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MATERIAL COMPLE MENTAR

BACHARELADO EM DIREITO – 1º PERÍODO


INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Prof. Dr. Adriano Fábio (adrianofabio@hotmail.com)

AULA 2
O DIREITO E AS CIÊNCIAS AFINS
REALE Miguel. Lições Preliminares de Direito. 25ª Ed., São Paulo. Editora Saraiva, 2001.

Nossa primeira aula destinou-se a situar a Introdução ao Estudo do Direito como um sistema auxiliar e preparatório
de conceitos posto na base das disciplinas jurídicas. Agora, é preciso verificar quais as suas ligações com outras
ordens de conhecimento, como a FILOSOFIA do DIREITO, a TEORIA GERAL DO DIREITO e a SOCIOLOGIA
JURÍDICA.

NOÇÃO DE FILOSOFIA DO DIREITO

A Filosofia pode ser vista como dedicação o sentido de suas transformações? Esses problemas
desinteressada e constante ao bem e à verdade: são de ordem filosófica.
dedicar-se ao conhecimento, de maneira permanente,
sem visar intencionalmente a qualquer escopo prático A definição do Direito só pode ser obra da Filosofia do
ou utilitário, eis a condição primordial de todo e Direito. A nenhuma Ciência Jurídica particular é dado
qualquer conhecimento filosófico. definir o Direito, pois a espécie não pode abranger o
gênero. Nada mais errôneo do que pensar que o que
Existe ao longo do tempo, um fenômeno jurídico que se encontra num livro de Direito Civil seja sempre de
vem se desenrolando, apresentando aspectos Direito Civil. Antes de entrar propriamente no estudo
diferentes de ano para ano, de século para século. O de sua disciplina, o civilista é obrigado a dar algumas
Direito que hoje estudamos não é, por certo, o Direito noções que são pressupostos de sua pesquisa, como
que existia no mundo romano. Tampouco existe é o caso do conceito de Direito, que é um problema
identidade entre a vida jurídica brasileira e a que de ordem filosófica. Outro problema é o relativo à
podemos examinar em outros países, como a Itália. O legitimidade ou fundamento do Direito mesmo. Por
Direito é um fenômeno histórico-social sempre sujeito que o Direito obriga? Basear-se-á o Direito na força?
a variações e intercorrências, fluxos e refluxos no Pode-se explicar o Direito segundo critérios de
espaço e no tempo. utilidade? Fundar-se-á o Direito na liberdade ou terá a
sua razão de ser na igualdade? Basta enunciar tais
Nessa mudança não haverá algo de permanente que perguntas para se perceber que elas envolvem o
nos permita saber em que o Direito consiste? Se ele problema ético do Direito, ou, mais amplamente, dos
muda, não será possível determinar as razões da valores do Direito. O filósofo do Direito indaga dos
mudança? Como explicar o aparecimento do Direito e princípios lógicos, éticos e histórico-culturais do
Direito.

NOÇÃO DE CIÊNCIA DO DIREITO

A Ciência do Direito estuda o fenômeno jurídico tal abstrata, sem referência direta a um campo de
como ele se concretiza no espaço e no tempo, experiência social.
enquanto que a Filosofia do Direito indaga das
condições mediante as quais essa concretização é Donde poder-se dizer que a ciência do Direito é uma
possível. forma de conhecimento positivo da realidade social
segundo normas ou regras objetivadas, ou seja,
A Ciência do Direito é sempre ciência de um Direito tornadas objetivas, no decurso do processo histórico.
positivo, isto é, positivado no espaço e no tempo, como Com isso já esclarecemos outro ponto essencial, que é
experiência efetiva. Assim é que o Direito dos gregos o sentido da expressão Direito Positivo, como sendo o
antigos pode ser objeto de ciência, tanto como o da Direito que entrou em vigor, teve ou continua tendo
Grécia de nossos dias. Não há Ciência do Direito eficácia.

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MATERIAL COMPLE MENTAR
BACHARELADO EM DIREITO – 1º PERÍODO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Prof. Dr. Adriano Fábio (adrianofabio@hotmail.com)

NOÇÃO DE TEORIA GERAL DO DIREITO

“Teoria”, do grego theoresis, significa a conversão de É claro, portanto, que a Ciência Jurídica se eleve ao
um assunto em problema, sujeito a indagação e plano de uma Teoria Geral do Direito, que representa
pesquisa, a fim de superar a particularidade dos casos a parte geral comum a todas as formas de
isolados para englobá-los numa forma de conhecimento positivo do Direito, aquela na qual se
compreensão que correlacione entre si as partes e o fixam os princípios capazes de elucidar-nos sobre a
todo. estrutura das regras jurídicas e sua concatenação
lógica, bem como sobre os motivos que governam os
distintos campos da experiência jurídica.

DIREITO E SOCIOLOGIA

A Sociologia tem por fim o estudo do fato social na sua secundários os “estudos de campo”, relativos a áreas
estrutura e funcionalidade, para saber como os grupos delimitadas da experiência social.
humanos se organizam e se desenvolvem, em função
dos múltiplos fatores que atuam sobre as formas de É nesse contexto que se situa a atual Sociologia
convivência. Com essa noção já podemos ver que a Jurídica, preocupada em determinar as condições
Sociologia não tem por objetivo traçar regras para o objetivas que favorecem ou impedem a disciplina
viver coletivo, mas antes verificar como a vida social jurídica dos comportamentos. A Sociologia Jurídica
comporta diversos tipos de regras, como reage em apresenta-se como uma ciência positiva que procura
relação a elas, nestas ou naquelas circunstâncias etc. compreender como as normas jurídicas se apresentam
efetivamente, isto é, como experiência humana, com
A Sociologia desenvolve-se como investigação das resultados que não raro se mostram bem diversos dos
estruturas do fato social, inseparáveis de sua que eram esperados pelo legislador. A Sociologia
funcionalidade concreta, sem considerar acessórios ou Jurídica não visa à norma jurídica como tal, mas sim à
sua eficácia ou efetividade, no plano do fato social.

DIREITO E ECONOMIA

Segundo o chamado “materialismo histórico”, o forma de produção. Não é possível reduzir essa
Direito seria uma superestrutura, de caráter relação a nexos causais, nem tampouco a uma relação
ideológico, condicionada pela infraestrutura entre forma e conteúdo.
econômica. É esta que, no dizer de MARX, modela a
sociedade, determinando as formas de Arte, de Moral Nada justifica o entendimento do Direito como forma
ou de Direito, em função da vontade da classe abstrata e vazia casada a um conteúdo econômico. A
detentora dos meios de produção. Quem comanda as questão é bem outra, por ser próprio do Direito
forças econômicas plasma o Estado e o Direito, receber os valores econômicos, artísticos, religiosos
apresentando suas volições [decisões] em roupagens etc., sujeitando-os às suas próprias estruturas e fins,
ideológicas destinadas a disfarçar a realidade dos tornando-os, assim, jurídicos na medida e enquanto
fatos. os integra em seu ordenamento. Diríamos que o
Direito é como o rei Midas. Se na lenda grega esse
Os próprios marxistas mais abertos à crítica já monarca convertia em ouro tudo aquilo em que
reconheceram o caráter unilateral dessa colocação do tocava, o Direito converte em jurídico tudo aquilo em
problema, a qual peca do vício lógico de conceber uma que toca, para dar-lhe condições de realizabilidade
estrutura econômica anterior ao Direito e garantida, em harmonia com os demais valores
independente dele, quando, na realidade, o Direito sociais.
está sempre presente, qualquer que seja a ordenação
das forças econômicas. Há, pois, entre Economia e
Direito uma interação constante, não se podendo
afirmar que a primeira cause o segundo, ou que o
Direito seja mera “roupagem ideológica” de uma dada

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