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Apresentação
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O aluno é um primeiro agente nos processos de adquirir ou aprender
e de ensinar línguas, contando com recursos diversos tanto para a
aprendizagem quanto para a aquisição, inclusive o de se ensinar a
língua-alvo, e não mero receptor passivo de um ensino pautado nas
regularidades sistêmicas da língua-alvo. Ele se inscreve numa tradição
ou cultura de aprender línguas da qual deve tomar consciência. Vou
furtar-me de enunciar um termo corrente de distinção na área que é
“crítica” (tomar consciência crítica) por supor que uma tomada de
consciência é sempre potencialmente crítica. A ação aprendedora que
quer ser crescentemente adquiridora é orientada por uma abordagem de
aprender línguas. A fala e a escrita do adquirente (que em parte podem
ser do aprendedor) da nova L, nas imperfeições e acertos, revelam um
processo dinâmico individual no qual o professor pode esperar influir,
mas nunca dele possuir total controle (i.é, ser o causador de
aprendizagem para tudo o que ensina). Esse processo para ocorrer
precisa de trabalho (esforço) envolvido do aluno. Quando ele ou ela
interage para comunicar-se na língua desejada, envolvendo-se em
atividades interativas, a L-alvo se torna viva (isto é, ativa, criadora e
cultural) e faz crescerem as chances de sua aquisição pelo aluno.
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experimentação (cuidadosa, criteriosa e gradual) pautada pelos
interesses, necessidades e até fantasias dos alunos.
Acima dos métodos, a abordagem de ensinar é uma visão de ensinar
(combinada com um sentido de aprender numa dada concepção de
língua) que orienta o trabalho do professor caracterizando a sua
essência. Das duas grandes abordagens hoje freqüentemente
reconhecidas, a saber, a formal/gramatical/estrutural e a
comunicativa/interativa/construcional, a segunda é a que tem merecido
mais atenção nos eventos acadêmicos, na voz da grande indústria de
didáticos, no ensino e na pesquisa aplicada. Uma ação produtiva
desejável quanto à abordagem é buscar conhecê-la através de análise
apropriada para daí gerar consciências e, eventualmente, iniciar
intervenções parciais e cuidadosas voltadas para a mudança ou
aperfeiçoamento/inovação no processo de ensino-aprendizagem de uma
nova língua. A abordagem de ensinar do professor não opera sozinha.
Ela precisa combinar-se com outras forças de abordagem em cada
contexto: as abordagens de aprender dos alunos e de ensinar e
aprender de terceiros.
3. Terceiros
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4. A teorização necessária
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meus alunos e utilizado recentemente com professores em formação no
âmbito do ensino de Línguas na Universidade de Brasília.
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de uma abordagem vigente (da qual participam vários agentes, além do
professor, com suas forças relativas), as unidades são especificadas por
níveis, garantindo no plano, informação suficiente para orientar a
produção do material e a localização de momentos de reflexão com
roteiros para professor(a) e alunos. O planejamento de programas para
situações específicas pode ser estendido a um sistema de ensino. Nesse
caso de planejamento curricular, considerações mais amplas de
interconexões e controles na conclusão dos níveis se impõem ao
trabalho de arquitetura da grande operação de ensinar (e aprender)
uma outra língua.
6. Os materiais
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Método é ação e é importante por materializar/viabilizar uma
experiência de aprender a língua-alvo. Não se buscam hoje modelos
acertados de métodos tidos como certos e infalíveis. O que se quer é
conhecer quais experiências (com e na L-alvo) de ensino e
aprendizagem constituem ambientes propícios para o desenvolvimento
de competência lingüístico-comunicativa. Neste artigo, buscamos
caracterizar atividades pré comunicativas e, preferencialmente,
propriamente comunicativas conforme veremos no Apêndice C. O
método se materializa principalmente na sala de aula, mas também se
produz nas extensões da sala vinculadas à experiência de classe.
Flexibilidade e variação com consciência e leituras é o desejável. O
método toma-se flexível dependendo da capacidade do professor criar,
refletir, buscar inovações e fundamentações em leituras, permitindo-se
sempre intuições “educadas”.
O ambiente da sala deve promover não só a aprendizagem
consciente de forma aberta e tranqüila, mas também a aprendizagem
subconsciente e envolvida, de modo não-defensivo, sem ansiedade. A
sala pode ser vista como um cenário social de ensaios para o uso nos
estágios muito iniciais, mas deve ser encarada principalmente como
locus de uso real, propositado, de linguagem para fins perceptíveis,
realistas e específicos ao longo do processo de aprendizagem formal.
A aula é o evento (social, físico, ritualizado) que organiza e
permite vivenciar experiências com e na língua-alvo, com o fim último
de desenvolver uma competência lingüístico-comunicativa na língua-
alvo. A aula contemporânea, ainda de fundo gramatical, compõe-se de
ações com as funções de apresentar, praticar e produzir (APP) pontos
selecionados de ensino. Essas macro-funções se dão geralmente numa
estrutura quadrifásica que vai do estabelecimento de clima e confiança
(aquecimento) a um fecho de retorno à realidade exterior passando por
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uma apresentação (de ensino novo) e por um ensaio de usos possíveis
dos pontos introduzidos. A aula alternativa pós-estruturalista, de fundo
comunicativo, tem menos prática e mais trabalho na língua com o
propósito de interagir, atingindo objetivos, resolvendo tarefas que não
são só o estudo da língua-alvo. As aulas devem ser vistas como
potenciais oásis de insumo útil na nova língua que poderão ser
expandidos pelas extensões que, por ventura, forem criadas a partir das
aulas ou independentemente delas por conta das iniciativas dos alunos.
8. A avaliação
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desempenho de ampla referência no país e internacionalmente quando
possível.
9. Resumindo
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Bibliografia relevante
APÊNDICE A
O processo
cognitivo/modelos
social - sociocultural
- sociointeracional
ideológico - crítico
- discursivo
lingüístico sistêmico
afetivo
de ensinar e aprender
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relação entre ambos
aprender/adquirir
explicitude/implicitude
o professor
(formação, crenças, reflexão)
papéis
os materiais (abordagem)
avaliação de rendimento
(efeitos, abordagem)
língua(s)
conceito de L, linguagem,
L1, L2, LE
distância tipológica
língua em cultura
em salas
concepção
(lugar artificial, lugar social real de aprender, coletivo, ambiente, oásis da L-alvo)
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extensões da sala
das escolas
tradição
no Brasil
planejamento, políticas
história do ensino
de língua(s) no país
(vide www.helb.org.br)
APÊNDICE B
Por exemplo: Você sabe dizer quem é (ele, ela)? O que faz, fez ou fazia? Como é o
brasileiro típico? Como é a mulher brasileira? E o homem brasileiro? (Adjetivos vão surgir:
alto, baixo, estatura média, louro, moreno, grande, educado, gentil, come bem, egoísta,
espiritual, objetivo, prático, bom conversador, elegante, sincero, sabe dançar, bom pai,
amigo, econômico, esportista, bem humorado, gosta de cerveja, etc.)
A Família
Um pai e uma mãe de dois rapazes já crescidos estão falando com sua filha Irina sobre novas
"regras de conduta" na casa. O pai e a filha mais velha do que os irmãos querem que os
rapazes cuidem mais de si realizando tarefas na casa. A mãe, como às vezes acontece, hesita
em apoiar a idéia.
1. Pai: Não estaria na hora dos rapazes lavarem a sua própria roupa?
Irina: Claro, mais do que na hora.
Mãe: É mas eles não estão acostumados a lavar roupa. Coitados!
2. Pai: Não estaria na hora dos rapazes arrumarem o seu próprio quarto?
Irina: Claro, mais do que na hora.
Mãe: É mas eles não estão acostumados a arrumar quarto. Coitados!
3. Pai: Não estaria na hora dos rapazes prepararem seus próprios sanduíches?
Irina: Claro, mais do que na hora.
Mãe: É mas eles não estão acostumados a preparar sanduíches. Coitados!
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4. Pai: Não estaria na hora dos rapazes fazerem suas próprias camas?
Irina: Claro, mais do que na hora.
Mãe: É mas eles não estão acostumados a fazer cama. Coitados!
O Casal
Um casal se prepara para viajar arrumando as malas. A mulher fica perguntando se o marido se
lembrou de colocar as coisas na mala.
Mulher: os chinelos
uma toalha de banho
o xampu e a pasta de dente
o endereço da Sônia Lima
os óculos de sol
a carteira de motorista
os códigos das passagens aéreas
o último livro de Paulo Coelho
os mapas das cidades
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Exercício #3 de rotinização contextualizado por situação
A Almofada
1) [Teo e Lia moravam num amplo apartamento. Na sua sala havia duas vistosas poltronas
estampadas com encosto alto. Uma delas era do Teo e a outra da Lia. As poltronas ficavam
sobre um rico tapete. As cortinas eram decorativas e a sala garantia conforto no seu todo.
O apartamento era discretamente bonito mas Lia não estava contente com ele. Ela mesma
não se metia a trabalhar mas estava sempre pronta a mandar algo para lavar ou mudar
tudo de lugar. No último aniversário da Lia, Teo comprou para ela uma linda almofada.]
2) [Ela pôs a almofada na poltrona. Daí tomou distância, olhou para as poltronas e balançou a
cabeça em desaprovação.]
A. Olha só, querido! Olha essas poltronas! Os braços estão precisando de um bom verniz.
[Teo seguiu lendo o seu jornal. Nem olhou as poltronas.]
A. Vou ter que mandá-las para envernizar.
B. Bem, está bem... [Elas foram envernizadas.]
3) [Mas Lia não se deu por satisfeita. Assim que as poltronas voltaram envernizadas, ela as
colocou sobre os tapetes da sala. Daí, olhou para os tapetes e balançou a cabeça em
desaprovação.]
A. Olha só, querido! Olha esses tapetes! Eles estão precisando de uma boa limpeza.
[Teo seguiu lendo o seu jornal. Nem olhou para os tapetes.]
A. Vou ter que mandá-los para limpar.
B. Bem, está bem ... [E eles foram limpos.]
4) [Mas Lia não se deu por satisfeita. Assim que os tapetes voltaram limpos ela os pôs no
chão. Daí ela olhou para o assoalho e balançou a cabeça em desaprovação.]
A. Olha só querido! Olha esse assoalho! Ele está precisando de um bom polimento.
[Teo seguiu lendo o seu jornal. Nem olhou para o assoalho.]
A. Vou ter que chamar alguém para polir esse chão.
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B. Bem, está bem ... [E ele foi polido.]
5) [Mas Lia não se deu por satisfeita. Assim que o assoalho foi polido as cortinas chamaram a
sua atenção. Daí ela olhou para as cortinas e balançou a cabeça em desaprovação.]
A. Olha só, querido! Olha essa cortina! Ela precisa ser lavada.
[Teo seguiu lendo o seu jornal. Nem olhou para a cortina.]
A. Vou ter que mandá-la para lavar.
B. Bem, está bem ... [E ela foi lavada.]
6) [Mas lia não se deu por satisfeita. Quando as cortinas voltaram limpas ela tomou distância e
olhou para o conjunto. Daí ela olhou para a sala toda e balançou a cabeça em
desaprovação.]
A. Olha só, querido! Olha a decoração da sala! Ela está precisando ser redecorada.
[Teo seguiu lendo o seu jornal. Nem olhou para a sala.]
B. Bem, está bem ... [E a sala foi redecorada.]
7) [Mas Lia ainda não se deu por satisfeita. Assim que a sala foi redecorada, ela olhou para a
almofada e balançou a cabeça em desaprovação.]
A. Olha só, querido! Olha essa almofada!
[Teo seguiu lendo o seu jornal. Nem olhou para a almofada.
...............
ATIVIDADE PRÉ-COMUNICATIVA
COM CHAVE DE ATITUDE
Na sala de aula Jonas e Márcia estão sentados um ao lado do outro. É quase o final da
aula e o Professor Berin olha para o lado da Márcia.
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Na biblioteca do Instituto, Juliano e Vera estão discutindo um texto para um trabalho na
sala de leitura quando o rapaz nota a entrada de um colega da turma.
DIÁLOGO 2 EM 1
A B
Bom te ver! Visitar uma tia no hospital
Domingo à noite?
Segunda é difícil Reunião de condomínio
Terça à noitinha?
quarta? Dia do curso de português.
Quinta não dá Jantarzinho na Lúcia Barros.
Sexta ,então?
"Insistir" 'nem pensar’ esse dia.
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Outra oportunidade Acho que teremos de esperar
Vou chegando, então
Encontrar a Celinha…
Me liga?
Qualquer hora! Chauzinho
Horinha livre
(1) Selecione uma das categorias apresentadas como estruturação para este
capítulo para nela observar as tendências mais recentes. Mostre o que, na
prática, mudaria numa situação que passasse a praticar de fato essas
tendências nessa categoria.
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