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Centro de Preparaçao aos Exames de Admisao ao Ensino Superior- CPEAES www.cpeaes.ac.

mz
Por: Justino M. J. Rodrigues

PREFÁCIO

O presente livro (manual) foi preparado pelos professores deste centro (CPEAES) sob a sua
coordenação e é destinado ao âmplo circulo de estudantes ocupados no estudo de preparação aos
exames de admissão para o ensino superior ou no desenvolvimento da actividade pedagógica nos
centros de ensino e pesquisa em particular.
O traço característico deste livro (manual) consiste em expor os problemas e as tendências
actuais de planos curriculares orientados para o ensino geral e técnico nacional, o
aperfeiçoamento e assimilação das matérias dadas nas escolas, assinalados sob óptica do
desenvolvimento estável dos princípios básicos da teoria e da prática, planificação dos métodos
de estudos, sem expor a metodologia concreta de planificação.
Os autores põe em destaque os elementos que devem ser assimilados e que possam ser úteis nas
diferentes condições de avaliação nos exames de admissão de modo a alcançar os objectivos
desejados.
O livro pode ser utilizado como material de estudo.

O CPEAES ficar-lhe-á muito grato se nos dar a conhecer a sua opinião a cerca da tradução do
presente livro, assim como acerca da sua apresentação e impressão.
Agradecer-lhe-emos também qualquer outra sugestão.

NB: Este livro é propriedade do centro e todos seus direitos e obrigações estão reservados a este
centro ( CPEAES )
É expressamente proibido a sua reprodução, seja ela por fotocópia ou outra forma electrónica,
tanto como a sua venda fora deste estabelecimento (CPEAES) como detentor de todos direitos.

Maputo, Maio de 2007


Justino M. J. Rodrigues (Coordenador )

Justino Rodrigues ( Coordenador ),E– Mail rjustino20@yahoo.com.br , Cel? 82-0432 760- www.cpeaes.ac.mz 17
Centro de Preparaçao aos Exames de Admisao ao Ensino Superior- CPEAES www.cpeaes.ac.mz
Justino Rodrigues(Coordenador), E-mail: rjustino20@yahoo.com.r, Cell: +258-82 0432 760

Introdução

Este manual de História, foi compilado e adaptado para apoiar os candidatos a Exames de Admissão
na UEM. O trabalho resulta da selecção de variadas e valiosas obras, de pesquisadores nacionais e
estrangeiros, por nós consultadas e devidamente referenciadas (a todos eles vão os nossos sinceros
agradecimentos). Neste âmbito evidenciamos de forma particular os manuais de História de
Moçambique (os actuais volumes I e II editados na UEM), cujos textos tentamos resumir e adaptá-los
aos interesses do nosso curso.
Com esta singela contribuição pretendemos, fundamentalmente, sistematizarr as temáticas básicas,
propostas para os exames, por forma a facilitar ao candidato a assimilação dos conteúdos essenciais
que devem ser retidos. Assim sendo, aconselhamos vivamente aos utentes deste instrumento a
consultarem a lista bibliográfica contida no final deste manual. Os trabalhos por nós indicados, nesta
lista, não são os únicos podendo cada candidato optar por outras leituras por forma a aprofundar os
seus conhecimentos e apreender o encadeamento dos factos históricos que fazem parte da grelha
temática aqui proposta. Para o efeito, é imprescindível efectuar visitas às bibliotecas disponíveis na
cidade do Maputo, onde poderão ser encontradas grande parte das obras por nós recomendadas.
O programa do curso de preparação ao exame de da disciplina História contempla conteúdos,
oficialmente aprovados pela Comissão de Exames da UEM, constituídos por três áreas básicas: i)
História Geral, ii) História de África e iii) História de Moçambique.
Para o tratamento destes assuntos adoptaremos a seguinte metodologia de trabalho:
a) aulas de expositivas concernentes aos temas previstos para o exame de admissão,
b) consolidação da matéria através da resolução de exercícios de aplicação contemplados em cada
unidade temática, revisão dos exames de admissão realizados em épocas passadas,
c) finalmente da realização de testes de simulação para se apurar o nível de acompanhamento e
preparação de cada candidato.
Lembre-se, caro candidato, que o seu sucesso dependerá, fundamentalmente, da sua capacidade de
organização e do seu árduo empenho durante os meses de preparação!

Maputo, Maio de 2007


António Manuel Manso ( docente do Departamento de História – Universidade Eduardo Mondlane)

Boa Sorte!

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 1


Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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PLANO TEMÁTICO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA


SECÇÃO A : HISTÓRIA GERAL (TOTAL DE TEMPO PREVISTO 35 HORAS)

I. UNIDADE – TEMA : HISTORIOGRAFIA1


II. UNIDADE – TEMA : AS REVOLUÇÕES BURGUESAS (Tempo previsto 15 horas)
II. 1 – Causas gerais das Revoluções Burguesas 1
II. 2 – A Revolução Inglesa 1642-1688 4
II. 3 – A Revolução Americana 1774-1783 4
II. 4 – A Revolução Francesa 1789-1799 6

III. UNIDADE – TEMA : A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918) ( Tempo previsto 6 horas)
III.1 – O imperialismo e as relações internacionais (séc. XIX a 1914)
III. 2 – O desenvolvimento do conflito (as principais fases do conflito)
III. 3 – A intervenção dos EUA no conflito e o armistício de Brest-Litovsk
III. 4 – A capitulação da Alemanha e a Paz de Paris de 1919
III. 5 – Consequências gerais da guerra (políticas, económicas e sócio-demográficas)

IV. UNIDADE – TEMA : O FASCISMO E O NAZISMO (Tempo previsto 6 horas)


IV.1 – Causas gerais da emergência dos partidos nacionalistas
IV. 2 – A Itália : o Fascismo
IV. 3 – A Alemanha : o Nacional-socialismo
IV. 4 – A Espanha : o Franquismo
IV. 5 – Portugal : o Salazarismo

V. UNIDADE – TEMA : A II GUERRA MUNDIAL (1939-1945) (Tempo previsto 4 horas)


V. 1 – As relações internacionais pós-Versalhes (1919-1939)
V. 2 – Os principais desenvolvimentos da II Guerra Mundial
V. 3 – Tratados e conferências da II Guerra Mundial (1941-1945)

VI. UNIDADE – OS CONFLITOS INTERNACIONAIS APÓS A II GUERRA MUNDIAL (1945-1990)


(Tempo previsto 4 horas)
VI. 1 – Características gerais da política internacional no pós-guerra
VI. 2 – Como se manifestou a "guerra fria" ?
VI. 3 – A crise e a queda do bloco comunista
VI. 4 – O unipolarismo político (de 1990 à actualidade)

1
Em virtude de existir um manual oficial, relativo a esta temática, não incluimos neste manual nenhum texto referente
a esta disciplina, contudo serão feitos direccionamentos específicos sobre as matérias sugeridas pela Comissão de Exames.
Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 2
Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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SECÇÃO B : HISTÓRIA DE ÁFRICA (TOTAL DE TEMPO PREVISTO 12 HORAS)

VII. UNIDADE – TEMA : A PARTILHA DE ÁFRICA (Tempo previsto 6 horas)


VII. 1 – O impacto da Revolução Industrial na economia capitalista europeia
VII. 2 – O processo de colonização de África
VII. 3 – Os tratados e conferências sobre a partilha de África
VII. 4 – Principais conflitos coloniais
VII. 5 – Principais formas de ocupação territorial e de resistência ao domínio colonial
VII. 6 – Formas de administração colonial
VII. 7 – Personalidades estadistas e defensores da política colonial

VIII. UNIDADE – TEMA : A FEDERAÇÃO DAS RODÉSIAS E DA NIASSALÂNDIA ( tempo previsto 2 horas)
VIII. 1 – Contextualização
VIII. 2 – Pressupostos para a criação da Federação das Rodésias e da Niassalândia
VIII. 1 – VII. 3 – O caminho sinuoso : da criação ao declínio da federação (1953-1963)

IX. UNIDADE – TEMA : BREVE HISTÓRIA DO APARTHEID (Tempo previsto 4 horas)

IX. 1 – O povoamento da África do Sul


IX. 2 – Do ordenamento jurídico-político à descriminação racial
IX. 3 – A formação e a consolidação do nacionalismo afrikaner
IX. 4 – O declínio do apartheid

SECÇÃO C : HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE (TOTAL DE TEMPO PREVISTO 12 HORAS)

X. UNIDADE – TEMA : GRUPOS ETNO-LINGUÍSTICOS DE MOÇAMBIQUE (Tempo previsto 4 horas)


X. 1 – A definição do conceito bantu
X. 2 – As causas da migração bantu
X. 3 – O processo de expansão bantu
X. 4 – Os grupos etno-linguísticos de Moçambique
X. 5 – Os grupos etno-linguísticos fronteiriços
X. 6 – Os sistemas de parentesco
X. 7 – As actividades económicas

XI. UNIDADE – TEMA : A PENETRAÇÃO MERCANTIL ÁRABO-PERSA (Tempo previsto 2 horas)


XI. 1 – A periodização
XI. 2 – A origem dos mercadores
XI. 3 – Os principais entrepostos comerciais na costa oriental de África
XI. 4 – As consequências gerais da actividade mercaltil árabo-persa

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XII. UNIDADE – TEMA : A PENETRAÇÃO MERCANTIL PORTUGUESA SÉCULOS XVI-XVIII
(Tempo previsto 4 horas)
XII. 1 – A fase do ouro (X – segunda metade do séc. XVII)

XII. 2 – A fase do marfim (finais do séc. XVII-1750/60)


XII. 3 – A fase dos escravos (1750/60-finais do séc. XIX)

XIII. UNIDADE – TEMA : OS PRAZOS (Tempo previsto 2 horas)


XIII. 1 – Definição do termo prazo
XIII. 2 – Quem eram os prazeiros?
XIII. 3 – Os deveres do prazeiro
XIII. 4 – A área ocupada pelos prazos
XIII. 5 – As causas do declínio dos prazos

XIV. UNIDADE – TEMA : O SUL DE MOÇAMBIQUE E O TRABALHO MIGRATÓRIO


(Tempo previsto 4 horas)
XIV. 1 – Causas gerais do fenómeno
XIV. 2 – Os principais intervenientes no recrutamento de mão-de-obra
XIV. 3 – As cláusulas do Trabalho Migratório para a África do Sul
XIV. 4 – Consequências gerais do Trabalho Migratório

XV. AS COMPANHIAS MAGESTÁTICAS E ARRENDATÁRIAS (Tempo previsto 2 horas)


XV. 1 – Contextualização
XV. 2 – Breve cronologia das companhias
XV. 3 – As funções das companhias: económica e político-administrativa

XVI. TEMA : O NACIONALISMO ECONÓMICO DE SALAZAR (1930 – 1960) (Tempo previsto 4 horas)
XVI. 1 – Contextualização
XVI. 2 – Principais instrumentos da política salazarista
XVI. 3 – Reforço do aparelho colonial administrativo e o seu impacto em Moçambique
XVI. 4 – Promoção da burguesia nacional portuguesa

XVII. UNIDADE – TEMA : BREVE CRONOLOGIA SOBRE A HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE MOÇAMBIQUE


(Tempo previsto 4 horas)
XVII. 1 – Cronologia de factos políticos
XVII. 2 – Cronologia de factos económicos

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SECÇÃO A : HISTÓRIA GERAL

I. UNIDADE – TEMA : AS REVOLUÇÕES BURGUESAS

I. 1 - CAUSAS GERAIS DAS REVOLUÇÕES BURGUESAS


Dá-se o nome de Revoluções burguesas2 a um vasto movimento de carácter sócio-politico ocorrido na
Europa (na Inglaterra e na França) e na América (nas 13 colónias inglesas da América do Norte), entre
os séculos XVII e XVIII. Estes conflitos produziram mudanças radicais caracterizadas pelos seguintes
aspectos: i) derrube do absolutismo e instauração do liberalismo político; ii) introdução do
constitucionalismo (a lei acima do rei); iii) separação dos poderes (executivo, legislativo, e judicial);
iv) defesa dos direitos básicos dos cidadãos (as liberdades individuais, o direito à propriedade privada
e à garantia da segurança social) v) ascensão da burguesia como nova elite política e declínio da
nobreza.
Quais foram as causas das mudanças ocorridas na Europa e nas 13 colónias britânicas da
América do Norte?
Entre vários aspectos distinguiremos fundamentalmente, os factores políticos, sociais, económico-
financeiros e ideológicos. Algumas destes aspectos são verificáveis só em determinados países, por
isso as causas específicas das revoluções burguesas serão abordadas nos capítulos subsequentes
reservados à análise de cada uma delas.

1.1. Factores políticos


Durante a Idade Média a Europa foi caracterizada essencialmente pela existência de regimes
monárquicos absolutistas. Numa primeira fase os Estados são governados de acordo com os
interesses da cortes reais e das classes nobiliarcas, sem tomar em consideração as reivindicações do
Terceiro estado (parte integrante das assembleias dos representantes) constituído por indivíduos que
contribuíam (com o seu trabalho e através do pagamento de impostos) para a sobrevivência de uma
nobreza parasitária.

2
Apesar deste termo estar, aparentemente, ligado aos fenómenos ocorridos nos espaços acima mencionados, é
importante tomar em conta que as revoluções burguesas tiveram lugar, posteriormente, em outros continentes e países e
ditaram a entrada para o sistema capitalista dirigido por elites financeiras e industriais ditas burguesas. Um dos vários
exemplos a mencionar é o da Revolução Meiji/Meiji ishin ocorrida no Japão entre 1868 e 1912.
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Foi neste contexto que a burguesia comercial, necessitando de protecção e facilidades para realização
das suas actividades mercantis fora da Europa estabeleceu, numa primeira fase, alianças com a coroa
real. Como contrapartida, esta beneficiava de dividendos diversos bem como de impostos em dinheiro
pagos pelos comerciantes (principais detentores do capital comercial). Contudo à medida que a
burguesia foi-se fortalecendo economicamente, passou a contestar as arbitrariedades cometidas pelas
cortes reais e a exigir o respeito das leis que vigoravam em cada Estado.
O que é que a burguesia contestava?
1. A não convocação das assembleias dos representantes (o Parlamento na Inglaterra e os Estados
Gerais na França) para deliberar assuntos importantes da nação.
2. As prisões arbitrárias e inexistência de julgamentos e as execuções sumárias a mando da corte real
e dos altos dignitários como forma de silenciar os seus opositores.
3. Falta de gozo pleno dos direitos e das liberdades individuais por parte dos súbditos, que se reflectia,
entre outros aspectos na prática do sufrágio censitário excluindo-se deste modo as classes inferiores do
cenário político. Portanto, foi nesta base que aos aspectos políticos se acrescentaram também
reivindicações de índole social.

1.2. Factores sociais


Durante a Idade Média vigorou o regime feudal caracterizado por uma sociedade dominada pelos
latifundiários, estruturada por ordens ou estados, que obedecia a uma hierarquia baseada na
importância social das camadas aristocráticas. Era uma sociedade trinitária, isto é, constituída por três
ordens: Em primeiro lugar estavam os senhores espirituais (o clero: cardeais, arcebispos, bispos), em
segundo os senhores laicos (a Nobreza de nascimento e a nobreza de toga/funcionários) e por último
"os outros" - o Terceiro Estado.
Enquanto que o clero e a nobreza (camadas sociais aristocráticas) usufruíam de vários privilégios, o
terceiro estado (os súbditos) era relegado para últimas instâncias e sobre ele recaíam múltiplas
obrigações. Foi neste contexto em que a burguesia se levantou para exigir o fim dos privilégios do
clero e da nobreza, ao mesmo tempo que os camponeses reclamavam fundamentalmente a abolição da
servidão (rendas, corveias e banalidades) exigidas pelos senhores feudais.

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Quais eram os deveres e os privilégios de cada ordem? Observa atentamente o quadro

Ordens/Estados Deveres/obrigações/sacrifício Privilégios


Clero
Cardeais * Recebem o dízimo pago pelos
Arcebispos camponeses residentes nas terras
Bispos Rezar (prestação de serviços espirituais) para a episcopais ou de abadias
Abades nobreza e para os camponeses *<São julgados pelo tribunal eclesiástico
superiores de ordens monásticas (direito canónico) e não pelos tribunais
laicos
recebem terras doadas por altos
dignitários (nobres)
* isentos de pagar impostos
*isentos do serviço militar
Nobreza
Nobreza de nascimento Lutar (considerado sacrifício de sangue) ou seja * recebe diversas contribuições/tributos (
Nobreza de corte proteger o clero e os camponeses renda, corveia e banalidades,
Nobreza de espada ou de sangue * isentos de pagar impostos
=cavaleiros e oficiais do exército (altos
dignitários militares)
Nobreza de toga
Terceiro Estado Pagam o impostos (geralmente em dinheiro) e Podem comprar títulos honorífico
burguesia comercial diversas taxas impostas pelos monarcas (conde, alcaide, duque etc.)

* Pagam as rendas (em espécie/dinheiro)em


retribuição de lotes de terra que recebem do senhor
Camponeses (colonos livres, servos da laico
gleba) prestam trabalhos diversos (corveias) NENHUM
* efectuam contribuições várias (banalidades) tais
como peagens, portagens, o uso do moinho e do
lagar do senhor, a aposentadoria, e os serviços de
hoste
* Pagam o dízimo (em espécie/dinheiro)em
retribuição de lotes de terra que recebem do senhor
espiritual (bispos/abades)

Desta tabela conclui-se que sobre o Terceiro Estado recaiam múltiplas obrigações e benefícios
extremamente reduzidos; por isso a burguesia (camada social economicamente abastada) começou a
reivindicar um melhor tratamento, porque contribuía significativamente para o tesouro do Estado. Por
outro lado, os burgueses já não estavam dispostos a continuar a alimentar a classe nobiliarca que a
consideravam de parasitária.
1.3. Factores financeiros

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De uma forma geral os cofres dos estados encontravam-se vazios, devido a múltiplos gastos de
dinheiro aplicado no financiamento de guerras e em despesas supérfluas (em vestuário, na construção
de palácios sumptuosos e na realização de grandes recepções). Esta situação obrigou aos monarcas a
decretarem impostos arbitrários o que provoca fortes protestos por parte dos burgueses o principal
sector a ser taxado e também dos camponeses a quem recaia uma grande parte das obrigações feudais.
Em contrapartida a burguesia, ciente do seu poderio económico, passou a exigir que o lançamento das
tributações fiscais fosse discutido e obtivesse consenso prévio nas assembleias dos representantes que
não eram convocadas fazia bastante tempo. Estas e outras reivindicações encontravam eco na nova
mentalidade cujos fundamentos estavam baseados no Iluminismo ou século das luzes.

1.4. Aspectos ideológicos


A nova ideologia iluminista surgida nos séculos XVII e XVIII (na Inglaterra e na França) era defendia
os seguintes princípios :
- a crença na possibilidade de esclarecimento, da iluminação, das luzes, lutando contra o
obscurantismo, as crendices; enfim apostavam na ciência que poderia trazer o progresso e a
felicidade para a humanidade,
- o racionalismo (a razão/pensamento) é o único meio válido para o conhecimento da realidade; este
visava essencialmente a luta contra o dogmatismo e a fè católica (elementos predominantes na
mentalidade medieval e que servia para a justificação de todos os fenómenos),
- a defesa das liberdades individuais (liberdade de expressão, de pensamento de associação e de culto)
- a luta pela igualdade de direitos (baseada na premissa de que os homens nascem e permanecem livres
e iguais em direitos
- o homem devia lutar pelo progresso com vista a atingir a felicidade como meta final.
Estes e outros princípios foram elaborados pelos filósofos iluministas dos quais destacamos:
John Locke da Inglaterra (1632-1704) promotor do liberalismo político, Montesquieu (1689-1755)
autor da obra o Espírito das Leis apresentaram a teoria do contrapeso e a ideia da separação de
poderes ainda no âmbito do regime monárquico.
Rousseau (1712-1778), mentor do Contrato Social, defensor da República e das liberdades
individuais;
Voltaire (1694-1778) da França, defensor da propriedade privada, das reformas dos privilégios
senhoriais e da tolerância religiosa.
Outros pensador iluministas de renome são: Diderot, D'Alembert, Condorcet, Condillac etc.

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Estas e outras ideias alimentaram revoluções burguesas que ocorreram nas datas seguintes:
- Revolução Inglesa (1640 -1688)
- Revolução Americana também conhecida pela designação de Independência das 13 colónias inglesas
da América do Norte 1774/5 -1783
- Revolução Francesa 1789 -1795/9
Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:
Feudalismo, sociedade trinitária, sociedade estamental, Burguesia, absolutismo, antigo regime, privilégios senhoriais,
liberalismo político, constitucionalismo, liberdades individuais, coroa real, rendas, corveias e banalidades, Terceiro Estado,
Iluminismo

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TEMA I.2 : REVOLUCÃO BURGUESA NA INGLATERRA (1642-1688)

I.2.1. Antecedentes
Durante vários anos a Inglaterra foi governada por monarcas absolutistas dos quais se destacaram:
Jaime I (1603-1625), Carlos I (1625-1649) e posteriormente Carlos II e Jaime II (os dois últimos
foram menos expressivos na política interna do país).
De 1611 a 1621 Jaime I governou praticamente sem consultar o Parlamento e após a sua morte (1625)
foi sucedido pelo seu filho Carlos I, que prosseguiu com a política absolutista e expansionista. O novo
rei envolveu-se em guerra com a França e por isso necessitava urgentemente de recursos financeiros
para poder sustentá-la. Como o Parlamento se recusava a conceder mais do que estava previsto pela
lei, Carlos impôs impostos compulsivos aos cidadãos e puniu os refractários enviando tropas para as
suas residências ou colocando-os em prisão sem processo. Contudo a medida mais impopular,
decretada pelo rei, foi chamada ship money - um novo imposto naval que passou a ser aplicado não só
as cidades costeiras (como era hábito), mas também aos condados do interior. Esta contribuição fiscal
irritou particularmente aos comerciantes e serviram de pretexto para fortalecer a oposição desse grupo
à tirania monárquica.
As tensões entre a corte real e os contribuintes agudizaram-se de tal forma que em 1628 o rei foi
obrigado a aceitar a "Petição dos Direitos" (um documento elaborado em 1628 pelos partidários do
Parlamento maioritáriamente constituído por burgueses) reevindicações baseadas na Magna Carta de
1215. Pressionado pela situação, Carlos I viu-se obrigado, após 11 anos de governo autocrático (1629-
1640), a convocar o Parlamento em 1640 a fim de obter dinheiro para punir a resistência escocesa.
Sabendo muito bem que o rei nada podia fazer sem dinheiro, os líderes da Câmara dos comuns
determinaram tomar em suas mãos as rédeas do governo. Aboliram as contribuições navais e os
tribunais especiais que tinham servido como instrumento do absolutismo, aprisionaram vários
representantes deste regime, decretaram uma lei proibindo que o monarca dissolvese o parlamento e
decidiram que este órgão se reunisse em sessão pelo menos uma vez de 3 em 3 anos. Carlos I
respondeu a estas exigências com uma demonstração de força. Na sequência do endurecimento de
posições, ambos os lados reuniram tropas e prepararam-se para uma guerra civil que se desenrolou
entre os anos 1642 e 1648.
I.2.2 PRINCIPAIS FASES DO CONFLITO
1a Fase: 1642 – 1649 (GUERRA CIVIL)

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O conflito inicia opondo a Coroa à facção do Parlamento (os rounds heads), também conhecido como
o exército do parlamento , liderado por Oliver Cromwell. A coroa real era especialmente apoiada
pelos cavaleiros (membros da cavalaria – sector de elite do exército real) representantes da nobreza e
do clero. Numa primeira fase registou-se uma supremacia das tropas reais em relação às do Parlamento
inexperientes, mal treinadas e equipadas. Contudo após a batalha de Naseby (14.6.1645) o rei é
aprisionado
Em 1648 Cromwell (puritano) com um exército novo leva o Parlamento a declarar o rei traidor e em
1649 Carlos I foi julgado e decapitado. Consequentemente foi abolida a monarquia e instituída a
República (a Commonwealth ou seja o bem comum). Em suma, a guerra entre o monarca e o exército
do Parlamento possibilitou a tomada do poder pela classe burguesa (maioritariamente constituída por
puritanos que aumentava e se desenvolvia paulatinamente, isto é, uma oligarquia militar e religiosa)
bem como a implantação da República – a Commonwealth.

I.2.3. 2a Fase: 1649-1658 (PROTECTORADO DE CROMWELL)


Após a sua subida ao poder Cromwell suprime a Câmara alta e o Conselho de Estado. Com efeito, em
1653 dissolve o Parlamento e assume o título de "Lorde-protector da República da Inglaterra, da
Escocia e da Irlanda".Para esmagar a resistência divide a Inglaterra em 12 regiões cada uma delas
governada por um chefe militar; Cromwwell passa então a governar praticamente de uma forma
despótica, vitalícia e seu cargo tornou-se hereditário. Foi neste contexto que surgiram contradições no
seio do exército do Parlamento devido à reformas militares efectuadas por Cromwell: alguns puritanos
que constituiram uma oposição parlamentar designada por niveladores (levellers) que segundo Mota,
"aspiravam a uma democracia pequeno-burguesa controlada pelos pequenos produtores, e por isso
atacavam a grande burguesia", defendiam também, como explica Burns "os mesmos direitos políticos
e privilégios para todas as classes, negando qualquer intenção igualitária a nível da propriedade e
insistiam que a soberania é inseparável do povo e que o governo deveria repousar sobre o
consentimento dos governados". Exigiam também uma constituição escrita, o sufrágio universal
masculino e a supremacia do Parlamento. Surgiu uma outra facção a dos diggers estes eram
"defensores de uma espécie de comunismo agrário" bem como advogavam "o direito de cultivar o solo
por conta própria". Esta foi considerada a mais radical facção popular da revolução inglesa.
Após a sua morte (1653), Cromwell foi sucedido pelo seu filho Ricardo, que entretanto não conseguiu
manter as rédeas do poder e abdicou oito meses depois da sua ascensão. A oposição aproveitou-se

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desta fragilidade e restaurou a monarquia, ou seja o poder voltou às mãos da dinastia Stewart,
representada doravante pelos monarcas Carlos II e posteriomente Jaime II.

I.2.4. 3a Fase: 1660-1688 (RESTAURAÇÃO DA MONARQUIA E REVOLUÇÃO GLORIOSA)


A política pró-catolicista e as hostilidades ao Parlamento levada a cabo pelos dois monarcas
ascendentes ao poder (Carlos II e Jaime II) provocou, no seio da oposição, reações contraditórias que
conduziram ao surgimento de duas facções parlamentares: os whigs-liberais e os tories-conservadores.
Após vários conflitos internos, e para evitar as prisões arbitrárias, a oposição consegue impôr o
respeito pelos direitos individuais com a introdução do Habeas Corpus, um documento apresentado
pelos liberais em 1679.
As duas correntes do Parlamento uniram-se e convidaram, secretamente, Guilherme de Orange (Chefe
do governo holandês casado com Maria filha mais velha de Jaime II) a intervir militarmente na
Inglaterra sob as condições seguintes: a manutenção do protestantismo e do Parlamento (isto é aceitar
e respeitar a Declaração dos Direitos de 1689). Posto ao corrente da situação, Jaime II abandonou o
poder e refugiou-se na França: desta forma não houve confrontação militar e a intervenção de
Guilherme II não provocou derramamento de sangue. Este facto foi designado por Revolução Gloriosa
de 1689.
Assim ocorreu o triunfo do Parlamentarismo e da Monarquia Constitucional. Desde então a vida
política da Inglaterra é marcada por eleições periódicas que conferem ao partido vencedor o direito de
governar. A revolução política estimulou a acumulação de capital e o desenvolvimento do sistema
capitalista que se consolidaria com a revolução industrial iniciada por volta de 1760. Na França o
regime absolutista manteve-se e resultou numa profunda revolução sócio-política que eclode na
segunda metade do século XVIII em 1789. Com efeito, analisaremos primeiro os acontecimentos
ocorridos nas ex-colónias britânicas da América do Norte e seguidamente a Revolução Francesa de
1789-1799.

Ao terminar esta unidade o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Magna Carta, Parlamento, ship money, Petição dos Direitos de 1628, rounds heads, Commonwealth, niveladores/ levellers,
whigs, tories, Habeas Corpus, Monarquia Constitucional, Revolução Gloriosa de 1689, Declaração dos Direitos/The Bill of
Rights (1689)

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TEMA I. 3: A REVOLUÇÃO AMERICANA 1774 - 1783

O fenómeno que agora iremos estudar é por alguns autores designado por Revolução Americana e por
outros preferem utilizar o otítulo de Emancipação/Luta pela Independência das 13 colónias britânicas
da América do Norte.
Para melhor compreensão deste fenómeno é necessário ter sempre presentes dois acontecimentos
nomeadamente: i) o facto deste acontecimento ter ocorrido após a Revolução Burguesa da Inglaterra
1642-1689), ii) o carácter proteccionista da economia britânica tendente a monopolizar a hegemonia
da actividade mercantil (mercantilismo) bem como as rotas marítimas para o ultramar e iii) o facto de
em simultâneo estar a decorrer a Revolução Industrial fenómeno decisivo para o fortalecimento
económico da burguesia.

I.3.1 : Em que circunstâncias os europeus colonizaram o continente americano?


O afluxo dos colonos na América do Norte é resultado de vários fenómenos ocorridos na Europa
Ocidental, entre os séculos XV e XVII, dos quais destacamos: a) a Expansão Marítima Europeia e a
consequente colonização de vários continentes em geral e da América do Norte em particular
b) a migração forçada de crentes protestantes motivada por perseguições políticas e religiosas
Foi na sequência destes e de outros factores, que se realizou-se o povoamento das 13 colónias América
do Norte obedecendo à ocupação geográfica de três zonas distintas da América do Norte a saber:

- A Nova Inglaterra ( New England ) um conjunto de colónias localizadas a Norte 'das quais se
destacam (Plymouth, Massachusetts, Connecticut, New Haven, Rhoden Island e New Hampshire) com
um centro industrial importantíssimo (em Boston), uma agricultura desenvolvida em moldes
capitalistas bem como se dedicavam à pecuária; destaque especial vai para o desenvolvimento da
educação e do ensino nas universidades de Harvard e Yale;
- Quatro colónias do Centro, onde se haviam fixado holandeses, suecos e ingleses. Aqui estavam
localizados importantes centros da indústria metalúrgica, das finanças e da cultura em Nova Iorque,
Filadélfia, Nova Jersey, Pensilvânia e Delaware;
- Cinco colónias no Sul viradas fundamentalmente para a agricultura (cultivavam o tabaco, o arroz e o
algodão) desenvolvida por uma aristocracia de carácter feudal. O principal centro destes migrantes era
a Virgínia, Maryland e Carolina do Norte bastião dos escravocratas e da
economia de plantações os colonos localizados nesta.

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I.3.2 : Causas Políticas


Os colonos britânicos ansiavam a uma autonomia política em relação à metropole, bem como pretendiam
fazer-se representar no Parlamento de Londres como forma de melhor defenderem os seus interesses.Esta
situação resultou fundamentalmente do desentendimento entre a colonos e a metrópole causado pela
política proteccionista londrina. Como explica Prada "...os grandes importadores da Nova Inglaterra, e
aproveitando um estado de descontentamento político e económico, conduziram as coisas para uma rotura
com a metrópole, consumada em 1783 pelo Tratado de Versalhes"
I.3.3 : Causas Económicas
A burguesia local (colonos) lutava contra a introdução sistemática de taxas fiscais nas colónias
americanas, uma vez que as mesmas dificultavam a produção industrial e limitavam a concorrência devido
a política proteccionista da Inglaterra. Desde 1773 o governo britânico havia decretado sobre o melaço
proveniente das Antilhas taxas extremamente elevadas, com o objectivo de reservar este comércio, bem
como o de rum, exclusivamente à metrópole. Os colonos não aceitaram esta situação e passaram a fazer o
contrabando destas mercadorias. Foi neste contexto que, entre 1763 à 1773, a Inglaterra decretou várias
leis e taxas tais como: em 1763 a proibição dos colonos se expandirem territorialmente para o Ocidente da
América do Norte (uma lei contestada fundamentalmente pelos farmeiros e escravocratas), a lei do açúcar
em 1764, a Lei do selo em 1765 e a Lei do melaço e a concessão do monopólio da comercialização do
chá para a América à Co. Inglesa das Índias Orientais em 1765. Sobre esta situação Godechot explica :
"Perante as primeiras reevindicações o governo britânico cedeu : aboliu o imposto do selo, reduziu os
direitos previstos na lei do açúcar, mmanteve integralmente o direito de de decretar impostos sobre as
colónias. Com efeito, em 1767 o Parlamento decretou novamente impostos sobre o papel, o vidro o
chumbo e o chá"3.
I.3.4 : Como reagiram os colonos?
Em 1773 respondendo à esta medida, os colonos revoltaram-se e ocorreu uma famosa manifestação
popularmente conhecida por "Boston Tea party". No ano seguinte Londres ordenou o encerramento do
porto de Boston e na tentativa de amedrontar os colonos o exército inglês matou 3 cidadãos bostonianos,
que tentavam impedir a implementação desta medida ( este acontecimento ficou conhecido como sendo o
"Massacre de Boston").
Posteriormente, em Setembro de 1774, realizou-se em Filadélfia o 1o Congresso Continental, que reuniu

3
Jean Godechot, Les révolutions, in, R. Grousset et Émili G. Léonard, Histoire Universselle III – De la Réforme à
nos Jours, éditions Gallimard, Bruges, 1958;
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participantes de 12 colónias à excepção da Geórgia. Neste encontro foi declarado o boicote comercial
contra a Inglaterra. Em resposta Londres decretou o "Acto de Restrição" segundo o qual as colónias
estavam proibidas de comercializarem directamente com outros países sob pena de os seus barcos serem
aprisionados. Estas medidas irritaram os colonos insurrectos e determinaram a radicalização de posições
que conduziram ao início da confrontaçao militar.
A 14 de Julho de 1776 foi realizado o II Congresso de Filadélfia que produziu os seguintes resultados:
a) eleição de George Washington como chefe militar dos insurrectos,
b) apresentação da Declaração de Independência dos EUA por Thomas Jefferson. Este último acto
marcou a
separação política entre a metrópole e as colónias.
Em 1783 em Versalhes a Inglaterra reconhece oficialmente a Independência dos EUA. Contudo só em
1787
entrou em vigor a nova Constituiçao dos EUA que fixava os mecanismos da nova República:
- introdução de uma República Federal
- poder executivo representado pelo Presidente escolhido por um colégio eleitoral composto por
representantes
dos Estados eleitos pelo Congresso estadual)
- poder legislativo pertencente ao Congresso dos EUA (sudividido em 2 câmaras: a do Senado -
câmara alta e a
dos Representantes)
- poder judicial representado pelo Tribunal Supremo (High Court).
Em suma a Constituição de 1787 consagra 2 princípios importantes: o da separação de poderes
(legislativo, executivo e judicial) e o da descentralização (instância federal e nível estadual), como explica
Godechot. Luís Rodrigues analisa o impacto deste fenómeno de forma mais acutilante afirmando que a
Revoluçao Americana "foi, primeiro que tudo, um processo de emancipação política ou de
autodeterminação em relação ao domínio colonial britânico; foi, depois, um evento militar, uma guerra
cuja dimensão, quer militar, quer diplomática, urge não desprezar, uma vez que, como se erá, veio a
assumir uma feição decisiva em momentos determinantes deste processo; foi, por fim, uma verdadeira
revolução política que implantou um novo tipo de governo e de modelo político, consubstanciado na

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4
Constituição de 1787 .
A luta pela independência dos Estados Unidos da América teve um enorme impacto: por um lado
provocou grande entusiasmo na Europa (através da propaganda, lojas maçónicas, publicações etc.) e por
outro serviu de inspiração à luta pela independência das colónias na América Latina. Junto com o
iluminismo influenciou uma onda revolucionária que se reflectiu na Revolução Francesa

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Boston Tea party, Acto de Restrição, República Federal, Congresso dos EUA, descentralização do poder

TEMA I. 4 : REVOLUÇÃO FRANCESA 1789-1795

I. 4.1 : Causas sociais


Na França, os camponeses (servos) estavam sujeitos a pesados e múltiplos impostos de origem feudal:
a dízima paga à Igreja, a renda (em géneros e mais tarde em dinheiro paga aos senhores feudais) as
corveias (prestação de vários serviços a favor dos senhores feudais) e as banalidades (obrigações
adicionais). Neste contexto aos camponeses interessava fundamentalmente a abolição da servidão.
A burguesia activa e empreendedora procurava o domínio político, lutava contra os privilégios da
classe clerical e nobiliarca bem como pretendia conquistar os direitos civis, o que lhes permitiria o
reforço da sua influência económica: "do controle da banca queria passar para o controle do Estado".
O quadro abaixo permite-nos conhecer a composição sociedade francesa para entendermos que se
todos se opunham ao Ancien Régime, nem todos possuiam uma agenda comum na sua luta contra o
absolutismo francês. "Nas vésperas da Revolução, a população da França decompõe-se da maneira
seguinte, sob o ponto de vista social:
Estratos sociais N° de indivíduos
Clero 200.000
Nobreza 78.000
Exército 350.000
Oficiais e magistrados 300.000
Universitários, advogados, médicos, cirurgiões 95.000

4
Luís Nuno Rodrigues, A Revolução Americana (1763-1787), in : Fernando Martins e Pedro Aires Oliveira, As
Revoluções Contemporâneas, Edições Colibri, Lisboa Fevereiro de 2005, p. 30.
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Burgueses, financeiros, negociantes, mercadores, artífices 4.000.000
Lavradores, cultivadores com gado 2.130.000
Vinhateiros, cultivadores manuais 4.500.000
Operários e jornaleiros 10.000.000
Criados 1.954.000

I.4.2 : Causas económicas e financeiras


A crise ecológica que nos anos 1787 e 1788 se abateu sobre a França, teve sérias repercussões sobre a
agricultura: más colheitas, fomes generalizadas. Consequentemente o mercado de trigo, em crise até
1790, provocou um desiquilíbrio em todo o aparelho económico: especulava-se com o pão, com o
vinho e com os legumes etc. A este respeito Albert Soboul citado por Carlos Mota afirma : "A crise de
víveres desata, nessa economia ainda arcaica, um processo em que se encadeiam miséria, subconsumo,
contracção do mercado da mão-de-obra, subemprego, mendicância e vagabundagem". Portanto a
penúria alimentar e agrícola vai desencadear uma série de impactos sendo importante realçar o
problema da fome, que afectava a maioria dos franceses.
Por outro lado regista-se, igualmente, o declínio da produção industrial devido à falta de matérias-
primas para a indústria têxtil motivada principalmente pela escassez do algodão proveniente das
colónias americanas. Esta situação reflectiu-se imediatamente a nível da redução de empregos e
também dos salários que passaram a ser cada vez mais baixos. A baixa produtividade aumentou
importações e diminuiu as exportações facto que incentivou a inflação.
Adicionalmente verifica-se um alto défice financeiro manifestado pela falta de dinheiro nos cofres do
Estado face ao aumento de despesas públicas. Este problema foi agravado pelo aumento de dívidas
contraídas pela França devido à sua participação na guerra da independência dos EUA acrescidos aos
gastos em produtos de luxo e em pensões para o sustento da nobreza. Como solução a corte real optou
pela multiplicação de taxas que recairam sobre diversas mercadorias. Os encargos fiscais esgotavam
os contribuintes porque recaíam fundamentalmente sobre o Terceiro Estado.
Como forma de solucionar o problema o rei Luís XVI, na pessoa dos seus ministros Calonne e de
Brienne (em 1787 e 1788 respectivamente), tenta sem sucesso instituir uma lei que obrigasse os
aristocratas (a nobreza) a pagar impostos. Esta medida foi muito mal recebida pela aristocracia
nobiliarca. Como explica Burns, "...Para fazer face ao crescente déficit, os ministros propunham novos
impostos, principalmente uma taxa de selo e um imposto direto sobre a produção anual da terra. O rei
convocou uma assembleia de notáveis dentre a aristocracia, na esperança de convencer os nobres a
concordar com suas solicitações. Longe de aquiescerem, porém, os nobres insistiram em que, para

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instituir um imposto geral como a taxa do selo, o rei teria primeiro de convocar os Estados Gerais, que
representavam os três estados do reino". Este posicionamento, mesmo que irreflectido por parte de
alguns nobres, constituiu uma autêntica "revolução nobiliarca" e por isso mesmo certos autores
consideram que a revolução francesa inicia em 1788 e não em 1789.
I.4.3 Causas ideológicas:
Introdução de uma nova ideologia o iluminismo (para mais pormenores cf. Tema I.- Causas Gerais das
Revoluções Burguesas).
I.4.4 : PRINCIPAIS FASES DO CONFLITO

I.4.4.1 : Primeira fase: 1789-1791/2 formação da ASSEMBLEIA CONSTITUINTE e o


estabelecimento da MONARQUIA CONSTITUCIONAL
Podemos dizer que a diversidade de estratos sociais na França contribuiu para que as estratégias de
luta contra o absolutismo fossem também várias e a própria revolução ganhasse uma dinâmica até
então invulgar na Europa. Como nos explica Pirenne, "O absolutismo monárquico queria a abolição
progressiva dos privilégios, para realizar a concentração de todos os poderes nas mãos do rei, investido
na soberania e pela graça de Deus. As ordens privilegiadas, apoiadas pelos parlamentos e pelos
tribunais soberanos, pretendiam impor à monarquia o respeito pelas 'leis fundamentais do reino', isto é,
pela ordem estabelecida. A oposição liberal reclamava ao mesmo tempo o estabelecimento da
igualdade civil pela abolição dos privilégios, e a instauração de um regime representativo que
substituisse a monarquia de direito divino pela monarquia constitucional, baseada no princípio da
soberania da nação".
Mota caracteriza o ambiente da época nos seguintes moldes : "Desempregados aos milhares;
concorrência de tecidos ingleses no mercado têxtil; tumultos; más colheitas; subida crescente do preço
do pão, tudo isso empurrava a França para uma etapa de conflitos e de reformas e para a revolução".
Foi assim que em Maio de 1879, o rei Luís XVI convoca os Estados Gerais que não se reuniam desde
1614.
Nesse encontro o Terceiro Estado reevindicava, inicialmente, uma paridade na composição dos
represenrtantes à Asssembleia de Notáveis, uma vez aceite esta proposta alguns membros do 3° Estado
sugerem a supressão da antiga forma de deliberação e a introdução do voto por cabeça; como explica
Burns, "... seus líderes exigiam que as três ordens formassem uma assembléia única e o voto fosse
individual"
Esta proposta foi mal acolhida pelo rei e pelos seus aliados (nobres e alto clero). Como reacção ao

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posicionamento das camadas aristocráticas em Junho de1879 o Terceiro estado abandonou os Estados
gerais, autoproclamou-se Assembleia Nacional e decretou que nenhum imposto seria lançado sem o
seu consentimento. Posteriormente a Assembleia Nacional transformou-se em Assembleia Nacional
Constituinte (a 9 de Julho).
A situação política deteriorara-se a ponto de o poder real ser contestado de forma generalizada. É
assim que no dia 14 de Julho uma multidão enfurecida toma de assalto Bastilha, símbolo do regime
absolutista, que funcionava simultâneamente como prisão e arsenal.
No dia 4 de Agosto do mesmo ano a Assembleia Nacional Constituinte decretou as medidas
seguintes:
- suprimiu os privilégios feudais: banimento dos direitos senhoriais (corveias, banalidades, justiças
privadas e a dízima)
- todos os cidadãos, sem distinção de nascimento, podiam ser admitidos a todos empregos e dignidades
eclesiásticas e civis,
- foi instituida igualdade de todos os franceses perante o imposto
- os magistrados repudiaram a venalidade dos cargos
- efectuou-se a nacionalização e posterior venda dos bens da Igreja
Mais tarde, a 26 de Agosto, a Assembleia Constituinte aprova a "Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão" um documento revolucionário segundo o qual "Os representantes do povo francês,
constituídos em Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo
dos direitos do homem são as únicas causas das infelicidades públicase da corrupção dos governos,
decidiram expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem..."
onde destacamos 2 ideias fundamentais: " Os homens nascem e permanecem livres e iguais em
direitos", "todos os cidadãos são iguais perante a lei" e "O princípio de toda a soberania reside
essencialmente na nação". Em suma o novo documento continha aquilo que incarnava o lema básico
desta revolução: "liberdade, igualdade, fraternidade".
Em 1791 foi proclamada a monarquia constitucional, através da qual ao rei foi reservado o direito de
veto suspensivo; segundo Mota este novo regime passou a ser caracterizado pelos seguintes aspectos:
- Princípio censitário (isto é, os eleitos eram seleccionados de acordo com suas posses)
- Supressão das ordens e dos privilégios dos senhores
- Todos os indivíduos deveriam ser considerados iguais perante a lei
- Defendia a manutenção da escravidão nas colónias
- Propunha a descentralização administrativa

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- Obrigava a nacionalização dos bens do clero. A estes aspectos devemos acrescentar que o rei perde
parte dos poderes a favor de outras instituiçõe. Por exemplo, o poder legislativo pertence à Assembleia
legislativa eleita por dois anos, permanente e inviolável a qual representa a soberania nacional. Por
outro lado, o rei detém o o direito de veto suspensivo contudo este direito "não pode ser aplicado nem
sobre matéria constitucional, nem sobre matéria fiscal" explica Pirenne. Se estas medidas agradavam
os desígnios dos burgueses moderados o mesmo não acontecia nem com os monarquistas e muito
menos com a maioria da populaçao pobre. Sobre este aspecto Pirenne explica que a revolução havia
criado "duas oposições" nomeadamente " a da nobreza da corte, para a qual o novo regime era uma
autêntica ruína, e a do proletariado de Paris, que tinha sido afastado das assembleias eleitorais de 1789,
e cuja situação económica se ia tornando cada vez mais precária, em consequência da fome e da
elevação dos preços resultantes da desorganização do comércio, sobretudo do comércio do trigo, que a
crise do regime provocara". Mais adiante o mesmo autor afirma que pior situação recaía sobre os
camponeses, porque se o direito à propriedade deu largas vantagens aos "camponeses abastados" o
mesmo não aconteceu com os camponeses "mais deserdados" para quem estas medidas truxeram
consigo, consequências por vezes desastrosas". Portanto, conclui o mesmo autor que "A abolição dos
direitos feudais teve pois como consequência tornar maior depois da revolução do que sob o antigo
regime a distinção entre o proprietário e o não-proprietário, e isso não só no plano social como
também, pelo menos teoricamente, no plano político".
Apesar das mudanças revolucionárias já avançadas, parte dos jacobinos (radicais) não concordava que
o rei continuasse a deter o poder, através do direito de veto, facto que criou rotura no seio da
Assembleia Nacional Constituinte. Os receios do referido grupo avolumaram-se, sobretudo porque
neste preciso momento estava a formar-se uma coligação militar e monárquica externa (constituída
numa primeira fase pela Áustria e pela Prússia à qual se juntaram posteriormente a Inglaterra, a
Holanda e a Espanha) que pretendia invadir a França e repôr a ordem monárquica. Segundo Pirenne
esta invasão baseava-se no facto de "A abolição dos direitos feudais, que lesava os interesses dos
príncipes alemães com possessões na Alsácia, criara com estes um conflito que eles levaram perante a
dieta do império" bem como à anexação de Avinhão e do condado Venaissin pertencentes à Santa Sé.
Nessa mesma altura o rei empreendeu uma tentativa de fuga mal sucedida, poi fora preso em
Varennes, sendo este acto considerado pela Assembleia Constituinte, o "prelúdio de uma guerra
ofensiva contra a França".
Este incidente provocou uma reacção das forças externas e foi neste âmbito que o duque de
Brunschvick (chefe do exército invasor) mandou informar, através de um ultimato aos dirigentes da

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revolução, que Paris seria totalmente subvertida, se qualquer desacato fosse praticado contra a pessoa
do rei.
Face a estes acontecimentos os feuillants ou monarquistas, que dominavam a Assembleia preferiram
manter a figura do rei. Contráriamente pensavam os Jacobinos " que tinham o apoio da rua e
reclamavam a destituição do rei, o sufrágio universal e reformas populares". Consequentemente,
devido ao conluio que se notava entre a corte real e os invasores externos, o povo liderado pelos
secessionistas Jacobinos rebelou-se, aprisionou o rei e suspendeu-o de todas as suas funções. As
contradições existentes entr Girondinos e Jacobinos foi explicada por Mota nos termos seguintes: "Os
Girondinos –liberais moderados...colocavam em primeiro lugar a união dos cidadãos na defesa do país
ameaçado pelas forças invasoras. O inimigo externo mobilizava o sentimento nacional dos patriotas. A
burguesia montanhesa, mais radical e apoiada pelos sans-culottes parisienses, se empenhava – como o
jovem Saint-Just – no prosseguimento da guerra externa e no aprofundamento da Revolução". É neste
clima que surge a República em 1792, iniciando deste modo a fase da Democracia Social e de
medidas radicais postas em prática pelo governo da Convenção jacobina. Iniciava assim a segunda
fase da Revolução francesa.

I.4.4.2 : 2a Fase: 1792-1795 Governo da Convenção Jacobina (fase do medo ou do terror,


instituição da República e da Democracia Social)
O governo da Convenção Jacobina (1792-95) foi igualmente apelidado como a fase do medo ou do
terror e da Democracia social, devido à introdução da guilhotinae pelas reformas profundas que
beneficiavam as camadas mais desfavorecidas respectivamente. A Assembleia Constituinte foi então
substituida pela Convenção Nacional. O novo governo liderado por Maximillien Robespierre, O
Incorruptível, contava também com a participação de outras personalidades como Georges J. Danton,
Saint-Just, Couthon e Jean-Paul Marat , era apoiado por uma larga camada dos sans-cullotes
adoptaram medidas com um cunho de democracia social. Após um longo processo a 21 de Janeiro de
1793 Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta (a 16 de Outubro do mesmo ano) foram julgados e
guilhotinados. Este acto marcava o fim do regime monárquico e o início da República e da "ditadura
terrorista".
Como é que os Jacobinos administram o poder?
Um dos grandes desafios da nova elite, foi o de criar mecanismos viáveis para dirigir os destinos do
país e também para estancar a instabilidade política. De uma forma geral os revolucionários
enfretavam dois inimigos (o primeiro, interno, constituído pelos monarquistas e pelos girondinos e o

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segundo, externo, que aparecia sob o signo de coligação anti-revolucionária e pró-monarquista. Na


arena sócio-económica saliente-se a crise financeira, os baixos salários que vigoravam nas
manufacturas, a falta de víveres e a fome que ameaçava a maioria dos pobres franceses e a corrupção
instalada nos diversos sectores públicos na França. É importante realçar que, paradoxalmente àquilo
que era a orientação da burguesia liberal, quando os jacobinos ascenderam ao poder protelaram a
aprovação de uma nova constituição (votada a 24 de Julho de 1793) o que lhes permitiu ganhar grande
protagonismo político e influenciar a aprovação da mesma pelas assembleias primárias locais. Isto
contribuiu significativamente para os Jacobinos passarem a governar por decretos. Para o efeito
criaram instituições, cujas funções formam ocupadas por um número restrito de indivíduos(vide supra)
que passaram a açambarcar o poder. Trata-se do Comité de Salvação Pública, do Comité para a
Segurança Geral.
Quais foram então as medidas tomadas pelos Jacobinos?
É neste ambiente que o novo governo decide adoptar medidas excepcionais das quais se salientam:
- A Lei do máximo: tabelamento de salários e de preços máximos para os cereais e outros artigos de
primeira necessidade; os comerciantes que auferiam altos lucros às custas do povo foram ameaçados
com a guilhotina
- Supressão definitiva dos direitos senhoriais
- Unificação do sistema de pesos e de medidas
- Revogação do princípio de primogenitura, de modo que a propriedade não fosse herdada
exclusivamente pelo filho mais velho, passando a ser dividida em porções substancialmente iguais
entre todos os herdeiros imediatos
- Introdução da assistência social aos pobres, às viuvas, aos velhos e às crianças
- Introdução do sufrágio universal masculino
- Introdução de escolaridade primária obrigatória, gratuita e laica (proposta por Condorcet)
Outra medidas foram: a introdução do sufrágio universal masculino em substituição do anterior
censitário, a separação completa entre a Igreja e o Estado, Burns explica que resolveu-se uma
separação completa entre a Igreja e o Estado e tolerar todos os credos que não fossem ativamente
hostos ao governo".
Para fazer frente aos seus adversários acérrimos (girondinos e monarquistas) Robespierre introduz em
1793 a Lei dos Suspeitos que conduziu vários indivíduos à guilhotina. Instalava-se assim o grande
medo/terror. Apesar de o governo jacobino ter tentado beneficiar a maioria de indivíduos necessitados
caiu no descrédito, principalmente, devido à rigidez das suas medidas e à instabilidade económica

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caracterizada por uma inflação cada vez mais galopante.


Porque razão a Convenção Jacobina fracassou?
O excesso de zelo que conduziu à deliberações e mortes injustificadas. Após a derrota da coligação
externa, pelas tropas francesas, a "caça às bruxas" continuou e muitos adeptos dos jacobinos não
percebiam porque razão a guilhotina tinha que continuar a ser aplicada.
O poder era monopolizado por uma minoria de indivíduos que compunham os órgãos fundamentais da
República: o Comité de Salvação Pública, o Comité de Segurança Geral, e o Tribunal Revolucionário.
A rebelião estava circunscrita à Paris e não abarcou outros departamentos, apesar de haver mais
pessoas, fora de Paris, e forças interessadas nas mudanças.
Por outro lado
No meio destas dificuldades e sem apoios, ROBESPIERRE e seus seguidores mais próximos são
presos pelos girondinos e mortos por guilhotina no dia 28 de Julho de 1794. Assim termina o ensaio da
introdução da democracia social e inicia-se o predomínio da república burguesa.

I.4.4.3 : 3a Fase: 1795-1799 CONVENÇÃO GIRONDINA (DIRECTÓRIO) E INSTITUIÇÃO


DA REPÚBLICA BURGUESA
A Democracia Burguesa sob a direcção do Directório ( composto por girondinos ), aprovou uma
nova Constituição que restringia as liberdades e consolidou a hegemonia política dos proprietários.
O poder executivo passou a pertencer ao Directório (um órgão composto por 5 directores), uma
Conselho dos 500 (que redige e propõe leis) e o Conselho dos anciãos (que aprova as leis).
Que medidas toma o Directório?
- Abolição dos orgãos da convenção jacobina
- Abolição da lei do máximo
- Repressão e perseguição de todos os líderes jacobinos e dos seus simpatizantes os sans-culottes
- Manutenção da propriedade privada e da liberdade económica
- Abolição da servidão e das feudalidades
- Restabelecimento da escravidão nas colónias
- Descentralização do poder
- Defesa das liberdades individuais
- Defesa dos direitos do homem, da propriedade privada e da liberdade económica.
Desta forma consolida-se o poder da burguesia que desde então dirige os destinos deste país - a
França- inspirado nos ideais da igualdade, liberdade e fraternidade. Contudo, ante as ameaças de

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intervenção das potências europeias, Napoleão Bonaparte tomou o poder à força assumindo poderes
ditatoriais em 1799 (o Consulado) e desestabilizando a república burguesa. Contudo, os ideais do
constitucionalismo e das liberdades será retomado na primeira década do séc. XIX durante as
chamadas revoluções liberais de 1830 à 1848.
Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:
Estados Gerais, Asssembleia de Notáveis, Terceiro Estado, Assembleia Nacional, Constituinte Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, Democracia Social, Convenção Jacobina, fase do medo ou do terror, Jacobinos, Girondinos, Lei do
máximo, guilhotina, Directório

REVOLUÇÕES BURGUESAS – EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

1. Indique a composição social das facções que participaram nas revoluções burguesas. Para o efeito descrimine a sua
resposta por países.

3. Descreva as alianças sócio-políticas que se estabeleceram entre as facções envolvidas em cada revolução burguesa.

4. Que argumentos foram apresentados, tanto na Inglaterra como em França, para o combate do Absolutismo?

5. Quais foram os principais mentores que formularam ideias contra o Antigo Regime?

6. Distinga monarquia constitucional de monarquia absolutista.

7. Distinga sufrágio censitário de sufrágio universal.

8. Caracterize a situação económica da França antes da revolução de 1789.

9. Carlos I e Luís XVI possuem aspectos em comum identifique-os.

10. Caracterize a govemação de Oliver Cromwell.

11. Lafayette e Thomas Jefferson foram personalidades proeminentes ligadas às revoluções


burguesas. Refira-se à contribuição de cada um.

12. Como se explica, em 1688, a intervenção de Guilherme de Orange (chefe do govemo da


Holanda) na Inglaterra?

13. Porquê certos autores designam o governo dos Jacobinos de Democracia Social ?

14. Leia atentamente os documentos A e B (abaixo transcritos) e responda às questões seguintes:

a) a que país e instituição pertence cada um dos documentos em causa?

b) indique as instituições políticas mencionadas em cada documento.

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c) transcreva dos referidos textos passagens referentes:


- às reivindicações políticas
- exigências jurídicas,
- à igualdade de direitos,
- às liberdades individuais e ao "Contrato Social".

16. Estabeleça uma comparação entre os documentos B e C. Na sua resposta tenha em consideração:

a) os elementos comuns,
b) e os aspectos diferentes.

17. Em que medida as reivindicações políticas levadas a cabo nas 13 colónias britânicas da
América do Norte diferem das ocorridas no continente europeu?

19. Porque razão a luta pela emancipação das treze colónias britânicas da América do Norte é
também considerada uma revolução burguesa?

20. A 14.7.1789 registou-se o assalto à Bastilha.

a) Porque razão?
b) Na actualidade que significado tem esta data para os franceses?

21. Explique em que consistiu a problemática do voto em 1789.

22. Explique o sentido do lema da Revolução Francesa: "liberdade, igualdade, fraternidade".

23. Leia o documento D e indique as passagens que sugerem:


a) a separação de poderes
b) promoção de direitos individuais
c) descentralização político-administrativa

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DOCUMENTOS
A. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO

Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento
ou o desprezo pelos direitos do homem são as únicas causas das infelicidades públicas e da corrupção dos govemos, resol-
veram expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem. (...) Portanto, a Assembleia
Nacional reconhece e declara, na presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do
cidadão:
Artigo 1° - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser baseadas na
utilidade comum.
Art. 2° - A finalidade de qualquer associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem.
Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3° - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo, pode exercer
autoridade se não dimanar expressamente dela.
Art. 4° - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de
cada homem tem como limites os que asseguram aos outros membros da sociedade o usufruto desses mesmos direitos.
Esses limites só podem ser determinados pela lei. (...)
Art. 6° - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de participar pessoalmente, ou através dos
seus representantes na sua formação. (...)
(...) Sendo todos os cidadãos iguais a seus olhos, têm igualmente acesso a todas as dignidades, lugares e empregos
públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e talentos.
Art. 7° - Nenhum homem pode ser acusado, preso ou detido, a não ser nos casos previstos pela lei e segundo as formas que
ela prescreve. (...)
Art. 9° - Ninguém deverá ser perturbado pelas suas opiniões, mesmo religiosas, desde que a manifestação delas não
perturbe a ordem pública estabelecida pela lei. (...)
Art. 11° - A livre comunicação de pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; portanto, todo o
homem deve poder falar, escrever, imprimir livremente, salvo em casos de abuso dessa liberdade. (...)
Art. 13° - Para manter a força pública e para as despesas da Administração, é indispensável uma contribuição comum; deve
ser repartida igualmente por todos os cidadãos, na razão das suas capacidades. (...)
Art.15°- A sociedade tem o direito de pedir contas a todos os agentes públicos pela sua administração. (...)
Art. 17° - Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser dela privado, a menos que seja de
utilidade pública legalmente constatada e sob condição de justa e prévia indemnização.

B. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS (1689)

Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns reunidos hoje declaram para assegurar os seus antigos direitos e liberdades:

- que o pretendido poder da autoridade real de suspender as leis ou a execução das leis sem o consentimento do Parlamento
é ilegal;
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- que o pretendido direito da autoridade real de dispensar das leis ou da execução das leis, como foi usurpado e exercido no
passado, é ilegal;
- que levantamento de impostos para a Coroa ou para seu uso sob pretexto de prerrogativa; sem o consentimento do
Parlamento, é ilegal;
- que é um direito dos súbditos apresentar petições ao rei e que todas as prisões e perseguições por causa destas petições
são ilegais;
- que o recrutamento e manutenção de um exército no reino, em tempo de paz, sem o consentimento do Parlamento, são
contrários à lei;
- que as eleições dos membros do Parlamento devem ser livres;
- que a liberdade de palavra, de debate ou de procedimento no seio do Parlamento não podem ser entravadas ou discutidas
noutro local que não seja o próprio Parlamento;
- que enfim, para remediar todos os danos, e para melhoria, consolidação e conservação das leis, o Parlamento deverá ser
reunido frequentemente.
E eles requerem e reclamam com instância todas as coisas acima ditas como seus direitos e liberdades incontestáveis; e
também que nenhumas declarações, juiízos, actos ou procedimentos, que prejudiquem o povo num dos pontos acima refe-
ridos, possam de alguma maneira servir de precedente ou de exemplo no futuro.
Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns, reunidos em Westminster determinam que Guilherme e Maria, príncipe e
princesa, de Orange, são e permanecerão declarados rei e rainha de Inglaterra e da Irlanda e dos territórios que dela
dependem. in Les Mémoires de l'Europe. vol. II
C. A MAGNA CARTA (1215)

[1] Em primeiro lugar concedemos a Deus e confirmamos pela presente carta, a nós e a nossos herdeiros perpètuamente,
que a Igreja da Inglaterra seja livre e conserve integralmente os seus direitos e intangíveis as suas liberdades...

[ 12] Nenhum imposto ou pedido será estabelecido no nosso reino, sem o consenso geral, excepto para resgastar a nossa
pessoa, para armar cavaleiro o nosso filho mais velho e para casar, uma primeira vez, a nossa filha mais velha, e neste caso
que a contribuição seja razoável. Que tudo se passe na mesma maneira no que respeita às contribuições da cidade de
Londres.

[13] A cidade de Londres conservará as suas antigas liberdades e todos os seus costumes livres, tanto na terra como na
água. Além disso, queremos e concedemos, que as outras cidades, burgos, vilas e portos sem excepção gozem das suas
liberdades e costumes livres.

[14] Para obter o consenso geral, a fim de lançar um pedido ou imposto fora dos três casos sobreditos, mandaremos
convocar os arcebispos, bispos, abades, condes e grandes barões por meio de cartas individuais; e além disto, mandaremos
convocar duma maneira geral, por intermédio dos nossos bailios e outros magistrados todos os nossos vassalos directos
para um dia determinado a saber, com antecedência de pelo menos quarenta dias, num local determinado, em todas as
nossas cartas indicaremos o motivo da convocação...

[39] Nenhum homem livre será detido, aprisionado, ou despojado dos seus direitos ou bens, ou colocado fora da lei, ou
exilado, ou destituído da sua condição de qualquer maneira que seja. Não procederemos contra ele pela força nem
enviaremos outros que o façam, salvo mediante julgamento legal dos seus pares, ou de acordo com a lei da região.

[41] Todos os mercadores poderão livremente e seguramente sair da Inglaterra, nela entrar, permanecer e passar, quer por
terra quer por água, para comprar e vender, sem receio de extorsões ilegais, de acordo com o antigo costume, excepto em
tempo de guerra e se pertencerem ao país beligerante. Se estes se encontrarem no nosso domínio no princípio da guerra,
serão detidos, sem prejuízo para a sua pessoa e bens, até que nós ou o nosso chanceler saibamos de que maneira os
mercadores deste país, encontrados em terra inimiga, foram tratados; se estes se encontrarem a salvo, aqueles também o
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estarão...

[61] ..Instituimos e concedemos aos nossos barões a seguinte garantia: elegerão vinte e cinco barõe do reino, os quais
deverão com todo o seu poder observar, manter e fazer cumprir a paz e as liberdades que nós concedemos... E se nós não
corrigirmos um abuso... dentro do prazo de quarenta dias a partir do momento em que ele nos tiver sido assinalado... quatro
dos barôes sobreditos levarão este assunto até ao conhecimento dos outros barões e todos... com o apoio dos comuns do
país apoderar-se-ão dos nossos castelos, terras, bens e outras quaisquer coisas à excepção apenas da nossa pessoa e das da
rainha e nossos filhos...

in: Fernanda Espinosa e Maria Luísa Guerra, História – Idade Média Idade Moderna, Porto Editora, E. L. Fluminense,
Porto (sd), pp. 134-135.

D. A Lei Suprema da Nação

A Constituição é composta de um preâmbulo, sete artigos e 26 emendas. Estabelece um sistema federal através da divisão
das atribuições entre os governos federal e estaduais. Institui, também, um governo nacional equilibrado, por meio da
divisão da autoridade entre três poderes independentes - o executivo, o legislativo e o judiciário. O poder executivo faz
cumprir as leis, o poder legislativo promulga as leis, e o poder judiciário interpreta as leis. O poder executivo do governo
nacional é normalmente representado pelo Presidente, o poder legislativo, pelo Congresso, e o poder judiciário, pela Corte
Suprema.
[...] Há certos poderes que a Constituição não concede ao governo nacional ou proíbe aos estados. Esses poderes
reservados pertencem ao povo ou aos estados. Os poderes estaduais compreendem o direito de legislar sobre o divórcio,
matrimónio e escolas públicas. Os poderes reservados ao povo incluem o direito à propriedade e ao julgamento por júri.
Em alguns casos, os governos nacional e estaduais têm poderes concorrentes - isto é, a ação poderá ser exercida por ambos
os níveis de governo. O governo nacional tem autoridade suprema em caso de conflito.
A Corte Suprema possui a autoridade final para interpretar a Constituição. Tem poderes para repelir qualquer lei - federal,
estadual ou municipal- que seja conflitante com qualquer parte da Constituição.
in A Constituição dos Estados Unidos da América com notas explicativas, Agência de Divulgação e Relações Culturais dos
EUA, sl, 1987, p. 2.

E. Montesquieu: doutrina dos três poderes

«Há em cada Estado três espécies de poderes: o poder legisla/ivo, o poder executivo das coisas que dependem do direito
das gentes e o poder executivo das que dependem do direito civil. Pela primeira, o príncipe ou o magistrado faz leis para
um tempo ou para sempre e corrige ou revoga as que estão feitas. Pela segunda, faz a paz ou a guerra, envia ou recebe
embaixadas, estabelece a segurança, prevê as invasões. Pela Terceira, pune os crimes ou julga os diferendos dos
particulares. Chamar-se-á a esta última o poder de julgar e a outra simplesmente o poder executivo do Estado.»

(Montesquieu - O Espírito das Leis - Cap. VI), in: Maria L. Guerra, p. 8.

F. Diderot: a autoridade do príncipe vem dos súbditos

«O príncipe recebe dos seus súbditos a autoridade que tem sobre eles; e esta autoridade é limtada pelas leis da natureza e
do Estado. As leis da natureza e do Estado são as condições sob que estão submetidos ao seu governo. Uma destas
condições é que, não tendo poder e autoridade sobre eles senão pela sua escolha e pelo seu consentimento, não pode nunca
empregar esta autoridade para quebrar o acto ou o contrato pelo qual ela lhe foi deferida; agiria então contra si mesmo visto
que a sua autoridade não pode subsistir senão pelo título que a estabeleceu [...] O príncipe não pode portanto dispôr do seu

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poder e do dos seus súbditos sem o consentimento da nação» [...]

(De um artigo de Diderot na Enciclopédia "sobre Autoridade política", in: Maria L. Guerra, p. 8.

G. Rousseau: Contrato Social

«Como os homens podem criar novas forças mas apenas unir e dirigir as que existem, não têm outro meio, para
sobreviver, senão agregarem-se, unirem forças que possam derrubar os obstáculos, pô-las em jogo para um (único
objectivo, fazê-Ias actuar harmoniosamente).
Este somatório de forças só pode nascer do concurso de muitos. Mas se a força e liberdade de cada homem são os
primeiros instrumentos da sua sobrevivência, como poderá ele comprometê-Ios sem prejudicar e negligenciar os cuidados
que a si mesmo deve? Esta dificuldade, introduzida no meu tema, pode enunciar-se nestes termos: «Encontrar uma forma
de associação que defenda e proteja de toda a força comum a pessoa e os bens de cada associado e em que cada um, ao
unir-se a todos, só a si mesmo obedeça e continue tão livre como antes». Tal é o problema fundamental que no Contrato
Social encontra solução.»

(Jean-Jacques Rousseau - Contrato Social - Livro I, Cap. VI)

H. Voltaire: elogio das liberdades "à inglesa"

«Ser livre é depender apenas das leis. Os lngleses amaram as leis como os pais amam os filhos porque as fizeram ou
julgaram fazê-Ias. Um tal governo liberal foi estabelecido muito tarde porque foi preciso combater, durante muito tempo,
poderes respeitados: o poder do papa, o mais terrivel de todos porque estava fundado no preconceito e na ignorância: o
poder real, sempre pronto a exceder-se e que era preciso conter nas normas; o poder da baronia que era uma desordem; o
poder dos bispos que, misturando sempre o profano com o sagrado, quiseram impor-se à baronia e aos reis. Pouco a pouco,
a Câmara do Comuns tornou-se o dique que fez parar todas estas torrentes.»

(Voltaire - Dicionário Filosófico – Secção VI

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II. UNIDADE – TEMA : A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

II.1 : O imperialismo e as relações internacionais (séc. XIX a 1914)

1. A Revolução Industrial
No final da segunda metade do séc. XIX e nos inícios do séc. XX assistiu-se a um acelerado processo
de industrialização e a um grande desenvolvimento da economia capitalista. Estes factos reflectiram-
se na política internacional europeia e além-mar; com efeito, reflectiu-se na emergência de novas
potências industrializadas na Europa, na América e no Extremo Oriente – ou seja na Alemanha, na
França, na Bélgica, nos EUA e no Japão respectivamente. Por exemplo, nos primeiros anos do século
XX, a Alemanha e o Japão desenvolveram a sua industrialização a ponto de se tornarem altamente
competitivos nos mercados internacionais, e, desta forma, passarem a ocupar lugar de destaque entre
as grandes potências imperialistas do Mundo.
Portanto, como resultado da Revolução Industrial, vários países da Europa Ocidental enveredaram por
uma política expansionista e de concorrência sem precedentes justificada por diversas necessidades
tais como:
- a aquisição de matérias-primas necessárias à indústria europeia,
- a exportação de capitais em forma de investimentos bastante rentáveis e
- a procura de novos mercados para o escoamento de produtos manufacturados.
Estes aspectos provocaram uma concorrência desenfreada entre as potências capitalistas europeias que
se degladiavam entre si pela ocupação do chamado "espaço vital" e dos chamados "espaços brancos
do planeta". Portanto podemos afirmar que um dos principais factores da I Guerra Mundial foi o
imperialismo.

II.1.2 : A ascensão da Alemanha como potência industrial


Entre 1870 e 1871 três acontecimentos determinaram o destino da Alemanha: a Revolução Industrial,
a unificação do território germânico e a guerra Franco-Prussiana (1870-1871).
A rápida ascensão da Alemanha como potência industrial permitiu-a um desenvolvimento económico,
sem paralelo que por sua vez proporcionou o desencadeamento de uma concorrência comercial - no
mercado internacional - sem precedentes com a Inglaterra (até então era considerada primeira potência
industrial e apelidada de "fábrica do Mundo").
Simultâneamente ocorreu o processo de unificação territorial liderado pelo chanceler Otto von

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Bismarck, que apoiando-se "no nacionalismo étnico e antifrancês e numa aliança entre a aristocracia
Junker e a burguesia industrial" imprimiu uma nova dinâmica na política interna e internacional. Como
afirma Vizentini, foi neste contexto que tanto a Alemanha como a Itália (ora unificadas) "alteraram o
equilíbrio europeu, ao forjar duas novas potências à semelhança das outras potências europeu centro
da Europa, cujo desenvolvimento viria a desequilibrar a balança de poder, na medida em que o
Segundo Reich se tornava potência dominante no centro e depois no conjunto do continente."
Consequentemente, Berlim passou a ser palco de importantes conferências internacionais e os
dirigentes alemães caminham, à semelhança de outras potências europeias, para uma política
imperialista agressiva em busca do chamado Lebensraum5. Deste modo, o expansionismo alemão
começou a manifestar-se a partir da guerra Franco-Prussiana (1870-1871 ), que culminou com a
ocupação da Alsácia e da Lorena zonas pertencentes à França e de alto valor económico e estratégico.
Posteriormente a Alemanha empenhou-se em adquirir colónias e zonas de influência tanto em África
como na Ásia. Foi na sequência destas pretensões e das pressões de potências europeias (Inglaterra)
que a Alemanha começou a preparar-se afincadamente para um possível conflito como nos elucidam
as seguintes passagens da obra de Droz História da Alemanha: "[...Face às dificuldades internas e
externas, o império só tem uma solução: o desenvolvimento do armamentoque assegurará à Alemanha
a aquisição de novos mercados, e, porconseguinte, a manutenção da produção industrial e da
prosperidade material. Sabe-se que a criação de uma poderosa frota de guerra, a segunda do mundo,
executada pelo almirante TIRPITZ, secretário de Estado da Marinha, foi obra pessoal de Guilherme
II. Por este facto o governo alemão corre o risco de um conflito com a Grã-Bretanha, que, após o
fracasso das negociações de 1912 se vê empurrada para para as potências da Entente.Por seu lado, o
exército terrestre vê aumentar os seus efectivos e aperfeiçoar-se o seu armamento, sobretudo no
domínio da aviaçãoe da artilharia pesada. Os novos orçamentos, reclamados em 1912 e 1913, foram
votados por todos os partidos alemães, sociais-democratas inclusive, estes previamente compensados
com a criação de um imposto sobre as grandes fortunas.
No plano militar, o Governo pôde contar com a sua unanimidade da opinião pública, que, bem mais
do que a conquista de liberdades políticas, se preocupa com o lugar do Reich no mundo, com um
'lugar ao sol' ao qual ele tem direito.A Alemanha habitua-se à ideia de que deverá, num futuro
próximo, defender pelas armas a situação política e económica do país...]6

5
Lebensraum, termo alemão que significa espaço vital.
6
Jacques Droz, História da Alemanha, Publicações Europa-América, Mira-Sintra, 1999, pp. 70-71.
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Estava-se então em presença de uma potência emergente, cuja actividade transformaria radicalmente
os destinos de vários estados europeus, asiáticos e balcânicos.
II.1.3 : A crise balcânica
A região dos balcãs foi desde o séc. XVII uma zona para onde confluiram interesses de vários
impérios e países a saber: i) O Império Turco-Otomano que ocupava a região desde essa altura; ii) O
império Austro-Húngaro, desde 1878, manifestou interesse pela região onde manteve uma tutela sobre
a Bósnia-Herzegovina que foi posteriormente anexada em 1909; iii) a Rússia czarista que pretendia
controlar o Estreito de Dardanelos (no Mar Negro) e desta forma encontrar uma saída para o
Mediterrâneo; para o efeito apareceu na região como defensora de interesses dos ortodoxos (religião
dos eslavos do Sul) e aliou-se à Sérvia, um povo que reevindicava a sua libertação do domínio
estrangeiro; iv) a Alemanha interessada em construir uma linha férrea ligando Berlim-Bizâncio-
Bagdade (B-B-B, a linha dos três B's) chocando-se com os propósitos imperialistas da Inglaterra na
zona do Médio Oriente.
Os balcãs tinham-se tornado assim num verdadeiro barril de pólvora, porque havia nesta região,
condições suficientes para alimentar uma série de instabilidades políticas provocadas essencialmente
pelos factores seguintes:
i) sentimentos nacionalistas regionais provocados, em primeiro lugar, pelo domínio da região, por
parte do Império Turco-Otomano e do Império Austro-Húngaro.
ii) manifestações independentistas lideradas pela Sérvia, que possuía um projecto político para a
criação da chamada "Grande Jugoslávia" um espaço territorial que incluiria as regiões da Sérvia, do
Montenegro, da Bósnia, da Eslovénia, e da Croácia.
II.1. 4 : O Nacionalismo
A maior parte dos países expansionistas justificavam a sua grandeza mediante o número de colónias
que possuiam. Assim a disputa colonial fez surgir sentimentos nacionalistas como por exemplo: o
revanchismo (na França), o pan-germanismo (na Alemanha) e o pan-eslavismo (na Rússia).
Que países estiveram envolvidos neste conflito?
Em 1882 foi criada a "Triplice Aliança" uma organização que se consolidou em 1912. Fizeram parte
desta a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Itália (que se retirou em 1915)7 e posteriormente a Turquia.

7
A Inglaterra e a França, pelo Tratado de Londres em Abril de 1915 conseguem aliciar a Itália para o lado
da Entente, prometendo a conquista e a devolução do Trentino, Trieste, Istria e litoral da Dalmácia (terras
irredentas/irredentismo).
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Esta aliança ficou igualmente designada por Impérios Centrais".


Em 1894 foi criada a Aliança Dual que se transformou em Entente Cordiale em 1904 constituída pela
Inglaterra e França; em 1907 consolida-se a"Tríplice Entente" ou Aliados da qual fizeram parte a
Inglaterra, a França e a Rússia e mais tarde em 1917 os EUA.
Como se pode depreender, de tudo o que anteriormente dissemos, o cenário da política internacional
do Velho Continente, entre 1880 e 1913 caracterizava-se essencialmente pela existência da Paz
Armada, que viria a ser quebrada pelos acontecimentos sangrentos de Seraievo em Julho de 1914.
II. 2 – O desenvolvimento do conflito (as principais fases do conflito)
II.2.1 : Como é que a guerra iniciou?
No dia 28 de Junho de 1914 foi assassinado, em Seraievo-capital da Bósnia, o arquiduque Francisco
Fernando ( herdeiro ao trono da Áustria). O homicídio foi cometido por um estudante nacionalista
sérvio (Gravilo Prinzip, membro da associação secreta Mão Negra). Como retaliação o governo
austríaco enviou um ultimato de 48 horas à Sérvia, no sentido desta investigar e punir exemplarmente
os autores do crime. A Sérvia, protegida pela Rússia, ignorou-o o que compeliu a Áustria a declarar
guerra contra a Sérvia no dia 28 de Julho de 1914.
II.2.2 : Este homicídio pode ser considerado como a verdadeira causa do conflito?
Na realidade, um pouco por todo o mundo já se registavam, de forma intermitente, conflitos
imperialistas que poderiam ter desembocado numa guerra internacional. Como exemplos apontam-se
os casos da Guerra Sino-Japonesa de 1894-1895, ganha pelo Japão, que tinha por finalidade o domínio
da Coreia e a possibilidade de penetração na Manchúria; da guerra Hispano-Americana pelo domínio
de Cuba (1898-1899); da Guerra Anglo-Boer (1899-1902) pela disputa da região aurífera do Rand no
Transvaal; da guerra Russo-Japonesa (1904-905) pelo controle dos caminhos-de-ferro da Manchúria e
que conduziu à anexação da Coreia pelos japoneses (em 1910); das crises do Marrocos (em 1905 e em
1911/12) uma disputa entre a Alemanha e a França pela posse deste território da África setentrional.
Após a declaração de guerra da Áustria à Sérvia, como reagiram os restantes países aliados
tanto da Áustria como da Sérvia?
Os países já organizados em alianças posicionaram-se de acordo com os tratados anteriormente
celebrados e consoante os interesses secretos que cada um deles havia definido. Efectivamente, após o
ultimato austríaco ter expirado sem os resultados desejados, ocorreram declarações de guerra em série
das quais importa salientar:
• 1 de Agosto : Alemanha x Rússia
• 3 de Agosto : Alemanha x França
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• 4 de Agosto : Alemanha x Bélgica


• 5 de Agosto da Inglaterra x Alemanha
• 6 de Agosto da Áustria Hungria x Rússia
• 11 de Agosto da França x Áustria-Hungria
• 23 de Agosto de 1914 do Japãox Alemanha
• 5 de Novembro da França e da Inglaterra x Turquia
• 9 de Março de 1916 Portugal x Alemanha e aos seus aliados
• 6 de Abril de 1917 os EUA x Alemanha
Nesta guerra a Itália, em momentos diferentes pertenceu a duas alianças. Porque razão este país se
comportou desta forma?
A Itália dependeu do posicionamento da Áustria em relação às suas reevindicações territoriais ( o
irredentismo) e desta forma passa-se da Tríplice Aliança para a T. Entente em 1915. A Itália agia
assim em conformidade com artigo 7 do pacto da Tríplice Aliança segundo o qual a Áustria prometera
à Itália certas compensações territoriais nas regiões do Mar Adriático e do litoral do Mar Egeu no caso
da mudança do status quo em relação à "Questão do Oriente". Por sua vez a Alemanha prometera
defender a Itália na sua luta com a França, pelo domínio da Tripolitânia (actual Líbia)8.
Como as promessas tardassem a ser concretizadas, em Abril de 1915 na base do Tratado de Londres, a
Inglaterra e a França prometeram conquistar e entregar à Itália o Trentino e Trieste, Istria bem como
compensações territoriais nos espaços dos balcãs (Dalmácia). Segundo Pedroncini, a Itália agiu desta
forma porque não possuia nem meios financeiros, nem militares para lutar contra a Áustria e exigir
desta a retirada dos territórios ocupados; deste modo a 26/4/1915 a Itália assina o acordo de Londres
(baseado em 16 pontos anteriormente apresentados à Rússia) e passa a integrar a Tríplice Entente, mas
só entra em guerra a 26 de Maio de 1915. A este respeito Pedroncini esclarece que "o posicionamento
italiano foi ditado, em primeiro lugar, devido às ambições políticas, mas a escolha destas opções
dependeram também da evolução das operações militares9.

II.2.3 : Principais fases da guerra


1a fase: 1914-1915 Guerra de movimento/ofensivas generalizadas
2a fase: 1915-1916 Guerra de Posições/estabilização das frentes/Guerra de trincheiras : em 1915 foi

8
Rever dados sobre o conflito de Fachoda.
9
Guy Pedroncini, Les négociations secrètes pendant la grande guerre, Édition Flammarion, Paris 1969, p. 19.
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iniciado um novo tipo de guerra cruel e desgastante. A este respeito Vizentini expica que os soldados
abrigavam-se em trincheiras protegidas por sacos de areia, reforçadas por "barreiras de arame farpado,
blindagens, posições de tiro, postos de observação, cercas electrificadas em alguns setores e terrenos
minados,em linhas defensivas paralelas"10. Os soldados viviam nelas sob condições insalubres – no
meio da lama, do frio, da morte e da metralha durante vários meses sob ameaça de doenças e de
epidemias. As trincheiras, que haviam sido introduzidas pelos franceses, cedo se disseminaram em
quase todas as frentes de combate e tiveram por consequência a introdução da "guerra de desgaste, de
tensão e esgotamento das forças humanas, técnicas e industriais". Por outro lado esta fase serviu
igualmente para a maior parte dos países rearmarem-se e retomarem a guerra com meios bélicos mais
sofisticados.
3ª fase : 1917-1918 guerra de movimento, crises sociais generalizadas e final do conflito; a maior parte
dos países não estava economicamente preparada para uma guerra desta natureza, facto que os obrigou
a desviarem recurso para o sector militar. Isto provocou a fragilização das economias nacionais e a
emergência de convulsões políticas e sociais que se reflectiram negativamente no período pós-guerra
(ler o capítulo sobre o Fascismo e o Nazismo).
Em 1917 ocorrem dois acontecimentos importantes: a retirada da Rússia e a entrada dos EUA para a
guerra: intervenção dos EUA no conflito e o armistício de Brest-Litovsk.

II.2.4 : A intervenção dos EUA no conflito


Em Abril de 1917 os EUA quebram a neutralidade e entram para a guerra. O motivo de tal decisão
deveu-se ao facto de a Alemanha, encontrando-se numa situação de desespero face às vitórias do bloco
inimigo, ter começado a atacar indiscriminadamente todos submarinos e barcos da marinha mercante e
de guerra que se cruzavam com os seus, até mesmo os dos países neutrais como foi o caso dos EUA.
Desta forma o Reich pretendia evitar a todo custo o apoio logístico que a Tríplice Entente recebia e
obstaculizar o comércio da Inglaterra com os outros países.
Esta situação afectava o comércio e a indústria dos EUA, uma vez que as suas mercadorias eram
cedidas a título de créditos que posteriormente deveriam ser pagos pelos Aliados. Neste contexto, a
intervenção dos EUA tinha por objectivo garantir a vitória da Tríplice Entente bem como o retorno dos
investimentos feitos em forma de apoio logístico.

10
Paulo G. Fagundes Vizentini, Primeira Guerra Mundial –Relações Internacionais do Século 20, Editora da
Universidade, Porto Alegre, 1996, p. 46.
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II.2.5 : O armistício de Brest-Litovsk


Em Outubro de1917 ocorreu na Rússia uma revolução que conduziu ao poder uma nova elite política -
os bolcheviques - defensora dos interesses de operários e camponeses. Considerando que a guerra
possuia um carácter imperialista, os novos dirigentes distanciaram-se dela, e iniciaram negociações em
Brest-Litovsk- Polónia (a 3 de Dezembro de 1917) que culminaram na assinatura do armistício no dia
3 Março de 1918, mediante o quala Rússia cedia os territórios da Ucrânia, da Polónia e da Bielo-
Rússia e desta forma terminava o conflito entre a Rússia e a Alemanha. Este acontecimento libertou os
Impérios Centrais dos ataques na frente Oriental permitindo-lhes, desta forma, concentrar as suas
acções militares na frente Ocidental (França). Contudo a contra-ofensiva francesa apoiada pelos
aliados americanos obrigaram ao II Reich a recuar e desta forma o primeiro conflito mundial foi-se
dissipando à medida que vários países pertencentes à coligação dos Impérios centrais iam capitulando
uma atrás da outra.

II.2.6 : A capitulação da Alemanha e a Paz de Paris de 1919


Em 1918 foram assinados armistícios sucessivos com a Bulgária, a Turquia, a Áustria-Hungria e com
a Alemanha (11 de Novembro de 1918 no Quartel General da Entente em Compiègne) decidindo-se
desta forma a derrota dos "Impérios Centrais" e de seus aliados.
Em Janeiro de 1919 foi convocada a Conferência de Paz, que decorreu em Paris, com o objectivo de se
deliberar sobre o destino do Mundo. Participaram deste evento os seguintes estadistas :
Clemenceau-Primeiro Ministro da França, Wilson-Presidente dos EUA, Balfour e posteriormente
Lloyd George-Primeiro Ministro da Grã Bretanha, Orlando-Primeiro Ministro da Itália e Sa Yonji,
Primeiro Ministro do Japão.
A cimeira estabeleceu uma agenda para a assinatura dos tratados com os países vencidos:
Tratado de Versalhes com a Alemanha (28.06.1919), Tratado de St. Germain-en-Laye com a Áustria
(Setembro de 1919), Tratado de Neuille com a Bulgária (Novembro de 1919) e Tratado de Trianon
com a Hungria (1920).
Para o nosso estudo, trataremos pormenorizadamente dos Tratados de Versalhes e de St. Germain.
II.2.7 : TRATADO DE VERSALHES (28.6.1919) subdivide-se em várias decisões dais quais que
determinavam o seguinte:
a) Cláusulas territoriais:
- Para a Europa, a entrega dos territórios conquistados pelos alemães à França (Alsácia- Lorena), á
Polónia (Danzig/Gdansk –transformada em cidade Livre sob administração da Sociedade das Nações

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durante 15 anos, Posnania, Alta Silésia e a Prússia Ocidental), à Checoslováquia (Hlucínsko - região
da Alta Silésia) e à Bélgica (as regiões de Eupen e Malmédy); a criação de um território no Sarre sob o
controlo da Sociedade das Nações durante 15 anos;
- as colónias africanas (Togo e Camarões na África Ocidental) foram subdivididas entre a França e a
Inglaterra; o Tanganhica e Sudoeste Africano ficou sob tutela da União sul-africana, o Ruanda-Urundi
foi ocupadao pela Bélgica. As colónias alemãs do Pacífico foram distribuídas entre a Austrália e o
Japão.
Pelo Tratado de Versalhes a Alemanha reconheceu a independência da Checoslováquia e da Polónia.
b) Cláusulas militares
Redução substancial de homens (a Alemanha só devia possuir cca de 100.000 homens), de material
bélico, supressão da marinha (submarinos) e da aviação, bem como a abolição do serviço militar.
A margem esquerda do rio Reno (do lado da Alemanha) foi militarmente ocupada por tropas dos
Aliados, por 15 anos; da mesma forma a margem direita do mesmo rio (numa extensão de 50km) foi
desmilitarizada a fim de se evitar um possível ataque alemão à França.
c) Cláusulas económicas
A Alemanha foi obrigada a pagar pesadas indemnizações (principalmente à França) para a reparação
dos prejuízos de guerra. Parte da marinha mercante devia entregar aos aliados em compensação dos
barrcos destruídos durante a guerra submarina.
II.2.8 : TRATADO DE ST. GERMAIN-EN-LAYE com a Áustria (Setembro de 1919)
Este dispositivo conduziu à desagregação do império Austro-Húngaro e originou uma mudança do
mapa político da Europa uma vez que:
- da desintegração da Dupla Monarquia surgiram 2 estados independentes : a Áustria e a Hungria;
- aos dois países supramencionados foi proibido de doravante estabelecerem qualquer tipo de
alianças/coligaçao entre si ;
- a Áustria foi igulmente impedida de formar coalisões com a Alemanha;
- foi reconhecida a independência de vários estados Danubianos (Checoslováquia, Polónia,
Estónia, Lituânia, Letónia e Finlândia)
- Surgimento de um novo país na zona meridional da Europa - a Jugoslávia.
II.2.9: Consequências gerais da guerra : políticas, económicas e sócio-demográficas
1. Políticas
Os tratados de paz assinados após o conflito agravaram os problemas de fronteiras contestadas e o
tratamento de minorias europeias; foi neste contexto que surgiram reenvidicações dos países

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perdedores que passaram a exigir a revisão dos tratados então assinados; um dos países revisionistas
foi a Alemanha.
As consequências da guerra foram para este país desastrosas. A chamada "humilhação" promovida
pelo tratado de Versalhes, foi originada pela posição de força dos países vencedores manifestada pelo
Diktat. Na realidade o que se passou foi que os vencedores conservaram para si as possessões
coloniais dos vencidos o que provocou um verdadeiro descontentamento e a radicalização do
nacionalismo alemão, que encontrou eco e apoio no seio de sectores sociais conservadores.
A guerra teve implicações no delineamento de um novo mapa político colonial de África. Assim várias
zonas de interesse alemão passaram a ser geridas por outros países: na África Ocidental o Togo e o
Camarões foram distribuídos à França e à Inglaterra;na África Oriental Tanganhica passou para a
Inglaterra e as regiões do Ruanda-Urundi foram ocupadas pela Bélgica; na África Meridional, o
Sudoeste Africano (actual Namíbia) foi posta sob o mandato da Sociedade das Nações (1919) e por
esta confiada à África do Sul. Cumulativamente as colónias do Pacífico foram distribuídas entre a
Austrália e o Japão.
A formação da Sociedade das Nações (SDN)
Após a Primeira Guerra Mundial, e sob proposta do presidente dos Estados Unidos da América, foi
criada a Sociedade das Nações (28/4/1919) com sede em Genebra. Este orgão tinha como tarefas
preparar o desarmamento e evitar futuros conflitos armados por meio de apelos à cooperação
internacional. O seu fraco desempenho ante os conflitos que conduziram à Segunda Guerra Mundial11,
determinou a sua dissolução ( em 1946 ) e respectiva substituição pela Organizaçâo das Nações
Unidas ( ONU ) com sede em Nova Iorque.
Económicos
A destruição de várias infra-estruturas industriais na Europa, conduziu a uma série de implicações
negativas tais como: a desorganização do aparelho produtivo que se repercurtiu no desemprego e na
miséria da população europeia; a sobrevalorização de prioridades para a economia de guerra ditou uma
certa negligência de sectores tais como a produção e distribuição alimentar, a saúde a educação e os
transportes.
A Europa deixou de ser a fornecedora de produtos para o resto do mundo e passou a comprar fora o
que antes produzia devido à ruptura do comércio externo que registava uma inflação generalizada
(drástica diminuição das exportações em benefício das importações); forte inflação que conduziu à

11
Guerra sino-japonesa 1937), a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e a a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
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desvalorização das moedas europeias (com maior incidência para o marco alemão) e consequente
valorização do dólar e ascensão da economia americana. Desta forma, os EUA transformaram-se na
principal potência credora e investem seus capitais na reabilitação da economia da Europa Ocidental.
Sócio-demográficos
Diminuição significativa da população activa da Europa devida a mortes e a um grande número de
mutilados reduz desta forma não só o número de pessoas como também a potencial mão-de-obra que
poderia ser utilizada no mercado de emprego. Esta situação provocou, por sua vez, a distorção da
pirâmede etária do Velho Continente cacterizada por uma população velha, como também esteve na
origem do aumento de mulheres que passam a ser admitidas para trabalharem em diversos sectores da
vida económica e pública. Paradoxalmente a fraca natalidade nos países economicamente mais
desenvolvidos tem-lhes permitido, em períodos posteriores, a elevação e melhoria do nível de vida dos
seus habitantes (isto é uma distribuição substancial dos rendimentos conseguidos por cada país).

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Revolução Industrial, imperialismo, "espaço vital, espaços brancos do planeta, crise balcânica, império Austro-Húngaro, Grande
Jugoslávia, revanchismo, pan-germanismo, pan-eslavismo, Triplice Aliança, Impérios Centrais, Tríplice Entente, Paz Armada,
irredentismo, Questão do Oriente, Guerra de Posições/estabilização das frentes/Guerra de trincheiras, armistício de Brest-Litovsk,
bolcheviques, Diktat

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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

1. Demonstre que a Primeira Guerra Mundial foi um conflito imperialista.

2. A I Guerra Mundial (1914-1918) foi um conflito provocado por diversos factores. Refira-se resumidamente às causas
económicas.

3. Comente a afirmação seguinte: Antes da I Guerra Mundial a Europa vivia um clima de verdadeira "Paz Armada".

4. Explique o sentido da seguinte expressão: os balcãs eram um autêntico barril de pólvora.

5. A Alemanha e a França foram dois países que se haviam preparado minuciosamente para a IGM,
em que consistiu tal preparação?

6. Refira-se às consequências políticas, em relação à Europa, dos tratados de St. Germain e de


Versalhes.

7. Explique a seguinte afirmação: "A Europa era um jogo de influências. Os vários tratados de paz, e
sobretudo o Tratado de Versalhes (28.6.19199) assinado com a Alemanha, punham os fundamentos de
novos conflitos".

8. Enuncie 4 elementos dos 14 artigos de Wood Wilson.

9. Porque razão foi formada a Sociedade das Nações?

10. Durante a 1 a Guerra Mundial Portugal aliou-se a Tríplice Entente para defender o seu império em
Moçambique. Explique a razão deste procedimento.

11. A I Guerra Mundial (1914-1918) desenvolveu-se igualmente em África. Indique as principais zonas
deste continente que foram disputadas durante o conflito bem como as potências envolvidas nessas contendas.

13. que impacto teve o tratado de Versalhes no mapa político de África ?

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Documentos
1. Os 14 Pontos de Wilson

1. Exigência da eliminação da diplomacia secreta em favor de acordos públicos;

2. liberdade nos mares;

3. abolição das barreiras econômicas entre os países;

4. redução dos armamentos nacionais;

5. redefinição da política colonialista, levando em consideração o interesse dos povos colonizados;

6. retirada dos exércitos de ocupação da Rússia;

7. restauração da independência da Bélgica ;

8. restituição da Alsácia e Lorena à França;

9. reformulação das fronteiras italianas;

10. reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria;

11. restauração da Romênia, da Sérvia e de Montenegro e direito de acesso ao mar para a Sérvia;

12. reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo do povo da Turquia e abertura permanente dos estreitos que
ligam o mar Negro ao Mediterrâneo;

13. independência da Polônia ; e

14. criação da Liga das Nações.

Fonte: www.wikipedia.org (versão portuguesa acessado no dia 04.04.2007)

2. "Nota Pontificial" do Papa Bento XV - proposta de paz publicada a 24.07.1917


1. liberdade dos mares
2. limitação de armamentos
3. arbitragem internacional dos conflitos
4. independência e soberania da Bélgica
5. regularização amigável dos diferendos económicos
6. solução justa das questões territoriais debatidas entre a Alemanha a França a Itália e a Áustria
7. o mesmo espírito (de 6) deveria prevalecer em relação à Sérvia e à Polónia.
Fonte : Guy Pedroncini, Les négociations secrètes pendant la grande guerre, Édition Flammarion, Paris 1969, pp. 78-82.
Recolha, tradução e adaptação de A.M. Manso

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III. UNIDADE – TEMA : O FASCISMO E O NAZISMO


III.1 : Causas gerais da emergência dos partidos nacionalistas
1. É sabido que após a Primeira Guerra Mundial os países europeus enfrentaram inúmeras dificuldades
económicas, devido à destruição de infra-estruturas económicas da Europa Ocidental. Este facto
reflectiu-se negativamente no seio da população e foi a causa de várias dificuldades financeiras, do
desemprego, da miséria e dos problemas sociais generalizados.
2. Por outro lado, as cláusulas económicas dos Tratados de Versalhes e de St. Germain haviam
dificultado o desenvolvimento da Alemanha e da Áustria respectivamente. Por isso, o primeiro país
contestava as decisões de Versalhes e exigia a revisão deste tratado.
3. Após a IGM, a economia europeia tornou-se cada vez mais dependente da sua congénere americana,
até porque grande parte do capital americano estava sendo investido nos programas de reabilitação
económica da Europa. Contudo a Crise Económica Mundial (1929-1934), manifestada pela queda da
Bolsa de Nova Iorque, reflectiu-se negativamente sobre a economia europeia, uma vez que devido à
desorganizaçao financeira os EUA já não podiam continuar a prestar apoio monetário aos programas
de reabilitação económica do Velho Continente.
4. O surgimento da Rússia socialista perturbou os países capitalistas do Ocidente europeu. Isto foi
motivado pela nova política e ideologia bolchevique que preconizavam, entre outros aspectos, a
abolição da propriedade privada, a colectivização dos meios de produção, a direcção centralizada da
economia por parte do estado e a ditadura do proletariado. Por isso o país dos sovietes passou a ser um
inimigo a ser combatido por todos os países capitalistas da Europa Ocidental. Eram os inícios da
implantação da teoria sobre o "Perigo Comunista", uma ideia que se propagou no mundo durante o
período da "Guerra Fria".
Portanto, a Europa estava perante um cenário extremamente complicado, a sua população já não
acreditava nem no sistema económico capitalista, nos moldes em que funcionava, e muito menos na
democracias liberal até ai vigentes; o socialismo do Leste era uma proposta aliciante no seio de
populações do Ocidente europeu, mas este sistema foi contornado e rejeitado pela nova elite de
dirigentes políticos ocidentais que ascenderam ao poder a partir de 1919.
Como resposta à situação de crise, os novos dirigentes pautaram essencialmente pela tomada de
medidas de carácter proteccionista (fechando-se sobre si mesmos e fazendo diminuir as importações) e
pelo nacionalismo exacerbado, isto é, a valorização excessiva e exclusiva da burguesia nacional) que
conduziu ao surgimento de partidos de extrema-direita vulgarmente conhecidos por Fascistas e
Nazistas.

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III.2 : Características gerais do fascismo e do nazismo

- NACIONALISMO, manifestado pelo apoio do estado a sectores da burguesia nacional e


conservadora.
- EXPANSIONISMO ( imperialismo ) caracterizado pela reivindicação do chamado "espaço vital" (
necessidade de colónias e de zonas de influência) que deveria ser conquistado mesmo através do
recurso à força e à violência (isto é através da guerra).
- TOTALITARISMO, caracterizado por um sistema político autoritário e personalizado em que o
Estado se converte no valor absoluto ao qual estão subordinados todos os outros interesses. Este tipo
de Estado defende igualmente o regime de partido único.
- XENOFOBIA, a defesa de ideias racistas assentes na crença de uma raça superior, e na rejeição dos
indivíduos estrangeiros.
- CORPORATIVISMO, considerado como um meio de ultrapassar os conflitos de classe e de unir o
operariado e o patronato na defesa de um objectivo comum,isto é, a harmonização de interesses, mas
na realidade era uma forma de o patronato evitar as greves constantes que grassavam nos países
europeus.
- ANTI-LIBERALISMO, descrédito em relação ao sistema das democracias burguesas do ocidente
bem como aversão em relação ao capitalismo de livre concorrência.
- ANTI-PARLAMENTARISMO, a existência de muitos partidos no cenário nacional era
considerada como factor de instabilidade política e de divisão nacional.
- ANTI-COMUNISMO combate aos novos ideais do comunismo e do socialismo oriundos do leste
europeu, considerados contrários à tradição política e económica da Europa Ocidental.
- O desprezo pelos direitos, liberdades e garantias do Homem, considerando que os direitos de cada
indivíduo se deveriam submeter aos interesses prioritários da Nação.

III. 3 : A Itália - o Fascismo


Em 1919 Benito Mussolini forma os "Fasci Italiani di Combattimento" (os Camisas Negras ), que
estavam organizados em grupos para-militares com a missão de efectuar expedições militares
punitivas contra as organizações de sindicalistas, contra adeptos de partidos socialistas, comunistas e
populares e até mesmo contra sedes de jornais ou de revistas que difundissem ideologia comunista.
Em 1921 Mussolini funda o Partido Nacional Fascista (PNF), que contava com o apoio de magnatas
industriais da Itália, interessados em sufocar a onda de greves existente no país.

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Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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Em Outubro de 1922 Mussolini organizou a "Marcha sobre Roma" que culminou com assalto ao poder
em 1924 após eleições fraudulentas. Mussolini tornou-se assim o "dono da Itália" - o "Duce"- como foi
então chamado. Institucionalizou o autoritarismo, marcado pela promoção da ditadura fascista.
Mussolini adopta uma política expansionista inspirando-se nos tempos gloriosos do Antigo Império
Romano. Desta forma a Itália lançar-se-ia num projecto expansionista, conquistando a Etiópia em
1935 e apoiando os rebeldes nacionalistas na Guerra Civil da Espanha em 1936-1939.

III. 4: A Alemanha - o Nacional-socialismo


Adolfo Hitler ( 1889-1945 ) ingressou em 1919 no Partido Operário de que se tornou presidente. Em
1921 assumiu a chefia do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores da Alemanha (cuja sigla em
alemão NSADP deu origem à abreviação popular NAZI, termo que significa nacional socialismo . Este
partido contava com um grande apoio de empresários e industriais alemães.
Em 1932 o Partido Nazi saiu vitorioso das eleições e em Janeiro de 1933 Hitler foi nomeado chanceler
da Alemanha pelo presidente Hindenburg no ano seguinte. Após a morte deste, Hitler acumulou as
funções e começou a governar de uma forma ditatorial.
O Nazismo manifestu-se pelos seguintes aspectos:
- Arianismo que consistiu numa política racista e segregacionista, altamente xenófoba e que
mergulhava as suas pretensas razões na crença da superioridade da raça ariana, da qual os alemães se
julgavam os mais dignos descendentes e representantes.
- Anti-semitismo, manifestado pelo ódio aos judeus residentes na Alemanha, que consistiu na expulsão
destes dos bairros livres das cidades para viverem em guetos, no afastamento de alunos e professores
das escolas e das universidades, no impedimento de praticarem as suas profissões e de venderem os
seus produtos. Os judeus foram assim totalmente marginalizados devido à "loucura" de um homem ,
cujas características físicas não correspondiam às da "raça ariana" que tanto defendia.
- Pan-germanismo, política expansionista cujo objectivo era o de formar um vasto império através da
integração de territórios (fora das fronteiras da Alemanha) onde existiam populações de origem
germânica. Foi neste contexto que a Alemanha efectuou, antes da II Guerra Mundial, várias anexações
tais como: a ocupação da Áustria e da Checoslováquia em 1938.
Hitler criou igualmente uma duríssima e ultradisciplinada organização policial secreta - a GESTAPO,
que estava sob controle directo do Führer (o Chefe máximo). Paralelamente foram criadas milícias
denominadas Secções de Segurança ( SS ) e Secções de Assalto ( SA ).

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Outras medidas importantes se seguiram:1933 a Alemanha retirou-se da SDN12 o que significava que a
partir daquele momento o país não se submeteria a qualquer decisão daquele órgão internacional; em
1935 decreta o serviço militar obrigatório de dois anos e em 1936 Hitler anuncia um plano quadrienal
para o rearmamento da Alemanha; no mesmo ano o III Reich efectua a ocupação da Renânia. É
também na mesma altura que a Itália e a Alemanha selam o chamado Pacto de Aço dando origem ao
eixo Roma-Berlim.

III. 5: A Espanha - o Franquismo


As eleições realizadas em 193613, foram ganhas pela Frente Popular (FP), um partido progressista cujo
programa político contemplava várias reformas sendo de destacar:
- o restabelecimento da autonomia da Catalunha (grande centro industrial que aspirava à separação)
- a amnistia de 30 mil presos políticos catalães,
- a introdução da reforma agrária e educacional em beneficio dos desfavorecidos.
Estas medidas foram fortemente contestadas pelos partidos de direita e círculos burgueses
conservadores. As contradições políticas daí resultantes, culminaram na "Guerra Civil Espanhola"
entre 1936 e 1939. Neste conflito intervieram a Itália e a Alemanha que apoiaram o general Francisco
Franco e os círculos conservadores ultra-nacionalistas da Espanha. O conflito culminou com a
instituição da ditadura fascista, pelo general Franco, entre 1939 e 1975 (ano da sua morte).

III. 6 : Portugal - o Salazarismo


Após a I Guerra Mundial, Portugal enfrentava sérias dificuldades económicas e financeiras causadoras
de tensões sociais, sobretudo a nível da pequena e média burguesia e também no seio das classes
populares. A estes problemas acrescentavam-se os desentendimentos políticos que culminaram com o
golpe de estado de 1928, liderado pelo general Manuel Gomes da Costa.
A fim de solucionar a crise económica vigente no país, foi chamado ao novo govemo o Professor
António de Oliveira Salazar ( na altura docente de Economia na Universidade de Coimbra) para
ocupar a pasta de Ministro das Finanças em 1928 ). Posteriormente, em 1933 Salazar tornou-se

12
Nesse mesmo ano também o Japão abandona a SDN e em 1936 assina com a Alemanha o Pacto anti-komintern.
Nesta altura a tendência militarista do Sol Nascente visava a conquista do Norte da China facto que degenerou na guerra
sino-japonesa de 1937.
13
A primeira tantativa de governo ditatorial, na Espanha, ocorreu em 1923 e foi liderada pelo General Primo de
Rivera, mas o regime mais duradoiro foi o do General Franco de 1936-1974).
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Presidente do Conselho e passou a acumular os dois cargos instituindo uma política ditatorial. A sua
govemação foi caracterizada pela introdução (por meio da Constituição de 1933) do sistema político
designado "ESTADO NOVO CORPORATIVO", baseado num sistema económico e social
corporativo, no qual as liberdades se encontravam limitadas em nome dos interesses gerais do país.
Para implementar a sua política, Salazar pautou pela repressão sistemática das liberdades individuais e
criou várias instituições das quais se destacam: em 1936 a Mocidade Portuguesa
(organização juvenil de índole fascista); em 1945 a PIDE e em 1969 a DGS (Direcção Geral de
Segurança). Em suma, como explica Margarida Mendes, o lema da governação salazarista se baseava
no lema seguinte : "Deus, Pátria, Família...No fundo, esvaziando os poderes da Assembleia Nacional
e do Presidente da República para reforçar os do Governo, a Constituição de 1933 permite uma
verdadeira 'ditadura pessoal do Conselho'...Qualquer colectividade, fosse política, cultural,
desportiva, recreativa, social ou de benefecência teria de solicitar a prévia autorização do Governo
que aprovava os seus estatos e homologava os corpos gerentes. Quanto à liberdade de expressão do
pensamento, o regime actuava de forma preventiva através da censura prévia, não querendo correr o
risco de deixar escrever, falar ou mostrar"14.
Após a sua morte em 1968, Salazar foi substituído por Marcelo Caetano, que deu continuidade à
política fascista até 25 de Abril de 1974, altura em que ocorreu a Revolução dos Cravos em Portugal.

GLOSSÁRIO DO NAZISMO

Campo de concentração, locais de internamento para a guarda dos "inimigos do III Reich. Os campos de concentração
começam a ser construídos logo que Hitler assumiu o poder na Alemanha. Existiam vários tipos de campos: campos de
trabalho, campos de reclusão/prisão e campos de extermínio. Auschwitz, Auschwitz-Birkenau, Dachau,

Campos de extermínio, campos de concentração destinados à exterminação dos reclusos os campos de extermínio
alemães estavam localizados nas seguintes regiões da Polónia: Auschwitz-Birkenau, Belzek, Chelmo, Madjanek, Sobibor,
Treblinka.

Deportação, movimentação de populações de umas para outras áreas residenciais com o objectivo de reassentá-las. No
que diz respeito aos judeus da Europa, a deportação manifestou-se na movimentaçao de populações para os guetos ou para
os campos de concentração transitórios de onde eram levados para o centro de exterminação.

Gestapo, polícia secreta alemã, foi criada em 1933 para proteger o regime dos seus opositores políticos. Após 1936 esta
organização esteve sob liderança de Himmler.

Holocausto,termo de origem hebraica (olah)que significa 'sacrifício queimado' e que no grego (holokauston) significa

14
Margarida Mendes de Matos et alii, História 12° Ano, 1° Volume, Textos Editora, Lisboa, p. 304.

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'uma oferenda consumida pelo fogo'. Nos campos de concentração certos presos eram queimados vivos em crematórios e
desta prática que surgiu o termo generalizado holocausto.

Nuremberg, cidade alemã, onde o Parlamento imperial se reuniu em 1935 para promulgar, na pessoa de Hitler, as
famosas Leis de Nuremberga.Dez anos mais tarde foi convocado para a mesma cidade o Tribunal Militar Internacional
para julgar os criminosos Nazis ligados ao Holocausto.

Fonte: http://www.worldwar-2eu/

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Crise Económica Mundial (1929-1934), ideologia bolchevique, democracias liberais, proteccionismo, totalitarismo,
xenofobia, corporativismo, anti-parlamentarismo, Camisas Negras, nacional socialismo, arianismo, anti-semitismo,
Franquismo, Salazarismo, Estado Novo Corporativo.

IV. UNIDADE – TEMA : A II GUERRA MUNDIAL (1939-1945)

IV. 1 : As relações internacionais pós-Versalhes (1919-1939)


Após a la Guerra Mundial a Alemanha foi despojada de todas as possessões coloniais localizadas em
África, no Pacífico e na Europa perdendo assim as bases para a aquisição de recursos indispensáveis ao
desenvolvimento da sua indústria. Foi neste contexto que a Alemanha exigia a revisão do Tratado de
Versalhes que o considerava um diktat. O crescente desemprego e descontentamento dos europeus,
provoca tensões sociais e políticas, como por exemplo o recrudescimento de atitudes ultra-nacionalistas
não só neste país como também na Itália. Esta situação contribui igualmente para o apoio das populações,
destes estados, às políticas expansionistas dos seus governos. É neste contexto que se enquadra a anexação
da Etiópia pela Itália, em 1935 e a ocupação da Renânia em 1936 pela Alemanha. Posteriormente, em
1937, o país do sol nascente (Japão) invade a China e ocupa a Manchúria. Por último, no ano de 1938 a
Alemanha anexa a Áustria e invade a Checoslováquia. Em 1917 ocorreu a revolução Bolchevique
responsável pela introdução de uma nova ideologia comunista, uma ideologia bastante contestada pelos
países capitalistas da Europa Ocidental que para o efeito criaram o "Mito do perigo comunista". As
cláusulas militares do Tratado de Versalhes de 1919 haviam sido contornadas pela Alemanha (sob
cumplicidade das potências ocidentais), que muito rapidamente recuperou o seu nível industrial, na base
do desenvolvimento do sector armamentista. Desta forma Hitler conseguiu atingir dois objectivos: por um
lado, criar postos de emprego para o povo alemão e por outro preparar a Alemanha para uma nova guerra.
Simultâneamente Hitler desenvolvia uma campanha diplomática tendente a establecer alianças estratégicas
tanto na Europa como na Ásia. Na sequência desta actividade foram assinados vários tratados dos quais
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importa salientar: i)1936 - assinatura do "Pacto de Aço" entre a Itália e a Alemanha (dando origem ao Eixo
Roma-Berlim); ii)1936 - assinatura do Pacto Anti-KOMINTERN entre a Alemanha e o Japão; iii) 1938-
Acordo de Munique. Foram signatários deste acordo osseguintes países: a Alemanha (país interessado), a
Inglaterra, a França, a Itália e a Checoslováquia (país visado).
Com este acordo a Alemanha pretendia ocupar os Sudetas como forma a obter acesso facilitado à Polônia.
Os países da Europa Ocidental viam nisto uma oportunidade para a Alemanha atacar a URSS e desta
forma aniquilar o "perigo comunista"; iv) 1940 Pacto Tripartido assinado entre a Alemanha, a Itália e o
Japão e que deu origem ao Eixo "Berlim-Roma-Tóquio" coligação fascista da II Guerra Mundial.

PRINCIPAIS FACÇÕES BELIGERANTES


Países do Eixo Berlim-Roma -Tóquio/coligação fascista constituída pela Alemanha, Itália e Japão. Aliados
Inglaterra, URSS, França e em 1941 EUA os americanos quebram a neutralidade e entram para o conflito
ao lado dos Aliados em Dezembro de 1941.

IV. 2 : Os principais desenvolvimentos da II Guerra Mundial


1/9 /1939 a Alemanha invadiu a Polónia e declarou a "BLITZKR1EG" ( guerra relâmpago ) que tinha
por objectivo liquidar a URSS em poucos meses, desta forma iniciou a 2ª Guerra Mundial. Em 1941 tem
início a invasão da Alemanha à URSS sob pretexto de discórdia com relação às áreas de influência nos
Balcãs na Turquia e na Finlândia. Foi em Dezembro do mesmo ano que, após longo período de
desinteligências, o Japão ataca a base naval dos EUA de Pearl Harbour (no Hawai – Pacífico) facto
aproveitado por este país para entrar no conflito ao lado da coligação anti-fascista (Aliados).
O avanço dos Alemães deteve-se em 1942 às portas de Moscovo e Leninegrado por causa das condições
climatéricas adversas ao equipamento e ao exército alemão apanhado de surpresa pelo inverno rigoroso
desta região. Desta forma inicia a resistência soviética simbolizada pela famosa batalha de Estalinegrado
vencida pelos russos em 1943. Um acontecimento de extrema importância ocorre na chamada "frente
ocidental": no dia 6 de Junho de 1944 (dia D), as tropas anglo-americanas desembarcaram na Normândia e
em Provença iniciando uma dura batalha pela conquista da França que teve um apoio importante das
forças de guerrilha comandadas por de Gaulle.
No ano de 1944 a contra-ofensiva Soviética foi garantida em todas as frentes e em Maio de 1945
(Primavera de Maio) a Alemanha assina a sua rendição incondicional e desta forma termina a guerra na
Europa.
No Extremo-Oriente a guerra prolongou-se até Agosto de 1945 altura em que os EUA efectuaram o

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lançamento de 2 bombas atómicas, nos dias 6 e 9 de Agosto, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki respectivamente.
IV. 3 : TRATADOS E CONFERÊNCIAS DA II GUERRA MUNDIAL

1 – AGOSTO DE 1941 - CARTA DO ATLÂNTICO


Foi assinada entre a Inglaterra (Churchill) e os EUA (Roosevelt). O documento retratava os princípios
gerais sobre o ordenamento político internacional no período pós-guerra. Como explicam Droz e
Rowley, "A Carta do Atlântico, assinada em Agosto de 1941 com o primeiro-ministro britânico, já
constitui o esboço de uma nova ordem mundial tal como é concebida pelos Estados Unidos: renúncia
às conquistas territoriais e livre determinação dos povos, acesso igual de todos os estados ao comércio
internacional e às matérias-primas, liberdade e navegação nos mares, cooperação económica entre as
nações e instituição de um sistema de segurança mais amplo e permanente". Por outras palavras, neste
encontro punha-se ênfase aos aspectos seguintes: entendimento democrático ou seja o direito dos
povos de escolherem livremente o regime político mais conveniente; a reconstituição pacífica do
Mundo, isto é, respeito pelas fronteiras de cada estado existentes antes da II Guerra Mundial,
colaboração internacional tendente à cooperação económica e social e política de desarmamento geral.
2 – JANEIRO DE 1943 - CONFERÊNCIA DE CASABLANCA (MARROCOS)
Participaram neste encontro: os EUA (Roosevel ), a Grã-Bretanha (Churchill) e o general francês de
Gaulle. O encontro centrou a sua discussão na estratégia militar. Foi vincada a ideia de rendição
incondicional da Alemanha. Foi igualmente acordada a criação de um comité francês de libertação
nacional liderado pelo general de Gaulle e por Giraude.
3 – NOVEMBRO DE 1943 - CONFERÊNCIA DO CAIRO (EGIPTO)
Poucos autores se referem a este acontecimento, uma vez que foram ali discutidos assuntos de
interesse para o Japão e para a China. Com efeito, estiveram presentes neste encontro Roosevelt,
Churchill e Chiang Kai-Shek. Os signatários decidiram o seguinte:
- Todos os territórios conquistados à China pelo Japão excepto a Coreia seriam devolvidos à República
Chinesa.
- A Coreia deveria tornar-se independente.
- a retirada de todas as possessões do Japão ocupadas, nas ilhas do Pacífico, desde 1914.
3 – NOVEMBRO DE 1943 - CONFERÊNCIA DE TEERÃO (IRÃO)
Nesta conferência foram traçados planos de estratégia militar que conduziram ao desembarque dos
aliados na Normândia e Provença em França) e na Sicília (Sul da Itália).

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Estaline da URSS reivindica o acesso ao mares Cáspio e Negro bem como alargamento das fronteiras
da Polónia para o Ocidente à custa da Alemanha. A Inglaterra aceita a incorporação na URSS dos
estados Bálticos (Lituânia, Letónia e Estónia) bem como o avanço dos Soviéticos sobre Berlim. É
proposta a ocupação e a divisão da Alemanha.

4 – FEVEREIRO DE 1945 - CONFERÊNCIA DE IALTA /YALTA ( CRIMEIA )


Participaram neste encontro os EUA, a Grã-Bretanha e a URSS representados pelos mesmos
estadistas..
Tendo sido considerada a mais importante cimeira para a paz da II Guerra Mundial, o encontro
produziuos seguintes os seguintes princípios:
- Capitulação incondicional da Alemanha, desnazificação da Alemanha;
- a indicação da URSS para ocupar-se do assalto definitivo do Japão e obteve igualmente direito sobre
os territórios ocupados pelos nipónicos na guerra russo-japonesa de 1904-1905;
- foi exigida a reconquista dos territórios ocupados na Europa e definição das fronteiras no período
pós-guerra;
- a criação de um novo organismo internacional em substituição da SDN;
- o estabelecimento da divisão da Alemanha em 4 zonas a serem controladas pelos exércitos dos
Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS);
- reafirmação do princípio democrático enunciado na Carta do Atlântico de 1941.
5 – CONFERÊNCIA DE POTSDAN/BERLIN (17. 7-2. 8.1945)
Foi a última cimeira entre os grandes que decorreu sob um clima de aparente consenso.
Países Participantes : a URSS (Estaline), Grã-Bretanha (Churchill substituído por Attlee), EUA (Hurry
Truman que substituiu o recém-falecido presidente Roosevelt ) e a França (de Gaulle).
Principais decisões:
- desmilitarização completa da Alemanha, desnazificação da Alemanha e da Áustria, democratização
e descartelização da Alemanha, surge desta forma a famosa fórmula dos "4D's".
- A Alemanha é dividida e ocupada e governada pelos Aliados (URSS, Grã-Bretanha, EUA e França).
- a Prússia Oriental seria dividida em duas partes cabendo a do Norte à Rússia e a do sul à Polónia;
esta última ficaria igualmente com Danzig.
- Foi criado o Tribunal Internacional de Nuremberga para o julgamento dos criminosos de guerra.
O processo de Nuremberga foi o mais importante julgamento ocorrido após a 2a Guerra Mundial.
Procedeu-se ao julgamento de cerca de 24 individualidades e organizações; onze dos acusados foram

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condenados à morte e executados.


A crescente tensão que se criou ntre os antigos Aliados ditou o cenário da política internacional, após a
II Guerra Mundial, caracterizada essencialmente pelo predomínio de duas potências militares os EUA
e a ex-URSS.

V. CONSEQUÊNCIAS DA II GUERRA MUNDIAL

a) Político
- emergência de novas potências mundiais : URSS, EUA, Grã-Bretanha, França e República da China
(mais tarde Alemanha),
- criação da ONU em substituição da já fragilizada Sociedade das Nações;
- ocupação da Alemanha pelas potências vencedoras culminou com a divisão da Alemanha e a criação
da República Democrática Alemã em 1949 sob a influência da Rússia Soviética; estes acontecimentos
conduziram igualmente a uma radicalização de posições entre o bloco capitalista e o bloco socialista
dando origem à guerra fria;
- após a guerra (1950-1953)divisão da Coreia em dois estados, pelo paralelo 38°: Coreia do Norte
(socialista apoiada pela URSS) e Coreia do Sul (capitalista e apoiada peos EUA);
- mudança substancial do mapa político da Ásia e da África motivado pelo início da descolonização
como resultado de várias resoluções adoptadas nas conferências realizadas durante a II Guerra
Mundial e por causa das reevindicações, apresentadas na ONU, pelos povos subjugados. Ocorrem
então várias indepêndências na Ásia (finais dos anos 40 até a década 70) e em África (desde a década
50 até a década 90 do século XX);
- formação de blocos militares OTAN e Pacto de Varsóvia e de organismos económicos OCDE (países
da Europa ocidental) e o CAME (países socialistas);
- surgimento dos "Não Alinhados" (cf. capítulo a seguir);
b) Económicas
- criação de organismos económicos internacionais OCDE (dos países da Europa ocidental) – actual
UE (União Europeia) e o CAME (Comunidade para Ajuda Mútua Económica dos países socialistas)

Ao terminar esta matéria o estudante deve ser capaz de explicar os seguintes termos:
Mito do perigo comunista, Eixo Roma-Berlim, Pacto Anti-KOMINTERN, "BLITZKR1EG, Carta do Atlântico,
desnazificação, descartelização

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V. UNIDADE – OS CONFLITOS INTERNACIONAIS APÓS A II GUERRA MUNDIAL

Logo após a 2a Guerra Mundial, a política internacional foi caracterizada essencialmente pelo
confronto entre o neoliberalismo (democracias ocidentais) e o dirigismo socialista (democracias
populares do Leste), consequentemente as decisões da política internacional passaram a ser
determinadas por dois países: os EUA representando o bloco capitalista e a URSS liderando o bloco
socialista surgindo deste modo o chamado BIPOLARlSMO POLÍTICO.

V. 1 : Características gerais da política internacional no pós-guerra


A disputa pela hegemonia mundial e a necessidade que cada potência tinha de exercer a sua influência
em diversas partes do planeta, conduziu, por sua vez, ao surgimento da "GUERRA FRIA" um conflito
que atingiu proporções extremas entre os anos 50 e 60 do século XX. Este novo fenómeno foi
essencialmente caracterizado pelos aspectos seguintes:
- Corrida armamentista desenfreada, em que cada bloco pretendia suplantar o outro no domínio militar,
contudo nenhuma das partes se aventurou a recorrer às armas sofisticadas para a resolução dos
conflitos. Pelo contário, cientes do efeito nocivo que o arsenal em sua posse poderia causar, as
potências promoveram uma série de conversações destinadas ao desanuviamento internacional e à não
proliferação das armas nucleares. Esta situação era controlada através de um programa intitulado
SALT (Strategic Arms Limitation Talks) ou seja conversações para a limitação de armas estratégicas.
- Utilização de meios ideológicos para combater o opositor, isto é, da propaganda nos meios de
comunicação social (imprensa escrita, rádio e televisão).
- instigação de conflitos armados em países terceiros tais como : guerra entre a Coreia do Norte (sob
tutela de tropas soviéticas) e a Coreia do Sul onde estavam estacionadas tropas americanas (entre os
anos 1950-1953), a guerra do Vietname (1963-1973); a "Crise do Caribe" também conhecida por
crise dos mísseis em Cuba (em 1962 consulte o documento VIII); as guerras civis em Angola, em
Moçambique (que se desenrolaram entre as décadas 70 e 90) e a guerra do Afeganistão (nos anos 80 a
90). Nestes diferendos o "Ocidente" procurava, a todo preço, frenar a propagação do comunismo
enquanto que a URSS através da sua política de "internacionalismo" pretendia conquistar novos
aliados no mundo para aumentar a sua zona de influência fora do continente Europeu. Como explica
Burns, "em 1948 já haviam sido instalados governos pró-soviéticos na Polônia, Hungria, Roménia,
Bulgária e Tchecoslováquia. A Albânia e a Iugoslávia, libertadas por suas próprias forças anti-nazistas,
não se achavam ligadas diretamente à Rússia como satélites, ainda que os governos desses dois países

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15
também fossem comunistas" .
- recurso à subversão (através da espionagem), promovida pelos serviços secretos de cada país dos
quais se destacaram a KGB e a CIA.
- Formação de pactos militares nomeadamente em 1949 a OTAN/NATO (Organização do Atlântico
Norte liderada pelos EUA) e em 1955 o Pacto de Varsóvia liderado pela (URSS).
V. 2 – A crise e a queda do bloco comunista
A segunda metade dos anos 80 foi caracterizada pelo início do desmoronamento da URSS e do bloco
socialista. Imbuído de um espírito de abertura e tentando respeitar as promessas de não intromissão nas
políticas internas dos estados da URSS, Gorbatchev já em 1985 introduziu dois conceitos que
revolucionaram a política interna e externa da URSS: a Glasnost ( transparência, abertura )- de âmbito
político- e a Perestroïka (remodelação, mudança ) que visava aspectos económicos.
De uma forma geral o novo direccionamento político saldou-se na libertação de presos políticos, na
promoção de diálogo crítico sobre os problemas da URSS e do Mundo, na realização de eleições livres
(dentro e fora da URSS) e na introdução dos principais mecanismos da economia de mercado. Estas
inovações provocaram uma série de transformações que deram lugar aos seguintes acontecimentos:
* o desmembramento e a independência de várias repúblicas que outrora formavam a URSS
* a perda de influência dos partidos comunistas/marxista-leninistas, no poder nos outros países
europeus pertencentes ao bloco socialista,
* a queda do Muro de Berlim em 1989 e a consequente reunificação da Alemanha,
* fragmentação da Jugoslávia seguida de um caos político que ditou a intervenção da NATO e da
Comunidade internacional para se evitar a instabilidade política na região dos balcãs.
* a assinatura, em Paris, do tratado sobre o fim da "Guerra Fria" em 1990.
Enquanto o clima de tensão criado pelos dois blocos prevalecia vários países, do chamado Terceiro
Mundo, organizaram-se e constituiram em Abril de 1955 em Bandung, na Indonésia, um grupo
designado Conferência Afro-Asiática. Mais tarde em 1961 esta organização deu origem, em Belgrado,
capital da ex-Jugoslávia, à uma nova intitulada "Não-alinhados" que se regiam pelos princípios
seguintes:
- oposição às alianças militares constituídas

15
Edward M. Burns et alii, História da Civilização Ocidental, Volume 2, Editora Globo, 31a edição, S. Paulo, pp.
738-739.
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Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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- oposição à criação de bases militares pertencentes às potências imperialistas nos territórios dos não-
alinhados
- luta pelo desanuviamento internacional
- anti-imperialismo, anti-colonialismo e anti-neocolonialismo
- luta contra o apartheid e o sionismo
- cooperação económica e política entre os países do 3° Mundo (na actualidade cooperação sul-sul)
- luta por uma nova ordem económica internacional (comércio, agricultura, dívidas).

V. 3 – O unipolarismo político (de 1990 à actualidade)


Após o colapso do bloco socialista a hegemonia da política mundial passou a pertencer aos países
desenvolvidos do chamado Ocidente liderados pelos EUA. Estes países são caracterizados por uma
economia capitalista (liberal) e pelo alinhamento democrático considerados padrões a serem seguidos
e que, não raras vezes, são "impostos" a determinados países.
Mas, quais são os desafios que se levantam na actualidade?
- a luta pelo controle dos recursos energéticos (petróleo) gera, por um lado tensões internacionais e por
outro a procura de fontes alternativas de energia (nuclear e biodiversificada)
- a gestão controversa do meio ambiente
- a desigualdade entre os países tecnologica e industrialmente desenvolvidos e os "ditos" países em
desenvolvimento
- o crescente problema do desemprego e as escassas soluções para o efeito aumentam, o fosso entre os
ricos e os pobres galvanizam as constantes migrações populacionais intra e internacionais em busca
de melhores condições de vida e são a causa de várias tensões sociais

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


bloco capitalista, bloco socialista, bipolarlsmo político, "guerra fria", SALT (Strategic Arms Limitation Talks), "Crise
do Caribe"/Crise dos mísseis, OTAN/NATO, Pacto de Varsóvia, Glasnost, Perestroïka, Muro de Berlim, Conferência
Afro-Asiática, "Não-alinhados", unipolarismo político

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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO : FASCISMO, NAZISMO II GUERRA MUNDIAL

1. O que entende por partidos nacionalistas?.

2. Explique as causas gerais da emergência dos chamados partidos nacionalistas.

4. Em que países foi mais notória a difusão das ideias dos partidos acima mencionados?

3. Refira-se à origem do termo fascismo.

5. Indique os nomes dos principais representantes das novas ideologias.

6. Enuncie as características gerais comuns ao fascismo e ao nazismo.

7. Mencione as características específicas do fascismo.

8. Defina os seguintes conceitos: anti-semitismo, xenofobia, pan-germanismo.

9. Como se manifestou o culto de personalidade nas ideologias fascista e nazista?

10. Tal como antes da I Guerra Mundial a Alemanha preparou para a II Guerra Mundial um
plano militar. Identifique-o e diga qual era o objectivo do mesmo.

13. Comente a seguinte frase: A política interna e externa da Alemanha entre 1919 e 1939
contribuiu inequívocamente para o início de um novo conflito mundial.

14. Entre que países foi assinado o "Pacto Anti-Komintern" e qual era o objectivo deste acordo?

15. Porque razão, na conferência de Munique de 1938, os países Ocidentais nela


representados anuiram aos desígnios de Hitler?

16. Como é que Hitler fundamentou, na referida conferência, as suas pretensões anexionistas?

17. Como se justifica a entrada tardia dos EUA na II Guerra Mundial?

18. Justifique a seguinte asserção : O dia "D" revestiu-se de importância crucial para a reviravolta da guerra na frente
Ocidental.

19. Pode-se afirmar razão se afirma que a II Guerra Mundial teve dois desfechos ?
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20. Comente a seguinte afirmação : A preocupação do ordenamento democrático foi insistentemente colocada pelos países
ocidentais durante e após a II Guerra Mundial.

21. Identifique os países que formavam o ex- Pacto de Varsóvia.

22. Explique o sentido dos termos : "guerra fria", "Cortina de ferro", Pereströika e Glasnost.

23. Refira-se ao impacto da queda do "Muro de Berlim".

DOCUMENTOS SOBRE: O FASCISMO, A II GUERRA MUNDIAL E A GUERRA FRIA

I - O FASCISMO EM ITÁLIA
"No vale do Pó, a cidade é, em geral, menos "vermelha" que o campo, porque na cidade encontram-se os grandes
proprietários fundiários, os oficiais, os funcionários, os membros das profissões liberais, os comerciantes. É nestes grupos
sociais que se recrutam os fascistas (...).
Em cima de camiões com armas cedidas pela Associação Agrária ( de proprietários fundiários ) ou pelos depósitos dos
regimentos, os "camisas negras" dirigem-se para o local que é o objectivo da expedição. Uma vez chegados, começam por
espanar todos aqueles que se descobrem à passagem das bandeiras ou que têm uma gravata ou camisa vermelhas.
Precipitam-se para a sede do sindicato, da cooperativa, da casa do povo, forçam as portas, atiram para a rua mobiliário,
livros e, por cima, derramam bidõcs de petróleo: alguns minutos depois, tudo arde (...)." Rossi, O nascimento do Fascismo.

II - AS BASES DO FASCISMO
" O fascismo nega que a maioria, só pelo facto de ser maioria possa dirigir as sociedades humanas; nega que essa maioria
possa govemar graças a consultas eleitorais periódicas. Afirma que a desigualdade é, para o Homem, inapagável, fecunda e
benfazeja (...). O fascismo recusa, na democracia, a absurda mentira da igualdade política (...). Para o fascista tudo está no
Estado, nada do que é humano ou espiritual existe fora do Estado. Nesse sentido o fascismo é totalitario (...). Nem partidos
políticos, nem sindicatos, nem indivíduos podem existir fora do Estado. Por consequência o fascismo opôe-se ao
socialismo (...) e é inimigo do sindicalismo (...).
O fascismo quer um estado forte, poderosamente organizado e apoiado numa larga base popular (...). O fascismo não
acredita nem na possibilidade nem na utilidade de uma paz perpétua (...). Só a guerra desenvolve ao máximo todas as
energias humanas.
Mussolini, A doutrina do fascismo ( 1930 ).

III - MEIN KAMPF (ALEMANHA)


Em 1925, no seu livro Mein Kampf, Hitler expôs os princípios e os objectivos da sua política. Estes fins e estes princípios
são confirmados no livro de Hermann Rausching: Hitler disse-me...
" Enquanto não dominarmos a Europa, só vegetaremos. A Alemanha é a Europa... Precisamos da Europa e das suas

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colónias. A Alemanha está apenas no início. Já não há em todo o continente quem constitua inteiramente um todo. O nosso
espaço completo, realmente nosso, é a Europa. ( ... )
Nós, nacionais-socialistas, pomos conscientemente um ponto final à orientação da nossa política externa anterior à guerra.
Tomamos como ponto em que parámos há seis séculos. ( ... ) Mas quando falamos hoje das terras novas da Europa, não
podemos deixar de pensar em primeiro lugar na Rússia e nos estados limítrofes. Parece ser o próprio destino a mostrar-nos
o caminho. "

IV - O PLANO TANAKA (JAPÃO)


O Plano Tanaka, autêntico "Mein Kampf" do imperialismo japonês, foi escrito em 1927 e foi revelado pela primeira vez
em 1929 por um agente japonês que o vendeu ao marechal manchu TCHONG HSU LIONG.
" Para conquistar o mundo, é-nos preciso conquistar primeiro a China; todas as outras nações asiáticas dos mares do Sul
passarão a temer-nos e capitularão. O mundo compreenderá então que a Ásia Oriental nos pertence... Com todos os seus
recursos à nossa disposição, passaremos depois à conquista da Índia, do arquipélago malaio, da Ásia Menor, da Ásia
Central e mesmo da Europa... Cedo ou tarde, teremos de combater a Rússia soviética... Se quisermos um dia obter o
controle da China, devemos primeiro abater os Estados Unidos". In: As Causas da Segunda Guerra Mundial-
DOCUMENTOS. 2a Edição, Editorial Estampa, Lisboa 1979.

V – DECÁLOGO DO ESTADO NOVO


1° O ESTADO NOVO representa o acordo e a síntese de tudo o que é permanete e de tudo o que é novo, das tradições
vivas da pátria e dos seus impulsos mais avançados. Representan, numa palavra, a vanguarda moral, social e política.
2° O ESTADO NOVO é a garantia da independência e unidade da Nação, do equilíbrio de todos os seus valores
orgânicos, da fecunda aliança de todas as suas energias criadoras.
3° O ESTADO NOVO não se subordina a nenhuma classe. Subordina, porém, todas as classes à suprema harmonia do
Interesse Nacional.
4° O ESTADO NOVO repudia as velhas formas: Autoridade sem Liberdade, Liberdade sem autoridade e substitui-as
por esta: Autoridade e liberdades.
5° No ESTADO NOVO, o indivíduo existe, socialmente, como fazendo parte dos grupos naturais (famílias), profissionais
(corporações), territoriais (municípios) - e é nessa qualidade que lhe são reconhecidos todos os necessários direitos. Para
o Estado Novo, não há direitos abstractos do homem, há diretos concretos dos homens. "Não há Estado Forte onde o
Poder Executivo o não é". O Parlamentarismosubordinava o governo à tirania da assembleia política, através da ditadura
irresponsável e tumultuária dos partidos.
6° O ESTADO NOVO garante a existência do Estado forte, pela segurança, independência e continuidade da chefia do
Estado e do Governo.
7° Dentro do ESTADO NOVO a representaçã nacional não é de ficções ou de grupos efémeros. É dos elementos reais e
permanentes da vida nacional: famílias, municípios, associações, corporações, etc.
8° Todos os portugueses têm direito a uma vida livre e digna – mas deve ser atendido, antes de mais nada, em conjunto, o
direito de Portugal à mesma vida livre e digna. O bem geral suplanta – e contém – o bem individual. Salazar disse:
Temos obrigação de sacrificar tudo por todos: nao devemos sacrificar-nos todos por alguns.

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9° O ESTADO NOVO quere reintegrar Portugal na sua grandeza histórica, na plenitude da sua civilização universalista de
vasto império. Quere voltar a fazer de Portugal uma das maiores potências espirituais do mundo.
10° Os inimigos do ESTADO NOVO são inimigos da Nação. Ao serviço da Nação – isto é: da ordem, do interêsse comum
e da justiça para todos pode e deve ser usada a força, que realiza, neste caso, a legítima defesa da Pátria.
Cartaz de António Ferro, editado pelo SPN (Secretariado de Propaganda Nacional) em 1934 in :Margarida Mendes de
Matos et alii, História 12° Ano, 1° Volume, Textos Editora, Lisboa, p. 304.

VI – A CONFERÊNCIA DE POTSDAM
Princípios a que deve obedecer o regime da Alemanha durante o período inicial de controlo:
1. Completo desarmamento e completa desmilitarização da Alemanha, assim como a eliminação e controlo de todas as
indústrias alemãs que possam servir para a produção militar. (...)
3. Destruir o Partido Nacional-Socialista e as suas organizações, dissolver todas as instituições nazis, assegurar-se de que
estas não voltarão a surgir sob qualquer forma e prevenir toda a actividade ou propaganda nazi ou militarista.

VII - A CORTINA DE FERRO


Uma sombra cai sobre o espaço recentemente iluminado pela vitória aliada. Ninguém sabe o que a Russia soviética e a sua
organização internacional comunista entendem fazer a curto prazo e quais os limites do seu movimento de expansão e
proselitismo. Tenho uma imensa admiração pelmo valente povo russo e pelo meu camarada de guerra, o marechal Estaline.
(...) No entanto, é meu dever, expor-vos alguns factos acerca da situação actual na Europa.
De Stettin no Báltico a Trieste no Adriático ergueu-se e caiu uma cortina de ferro. Por detrás desta linha encontram-se
todas as capitais de antigos estados da Europa Central e de Leste. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado,
Bucareste, e Sófia, todas as cidades ilustres e as suas populações se encontram sob a esfera soviética, todas submetidas, de
uma maneira ou de outra, à influência soviética e ao controlo apertado e nalguns casos, crescente de Moscovo. Somente
Atenas é livre de decidir o seu futuro em eleições livres, sob vigilância de observadores ingleses, norte-americanos e
franceses. (...) O govemo polaco, sob domínio russo, tinha encorajado as incursões territoriais na Alemanha (...) Os
partidos comunistas que eram muito fracos em todos os estados do Leste europeu, obtiveram uma proeminência e poder
que ultrapassa a sua importância, e visam exercer, em toda a parte, um controlo totalitário. Por toda a parte instalam-se
governos policiais e salvo o caso da Checoslováquia, já não existe uma verdadeira democracia na Europa de Leste.
WINSTON CHURCHILL, Discurso na Universidade de Fulton, EU.A., Março de 1946

VIII - A AMEAÇA SOVIÉTICA


O inimigo acabava de capitular sem condições. O Mundo encontrava-se mergulhado em confusão. O perigo comum, que
tinha constituido o laço entre os três aliados, tinha-se desvanecido no dia seguinte. A ameaça soviética tinha já, segundo o
meu ponto de vista, substituído o inimigo nazi. Perante isto, já nao existia lugar para camaradagem.
WINSTON CHURCHILL

IX - A QUESTÃO CUBANA
Então, ao fim de seis ou sete dias, o nosso embaixador em Washington, Anatole Dobrynine, informou-nos que o irmão do

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presidente, Robert Kennedy, o havia procurado oficiosamente. (...) "O Presidente encontra-se numa situação perigosa, diz
Robert Kennedy e não sabe como sair dela.
A nossa margem de manobra é muito reduzida. De facto, sofremos a pressão dos nossos militares que querem utilizar a
força contra Cuba. Neste momento, o Presideme redige uma mensagem para o presidente Khrushchev (.. .)".
Compreendi que se tornava urgente reconsiderar a nossa posição. "Camaradas- disse eu - é necesssário encontrar um meio
de sair deste conf1ito sem humilhação. "Mas, ao mesmo tempo, é preciso salvaguardar a situação de Cuba." Foi enviada
uma nota aos americanos, na qual nos declaravamos prontos a evacuar os mísseis e os bombardeiros se o presidente nos
garantisse que Cuba não seria objecto de qualquer invasão por parte dos Estados Unidos ou de qualquer outro país.
Finalmente Kennedy cedeu e aceitou fazer uma declaração na quaL assumia esse compromisso.
KHRUSHCHEV
Os textos V-VIII foram extraídos do manual de Margarida Mendes de Matos et allia, História 11° Ano, vol. 2, Texto
Editora, Lisboa, 1995, pp. 175-176.

SECÇÃO B : HISTÓRIA DE ÁFRICA

VI. UNIDADE – TEMA : A Partilha de África

VI. 1 – O impacto da Revolução Industrial na economia capitalista europeia


O séc. XIX foi marcado essencialmente pela abandono do sistema de Colonialismo Mercantil que
consistiu na ocupação de territórios com o objectivo de garantir a prática da actividade mercantil dos
europeus, como resultado da Expansão Maritíma, vulgarmente conhecida por "Descobrimentos"
(ocorrida entre os séculos XV e XVII). Como resultado do desenvolvimento capitalista e da ascensão
imperialista, o sistema de Colonialismo mercantil evolui para um sistema expansionista generalizado,
protagonizado pelas potências europeias numa clara pretensão de garantirem o chamado espaço vital,
fora da Europa, e desta forma garantirem o desenvolvimento industrial do Velho Continente à luz do
sistema capitalista então em franca progressão. Esta corrida desenfreada pela partilha da África foi
protagonizada pelos países seguintes: Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Portugal e Itália.
Causas gerais da partilha do continente africano

A partir de 1870 ocorre a segunda fase da Revolução Industrial fenómeno que conferiu ao capitalismo
um novo dinamismo em matéria de desenvolvimento económico. Desta forma, o aumento e a
emergência de novos sectores indústriais ditaram o surgimento de novas exigências, que conduziram
certos países da Europa Ocidental à anexação de territórios pelos objectivos seguintes:
- a procura de matérias-primas para as indústrias europeias (algodão, minérios preciosos e oleaginosas
em África, nas Américas e na Ásia),
- a procura de novos mercados para o escoamento dos produtos manufacturados na Europa,

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- a exportação de capitais em forma de investimeutos bastante lucrativos, uma vez que os custos da
mão-de-obra eram baixíssimos e por vezes inexistentes porque a mão-de-obra gratuita era conseguida
na base do trabalho forçado (como aconteceu durante o período colonial no sector plantações – Centro
e Norte de Moçambique onde haviam sido instaladas companhias de capital multinacional; para mais
pormenores consulte o capítulo da História de Moçambique sobre As Companhias Magestáticas e
arrendatárias),
- a procura de terras para acomodar uma população cada vez mais crescente constituída por
desempregados e aventureiros que pretendiam obter meios para a sua sobrevivência e que resultou no
estabelecimento de várias colónias em diversas partes do continente africano.
O Nacionalismo
O prestígio de um dado país era determinado pelo número de colónias que o mesmo possuia. Como
estas eram consideradas pelos governos como a solução de vários problemas sócio-económicos da
população empobrecida, a ocupação de regiões estratégicas no mundo provocaram rivalidades entre os
países europeus. Por sua vez, as populações desses mesmos países desejosas de verem resolvidos os
seus problemas asim como o engrandecimento das economias dos seus países, passaram a apoiar as
políticas expansionistas dos respectivos governos.

VI. 2 – O processo de colonização de África


O processo de colonização de África foi precedido por uma fase de reconhecimento ao interior do
continente (até aí desconhecido pelos europeus) através de viagens exploratórias. Estas foram
fundamentalmente patrocinadas por organizações de carácter científico e filantrópico das quais se
destacam: a Associação Internacional Africana (AIA), a Sociedade Geográfîca de Bruxelas, o Comité
para o Estudo do Congo (pertencente ao rei Leopoldo II da Bélgica), a Sociedade de Geografia de
Lisboa, a Sociedade colonial Alemã e por último a Royal Colonial Institute e a Imperial Federation
League ambas da Inglaterra.
Quem foram os exploradores do continente africano?
Entre as várias individualidades que estiveram envolvidas neste processo destacaremos as seguintes :
David Livingstone (1813-1873) médico e missionário que entre vários aspectos descobriu as cataratas
do Vitória no rio Zambeze, procurou as nascentes do Nilo e explorou a região do Lago Tanganhica.
(1811-1904) Henri Morton Stanley explorador britânico, a serviço da Bélgica, que descobriu o Lago
Leopoldo, confirmou a nascente do rio Nilo e o leito do rio Congo.
(1852-1902) Brazza explorador, a serviço da França, que fez o reconhecimento na região da bacia do

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Congo.
Por parte de Portugal sobressaiem os nomes de: Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo, Paiva de Andrade,
Roberto Ivens que em 1879 efectuaram várias viagens na Africa Central e entre Angola e
Moçambique. Esta última faixa foi posteriormente reclamada por Portugal através do famoso "mapa-
côr de-rosa". No tocante à Alemanha registe-se a participação de Karl Peters que teve a sua actividade
concentrada na África Central e Oriental ( no Zanzibar) e Nachtigal na África Ocidental.

VI. 3 – Os tratados e conferências


Em Fevereiro de 1884 foi assinado o Tratado do Zaire entre Portugal e Inglaterra. Este documento
visava essencialmente definir princípios sobre o acesso assim como as regras da prática do comércio,
por parte dos europeus, na bacia do Zaire/Congo (um dos poucos rios de África navegável à longa
distância e principal via utilizada pelos eoropeus, ao longo do século XIX, para atingirem o interior de
África).
O tratado beneficiou largamente a Inglaterra, facto que suscitou várias reacções contraditórias por
parte de certos países europeus tais como: a Holanda, a França, a Itália e a Bélgica (o país mais
interessado em inverter a situação privilegiada que a Inglaterra havia conseguido). Foi neste contexto
que a Alemanha (contactada por estes países) surgiu a convocar um novo encontro internacional para
ser reavaliado o tratado em questão. Para o efeito, entre Novembro de 1884 a Fevereiro de1885, foi
realizada a Conferência de Berlim.
Mas qual era a agenda deste encontro?
Segundo Ana Maria Gentili, "o Congresso para o qual foram convidados apenas países ocidentais e
nenhum potentado africano, concluiu-se com a adopção de seis textos: uma declaração que garantia a
liberdade de comércio na bacia do Congo; uma segunda disposição contra o tráfico de escravos; a
proclamação de neutralidade dos território compreendidos na bacia do Congo; um auto de navegação
que garantia a livre navegação no Congo e nos seus afluentes; um auto pela liberdade de navegação no
Níger e seus afluentes; finalmente, uma declaração que introduzia regras uniformes nas relações
internacionais quanto à futura ocupação de extensões de costa no continente". Neste contexto foi
abandonado o princípio de "direito histórico" a favor de um outro, o de "ocupação efectiva" seguida
de notificação internacional.
Poder-se-á afirmar que foi na Conferência de Berlin onde ocorreu a partilha do continente africano
pelas potências europeias? Não! A este respeito Ana Gentili explica que "... na realidade a questão
nunca apareceu na agenda...Não se falou nem se deliberou, portanto, sobre a partilha do interior do

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continente". Devemos então concluir que, a ocupação de África havia já começado antes da
Conferência de Berlin e prosseguiu, de forma sistemática, após este evento.

VI. 4 – Principais conflitos coloniais


A partilha do continente africano gerou várias disputas entre os países imperialistas dos quais
destacamos os seguintes:
Em 1886 a Portugal apresenta o projecto do Mapa Côr-de-Rosa à Assembleia Nacional, segundo o
qual pretendia ocupar uma vasta faixa compreendida entre Angola (costa do Atlântico Moçâmedes) e
Moçambique (costa do Índico - Quelimane) incluindo os territórios intermédios dos actuais países do
Zimbabwe e da Zâmbia.
Este projecto chocava com os interesses coloniais dos britânicos (representados na altura por Cecil
Rhodes) que pretendiam ligar o Cabo ao Cairo através de uma linha férrea e desta maneira também
justificar o domínio desta região.
Foi por esta razão que em 1890 a Inglaterra enviou um ultimato à Portugal, exigindo a retirada
imediata de tropas portuguesas estacionadas na Mashonalândia e no Chire (Niassalândia).
Este conflito culminou com a prisão de Paiva de Andrade (Chefe da Co. de Moçambique) pelas tropas
de Cecil Rhodes (na altura director da BSAC). Como forma de resolver este diferendo, Portugal e
Inglaterra assinaram, em 1891, um acordo de delimitação da fronteira Ocidental de Moçambique
através da região da actual província de Manica.
Em 1890 ocorreu um outro confronto entre Portugueses e Alemães pelo domínio do Norte de
Moçambique. O conflito foi solucionado pacificamente através da definição, em 1891, da fronteira
Norte de Moçambique pelo rio Rovuma (Província de Cabo Delgado).
Em 1896 a Batalha de Aduwa (Adoa/Adwa) que envolveu a Etiópia e a Itália foi o resultado de uma
política acordos fraudulentos orquestrada por este país europeu sedento de conquistar algum espaço
em África. Contudo os italianos saíram derrotados e só em1935 conseguiram dominar este que se
tornou o primeiro reino africano a enfrentar e derrotar um exército europeu.
Mais tarde, no ano de 1898, registou-se entre Britânicos e Franceses o chamado conflito de
FACHODA (Sudão). Os gauleses pretendiam ocupar uma extensa faixa transversal partindo da África
Ocidental e desembocando na Somália (no Corno de África), isto é, "de Tombuctu a Djibuti".
A guerra Anglo-boer 1899-1902, é um conflito que se enquadra no âmbito das chamadas Crises do
Transvaal, uma série de incursões contra a jovem república boer, através das quais os ingleses
pretendiam controlar a rica região aurífera do Witwateresrand. A preocupação manifesta pelos ingleses

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fundamenta-se por dois aspectos: em primeiro plano pelo facto de nesta região da África Meridional a
Alemanha, que já dominava o Sudoeste Africano, ter demonstrado uma tendência filo-boer, por outro
lado os alemães haviam deslocado os seus vasos de guerra para a Baía da Lagoa em 1895, onde
estavam aguardar o desfecho que teria a guerra entre os portugueses e Ngungunhana.
1905-1907 ocorreu a Revolta "Maji-Maji" ou "Mau-Mau" no Tanganhica. Foi um levantamento da
população local contra a administração alemã. Os líderes deste motim foram Abushiri e Bwana Heri.

VI. 5 – principais protectorados coloniais em África


1885 - anexação de Bechuanalândia (Botswana) pelos britânicos tinha em vista impedir a ligação entre
o Estado Livre do Orange (república boer) e Walvis Bay (dominada pelos alemães)
1888 - dominação das Rodésias do Norte e do Sul pelos britânicos
1889 - A Somália que estivera sob domínio Francês em1886 e Italiano em 1889 passa para a
administração britânica
1890 - O Zanzibar (parte insular do Tanganhica) passa a protectorado Britânico
1891 - O Malawi passa a protectorado Britânico
1912 - O Marrocos torna-se protectorado Francês após um conflito com a Alemanha
Acordos de delimitação de fronteiras em Moçambique
1875- sob a arbitragem de MAC-MAHON a Inglaterra reconhece plenamente a soberania de Portugal
sobre Lourenço Marques
1869- acordo entre Portugal e Transvaal em que este reconhecia (aos primeiros) os montes Libombos
como fronteira de Moçambique com a Suazilândia e com o Transvaal Oriental
1890/91- ultimato Britânico e definição da fronteira Ocidental de Moçambique
1890/91- conflito entre Portugal e Alemães e a definição do rio Rovuma como fronteira
Norte de Moçambique

VI. 6 – Formas de administração colonial


1. Administração indirecta parte da administração é relegada às autoridades indígenas locais e a
presença física das instituições coloniais estão significativamente reduzidas. Pretendia-se através deste
mecanismo conseguir um controle mais generalizante através de um administrador de distrito que
supervisasse os governantes africanos ("chefes tribais") encarregues de controlar os seus súbditos. Esta
prática foi essencialmente desenvolvida pela Inglaterra.
2. Administração directa : os elementos físicos da administração colonial estão presentes desde a

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metrópole até ao local mais recôndito da colónia. Levada a cabo pela França e por Portugal, este
método considera os chefes africanos como a mais baixa instância da máquina administrativa, cujos
pólos decisórios estão centrados na metrópole.
3. Domínios (designação de origem latina – dominus = senhor) que significava terra do senhor em
referência às colónias inglesas com auto-governo, mas que mantinham ligações de ordem económica e
cultural com a metrópole.
4. Protectorado designação que os britânicos davam a um território independente mas sob sua
protecção. No século XIX os protectorados surgem da incapacidade de as potências coloniais
destronarem os reinos africanos.

VI. 7 – Personalidades e estadistas defensores da política colonial


ALEMANHA
IMPERADOR GUILHERME II, rei da Prússia e posteriormente imperador da Alemanha (1888-1918), lança a partir de 1898 uma campnha a favor da
construção naval para rivalizar com a Grã-Bretanha; tenta contra a França uma política de intimidação conhecida genéricamente como a Crises do
Marrocos (Tânger em 1905 e Agadir em 1911); vencido em 1918 abdica do poder e exila-se na Holanda).
CHANCELERES :príncipe Otto von BISMARCK (1871-1890), Leo von CAPRIVI ( 1890-1894) e príncipe Bernard von BÜLOW (1900-1909);
CARL PETERS, GUSTAV NACHTIGAL E ADOLF LÜDERITZ criou a colónia do Sudoeste Africano (actual Namíbia)

BÉLGICA
LEOPOLDO II conseguiu na Conferência de Berlin (1884-1885) fazer reconhecer como propriedade privada Estado Livre do Congo. Em 1908 cedeu este
território ao Estado belga, que passou a administrá-lo como colónia.

FRANÇA
Jules FERRY - defensor da política francesa em Tonkin (Vietname); Théophille DELCASSÉ (1852-1953) ministro dos negócios estrangeiros (1898-
1905 e 1914-1915) foi o impulsionador da Entente Cordiale com a Grã-Bretanha (1904); Jean-Baptiste MARCHAND (1863-1934) general e explorador
francês que se provocou o conflito de Fachoda (Sudão) onde interveio o marechal britânico KITCHENER.

INGLATERRA
CHAMBERLAIN (1895-1903) - ministro das colónias, DISRAELI (1868-18880) primeiro ministro, GLADSTONE (1868-1894) três vezes eleito
primeiro-ministro; CECIL RHODES fundador da British South African Company (B.S.A.C.) foi primeiro ministro do Cabo (1890-1895) demitido após o
falhanço do raid de Jameson contra os Boers; Lord Herbert KITCHENER (1899-1902) marechal envolvido no conflito de Fachoda (Sudão), na Guerra
Anglo-boer (1899-1902) e combateu na Índia. Foi Ministro da Guerra (1914-1916).

ITÁLIA
IMPERADOR VICTOR EMMANUEL II (1869-1940) rei da Itália 1900-1946); Francesco CRISPI primeiro ministro engajado na renovação da Tríplice
Entente e envolveu a Itália na política expansionista. Demitiu-se em 1896, após o desaire de Adwa/Adua.

PORTUGAL
ANTONIO ENNES (1848-1901) ministro da Marinha e comissário régio de Moçambique; MOUZINHO DE ALBUQUERQUE (1855-1902) oficial do
exército português célebre por ter capturado Ngungunhana na sequência das campanhas de ocupação colonial efectiva em Moçambique.

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Ao terminar esta matéria o estudante deve ser capaz de explicar os seguintes termos:
Colonialismo Mercantil, colonialismo, capitalismo, Tratado do Zaire, Conferência de Berlim, "direito histórico",
"ocupação efectiva", Mapa Côr-de-Rosa, Crises do Transvaal, administração indirecta , administração directa,
protectorado

Observe na página seguinte o estágio da partilha do continente africano antes da I Guerra Mundial e
complete o mapa colocando à frente de cada rectângulo o nome da potência colonizadora.
Fonte: Henri Bruschwig, A Partilha de África Negra, Editora Perspectiva, S. Paulo, 1974, p. 74.

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DOCUMENTO
Jules Ferry, primeiro-ministro da França em 1885, indicou as razões fundamentais do desejo europeu de possuir colónias
em África, ao defender perante a Câmara dos Deputados a política colonial do seu governo.
É ou não evidente que os grandes Estados da Europa moderna, na medida em que se industrializaram, têm de enfrentar
esse problema enorme e de difícil resolução, fundamento da sua vida industrial, condição da sua própria existência, que é
o problema dos mercados ? Não se viu já que as grandes nações industriais, uma após outra, acabam por ter uma política
colonial? E poder-se-á dizer que essa política seja um luxo para uma nação moderna? Não, meus senhores, essa política é,
para todos nós, uma necessidade, como o próprio mercado.
Hoje em dia, como se sabe, a lei da oferta e da procura, a liberdade de comércio, as influências da especulação,
estenderam-se a todo o mundo.
Para os países ricos, as colónias são um dos métodos mais lucrativos para o investimento de capitais...A França que
dispõe de capitais a ponto de não saber o que fazer deles, e que exporta em quantidades consideráveis, tem interesse em
considerar este aspecto da questão colonial.É o mesmo problema que se pôs nos primórdios da nossa indústria.
A política colonial é uma consequência da política industrial, pois que a exportação é um factor essencial de uma
economia sã nos Estados ricos, onde o capital abunda e aumenta rapidamente, onde a indústria se desenvolve sem cessar
e atrai a parte mais numerosa da população trabalhadora, ou pelo menos a mais enérgica, onde a agricultura tem de se
industrializar para sobreviver...
O mercado europeu está saturado; torna-se pois necessário criar novas massas de consumidores noutras partes do
globo, se não quisermos precipitar a sociedade moderna na bancarrota e preparar ao século que vai nascer um cataclismo
social cujas consequências não podemos calcular.
In, Kwame Nkrumah, A África deve unir-se, 3° Mundo e Revolução –série dois n° 1, Lisboa, 1977, pp. 36-37.

VII. UNIDADE – TEMA : A FEDERAÇÃO DAS RODÉSIAS E DA NIASSALÂNDIA

II. 1 – Contextualização
Após a 2a Guerra Mundial a Inglaterra pretendia livrar-se das responsabilidades relativas aos custos de
administração da Rodésia do Norte (Zâmbia) e da Niassalândia (Malawi) sem contudo perder o
estatuto de potência colonizadora.

VII. 2 – Pressupostos para a criação da federação das Rodésias e da Niassalândia


Quais eram os pressupostos que norteavam a ideia da criação da federação?
Em termos económicos havia condições favoráveis para os investimentos de capitais (estrangeiro e
local) entre as quais se salientam:
- a ocorrência de jazigos minerais consideráveis (cobre e ouro); neste contexto, a federação pretendia

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igualmente controlar o rico cinturão de cobre existente fundamentalmente na Zâmbia ( Rodésia do


Norte );
- a existência de uma crescente reserva de mão-de-obra e consequentemente um mercado amplo;
- uma rede de transportes e comunicações(caminhos de ferro e estradas) para o escoamento de bens e
para o transporte da mão-de-obra que deveria ser empregue em futuros empreendimentos.
Neste contexto a federação constituiria uma solução ideal na medida em que criaria um conjunto
económico mais dinâmico e integrado, baseado nas contribuições combinadas da agricultura e da
indústria moderna da Rodésia do Sul, dos recursos mineiros da Rodésia do Norte e da mão-de -obra da
Niassalândia.
VII. 3 – Criação e declínio da federação (1953-1963)
A primeira ideia de federação remonta já de 1915 altura em que os directores da BSAC e o próprio
governo britânico propuseram aos colonos da Rodésia do Sul (Zimbabwe) uma união com os
territórios do Norte por forma a tornar mais suportáveis as despesas administrativas. Este desígnio viu-
se gorado porque "surgiu a oposição dos colonos na Rodésia, que receavam a concorrência de
afrikaners pobres na procura de terrenos. Por outro lado, esses proprietários, tendo já uma voz
relativamente forte no Conselho Legislativo na Rodésia, não queriam trocar esse poder político pela
dominação dos proprietários industriais os Rand lords), o que seria inevitável após a incorporação da
Rodésia. Portanto havia diferenças de interesse entre os colonos rodesianos por um lado e os
capitalistas e os brancos pobres da África do Sul por outro".
A segunda tentativa sem êxito ocorreu em 1929, quando se acabava de descobrir os jazigos de cobre
da Rodésia do Norte, e na África do Sul subia ao poder o general anti-britânico HERTZOG, que havia
iniciado a introdução sistemática de medidas segregacionistas. Assim sendo, a Grã-Bretanha não
concordava com a proposta, a menos que a Rodésia do Sul mudasse a sua política de discriminação em
relação aos negros.
Contudo, a proposta ganhou novos contornos quando o primeiro-ministro da Rodésia do Sul (Godfrey
Huggins) se convenceu de que o país começava a enfrentar sérios problemas sociais e económicos
devido a um grande fluxo de brancos que entrava neste território. Foi assim que em 1949 se realizou a
conferência de Victoria Falls, envolvendo delegados dos três territórios visados (Rodésia do Norte,
Rodésia do Sul e Niassalândia), que adoptou o princípio da criaçãoo da federação.
Esta ideia não agradava ao então governo trabalhista britânico que continuava a desconfiar das reais
intenções dos brancos, uma vez que os negros (a maioria) não estavam representados no referido
encontro. Contudo, o novo governo de Londres surgido em 1951, após a queda do governo do Partido

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Trabalhista, sancionou a necessidade da existência da federação.


Assim, em 1953, na conferência de Londres, foi criada a federação das Rodésias e Niassalândia.
Entretanto, em 1963 o governo federal foi dissolvido devido a dois factores:
a) o aumento das reevindicações independentistas (nos territórios da Federação e na zona da África
Austral) cria uma instabilidade política e retrai as iniciativas de investimento na região,
b) a existência de contradições no seio dos líderes da federação.
Foi neste contexto que, temendo que a Grã- Bretanha iniciasse um processo de descolonização, Ian
Smith da Frente Rodesiana proclamou unilateralmente a independência (DUI) em 1965 e
desmembrou-se da tutela da Grã-Bretanha dando origem, ao lado do regime do apartheid e do
colonialismo português, a mais um governo minoritário branco na região Austral de África.

VIII. UNIDADE – TEMA : SURGIMENTO, DESENVOLVIMENTO E DECLÍNIO DO


APARTHEID

VIII.1 - O que é o APARTHEID?

Como nos explica Ana Maria Gentili Apartheid em língua afrikaans significa "separação". Na sua
acepção mais comum, pode traduzir-se por "identidade separada" e designa a política oficial do
governo sul-africano no que respeita aos direitos sociais e políticos e às relações entre os diversos
grupos sociais dentro da União. O Apartheid não pode, pois, ser traduzido simplesmente como
"racismo" ou "discriminação racial"; constitui um sistema social, económico e político-constitucional.
Podemos concluir que o apartheid é uma ideologia surgida na África do Sul, introduzida nos inícios
do século XX, caracterizada pelo desenvolvimento em separado na base de discriminação racial tendo
por objectivo garantir o bem-estar dos brancos boeres. Esta ideologia foi defendida pelo Partido
Nacional representante dos interesses boers.
VIII.2 - Povoamento da África do Sul
Para melhor compreendermos a história da África do Sul devemos estudar, em primeiro lugar, o
processo de povoamento desta região e as implicações deste aspecto no surgimento da discriminação.
Os Africanos
Estes constituem a maioria populacional na África do Sul e subdividem-se em duas componentes: a
autóctone composta pelos Khoisan (os khoi-khois e os Sans) e a de origem Bantu constituída
esssencialmente por Zulus, Xhosas, Sutos, Changanas, Swazis e Setswanas. Os boers consideravam os
africanos como seus servidores e por isso chamavam-lhes cafres (palavra de origem árabe, kaffir
significa servidor/escravo)

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Os Europeus
Por volta da segunda metade do século XVII Holandeses, Ingleses e Franceses começam a afluir para
a costa ocidental de África por motivos comerciais. Foi nesta sequência que chegam ao Cabo
holandeses integrados em caravanas da Co. Holandesa das Índias Orientais lideradas e fundam aí uma
colónia, em 1652, liderada por Jan van Riebeck. Os Boers (palavra de origem holandesa para designar
camponês/farmeiro) possuíam uma mentalidade de carácter feudal. Auto-intitulavam-se de Africanders
(africanos), porque consideravam a África do Sul sua mãe-pátria.
No seu relacionamento com a população negra os boeres adoptaram atitudes de menosprezo devido ao
sentimento de supremacia racial e porque eles provinham de uma sociedade onde os laços de
dependência entre os homens (feudalismo) determinavam o estatuto social de cada indivíduo bem
como a sua hierarquização.
A partir da segunda metade do século XVIII, os Ingleses começaram a afluir às zonas habitadas pelos
boeres por isso passaram a ser designados de uitlanders. Os britânicos dedicavam-se ao comércio e
interessavam-se pela prospecção mineira.
Simultâneamente chegam ao Cabo pequenos contingentes de Franceses (os Huguenotes) refugiados
devido a conflitos religiosos (entre protestantes e católicos).
Os Asiáticos
Este grupo populacional é maioritáriamente constituído por Indianos, Malaios e Chineses que, na
primeira metade do século XX, aflui a África do Sul à procura de emprego.

VIII. 3 - DESENVOLVIMENTO POLÍTICO


Em 1806 a Grã-Bretanha apoderou-se do Cabo e em 1814 adquiriu esta parcela através de uma
compra estimada em seis milhões de libras esterlinas. A partir deste momento os holandeses ficaram
sem retaguarda política, à semelhança do que acontecia com as outras componentes de populações
europeias que contavam com a intervenção dos seus países no processo de colonização do continente
africano. Provavelmente, por esta razão muito cedo os boeres tomaram consciência da sua fragilidade
e criaram um instinto de defesa de grupo tanto contra as potências europeias (neste caso os ingleses)
como contra os reinos locais à quem tiveram de conquistar espaços para poderem sobreviver.
A partir de 1820 o Cabo passa para a administração Britânica e iniciam os primeiros conflitos com os
boers estes alegam estarem a ser discriminados pelos ingleses, em virtude de ter sido adoptado o inglês
como língua oficial.

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Como resultado de vários desentendimentos, com a administração inglesa, os boers organizam entre
1835-1840 a Grande Marcha (Great Treck) e decidiram sair do Cabo. Esta acto culminou com a
criação de dois estados boers: O Estado Livre de Orange (ELO) e a República do Transvaal/República
da África do Sul. Com a descoberta de recursos auríferos importantes na região de Witwateresrand
(Transvaal) agudizaram-se os interesses dos ingleses em controlarem esta região. Como explicam
Richardson e van-Helten, "a bem sucedida exploração dos jazigos auríferos de Witwatersrand
revolucionou a indústria mineira do Transvaal...Em 1886...o Transvaal contribuia com apenas 0.16%
da produção mundial. Por volta de 1898 a República Sul-africana atingia nada menos que 27.55% da
produção mundial de ouro"16. É neste contexto que devemos entender as constantes pressões que a
administração inglesa do Cabo foi efectuando sobre a República da África do Sul .
As contradições entre os boeres e ingleses culminaram na chamada guerra Anglo-Boer ocorrida entre
os anos 1899 e 1902. Após este conflito foi assinado o acordo de Vereeniging, em Maio de 1902, entre
os beligerantes que não incluía a participação da população negra na decisão dos assuntos da África do
Sul. Isto demonstrava o início da descriminação dos negros bem como a supremacia da população
branca em relação aos nativos. Portanto, em 1910 é constituído o governo de União Sul Africana onde
os negros não estavam representados: Estava assim dado o primeiro passo para a descriminação da
população negra na África do Sul.
Os instrumentos de discriminação manifestavam-se igualmente através da introdução de dispositivos
legais . Neste contexto em 1913 foi promulgada a Lei da Terra (Native Land Law emendada em
1936) que reservava cerca de 87% de terras aráveis aos brancos e os restantes 13% aos negros (que na
altura perfazia uma população de cca 30 milhões de habitantes). Esta medida criava as condições para
o aprovisionamento de mão-de-obra para as minas e plantações (porque grande parte dos indivíduos
negros para poder sobreviver tinha de procurar emprego); podemos por outro lado afirmar que esta
medida iria igualmente contribuir para a protecção da população branca boer empobrecida que
passaria a dispôr de meios para a sua sobrevivência.
Em 1925 foi decretada a Lei do Trabalho e das Minas (Mines and Works Act) que discriminava os
trabalhadores em função da sua côr (é a chamada colour bar ou seja barreira racial). Como nos
explica Ana Gentili "...A partir de meados dos anos vinte, a política de favorecimento dos brancos
"pobres" tinha significado a adopção de uma legislação laboral de cunho racista, que discriminava os
trabalhadores em função da sua côr, legislação essa apoiada ou antes, desejada pelos sindicatos

16
Certos autores indicam que a descoberta do ouro no Rand havia sido feita em 1850.
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brancos". Cinco anos mais tarde, em 1930, foi introduzida Lei do Passe (um dispositivo para a
identificação dos negros) destinado a controlar os movimetos das populações negras nos centros
urbanos.

VIII. 4 - O Nacionalismo Afrikaner


Em 1918 os brancos boers criaram a A.B. (Afrikaner Broederbond que significa Irmandade Africana)
com o objectivo de defender interesses sócio-económicos dos brancos. Ainda de acordo com Ana
Gentili, "no plano ideológico a Bond trabalhava na reorganização cultural da afrikanerdom, da
identidade afrikaner, no plano social contra os sindicatos multiraciais e negros e, no plano económico,
fundado na promoção dos interesse comerciais, industriais e financeiros dos empresários afrikaner".
Qual era a base social da A.B.?
Esta organização congregava dentro de si indivíduos pertencentes à classe média (pequena burguesia):
militavam nela "professores, académicos, clérigos e funcionários, proprietártios agrícolas, políticos,
advogados, jornalistas e toda a espécie de homens de negócios"
Quais eram os requisitos para a filiação na A.B.?
i) racial = ser branco; ii) etário = ter idade igual ou superior a 25 anos;
iii) religioso = ser protestante; iv) moral = possuir carácter impecável; v) linguístico = falar o
Afrikaans; vi) político = considerar a África do Sul sua terra-mãe, uma nação Afrikaner separada; vii)
ninguém pode propor-se, a escolha é feita por convite.
Na essência esta organização pretendia atingir os seguintes objectivos: "combate ao tratamento
humilhante dado aos funcionários africaneres, luta contra a exploração estrangeira, imposição da
segregação aos "não-brancos", reabilitação das áreas rurais, empregos para todos os afrikaneres,
nacionalização das finanças, defesa da educação cristã nacional afrikaner".
Em 1934 formou-se o Partido Nacional purificado que tinha por base social (apoiantes) os empresários
agrícolas brancos do Transvaal e do Orange e oferecia à vasta e insegura pequena burguesia. Este
programa era apoiado pelo estado a favor dos pequenos e médios empresários afrikaners e de
contenção definitiva da população negra.
A oficialização da política segregacionista do Apartheid foi sistematicamente iniciada durante a
governação de HERTZOG e prosseguiu com os governos boers que estiveram no poder após a II GM.
Em 1948 MALAN do Partido Nacional sobe ao poder e adopta várias leis discriminatórias que se
faziam cumprir através de um eficiente sistema policial:
- criação de bantustões tais como: Transkei, Ciskei, Venda, Bophutatswana

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- restrição progressiva das liberdades individuais


- banimento dos principais partidos formados por negros principalmente o ANC (Congresso Nacional
Africano); foi neste contexto que a luta do ANC se radicalizou e foi criado, nos anos 60 o Nkhonto we
sizwe (braço armado deste movimento)
- supressão de todos os movimentos e associações de tendência comunista (1950-52)
- interdição de casamentos mistos
- legalização de organizações pró-fascistas
Como resultado da radicalizaçãodas medidas tomadas pelo governo racista a oposição organizou, a
25 de Junho de 1955, o chamado Congresso do Povo que adoptou a CARTA DA LIBERDADE um
documento que preconizava as formas de luta contra o regime sul-africano. A Freedom Charter
proclamava o seguinte:
"Nós, povo da África do Sul, proclamamos a todo onosso país e ao mundo que a África do Sul pertence a todos os que
aqui vivem, negros, e brancos, e que governo nenhum pode reivindicar qualquer poder se não se basear na vontade do
povo. Deve ser o povo a governar. Todos os grupos nacionais são iguais em direitos. A terra será partilhada entre aqueles
que a trabalham. Os mineiros, os criados, os funcionários, os operários agrícolas terão os mesmos direitos. O Estado se
encarregará dos velhos e dos órfãos. As minas, os bancos e a indústria pesada passará a ser propriedade do povo no seu
conjunto".
Posteriormente, foram realizadas manifestações que culminaram em massacres tais como o de
Sharpeville, a 21 de Março de 1960 na sequência dos protestos da população negra contra o passe.
A 11 de Julho de1963 no âmbito do chamado “PROCESSO RIVÓNIA” Nelson Mandela, Walter Sisulu
e outros dirigentes do ANC foram julgados e condenados "à prisão perpétua e a trabalhos forçados". A
luta da população endureceu e ocorreram manifestações contra a discriminação de negros nos
estabelecimentos de ensino que desembocaram no massacre de Soweto em 1976. A partir desta altura
a política do regime sul-africano passou a ser bastante contestado a nível internacional e a África do
Sul passou a sofrer sanções económicas e culturais decretadas pela comunidade internacional.
VIII. 5 - O declínio do Apartheid
Como resultado da conjuntura internacional (o final da guerra fria e a independência da Namíbia)
assim como do apoio dos países da linha da frente e da luta interna do povo Sul-africano os anos 80
afiguram-se como momentos cruciais que contribuirão para o desencadeamento das grandes mudanças
do sistema de Apartheid.
Em 1989 o presidente P. W. BOTHA inicia o processo de reformas do Apartheid, mas aresistência às
mudanças que ele enfrenta no seio do Partido Nacional, obrigam-no a demitir-se. O novo presidente,
F. DE KLERK, impulsionou de forma decisiva a mudança de regime político na Africa do Sul. Este

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apoiou o processo da abolição formal do Apartheid que culminou com a libertação de Nelson
Mandela e de todos os presos políticos.
Em 1994 foi formado um governo de transição, no qual fizeram parte Nelson Mandela, Frederik de
Klerk e Gatsha Buthelezi. Foi igualmente elaborada uma nova constituição, bem como realizaram-se
eleições gerais livres onde, entre vários, concorreram o Partido Nacional, o ANC e o INKATA
representados pelas individualidades atrás mencionadas. Estas eleições foram ganhas pelo ANC que
formou, na história da África do Sul, o primeiro governo democrático e de maioria negra.

Ao terminar esta matéria o estudante deve ser capaz de explicar os seguintes termos:
Apartheid, boers, cafres, uitlanders, Great Treck, Lei da Terra, Lei do Trabalho e das Minas, passe, Afrikaner
Broederbond, Afrikaans, bantustões, Nkhonto we sizwe, Carta da liberdade, Processo Rivónia

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SECÇÃO C : HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE


IX. UNIDADE – TEMA : GRUPOS ETNO-LINGUÍSTICOS DE MOÇAMBIQUE

IX.1 - Definição do conceito Bantu

Bantu é um conceito de carácter meramente linguístico (criado pelo linguista alemão Bleek em 1862
), para referir o grande parantesco existente a nível de 300 línguas africanas, que utilizam vários
vocábulos comuns e onde se destaca a palavra BANTU (singular Antu) para designar os
homens/gente/pessoas. Portanto bantu não é sinónimo de raça ou tribo.
IX.2 - Causas da migração Bantu
A expansão Bantu é um fenómeno que consistiu no deslocamento de vagas sucessivas de populações
africanas, ocorridas entre os séculos III e IV da nossa era. O processo de expansão terá,
provávelmente, iniciado entre os anos 200/300 da nossa era, e segundo teorias este teria sido causado
pela melhoria dos processos da metalurgia do ferro, que por sua vez teve reflexos na melhoria da
produção agrícola e na estabilidade alimentar tendo culminado numa explosão
populacional/demográfica. A procura de terras para a agricultura aumentou e provocou a necessidade
de expansão/migração das populações para outras regiões.
IX.3 - Processo de expansão bantu
Inicialmente o NÚCLEO PROTO-BANTU 1 formou-se entre os rios Ubangui e Chari próximo do
lago Chade. Desta região ocorreu uma dispersão para a região das grandes florestas/ EQUATORIAL
onde se formou o NÚCLEO PROTO-BANTU 2.
A partir desta zona registaram-se duas dispersões – a primeira em direcção a SUDOESTE de África e
que foi responsável pelo povoamento nas actuais regiões de Angola e Namíbia. A segunda dirigiu-se
para a região dos Grandes Lagos ( Tanganhica, Alberto e Vitória ), onde se formou o NÚCLEO
PROTO-BANTU 3. Por sua vez deste grupo uma das dispersões direccionou-se para a zona
SUDESTE de África e deu origem ao povoamento das actuais regiões de Moçambique, Zimbabwe,
Swazilândia e RSA.
IX.4 - Principais grupos populacionais de Moçambique
Macua - Lomuè : em Nampula, Sul de Cabo Delgado, Noerte da Zambézia e Sudeste do Niassa;
Ajaua/Yao e Cheua/Nianja : no Niassa e parte de Tete; Maconde : em Cabo Delgado; Chuabo : na
Zambézia; Sena e Ndau : Sofala, parte da Zambézia e de Tete respectivamente; Chona : Manica;
Tsonga : (Changanas em Gaza e no Maputo, Rongas em Maputo, Bitongas e Chopes em Inhambane)1
IX.5 - Grupos etno-linguisticos fronteiriços
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Surgiram como o resultado da partilha de África e dos traçados arbitrários de fronteiras efectuazos
pelos Europeus. O critério utilizado na altura tomava em consideração o espaço territorial (traduzido
em coordenadas geográficas) e não o tipo de população nele existente. Consequentemente, em quase
toda a África, são vários os casos de grupos etno-linguísticos partilhando espaços geográficos
pertencentes a países diferentes. Por isso Moçambique partilha grupos etno-linguísticos com os
seguintes países:
• Macondes e pequenas bolsas de Ajauas com a Tanzânia através de Cabo Delgado
• Cheuas/Nianjas com o Malawi e Zâmbia através das província do Niassa e Tete respectivamente
• Chonas com o Zimbabwe pela província de Manica
• Changanas com a Suazilândia e África do Sul

IX.6 - Sistemas de parentesco


De uma forma geral convencionou-se subdividir Moçambique em duas regiões distintas: sociedades de
regime matrilinear a Norte do rio Zambeze onde o sistema matrimonial é uxorilocal (ao casar-se o
homem vai fixar residência na aldeia da sua sogra –mãe da sua esposa) e as de regime patrilinear a
Sul do Zambeze, onde o matrimónio é virilocal (ao casar-se a esposa vai viver junto à aldeia do sogro
– pai de seu esposo).
Estes grupos estão estruturados em clãs que por sua vez formam comunidades aldeãs alargadas, as
linhagens ou tribos ligados entre si por um ancestral comum (através da filiação materna ou paterna).
Cada clã ou linhagem é dirigido por um chefe com poderes políticos, jurídicos, religiosos; o chefe da
linhagem é coadjuvado por um conselho de anciãos. Por consequência o poder transmite-se, nas
sociedades matrilineares, do tio para o sobrinho e nas sociedades patrilineares de pai para filho.
O conjunto dos chefes das linhagens e dos clãs formam a aristocracia dominante, enquanto que as
comunidades aldeãs (os camponeses e os artífices) constituem a classe dos subjugados/súbditos. As
funções políticas eram exercidas por homens.
IX.7 - Actividades económicas
A agricultura constituia a principal actividade produtiva e destinava-se essencialmente à produção de
cereais (a mapira e a meixoeira – consideradas espécies endémicas) para a alimentação das
comunidades, praticada fundamentalmente por mulheres. A caça a recolecção e a pesca eram
actividades praticadas pelos homens e serviam como complemento da dieta alimentar.
A pastorícia (criação de gado bovino) era excepcionalmente praticada a sul do rio Save.

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A produção artesanal (olaria, metalurgia e produção têxtil) tinha por finalidade suprir as necessidades
domésticas e os excedentes entravam no circuito da troca.

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Clã, Bantu, matrilinear, patrilinear, uxorilocal, virilocal, aristocracia dominante, espécies endémicas

X. UNIDADE – TEMA : A PENETRAÇÃO MERCANTIL ÁRABO-PERSA

X.1 - Periodização

A expansão mercantil árabo-persa para a região da África Oriental intensifica-se entre os séculos IX e
XIII data da fixação destes mercadores na zona supracitada.

X. 2 - Origem dos Mercadores

As primeiras vagas de mercadores são originárias da Península Arábica (árabes) e do Golfo Pérsico
(Persas); mais tarde surgiram outros(os Baneanes), provenientes da Índia.

X. 3 - Principais entrepostos comerciais na África Oriental

Estes comerciantes estabeleceram-se em diversas zonas costeiras onde fundaran feitorias (ao longo da
costa oriental africana) das quais se destacam Mogadiscio, Melinde, Mombaça, Kilwa/Quiloa, Sofala,
Ilha de Moçambique e Angoche.
Foram transacionados vários tipos de produtos com maior incidência para o ouro adquirido a partir do
Império de Monomotapa, através de Sofala, principal centro de escoamento deste produto.

X. 4 - Consequências gerais

Como resultado do intercâmbio entre os Árabo-persas e as comunidades africanas, do actual território


de Moçambique, surgiu uma cultura costeira – a cultura swahili bem como novos núcleos linguísticos
destacando-se os seguintes:
a) MWANI ( Cabo Delgado ),

b) NAHARRA (Ilha de Moç. e arredores ao longo do litoral norte de Nampula),

c) KOTI ( em Angoche ).

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X. 4.1 – Religiosas

A difusão do islamismo no norte de Moçambique permitiu igualmente o surgimento de unidades


políticas tais como xeicados e sultanatos, dependentes entre si ou ligadas às outras unidades políticas
da Moç. ou das ilhas Comores. O islão deixou como reminiscências a disseminação de mesquitas bem
como a prática da circuncisão (uma das componetes dos ritos de iniciaçao masculinos).

X. 4.2 - Culturais
Sob o ponto de vista cultural a influência dos mercadores asiáticos teve como reflexos a adopção de
diversos elementos tais como:
- no vestuário o uso do cofió, do lenço, da capulana e da túnica,
- no calçado a utilização das sandálias/chinelos,
- na dança a difusão do tufo (dança praticada por mulheres) e do molide/maulide (dança mágico-
religiosa praticada essencialmente por homens)
- na alimentação destaca-se a utilização de diversos condimentos orientais (canela, açafrão, gengibre,
pimenta etc.) com especial realce para os "picantes" (vulgo piri-piri).
- a nível sócio-demográfico a miscigenação entre mercadores asiáticos e a população africana deu
origem ao surgimento de bolsas de mestiçagem ao longo do litoral este de África e nas ilhas do
Oceano Índico (Ilhas Quirimbas, Cabaceira Pequena e Cabaceira Grande, Ilha de Moçambique,
Angoxe, Somália, Zanzibar, Ilhas Comores, Ilhas Reunião e Madagáscar) .

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Baneanes, cultura swahili, Mwani, Naharra, Koti, tufo, molide/maulide,

XI. UNIDADE – A PENETRAÇÃO MERCANTIL PORTUGUESA SÉCULOS XVI-XVIII

A penetração mercantil portuguesa subdivide-se em três fases ou ciclos mercantis a saber:


1. Fase do ouro X – segunda metade do séc. XVII (rebelião de Changamire Dombo)
2. Fase do marfim finais do séc. XVII-1890
3. Fase dos escravos desde 1750/60-1840/185117

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Nas colónias portuguesas o tráfico estendeu-se até inícios do século XX.
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XI.1 – A Fase do ouro séc. X – segunda metade do séc. XVII


Inicia com os árabes (nos séculos antecedentes) e prossegue com os portugueses que a partir do séc.
XVI que disputam o comércio de ouro aos árabes.
Principais intervenientes: externos árabes e portugueses; por outro lado encontravam-se as chefaturas
locais (Monomotapa e seus estados tributários)
Principais centros comerciais/feitorias criados pelos portugueses: Quirimbas conquistada em 1522;
Sofala criada em 1505; Ilha de Moçambique em 150718; Tete e Sena em 1530; Quelimane em 1544.
Consequências da comercialização do ouro
Políticas: desagregação paulatina do Império de Monomotapa manifestada pelos seguintes factos:
-1607 Gatsi Lucere cede todas as minas do seu estado e recebe auxílio militar dos portugueses para
enfrentar uma rebelião interna conduzida por Matuzianhe
- 1627 deposição de Capranzima substituido por seu tio Mavura posteriormente baptizado pelos
Portugueses
- 1629 ultimato a Mavura para no espaço de um ano expulsar os mercadores árabo-swahilis das suas
terras; adicionalmente os portugueses obtêm novas concessões tais como:
a) livre circulação de pessoas e mercadorias
b) isenção de pagamento de impostos/tributos ao Monomotapa
c) obrigatoriedade do Monomotapa consultar o capitão de Massapa antes e sempre que quisesse tomar
alguma decisão
d) alteração das formalidades que os portugueses deviam respeitar ao entrarem na corte do
Monomotapa (descalçar, tirar o chapéu)
e) colocação de uma guarnição de 50 soldados portugueses que passa a residir no zimbabwe do
Monomotapa.
Tudo isto provocou descontentamentos que culminaram, em 1693, com contradições entre o
Changamira Dombo e os portugueses. Estes abandonaram as feiras que detinham ao longo do vale do
Zambezes e, por outro lado, assistiu-se ao surgimento de novas unidades políticas bem como registou-
se a desintegração do império do Monomotapa.
Consequências sócio-económicas

18
Estrategicamente localizada ao longo da costa oriental africana, esta ilha tornou-se um lugar privilegiado e preferido
pelos
árabes e portugueses. Esta funcionou como capital da colónia até 1898, altura em que foi transferida para Lourenço
Marques.
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a) Desvio de prioridades (da agricultura para a mineração do ouro) que por vezes provocava penúria
alimentar em anos de fraco rendimento agrícola)
b) Mortes maciças devido à falta de segurança nas minas e ao frequente desabamento de terras no
interior das
mesmas.
c) Fuga de populações inteiras (com os seus chefes) das áreas de mineração intensa.

XI.2 – A fase do marfim (finais do séc. XVII-1890)


Inicialmente o tráfico de marfim era controlado pelas aristocracias dos Estados Maraves,
principalmente os Phiri Caronga e os Lundo (através de mercadores yaos-por meio dos ferreiros a-
chisi- e nianjas). Estes conseguiram estabelecer uma rota comercial ligando a região de Chire ao
Mossuril (no litoral do actual Província de Nampula). Esta actividade foi igualmente praticada pelos
prazeiros do Vale do Zambeze bem como pelas chefaturas da Makuana e do Sul de Moçambique
(Nhaca, Matola e Maputo), onde surgiram caçadores especializados na captura de elefantes- os
amapisi.
Dos intervenientes externos contam-se: Portugueses, baneanes, austríacos e ingleses (provenientes da
África do Sul).
Entrepostos comerciais: Mossuril, Cabaceiras (grande e pequena), Ilha de Moçambique, Baía de
Maputo/Lourenço Marques, (Nguane e Nduande, Cossa, Nhaca, Tembe, Matola, Nuamba/Moamba,
Xefina)
Consequências do comércio do Marfim
a) Lutas entre os intervenientes locais pelo domínio das rotas comerciais (no Norte e no Sul de
Moçambique);
b) Lutas entre os portugueses e baneanes por um lado e portugueses e holandeses por outro;
c) Desequilíbrio faunístico devido ao abate sistemático e indiscriminado do elefante que provocou a
sua extinção no sul de Moçambique;
d) Aumento de mão-de-obra local desempregada (amapisi, caçadores do sul de Moçambique
especializados na captura do elefante). Estes homens estarão integrados no grupo da mão-de-obra
desempregada que se desloca à África do Sul a procura de ocupação remunerada (ver capítulo XIII).

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XI.3 – A fase dos escravos (1750/60-1840/1851)


Antes do séc. XVIII já haviam sido comercializados escravos (por árabes e portugueses) em
quantidades bastante reduzidas estes eram levados para a Arábia e para a Europa a fim de servirem
como eunucos. Posteriormente, após a procura dos escravos aumenta pois se destinavam a trabalhar
nas plantações usados como mão-de-obra.
Principais intervenientes externos
Franceses : ilhas Mascarenhas
Brasileiros, Norte-americanos e centro-americanos
Portugueses e Baneanes (através da Companhia dos Mazanes)
Principal destino: América do Sul (Brasil e Cuba), Ilhas Mascarenhas, Madagascar, Reuniões, Golfo
Pérsico e Goa.
Intervenientes locais: reinos Ajauas (utilizavam a rota comercial Chire-Mossuril), reinos da Makuana
(região compreendida entre Memba a Norte e Angoxe a sul), sultanatos e prazos e vários reinos do sul
de Moçambique
Zonas de aquisição aos escravos: Vale do Zambeze, Sul da província de Nampula (zona costeira),
Baía da Lagoa ( Baía do Maputo) e o interior de Inhambane.
Pontos de escoamento: Quelimane, Ilha de Moçambique, Ilha do Ibo.
Consequências do comércio de escravos
- Diminuição demográfica e despovoamento de extensas regiões de Moçambique
- Diminuição da força energética (privação de potenciais cérebros)
- reestruturação de algumas unidades políticas em função da caça ao escravo: prazeiros, Yaos, reinos
Afro-islâmicos
- Abolição da escravatura: várias foram as vozes de protesto que ecoaram a partir da europa
condenando aquilo que é considerado um comércio hediondo. A primeira reacção neste sentido
ocorreu durante a revolução Francesa que em decretou a abolição da escravatura nas colónias
francesas. Mais tarde a ideia foi reactivada pelos britânicos que em 1836 lançam o primeiro repto
visando a abolição oficial do tráfico humano; em 1842 nova abolição;
por sua vez em 1869 é decretada a abolição da escravidão nas colónias portuguesas deixando a
entender que a medida só entraria em vigor em 1884. Contudo a aquisição de homens para servirem de
mão-de-obra barata continuou até inícios do Século XX. Para o efeito, tanto a França como Portugal
introduziram nomenclaturas específicas para designar estes "novos escravos"; assim, os franceses
chamavam de emigrés (emigrados) a estes homens transportados em barcos da costa oriental atlântica

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em direcção ao Novo Mundo (Guiana, Guadalupe, Martinica); por outro lado os portugueses haviam
adoptado várias designações tais como: serviçais/trabalhadores engajados para os que eram levados à
S. Tomé a fim de trabalharem nas roças de café, shibalo e contratados (para uso doméstico).
O término do comércio de escravos deveu-se a dois factores: i) às pressões britânicas relativas à sua
abolição e ii) à diminuição da procura de mão-de-obra escrava pelo Brasil. De facto, a procura de mão-
de-obra local para ser utilizada nos diversos empreendimentos que os europeus começavam a
implantar em África, local de onde era retirados os escravos, ditaram uma nova postura por parte dos
detentores do capital. Como nos explica eli.j.mar, "A verdadeira intenção dos ingleses em querer
acabar com esta transacção deixaram-na transparecer mais claramente no Sul de África, e, que ela
nada tinha a ver com a propaganda liberal e humanista defendendo os direitos do povo
africano...Deste modo seria mais económico utilizar a mão-de-obra no próprio continente, onde se
verificou ser possível produzir matérias-primas para serem trabalhadas em fábricas e mesmo
produtos para o funcionamento das máquinas..."

XII. UNIDADE – TEMA : OS PRAZOS

Foi na metade do séc.XVI que os portugueses iniciaram tentativas para se estabelecerem no interior de
Moçambique. A base sobre a qual assentaria tal política colonial seria a introdução do "sistema de
prazos da coroa" ( também designado sistema de prazos da Zambézia ).
XII. 1 - Definição
Prazo era uma superfície de terra (cca de cinco léguas) cedida pela coroa portuguesa a 1 indivíduo - o
prazeiro- por um período de 2 ou 3 gerações (prazo de 3 gerações). Depois deste período, prazeiro
podia requerer o prolongamento do mesmo por mais outro período idêntico, mas esta solicitação só
poderia ser feita pela filha / neta do prazeiro. Portanto a sucessão era feita pela via femenina.

XII. 2 - Quem eram os prazeiros ?


A sua composição era diversificada e faziam parte aventureiros, indivíduos deterrados/exilados de
Portugal, (pessoas que haviam cometido vários tipos de delitos e como punição eram enviados para
for a de Portugal ) mercadores, soldados e missionários jesuítas e dominicanos.
XII. 3 - Quais eram os deveres do prazeiro ?
• Expandir a civilização portuguesa e a cristianização através dos seus domínios/terras assim como
proteger os habitantes africanos residentes nos mesmos;

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• Pagar o imposto anual (foro), à coroa, correspondente a 1/10 do rendimento do prazo, isto é, do
imposto da suposta produção agrícola e do imposto recolhido entre os habitantes indígenas;
• Sujeitar-se às leis régias e aos seus representantes na pessoa do capitão-mor, que por sua vez
estava dependente do vice-rei da India e ajudá-lo sempre que a sua cooperação fosse requerida.
XII - 4. Área ocupada pelos prazos
Centro de Moçambique ao longo do vale do Zambeze nas actuais províncias de Tete e Zambézia
(entre Quelimane e Zumbo) onde na 2ª metade XVIII e cerca de 100 casas / prazos (Tete 54; Sena 31;
Quelimane 15).
XII. 5 - Causas do declínio dos prazos
O comércio de escravos teve reflexos negativos ( a partir da 2ª metade do séc. XVIII), uma vez que os
prazeiros começaram a exportar os próprios A-Chicunda (indivíduos que tinham por função proteger
militarmente os prazos) que se revoltaram e começaram a atacar os próprios prazos.A partir de 1830
os ataques dos Gaza Nguni que até 1840 haviam ocupado cerca de 28 prazos.
Como resultado deste fenómeno surgiram famílias luso-afro-indianizadas que formaram novos prazos
/ dinastias ao longo das margens do rio Zambeze. Exemplos:
1. Estado de Massangano (família Cruz)
2. Estado da Gorongosa (Manuel António de Sousa / Gouveia / Bonga)
3. Macanga (Caetano Pereira)
4. Massingire (Vaz dos Anjos)
Outros localizados à ocidente de Tete pertencentes às seguintes famílias: José do Rosário Andrade,
José de Araújo Lobo, Firmino Luís Germano e João Bonifácio da Silva. Alguns destes apelidos
existem até hoje o que explica, também a miscegenação que se reflecte nestes locais. Os novos
senhores não estavam abrangidos pela antiga legislação feudal que regulava a concessão de terras e a
sua renovação de três em três gerações, não pagavam nem foros nem dízimos à Coroa portuguesa. Não
eram, portanto, seus tributários e não era da Coroa que advinha a sua legalidade. Esta assentava na
força militar. Cientes do fracasso da sua política de penetração no interior do vale do Zambeze, os
portugueses iniciaram por decretar a extinção dos "novos prazos" e posteriormente encetaram
campanhas militares contra estes novos reinos.Em 1886 derrubaram Massangano, em 1889 Macanga
e nos anos subsequentes os senhores de Tete, Zumbo e Maganja.

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XIII. UNIDADE – TEMA : O SUL DE MOÇAMBIQUE E O TRABALHO MIGRATÓRIO

O trabalho migratório de Moçambique para a agricultura e para as minas da África do Sul, teve a sua
fonte em trabalhadores oriundos de zonas extremamente longínquas. Os trabalhadores não se fixavam
perto dos locais de trabalho e após os contratos regressavam às suas aldeias. Havia dois tipos de
trabalhadores: os primeiros eram recrutados no seu país de origem, por um período de 2 a 5 anos; no
final do contrato estes eram livres de regressarem às suas terras ou de contrairem un novo
compromisso laboral. O outro tipo de trabalhadores deslocava-se individualmente ou em grupos, a pé,
à procura de trabalho. Estes por vezes genhavam mais que os primeiros, pois podiam escolher o
patrão, e os seus contratos eram menos extensos variando entre quatro meses e um ano.
XIII.1 - Causas gerais do trabalho migratório
a) Desenvolvimento da economia colonial capitalista na África Austral em geral e no Natal em
particular
b) Crise ecológica ( seca entre 1860-61), com repercursões a nível da agricultura e da produção
alimentar. Como recurso iniciaram migrações com o objectivo de obter vários produtos
alimentares
c) Declínio do comércio do marfim no sul de Moçambique que provocou um excedente de mão-de-
obra desempregada
d) Abertura das minas de diamante de KIMBERLEY em 1870 e de ouro no TRANSVAAL/ RAND
em 1886, que proporcionavam maiores incentivos salariais em relação aos pagos em Moçambique
e na zona do capital de plantações na própria África do Sul
e) Escassez de mão-de-obra no Natal devido a hostilidade do reino Zulu em empregar sua mão-de-
obra fora das fronteiras do reino. Como solução recorreu-se à contratação da força de trabalho no
sul de Moçambique.
XIII.2 - Principais intervenientes no recrutamento de mão-de-obra
• Comerciantes ingleses ( de Durban e Natal) Asiáticos (Baneanes), Chefaturas locais (Maputo e
Zulus).
• A WENELA (criada em 1897) é um orgão da Câmara das Minas (instituida em 1887 ) que obteve
o monopólio de recrutamento da mão-de-obra em Moçambique, através de um acordo secreto com
o governo português em 1901 e confirmado em 1909, data da 1ª Convenção entre Moçambique e o
Transvaal.

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Simultâneamente e na zona do capital de plantações em Moçambique surgiram companhias que se


dedicaram, parcialmente, à exportação de mão-de-obra para África do Sul: Companhia da Zambézia
(até 1912); Companhia do Boror, Empresa Agrícola do Lugela e Companhia do Niassa ( entre 1905-
1913).
Como consequência das grandes dificuldades económicas na região da África Austral, em 1946 a
Rodésia do Sul criou a 'Rhodesian Native Labour Supply Commission' (RNLSC), para organizar
sistemáticamente as correntes migratórias. No Acordo Suplementar de 1947, os governos coloniais de
Moçambique e Rodésia do Sul autorizaram a RNLSC a estabelecer uma rede de estações de
recrutamento na província de Tete.
Em 1965 foram autorizadas outras empresas recrutadoras ATAS, ALGOS e CAMON que iniciaram as
suas actividades em 1967 exportando mão-de-obra para as minas e plantações da África do Sul.
De que origem era a mão-de-obra empregue na África do Sul?
Antes de 1870 os proprietários agrícolas do Cabo Ocidental recrutavam trabalhadores negros e brancos
oriundos do Ciskei, Transkei, Moçambique, Alemanha, e de Cornwell (Inglaterra). Posteriormente
começaram a afluir de várias regiões que hoje constituem a África Austral: Botswana (Bechuanaland),
Lesotho (Basutholand), Suazilândia (Swaziland), Zâmbia (Northern Rodhesia) e sobretudo de
Moçambique, que constituiu inequívocamente um dos maiores fornecedores de mão-de-obra para a
RSA.
XIII.3 - Principais cláusulas do Trabalho Migratório
1867- foi assinado um acordo entre o Natal e Portugal que preconizava a saída voluntária dos
trabalhadores migrantes de Moçambique para o Natal por via marítima.

1897- O primeiro estatuto regulamentado a migração de trabalhadores para o Transvaal estabelecido


pelo governador Mouzinho de Albuquerque. Foi igualmente criada a pasta de CURADOR com o
objectivo de dirigir e controlar os nativos moçambicanos na África do Sul.

1901- Devido à Guerra anglo-boer, o período de contrato foi limitado por um ano; as dificuldades de
recrutamento, ao longo deste período, levaram as autoridades britânicas "a negociarem com Portugal
um regulamento que foi conhecido como Modus-Vivendi de 1901 que restabelecia os acordos
anteriores ao período da guerra.
O período de contrato foi limitado a um ano; simultâneamente foi proibido à, WENELA, o
estabelecimento de estações de recrutamento a norte do paralelo 22º. No mesmo ano, através de um

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acordo secreto com os portugueses a WENELA obteve um monopólio de recrutamento no Sul de


Moçambique.

1909- Assinada a 1ª Convenção entre Moçambique (governo colonial) e o Transvaal que tomou as
seguintes decisões:
• Utilização do porto de Lourenço Marques pelo Transvaal estabelecendo que 50% do tráfego dessa
área
( Lourenço Marques-Transvaal ) devia passar pelo porto de Lourenço Marques
• Concessão do monopólio do recrutamento de mão de obra pela WENELA
• introdução do sistema de pagamento diferido de salários (em regime voluntário)
• a possibilidade de o governo colonial cobrar impostos nas minas
- direito de o governo colonial receber 1 taxa ( a ser paga pelas minas ) por cada mineiro recrutado
• manutenção de contratos em 12 meses renováveis.

1914- Confirmada a proibição de contratação da mão-de-obra a Norte do paralelo 22º. Segundo


alegava o governo colonial, os trabalhadores desta zona (trópicos) eram incapazes de se adaptarem à
altitude e ao clima do Rand, bem como eram bastante vulneráveis às doenças.
Porque razão o governo colonial havia introduzido esta medida? Fundamentalmente para evitar a
competição, em relação à força de trabalho, entre as minas e as Companhias Magestáticas isto é, o
conflito entre o Capital Mineiro da África do Sul e o Capital de plantações a actuar em Moçambique.

1928- A Convenção de 1928 (válida para 10 anos) manteve em vigor todos os acordos anteriores
(utilização do porto e das vias de comunicações entre o Transvaal e Lourenço Marques) e foram
adoptadas as decisões seguintes:
- manutenção da cláusula de 1909 concernente ao tráfego ferroviário entre o Rand e o porto de
Lourenço Marques;
- Extensão do período do contrato dos trabalhadores de 12 para 18 meses mas era proibido tornar a
contratar o trabalhador antes de ter permanecido 6 meses em Moçambique;
- Introdução do sistema de pagamento diferido obrigatório, segundo o qual uma parte dos salários era
entregue à Curadoria e pago aos trabalhadores após o seu regresso à Moçambique;

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1964- Assinado o Acordo segundo o qual os trabalhadores só podiam ser empregados com o
conhecimento do Instituto do Trabalho ( em substituição dos Serviços dos Negócios Indígenas
abolidos em 1961)
- o período de contrato permaneceu em 12 meses (313 turnos) extensivos ao máximo de 18 meses
- a introdução da chamada "claúsula ouro" mediante a qual após o período de 18 meses 60% dos
salários referentes ao restante período do contrato, poderiam ser retidos em nome do trabalhador,
sendo este montante depositado pela Wenela num banco sul-africano previamente designado pelo
governo colonial. Esta quantia seria trocada por ouro à um preço fixo em rands, e por sua vez o ouro
seria vendido pela África do Sul no mercado internacional e o lucro entregue à Portugal.

1965- Na sequência dos planos do Nacionalismo Económico, foramo governo colonial admitiu novas
empresas portuguesas: a ATAS, a ALGOS e a CAMON que iniciaram a sua actividade em 1967,
recrutando força de trabalho para as minas e plantações da África do Sul.

XIII.4 - Consequências Gerais do Trabalho Migratório


- Incremento dos contactos entre Lourenço Marques e o Transvaal a partir da exploração mineira
- Aumento da importância de Lçº Marques como centro de trânsito para o recrutamento de homens e
de escoamento de equipamento para Transvaal
- Aumento de empreendimentos comerciais, de hotéis e de prestação de serviços transformando-se
numa das principais fontes receitas das taxas de trânsito
- Escassez de mão-de-obra masculina no interior de Moçambique o que provocou a intervenção do
governo colonial a pedido dos comerciantes
- Expansão da rede comercial, no interior do sul de Moçambique, controlada por asiáticos e que
absorvia os salários dos mineiros.

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os seguintes termos:


Wenela, RNLSC, capital mineiro, capital de plantações, sistema de pagamento diferido, "cláusula
ouro"

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XIV. TEMA : COMPANHIAS MAGESTÁTICAS E ARRENDATÁRIAS

XIV.1 - Contexto
A Conferência de Berlim ( 1884-1885 ) havia definido como critério a "ocupação efectiva dos
territórios seguida de notificação internacional", contudo Portugal enfrentava diversos problemas dos
quais se destacam: uma crise económica ( falta de meios financeiros ) e ausência de um corpo de
capacitados para administrarem as colónias.Como recurso Portugal optou por arrendar parcelas de
terra correspondentes às actuais regiões do centros do norte de Moçambique ao capital multinacional;
esta medida servia para justificar perante outras potências coloniais a sua presença nesses territórios.
Assim sendo, e na base do decreto de 1890, Portugal decidiu criar sociedades por acções, companhias,
com capital estrangeiro (multinacional): inglês, francês, alemão e suíço. Surgiram desta forma dois
tipos de companhias: as companhias magestáticas e as companhias arrendatárias.
Companhias Magestáticas (Co de Moçambique e Co do Niassa) eram aquelas que obtinham os
direitos de concessão através de uma carta de sua majestade o rei de Portugal. Orgânicamente as
companhias possuiam a sua sede em Lisboa.
Companhias Arrendatárias ou de Prazos (Co da Zambézia, Co do Boror, Co do Luabo, Sociedade
do Madal etc.) eram aquelas que alugavam terras e bens das outras companhias, principalmente os da
Co. de Moçambique.
De uma forma geral as companhias podiam arrendar os territórios, mas nunca deviam aliená-los uma
vez que estavam sob jurisdição portuguesa, e este reservava-se o direito de recuperar os territórios uma
vez expirado o contrato.
XIV.2 - Breve Cronologia das Companhias
Co de Moçambique-magestática ( regiões de Manica e Sofala, 1888-1942)
Co do Niassa-magestática (regiões de Niassa Cabo Delgado e norte de Nampula, 1891-1929)
Co da Zambézia- arrendatária (1892)
Co do Boror- arrendatária (1898)
Sociedade do Madal (1904)
Empresa Agrícola do Lugela (1906)
Sena Sugar Estates (1920)
XIV.3 - Função das Companhias : económica e Político-Administrativa
De uma forma geral podemos afirmar que as companhias cumpriram duas funções básicas: económica
e política-administrativa.

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Função económica
A maior parte das companhias dedicou-se à exploração agrícola (prática de monoculturas para a
aquisiçãode matérias-primas ), exportação de mão-de-obra e colecta de impostos (o imposto de
palhota: mussoco – imposto de capitação).
Companhia de Moçambique
A Co de Moçambique dedicou-se às seguintes actividades: cobrança do imposto de palhota,
concessão de terras para colonos/ empresas subsidiárias; prospecção mineira; transportes e
comunicação (a este nível possuia uma concessionária a The Beira Railway responsável pela
construção do troço ferroviário Beira-Macequece e a The Port of Beira Development Corporation que
construiu o porto da Beira); economia de plantações-farmas para horticultura, fruticultura, cultivo do
milho, da cana sacarina, produção da copra, borracha e algodão.
Companhia do Niassa
A Co. do Niassa desenvolveu as seguintes actividades: Cobrança de impostos de palhota em géneros
(borracha, café, goma, cera, marfim); exportação de mão de obra para a RAS até 1913, minas de cobre
no Catanga (Zaire), construção do porto de Mombaça, Companhia do Boror; utilização de mão-de-
obra gratuita nas machambas dos administradores e capatazes da companhia bem como para o
transporte de mercadoria; monopólio na cobrança de taxas aduaneiras na área da sua jurisdição.
A Companhia do Niassa e algumas empresas suas locatárias não desenvolveram a agricultura de
plantação em larga escala, mas exerceram um domínio nas áreas seguintes:
• Fabrico e venda de bebidas alcoólicas, venda de armas de fogo, exportação de esponjas, cereais,
pérolas e âmbar
• Monopólio e cobrança de taxas aduaneiras na área da sua jurisdição.
XIV.4 - Função político - administrativa
Por um lado, a Companhia de Moçambique ajuda os portugueses a dominarem a revolta do Barué
(1917) e durante a I Guerra Mundial esteve ao lado dos Portugueses e Ingleses na luta contra os
Alemães. Por outro a Companhia do Niassa participou igualmente em campanhas de ocupação
colonial efectiva no Norte de Moçambique bem como envolveu-se na Primeira Guerra Mundial
ajudando os portugueses na sua luta contra os Alemães.

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A Companhia de Moçambique havia sido autorizada a emitir moeda através do Banco da Beira transformado, mais tarde em BNU (Banco Nacional
Ultramarino que corresponde ao actual Banco de Moçambique). António Garcia, Por Terras d'África Memórias do Chiveve, Latitudes, n° 25, Dezembro
de 2005, p.42.

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Companhias Magestáticas, Companhias Arrendatárias ou de Prazos, mussoco

XV. TEMA : O NACIONALISMO ECONÓMICO DE SALAZAR (1930 – 1960)


XV.1 - Contextualização
Em Maio de 1926 ocorreu um golpe de Estado liderado pelo marechal Manuel Gomes da Costa pondo
fim à 1ª Repúlica. Isto ocorre como resultado de vários factores dos quais se salientam: sérias
dificuladades económicas e financeiras cujos reflexos negativos se fizeram sentir na área social
(grande agitação no seio da burguesia e das classes populares ).
Convidado a assumir a pasta de Ministro das Finanças (1928) e posteriormente a de Presidente do
Conselho (1923), Salazar (então Professor de Economia na Univ. de Coimbra ), tudo fez para
introduzir novas medidas à semelhança do que ocorria na Itália.
XV.2 - Instrumentos da política Salazarista
O regime colonial fascista português adoptou novas formas para a gestão e a administração do país e
das colónias; baseando-se nas directrizes de Salazar foram introduzidos os seguintes mecanismos:
• instituição do Estado Novo Corporativo e de um regime ditatorial (controlado pela PIDE- polícia
secreta);
• adopção de medidas legais para a defesa dos interesses da política "Lisboeta" nomeadamente o
Acto
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Colonial (1930), a Carta Orgânica do Império Colonial Português (1930) e a Reforma


Administrativa Ultarmarina ( em 1933).

Estes instrumentos visavam fundamentalmente a centralização dos poderes legislativos e financeiros


nas mãos do ministro das colónias bem como assegurar os interesses da burguesia portuguesa. Neste
contexto foram tomadas medidas económicas específicas tais como: a criação de uma " Zona do
escudo", a introdução de legislação promovendo o fomento da indústria no império português (em
1936), a criação da JEAC (Junta de Exportação do Algodão Colonial) em 1938, da Divisão do
Fomento Orizícola em 1942, a instituição de leis sobre o fomento do sector algodoeiro em 1946 (que
renovava o sistema de concessões algodoeiras por 10 anos) e a criação do Fundo de Algodão em 1952.
O interesse pela promoção da cultura algodoeira levou ao governo colonial a instituir a cultura forçada
deste produto. Para o efeito existiam duas categorias de agricultores : 'agricultores de algodão' e
'cultivadores'. Os primeiros eram homens entre 15 e 55 anos que deviam cultivar 1 ha de algodão e
igual área de culturas alimentares; os segundos eram mulheres obrigadas a cultivar 0.5 ha de algodão e
igual área de culturas alimentares.
Reforço do aparelho colonial administrativo
Em 1940 regista-se um novo impulso foi dado à administração da colónia de Moçambique: o novo
governador Tristão Bettencourt introduziu incentivos para os auxiliares da administração colonial
( principalmente para os régulos) a saber: uma percentagem dos impostos (5%) revertia a seu favor;
dispôr de uma casa de alvenaria; o dinheiro resultante do pagamento dos julgamentos de milandos
(litígios) ficava para o régulo; dispôr de mão-de-obra gratuita (recrutada dentro da sua área de
jurisdição) para o cultivo das suas machamba.
Em 1942, na base da Circular 817/D7, o governo colonial de Bettencourt procedeu à alteração do
sistema de impostos. Foi introduzido o imposto de capitação no lugar do antigo imposto de palhota.
Esta nova modalidade abrangia também as mulheres (que pagavam o chamado imposto reduzido) e
inclusive os homens inválidos.
XV.3 - Promoção da burguesia portuguesa
Com a introdução dos Planos de Fomento Nacional (1953–1958) o regime incentivou a acumulação
do capital nas mãos da burguesia portuguesa². Para o efeito Portugal promoveu, em primeiro lugar, o
aumento substancial de colonos em Moçambique a serem instalados em "áreas agrícolas de grande
fertilidade, nos vales fluviais, como Limpopo (Gaza) e Revué (Manica), nas terras altas de Lichinga
(Niassa) e Montepuez (Cabo Delgado). Destes, só o colonato de Limpopo se evendenciou; criado em

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1954 albergava até aos anos 60 cerca de 1.400 das 3.000 famílias previstas. Particularmente
importante neste plano foi a construção do troço ferroviário ligando Lourenço Marques a Malvérnia
(actual Chicualacuala), na fronteira da então Rodésia do Sul. Esta linha revestiu-se de vital
importância uma vez que se manteria à custa do crescente tráfego da nova Federação das Rodésias e
Niassalândia.
Posteriormente em 1943 as autoridades coloniais promulgaram a Lei da Nacionalização de Capitais
criando-se assim condições para o reforço do sector financeiro, para a protecção da burguesia nacional
e para o surgimento de grandes empresas. Assim sendo decidiu-se que se considerariam empresas
portuguesas apenas aquelas que detivessem 60% do capital português; adicionalmente a exploração do
sector de serviços e de actividades públicas foi exclusivamente reservada às empresas cujos
proprietários deviam ser portugueses. Consequentemente começaram a surgir em Moçambique
grandes empresas das quais se destacam o Grupo Entreposto (subsidiário da Companhia de
Moçambique já extinta em 1942), a CUF (Companhia União Fabril) propietária da Sociedade Agrícola
do Incomáti, o Grupo Champalimaud (indústria de cimentos), a Companhia João Ferreira dos Santos,
Monteiro e Giro detentores de monopólios nas áreas comercial e agrícola.
A actividade financeira manifestou-se igualmente no sector bancário, onde estavam representados
interesses do Banco Português do Atlântico-BPA (na Sociedade Hidroeléctrica do Revué-SHER e nos
sectores de algodão, têxteis, açucar e vidro). O Banco Nacional Ultramarino (BNU) detinha ? do
capital da Companhia Colonial do Búzi, bem como possuía interesses na CUF (supra) e na SOCAJÚ
(fábrica de processamento de castanha de cajú).

Ao terminar esta matéria o estudante deve saber explicar os termos seguintes:


Estado Novo Corporativo, Acto Colonial, Carta Orgânica do Império Colonial Português, Reforma Administrativa
Ultarmarina, " Zona do escudo", Divisão do Fomento Orizícola, JEAC, imposto de palhota, imposto de capitação, Planos
de Fomento Nacional, Lei da Nacionalização de Capitais

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XVI. UNIDADE – BREVE CRONOLOGIA SOBRE A HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE


MOÇAMBIQUE

XVI. 1 – CRONOLOGIA DE FACTOS POLÍTICOS


1949 Portugal faz parte da NATO/OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

1951 através de uma emenda constitucional Portugal muda o estatuto juridico de Moçambique de colónia para Província
ultramarina.
1961 um grupo de jovens estudantes das colónias portuguesas (Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Marcelino dos Santos
reuniram-se em Casablanca, no Marrocos, e constituiram a CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das
Colónias Portuguesas)

1962 (23 a 28 de Setembro) realiza-se em Dar es Slam (Tanzania) o I Congresso da FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique) que resultou da fusão de três movimentos: UDENAMO (formada em 1960 na então Rodésia do Sul na
cidade de Bulawayo, era costituida por individuos oriundos de Manica e Sofala, Gaza e Lourenço Marques), a MANU-
Mozambique African National Union (criado em Mombaça no Quénia em 1961 nele militavam indivíduos vindos de Cabo
Delgado) e a UNAMI (constituida em 1961 na Niassalândia era representada por pessoas provenientes de Tete, Zambézia e
Niassa). Estas organizações eram caracterizados por posicionamentos tribais e regionalistas. O novo movimento elege para
presidente do movimento Eduardo Chivambo Mondlane.

1970 apoiado pela OTAN e pela África do Sul, Portugal desencadeia uma grande ofensiva militar designada "Nó Górdio"
e que foi liderada por Kaúlza de Arriaga. A operação tinha por objectivo liquidar definitivamente a FRELIMO.

1974 (25 Abril) golpe de Estado/"Revolução dos Cravos", em Lisboa, protagonizado pelo MFA (Movimento da Forças
Armadas) e que decorreu sem derramamento de sangue. Consequentemente Portugal renúncia ao seu império colonial e o
regime fascista liderado por Marcelo Caetano chega ao seu término.

1974 (7 Setembro) Acordo de Lusaka (capital da Zâmbia) entre le Portugal e a FRELIMO; este acontecimento simboliza o
fim dos dez anos de guerra anti-colonial levada a cabo pela FRELIMO.o acordo de Lusaka previa a formação de um
governo de transição que organizaria o processo referente à independência de Moçambique. O Governo de Transição foi
constituído em Inhambane (na praia do Tofo) tendo sido escolhido Joaquim Chissano para liderar este elenco.

1975 (25 de Junho) Proclamação da independência de Moçambique. Samora Moisés Machel presidente da FRELIMO,
torna-se o primeiro presidente da República de Moçambique e comandante das forças armadas de Moçambique.

1975 (Setembro) Entrada de Moçambique na ONU.

1976 (3 de Março) na sequência das sanções decretadas contra o governo de Ian Smith, Moçambique fecha suas fronteiras
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à Rodésia. Samora Machel proclama o estado de guerra contra a Rodésia.

1976 A Rodésia inicia bombardeamentos aéreos dirigios contra as infraestrutruras económicas nacionais ao longo da
fronteira ocidental de Moçambique, aparentemente sob o pretexto de que o governo moçambicano apoiava a ZANU
(movimento guerrilheiro dirigido por Roberto Mugabe, que lutava pela independência do Zimbabwe).

1976 Criação, em Moçambique, da RNM (Resistência Nacional de Moçambique), este movimento guerrilheiro, que se
opunha à política do governo moçamambicano, foi dirigido por André Matsangaissa (dissidente do exército - FPLM) que
passou a ser apoiado pela Rodésia. Deu-se assim o início de um longo conflito que durou dezasseis anos.

1977 (4 de Fevereiro) Realização do III Congresso da FRELIMO, que se declarou como partido marxista-leninista.

1981 A RNM passa a designar-se RENAMO. Este movimento, após a morte de A. Matsangaíssa, passa a ser dirigido por
Afonso Marceta Dhlakhama actual presidente do partido RENAMO.

1984 (3 de Outubro) Acordo de cessar-fogo entre le gouverno e os rebeldes da RENAMO.

1983 IV Congresso da FRELIMO. Samora Machel é reconduzido nas suas funções de presidente do Partido FRELIMO. O
congresso é marcado por acesos debates relativos à linha política do partido. Inicia assim o processo de reformas referentes
à ideologia do partido e ao modelo de desenvolvimento económico.

1984 (16 Março) Os presidentes Pieter W. Botha daÁfrica do Sul e Samora Machel de Moçambique assinam em
Nkomati um pacto de "não-agressão e de boa vizinhança" entre os dois países.

1984 (3 de Outubro) Accordo de cessar-fogo entre ogoverno e a RENAMO.

1985 Após o malogro do acordo a guerra é retomada.

1986 (19 de Outubro) Um acidente de aviação em Mbuzini (África do Sul), vitimou o presidente Samora Machel. Foram
vítimas dete acidente o presidente Samora Machel e a maior parte dos membros da delegeção.

1986 (3 de Novembro) O Comité central da FRELIMO elege Joaquim Alberto Chissano para o cargo de presidente de
Moçambique.

1989 (31 de Julho) V Congresso da FRELIMO. O Partido abandona formalmente a referência ao marxismo-leninismo.

1990 (2 de Novembro) Adopção da nova Constituição que instaura o multipartidarismo, a abolição da pena de morte, o
direito à greve, a economia de mercado e mudança da designação do país de República Popular de Moçambique para a de

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República de Moçambique.

1992 (4 de Outubro) Acordo de paz assinado em Roma por Joaquim Alberto Chissano (presidente da República) e
Afonso Marceta Dlakhama, líder da RENAMO. Este acto pôs fim aos 16 anos de guerra entre os rebeldes e o governo.

1993 (3 Março) Chegada dos "capacetes azuis" para uma operação de manutenção de Paz designada ONUMOZ
(desarmamento e reintegração dos antigos militares e combatentes da RENAMO bem como a formação do exército de
unidade nacional.

1994 (27/29 de Outubro) Realização das primeiras eleições presidenciais e legislativas multipartidárias. Joaquim Chissano
é eleito Presidente da República. A RENAMO torna-se o segundo partido mais votado e ganha uma boa margem de
assentos na assembleia da república.

1995 (31 de Janeiro) Fim do mandato da ONUMOZ. A ONU aprova os resultados das eleições.

1995 (12 de Novembro) Moçambique torna-se membro da Commonwealth.

1999 (Dezembro) Eleições presidenciais e legislativas. Joaquin Chissano é reeleito com 52,29% de votos contra 47,71%
de Afonso Dhlakama (RENAMO). A oposição reclama haver fraude e contesta o escrutínio.

2000 (Novembro) a oposição contestando os resultados das eleições, organiza violentas manifestações ocorrem por todo o
país e que resultam no trágico acontecimento de Montepuez em que pereceram dezenas de pessoas: manifestantes,
prisioneiros e polícias.

2003 Realiza-se em Maputo a cimeira para a constituição da União Africana (U.A.); neste encontro Joaquim Alberto
Chissano, presidente de Moçambique, sucede a Thabo Mbeki (da África do Su) na presidência da União Africana.

2004 (Dezembro) realizam-se eleições presidenciais e legislativas. Armando Emílio Guebuza e o seu partido FRELIMO
ganham a presidência da República e larga maioria de assentos no parlamento moçambicano.

XVI. 2 – CRONOLOGIA DE FACTOS ECONÓMICOS

A partir de finais do séc. XIX a economia colonial em Moçambique repousa sob dois pilares fundamentais: o capital de
plantações (representado pelas companhias magestáticas e arrendatárias no centro e norte) e o capital mineiro (através do
fluxo migratóriode trabalhadores moçambicanos para a África do Sul).

1953-1958 I Plano de Fomento Nacional : previa investimentos da ordem de 1.848.500 contos dos quais vieram a ser
realmente aplicados 1.661.284 distribuídos pelas áreas de Caminhos de ferro, portos e transportes aéreos (63%);

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aproveitamento de recursos e povoamento (34%); Diversos (3 %). Fica aqui patente que as áreas de saúde e de educação
haviam sido completamente negligenciadas.

1959-1964 II Plano de Fomento Nacional à semelhança do primeiro privilegiava investientos públicos e de alguns (poucos)
projectos do sector privado; assim sendo o povoamento dos colonatos para a produção de tabaco e chá, as cominicações e
os transportes, o aproveitamento de recursos (agrícolas, florestais, pecuários, hidro-agrícola e hidro-electricos), pesquisas
na área cartográfica e geofísica. Foi contemplada uma pequena verba para a instrução, saúde e melhoramentos locais
(abastecimento de água). Juntamente com os estudos científicos do território esta verba não ultrapassava os 19 por cento
dos investimentos programados, ou seja, apenas cerca de 520 mil contos.

1960-1975 Construção da barragem hidroélectrica de Cabora-Bassa (na província de Tete), integrado no II plano de
Fomento Nacional, que produz cca de quatro mil megawatts. O principal consumidor desta energia é a ESKOM empresa
d'electricidade da África do Sul. A partir de Novembro de 2005 este empreendimento passou para a gestão maioritária de
Moçambique.

1975 (24 de Julho) O governo moçambicano decreta a nacionalização de todos os bensmóveis e imóveis (hospitais,
escolas, empresas, prédios de rendimento e terras).
Para reduzir as assimetrias herdadas do tempo colonial, o novo governo desenvolveu planos tendentes a contemplar a dotar
as populações rurais de infraestruturas básicas. Assim sendo, e no âmbito das políticas de desenvolvimento traçadas, foram
adoptadas duas modalidades básicas a saber: a introdução das aldeias comunais e das cooperativas de produção. A este
conjunto de medidas que se designa por socialização do campo.

1976 (Março) Moçambique fecha as suas fronteiras com a Rodésia e consequentemente a linha férrea e o
oleoduto/pipeline ligando Beira à Rodésia.

1978 A África do Sul suspende o pagamento de salários em ouro, à Moçambique, uma prática que remonta dos acordos
anteriores entre o governo colonial e as autoridades sul-africanas. Esta medida implicou uma redução significativa de
divisas para Moçambique.

1980 criação da SADCC da qual Moçambique pasou a fazer parte coordenando o sector de Transportes e Comunicações

1984 (Junho) Moçambique adere à Convenção de Lomé, um passo formal para a adesão ao grupo A.C.P. (África
Caraíbas e Pacífico. Esta medida permite ao país iniciar passos para a cooperação com a CEE nos domínios económico,
social e cultural.

1987 o governo moçambicano apresenta ao país o Programa de Reabilitação Económica (PRE) um novo instrumento para
a revitalização da economia nacional.

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1992 (Agosto) em Windhoek (capital da Nam4ibia) a SADCC transforma-se em SADC
(Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral)

1998 (22 Janeiro) Os membros do clube de Paris Paris reduzem a dívida moçambicana em 80%

Mozambique. Início do funcionamento da MOZAL I, fábrica de alumínio, que após a barragem de Cabora Bassa, é o
segundo grande projecto industrial istalado em Moçambique. Localizada a 20 Km de Maputo a fábrica tem como
accionistas principais: BHPbilliton australiana (47%), Mitsubishi Corporation of Japan (25%), IDC-Industrial Development
Corporation of South Africa (24%) e o Estado Moçambicano (4%).

1990 Moçambique apresenta em Paris o Programa de Reabilitação Económica e Social (PRES)

2000 (Setembro) Inauguração oficial da MOZAL I, uma fábrica situada em Beluluane produzindo cca de 253.000
toneladas de alumínio por ano.

2003 (Março) Inauguração da fábrica MOZAL II (segunda fase do projecto MOZAL). A produção de alumínio sobe para
506.000 toneladas por ano.

2004 (Junho) Inauguração oficial da exploração do gás naturall de Pande (na província de Inhambane a sul do país) que
fornece cca de 120 giga joules duma reserva calculada para 25 anos de exploração. Numa primeira fase o gás é
maioritariamente exportado para a África do Sul por meio de um gaseoduto de 586 Kms ligando Moçambique
(Pande/Temane) à África do Sul (Secunda).

2004 (21 - 24 Junho) Cimeira da A.C.P. tem lugar em Maputo


2006 (Março) terminam as discussões referentes ao dossier sobre a devolução da Barragem de Cahora Bassa à
Moçambique

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 98


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Exercícios de História Universal

Parte I

Nome______________________________________________________________________________________________
________

1. A Revolução Gloriosa do século XVII significou na Inglaterra:


A. o início do Federalismo.
B. o fim da Monarquia.
C. o triunfo do parlamentarismo.
D. a consolidação do absolutismo.

2. O protestantismo foi uma ideologia que contribuiu para a vitória do liberalismo:


A. na França.
B. nas treze colónias britânicas da América do Norte.
C. na Inglaterra.
D. na Holanda.

3. O alto clero medieval gozava de vários privilégios. Entre os quais se destacam:


A. a recepção da talha e da renda.
B. a aposentadoria e a corveia.
C. a jus primae nocti e a portagem.
D. o dízimo e o direito canónico.

4. John Locke notabilizou-se:


A. por ser pensador iluminista e porta-voz do exército do Parlamento.
B. por ter enunciado a teoria dos três poderes.
C. por ter definido a teoria do contra-peso.
D. nehuma das respostas é correcta.

5. A Convenção Jacobina foi responsável:


A. pela introdução do sistema métrico.
B. pela abolição da propriedade privada.
C. pela inflação económica na França em 1788.
D. pela introdução de privilégios.

6. A presunção de inocência é uma medida prevista nos seguintes documentos:


A. Magna Carta de 1215, Provisões de Oxford de 1258 e Carta do Atlântico de 1941.
B. Magna Carta de 1215, Petição dos Direitos de 1628, Declaração de Pilnitz.
C. Magna Carta de 1215, Declaração dos Direitos do Homem de 1791, Declaração dos Direitos de 1688.
D. Magna Carta de 1215, Declaração dos Direitos de 1688 e Carta do Atlântico.

7. O Contrato Social e Espírito das Leis (1748) são obras pertencentes aos pensadores iluministas:
A. Locke e Montesquieu
B. Voltaire e Rousseau
C. Rousseau e Locke
D. Montesquieu e Leibnitz

8. Laffayete e Jefferson foram duas individualidades que participaram na :


A. nenhuma das respostas é correcta
B. revolução burguesa
C. revolução americana
D. revolução inglesa

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9. A facção burguesa, da Assembleia Nacional, que dirigiu a revolução entre 1789 e 1792 pertencia aos:
A. Feuillants e monarquistas
B. jacobinos e
C. sans-culottes
D. Girondinos

10. Os whigs e tories hostilizaram os governos de Carlos II e Jaime II por estes serem:
A. pró-catolicistas e anarquistas
B. puritanos e extremistas
C. anglicanos e conservadores
D. absolutistas e catolicistas

11. Durante a revolução Americana George Washington foi escolhido para ser
A. chefe da revolta de Boston conhecida como Boston tea party
B. comandante do exército de Boston e posteriormente presidente dos EUA
C. comandante militar dos insurectos
D. comandante militar e posteriormente presidente dos EUA

12. Entre os tratados importantes assinados em Versalhes conta-se o do reconhecimento da independência das 13 colónias
americanas ocorrido:
A. em inícios do século XVIII
B. em meados do século XVIII
C. na segunda metade do século XVIII
D. na primeira metade do século XVIII

13. Através da constituição de 1783 os EUA tornaram-se uma :


A. república democrática e aristocrática
B. república federal
C. república constitucional
D. república aristocrática e federal

14. A separação de poderes e a descentralização política foi uma especifidade da:


A. revolução americana
B. revolução francesa
C. revolução inglesa
D. B e C são correctas

15. Durante a fase da restaurção monárquica, na Inglaterra, o poder foi assumido pelos reis:
A. Carlos I e Jaime I
B. Carlos II e Jaime I
C. Carlios II e Jaime II
D. Carlos II e Guilherme de Orange

16. "Por mais fortuna que pudesse adquirir um comerciante, um manufactureiro, um banqueiro ou um advogado, ainda
assim continuava excluído dos privilégios:
A. sociais
B. ideológicos
C. políticos

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D. religiosos

17. Em 1917 ocorreu a Revolução bolchevique que derrubou:


A. O imperador Nicolau I
B. O imperador Guilherme III
C. O Imperatriz Catarina
D. O imperador Nicolau II

18. Terminada a I Guerra Mundial, foi criada, em 1919, a Sociedade das Nações (SDN) cuja sede era:
A. Nova Iorque
B. Roma
C. Suíça
D. Genebra

19. Como resultado da subida ao poder dos bolcheviques a Rússia:


A. retirou-se da I Guerra Mundial
B. retirou-se da II Guerra Mundial
C. retirou-se da guerra Russo-Japonesa
D. retirou-se do conflito balcânico

20. A guerra das trincheiras corresponde à :


A. última fase da I Guerra Mundial
B. terceira fase da I Guerra Mundial
C. segunda fase da I Guerra Mundial
D. primeira fase da I Guerra Mundial

21. Durante a I Guerra Mundial a Alemanha invadiu a Bélgica com o objectivo fundamental de penetrar:
A. em Berlin
B. na Provença
C. na França
D. na Holanda

22. Durante a I Guerra Mundial a Inglaterra declara a guerra à Alemanha porque:


A. a Itália invadiu a Áustria
B. a Itália sua aliada cedeu territórios seus para a progressão de tropas alemãs
C. a Alemanha quebrou a neutralidade da Bélgica
D. a Alemanha ocupou as colónias inglesas na África ocidental

23. No conflito referido em 22. o Japão lutou ao lado :


A. da Tríplice Entente
B. da Tríplice Aliança
C. dos Impérios Centrais
D. da Dupla Aliança

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24. O domínio das concessões alemãs na China e nas ilhas do Pacífico esteve na origem do conflito entre:
A. O império do Sol nascente e a China
B. O império do Sol nascente e a Coreia
C. o império do sol nascente e a Alemanha
D. o império do sol nascente e a Rússia

25. A crise do Marrocos e o assassinato do arquiduque Francisco Fernando fazem parte:


A. das causas remotas da I Guerra Mundial
B. das causas militares da I Guerra Mundial
C. das causas ideológicas da I Guerra Mundial
D. das causas próximas da I Guerra Mundial

26. O final da I Guerra Mundial foi assinalado com a assinatura de um armistício na densa floresta de:
A. Cambrai
B. Compiègne
C. Rethondes
D. Versalhes

27. No final da I Guerra foi assinado armistício entre:


A. representantes da Alemanha e o general de Gaulle dos aliados
B. representantes da Alemanha e Clemenceau (primeiro-ministro da França)
C. representantes da Alemanha e o marechal Joffre da França
D. representantes da Alemanha e o marechal Foch comandante da Tríplice Entente

28. Em 1926 e em 1934 dois países entram para a Sociedade das Nações, são eles:
A. França e Rússia
B. Itália e Rússia
C. Alemanha e Rússia
D. Áustria e Alemanha

29. Como consequência da I Guerra Mundial abdicou do trono e refugiou-se na Holanda:


A. Nicolau II
B. Guilherme II
C. Carlos II
D. Hindemburgo

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30. A Marcha sobre Roma ocorreu no ano:
A. 1919
B. 1920
C. 1921
D. 1922

31. A política revanchista da França foi desenvolvida após a guerra:


A. austro-prussiana
B. dos Sete Anos
C. franco-prussiana
D. anglo-russa

32. O golpe militar que viria a conduzir Salazar ao poder, foi protagonizado em Portugal, no ano de:
A. 1916
B. 1926
C.1932
D. 1933

33. A Itália mudou de coligação:


A. nas vésperas da I guerra Mundial
B. durante a I Guerra Mundial
C. no final da I Guerra Mundial
D. quando foi assinado o tratado de Brest-Litovsk

34. Após a I Guerra Mundial e como resultado do repúdio ao Tratado de Versalhes, da desorganização económica, da
inflação e da instabilidade económica surgiu o partido:
A. Nacional-Fascista
B. Nacional-Democrata
C. Nacional-Socialista
D. Nacional-Unionista

35. A partir de 1921 este partido foi liderado por:


A. Adolf Hitler
B. Brüning
C. Meisner
D. Müller

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36. Em Maio de 1932 o terrorismo começa a ganhar vulto na Alemanha devido:
A. à dissolução do Parlamento alemão
B. à actuação dos "cascos de aço"
C. à actuação das SS's e SA's
D. à actuação dos nacionalistas de direita

37. Adolfo Hitler chefiou:


A. o partido operário-socialista
B. o partido nacional-socialista
C. o partido democracia socialista
D. o partido democrata cristão

38. A Declaração do Cairo de 1943 reuniu Churchill, Roosevelt e Chiang Kai-Shek para:
A. discutir o destino do império japonês
B. discutir as estratégias militares no Norte de Africa
C. discutir as estratégias militares a serem utilizadas na Ásia Centra
D. discutir as estratégias militares do Médio Oriente

39. A conferência Afro-asiática reunida em Bandung em 1955 deu origem:


A. aos "Não-alinhados"
B. Linha da Frente
C. Frente afro-árabe
D. Frente indo-árabe

40. A reunificação da Alemanha Federal ocorreu após a:


A. Cimeira de Moscovo de 1990
B. a assinatura do tratado sobre a o final da "guerra fria"
C. queda do "Muro da vergonha"
D. Conferência de Potsdam

41. "Guerra fria" e macartismo foram duas teorias desenvolvidas:


A. nos anos 30 e 40 do séc. XIX
B. 50 e 60 do séc. XX
C. após 1945
D. em 1949

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Exercícios de História Universal

Parte II

Nome______________________________________________________________________________________________
________

1.Os Girondinos lideraram a revolução em dois momentos:


A. quando o Terceiro Estado se transformou em Assembleia Nacional e durante o Consulado
B. após a morte do rei Luís XVI e antes do século XVIII
C. antes da ascensão e após a queda do governo da democracia social
D. a seguir à problemática do voto e no início do século XVIII e durante o Consulado

2. A sociedade francesa no século XVIII estava subdividida em ordens e por isso mesmo também designada
A. sociedade estamental ou trinitária
B. sociedade estamental ou castas
C. sociedade trinitária ou estigmatizada
D. sociedade clerical e aristocrática

3. A crise ecológica e a revolta nobiliarca foram dois acontecimentos que marcaram a França :
A. no início do século XVII
B. em meados do século XVII
C. no início do século XVIII
D. em finais do século XVIII

4. A Revolução Gloriosa do século XVII significou na Inglaterra:


A. o início do socialismo
B. o fim da Monarquia
C. o triunfo do parlamentarismo
D. a consolidação do absolutismo

5. A segunda fase/etapa da Revolução francesa foi dominada:


A. pela Assembleia Constituinte
B. pela Assembleia Nacional
C. pela Convenção
D. pelo Directório

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6. Logo após a decapitação de Carlos I foram criadas na Inglaterra as seguintes instituições:
A. a Monarquia Constitucional e a Commonwealth
B. a Commonwealth e o Acto de Navegação
C. a Commonwealth e o Protectorado
D. a Revolução Gloriosa e o Parlamentarismo
7. A Revolução Gloriosa na Inglaterra ocorreu:
A. Na metade do século XVII
B. nos anos oitenta do século XVI
C. em princípios do século XVI
D. nos anos oitenta do século XVII

8. Entre as razões que levaram os Jacobinos a arrebatarem o poder contam-se:


A. a questão do veto suspensivo e a coligação anti-revolucionária (Áustria Prússia)
B. a convocação dos Estados Gerais e a coligação anti-revolucionária (Áustria Prússia)
C. a introdução do voto por cabeça e a coligação anti-revolucionária (Áustria Prússia)
D. a rebelião nobiliarca de 1788 e a coligação anti-revolucionária (Áustria Prússia)

9. A revolução americana é também conhecida por:


A. A independência das colónias norte-americanas
B. A revolução das colónias americanas
C. A luta pela emancipação das 13 colónias da América do Norte
D. A e C são correctas

10. A independência das 13 colónias americanas é considerada uma revolução burguesa porque:
A. destruiu o monopólio commercial da Co Inglesa das Índias Orientais
B. eliminou o decreto Inglês que proibia os colonos burgueses de se expandirem para as terras do interior
C. introduziu medidas proteccionistas que beneficiaram os comerciantes e industriais americanos
D. destruiu estruturas de cariz feudal vigentes no seio dos colonos escravocratas

11. Entre as causas da revolução americana apontam-se:


A. A governação autocrática de Cromwell
B. a política fiscal da metrópole
C. B e D são variantes correctas
D. a política de repressão colonial da Inglaterra

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12. O princípio da laicidade do Estado foi explicitamente defendido pela:
A. Revolução inglesa
B. Revolução americana
C. Revolução francesa
D. Revolução Francesa e inglesa

13. A Revolução francesa distingue-se da inglesa pelo facto de:


A. As suas bases ideológicas conterem aspectos religiosos
B. as suas bases religiosas hostilizarem o catolicismo
C. as suas bases ideológicas contestarem o poder religioso
D. as suas bases ideológicas contestarem as religiões locais

14. Uma das lutas ideológicas que se desenrolou durante a Revolução inglesa foi :
A. a oposição entre o anglicanismo e o cristianismo
B. a oposição entre o anglicanismo e o puritanismo
C. a oposição entre o puritanismo e o anglicanismo
D. a oposição entre o catolicismo e o protestantismo

15. O princípio da laicidade do Estado foi introduzido pelos:


A. Sans-culottes
B. Estados Gerais
C. Jacobinos
D. Girondinos

16. A corveia é uma obrigação que recaía :


A. sobre o Terceiro Estado
B. exclusivamente sobre os camponeses
C. sobre os camponeses e o Terceiro Estado
D. exclusivamente sobre os senhores feudais

17. Nos finais do século XIX surgiu na Europa afigura de um proeminente estadista, nomeadamente, Otto von Bismarck. O
seu nome está associado a
A. unificação da Prússia
B. unificação da Rússia
C. unificação dos principados alemães
D. unificação dos principados

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18. Como resultado da subida ao poder dos bolcheviques a Rússia:
A. retirou-se da I Guerra Mundial
B. retirou-se da II Guerra Mundial
C. retirou-se da guerra Russo-Japonesa
D. retirou-se do conflito balcânico

19. Os Impérios Austro-húngaro, alemão e Turco-otomano são também conhecidos pela designação de:
A. Tríplice Aliança
B. "Impérios Centrais" :
C. Aliança Dual
D. Tríplice Entente

20. Genebra e Nova York são as capitais que albergam duas organizações importantes:
A. OIT e SDN
B. SDN e ONU
C. SDN e FAO
D. SDN e PNUD

21. "Os soldados abrigavam-se em recintos protegidos por sacos de arame farpado e viviam no meio da lama, do frio, da
morte e da metralha". O fenómeno descrito retrata:
A. a estabilização das frentes
B. a guerra fria
C. a guerra das estrelas
D. a guerra química

22. Para conseguir invadir a França a Alemanha teve que violar a neutralidade da:
A. Polónia
B. Holanda
C. Suíça
D. Bélgica

23. Entre os antecedentes próximos da I Guerra Mundial contam-se:


A. a crise do Marrocos e o assassinato do arquiduque Francisco Fernando
B. a crise do Marrocos e a anexação da Bósnia-Hercegovina
C. a crise do Marrocos e o conflito de Fachoda
D. a crise do Marrocos e a saída da Itália da Tríplice Aliança

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24. Representantes da Alemanha e o marechal Foch comandante da Tríplice Entente assinaram:
A. o acordo prévio e secreto que conduziria à Paz de Paris de 1919
B. o acordo prévio e secreto sobre os territórios dominados pela Áustria no norte da Itália
C. o armistício de Compiègne no final da I Guerra,
D. o armistício de Brest-Litovsk

25. No final da I Guerra Mundial Guilherme II, kaiser alemão, abdicou ao trono devido:
A. à derrota alemã e da instabilidade política interna do país
B. à derrota alemã e ao surgimento do fascismo na Itália
C. à derrota alemã e ao surgimento de partidos nazis no seu país
D. à derrota alemã e ascensão de Hitler, grande opositor do imperador

26. A ausência dos Estados Unidos na SDN deveu-se à:


A. entrada da Rússia neste organismo
B. oposição do Senado em relação aos "14 artigos de Wilson"
C. retirada da Alemanha deste órgão
D. ameaça fascista na Europa

27. O golpe militar que viria a conduzir Salazar ao poder foi dirigido por:
A. General Pinto Gomes
B. general Gomes da Costa
C. general Costa Gomes
D. general Mendes Cabeçadas

28. O partido nazista criado em 1919 designa-se por:


A. Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães
B. Partido Nacional-Socialista da Alemanha
C. Partido Nacional-Socialista dos Alemães
D. A e C são correctas

29. De entre as medidas económicas preconizadas pelo fascismo e pelo nazismo figuram:
A. o proteccionismo e o inflaccionismo
B. o proteccionismo e o corporativismo
C. o proteccionismo e o mercantilismo
D. o proteccionismo e o livre-cambismo

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30. Em 1939 a Alemanha assina um acordo com:
A. Checoslováquia
B. U.R.S.S
C. Polónia
D. Itália e surge o eixo Berlim-Roma

31. Os ataques kamikazi, muito famosos durante a II guerra Mundial, foram protagonizados pela aviação:
A. alemã
B. japonesa
C. italiana
D. soviética

38a. A Declaração do Cairo de 1943 reuniu:


A. discutir o destino do império japonês
B. Churchill, Roosevelt e Chiang Kai-Shek
C. discutir as estratégias militares a serem utilizadas na Ásia Centra
D. discutir as estratégias militares do Médio Oriente

32. A 2 de Setembro de 1945 os Aliados assinaram a rendição incondicional com do Japão. Este acto ocorreu:
A. a bordo do Couraçado "Missouri"
B. em Tókio
C. em Nagasaki
D. em Osaka

33. O primeiro presidente dos "Não alinhados" foi:


A. Alexey Kosseguin
B. Drago Milovic
C. Joseph Broz Tito
D. Milan Svobodic

34. A organização referida em 27 foi criada em 1961 na cimeira de:


A. Petrogrado
B. Bandung
C. Albânia
D. Belgrado

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35. A teoria de "Cortina de ferro" foi introduzida por:
A. Churchill
B. Chamberlain
C. Lloyd George
D. Milner

36. Entre as características contidas na teoria referida 29 aponta-se a existência de:


A. totalitarismo e comunismo
B. totalitarismo e liberalismo
C. totalitarismo e anarquismo
D. regimes policiais e comunismo

37. Os antagonismos ideológicos surgidos após a II Guerra Mundial estiveram na origem dos seguintes fenómenos:
A. fascismo, colonialismo e não-alinhamento
B. bipolarismo político e corrida armamentista
C. fascismo e corrida armamentista
D. colonialismo e não-alinhamento

38. O mais sério conflito armado do pós-guerra imediato ocorreu entre 1950 e 1953 e opôs:
A. o Vietname e os EUA
B. Cuba e os EUA
C. as duas Coreias
D. tropas da URSS e dos países da Europa Ocidental devido ao "bloqueio de Berlim"

39. ANZUS E CENTO são duas siglas de alianças militares que pertenciam aos países:
A. do bloco socialista
B. do bloco capitalista
C. árabes
D. asiáticos (Iraque e Irão)

40. Um dos mecanismos para se conseguir o desanuviamento internacional foi:


A. a introdução da guerra das estrelas preconizada por Ronald Reagan
B. a introdução do plano Marshall após 1945
C. a assinatura dos acordos SALT
D. a assinatura definitiva do acordo de Paris de 1990 que pôs fim à "guerra fria"

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Exercícios de História Universal

Parte III

Nome______________________________________________________________________________________________
________

1. A sociedade medieval caracterizou-se essencialmente pelos aspectos seguintes:


A. hierarquização das classes e privilégios da aristocracia e economia rural
B. estigmatização social, promoção do anti-cristianismo e economia rural
C. distribuição de terras ao clero, pagamento do dízimo aos camponeses e economia rural
D. multiplicidade de tarefas, diminuição de impostos aos camponeses e economia rural

2. Até finais do século XVIII os únicos países do Velho Continente que haviam adoptado o modelo parlamentar eram:
A. Suíça e Áustria
B. Espanha e Prússia
C. Holanda e Inglaterra
D. Alemanha Federal e Itália

3. Apesar das suas ideias liberais, Montesquieu manteve-se defensor da:


A. Democracia
B. Anarquia
C. República
D. Monarquia

4. "Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns, determinaram que Guilherma e Maria são e permanecerão declarados
rei e rainha de Inglaterra e da Irlanda e dos territórios que dela dependem". Esta frase enquadra-se nos acontecimentos da
revolução:
A. Industrial na Inglaterra
B. Francesa de 1789
C. Gloriosa de 1689
D. Inglesa de 1640

5a. Dois acontecimentos importantes marcaram a França nos anos 1787 e1788:
A. a crise ecológica e o assalto à Bastilha
B. a crise económica e o assalto à Bastilha
C. a crise económica e a criação da Convenção
D. a crise ecológica e a revolta nobiliarca

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 112


Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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Justino Rodrigues(Coordenador), E-mail: rjustino20@yahoo.com.r, Cell: +258-82 0432 760
5. Os camponeses da França reevindicavam essencialmente:
A. Os excessos dos encargos fiscais que recaíam sobre a burguesia e a nobreza
B. os excessos da renda e da corveia
C. os excessos do dízimo
D. os excessos da tributação clerical

6. Torna-se célebre pela defesa da tolerância e da independência do Estado em relação à Igreja. Estamos a falar de:
A. Rousseau
B. Condillac
C. Voltaire
D. Diderot

7. "É preciso que o poder faça parar o poder". Esta frase constitui a máxima fundamental inserida na obra:
A. O Espírito das Leis
B. Autoridade política
C. Dicionário Filosófico
D. O Contrato Social

8. "É preciso que o poder faça parar o poder". Esta máxima foi pronunciada pelo pensador iluminista:
A. Montesquieu
B. D'Alembert
C. Locke
D. Maquiavel

9. "Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser dela privado, a menos que seja de utilidade
pública legamente constatada e sob condição de justa e prévia indemnização." Este pensamento liberal está contido no
seguinte documento:
A. Magna Carta da Liberdade de 1215
B. Declaração dos Direitos de 1689
C. Provisões de Oxford de 1258
D. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

10. O filósofo do "século das luzes" que assentou as suas ideias no princípio de que "O Homem é bom por natureza e todo
o mal é consequência da civilização" foi:
A. Voltaire
B. Newton
C. Rousseau
D. Descartes

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 113


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11. A Declaração da Virgínia contribuiu para:
A. a rebelião de Boston
B. o início da guerra civil nas 13 colónias britânicas da América do Norte
C. o reconhecimento da independência dos EUA
D. a Declaração da independência das 13 colónias britânicas da América do Norte

12. O princípio da abolição da escravatura nas colónias foi pela primeira vez formulado durante:
A. a revolução inglesa de 1640
B. a revolução industrial
C. a revolução francesa
D. a revolução americana

13. O princípio da defesa da propriedade privada foi explicitamente defendido pelos:


A. cavaleiros e feuillants durante a rebelião nobiliarca de 1788
B. girondinos e Jacobinos na segunda fase da revolução francesa
C. girondinos durante o Directório
D. girondinos durante a primeira fase da revolução francesa

14. A revolução nobiliarca de 1788 ocorreu devido as tentativas de reforma fiscal sugeridas por:
A. Calonne e de Brienne
B. de Brienne e Turgot
C. Calonne e Turgott
D. Calonne e Necker

15. O Comité de Salvação Pública é uma instituição pertencente à:


A. Gironda
B. Convenção
C. Assembleia Nacional
D. Assembleia Constituinte

16. Pelo Congresso de Berlim em 1878, as províncias turcas da Bósnia e Herzegovina foram postas sob o controle:
A. da Áustria
B. da Rússia
C. da Hungria
D. da Alemanha

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17. A crise do Marrocos de 1905 e 1913 opôs:
A. França e a Bélgica
B. França e a Itália
C. França e a Inglaterra
D. França e Alemanha

18. "Impérios Centrais" é um termo utilizado para indicar específicamente:


A. a Tríplice Aliança
B. o Império Austro-húngaro, Império alemão e o Império Turco-otomano
C. a Aliança Dual
D. a Tríplice Entente

19. Como resultado da queda do czarismo/tsarismo a:


A. Rússia retirou-se da I Guerra Mundial
B. Rússia retirou a sua frota militar estacionada no Mar Mediterrâneo
C. Rússia retirou-se dos balcãs
D. Rússia retirou-se do conflito balcânico

20. Genebra e Nova Iorque são as capitais que albergam duas organizações importantes:
A. OIT e SDN
B. SDN e ONU
C. SDN e FAO
D. SDN e PNUD

21. A guerra das trincheiras contribuiu para:


A. a debilitação dos contingentes militares nela envolvidos
B. o rápido avanço dos Aliados na Frente Ocidental
C. a rápida conquista dos territórios da Alsácia e Lorena pela França
D. a rápida invasão da Alemanha à Bélgica

22. Durante a I Guerra Mundial o Japão lutou contra a Alemanha porque:


A. pretendia apoderar-se das concessões alemãs na China
B. pretendia apoderar-se das concessões alemãs na China e nas ilhas do Pacífico
C. pretendia disputar as concessões alemãs e chinesas na Manchúria
D. pretendia implementar o "Plano Tanaka" e apoderar-se de toda a Ásia e das ilhas do Pacífico

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 115


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23. O armistício de Compiègne/Rethondes asssinado entre representantes da Alemanha e o marechal Foch da França,
aconteceu :
A. no final da guerra I Guerra Mundial
B. no advento da I Guerra Mundial
C. a meio deste conflito
D. no final do conflito acima referido

24. A Alemanha e a Rússia entram para a SDN nos anos:


A. 1926 e 1934 respectivamente
B. 1926 e 1935 respectivamente
C. 1926 e 1936 respectivamente
D. 1926 e 1938 respectivamente

25. Como resultado da derrota alemã e da instabilidade política interna, Guilherme II abdicou do trono e refugiou-se na :
A. Bélgica
B. Áustria
C. Itália
D. Holanda

26. Após a ocupação da Alsácia e Lorena pela Alemanha a França desenvolveu uma ampla campanha:
A. pan-gaulesa
B. revanchista
C. pan-germanista
D. imperialista

27. A criação do partido nacional-socialista na Alemanha resulta :


A. da inflação decorrente do esforço da guerra e da instabilidade sócio-económica
B. do repúdio ao Tratado de Versalhes, da desorganização económica e da instabilidade política
C. do repúdio ao Tratado de Versalhes, da desorganização económica e da inflação
D. do repúdio ao Tratado de Versalhes e da da instabilidade política da inflação decorrente do esforço da guerra

28. Como resultado da oposição do Senado norte-americano em relação aos "14 artigos de Wilson":
A. os EUA impediram a entrada da Rússia na SDN
B. os EUA deixaram de pagar as suas cotas na SDN
C. os EUA marcaram a sua ausência na SDN
D. os EUA adiaram a sua integração na SDN

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29. Na Europa dos anos 30 o proteccionismo e o corporativismo foram medidas adoptadas para solucionar problemas de
carácter :
A. político
B. ideológico
C. económico
D. religioso e social

30. Em 1939 a U.R.S.S. assina um acordo estratégico com:


A. a Polónia
B. a Checoslováquia
C. A Itália
D. a Alemanha

31. Contudo o pacto referido em 30 foi violado e a URSS foi atacada no dia:
A. 22 de Junho de 1939
B. 22 de Junho de 1941
C. 22 de Junho de 1943
D. 22 de Junho de 1944

32. O assalto do Japão pelas tropas soviéticas havia sido decidido:


A. na Carta do Atlântico
B. na Conferência de Casablanca
C. na Conferência de Ialta
D. na Conferência de Potsdam

33. Churchill, Roosevelt e Chiang Kai-Shek de 1943 reuniram-se para discutir o destino do império japonês. Este encontro
teve lugar:
A. no Egitpo
B. no Iraque
C. no Irãodiscutir as estratégias militares a serem utilizadas na Ásia Centra
D. na China

34. O encontro referido em 33 produziu um documento intitulado:


A. Declaração do Cairo
B. Declaração de Bagdade
C. Declaração de Teerão
D. Declaração do de Beijing

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Exercícios de História Universal

PARTE IV
Nome______________________________________________________________________________________________
________
1. A sociedade medieval caracterizou-se essencialmente pelos aspectos seguintes:
A. hierarquização das classes e privilégios da aristocracia e economia rural
B. estigmatização social, promoção do anti-cristianismo e economia rural
C. distribuição de terras ao clero, pagamento do dízimo aos camponeses e economia rural
D. multiplicidade de tarefas, diminuição de impostos aos camponeses e economia rural

2. Até finais do século XVIII os únicos países do Velho Continente que haviam adoptado o modelo parlamentar eram:
A. Suíça e Áustria
B. Espanha e Prússia
C. Holanda e Inglaterra
D. Alemanha Federal e Itália

3. Apesar das suas ideias liberais, Montesquieu manteve-se defensor da:


A. Democracia
B. Anarquia
C. República
D. Monarquia

4. "Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns, determinaram que Guilherma e Maria são e permanecerão declarados
rei e rainha de Inglaterra e da Irlanda e dos territórios que dela dependem". Esta frase enquadra-se nos acontecimentos da
revolução:
A. Industrial na Inglaterra
B. Francesa de 1789
C. Gloriosa de 1689
D. Inglesa de 1640

5. Dois acontecimentos importantes marcaram a França nos anos 1787 e1788:


A. a crise ecológica e o assalto à Bastilha
B. a crise económica e o assalto à Bastilha
C. a crise económica e a criação da Convenção
D. a crise ecológica e a revolta nobiliarca

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 118


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5. Os camponeses da França reevindicavam essencialmente:
A. Os excessos dos encargos fiscais que recaíam sobre a burguesia e a nobreza
B. os excessos da renda e da corveia
C. os excessos do dízimo
D. os excessos da tributação clerical

6. Torna-se célebre pela defesa da tolerância e da independência em relação à Igreja. Estamos a falar de:
A. Rousseau
B. Condillac
C. Voltaire
D. Diderot

7. "É preciso que o poder faça parar o poder". Esta frase constitui a máxima fundamental inserida na obra:
A. O Espírito das Leis
B. Autoridade política
C. Dicionário Filosófico
D. O Contrato Social

8. "É preciso que o poder faça parar o poder". Esta máxima foi pronunciada pelo pensador iluminista:
A. Montesquieu
B. D'Alembert
C. Locke
D. Maquiavel

9. "Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser dela privado, a menos que seja de utilidade
pública legamente constatada e sob condição de justa e prévia indemnização." Este pensamento liberal está contido no
seguinte documento:
A. Magna Carta da Liberdade de 1215
B. Declaração dos Direitos de 1689
C. Provisões de Oxford de 1258
D. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

10. O filósofo do "século das luzes" que assentou as suas ideias no princípio de que "O Homem é bom por natureza e todo
o mal é consequência da civilização" foi:
A. Voltaire
B. Newton
C. Rousseau
D. Descartes

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11. A Declaração da Virgínia contribuiu para:
A. a rebelião de Boston
B. o início da guerra civil nas 13 colónias britânicas da América do Norte
C. o reconhecimento da independência dos EUA
D. a Declaração da independência das 13 colónias britânicas da América do Norte

12. O princípio da abolição da escravatura nas colónias foi pela primeira vez formulado durante:
A. a revolução inglesa de 1640
B. a revolução industrial
C. a revolução francesa
D. a revolução americana

13. O princípio da defesa da propriedade privada foi explicitamente defendido pelos:


A. cavaleiros e feuillants durante a rebelião nobiliarca de 1788
B. girondinos e Jacobinos na segunda fase da revolução francesa
C. girondinos durante o Directório
D. girondinos durante a primeira fase da revolução francesa

14. A revolução nobiliarca de 1788 ocorreu devido as tentativas de reforma fiscal sugeridas por:
A. Calonne e de Brienne
B. de Brienne e Turgot
C. Calonne e Turgott
D. Calonne e Necker

15. O Comité de Salvação Pública é uma instituição pertencente à:


A. Gironda
B. Convenção
C. Assembleia Nacional
D. Assembleia Constituinte

16. Pelo Congresso de Berlim em 1878, as províncias turcas da Bósnia e Herzegovina foram postas sob o controle:
A. da Áustria
B. da Rússia
C. da Hungria
D. da Alemanha

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 120


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17. A crise do Marrocos de 1905 e 1913 opôs:
A. França e a Bélgica
B. França e a Itália
C. França e a Inglaterra
D. França e Alemanha

18. "Impérios Centrais" é um termo utilizado para indicar específicamente:


A. a Tríplice Aliança
B. o Império Austro-húngaro, Império alemão e o Império Turco-otomano
C. a Aliança Dual
D. a Tríplice Entente

19. Como resultado da queda do czarismo/tsarismo a:


A. Rússia retirou-se da I Guerra Mundial
B. Rússia retirou a sua frota militar estacionada no Mar Mediterrâneo
C. Rússia retirou-se dos balcãs
D. Rússia retirou-se do conflito balcânico

20. Genebra e Nova Iorque são as capitais que albergam duas organizações importantes:
A. OIT e SDN
B. SDN e ONU
C. SDN e FAO
D. SDN e PNUD

21. A guerra das trincheiras contibuiu para:


A. a debilitação dos contingentes militares nela envolvidos
B. o rápido avanço dos Aliados na Frente Ocidental
C. a rápida conquista dos territórios da Alsácia e Lorena pela França
D. a rápida invasão da Alemanha à Bélgica

22. Durante a I Guerra Mundial o Japão lutou contra a Alemanha porque:


A. pretendia apoderar-se das concessões alemãs na China
B. pretendia apoderar-se das concessões alemãs na China e nas ilhas do Pacífico
C. pretendia disputar as concessões alemãs e chinesas na Manchúria
D. pretendia implementar o "Plano Tanaka" e apoderar-se de toda a Ásia e das ilhas do Pacífico

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 121


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23. O armistício de Compiègne/Rethondes asssinado entre representantes da Alemanha e o marechal Foch da França,
aconteceu :
A. no final da guerra I Guerra Mundial
B. no advento da I Guerra Mundial
C. a meio deste conflito
D. no final do conflito acima referido

24. A Alemanha e a Rússia entram para a SDN nos anos:


A. 1926 e 1934 respectivamente
B. 1926 e 1935 respectivamente
C. 1926 e 1936 respectivamente
D. 1926 e 1938 respectivamente

25. Como resultado da derrota alemã e da instabilidade política interna, Guilherme II abdicou do trono e refugiou-se na :
A. Bélgica
B. Áustria
C. Itália
D. Holanda

26. Após a ocupação da Alsácia e Lorena pela Alemanha a França desenvolveu uma ampla campanha:
A. pan-gaulesa
B. revanchista
C. pan-germanista
D. imperialista

27. A criação do partido nacional-socialista na Alemanha resulta :


A. da inflação decorrente do esforço da guerra e da instabilidade sócio-económica
B. do repúdio ao Tratado de Versalhes, da desorganização económica e da instabilidade política
C. do repúdio ao Tratado de Versalhes, da desorganização económica e da inflação
D. do repúdio ao Tratado de Versalhes e da da instabilidade política da inflação decorrente do esforço da guerra

28. Como resultado da oposição do Senado norte-americano em relação aos "14 artigos de Wilson":
A. os EUA impediram a entrada da Rússia na SDN
B. os EUA deixaram de pagar as suas cotas na SDN
C. os EUA marcaram a sua ausência na SDN
D. os EUA adiaram a sua integração na SDN

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 122


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29. Na Europa dos anos 30 o proteccionismo e o corporativismo foram medidas adoptadas para solucionar problemas de
carácter :
A. político
B. ideológico
C. económico
D. religioso e social

30. Em 1939 a U.R.S.S. assina um acordo estratégico com:


A. a Polónia
B. a Checoslováquia
C. A Itália
D. a Alemanha

31. Contudo o pacto referido em 30 foi violado e a URSS foi atacada no dia:
A. 22 de Junho de 1939
B. 22 de Junho de 1941
C. 22 de Junho de 1943
D. 22 de Junho de 1944

32. O assalto do Japão pelas tropas soviéticas havia sido decidido:


A. na Carta do Atlântico
B. na Conferência de Casablanca
C. na Conferência de Ialta
D. na Conferência de Potsdam

33. Churchill, Roosevelt e Chiang Kai-Shek de 1943 reuniram-se para discutir o destino do império japonês. Este encontro
teve lugar:
A. no Egitpo
B. no Iraque
C. no Irãodiscutir as estratégias militares a serem utilizadas na Ásia Centra
D. na China

34. O encontro referido em 32 produziu um documento intitulado:


A. Declaração do Cairo
B. Declaração de Bagdade
C. Declaração de Teerão
D. Declaração do de Beijing

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 123


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35. A rendição incondicional do Japão foi assinada a bordo do Couraçado "Missouri"no dia:
A. 2 de Setembro de 1945
B. 3 de Setembro de 1945
C. 4 de Setembro de 1945
D. 5 de Setembro de 1945

36. Os "Não-alinhados" surgiram de uma organização anterior designada:


A. Linha da Frente
B. Conferência Afro-asiática
C. Conferência Afro-americana
D. Conferência de Lomé

37. O "Muro de Berlim" é também conhecido pela designação de:


A. Muro das lamentações
B. Muro da vergonha
C. Muro das lamentações
D. Cortina de ferro

38. Durante a a "guerra fria" McCarty teorizou sobre a luta contra o comunismo interno:
A. na China
B. nos EUA
C. na URSS
D. na RDA

39. O mais sério conflito armado imediato após 1945 ocorreu:


A. no Vietname
B. em Cuba
C. na Coreia
D. na Alemanha com o chamado "bloqueio de Berlim"

40. A contenda referida em 37 opôs dois exércitos que eram apoiados pelos:
A. russos e americanos
B. russos e chineses de um lado e americanos por outro
C. russos e coreanos de um lado e coreanos e japoneses do outro
D. russos e chineses de um lado e japoneses e coreanos de outro

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 124


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41. Além da NATO o Ocidente criou outras alianças militares regionais como por exemplo:
A. ANZUS e CENTO
B. Pacto de Bagdade e a Quádrupla Aliança
C. ANZUS e a Quádrupla Aliança
D. CENTO e os "Não-alinhados"

Exercícios de História Universal

Parte V
Nome______________________________________________________________________

1. Pela sua natureza a Revolução Inglesa foi simultâneamente uma luta:


A. política e cultural e religiosa
B. política, económica e utópica
C. política, económica e cultural
D. política, económica e técnica

2. Jaime I foi sucedido pelo/a seu/sua filho/filha :


A. Carlos I
B. Carlos II
C. Jaime II
D. Maria Stuart

3. Apesar da tendência absolutista, Jaime I enfrentou a primeira oposição levada a cabo por Sir Edward Coke que assumia
o cargo de:
A. líder dos Round heads
B. bispo da Cantuária
C. Líder da Câmara dos Lordes
D. presidente do tribunal supremo

4. Em 1640, o rei Carlos I viu-se obrigado a convocar o Parlamento depois de onze anos de governo autocrático para :
A. obter dinheiro para punir a resistência dos escoceses
B. obter dinheiro para lutar contra a França
C. obter dinheiro para lutar contra os puritanos
D. obter dinheiro para lutar contra os católicos irlandeses

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5. Em 1868, membros do Parlamento (Tories e Whigs) uniram-se para derrubar Jaime II. Esta atitude foi originada pelo
facto de:
A. à rebelião na Escócia
B. existirem muitos puritanos no Parlamento
C. haver indícios sérios de que o monarca dissolveria o Parlamento
D. o rei ter tido um filho da sua segunda mulher que era católica

6. O primeiro indivíduo a ocupar o cargo de primeiro-ministro na Inglaterra foi :


A. Sir Edward Malet
B. Sir Robert Walpole
C. Joseph Chamberlain
D. o Conde de Strafford

7. O referido indivíduo chegou a este cargo porque :


A. era na altura o líder do Parlamento e o rei estava sempre ausente da Grã-Bretanha
B. o rei Jorge I indicou-o para o efeito
C. o Parlamento assim o quis e ele foi escolhido por unanimidade
D. o Parlamento queria evitar um golpe palaciano urdido pelos monarquistas

8. Neste caso o referido indivíduo permaneceu neste cargo entre os anos :


A. 1714 e 1741
B. 1714 e 1742
C. 1714 e 1743
D. 1714 e 1744
9. A "Constituição Civil do Clero" de Julho de 1790 estipulava que:
A. os bispos e os padres deviam ser eleitos pelos Girondinos
B. os bispos e os padres deviam ser eleitos pela Assembleia Constituinte
C. os bispos e os padres deviam ser eleitos pelo povo
D. os bispos e os padres deviam ser eleitos pela Assembleia Nacional

10. As reformas efectuadas no âmbito das "Jornadas de Agosto" de 1789 tiveram como efeito essencial:
A. a criação da Assembleia Constituinte
B. a anulação das diferenças de classe e do desnível social
C. B e D complementam-se
D. colocar os franceses em igualdade perante a lei

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 126


Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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Justino Rodrigues(Coordenador), E-mail: rjustino20@yahoo.com.r, Cell: +258-82 0432 760
11. A 20 de Abril de 1792 a Assembleia Nacional da França declarou guerra:
A. à coligação da Áustria e Prússia
B. à coligação da Áustria e à Alemanha
C. à coligação dos 3 Imperadores (Áustria, Prússia e Rússia)
D. aos girondinos partidários do rei Luís XVI

12. Em Agosto de 1791 foi emitida a "Declaração de Pilnitz" por iniciativa dos países seguintes :
A. Áustria e Prússia
B. Áustria e Alemanha,
C. Áustria e Inglaterra
D. Áustria, Bélgica e Espanha

13. O referido documento preconizava que :


A. a restauração da ordem e a reintrodução da corveia na França e em toda a Europa
B. a restauração da ordem e a reintrodução da da renda e da corveia na França e em toda a Europa
C. a restauração da ordem e dos direitos dos monarcas na França e em toda a Europa
D. a restauração da ordem e a reintrodução da renda na França e em toda a Europa

14. Em Fevereiro de 1793 esta coligação obteve mais adeptos, nomeadamente :


A. Grã-Bretanha, Holanda e Bélgica
B. Grã-Bretanha, Holanda e Espanha
C. Grã-Bretanha, Alemanha e Espanha
D. Grã-Bretanha, Holanda e Suíça

15. Na sua composição social os sans-culottes integravam :


A. mestres artesãos, artífices, lojistas e pequenos comerciantes
B. mestres artesãos, artífices, lojistas, advogados e industriais
C. mestres artesãos, artífices, lojistas e a burguesia industrial
D. mestres artesãos, artífices, lojistas e a classe financeira

16. Entre os episódios da Revolução Francesa contam-se as "Jornadas de Outubro" de 1789. Esta sublevação foi
essencialmente protagonizada :
A. por mulheres enfurecidas com a falta da emancipação política
B. por mulheres enfurecidas com o aumento do preço do pão
C. por mulheres enfurecidas com a recusa do rei em oficializar o divórcio
D. por mulheres enfurecidas com a recusa do clero em oficializar o divórcio

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 127


Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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17. A Constituição de 1795 concedeu o sufrágio :
A. a todos homens e mulheres da França
B. a todos homens que soubessem ler e escrever
C. a todos homens ricos e às mulheres iletradas
D. nenhuma resposta é correcta
18. Como resultado deste levantamento de 1789, o rei Luís XVI foi obrigado:
A. a residir definitivamente em Versalhes
B. a baixar o preço do pão
C. a instituir o divórcio
D. a transferir-se de Versalhes para Paris

19. Antes de ser dominada pela Áustria-Hungria a Bósnia e Herzegovina estavam sob o domínio:
A. Sérvio
B. Alemão
C. Turco
D. Búlgaro

20. O acto que sancionou a tutela administrativa da Bósnio e Herzegovina pela Áustria-Hungria foi:
A. o Congresso de Berlin de de 1877
B. o Congresso de Berlin de de 1878
C. o Congresso de Berlin de de 1879
D. o Congresso de Berlin de de 1885

21. Contudo em 1909 a Áustria-Hungria anexa definitivamente o referido território como resultado:
A. de um posicionamento unilateral
B. do Congresso de Berlin de 1879
C. das conversações secretas entre os imperadores austríaco e o príncipe búlgaro
D. de um tratado militar entre a Áustria e a Turquia em 1907

22. Quando a Áustria ocupou o referido território, a Rússia ameaçou entrar em guerra em socorro dos seus irmãos eslavos.
Contudo, cedo abandonou esta ideia porque:
A. A Alemanha ameaçara apoiar militarmente a Áustria
B. A Rússia ainda não estava refeita da guerra Russo-Japonesa
C. A Sérvia achava inoportuna a sua intervenção do seu "irmão mais velho"
D. As respostas A e B complementam-se

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 128


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23. Desde o início da I Guerra Mundial a Alemanha desejava formar um vasto império abrangendo :
A. a Polónia, a Bélgica, a Holanda, os Balcãs e a Turquia
B. a Polónia, a Checoslováquia, a Bélgica e os Bósnia - Herzegovina
C. a Polónia, a Checoslováquia, a Holanda e a Bósnia - Herzegovina
D. a Polónia, a Checoslováquia, a Bélgica, a Bósnia – Herzegovina e a Turquia

24. O assassinato de Francisco Ferdinando foi cometido em Serajevo. Contudo esta conspiração fora preparada:
A. na Eslovénia
B. em Belgrado
C. no Montenegro
D. na Grande Jugoslávia

25. No início o ambiente político na Tríplice Entente estava minado devido às desconfianças entre a :
A. Inglaterra e a França
B. Inglaterra e a Bélgica
C. Inglaterra e a Rússia
D. França e Rússia

26. As desinteligências baseavam-se fundamentalmente no controle:


A. de Sófia, e da Turquia
B. da Turquia, do Iraque e do Mediterrâneo Oriental
C. do Bósforo, Dardanelos e Constantinopla
D. da Turquia e da Bulgária

27. Neste contexto o primeiro pretendia defender os seus interesses na região do Médio Oriente e o segundo queria :
A. obter acesso ao Mar Mediterrâneo
B. dominar a Síria e o Líbano
C. obter acesso ao Mar Vermelho
D. dominar a Áustria grande concorrente da região

30. O Pan-eslavismo defendia que a Rússia deveria actuar como:


A. guia e protector das pequenas nações eslavas dos Balcãs
B. guia e protector das nações eslavas dos balcãs
C. guia e protector da Bósnia e Herzegovina
D. guia e protector da Sérvia

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31. Depois de 1870 a maior parte das grandes potências haviam adoptado o recenseamento e o serviço militar geral. O
único país que ainda não havia seguido este exemplo era:
A. A Alemanha
B. A França
C. A Inglaterra
D. A Áustria

32. A. A eclosão da crise balcânica dos anos 1875-1878 opôs fundamentalmente :


B. A Russia e a Alemanha
C. A Rússia à Áustria
D. A Rússia à Turquia

33. Entre os anos 1905-1913, dois países europeus estiveram à beira da guerra. Estamo-nos a referir :
A. da Inglaterra e da Alemanha
B. da Rússia e da Áustria
C. da França e da Alemanha
D. da França e da Bélgica

34. A 3 de Agosto de 1914, a Alemanha declarou guerra à :


A. Bélgica
B. França
C. Inglaterra
D. Rússia

35. Os EUA declararam guerra à Alemanha no dia :


A. 6.4.1917
B. 7.4.1917
C. 8.4.1917
D. 9.4.1917

36. Pelo Tatado de Versalhes as minas de carvão do Sarre seriam cedidas à França, que teria o direito de explorá-las
durante :
A. 5 anos
B. 10 anos
C. 15 anos
D. 20 anos

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 130


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37. Quanto ao próprio território do Sarre, seria administrado :
A. pela França
B. pela SDN
C. pela França e Inglaterra
D. pela França e Bélgica

38. Pelo Tratado de Neuilly a Bulgária foi obrigada a devolver territórios à :


A. Roménia, reino da Jugoslávia e à Grécia
B. Turquia, Eslovénia e à Grécia
C. Roménia, Eslovénia e à Turquia
D. Grécia, Sérvia e Montenegro

39. Uma das cláusulas do Tratado de Sèvres, com a Turquia, previa que a Síria:
A. estivesse sob o mandato da Inglaterra
B. estivesse sob o mandato da França
C. estivesse sob o mandato da Rússia
D. estivesse sob o mandato da Áustria
A ascensão de Hitler ao poder, na Alemanha

40. A ascensão de Hitler ao poder contou comum forte apoio:


A. mineiros do Sarre e da Alsácia e Lorena
B. comerciantes judeus receosos de represálias e operários metalúrgicos
C. industriais, operários das fábricas navais e comerciantes
D. dos industriais, banqueiros e Junkers

41. Contudo a classe generosamente tratada pelos nazistas era a dos :


A. mineiros
B. camponeses
C. industriais
D. nenhuma delas

42. A O.V.R.A. foi um órgão de repressão pertencente à polícia secreta :


A. de Portugal
B. Inglaterra
C. da Itália
D. da Espanha

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43. A Declaração do Cairo realizada em Novembro de 1943 contou com a presença de:
A. Roosevelt, Churchill e Mao Tsé Tung
B. Roosevelt, Churchill e Kim Il Sung
C. Roosevelt, Churchill e Kim Dae Wo
D. Roosevelt, Churchill e Chiang Kai-Shek

Exercícios de História Universal

Parte VI
Nome______________________________________________________________________

1. Pela sua natureza a Revolução Inglesa foi simultâneamente uma luta:


A. política, cultural e religiosa
B. política, económica e religiosa
C. política, económica e cultural
D. política, económica e técnica

2. Jaime I foi sucedido pelo/a seu/sua filho/filha


A. Carlos I
B. Carlos II
C. Jaime II
D. Maria Stuart

3. Apesar da tendência absolutista, Jaime I enfrentou a primeira oposição levada a cabo por Sir Edward Coke que
assumia o cargo de:
A. líder dos Round heads
B. bispo da Cantuária
C. Líder da Câmara dos Lordes
D. presidente do tribunal supremo

4. Em 1640, o rei Carlos I viu-se obrigado a convocar o Parlamento depois de onze anos de governo autocrático para :
A. obter dinheiro para punir a resistência dos escoceses
B. obter dinheiro para lutar contra a França
C. obter dinheiro para lutar contra os puritanos
D. obter dinheiro para lutar contra os católicos irlandeses

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5 Em 1868, membros do Parlamento (Tories e Whigs) uniram-se para derrubar Jaime II. Esta atitude foi originada
pelo facto de:
A. à rebelião na Escócia
B. existirem muitos puritanos no Parlamento
C. haver indícios sérios de que o monarca dissolveria o Parlamento
D. o rei ter tido um filho da sua segunda mulher que era católica

6. O primeiro indivíduo a ocupar o cargo de primeiro-ministro na Inglaterra foi :


A. Sir Edward Malet
B. Sir Robert Walpole
C. Joseph Chamberlain
D. o Conde de Strafford

7. O referido indivíduo chegou a este cargo porque :


A. era na altura o líder do Parlamento e o rei estava sempre ausente da Grã-Bretanha
B. o rei Jorge I indicou-o para o efeito
C. o Parlamento assim o quis e ele foi escolhido por unanimidade
D. o Parlamento queria evitar um golpe palaciano urdido pelos monarquistas

8. Neste caso o referido indivíduo permaneceu neste cargo entre os anos :


A. 1714 e 1741
B. 1714 e 1742
C. 1714 e 1743
D. 1714 e 1744
9. A "Constituição Civil do Clero" de Julho de 1790 estipulava que:
A. os bispos e os padres deviam ser eleitos pelos Girondinos
B. os bispos e os padres deviam ser eleitos pela Assembleia Constituinte
C. os bispos e os padres deviam ser eleitos pelo povo
D. os bispos e os padres deviam ser eleitos pela Assembleia Nacional

10. As reformas efectuadas no âmbito das "Jornadas de Agosto" de 1789 tiveram como efeito essencial:
A. a criação da Assembleia Constituinte
B. a anulação das diferenças de classe e do desnível social
C. B e D complementam-se
D. colocar os franceses em igualdade perante a lei

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 133


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11. A 20 de Abril de 1792 a Assembleia Nacional da França declarou guerra:
A. à coligação da Áustria e Prússia
B. à coligação da Áustria e à Alemanha
C. à coligação dos 3 Imperadores (Áustria, Prússia e Rússia)
D. aos girondinos partidários do rei Luís XVI

12. Em Agosto de 1791 foi emitida a "Declaração de Pilnitz" por iniciativa dos países seguintes :
A. Áustria e Prússia
B. Áustria e Alemanha,
C. Áustria e Inglaterra
D. Áustria, Bélgica e Espanha

13. O referido documento preconizava que :


A. a restauração da ordem e a reintrodução da corveia na França e em toda a Europa
B. a restauração da ordem e a reintrodução da da renda e da corveia na França e em toda a Europa
C. a restauração da ordem e dos direitos dos monarcas na França e em toda a Europa
D. a restauração da ordem e a reintrodução da renda na França e em toda a Europa

14. Em Fevereiro de 1793 esta coligação obteve mais adeptos, nomeadamente :


A. Grã-Bretanha, Holanda e Bélgica
B. Grã-Bretanha, Holanda e Espanha
C. Grã-Bretanha, Alemanha e Espanha
D. Grã-Bretanha, Holanda e Suíça

15. Na sua composição social os sans-culottes integravam :


A. mestres artesãos, artífices, lojistas e pequenos comerciantes
B. mestres artesãos, artífices, lojistas, advogados e industriais
C. mestres artesãos, artífices, lojistas e a burguesia industrial
D. mestres artesãos, artífices, lojistas e a classe financeira

16. Entre os episódios da Revolução Francesa contam-se as "Jornadas de Outubro". Esta sublevação foi
essencialmente
protagonizada :
A. por mulheres enfurecidas com a falta da emancipação política
B. por mulheres enfurecidas com o aumento do preço do pão
C. por mulheres enfurecidas com a recusa do rei em oficializar o divórcio
D. por mulheres enfurecidas com a recusa do clero em oficializar o divórcio

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 134


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17. A Constituição de 1795 concedeu o sufrágio :
A. a todos homens e mulheres da França
B. a todos homens que soubessem ler e escrever
C. a todos homens ricos e às mulheres iletradas
D. nenhuma resposta é correcta
18. Como resultado deste levantamento de 1789, o rei Luís XVI foi obrigado:
A. a residir definitivamente em Versalhes
B. a baixar o preço do pão
C. a instituir o divórcio
D. a transferir-se de Versalhes para Paris

19. Antes de ser dominada pela Áustria-Hungria a Bósnia e Herzegovina estavam sob o domínio:
A. Sérvio
B. Alemão
C. Turco
D. Búlgaro

20. O acto que sancionou a tutela administrativa da Bósnio e Herzegovina pela Áustria-Hungria foi:
A. o Congresso de Berlin de de 1877
B. o Congresso de Berlin de de 1878
C. o Congresso de Berlin de de 1879
D. o Congresso de Berlin de de 1885

21. Contudo em 1909 a Áustria-Hungria anexa definitivamente o referido território como resultado:
A. de um posicionamento unilateral
B. do Congresso de Berlin de 1879
C. das conversações secretas entre os imperadores austríaco e o príncipe búlgaro
D. de um tratado militar entre a Áustria e a Turquia em 1907

22. Quando a Áustria ocupou o referido território, a Rússia ameaçou entrar em guerra em socorro dos seus irmãos
eslavos. Contudo, cedo abandonou esta ideia porque:
A. A Alemanha ameaçara apoiar militarmente a Áustria
B. A Rússia ainda não estava refeita da guerra Russo-Japonesa
C. A Sérvia achava inoportuna a sua intervenção do seu "irmão mais velho"
D. As respostas A e B complementam-se

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 135


Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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23. Desde o início da I Guerra Mundial a Alemanha desejava formar um vasto império que abrangeria :
A. a Polónia, a Bélgica, a Holanda, os Balcãs e a Turquia
B. a Polónia, a Checoslováquia, a Bélgica e os Bósnia - Herzegovina
C. a Polónia, a Checoslováquia, a Holanda e a Bósnia - Herzegovina
D. a Polónia, a Checoslováquia, a Bélgica, a Bósnia – Herzegovina e a Turquia

24. O assassinato de Francisco Ferdinando foi cometido em Serajevo. Contudo esta conspiração fora preparada:
A. na Eslovénia
B. em Belgrado
C. no Montenegro
D. na Grande Jugoslávia

25. No início o ambiente político na Tríplice Entente estava minado devido às desconfianças entre a :
A. Inglaterra e a França
B. Inglaterra e a Bélgica
C. Inglaterra e a Rússia
D. França e Rússia
26. As desinteligências baseavam-se fundamentalmente no controle:
A. de Sófia, e da Turquia
B. da Turquia, do Iraque e do Mediterrâneo Oriental
C. do Bósforo, Dardanelos e Constantinopla
D. da Turquia e da Bulgária

27. Neste contexto o primeiro pretendia defender os seus interesses na região do Médio Oriente e o segundo queria :
A. obter acesso ao Mar Mediterrâneo
B. dominar a Síria e o Líbano
C. obter acesso ao Mar Vermelho
D. dominar a Áustria grande concorrente da região

30. O Pan-eslavismo defendia que a Rússia deveria actuar como:


A. guia e protector das pequenas nações eslavas dos Balcãs
B. guia e protector das nações eslavas dos balcãs
C. guia e protector da Bósnia e Herzegovina
D. guia e protector da Sérvia

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 136


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31. Depois de 1870 a maior parte das grandes potências haviam adoptado o recenseamento e o serviço militar geral. O
único país
que ainda não havia seguido este exemplo era:
A. A Alemanha
B. A França
C. A Inglaterra
D. A Áustria

32. A. A eclosão da crise balcânica dos anos 1875-1878 opôs fundamentalmente :


B. A Russia e a Alemanha
C. A Rússia à Áustria
D. A Rússia à Turquia

33. Entre os anos 1905-1913, dois países europeus estiveram à beira da guerra. Estamo-nos a referir :
A. da Inglaterra e da Alemanha
B. da Rússia e da Áustria
C. da França e da Alemanha
D. da França e da Bélgica

34. A 3 de Agosto de 1914, a Alemanha declarou guerra à :


A. Bélgica
B. França
C. Inglaterra
D. Rússia

35. Os EUA declararam guerra à Alemanha no dia :


A. 6.4.1917
B. 7.4.1917
C. 8.4.1917
D. 9.4.1917

36. Pelo Tatado de Versalhes as minas de carvão do Sarre seriam cedidas à França, que teria o direito de explorá-las
durante :
A. 5 anos
B. 10 anos
C. 15 anos
D. 20 anos

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 137


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37. Quanto ao próprio território do Sarre, seria administrado :
A. pela França
B. pela SDN
C. pela França e Inglaterra
D. pela França e Bélgica

38. Pelo Tratado de Neuilly a Bulgária foi obrigada a devolver territórios à :


A. Roménia, reino da Jugoslávia e à Grécia
B. Turquia, Eslovénia e à Grécia
C. Roménia, Eslovénia e à Turquia
D. Grécia, Sérvia e Montenegro

39. Uma das cláusulas do Tratado de Sèvres, com a Turquia, previa que a Síria:
A. estivesse sob o mandato da Inglaterra
B. estivesse sob o mandato da França
C. estivesse sob o mandato da Rússia
D. estivesse sob o mandato da Áustria
A ascensão de Hitler ao poder, na Alemanha

40. A ascensão de Hitler ao poder contou comum forte apoio:


A. mineiros do Sarre e da Alsácia e Lorena
B. comerciantes judeus receosos de represálias e operários metalúrgicos
C. industriais, operários das fábricas navais e comerciantes
D. dos industriais, banqueiros e Junkers

41. Contudo a classe generosamente tratada pelos nazistas era a dos :


A. mineiros
B. camponeses
C. industriais
D. nenhuma delas

42. A O.V.R.A. foi um órgão de repressão pertencente à polícia secreta :


A. de Portugal
B. Inglaterra
C. da Itália
D. da Espanha

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43. A Declaração do Cairo realizada em Novembro de 1943 contou com a presença de:
A. Roosevelt, Churchill e Mao Tsé Tung
B. Roosevelt, Churchill e Kim Il Sung
C. Roosevelt, Churchill e Kim Dae Wo
D. Roosevelt, Churchill e Chiang Kai-Shek

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Exercícios de História de África

Parte I
TESTE DE HISTÓRIA
NOME__________________________________________________________________________________________
1. No fim do século XVIII só havia soberania estrangeira em alguns pontos de África,
nomeadamente:
( ) costa de Angola e de Moçambique, Gâmbia britânica e no Senegal francês
( ) costa da Somália italiana, Madagáscar francês e Angra-Pequeña alemã
( ) costa do Ouro britânica, Madagascar francês e Walfisch Bay alemã
( ) costa do Marfim francês, Costa de Angola e Moçambique e Gâmbia britânica
2. Entre as causas que colocaram a África entre os continentes onde, como na Austrália e na América, emigrantes de espírito aventureiro
contam-se:
( ) descoberta de pedras preciosas no Natal, de diamante em Kimberley e no Transvaal, e
do urânio na Rodésia do Norte
( ) descoberta de marfim no Congo, descoberta de diamante en Kimberley e no
Transvaal, e do urânio na Rodésia do Sul
( ) descoberta de óleo de palma no Congo, descoberta de diamante en Kimberley e no
Transvaal, e do urânio na Rodésia Sul
( ) descoberta caual do diamante no Transvaal, do ouro no Rand e do cobre na Rodésia
do Norte
3. Os aspectos que atraíram o interesse dos britânicos para a zona do actual Zimbabwe foram fundamentalmente :
( ) o marfim e o ouro
( ) o marfim e os escravos
( ) o marfim e as pedras semi-preciosas
( ) o marfim e os diamantes do Rand

4. Estes elementos encontravam-se nos territórios dos :


( ) Zezurus e Shimanikas respectivamente
( ) Shonas e Matabeles respectivamente
( ) Matabeles e Shonas respectivamente
( ) Matabeles e Shimanikas respectivamente

5. Com a assinatura, em 1888, da Rudd Concession estavam abertas as portas para o início da dominação britânica no
território que hoje se chama Zimbabwe. Contudo, foi em 1895, que a nova colónia foi subdividida em duas
províncias, nomeadamente :
( ) Mashonalândia (a parte ocidental) e Matabelelândia (a parte oriental)
( ) Mashonalândia (a parte ocidental) e Manicalândia (a parte oriental)
( ) Mashonalândia (a parte ocidental) e a Barotselândia (a parte oriental)
( ) Manicalândia (a parte ocidental) e Manicalândia ( a parte oriental)

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6. O canal de Suez, inaugurado em 1869 foi idealizado pelo francês
( ) Ferdinand Lesseps
( ) Ferdinand Duclerc
( ) Ferdinand du Toit
( ) Ferdinand Lafayette

7. O referido canal unia três continentes a saber :


( ) Africa, América e Europa
( ) África, Europa, Ásia
( ) África, Ásia e América
( ) África, Oceânia e Ásia

8. E neste caso unia directamente :


( ) o mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Mar do Norte
( ) o Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Pacífico
( ) o Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Mar Negro
( ) o Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Índico

10. Em Setembro de 1876 realizou-se em Bruxelas uma conferência internacional deGeografia que culminou com a
criação da AIA. Este organismo elegeu para presidente e secretário-geral respectivamente:
( ) Leopoldo II e Greindl
( ) Leopoldo II, Greindl e depois o Coronel Strauch
( ) Leopoldo I, Greindl e depois Banning (agente de Leopoldo)
( ) Leopoldo II, Greindl e depois Banning

11. Durante a 1a Guerra Mundial os alemães resistiram tenazmente até ao fim do conflitona região da:
( ) África Oriental
( ) África Ocidental
( ) África Central
( ) África Meridional)
12. Nessa região o contingente alemão foi chefiado por:
( ) von Litton Vorbeck
( ) von Kusserow
( ) von Schlieffen
( ) von der Heydt

13. O território do Uganda foi alvo de sérias disputas entre as companhias:


( ) do Niassa e a Deutsche Ost Afrika Geselschaft [DOAG]
( ) da Deutsche Ost Afrika Geselschaft [DOAG] e a Imperial British East African
Company [IBEA]
( ) da Imperial East African Company [IBEA] e do Niassa
( ) da Deutsche Ost Afrika Gesellschaft [DOAG] e a British India Steam Navigation Company

Elaborado por : António Manuel Manso – UEM/Departamento de História 141


Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
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14. Como resultado das disputas entre as referidas companhias foram criadas duas "zonas
de influência" entre:
( ) Rovuma e Tana para a DOAG
( ) Umba e Tana para IBEA
( ) Rovuma para a DOAG e Tana para IBEA
( ) a primeira e a segunda variantes são correctas

15. Na África Oriental o soberano Mkwawa resistiu à dominação :


( ) dos alemães na região do sudoeste do Tanganhica
( ) dos britânicos na região do sudeste do Tanganhica
( ) dos franceses na região do sudoeste da Eritreia
( ) dos italianos na região do sudoeste da Somália

16. Esta resistência decorreu aproximadamente entre os anos :


( ) 1884-1889
( ) 1888-1898
( ) 1894-1895
( ) 1904-1907

17. Entre as etnias que enfretaram os alemães contam-se:


( ) os Gogos e os Hehés
( ) os Popos e Agué
( ) os Zandés e Pahuins
( ) os Lundas e Bembas

18. Os primórdios da Afrikaner Bond remontam do ano 1880 e foi da autoria de :


( ) Paul Kruger
( ) Du Toit
( ) P.W. Botha
( ) Louis Botha

19. No âmbito do processo Rivónia, além de Nelson Mandela foram igualmente condenados à prisão perpétua :
( ) Walter Sisulu e Oliver Tambo
( ) Walter Sisulu e o Pe John K. Dube
( ) Walter Sisulu e Ngovani Mbeki
( ) Walter Sisulu e Moses Kotane

20. Da mesma forma como surgiu o braço armado Unkonto we sizwe, também foi criado em 1963 o Poko. Estes dois
instrumentos de guerrilha pertenciam :
( ) ao ANC e ao Partido Comunista Sul-africano
( ) ao ANC e ao PAC (Pan-African Congress)
( ) ao ANC e ao Congresso dos Mestiços
( ) ao ANC e ao Congresso dos Democratas
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21. A força de trabalho recrutada internamente (na África do Sul) e na região era regimentada controlada e organizada,
em casernas para mineiros rigidamente separados por grupos étnicos ou de proveniência. Estes alojamentos eram
designados por:
( ) homelands
( ) bantustans
( ) compounds
( ) ghettos

22. Inicialmente a mão-de-obra que afluia à África do Sul era originária :


( ) apenas da África Austral
( ) da África Austral e da Ásia
( ) principalmente da Ásia
( ) de Ciskei, Transkei, Moçambique,da Alemanha, da Inglaterra e da Índia

23. Muito antes do acordo entre Mouzinho de Albuquerque e o Transvaal as autoridades coloniais em Moçambique já
haviam estabelecido postos na fronteira para controlar o trabalhador migrante nas regiões de:
( ) Ressano Garcia, Pafúri e Rio dos Elefantes
( ) Ressano Garcia, Namaacha e Rio dos Elefantes
( ) Ressano Garcia, Matola e Rio dos Elefantes
( ) Lourenço Marques, Ressano Garcia e Rio dos Elefantes

24. A verdadeira razão da interdição à WENELA do recrutamento de mão-de-obra a Norte do paralelo 22° era:
( ) a fraqueza físiológica dos trabalhadores daquela região
( ) a distância que os separava da África do Sul debilitava-os
( ) evitar a competição entre o capital mineiro e o capital de plantações
( ) evitar o aumento de mineiros e desta forma permitir o aumento de salários aos brancos

25. O acordo estipulava que os trabalhadores só podiam ser empregados com o conhecimento do Instituto do Trabalho.
Esta medida foi tomada :
( ) 1961
( ) 1962
( ) 1963
( ) 1964

26. A partir de 1976 o importante posto de passagem de mão-de-obra, Pafúri, deixou de ser utilizado devido :
( ) à destruição do posto pela aviação rodesiana
( ) à situação de escassez de mão-de-obra devido ao recrutamento militar em Moçambique
( ) à situação de guerra civil entre o MNR e o governo Moçambicano
( ) à situação de guerra criada pelos ataques rodesianos a Moçambique

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27. O índice de recrutamento de mineiros moçambicanos baixou substancialmente em 1977 porque :
( ) não foram admitidos novos recrutamentos
( ) a maioria de mineiros que possuiam certificados de readmissão caducados também não foi aceite
( ) a primeira e a segunda respostas complementam-se e estão correctas
( ) a África do Sul havia cancelado definitivamente o recrutamento de Moçambicanos

28. Únicas zonas de Moçambique onde o imposto de palhota era pagável em divisas :
( ) Gaza , Maputo e Inhambane
( ) Gaza, Manica e Inhambane
( ) Gaza, Inhambane e Tete
( ) Gaza, Inhambane e Niassa

29. Em 1938, o governo colonial criou a JEAC. Através deste organismo Lisboa pretendia :
( ) limitar os índices de produção do algodão
( ) estabelecer o maior controle sobre as companhias concessionárias em Moçambique
( ) limitar os indices de produção de algodão a nível dos camponeses
( ) evitar a concorrência entre as companhias algodoeiras e os camponeses

30. "...a exploração de serviços públicos, actividades em regime exclusivo ou quaisquer outras de interesse fundamental
para a defesa do estado ou para a economia, só seria permitida a empresas portuguesas. Este princípio geral estava
contido :
( ) na Lei de Nacionalização de Capitais de 1943
( ) no Acto Colonial de 1930
( ) na circular 818/D7 de 1942
( ) no novo Regulamento dos Serviços Indígenas de 1944
31. Faça corresponder a coluna A e B colocando no espaço entre parênteses o número que achar correcto.

A. B.
1. Congresso de Viena ( ) Novembro de 1884- Fevereiro de1885
2. Triplice Aliança ( ) 1904-1905
3. criação do colonato do Limpopo ( ) 1946
4. Criação da RNLSC ( ) 1815
5. guerra Russo-Japonesa ( ) 1951
6. Tratado anglo-português sobre a embocadura do Congo ( ) 1940
7. Primeira crise Marroquina ( ) 1882
8. constituição da SHER ( ) 1954
9. Formação da União sul-africana ( ) 1914-1918
10. Alemanha perde as suas colónias ( ) 1884
11. Congresso de Berlin ( ) 1960
12. Estabelecimento da CAM em Ocua ( ) 1910
13. Co do Niassa lança campanha militar contra os Macondes ( ) 1905
14. Fundação da UDENAMO ( ) 1946
15. chegada do governador T. Bettencourt ( ) 1920
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1. A expansão marítima europeia, nos séculos XV e XVII, esteve na origem do colonialismo mercantil:
A. vigente entre os séculos XVI e XVII
B. vigente entre os séculos XVI e XVIII
C. vigente entre os séculos XVI e XIX
D. vigente entre os séculos XVIII e XIX

2. A preocupação dos países europeus pela ocupação colonial efectiva foi devida:
A. às recomendações da Conferência de Berlim 1884/85
B. às recomendações do tratado de Zaire de 1884
C. às séria ameaça que a Alemanha representava no cenário imperialista
D. à decisão do rei Leopoldo, da Bélgica, em adquirir o Congo

3. Ki-Zerbo na sua obra História da África Negra, Vol. II afirma que a penetração imperialista em
África foi levada a cabo por "três figuras", nomeadamente:
A. missionários, exploradores e militares
B. missionários, comerciantes e cientistas
C. missionários, mercadores e militares
D. missionários, aventureiros e militares

4. O interesse pela África levou os europeus a conhecerem a geografia deste continente. A disputa sobre
o conhecimento da nascente do Nilo conduziu aà acesas discussões entre:
A. Stanley e Burton
B. Brazza e Burton
C. Speke e Burton
D. Livingstone e Burton

5. Contudo a descoberta da referida nascente coube a:


A. Burton
B. Speke
C. Livingstone
D. Stanley

6. Brazza foi um explorador ao serviço:


A. da França
B. da Bélgica
C. da Itália
D. da Grã-Bretanha

7. Os únicos países africanos não colonizados foram:


A. a Libéria e o Gana
B. a Libéria e a Libia
C. a Etiópia e a Libia
D. a Etiópia e a Libéria

8. O Tratado do Zaïre foi contestado pela Bélgica, porque este país queria evitar a concorrência da
Alemanha uma potência colonial emergente nesta região. Esta a afirmaçao é:
A. verdadeira
B. parcialmente verdadeira
C. parcialmente falsa

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D. totalmente falsa

9. O Estado Independente do Congo foi uma possessão pertencente:


A. ao rei Leopoldo I
B. ao rei Leopoldo II
C. ao imperador Guilherme I
D. ao imperador Guilharme II

10. Para dominar o actual território do Zimbabwe os ingleses destronaram os reinos:


A. Ndebeles e dos Sutos
B. Ndebeles e Hereros
C. Ndebeles e Shonas
D. Ndebeles e Cheuas

11. O Sudoeste Africano, colónia alemã, foi conquistado por:


A. Nachtigal
B. Carl Peters
C. Adolf Lüderitz
D. von Caprivi

12. A revolta Maji-Maji de 1905-1907 ocorreu:


A. na Niassalândia
B. no Quénia
C. em Zanzibar
D. no Tanganhica

13. Karl Peters esteve na origem da dominação :


A. do Tanganhica
B. do Zanzibar
C. do Togo
D. do Sudoeste Africano

14. O explorador Mungo Park esteve procupado em reconhecer:


A.As fontes do rio Nilo
B. A nascente do rio Níger
C. A nascente do Zambeze
D. A foz do Zambeze

15. Ao ocupar a Betchuanalândia em 1885 a Inglaterra pretendia:


A. evitar a concorrência dos comerciantes ingleses já instalados no Rand
B. evitar a concorrência dos boers do Estado Livre do Orange
C. evitar a concorrência dos alemães localizados a Ocidente desta região
D. iniciar o velho plano de ligação, via ferroviária, entre o Cabo ao Cairo

16. A Guerra Anglo-boer (1899-1902) também está integrada:


A. da crise de Witwatersrand
B. crise do Transvaal
C. crise do Estado Livre do Orange
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D. crise do Transvaal

17. A Somália que esteve sucessivamente sob o domínio


A. Francês, italiano e britânico

B. italiano, britânico e francês


C. britânico, francês e italiano
D. italiano, francês e britânico

18. Os italianos invadiram a Etiópia para a colonizarem :


A. na primeira década do século XX
B. na segunda década do século XX
C. na terceira década do século XX
D. na quarta década do século XX

19. O Tanganhica ) foi exclusivamente colónia:


A. Alemã
B. britânica
C. Francesa
D. nenhuma das respostas satisfaz

20. A colónia do Cabo foi fundada em 1652 por:


A. holandeses
B. britânicos
C. huguenotes
D. alemães provenientes do Sudoeste Africano

21. Em 1884 Adolf Lüderitz fundou uma colónia :


A. no ZANZIBAR
B. no Cabo
C. no Sudoeste Africano
D. do Burundi

22. O países Europeus que menos colónias tiveram em África foram:


A. Bélgica, Itália, Holanda e Espanha
B. Bélgica, Itália França e Alemanha
C. Holanda, Bélgica, Inglaterra e Portugal
D. Holanda, Bélgica, França e Portugal

23. Entre 1915 a 1951 o governo britânico opôs-se à criação da federação das Rodésias e Niassalândia porque :
A. estava contra o apartheid
B. exigia a representatividade dos negros naquela organização
C. queria evitar o assalto ao poder por parte dos "rand-lords"
D. exigia que os negros e os brancos formassem um so partido

24. A capital da federação mencionada no número anterior estava localizada:


A. em Lusaka devido à exploração do cobre
B. em Salisbúria
C. em Bulawayo
D. em Blantyre devido ao controle de mão-de-obra
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25. Os colonos rodesianos participaram na Federação das Rodésias do Sul e Niassalândia, porque pretendiam:
A. a protecção dos colonos da Rodésia do Norte
B. declarar unilateralmente a independência do território
C. a protecção da Inglaterra e dos boeres da União sul-africana
D. controlar o cobre da Rodésia do Norte e a mão-de-obra da Niassalândia

26. A conferência que criou a Federação das Rodésias e Niassalândia realizou-se:


A. em Victoria Falls
B. em Salisbury
C. em Londres
D. em Pretória devido ao grande interesses dos rand lordes pelo projecto

27. Em 1948, o Partido nacionalista ascende ao poder através da:


A.vitória eleitoral de Malan sobre Smuts
B. derrota de Hertzog por Smuts
C. vitória de Malan sobre Hertzog
D. vitória de Voster sobre Botha

28. Entre os fundadores do ANC da África do Sul destacam-se:


A. Ngovane Mbeki, Oliver Thambo e Walter Sisulu
B. Ngovane Mbeki, Abel Muzorewa e Ndanbaning Sithole
C. Ngovane Mbeki, Nelsom Mandela e Buthelezi
D. Ngovane Mbeki, Tongogara e Nujoma

29. Boer é um termo de origem holandesa para designar:


A. Homens altos, robustos de cabelos loiros
B. Homens que se dedicam à agricultura
C. Homens dedicados às plantações
D. B e C são correctos

30. Os boers utilizavam o termo coloured para designar:


A. todos os indivíduos não brancos
B. apenas os negros
C. negros e mestiços
D. apenas os mestiços

31. A colour bar é fundamentalmente uma medida de carácter:


A. social e política
B. social e económica
C. social e ideológica
D. politica e ideológica

32. A colour bar foi fortalecida pelos regulamentos das minas e pelas leis do trabalho de 1911 e incorporada no Mines Works
Amendment Act de 1926. Um dos três princípios em que assentava a política da colour bar nas minas era:
A. o sitema da máxima média, isto é, o controlo dos salários dos trabalhadores africanos de modo a não excederem um máximo muito
baixo
B. o sitema da máxima média, isto é, o controlo dos salários dos trabalhadores africanos de modo a não excederem um máximo muito
baixo
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C. o sitema da máxima média, isto é, o controlo dos salários dos trabalhadores africanos e boeres de modo a não excederem um máximo
muito baixo
D. o sitema da máxima média, isto é, o controlo dos salários dos trabalhadores ingleses de modo a não excederem um máximo muito
baixo

33. A Afrikaner Broderbond foi uma organização criada:


A. em finais da primeira década do séc. XX
B. em finais da segunda década do século XX
C. no início da terceira década do século XX
D. em finais da terceira década do século XX

34. A antiga colónia do Sudoeste africano é entregue, pela SDN, à União Sul-africana em:
A. 1910
B. 1918
C. 1920
D. 1928

34. O Partido Nacionalista manteve-se no poder entre os anos:


A. 1934 - 1994
B. 1936 - 1994
C. 1945 - 1994
D. 1948 – 1994

35. A 6 de Dezembro de 1956, foram presos na África do Sul 156 dirigentes nacionalistas em surtidas por todo o país, acusados de:
A. porte ilegal de armas
B. terem apoiado a "greve do balde"
C. pratica de violência nas townships
D. alta traição por terem participado no Congresso do Povo

Parte II
História de África
1. O colonialismo mercantil foi o resultado da expansão:
A. colonial imperialista
B. imperialista europeia do século XIX
C. mercantil das cidades italianas
D. marítima europeia entre os séculos XV e XVII séculos

2. Todas potências coloniais eram eram potências industrializadas. Esta afirmação é:


A. falsa
B. parcialmente falsa
C. verdadeira
D. parcialmente verdadeira

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3. A corrida das potências imperialistas pelo domínio do continente africano visava essencialmente o controle de:
A. plantações, escravos e mão-de-obra
B. plantações, minas e mercados
C. mão-de-obra, minas e escravos
D. escravos, plantações e minas

4. O Tratado do Zaire esteve na origem:


A. do ultimato britânico a Portugal em 1890
B. da Conferência de Berlim 1884/85
C. da guerra Anglo-boer 1899-1902
D. do conflito de Fachoda

5. Réné Caillé preocupou-se bastante em descobrir o Tombuctu (um dos antigos centros da civilização africana) localizado:
A. na África Meridional
B. na África Central
C. na África Ocidental
D. no Corno de África

6. A confirmação de que o rio Nilo nasce no lago Vitória coube a:


A. Stanley
B. Burton
C. Livingstone
D. Henri Barth

7. J. Ki-Zerbo afirma que a indirect rule esteve baseada em dois postulados britânicos, nomeadamente:
A. autonomia financeira isenta de autonomia parlamentar
B. autonomia económica isenta de autonomia política
C. autonomia financeira, condição e medida da autonomia política
D. autonomia parlamentar que deve ser reforçada pela autonomia financeira

8. A teoria dos "três M" desenvolvida pelo autor acima mencionado refere-se à:
A. penetração imperialista em África
B. disputa entre britânicos e portugueses pelo território da Mashonalândia
C. questão da ocupação colonial efectiva discutida na Conferência de Berlin (1884/85)
D. penetração imperialista no "corno de África"

9. A Associação Internacional do Congo, criada em 1876, pertencia ao rei:


A. Guilherme I da Alemanha
B. Guilherme II da alemanha
C. Leopoldo I da Bélgica
D. Leopoldo II da Bélgica

10. A grande disputa entre os países imperialistas pelo domínio do Congo deveu-se essencialmente a dois factores:
A. vias de acesso e comércio
B. vias de acesso e comércio de escravos
C. vias de acesso e evangelização
D. vias de acesso e minas

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11. Nachtigal e Lüderitz foram os responsáveis pela criação, em 1884, de duas colónias alemãs localizadas:
A. na África ocidental e do Norte
B. na África Ocidental e Oriental
C. na África Ocidental e no Corno de África
D. na África Ocidental e Austral

12. Leopoldville, Brazzaville e Salisbúria foram topónimos coloniais e que correspondiam:


A. Congo e Rodésia do Sul
B. Congo e Gabão
C. Congo e Zambia
D. Congo e Malawi

13. O Ruanda e o Burundi foram possessões:


A.alemãs
B. francesas
C. belgas
D. inglesas

14. Durante a Conferência de Berlim o rei Leopoldo II para se apoderar do Congo obteve o apoio dos países seguintes:
A. Bélgica e Alemanha
B. EUA e França
C. Portugal e França
D. Estados Unidos da América e da Alemanha

15. Uma das preocupaçõs da Conferência de Berlim de 1884/85 foi:


A. a delimitação das fronteiras coloniais
B. a definição dos princípios sobre a ocupação territorial em África
C. a fiscalização do tráfico de escravos que ainda era praticado no interior de África
D. a delimitação das fronteiras dos territórios ocupados pela Inglaterrra e pela Alemanha

16. Guilherme I declarou o protectorado do Zanzibar que havia sido préviamente reconhecido por :
A. von Caprivi
B. Karl Peters
C. Nachtigal
D. Adolf Lüderitz

17. A partir de 1890 esta possessão passou a pertencer :


A. à Inglaterra
B. à Alemanha
C. à França
D. a Portugal

18. Os Ndebele e os Shonas, populações dominadas pelos britânicos, pertencem à actual região:
A. da Mashonalândia no Zimbabwe
B. da Matabelelândia no Zimbabwe
C. da Manicalândia no Zimbabwe
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D. do Zimbabwe

19. A revolta Maji-Maji de 1905-1907 ocorreu devido:


A. aos maus tratos que os alemães submetiam à população local
B. aos maus tratos que os britânicos submetiam à população local
C. ao mau relacionamento entre tribos quenianas e populações do Tanganhica
D. ao mau relacionamento entre populações do continente e as do Zanzibar

20. Rodésia e Salisbúria eram topónimos coloniais atribuídos às actuais regiões:


A. Suazilândia e Matsapa
B. ao Zimbabwe e Harare
C. à Zâmbia e Lusaka
D. ao Malawi e Blantire

22. Até 1912 os únicos territórios africanos não colonizados eram:


A. Etiópia Libéria e Ruanda
B. Etiópia Libéria e Marrocos
C. Etiópia, Marrocos e Líbia
D. Etiópia Libéria e Líbia

23. Quando em 1953 foi criada a Federação das Rodésias e Niassalândia, os negros:
A. haviam sido totalmente ignorados nesta organização
B. possuiam uma parte ínfima de assentos nesta organização
C. receberam, gradualmente assentos que lhes permitiria no futuro próximo alguma paridade
D. receberam de Ian Smith garantias de autonomia política

24. A decisão para a criação da Federação das Rodésias e Niassalândia foi dada pelo primeiro-ministro britânico:
A. Churchill
B. M. O. Littleton
C. M. Griffith
D. Jones Creesh

25. "O Africânder deve ser o boss (patrão) em toda a África do Sul". Esta afirmação pertence a:
A. Hertzog
B. Malan
C. Botha
D. Andries Visoer

26. No dia 16 de Junho de 1976 ocorreu o massacre do Soweto. Este acontecimento resultou de manifestações contra:
A. a introdução da lei do Passe
B.a introdução do afrikaans que passaria a ser, com o inglês, uma língua obrigatória nas escolas
C. interdição de casamentos mistos
D. criação dos bantustões, das homelands e das townships

27. Em 1960 organiza um referendo para a retirada da África do Sul da Commonwealth


A. M. Viljoen
B. Malan
C. P. W. Botha

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D. Vorster

28. Ngovane Mbeki, Oliver Thambo e Walter Sisulu são membros do ANC da África do Sul :
A. fundadores desta organização política
B. julgados no processo Rivónia
C. encarcerados em Roben Island
D. ideólodos do Umkhonto we Sizwe

29. A 11 de Julho de 1963 são julgados dois proeminentes militantes do ANC:


A. Mandela e Sisulu
B. Mandela e Ngovane Mbeki
C. Mandela e Steve Biko
D. Mandela e Oliver Thambo

30. Mangosutho Buthelezi:


A. Ministro da cultura
B. ministro do interior
C. ministro da defesa
D. vice-presidente

31. O último presidente da era do apartheid foi:


A. Magnus Malan
B. John Vorster
C. Frederik De Klerk
D. P. W. Botha

Parte III
1. A economia europeia dos séculos XVI e XVIII esteve essencialmente assente no desenvolvimento:
A. do colonialismo mercantil
B. das colónias de povoamento
C. dos latifúndios
D. no desenvolvimento das zonas rurais

2. A primeira expansão marítima europeia teve como resultado entre outros aspectos:
A. a ocupação do litoral africano e a emergência do colonialismo mercantil
B. a ocupação do litoral africano e as guerras de resistência colonial
C. a ocupação do litoral africano seguida de ocupação colonial efectiva
D. a ocupação colonial efectiva seguida de ocupação do litoral africano

3. A "autonomia financeira, condição e medida da autonomia política" é um princípio ligado:


A. à administração indirecta
B. à administração directa
C. à administração mista, isto é, A e B
D. nenhuma das respostas é correcta

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4. Antes da confirmação por Stanley de que a nascente do rio Nilo encontrava-se no lago Vitória:
A. Speke já detinha este conhecimento
B. Burton já visitara o lago Vitória
C. Henri Barth havia catalogado este facto
D. Livingstone defendera esta tese no "Congresso Geográfico de Londres"

5. O Zanzibar foi possessão alemã graças ao empenho de:


A. Nactigal
B. Speke
C. Barth
D. Karl Peters

6. O Tratado do Zaïre de 1884 foi exclusivamente contestado pela Bélgica. Esta afirmação é:
A. verdadeira
B. parcialmente verdadeira
C. parcialmente falsa
D. totalmente falsa

7. "As três figuras principais desta cadeia de acontecimentos são os missionários, os mercadores e os militares (os três M)".
Esta teoria referente à penetração imperialista em África foi desenvolvida por:
A. Ki-Zerbo na sua obra História da África Negra,
B. Carlos Serra , História de Moçambique, capítulo
C. Ana Maria Gentili
D. Henri Brunschwig, A Partilha de África

8. Como resultado da retirada francesa de Fachoda este país recebeu da Inglaterra:


A. os territórios da África do Norte situados a Oeste do Nilo
B. os territórios da África do Norte situados a Leste do Nilo
C. os territórios da África do Norte situados a Sudeste do Nilo
D. os territórios da África do Norte situados a Sul do Nilo

9. Para dominar os Ndebele, os britânicos moveram guerras contra:


A. Simba Makhoni
B. Sikosana Sithole
C. Nzilikhazi
D. Lobengula

10. A revolta maji-maji de 1905-1907 ocorreu entre populações do Tanganhica e:


A.e alemães
B. ingleses
C. italianos
D. tribos do Quénia

11. Entre os grandes defensores da política colonial destacam-se Chamberlain e Kitchener da:
A. França
B. Bélgica
C. Alemanha
D. Grã-Bretanha

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12. Adolf Lüderitz esteve na origem da dominação alemã :


A. do Tanganhica
B. do Zanzibar
C. do Togo
D. do Sudoeste Africano

13. Durante a Conferência de Berlin (1884/85) os EUA e a Alemanha:


A. impediram o rei Leopoldo II de se apoderar do Congo
B. ajudaram o rei Leopoldo II a se apoderar do Congo
C. estiveram divididos em relação ao apoio às preocupações expansionistas de Leopoldo II
D. nesta conferência não foi discutida a questão do Congo

14. A conferência que adoptou o princípio da criação da federação das Rodésias e Niassalândia ocorreu em:
A. Salisbúria
B. Manicaland
C. Victoria Falls
D. Mashonaland

15. Uma das ideias apresentadas para justificar a não integração dos negros na federação das Rodésias e Niassalândia
prendia-se com o facto de :
A. os negros pretenderem a independência da região pertencente aos Shonas
B. alegadamente não haverem indígenas civilizados
C. haver lutas entre shonas e Ndebeles
D. os brancos rodesianos reevindicarem a maior parte de terras férteis do Niassalândia

16. Esta ideia foi expressa por:


A. G. Huggins
B. M. O. Littleton
C. F. J. Moffat
D. Roy Welensky

17. Contudo, após a sua criação em 1953, a federação foi assolada por divergências provocadas em parte, por Roy Welensky que numa
maquinação com o governo britânico apoderou-se habilmente do pelouro:
A. das finanças
B. dos assuntos externos
C. das minas
D. dos transportes e comunicações

18. Com a adopção da Lei de Terras em 1913 a população negra da África do Sul:
A. ganhou oportunidades iguais de exploração deste recurso
B. foi compelida a procurar emprego nas minas como forma de complementar os seus rendimentos económicos
C. ficou a depender exclusivamente do mercado de emprego porque as terras já não chegavam para todos
D. entrou em acordo com os boers para estes cederem parte das terras aráveis.

19. Entre os fundadores do ANC da África do Sul destacam-se:


A. Ngovane Mbeki, Oliver Thambo e Walter Sisulu
B. Ngovane Mbeki, Abel Muzorewa e Ndanbaning Sithole

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C. Ngovane Mbeki, Nelso Mandela e Buthelezi


D. Ngovane Mbeki, Tongogara e Nujoma

20. A África do Sul retirou-se da Commonwealth


A. antes do massacre do Soweto
B. após o massacre do Soweto
C. antes do massacre de Sharpeville
D. após o massacre de Sharpeville

21. No dia 16 de Junho de 1976 ocorreu o massacre do Soweto. Este acontecimento resultou de manifestações contra:
A. a introdução da lei do Passe
B. a introdução do afrikaans que passaria a ser uma língua obrigatória nas escolas
C. interdição de casamentos mistos
D. criação dos bantustões, das homelands e das townships

22. Steve Biko foi um grande activista do ANC:


A. ligado aos círculos juvenis do movimento e morto na prisão
B. ligado aos ataques de sabotagem programados pelo Umkhonto We Sizwe e morto em Mpumalanga
C. preso em Moçambiquee deportado para a África do Sul
D. morto durante o massacre do Soweto

24. Observe atentamente o mapa colonial, na página seguinte e preencha à frente de cada rectângulo o nome do país colonizador

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EXERCÍCIO DE HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE

l. Nas sociedade autóctones o regime matrimonial pode ser:


A. patrilinear e virilocal
B. patrilinear e matrilocal
C. matrilinear e uxorilocal
D. uxorilocal e virilocal

2. A palavra "Bantu" tem uma conotação exclusivamente:


A. rácica
B. tribal
C. linguistica
D. linguistica e tribal

3. O termo Bantu foi introduzido pelo linguista alemão:


A. Heine
B. Berger
C. Bleek
D. Hoffman

4. Para fundamentar a rápida expansão bantu J. H. Greenberg assenta a sua teoria:


A. nos progressos da olaria
B. no conhecimento da agricultura e da metalurgia do ferro
C. na extinção de animais de caça na zona das Grandes florestas
D. na penúria alimentar devida à mudanças climáticas

5. Evidências da referida expansão, em Moçambique, podem ser encontradas nas estações arqueológicas já estudadas nomeadamente:
A. Nampula, Sofala e Ilha de Moçambique
B. Nampula, Gaza e Niassa
C. Nampula, Maputo e Cabo Delgado
D. Nampula, Niassa e Sofala

6. No que concerne à divisão de tarefas no seio das primeiras sociedades sedentárias, eram respeitados determinados critérios dos quais
se destacam:
A. exclusivamente a idade
B. a divisão por sexo
C. por sexo, idade e experiência
D. fundamentalmente na base do género e idade

7. A agricultura constituia a principal actividade produtiva das primeiras sociedades, a caça a recolecção e a pesca eram :
A. subsidiárias e destinavam-se a complementar a dieta alimentar
B. complementares e destinavam-se a alimentar os circuitos de comércio local
C. complementares e os seus produtos trocados por cereais
D. complementares e os seus produtos eram vendidos nomercado regional

7. O termo Nianja significa:


A. homens do rio
B. povos do mar
C. homens do interior
D. povos da zona lacustre

8. Os nomes Chopi e Ndau surgiram durante


A. A transferência da capital, do império de Ngungunhana, de Mossurize para Mandlakazi
B. o Mfecane
C. a segunda metade do século XIX
D. nenhuma das respostas é correcta

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9. Entre os grupos etno-linguisticos do hinterland contam-se:


A. Macua, Yao e Chona
B. Macua, Chewa e Tswa
C. Yao, Chona e Tswa
D. Yao, Chewa e Chona

10. Escreveu Al- Masudi, em 943, que "bilad as Sufala" era um centro comercial provavelmente localizado na:
A. foz do Zambeze
B. foz do rio Búzi
C. Ilha do Ibo
D. Ilha deMoçambique

11. A cultura swahili resulta da miscigenação de populações africanas localizadas:


A. no Quénia e na Somália
B. na Somália e no Tanganhica
C. no Tanganhica e em Moçambique
D. no Tanganhica e no Quénia

12. O principal objectivo que trouxe os portugueses a Moçambique no séc. XVI foi:
A. o ouro
B. o ouro, o marfim e os escravos
C. o ouro e os escravos
D. nehuma das alternativas está correcta

13. Determinados a controlar as fontes do ouro os portugueses enviaram, em 1629, um ultimato a Mavura para:
A. no espaço de um ano expulsar os mercadores árabo-swahilis das suas terras
B. obrigar as populações locais a aumentar a quantidade de ouro
C. obrigar as populações a aumentarem o número de semanas que deviam dedicar à mineração
D. no espaço de um ano aumentar para sete o número de meses que as mushas deviam dedicar à mineração

14. O tráfico de escravos ern Moç. teve o seu término:


A. no sée. XX
B. em 1836
C. em 1842
D. no sée. XIX

15. O comércio do marfim provocou várias consequências das quais se destacam as de carácter:
A. sócio-demográfico
B. ecológico
C. político e demográfico
D. politico e social.

16. Diocleciano F. das Neves e Inácio José P. de Raposo financiaram e armaram caçadores africanos para o abate dos elefantes e o
aproveitamento do marfim. Tais homens eram conhecidos por:
A. A-chikundas
B. A- chisi
C. Amapisi
D. vashambadzi

17. O comércio do ouro e do marfim configurou a base económica dos prazos até finais do século:
A. XVII
B. XVIII
C. XIX
D. XX

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18. O uso do cofió, do lenço,da capulana e da túnica na sociedade moçambicana são práticas herdadas :
A. do contacto entre mercadores asiáticos e populações da costa Oriental de África
B. do contacto entre mercadores indianos e populações da costa Oriental de África
C. do contacto entre mercadores do golfo pérsico e populações da costa Oriental de África
D. do contacto entre mercadores africanos islamizados e populações da costa Oriental de África

19. Os mussambazes/vashambadzi eram:


A. caçadores recolectores do centro de Moçambique
B. mercadores dos prazeiros
C. caçadores especializados de elefantes no sul de Moçambique
D. mercadores Maraves

20. Os prazos foram essencialmente bases para o escoamento de:


A. ouro e marfim em todas as fases, através de Sofala e do rio Zambeze
B. numa prirneira fase ouro e numa segunda escravos através do Zambeze
C. ouro, marfim e escravos em todas as fases
D. ouro, escravos e oleaginosas através de Sofala e Ilha de Moçambique

21. Uma das consequências da existência dos prazos foi:


A. a fixação definitiva dos portugueses no interior do vale do Zambeze
B. o surgimento da miscegenação ao longo do vale do Zambeze
C. a instituição do imposto de palhota cobrado a homens mulheres e crianças
D. nenhuma das respostas é correcta

22. Em 1886 na sequência das campanhas de ocupação colonial efectiva Portugal:


A. utilizou os prazos paramelhor dominar os reinos locais
B. combateu os prazos porque já não corrrespondiam às expectativas da Coroa
C. substituiu os prazos pelas capitanias
D. nomeou novos capitães-mores para melhor controlarem a região

23. A primeira abolição formal da escravatura ocorreu em :


A. 1826
B. 1836
C. 1846
D. 1856

24. Em 1895 a Co de Moçambique organizou expedições militares na zona Centro, concretamente nas regiões de:
A. Búzi e Báruè
B. Búzi e Moribane
C. Búzi e Macanga
D. Búzi e Sena

25. Qual era a objectivo dessas expedições?


A. evitar a solidariedade desses reinos com Ngungunhana
B. evitar a invasão dos Nguni aos prazos
C. evitar a destruição da Co. da Zambézia
D. evitar a revolta de Báruè

26. A The Beira Railway concessionária da Co. de Moçambique foi responsável pela construção do troço ferroviário
A. Beira-Macequece
B. Beira-Chimoio
C. Beira-Sena
D. Beira-Machipanda

27. A sociedade mencionada no número anterior havia sido formada com capitais:
A. alemães
B. alemães e suiços
C. ingleses e suiços

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D. britânicos

28. A Co de Moçambique gozava do direito de emissão de moeda. Esta medida surgiu para:
A. disciplinar a circulação de moedas de várias origens utilizadas nesta região
B. captar as divisas existentes porque nesta região circulavam os shillings
C. captar as divisas porque aqui circulavam moedas indianas, inglesas mexicanas e portuguesas
D. afastar as tais moedas e adoptar as moedas portuguesas de prata, ouro e também de cobre

29. O mussoco foi inicialmente um tributo vigente nos reinos:


A. da macuana e nos sultanatos e xeicados
B. do centro de Moçambique
C. do centro e norte de Moçambique
D. do centro e Sul de Moçambique

30. Com a entrada em funcionamento das companhias a referida contribuição passou a ser designada por:
A. Mphondoro
B. imposto de palhota
C. ensaca
D. imposto de capitação

31. O Acto Colonial e a Carta Orgânica do Império Colonial Português eram dois dispositivos importantes :
A. da economia colonial portuguesa
B. do nacionalismo económico de Salazar
C. da economia capitalista portuguesa
D. do nacionalismo fascista português

32. A partir de Outubro de 1926, com as novas leis promulgadas pelo novo regime o governo colonial fascista pretendia, entre
outros aspectos, a unificação territorial de Moçambique. Isto passava pela abolição do sistema de Companhias Majestáticas. A
primeira vítima desta decisão foi:
A. a Companhia do Niassa
B. a Companhia de Moçambique
C. a Companhia da Zambézia
D. a Companhia do Boror

33. De facto a primeira medida nesse sentido ocorreu:


A. em finais da década vinte
B. na década trinta
C. no princípio da década quarenta
D. no final da segunda guerra mundial

34. Apesar da WENELA manter o monopólio do recrutamento de mão-de-obra, o governo português autorizou outras companhias
recrutadoras de capitais exclusivamente portugueses. Esta afirmação é:
A. verdadeira
B. falsa porque a partir de 1928 a R.N.L.B. começou a recrutar moçambicanos a partir de Tete
C. parcialmente verdadeira
D. parcialmente falsa

35. Não obstante as más condições de trabalho nas minas e nas plantações fora de Moçambique, verificou-se um grande fluxo de migrantes
moçambicanos para tais territórios. Este facto deveu-se a:
A. existência de salários muito atractivos principalmente nas minas
B. possibilidade de adquirir mercadorias de qualidade em relação vendiam em Moçambique
C. possibilidade de poder depositar uma parte do dinheiro no estrangeiro
D. a primeira e a segunda variantes são correctas

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36. Numa primeira fase a mão-de-obra recrutada no sul de Moçambique era empregue:
A. no Natal e em Durban
B. no Natal e no Transvaal
C. no Natal e no Rand
D. no Natal e no Estado Livre do Orange

37. Entre vários aspectos, a reorganização administrativa colonial em 1942 previa :


A. a introdução das circunscrições
B. o reforço dos poderes do governador
C. a passagem de Moç. de colónia a província
D. a introdução do regulado

38. Em 1942 a referida tributação fiscal passou a ser designada por:


A. imposto complementar
B. imposto suplementar
C. imposto de tributação
D. imposto de capitação

39. Em 1943, foi promulgada a 'lei da nacionalização de capitais' segundo a qual:


A. todo o dinheiro em divisas a circular em Moçambique seria cambiado em escudos portugueses
B. a exploração de serviços públicos para a defesa do estado e para a economia só seria permitida aos portugueses
C. o sector de serviços passaria a beneficiar de investimentos exclusivamente portugueses
D. parte de capitais investidos no sector público deveria ser em escudos portugueses

40. A tal lei especificava ainda que as empresas portuguesas eram todas aquelas em que:
A. pelo menos 60% do capital fosse pertença de portugueses
B. 50% do capital fosse pertença de portugueses
C. 50% do capital pertencesse a portugueses e o resto a intervenientes estrangeiros
D. 75% do capital pertencesse a portugueses e 25% a intervenientes estrangeiros

41. Entre 1939 e 1940 o governo colonial intensificou as medidas conducentes ao cultivo forçado do:
A. algodão e do café
B. do algodão e do chá
C. algodão e do arroz
D. algodão e do sisal

42. Um dos resultados da cultura forçada do algodão em 1939 foi:


A. a revolta Muta-hanu no Mossuril
B. A revolta do Báruè
C. A greve da Quinhenta
D. As greves nos portos de Nacala e de Lourenço Marques

43. Pode-se afirmar que o governo colonial português possuia em Moçambique três fontes de receitas:
A. Impostos, caminhos-de-ferro e companhias
B. Impostos, trabalho migratório e as plantações
C. Mussoco, trabalho migratório e as plantações
D. Mussoco, energia de Cabora Bassa e plantações

44. Com a chegada do novo Governador-geral em Moçambique e na base da circular 818/D7 o sistema fiscal aplicado aos
negros sofreu alterações porque:
A. foi reforçado o mussoco
B. as mulheres passaram a pagar o chamado 'imposto exclusivo'
C. as mulheres e os homens inválidos passaram a ser taxados
D. o imposto de palhota foi reactivado

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45. O Primeiro Plano de Fomento Nacional 1953-1958 não contemplava as áreas de saúde e de educação:
A. verdadeira
B. falsa
C. o seu orçamento era extremamente exíguo
D. estas áreas estavam contempladas nos diversos (3% de 1.848.500 contos)

46. A obra principal do referido plano foi a construção de cca de 300 km de linha férrea ligando:
Lourenço Marques a Malvérnia. O principal objectivo deste empreendimento era:
A. aproveitar o tráfego da nova Federação das Rodésias e Niassalândia
B. competir com os caminhos de ferro da RAS
C. impedir o Transvaal de construir um troço ferroviário em direcção à Rodésia do Sul
D. nenhuma resposta é correcta

47. Qual destes massacres ocorrerarn no mesmo ano?


A. Wyriamo e Soweto
B. Wyriamo e Mueda
C. Soweto e Mueda
D. Mueda e Sharpeville

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

I. HISTÓRIA GERAL
1. Abel Assis, Gulamo Tajú e Luís Covane, Da Aurora do Capitalismo às vésperas da Primeira Guerra
Mundial: História 9a Classe, MNED
A revolução burguesa na Inglaterra; Luta pela independência nas colónias Inglesas da América do
Norte; Revolução Burguesa na França; Início do imperialismo e política imperialista; As grandes
potências imperialistas e a partilha do Mundo.

2. Bernard Droz, e Antony Rowley, História do Século XX: O Nascimento do Mundo Contemporâneo,
2a edição, Lisboa, 1999.
Os fracassos da SDN; A guerra da Etiópia, A guerra de Espanha. As crises do ano de 1938; O
nascimento da Guerra Fria.

3. Margarida Mendes de Matos, História : 11° Ano vols. I e II, Texto Editora, Lisboa, 1995.

4. Margarida Mendes de Matos et alii, História 12° Ano, 1° Volume, Textos Editora, Lisboa, 1995, p.
304.

5. Maurice Flamant, História do Liberalismo, Publicações Europa-América, Mira Sintra, 1990.


Liberalismo político e democracia.

6. Paulo Fagundes Vizentini, Primeira Guerra Mundial: Relações internacionais do século 20-primeira
parte, Editora da Universidade, Porto Alegre, 1996.

II. HISTÓRIA DE ÁFRICA


7. Ana Maria Gentili, O Leão e o Caçador : Uma história da África sub-saariana dos séculos XIX e
XX, Estudos 14, Arquivo Histórico de Moçambique, Maputo 1998.
A partilha colonial; o mapa da ocupação colonia; África do Sul: A última fronteira do poder
branco.

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8. Joseph Ki-Zerbo, História da África Negra, Vol. II, Edição revista e actualizada pelo autor,
Publicações Europa-América, Viseu, 1972 (?).
A invasão do continente: a África arrancada aos Africanos: I - A descoberta, I I - A invasão e a
partilha; A África Central Britânica: federação e nacionalismo; A União Sul-Africana depois de
1946.

III. HISTÓRIA DE MOCAMBIQUE


9. Carlos Serra (coord.), História de Moçambique: Parte I – Primeiras Sociedades sedentárias e
impacto dos mercadores, 200/300- 1885; Parte II – Agressão imperialista, 1886-1930 Vol. 1, 2a edição
Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, 2000.
Parte I: Agro-pecuária e metalurgia do ferro no I milénio d. C., caracterização geral das sociedades
em Moçambique; Os mercadores asiáticos e o comércio no litoral; Penetração mercantil portuguesa
e seu impacto.
Parte II: A concorrência internacional, o imperialismo e a partilha de África; O Norte e a
Companhia do Niassa; Prazos e companhias da Zambézia; Manica e Sofala e a Companhia de
Moçambique. O Sul e o trabalho migratório.

10.David Hedges (coord.), História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-


1961, Vol.2, 2a edição Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, 1999.
O reforço da dominação portuguesa; A reestruturação da sociedade Moçambicana (características
gerais do período 1938-1944); os planos de fomento e industrialização.

11. Eli. j. e. mar., Portugal e capital multinacional em Moçambique 1503-1973, Vol. II, African
Studies Editorial, Denmark, 1975.
O início da era colonial. A formação de Companhias Magestáticas; A economia de Moçambique
depois de 1910.
12. Luís António Covane, As relações económicas entre Moçambique e a África do Sul 1850 – 1964
(acordos e regulamentos principais), Estudos 6, Arquivo Histórico de Moçambique, 1989.

13. História: Manual da 10a Classe, Universidade Eduardo Mondlane (Departamento de História –
Faculdade de Letras), Maputo, 1980.

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Maputo, Março/Abril de 2007 NB: Expressamente proíbido fotocopiar o manual.
Centro de Preparaçao aos Exames de Admisao ao Ensino Superior- CPEAES www.cpeaes.ac.mz
Justino Rodrigues(Coordenador), E-mail: rjustino20@yahoo.com.r, Cell: +258-82 0432 760

O trabalho migratório na África do Sul; O desenvolvimento do Apartheid; Os anos pós-guerra e a


Federação, 1945-1962.
Aconselhamos igualmente a consulta de: dicionários de língua portuguesa, dicionários políticos,
dicionários de ciências sociais e de enciclopédias.
NB.: esta literatura é apenas indicativa. recomendamos, também, a consulta de outras obras desde
que os seus conteúdos estejam em consonância com os temas de História para os Exames de
Admissão à UEM ( já publicados pela Direcção Pedagógica).

OBRAS CONSULTADAS

Alex Vines (a), RENAMO : terrorism in Mozambique, London, J. Currey, 1991.

Alex Vines (b), Angola and Mozambique : the aftermath of a conflict, London, Research Institute for study of conflict and
terrorism, 1995.

Alex Vines (c), RENAMO. From terrorism to democracy in Mozambique? (2nd rev. Edition)York, Center For Southern
African Studies, Univ. of York, 1996.

Ana Maria Gentili, O Leão e o Caçador : Uma história da África sub-saariana dos séculos XIX e XX, Estudos 14, Arquivo
Histórico de Moçambique, Maputo 1998.

Christian Geffray, La cause des armes au Mozambique : Anthropologie d’une guerre civile, Paris, CREDU - KARTHALA,
1990.

Carlos Serra et alii (a), História de Moçambique: Parte I – Primeiras Sociedades Sedentárias e impacto dos mercadores,
200/300-1885, Parte II – Agressão Imperialista, 1886-1930, vol. 1, 2ª edição, Maputo, Livraria Universitária 2000.

David Hedges et alii (b), História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-1960, vol. 2, 2a edição,
Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 1999.

Eli. j. e. mar., Portugal e capital multinacional em Moçambique 1503-1973, Vol. II, African Studies Editorial, Denmark,
1975.

Ernst Harsch, Mozambique : émerger des décombres de la guerre : L’ONU se mobilise pour la paix, New York, Nations
Unis, 1993.

Fernando Martins e Pedro Aires Oliveira, As Revoluções Contemporâneas, Edições Colibri, Lisboa Fevereiro de 2005.
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Justino Rodrigues(Coordenador), E-mail: rjustino20@yahoo.com.r, Cell: +258-82 0432 760
Guy Pedroncini, Les négociations secrètes pendant la grande guerre, Édition Flammarion, Paris 1969.

Hans Abrahamson et Anders Nilsson, Moçambique em transição : um estudo da historia de desenvolvimento durante o
período 1974-1992, Gothemburg/Maputo, Cegraf, 1994.

Henri Bruschwig, A Partilha de África Negra, Editora Perspectiva, S. Paulo, 1974.

História: Manual da 10a Classe, Universidade Eduardo Mondlane (Departamento de História – Faculdade de Letras),
Maputo, 1980.

Jacques Droz, História da Alemanha, Publicações Europa-América, Mira-Sintra, 1999.

Jean Godechot, Les révolutions, in, R. Grousset et Émili G. Léonard, Histoire Universselle III – De la Réforme à
nos Jours, éditions Gallimard, Bruges, 1958.
Joseph Hanlon (a), MOZAMBIQUE : the revolution under fire, London, Zed Books, 1990.

Joseph Hanlon (b), MOZAMBIQUE : who calls the shoots? London, James Currey, 1991.

Joseph Hanlon (c), Peace without profit : how the IMF blocks rebuilding in Mozambique, Portsmuth, Heinemann, 1996.

Joseph Ki-Zerbo, História da África Negra, Vol. II, Edição revista e actualizada pelo autor, Publicações Europa-América,
Viseu, 1972.

Luís António Covane, As relações económicas entre Moçambique e a África do Sul 1850 – 1964 (acordos e regulamentos
principais), Estudos 6, Arquivo Histórico de Moçambique, 1989.

Margarida Mendes de Matos, História : 11° Ano vols. I e II, Texto Editora, Lisboa, 1995.

Margarida Mendes de Matos et alii, História 12° Ano, 1° Volume, Textos Editora, Lisboa, 1995, p. 304.

Maurice Flamant, História do Liberalismo, Publicações Europa-América, Mira Sintra, 1990.

www.hcb.co.mz : site da BARRAGEM DE CAHORA BASSA


www.mozal.com : site sobre a MOZAL
www.sasol.com : site da SASOL para aceder à informação referente à exploração do gás em Inhambane digite o indicativo
e procure através do termo Pande . (sites acessados em 27 Setembro de 2004)
www.wikipedia.org (versão portuguesa acessado no dia 04.04.2007).
http://www.worldwar-2eu/ (acessado no dia 04.04.2007)

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