadas às plantas. Esses insetos, bem como os possíveis inimigos
naturais, devem ser identificados e quantificados. O MIP se baseia na
amostragem de populações de pragas-alvo e de seus inimigos natu-
rais e no conhecimento da cultura e do clima local.
• Tomada de decisão − é efetuada com base nos aspectos econômi-
cos da cultura e da relação custo/benefício do controle, determinada
pelo NDE.
• Escolha do método de controle − uma vez tomada a decisão
de aplicar método(s) de controle, é necessário escolher qual(is)
método(s) será(ão) utilizado(s). A escolha do(s) método(s) leva em
consideração aspectos técnicos, econômicos, ecológicos e sociais.
6) O processo de colonização e a sucessão ecológica, a influência da diver-
sidade e da estabilidade na sucessão das comunidades, a amplitude dos
nichos para herbívoros, predadores e parasitos, a dinâmica das relações
parasito-hospedeiro, a quantificação da migração e da dispersão e a
determinação da época em que elas ocorrem, a capacidade de suporte
do ambiente, o estabelecimento de níveis de controle e de dano econô-
mico, o conhecimento dos fatores de mortalidade natural e outros.
7) Quando a densidade populacional do inseto-praga atingir valores que
exijam a aplicação de medidas de controle, para que não haja dano
econômico. Ele não precisa ser implantado quando a densidade popula-
cional dos inimigos naturais é capaz de controlar os insetos-praga sem a
34
intervenção do homem.
8) O processo de colonização e a sucessão ecológica, a influência da diver-
Fundamentos de Agroecologia

sidade e da estabilidade na sucessão das comunidades, a amplitude dos


nichos para herbívoros, predadores e parasitos, a dinâmica das relações
parasito-hospedeiro, a quantificação da migração e da dispersão e a
determinação da época em que elas ocorrem, a capacidade de suporte
do ambiente, o estabelecimento de níveis de controle e de dano econô-
mico, o conhecimento dos fatores de mortalidade natural e outros.
9) As pragas-chave são as pragas mais importantes da cultura a ser mane-
jada. Elas são selecionadas a partir de uma lista de insetos que ocorrem
ou podem ocorrer em determinada cultura. Essa lista é construída com
base na literatura, em entrevistas com técnicos e/ou produtores ou em
estudos de campo.
10) • Não-pragas − insetos cuja densidade populacional nunca atinge o
nível de controle, portanto não comprometem a produção;
• Pragas secundárias ou ocasionais − insetos cuja densidade popu-
lacional raramente atinge o nível de controle;
• Pragas frequentes ou primárias − insetos cuja densidade popula-
cional frequentemente atinge o nível de controle;
• Pragas severas − insetos cujo ponto de equilíbrio está sempre acima
do nível de controle ou de dano econômico.
11) Os parasitoides são insetos parasitas na fase larval, porém livres e inde-
pendentes, quando adultos. Eles colocam seus ovos dentro dos ovos e/
ou das larvas de outros insetos. As larvas dos parasitoides consomem o
corpo do hospedeiro, antes de entrar em estágio de pupa.
12) A rotação de culturas, o policultivo e o cultivo de plantas de cobertura;
o fornecimento de recursos suplementares, como estruturas artificiais
para nidificação, alimento extra e presas alternativas; a formação de
corredores de plantas que atraiam organismos benéficos das matas pró-
ximas ou da vegetação natural, para áreas centrais das lavouras, hortas e
pomares; a manutenção, entre as plantas cultivadas, de faixas de plantas
cujas flores respondam às exigências dos organismos benéficos.
13) Possibilita a dispersão dos insetos benéficos para o interior das áreas de
cultivo.
14) A resistência ou tolerância das plantas às doenças e às pragas parece estar
intimamente relacionada com as propriedades do solo. Mantendo-se
um alto nível de matéria orgânica no solo e aumentando a biodiversi-
dade, a saúde das plantas melhora.
15) Atividades a critério do aluno.

Capítulo 8
Respostas – página 121
O professor pode sugerir o seguinte texto Competição e controle das plantas
daninhas em áreas agrícolas, de Robinson Antonio Pitelli, Série Técnica IPEF,
35
Piracicaba, v. m4, n.12, p.1-24, set., 1987, disponível no sítio: <http://www.
ipef.br/publicacoes/stecnica/nr12/cap01.pdf>. As respostas foram feitas a par-
tir desse texto.

Fundamentos de Agroecologia
a. São as plantas que existiam no local transformado em agroecossistema
e tentam recolonizar esse local, germinando, sem ser plantadas, a partir
do banco de sementes existente no solo.
b. São plantas que ocupam locais onde a cobertura natural foi extinta e o
solo tornou-se exposto. Suas características são: grande agressividade;
grande capacidade de produção de sementes dotadas de alta viabilidade
e longevidade, capazes de germinar em muitos ambientes, e que pos-
suem adaptações especiais para disseminação a curta e a longa distância;
rápido crescimento vegetativo e florescimento; grande capacidade de
competição pela sobrevivência, como alelopatia, hábito trepador e outras
características.
c. Grande resistência, de modo que não possam ser facilmente arrancadas
do solo.
d. O processo de sucessão ecológica consiste na mudança gradativa
da comunidade vegetal, começando com as plantas pioneiras e ter-
minando com a comunidade clímax (geralmente uma floresta). As
plantas pioneiras são as primeiras que aparecem, no processo de suces-
são ecológica.
Respostas – página 128
a. Por meio de técnicas de manejo em pré-semeadura ou transplante das
mudas.
b. Para permitir a germinação, o crescimento inicial e o controle pós-
-emergente das plantas emergidas, por meio de capina manual, gradagem
ou encanteiramento, todos de forma superficial, para evitar revolver
muito o solo novamente e provocar novos estímulos de germinação das
sementes.
c. Pelo uso do fogo, por meio de bicos aplicadores a gás.

Respostas – página 130


1) São plantas que germinam nas áreas de cultivo sem ser plantadas. Elas
são acusadas de favorecer o aparecimento de doenças e de pragas e/ou
reduzir a produtividade das lavouras, além de dificultar a operação de
máquinas no período da colheita.
2) Elas competem com as plantas cultivadas pelos recursos naturais dis-
poníveis (luz, água e nutrientes). A maioria delas tem crescimento
acelerado, podendo encobrir a vegetação adjacente.
3) Elas têm grande capacidade competitiva, produzem um grande número
de sementes, têm facilidade de dispersão, as sementes têm grande lon-
gevidade e germinam por etapas e apresentam diferentes mecanismos
de reprodução (sementes, bulbos, rizomas, estolões, etc.). Elas germi-
nam a partir de um banco de sementes existente no solo, o que explica
36 o seu aparecimento repentino em áreas cultivadas.
4) Elas competem com as plantas cultivadas pelos recursos naturais disponí-
Fundamentos de Agroecologia

veis (luz, água e nutrientes). A maioria delas tem crescimento acelerado,


podendo encobrir a vegetação adjacente. Algumas plantas espontâneas
produzem substâncias que prejudicam o desenvolvimento e a produti-
vidade das plantas cultivadas. Algumas plantas espontâneas parasitam as
cultivadas, prejudicando o desenvolvimento e a produtividade destas.
Outras produzem substâncias tóxicas, matando os animais de criação. A
presença de propágulos de plantas espontâneas deprecia os produtos da
agricultura. Algumas são transmissoras de pragas e doenças.
5) Elas abrigam insetos benéficos e fornecem alimento para eles. O cresci-
mento das plantas espontâneas em faixas, ao redor das plantas cultivadas
ou ao redor da área cultivada, além de preservar os aspectos naturais
do ecossistema local, forma corredores de refúgio para a fauna benéfica
local. Elas contribuem para o aumento da diversidade da fauna benéfica,
atuando como cobertura viva, aumentando o teor de matéria orgânica
no solo e ajudando a combater a erosão, entre outros benefícios.
6) Competição, alelopatia, depreciação da qualidade do produto, intoxica-
ção dos animais domésticos e parasitismo.
7) Transmissão de pragas e doenças, inviabilização dos tratos culturais e das
colheitas, produção de substâncias irritantes da pele, poluição e conta-
minação da água. Quando em grande densidade populacional, podem
inviabilizar a piscicultura, pela redução da taxa de oxigênio dissolvido na
água; em canais de irrigação, a presença das plantas espontâneas torna
lento o fluxo de água e provoca perdas por infiltração e evapotranspira-
ção, intoxicações alimentares e alergias e estabelecimento de condições
propícias para a instalação e procriação de insetos vetores de doenças.
8) Na utilização de métodos combinados de manejo, incluindo os méto-
dos biológicos, os métodos físicos e os métodos químicos.
9) No sistema de manejo convencional, há uma preocupação em eliminar
toda e qualquer planta espontânea que apareça na lavoura. No manejo
agroecológico o enfoque muda, pois as plantas espontâneas não são con-
sideradas necessariamente prejudiciais à cultura e procura-se conviver
com elas ao invés de eliminá-las completamente, embora haja preo-
cupação com os possíveis efeitos negativos dessas plantas, que podem
causar graves danos às culturas quando o manejo não é adequado.
10) Na competição das plantas cultivadas, que limitam o desenvolvimento
das plantas espontâneas, e no controle destas pelos inimigos naturais,
como os predadores, os parasitas e os patógenos.
11) O calor, a inundação, a drenagem, a dragagem e a cobertura viva ou
morta.
12) A seleção de plantas espontâneas altamente resistentes aos produtos
empregados, aumentando sensivelmente sua importância na área. A 37
rotação de culturas e a utilização de diferentes herbicidas resolvem esse
problema satisfatoriamente.

Fundamentos de Agroecologia
13) A alelopatia consiste na inibição do crescimento das plantas de uma
espécie pela liberação de substâncias tóxicas ou inibidoras de cresci-
mento, pelas plantas de outra espécie, no ambiente comum. Quando
absorvidas, essas substâncias modificam o crescimento, reduzindo ou
eliminando a habilidade de competição da outra espécie de planta.
14) O controle seletivo consiste na utilização de diferentes práticas para o
controle da população de uma ou de algumas espécies, dentro a comu-
nidade de plantas espontâneas, mantendo-se as demais, com a finalidade
de criar um complexo de plantas espontâneas com funções ecológicas
mais favoráveis ao sistema.
15) Quando for constatada a impossibilidade de conviver com uma espécie,
ela deve ser eliminada (por exemplo, quando produz toxinas ou atua
como vetor de pragas e de doenças). Elas não são erradicadas sempre
porque não são necessariamente prejudiciais à cultura, podendo inclu-
sive ser benéficas.
16 e 17) Atividades a critério do aluno.
Capítulo 9
Respostas – página 144
1) É qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resul-
tante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde,
a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas,
a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade
dos recursos ambientais.
2) Em positivos e negativos. São exemplos de impactos positivos os reflores-
tamentos, a recomposição de matas ciliares, o tratamento dos efluentes
antes do lançamento nos corpos de água naturais, o repovoamento de
rios com espécies nativas. Os impactos negativos refletem situações
de deterioração ambiental, classificadas em degradação, poluição e
contaminação.
3) Em físicos, químicos, biológicos e sociais.
4) Ele deve exercer influência sobre a função que está sendo avaliada, deve
poder ser medido e comparado com padrões predefinidos e deve ser sensí-
vel a ponto de mostrar diferenças em escala temporal ou espacial.
5) São organismos cujas características (presença/ausência, densidade popu-
lacional, dispersão, sucesso reprodutivo e outras) podem ser utilizadas na
avaliação de atributos do ecossistema. Podem ser animais, insetos, vegetais,
fungos, bactérias, vírus e outros.
6) • Indicadores de saúde ambiental − evidenciam os efeitos de poluentes
38 ou de processos do ecossistema sobre as condições físicas do ambiente ou
sobre os organismos. Exemplo: invertebrados filtradores, que acumulam
poluentes em seus tecidos.
Fundamentos de Agroecologia

• Indicadores de populações − evidenciam mudanças nos padrões


populacionais de outras espécies submetidas a distúrbios humanos ou
a variações ambientais e também indicam se um determinado hábitat é
apropriado para outros membros do mesmo grupo. Exemplo: o apareci-
mento de pragas ou o desaparecimento das abelhas.
• Indicadores de diversidade biológica − a diversidade de um grupo
possibilita estimar a diversidade de outros grupos mais difíceis de medir.
Exemplo: a diversidade de insetos ajuda a estimar a diversidade de aves.
• Indicadores guarda-chuva − são usados para especificar o tamanho e
o tipo de hábitat a ser protegido, a fim de acolher outras espécies. Espécies
migratórias e borboletas são bons indicadores guarda-chuva.
• Indicadores bandeira − são espécies carismáticas para o público, usadas
como propaganda para proteger determinada área, protegendo, em con-
sequência, outras espécies menos conhecidas e seus hábitats. Exemplo:
urso panda e mico-leão-dourado.
7) Os micro-organismos (a biomassa e a atividade dos micro-organismos).
8) Os macroinvertebrados, os organismos planctônicos e as macrófitas.
9) As plantas espontâneas.
10) Eles respondem rapidamente às modificções ambientais, possibilitando ao
homem detectar os problemas antes que eles se agravem.
11) É o processo de avaliação das modificações ambientais pelo monitoramento
de reações específicas de alguns organismos. Ele se baseia no princípio de
que os seres vivos, na presença de fatores de estresse, apresentam a tendên-
cia de modificar suas funções vitais de diferentes formas e em diferentes
níveis.
12) O aguapé, a alface-d’água e a orelha-de-onça.
Nas demais atividades as respostas são a critério do aluno.

Capítulo 10
Respostas – página 147
O professor pode sugerir o texto Produção animal: alternativas sustentáveis frente
às ameaças do aquecimento global, de Tatiana Costa de Figueirado Amormino, dis-
ponível no sítio: < http://www.cienciaanimal.ufpa.br/CA_selecao/M/2010/biblio/
Prod/geral/amormino_producao.pdf >. As repostas das questões foram feitas
baseadas nesse texto.
a. As matas são derrubadas para o estabelecimento de pastagens para o gado.
b. Agropecuária extensiva, com monocultivo.
c. Primeiro, cortam-se as melhores árvores para extração de madeira de ser-
raria, posteriormente utiliza-se o fogo como limpeza da terra visando o 39
estabelecimento de plantações e pastagens para gado.
d. Pela venda de lenha ou carvão extraído das florestas, pelo uso da terra por

Fundamentos de Agroecologia
atividade agrícola e pelo seu uso posterior para cultivar um único tipo de
gramínea, na formação dos pastos.
e. O aumento do efeito estufa, o aquecimento global e a eliminação de plantas
ou solos com grande capacidade para a absorção e fixação do carbono pre-
sente na atmosfera.
f. As queimadas avançam nas áreas de floresta e transformam-se em incên-
dios florestais, provocando a emissão de gás carbônico, originado da
reação entre o carbono armazenado nas árvores e o oxigênio presente na
atmosfera. Retira a cobertura vegetal nativa, que protege o solo dos desgas-
tes naturais, expondo o solo a fatores climáticos, causando o escoamento
superficial das águas da chuva e favorecendo os processos erosivos.
g. Praticar a criação consorciada entre animais e vegetais, em sistemas agroflo-
restais. Replantar árvores de espécies nativas. Conscientizar a sociedade a
respeito dos problemas ambientais causados pelo desmatamento, etc.

Respostas – página 155


As respostas das questões são a critério do aluno.
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