Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
Interpretação analógica
Normas penais por extensão
Interpretação extensiva
Normas penais explicativas
Interpretação teleológica
Normas penais permissivas
Interpretação autêntica
1. Definição
Sabemos que o Direito é uma ciência que tem por objetivo garantir a convivência harmônica entre os indiví-
duos que vivem em sociedade e, para iniciarmos o estudo dessa disciplina, nesse tópico irei conceituar a área
do Direito Penal.
10
Tradicionalmente, o Direito é dividido em dois grandes ramos: o Direito Público e o Direito Privado. O Direito
Privado, como o próprio nome já diz, tem como objeto a disciplina das relações jurídicas firmadas entre par-
ticulares. Nessa medida, o Direito Privado tem como alicerce o pressuposto de igualdade entre as partes que
travam determinada relação jurídica.
DIREITO PÚBLICO O Direito Público, por sua vez, tem como objeto a regulação dos
interesses da coletividade, no sentido de disciplinar as relações jurí-
dicas travadas pelo Estado (ente público), primando pela busca do
interesse público. No que se refere a esse ramo do direito, cumpre
destacar a presença da desigualdade entre as partes nas relações
jurídicas, uma vez que, no intuito de assegurar o bem comum da so-
Interesse Público
ciedade e visando garantir a supremacia do interesse público, tem-
Interesse Privado -se que os interesses da coletividade devem prevalecer sobre os
interesses privados. Nessa medida, ao ente estatal, que tem como
função precípua a busca pelo bem comum, são conferidas PRER-
ROGATIVAS E PODERES excepcionais que asseguram ao ente público uma posição jurídica de superioridade
frente ao particular. Integram esse ramo o Direito Constitucional, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o
Direito Penal e etc.
Destaca-se que, na maioria das situações, verifica-se que os regimes público e privado se complementam. As-
sim sendo, as relações travadas entre particulares serão regidas preponderantemente pelo direito privado e
subsidiariamente pelas normas de direito público. Da mesma forma, as relações travadas pelo Estado, em
inúmeras situações, sujeitam-se à aplicação subsidiária do direito privado.
Considerando esse entendimento geral, podemos conceituar Direito Penal como o ramo do Direito Público que
tem tem como objeto a tutela dos bens jurídicos indispensáveis à harmonia social, através de normas
sancionadoras. Desse modo, o Direito Penal disciplina o direito do Estado de punir o responsável pela prática
de uma infração penal e, para tanto, essa área do Direito estabelece as condutas tipificadas pela legislação como
ilícitas e reprovadas pela sociedade, bem como define as respectivas sanções que serão aplicadas ao agente
infrator (QUESTÃO 1).
INFRAÇÕES PENAIS
ATENÇÃO
As infrações penais constituem gênero, do qual
Crimes
são espécies os crimes e as contravenções pe-
nais. Contravenções Penais
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?” Me de um exemplo de crime impossível!
Imagine que um assassino profissional foi contratado para matar Joelma e, para executar essa tarefa, disparou a sua arma contra a
vítima que se encontrava dormindo. Entretanto, após feita a perícia verificou-se que Joelma já se encontrava morta em razão de um
ataque cardíaco. Ou seja, ainda que o assassino tivesse a intenção de matar, ele não responderá pela morte, uma vez que ele não foi
autor do fato.
b) Direito Penal do Autor: nesse caso, a sanção penal visa punir a pessoa Direito Penal do Autor
fixação da pena
do criminoso, analisando toda a sua vida pregressa e punindo-o em decor- Após analisar a sua ficha
rência da sua personalidade, histórico e condições pessoais. No ordenamento criminal, decido que você
será condenado a 10
jurídico brasileiro, para fins de fixação da pena, espécie de pena, regime de anos de prisão
cumprimento, substituição, transação penal e etc (que é um momento poste-
rior à responsabilização penal) o nosso sistema penal faz uso do chamado
direito penal do autor, uma vez que nessas hipóteses o juiz levará em consi-
Ai...
deração, em consideração o grau de culpabilidade (reprovabilidade) do
autor do crime, seus antecedentes, as conseqüências do crime e etc.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?” Aquele agente que já foi condenado, fugiu do presídio, sequestrou alguém e o manteve como refém sob a
mira de uma arma e com outros tipos de ameaças/violências até que o dinheiro/recompensa fosse sacado do caixa eletrônico, neces-
sariamente deve receber uma punição maior.
12
c) Direito Penal do Inimigo: Segundo Gunther Jakobs, certas pessoas, por serem inimigas da sociedade (ou
do Estado), não detém todas as proteções penais e processuais penais que são conferidas aos demais in-
divíduos. Nesse sentido, o autor propõe a distinção entre um Direito Penal do cidadão, que se caracteriza pela
manutenção da vigência da norma, e um direito penal para inimigos, orientado para o combate a perigos e que
permite que qualquer meio disponível seja utilizado para punir esse infrator (o inimigo não é um sujeito de direito).
No direito penal do inimigo as penas previstas são desproporcionalmente altas e as garantias processuais são
relativizadas ou suprimidas (QUESTÕES 2, 3).
Portanto, no ordenamento jurídico penal
QUESTÃO CESPE ATENÇÃO
brasileiro adotou-se a teoria do direito
O direito penal do autor poderá servir de funda- penal do fato, porém, ainda restam pre-
mento para a redução da pena quando existirem
sentes aspectos da teoria do direito penal do autor no que tange
circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado.
às etapas de fixação da pena, regime de cumprimento, espécie
Correto de sanção, entre outros (art.59 do Código Penal).
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.? Aspectos da teoria do direito penal do autor na etapa de fixação de pena?”
O sistema penal brasileiro adotou, para fins de caracterizar o crime, o direito penal do fato. Ou seja, para responsabilizar penalmente
alguém pela prática de uma conduta criminosa, impõe-se ao Estado, por meio da polícia judiciária (inquérito policial) e do Ministério
Público, deste em juízo (processo), provar a concorrência direta ou indireta do agente para a prática da conduta que lhe foi imputada.
Entretanto, para fins de fixação da pena, o juiz levará em consideração o grau de culpabilidade, os antecedentes do autor do crime, as
consequencias do crime e etc (aplicação da teoria do direito penal do autor).
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibi-
lidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Direito Penal Ex: Um belo dia dois garotinhos, Molusco e Aécim, roubaram a casa de uma
velhinha e levaram todo o dinheiro dela, mediante grave ameaça. Com o dinhei-
ro, Molusco comprou um Triplex e Aécim um helicóptero para continuar com as
suas atividades de traficante e alavancar a sua carreira.
Qual a relação causal levou o Molusco e Aécim, inserido no contexto da emprei-
Criminologia
tada delitiva, a realizar a conduta delituosa?
Quais são as medidas cabíveis para diminuir a probabilidade de pessoas inse-
ridas em contexto semelhante ao do agente Molusco e Aécim praticarem crime
Política Criminal
de furto? #ExplodirOCongresso? #PiadaInfame #ARespostaé:AprenderAVotar
CertoDaPróximaVez
13
3. Funções do Direito Penal
As funções do Direito Penal se classificam em conformidade com o papel que o direito penal visa desempenhar
na sociedade em que vigora, são essas:
a) Mediata: a função mediata do Direito Penal se desdobra em duas vertentes, sendo a primeira relacionada
à capacidade de controlar os cidadãos para fins de garantir uma convivência pacífica e harmônica entre eles,
prevenindo o retrocesso da vingança privada – “olho por olho, dente por dente”. A segunda, por sua vez, esta
relacionada com as limitações impostas ao próprio Poder Punitivo do Estado, para evitar que o ente público
não incorra em abuso de autoridade e arbitrariedades.
FICA A DICA
A expressão vingança privada refere-se à situação em que a vítima de determinado crime se
vinga do agressor sem que para tanto precise recorrer ao Estado e seus agentes.
Ex: Bruno (goleiro) mata o Eliza Samúdio filha de José e José, para se vingar, mata o filho
de Bruno.
Nesse sentido, a função mediata do Direito Penal consiste em impedir a vingança privada, que tende a ser des-
proporcional e, além disso, visa assegurar que o Estado não viole os direitos dos cidadãos e atue na prevenção/
punição dos crimes sem abuso de autoridade (limitações ao próprio Poder Punitivo do Estado).
ATENÇÃO
Exceção à vedação da vingança privada -> o art 57 do Estatuto do Indio estabelece que “será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais,
de acordo com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não sejam revestidas
de caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.”
b) Imediata: a função imediata do direito penal resume-se à proteção dos bens jurídicos tutelados pelo orde-
namento jurídico. Cabe salientar que o Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais importantes da socie-
dade como, por exemplo, a vida. Entretanto, uma corrente moderna, influenciada pelo funcionalismo de Jakobs
que estudaremos a seguir, estabelece que a função imediata do direito penal é assegurar o ordenamento jurídico,
ou seja, a vigência da norma. Prevalece no Brasil a primeira corrente.
FICA A DICA
Desse modo, a doutrina diverge quanto a função imediata, vejamos:
1º corrente: a missão do Direito Penal seria proteger bens jurídicos (adeptos do funcionalismos de Roxin – prevalece essa corrente
estudada acima)
2º corrente: a missão do Direito Penal é assegurar o ordenamento jurídico – a vigência da norma (adeptos ao funcionalismo de
Jakobs).
TRADUÇÃO JURÍDICA
ATENÇÃO: O direito de punir estatal não é absoluto, muito menos incondicionado e tampouco ilimitado.
Como assim prof? O nosso próprio ordenamento jurídico estabelece limites ao direito de punir do Estado, vejamos:
– Quanto ao modo: o direito de punir deve respeitar os direitos e garantias fundamentais, evitando a hipertrofia da punição;
– Quanto ao espaço: Art 5º do CP – Princípio da Territorialidade Temperada: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Ou seja, a lei penal só tem aplicação no território do
Estado que a editou, não importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo.
– Quanto ao tempo: o poder punitivo não é eterno, prova disso é o instituto da prescrição (limite temporal ao direito de punir), que
estudaremos a seguir.
14
4. Éspecies de Direito Penal
Além dos pontos explicitados acima, o Direito Penal pode ser classificado conforme as categorias abaixo:
a) Direito Penal Substantivo X Direito Penal Adjetivo: o primeiro refere-se ao conjunto de normas, princípios
e regras que se ocupam da definição de infrações penais e da imposição de suas consequências - as penas e
medidas de segurança. Ao passo que o último, refere-se ao processo de utilização das normas penais e tem a fi-
nalidade de determinar a forma como deve ser aplicado o Direito Penal, constituindo um verdadeiro instrumento
de aplicação do Direito Penal Substantivo ou Material, denominado direito processual penal.
b) Direito Penal Objetivo X Direito Penal Subjetivo: o primei-
QUESTÃO BANCA ro se refere as próprias normas penais e, este último, por sua
No que diz respeito a noções gerais aplicadas no âm-
vez, trata acerca do direito de punir (jus puniendi) do Estado.
bito do direito penal, julgue o próximo item. Esse poder-dever é de titularidade exclusiva do Estado.
O direito penal subjetivo refere-se ao conjunto de
princípios e regras que se ocupam da definição das MACETE: a palavra “Subjetivo” vem de SUjeito que tem o
infrações penais e da imposição de penas ou medi- poder para produzir e aplicar as normas penais -> Estado
das de segurança.
A palavra “Objetivo” vem de objeto/matéria, qual seja as
Errado próprias normas penais.
c) Direito Penal Simbólico: refere-se à ideia/simbologia imposta pelo Estado na sociedade de que as condu-
tas devem ser criminalizadas e as penas agravadas para, “teoricamente”, dar a sensação de estabilidade entre
os indivíduos. O Direito Penal Simbólico acaba sendo ineficaz na prática por trazer meros símbolos de rigor
excessivo que efetivamente caem no vazio, diante de sua não aplicação efetiva. Além disso, destaca-se que
nesse processo muitas vezes as garantias fundamentais são violadas, a título exemplificativo podemos citar a
classificação dos crimes tidos como hediondos, cuja pratica será punida de forma mais severa, uma vez que são
considerados bastante ofensivos à sociedade.
TRADUÇÃO JURÍDICA
d) Direito Penal Promocional, Político ou Demagogo: refere-se à situação na qual o Estado elabora normas
penais, visando gerar uma “falsa percepção” de segurança e bem-estar social, ao invés de desenvolver políticas
públicas capazes de garantir condições dignas de vida e paz entre os cidadãos.
15
TRADUÇÃO JURÍDICA
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Prof, se a CF é superior à lei, porque ela não pode criar infrações penais?
Isso ocorre em razão do processo moroso de alteração da Carta Magna – que já vimos no Manual de Constitucional -, que não se
encaixa na dinâmica exigida na órbita penal. Porém, destaca-se que a CF estabelece mandados constitucionais de criminalização – art
5º, XLII da CF – prevendo patamares mínimos que devem orientar o Direito Penal.
“Como assim prof.?” Decisões que tem eficácia perante sujeitos alheios ao processo e efeito vincu-
lante?
O art. 103-A da Constituição Federal dispõe que o STF pode, de ofício ou mediante provocação, por meio de decisão proferida por
2/3 dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar Súmula que, a partir de sua publicação na im-
prensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do PODER JUDICIÁRIO e à ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA
E INDIRETA, nas esferas federal, estadual e municipal. Portanto, a Administração Pública e o Poder Judiciário devem seguir o
entendimento exarado por meio da súmula vinculante.
FICA A DICA
A Lei em sentido estrito é o único instrumento capaz de criminalizar uma conduta e determinar penas.
17
b) Fonte Formal Mediata: são fontes formais mediatas a doutrina, os costumes e os princípios gerais do
direito. A doutrina representa o conjunto de teses e estudos acerca do Direito que influenciam a elaboração das
leis, trata-se de uma fonte secundária. Os costumes, por sua vez, referem-se ao conjunto de regras não escritas
adotadas pela sociedade, entendido como fonte secundária indireta. Os Princípios Gerais do Direito representam
o conjunto de normas não escritas que são a base do direito, sem previsão expressa no ordenamento jurídico.
NOVATIO LEGIS IN PEJUS Lei nova que prejudica o réu será válida
para casos dali para frente.
TEMPUS REGIT Nova lei prejudicial
ACTUM Lei nova que beneficia a situação do réu retroage
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
para atingir as situações anteriores
Nova lei benéfica
Quando determinado delito deixa de ser tipificado como
ABOLITIO CRIMINIS
crime, todos que respondiam por ele serão absolvidos e
Todo fato é submetido
Abolição do Crime terão quaisquer consequências oriundas desta condenação
à lei que vigora no
totalmente apagadas.
momento da sua
realização
CRIME CRIME
03/08/2012 01/02/2014 09/03/2014
LEI NOVA
Exemplo: Felipe matou o seu RÉU A RÉU B
irmão no dia 25/05/2018.
Todos os atos processuais
serão regidos com base na Essa lei nova prejudica o réu A, logo,
lei que vigora nesta data. não retroagirá. Porém será aplicada ao réu B.
Apesar da lei ter entrado em vigor APÓS o crime ter sido cometido,
por beneficiar o réu A, retroagirá.
A lei processual penal tem aplicação imediata.
Art. 5º, XL/CF - § 2º do CP.
“A lei penal não retroagirá, salvo quando para beneficiar o réu.”
18
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?” Anistia e Abolitio criminis
Na Abolitio Criminis, o Poder Público abdica do poder de punir determinado indivíduo pela prática de ato criminoso, sendo, portanto,
uma exceção à impessoalidade da Lei Penal, uma vez que é dirigida a fatos passados e a indivíduo específico ou grupo de indivíduos
específico. A abolitio criminis recai sobre a lei, suprimindo a figura criminosa.Ex: no dia 14 de julho de 2000, foi publicada a lei 9.983,
com vacatio legis de 90 (noventa) dias, prescrevendo em seu artigo 3º a revogação dos crimes previstos no artigo 95 da lei 8.212, de
24 de Julho de 1991, ocorrendo a abolitio criminis das referidas infrações penais.
A anistia, por sua vez, esquece o fato, mas em abstrato a lei penal é mantida, permanecendo criminoso o conteúdo do fato. Trata-se de
renúncia do Estado ao exercício de seu poder repressivo, atinge todos os efeitos penais decorrentes da prática do crime, referindo-se
a fatos e não a pessoas. Aplica-se a atos passados, post factum, com efeito ex tunc, fazendo desaparecer o crime e extinguindo os
efeitos da sentença. Geralmente, a anistia é motivada por questões de ordem política. É aplicada, principalmente, aos crimes políticos,
militares e eleitorais, nada impedindo que seja aplicada a qualquer outra infração penal.
“Dilma critica anistia a PMs que cometeram crimes na Bahia
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que é contra a anistia de policiais militares que praticaram crimes durante a
greve na Bahia” (Folha de São Paulo – 09/02/12).
b) Normas penais permissivas: são aquelas que afastam a ilicitude ou a culpabilidade de uma conduta
típica (QUESTÃO 5). Ex: excludentes de culpabilidade.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Excludentes de Culpabilidade As normas penais permissivas podem ser justificantes
(afastam a ilicitude da conduta do agente, por exemplo: arts. 23, 24 e 25 do CP) ou
exculpantes (eliminam a culpabilidade, isentando o agente de pena, por exemplo: art.
26 “caput” e 28 do CP).
Ex 1: Ana, quando tinha apenas 8 anos, matou Maria, sua amiguinha de escola (quem
tem uma amiga dessas, não precisa de inimiga. Não é mesmo?). Apesar de “matar
alguém” ser fato típico e a conduta de Ana ter sido ilícita, ela não poderá ser respon-
sabilizada pelo crime, pois, à época do fato, ela era inimputável – criança de 8 anos
(QUESTÃO 6).
Ex 2: João, em situação degradante, prestes a morrer de fome, furta a carteira de Maria para se alimentar. Nesse caso, embora sub-
trair coisa alheia móvel seja fato típico, a conduta de João não será entendida como ilícita, pois João agiu em estado de necessidade.
c) Normas penais complementares: são aquelas que complementam outras normas, limitando sua
aplicação.
TRADUÇÃO JURÍDICA
19
d) Normas penais explicativas: explicam o significado necessário para a interpretação de outra norma.
TRADUÇÃO JURÍDICA
e) Normas penais de extensão ou integrativas: as referidas normas garantem a tipicidade de determinados fa-
tos. Ocorre quando o comportamento do agente inicialmente não se amolda por inteiro a descrição do tipo legal,
havendo a necessidade de outro dispositivo para o seu correto enquadramento (QUESTÃO 8);
TRADUÇÃO JURÍDICA
b) Interpretação jurisprudencial: é aquela realizada pelos juízes e tribunais no momento da aplicação das
normas no caso concreto;
c) Interpretação doutrinária: interpretação realizada pelos teóricos e estudiosos do direito.
A interpretação quanto ao modo se divide em: gramatical (literal ou sintática), lógica, teleológica, sistemática e
histórica.
20
a) Interpretação gramatical ou literal: trata-se de uma leitura do texto visando captar o seu conteúdo e sentido
da linguagem/palavras;
b) Interpretação lógica: busca explicar a norma através do sentido lógico/intrinseco do texto, por meio do mé-
todo dedutivo;
c) Interpretação teleológica: é aquela que busca investigar os fins a que a lei se destina, ou seja, ao se inter-
pretar um dispositivo legal deve-se compreender a vontade da lei (QUESTÕES 13, 14, 15);
FICA A DICA
A partir da leitura da exposição de motivos do Código Penal é possível compreender quais eram as motivações do legislador ao
elaborar determinadas regras. Desse modo, ao ler tais regras é possível compreender qual era o objetivo, a vontade do legislador e
como ele desejava que a norma fosse empregada.
d) Interpretação sistemática: a interpretação sistemática considera que a norma não pode ser analisada de
forma isolada, pois o ordenamento jurídico existe como sistema, de forma ordenada;
e) Interpretação histórica: é aquela na qual o intérprete deverá adp-
QUESTÃO FAPEMS tar o texto legal às novas condições sociais existentes, bem como
A interpretação teleológica busca alcançar a fina- deve-se observar as mudanças evolutivas que ocorreram ao longo da
lidade da lei, aquilo que ela se destina a regular. história.
Correto Por fim, a interpretação quanto aos resultados pode ser declarativa,
restritiva ou extensiva.
a) Interpretação declarativa: a interpretação declarativa estará presente quando a norma penal possui com-
pleta equivalência ao texto legal, ou seja, na interpretação declarativa, a letra da lei está em harmonia com a
vontade do legislador. Nesse caso, cabe ao intérprete verificar a exata equivalência entre os sentidos.
b) Interpretação restritiva: trata-se da interpretação que tem o objetivo de restringir o texto legal que foge aos
limites desejados pelo legislador (o alcance do texto legal deve ser reduzido).
TRADUÇÃO JURÍDICA
c) Interpretação extensiva: a mencionada interpretação ocorrerá quando a norma legal encontra-se aquém da
intenção do legislador. Nessa hipótese, a interpretação irá ampliar a aplicação da lei – o alcance das palavras
inseridas no texto legal deve ser ampliado (QUESTÕES 16, 17).
TRADUÇÃO JURÍDICA
21
TRADUÇÃO JURÍDICA
A analogia, por sua vez, não é forma de interpretação, mas sim de integração, tendo o sentido de suprir as la-
cunas que a lei acaba deixando. Para que seja realizada a analogia, parte-se do pressuposto de que não existe
uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual é preciso socorrer-se da previsão legal empregada a
uma situação similar. Faz-se mister ressaltar que a analogia só poderá ser aplicada em benefício do réu – ana-
logia em bonam partem – quando existir uma efetiva lacuna a ser preenchida.
FICA A DICA
Parte da doutrina entende a analogia como forma de interpretação da lei penal, mas há aqueles que entendem que ela é, na verdade,
um método de integração da lei penal.
QUADRO-RESUMO
Trata-se do ramo do Direito Público que tem por objetivo tutelar os bens jurídicos
indispensáveis à harmonia social, através de normas penais sancionadoras. Desse
modo, o Direito Penal disciplina o direito do Estado de punir o responsável pela práti-
Conceito de Direito
ca de uma infração penal. Para tanto, essa área do Direito define as infrações penais,
Penal
ou seja, aquelas condutas tipificadas pela legislação como ilícitas e reprovadas pela
sociedade, bem como estabelece as respectivas sanções que serão aplicadas ao
infrator.
22
Flashcards
O que significa direito penal subjetivo e como ele pode ser dividido?
23
Flashcards
Direito Penal do Autor: a sanção penal visa punir a pessoa do criminoso, analisando toda a sua vida pre-
gressa, e punindo-o em decorrência da sua personalidade, histórico e condições pessoais.
Direito Penal do Inimigo: Segundo Gunther Jakobs, certas pessoas, por serem inimigas da sociedade (ou
do Estado), não detém todas as proteções penais e processuais penais que são dadas aos demais indiví-
duos.Nesse sentido, o autor propõe a distinção entre um Direito Penal do cidadão, que se caracteriza pela
manutenção da vigência da norma, e um direito penal para inimigos, orientado para o combate a perigos e
que permite que qualquer meio disponível seja utilizado para punir esses inimigos (o inimigo não é um sujeito
de direito). No direito penal do inimigo as penas previstas são desproporcionalmente altas e as garantias
processuais são relativizadas ou suprimidas.
Imediata: a função imediata do direito penal resume-se à proteção dos bens jurídicos. Cabe salientar que o
Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais importantes da sociedade, como por exemplo, a vida.
Direito Penal Objetivo X Direito Penal Subjetivo: o primeiro se refere as próprias normas penais e, este
último, ao direito de punir (jus puniendi) do Estado.
O Direito Penal Subjetivo pode ser dividido em:
b.1) Direito Penal Subjetivo Positivo: refere-se à capacidade atribuída ao Estado de produzir normas pe-
nais e impor suas normas penais;
b.2) Direito Penal Subjetivo Negativo: é a capacidade do Direito Penal de limitar o poder do próprio Estado
quanto à aplicação das normas penais por ele mesmo produzidas, visando evitar o abuso de autoridade à
luz dos direitos individuais consagrados na Constituição Federal.
São fontes imediatas do direito penal: Leis em Sentido Estrito (stricto sensu); Leis em Sentido Amplo
(lato sensu); Constituição Federal de 1988; Tratados Internacionais de Direitos Humanos; Jurisprudência;
Princípios e Atos Administrativos.
24
1. Introdução ao Direito Penal
RESPONDE
FRASES PODEROSAS A % DAS QUESTÕES
DE PROVA
Interpretação teleológica: interpretação realizada por meio da análise acerca dos fins a
que a lei se destina, ou seja, ao se interpretar um dispositivo legal deve-se compreender
a vontade da lei.
TOTAL 45%
25