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DOMITILAMACHADO

Advocacia Previdenciária

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA


SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ – SUBSEÇÃO DE SOBRAL

JUSTIÇA GRATUITA
AÇÃO PARA CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE
SEGURADO ESPECIAL

ANTÔNIO EVANGELISTA PINTO, brasileiro, agricultor, viúvo, portador do RG


nº 172746488, SSP/CE, e do CPF nº 129.919.308-02, residente na localidade de Sítio
Pitanguinha, zona rural de Tianguá/CE, vem, respeitosamente, perante V. Exa., através de sua
advogada ao final subscrita (procuração em anexo), propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

Em face do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa de seu


representante legal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

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DA JUSTIÇA GRATUITA

A parte autora não possui condições de arcar com as custas processuais sem
prejuízo do sustento próprio e de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade
de justiça, nos termos da Lei nº 1.060/50 e dos artigos 98 e 99 do Novo Código de Processo

Civil (Lei 13.105/2015).

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira,


com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios, tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.

DOS FATOS

O requerente é trabalhador rural desde a infância, tendo desde pequeno

auxiliado seus pais no trabalho rurícola, e atualmente já é aposentado como agricultor.

Em 21/06/1980, casou-se com a Sra. Maria Pereira da Silva, também


agricultora, tendo tido com ela 6 (seis) filhos, dos quais 2 (dois) faleceram, e os demais são
também agricultores. Durante toda sua vida juntos, o casal sobreviveu sempre da agricultura.

Ocorre que em 02/12/2005 a esposa do requerente veio a óbito.

Por conta disso, em 15/12/2016 (DER) a parte autora apresentou


requerimento administrativo junto ao INSS de pensão por morte (NB 167.538.318-6).

Todavia, apesar de devidamente demonstrada a qualidade de dependente


do requerente com relação à falecida, bem como a qualidade de segurado especial desta, a
autarquia indeferiu o benefício, alegando a “falta de comprovação como segurado”.
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Ante o ato administrativo denegatório do benefício da parte requerente, não


resta outra solução a não ser acionar o Poder Judiciário, a fim de obter provimento judicial que
lhe garanta a concessão do benefício.

DO DIREITO

A pensão por morte é o benefício pago aos dependentes do segurado,


homem ou mulher, que falecer, aposentado ou não, conforme previsão expressa do art. 201,
inciso V, da Constituição Federal, regulamentada pelo art. 74 da Lei 8.213/91.

Trata-se de prestação de pagamento continuado, substituidora da

remuneração do segurado falecido. Em face disso, considera-se direito irrenunciável dos


beneficiários que fazem jus a ela.

Regulamentando o dispositivo constitucional citado, dispõe o art. 74 da Lei

8.213/91:

Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos


dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a
contar da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997).

O benefício previdenciário de pensão por morte é garantido aos segurados


especiais que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que descontínuo,
imediatamente anterior ao requerimento administrativo, por período igual ao número de

meses correspondente à carência do benefício pleiteado, consoante disposição prevista no art.


39, inciso I, da Lei 8.213/91, que assim dispõe:

Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art.


11 desta Lei, fica garantida a concessão:
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-
doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um)
salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade
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rural, ainda que de forma descontínua, no período,


imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao
número de meses correspondentes à carência do benefício
requerido; ou

Ressalte-se que, conforme previsão do art. 26, inciso I, da lei 8.213/91, o


benefício de pensão por morte independe de carência.

Destarte, para percepção deste benefício previdenciário, mister se faz a

comprovação dos seguintes requisitos: [i] Qualidade de segurado da falecida na data do


requerimento do benefício assistencial; [ii] Condição de dependente do requerente na data do

óbito.

DA QUALIDADE DE SEGURADO DO FALECIDO

Para os doutrinadores JOÃO BATISTA LAZZARI e CARLOS ALBERTO PEREIRA


DE CASTRO é segurado “a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual,
de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não, bem

como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o caso, as exceções previstas
no texto legal, ou exercer alguma das atividades mencionadas acima, no período
imediatamente anterior ao chamado ‘período de graça’”.

São considerados segurados especiais para fins previdenciários e, portanto,


segurados obrigatórios do RGPS, as pessoas físicas relacionadas no inciso VII do art. 12 da Lei
n. 8.212/91, com os moldes que lhe deu a Lei nº 11.718, de 20 de junho de 2008, cujo teor

dispõe:

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as


seguintes pessoas físicas:
[...]
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel
rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que

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com o auxílio eventual de terceiros a título de mútuo


colaboração, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufruturário, possuidor,
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
arrendatário rural, que explora atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas
atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº
9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal
meio de vida;

Para efeito conceitual do auxílio eventual de terceiros, considera-se este


como sendo aquele exercido ocasionalmente, em condições de mútua colaboração,
inexistindo subordinação ou remuneração (Decreto nº 3.048/99, art. 9º, §6º).

Configura o regime de economia familiar a atividade cujo trabalho dos


membros da família é imprescindível à própria subsistência, exercido em condições de mútua

dependência e colaboração, sem utilização de empregador.

No caso em comento, denota-se, pelas provas colacionadas, que a de cujus


era trabalhadora rural, na qualidade de segurado especial, conforme se depreende dos
seguintes documentos:

 Consta da certidão de óbito dela a profissão de Agricultora;

 Declaração do proprietário da terra em que o esposo da

falecida exerce seu trabalho agrícola;

 Declaração do sindicato, afirmando que o esposo da falecida é


agricultor desde 1997;

 Participação do esposo no Programa Hora de Plantar de 1995

a 2004

 Nota Fiscal na compra de insumos agrícolas datada de 2004;


 Demais provas em nome do esposo
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 Áudio da oitiva do esposo em seu processo de aposentadoria

(Processo nº 0502209-19.2015.4.05.8103), em que o autor


afirmou que a esposa era agricultora e que trabalhavam juntos

quando esta era viva;

DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O Novo Código de Processo Civil de 2015 prevê a tutela antecipada, espécie


da tutela de urgência, em seu art. 300, caput. Senão, vejamos:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. (grifo nosso)

Neste sentido, são dois os requisitos para a concessão da tutela de urgência


antecipada, senão vejamos:

 PROBABILIDADE DO DIREITO

O preenchimento do primeiro requisito para concessão do benefício


pleiteado é incontroverso, pois a requerente possui provas materiais suficientes a corroborar

seu pleito.

 PERIGO DE DANO OU RISCO AO RESULTADO ÚLTIL DO PROCESSO

Está evidente a necessidade de outorga da medida antecipatória ora


pleiteada, sob pena do mesmo vir a sofrer mais danos, os quais, por sua natureza, tornar-se-
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ão irreparáveis.

Os benefícios previdenciários, por definição constitucional, são direitos


sociais. Como têm demonstrado a doutrina e decidido a jurisprudência, possuem natureza
alimentar, indissociável das necessidades vitais básicas da pessoa humana.

O direito subjetivo do AUTOR é o direito à pensão por morte, no valor


irredutível que a lei lhe atribui, como é da NATUREZA ALIMENTAR do benefício previdenciário.

Assim, em face do caráter alimentar que envolve este instituto, fica de pleno demonstrado o
periculum in mora. Na hipótese telada, submeter o PROMOVENTE à delonga do processo,
logicamente, equivale a um não-direito. O direito à vida, ou seja, um direito fundamental, para
que não deságue numa indesejável e despropositada inversão de valores, não pode ser
refreado por mero “tecnicismo processual”.

Desse modo, poder-se-á requerer a tutela antecipada, para que, até o


trânsito em julgado da sentença, possa o AUTOR satisfazer o seu direito ao recebimento do
benefício, que advirá da condenação da Autarquia Promovida.

Ressalta-se que o M.M. Juiz poderia exigir caução para a concessão da tutela
de urgência, conforme prever o Art. 300, § 1 do CPC/2015, no entanto, a requerente é a parte
economicamente hipossuficiente, portanto não possui condições para oferecer tal garantia,
requerendo desde já sua dispensa, conforme preceitua a parte fina do artigo
supramencionado.

Nesse azo, postula a antecipação da tutela, a fim de que retorne ao status

quo ante, percebendo regularmente o benefício a que faz jus até que seja judicialmente
resolvida a lide, a fim de que sejam evitados mais prejuízos por parte do mesmo.

DA UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA

A qualidade de segurado especial da parte autora restou reconhecida nos


autos do processo nº 0502209-19.2015.4.05.8103, o qual tramitou na 31ª vara, e que versava

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sobre benefício de aposentadoria por idade, ou seja, foi reconhecido a atividade por período
que abrange desde antes do óbito da esposa do autor, o que faz com que seja extensível a ela
a qualidade de segurada especial.

Além disso, em audiência no referido processo, o autor afirmou que sua


falecida esposa era agricultora, e que trabalhava exclusivamente na roça.

Dessa forma, requer seja aceito como prova emprestada o áudio da oitiva do
autor no referido processo, como forma de demonstrar a qualidade de segurada especial de

sua falecida esposa.

DO VALOR DA CAUSA

O valor da causa é composto da soma das parcelas devidas desde a data de


requerimento do benefício (15/12/2016) até a 30/06/2017, somados a 12x o salário de
benefício, qual seja, R$ 11.244,00 (onze mil, duzentos e quarenta e quatro reais) (12 x R$
937,00).

De acordo com planilha de cálculo anexa, o valor dos atrasados corresponde

a R$ 6.679,10, os quais, somados a R$11.244,00, totalizam o montante de R$ 17.923,10.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer de Vossa Excelência o seguinte:

 seja concedido o pedido de Justiça Gratuita;


 renunciar ao valor excedente do limite de competência do Juizado Especial
Federal de 60 (sessenta) salários mínimos;

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 seja concedida tutela antecipada, no sentido de que a Autarquia Promovida


efetue mensalmente o pagamento do valor do benefício ao AUTOR até a
sentença de mérito;
 A citação do réu, na pessoa de seu representante legal, para que tome ciência

desta demanda e, no prazo legal, ofereça resposta;


 Seja aceito o pedido de prova emprestada, de forma que seja utilizado o

áudio da oitiva do autor no processo nº 0502209-19.2015.4.05.8103, como


forma de demonstrar a qualidade de segurada especial de sua falecida
esposa;
 A procedência total desta demanda, condenando-se o réu, ao final, a
conceder definitivamente o benefício previdenciário de Pensão por morte ao
Autor, bem como ao pagamento das parcelas vencidas desde a data do
óbito, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e
acrescidas de juros legais moratórios até a data do efetivo pagamento, e ao
pagamento de honorários advocatícios fixados em 20% (vinte por cento)
sobre o valor da causa;
 a individualização da Requisição de Pequeno Valor – RPV, no montante de
30% (trinta por cento) da condenação final em favor da advogada que esta

subscreve, conforme os termos expressos na procuração em anexo;


 a realização de audiência de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do novo

CPC.

PROTESTA-SE provar o alegado por todos os meios de prova em direito

admitidas, notadamente, prova material juntada a esta petição inicial, por juntada de novos
documentos, e ouvida de testemunha, se necessário, TUDO DE LOGO REQUERIDO.

Dá à causa o valor de R$ 17.923,10.

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Termos em que Pede e Espera Deferimento

Sobral/CE, 19 de junho de 2017.

Domitila Machado Mesquita


Advogada
OAB/CE 33.648

Neylane Gomes Linhares


Advogada
OAB/CE 36.309

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