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Rio de Janeiro
2016
Jean Ferreira Soares
Rio de Janeiro
2016
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
SISTEMA DE BIBLIOTECAS
Rua Ibituruna, 108 – Maracanã
20271-020 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2574-8888
FICHA CATALOGRÁFICA
Digitado (original).
Monografia (Graduação) – Universidade Veiga de Almeida, Curso
de Graduação em Engenharia Civil, Rio de Janeiro, 2016.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Maria José Lopes de Araujo Saroldi – Universidade Veiga de Almeida
Mestre Engenharia Ambiental
___________________________________________________________
Carlos Eduardo Soares Canejo P. da Cunha – Universidade Veiga de Almeida
Doutorando em Engenharia Ambiental
___________________________________________________________
Maria Palmira Soares de Mesquita – Universidade Veiga de Almeida
Coordenadora do Curso de Engenharia Civil
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
Lately it identifies the high degree of destruction of the Planet from the
observation of species that were abundant and today are seen as rare and are
probably entering the list of endangered species. Not by might, nor by power, but by
wisdom and an awakening, society has been led to live in a different way, trying more
to preserve the environment you live in, ensuring it not only for yourself, but for others
that one day also will enjoy this place. With methods, standards, incentives and
benefits, sustainability has permeated every man practice areas, however focusing on
construction, has been seen a breakthrough of new attempts to reverse negative
environmental impacts and generate benefits, making input what was once seen only
as garbage. There is a clear concern that permeates the world of construction through,
the implementation of sustainable construction techniques and management of their
waste inside the construction site aiming to allocate smaller quantity of solid waste
from construction to boot off and landfills.
vii
SUMÁRIO
ix
LISTA DE QUADROS
x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
xi
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1 INTRODUÇÃO
alcançada, não só, em meio aos protetores do meio ambiente, mas também da
sociedade. Blumenschein (2004) descreve que
[...] o gerenciamento de resíduos sólidos permite a minimização dos
impactos causados, à montante, na exploração de matérias-primas
como areia e cascalho e à jusante, evita a poluição de solos e de
lençóis freáticos, o esgotamento de áreas de aterros, danos à saúde
pública e gastos públicos desnecessários.
Mas é possível ver que quanto mais o tempo passa, mais empresas tenha o
desejo introduzir essas diretrizes aos seus próprios valores, fazendo da
sustentabilidade prioridade e base de tudo o que forem realizar. Segundo Valente
(2009) a sustentabilidade tem se tornado diferencial de mercado conforme transcrito
a seguir.
[...] é importante não apenas construir sustentavelmente, mas também
comprovar que a obra de fato segue tais pressupostos, principalmente
após a ocupação dos usuários. Trata-se de uma garantia para o
cliente, para o mercado e uma maneira de se propagar com
credibilidade, associando a publicidade com as novas construções.
Segundo Braga et al. (2005, p. 4), “recurso natural é qualquer insumo de que
os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam para sua manutenção”.
Em vista disso, vê-se um crescimento muito alto da utilização destes recursos, devida
a grande demanda tanto do mercado tecnológico, quanto da construção civil ou
qualquer outro. E, portanto, com esta pesquisa, do que pode ser utilizado hoje para
melhorar a produção, tem aumentado a gama de recursos que antes não tinha
perspectiva de serem aproveitados.
Diferente do pensamento das gerações anteriores os recursos naturais são
finitos e a maioria deles não renováveis, logo, se usados de forma não sustentável,
não estarão disponíveis para as futuras gerações, além disso poder causar danos
irreparáveis à natureza, mesmo em se tratando de recursos utilizados para satisfazer
as necessidades básicas da população, como alimentos, transporte e habitação
(MONTES, 2005).
A partir do fim da 2ª Guerra Mundial, a ideia de desenvolvimento econômico
começou a se intensificar, fazendo com que houvesse uma potencialização do uso de
recursos naturais, sem a preocupação com o meio ambiente, ocasionando uma
degradação ecológica. Então, em 1969, um grupo de cientistas começou a criticar
este modelo, resultando em um manifesto, promovendo um debate sobre a questão
ambiental, enfatizando a sobrevivência humana em risco.
Tal debate ganhou relevância, e tal sistema adotado começou a quebrar de
forma natural a partir de sua base. Devido à maximização dos recursos, fazendo com
que a demanda fosse maior por eles, os preços começaram a encarecer. Isso fez com
que onde havia desperdício, começasse a existir o aproveitamento máximo possível,
atenuando a degradação, dando lugar a racionalização dos recursos.
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bancos genéticos, seja por tamanho como por metro quadrado, e questiona o que
temos feito para proteger este grandioso patrimônio biológico.
A racionalização de uso dos recursos naturais só produzirá efetividade a partir
da difusão da educação ambiental, trazendo o entendimento àqueles que exploram e
utilizam esses recursos, bem como demonstrando as consequências que tais
atividades podem acarretar ao meio ambiente tanto com um olhar local, relacionado
somente aquela região, quanto com um olhar global, relacionado a todo o planeta.
Neste contexto, referencia-se - a Constituição Federal, no parágrafo 1º, art. 225, inciso
VI, que diz que está incumbido ao Poder Público “promover a educação ambiental em
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente”.
Ressalta-se que a norma ISO 14001 teve sua versão atualizada recentemente,
sendo publicada em setembro de 2015.
Esta norma pode ser adotada em qualquer organização que pretenda implantar
e elaborar um sistema de gestão ambiental, garanta-se em concordância com sua
política ambiental estabelecida, comprove concordância com esta Norma ao realizar
autoavaliação, ou buscar assertiva de sua concordância por parte dos clientes, ou
buscar assertiva de sua autoafirmação através de organização externa, ou procurar
certificação de seu sistema da gestão ambiental por organização externa, do qual será
falado mais a frente. O interessante do PDCA é que não possui um fim, mas torna-se
um ciclo, trazendo melhoria no processo toda vez que é terminado um ciclo e outro é
iniciado.
Dentro da família ISO 14000, encontra-se também a ISO 14040 – Avaliação do
Ciclo de Vida (ACV), que segundo definição da SETAC (Society for Environmental
Toxicology and Chemisty), em 1991 (apud MONTES, 2005, p. 57), é
A ACV é o método mais conhecido, porém mais utilizado nos países nórdicos,
portanto, destacam-se alguns outros métodos para análise de impactos ambientais
relacionados a produtos:
pegada ecológica – método que procura mensurar o impacto de uma
empresa, país, grupo ou indivíduo, através da analogia entre o utilização
de recursos e emissões do elemento analisado com a área
biologicamente disponível. Segundo Dias (2002), a pegada ecológica é
feita baseada nas fases:
o estima-se o consumo médio anual individual de determinados
itens de consumo, utilizando dados agregados locais, regionais
ou nacionais, dividindo-os pelo tamanho da população estudada;
o estima-se a área apropriada per capita para a produção de um
bem, ou para a absorção dos resíduos liberados;
o essa área é dividida pela população, obtendo-se a pegada
ecológica pessoal, ou seja, que área uma pessoa requer
anualmente para produzir um determinado item de consumo;
o finalmente, somam-se todos os itens, obtendo-se a pegada
ecológica.
reuso não potável para fins domésticos: são considerados aqui os casos
de reuso de água para a rega de jardins para descargas sanitárias e
utilização desse tipo de água em grandes edifícios
reuso para manutenção de vazões: a manutenção de vazões de cursos
de água promove a utilização planejada de efluentes tratados, visando a
uma adequada diluição de eventuais cargas poluidoras a eles carreadas,
incluindo-se fontes difusas, além de propiciar uma vazão mínima na
estiagem
aquicultura: consiste na produção de peixes e plantas aquáticas visando
a obtenção de alimentos e/ou energia, utilizando-se os nutrientes
presentes nos efluentes tratados
recarga de aquíferos subterrâneos: é a recarga dos aquíferos
subterrâneos com efluentes tratados, podendo se dar de forma direta,
pela injeção sob pressão, ou de forma indireta, utilizando-se águas
superficiais que tenham recebido descargas de efluentes tratados a
montante.
entanto, umas se renovam mais facilmente que outras, neste caso, a energia radiante
direta do Sol é a uma energia que se renova em escala humana.
Segundo o Portal Energia:
[...] 15% da energia emitida pelo sol que chega a terra é refletida de
volta para o espaço. Outros 30% são perdidos na evaporação da água
a qual sobe para a atmosfera produzindo chuva. A energia solar é
também absorvida pelas plantas, pela terra e oceanos. A energia
restante, para manter o equilíbrio energético do planeta, deve então
ser emitida sob a forma de radiação térmica.
Fotovoltaica
Baseia-se no princípio do efeito fotoelétrico, utilização dos fótons,
partícula contida na luz, para gerar energia elétrica. A geração de
energia depende da incidência de luz na região, não do calor;
Aquecimento solar
Baseia-se na captação do calor proveniente do sol, através de placas
coletoras, para aquecimento da água. Tendo esta como fins banhos,
piscinas ou processos industriais;
Usinas termo-solares
Utiliza-se o calor do sol para geração de eletricidade convencional.
Consiste em uma disposição de refletores direcionados para o
aquecimento da água e geração de vapor, que movimentam turbinas
capazes de gerar eletricidade.
Vantagens
A energia solar não polui durante seu uso;
As centrais necessitam de manutenção mínima;
Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que
seu custo vem decaindo;
A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois
sua instalação em pequena escala não obriga enormes investimentos
em linhas de transmissão;
Em países tropicais, a utilização da energia solar é viável em
praticamente todo o território e, em locais longe dos centros de produção
energética, sua utilização ajuda a diminuir a procura energética nestes e
consequentemente a perda de energia que ocorreria na transmissão.
Desvantagens
Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação
climatérica, além de que durante a noite não existe produção alguma, o
que obriga a que existam meios de armazenamento da energia
produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam
ligados à rede de transmissão de energia;
Locais em latitudes médias e altas sofrem quedas bruscas de produção
durante os meses de Inverno devido à menor disponibilidade diária de
energia solar. Locais com frequente cobertura de nuvens tendem a ter
variações diárias de produção de acordo com o grau de nebulosidade;
As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes
quando comparadas, por exemplo, aos combustíveis fósseis e a energia
hidroelétrica;
Os painéis solares têm um rendimento de apenas 25%, apesar deste
valor ter vindo a aumentar ao longo dos anos.
Acima foram citadas algumas disposições que podem ter os resíduos sólidos,
porém aqui trataremos do reaproveitamento deles. Nota-se que há no Japão e em
alguns outros países, logicamente, a cultura do reaproveitamento dos resíduos
sólidos, popularmente denominado entulho, em meio ao processo construtivo
atestando a viabilidade técnica e econômica. Em contrapartida, o Brasil tem iniciado
esta cultura, mas ainda é mínima, restringindo o reaproveitamento à aterros e, em
menor índice, à conservação de estradas.
Os benefícios provenientes do reaproveitamento, analisado segundo Correa
(2009), Rezende (2012) e Jesus (2014) podem ser notados a seguir, por categorias:
Ambiental
o Diminuição da deposição em locais impróprios;
o Minimização da necessidade de extração de matéria-prima em
jazidas;
o Redução da necessidade de destinação de áreas públicas para a
deposição dos resíduos;
o Redução de emissão de CO2, proveniente do transporte dos
resíduos por caminhões;
Econômico
o Economia de US$ 7,50/m³ de entulho na substituição da
deposição irregular do entulho pela sua reciclagem;
o 80% de economia na produção de agregados, com base no
entulho;
o 70% de economia na fabricação, com relação a similares com
matéria-prima não reciclada;
o A reciclagem de entulho torna mais baratas as atividades de
construção;
o Vantagem na competitividade com outras empresas;
1
Apesar desta hierarquia ser aprovada sem questionamentos, é importante ressaltar que a decisão com relação
à reciclagem e incineração depende de quantidade de resíduos gerada, custos de beneficiamento; o que requer
estudos de viabilidade econômica da combinação das formas de disposição (BLUMENSCHEIN, 2004).
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Social
o Bons resultados no emprego de material reciclado em programas
de habitação popular, além de trazer redução dos custos de
produção da infraestrutura das unidades;
o Diminui o risco de acidentes na obra, além de custos com
eventuais acidentes;
o Melhora na imagem da empresa;
o Melhor relacionamento com órgãos ambientais, imprensa e
população em geral.
O correto nos dias de hoje seria repensar no planejamento para evitar o grande
volume de geração de resíduos, como diz Bumenschein (2004) que “a falta de
qualidade nos processos construtivos exacerba a geração de resíduos”. No entanto
se há tanto volume a ser disposto, deve-se ser repensado em como utilizá-lo a fim de
reduzir impactos. Há tantas formas de dispor, porém a grande questão é saber fazer
pensando grande, em tudo e em todos.
2.3.4.1 Reduzir
2.3.4.2 Reutilizar
2.3.4.3 Reciclar
Destaca-se nesta resolução o art. 5º, nova redação dada pela Resolução nº
448/2012, que estabelece que “é instrumento para a implementação da gestão dos
resíduos da construção civil o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção
Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em consonância com o
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos”, descrevendo no art. 6º o
que é preciso constar neste plano municipal. Logo, muitos municípios precisaram se
movimentar para implementar seus planos de gestão de resíduos.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil contempla as
seguintes etapas:
PLANEJAMENTO:
É muito importante esta fase, pois qualquer erro pode acarretar em falta
de produto ou desperdício de produto. Então deve haver análise
detalhada do projeto, especificação correta dos produtos, exatidão das
cotas, fazendo com que assim haja menor geração de RCC (resíduos
da construção civil).
Os itens onde deve-se ter maior atenção antes da obra com relação a
mitigação da geração de resíduos, segundo Lima; Lima (2012) são:
- Compatibilidade entre os vários projetos;
- Exatidão em relação a cotas, níveis e alturas;
- Especificação inexata ou falta de especificação de materiais e
componentes;
- Falta ou detalhamento inadequado dos projetos.
CARACTERIZAÇÃO:
Através desta fase são analisados, previamente, os resíduos que podem
ser gerados, conforme quadro 1, fazendo assim a caracterização de
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cada um para desde já realizar o destino de cada um, seja para reutilizar
ou reciclar ou jogar em bota-fora, ou até mesmo reduzir.
LIMPEZA DO Solos
TERRENO Rochas, vegetação, galhos
TRIAGEM / SEGREGAÇÃO:
A segregação já é realizada no próprio local onde são originados estes
resíduos, fazendo a distinção deles, juntando cada um segundo sua
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ACONDICIONAMENTO:
Após a triagem, e ao fim do dia de trabalho, os resíduos devem ser
acondicionados, ou seja, dispostos, arrumados, acomodados em
recipientes distribuídos de forma estratégica. Estes recipientes podem
ser bombonas, bags, baias e caçambas estacionárias, que deverão estar
identificadas informando o tipo de resíduo a ser disposto.
Figura 2: Bombona
Fonte: Comércio de Ferro
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Figura 3: Bag
Fonte: Alibaba
Figura 4: Baias
Fonte: Construção Dinâmica na TV
Figura 5: Caçamba
Fonte: MECALUX Logismarket
I) EDIFICAÇÕES com área total construída (ATC) igual ou maior que 10.000
m²;
II) EMPREENDIMENTOS OU OBRAS QUE REQUEIRAM MOVIMENTO DE
TERRA com volume superior a 5.000 m³;
III) DEMOLIÇÃO DE EDIFICAÇÕES com área total construída (ATC) igual ou
maior que 10.000 m2 ou volume superior a 5.000 m³.
Este PGRCC deve ser apresentado em 2 vias para visto da SMAC, devendo a
via do PGRCC visada, disponibilizada ao requerente, e a licença ambiental
permanecerem na obra à disposição da fiscalização, conforme parágrafo 1º. A
memória de cálculo dos produtos a serem gerados estará integrada ao PGRCC, de
acordo com parágrafo 2º. E no parágrafo 3º é descrito que “as obras não enquadradas
nesta Resolução não estão isentas do adequado gerenciamento de seus RCC, desde
a geração até a destinação final, mantendo os comprovantes de destinação à
disposição da fiscalização”.
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Conforme art. 3º, o PGRCC deverá ser assinado pelo profissional responsável
pela execução da obra ou por outro profissional devidamente habilitado com a
respectiva anotação de responsabilidade técnica (ART) do conselho profissional
correspondente. O PGRCC será apresentado de acordo com o roteiro do ANEXO I da
resolução, segundo parágrafo 1º.
No art. 5º é determinado que a outorga do Parecer de Baixa de Restrições da
Licença Municipal de Instalação – LMI pela SMAC ficará condicionada à apresentação
do Relatório de Implantação e Acompanhamento – RIA relacionado ao gerenciamento
dos RCC, por onde será comprovada a destinação correspondente dos resíduos
gerados em todas as etapas da obra. Dispondo em seu parágrafo único “a
comprovação das informações prestadas no RIA dar-se-á das seguintes formas”:
4 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
há a vantagem dos consumidores, porque as pessoas não só têm buscado viver uma
vida mais saudável, comendo alimentos saudáveis, mas também têm buscado viver
em um planeta saudável, logicamente, buscarão edificações corretas que não agridam
ao meio ambiente, sendo construídos por pessoas que pensem grande.
De acordo com dados do WRI (World Resources Institute), existem por volta de
340 certificações, os quais alcançam 42 países no mundo. A seguir foram destacadas
algumas certificações nacionais e internacionais:
Para obter cada uma destas certificações devem ser obedecidos alguns
critérios, onde estão baseados indicadores de desempenho. Tais requisitos, conforme
Leite (2011) relata, “são relacionados aos aspectos construtivos, climáticos e
ambientais levando em conta não somente a edificação em si, mas também o seu
entorno e a relação com a cidade e ambiente global”. Alguns pontos em comum entre
os métodos de avaliação, como é relatado em um artigo da Téchne avaliação
ambiental, são:
Para muitos é algo atual juntar esporte e cultura com sustentabilidade, porém
isso tudo começou em 1994, no Congresso Olímpico Centesimal, onde o Comitê
Olímpico Internacional – COI criou um novo pilar aos Jogos Olímpicos, estabelecendo
também a Comissão de Esporte e Meio Ambiente, determinando que os Jogos
deveriam ser realizados de modo a estimular a consciência ambiental e o
desenvolvimento sustentável, segundo site Mundo Sustentável. Em 1999, foi adotado
pelo COI a própria versão da Agenda 21 das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável, sendo chamada de Esporte para Desenvolvimento Sustentável,
conforme declara o Relatório de Sustentabilidade Rio 2016. Nesta agenda consta
como objetivos, da versão nela inserida, dos Jogos Olímpicos:
Melhorar as condições socioeconômicas das comunidades-sede;
Melhorar as práticas dos Jogos em relação à conservação ambiental;
Reforçar a inclusão de mulheres, jovens e povos indígenas nos Jogos.
Desde então exigências têm caído sobre as obras de jogos mundiais, que
através de um marketing social, tornam-se incentivadores e referenciais de que é
possível trazer a sustentabilidade tanto para algo simples assim como para algo
complexo.
Muitos acreditam ter começado a adotar tais exigências nas Olimpíadas de
Sydney 2000, porém antes disso já tinha começado, nas Olimpíadas de Lillehammer,
em 1994 na Noruega, primeiros a adora a designação “Jogos Verdes”. A partir de
então foi constatada a necessidade de redução dos impactos gerados e elaboração
de diretrizes. Depois, outros não só abraçaram esta ideia e continuaram, com mais
rigor e dedicação, o que havia sido começado, como por exemplo, Jogos Olímpicos
de Torino 2006, Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Jogos Olímpicos de Vancouver
2010, Jogos Olímpicos de Londres 2012, Jogos Olímpicos de Sochi 2014, além das
Copas do Mundo, como referência daqui a Copa do Mundo Brasil 2014.
A ideologia iniciada na Copa do Mundo 2014 evoluiu e hoje é possível ver o
fruto disto nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016. A prefeitura
do Rio não só introduziu a sustentabilidade às obras dos jogos oficiais, como teve de
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Como exemplo dessa gestão de resíduos, temos o bairro Ilha Pura, localizado
próximo à Barra da Tijuca, um bairro planejado com modernas tendências urbanísticas
e condomínios de alto padrão, tornando-se a “Vila dos Atletas”, onde serão recebidas
18 mil pessoas (atletas, paratletas e comissão técnica) durante os Jogos Rio 2016™,
além de ser um grande divisor de águas para o movimento nacional de construção
sustentável, tendo como um dos principais pilares de desenvolvimento, a
sustentabilidade, implantada desde a instalação do canteiro até o final da construção.
Possui como as principais vertentes, segundo Coelho; Spignardi (2016),
redução dos gases de efeito estufa;
eficiência no uso da água;
eficiência energética;
gerenciamento de resíduos;
meio ambiente e sociedade;
mobilidade.
Essa estratégia fez com que 100% dos resíduos classe A (restos de concreto
e argamassa), gerados na infraestrutura e estrutura, fossem reutilizados no próprio
canteiro de obras, conforme apresentado nas figuras 11 a 13. O volume total de
resíduo beneficiado chegou a 26.000 m³, até 2014.
Para que seja possível essa gestão de resíduos, é necessário ter como
estratégia principal a coleta seletiva, mas para que isso também seja possível é
necessário conscientizar os funcionários por meio de treinamento demonstrado na
figura 14. E essa iniciativa, além de minimizar o volume de resíduos destinados aos
aterros e conscientizar os integrantes, gerou empregos em cooperativas.
Segundo o próprio Ilha Pura, havia como meta que cerca de 80% de todo
resíduo produzido durante a fase de fundação, ao invés de ser descartado, seria
reutilizado na própria obra, porém essa meta foi superada para 85%. “São materiais
nobres que são resíduos coletados de cada edifício, de cada condomínio, eles são
acomodados, estocado e eles são aplicados em aterros e reforços. E não compromete
nada em relação à qualidade da obra”, afirma Frederico Barbosa, encarregado de
resíduos, segundo reportagem à TV Brasil (2015).
O reaproveitamento das madeiras no canteiro de obras possibilitou a
diminuição da exploração dos recursos naturais, economia da compra de madeira e
conscientização da compra sustentável. Neste último caso, o Ilha Pura decidiu realizar
compras somente de madeiras com certificação FSC ou CERFLOR.
Para redução do número de transporte de resíduos não-recicláveis para
destinação adequada, o Ilha Pura optou pela caçamba compactadora, possibilitando
a redução do volume que seria feito em quatro viagens para apenas uma.
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Através desta reciclagem de resíduos das fundações dos prédios, na vila dos
atletas, foram evitadas 30 mil viagens de caminhões, cheios de entulho, pelas ruas e
avenidas da Barra da Tijuca, gerando assim menos transtornos para os moradores.
Foram evitadas mais viagens de caminhões ao produzirem internamente 90% do
concreto utilizado dentro da obra, podendo então totalizar uma redução da emissão
de mais de 50 mil toneladas de CO2. De acordo com Maurício Cruz, diretor do
consórcio Ilha Pura, uma vez que não é transportado material para fora e não é
necessário transportar material de fora para dentro da obra, é gerada uma economia
na logística que acaba viabilizando a reciclagem na obra. Economia referente à
sustentabilidade em evitar problemas de transtornos à sociedade.
Outra vantagem da reutilização dos resíduos sólidos da construção civil, além
de evitar o desperdício e evitar o descarte desnecessário do material, ajuda na
economia da compra de novos materiais. Como exemplo, temos o reaproveitamento
das sobras de concreto na produção de pré-moldados úteis à obra (vergas,
contravergas e new jersey).
De todo o solo que foi escavado e armazenado, mais de 400.000 m³, 95% foi
reaproveitado no próprio aterro do projeto.
Até março de 2015, mais de 85% dos resíduos gerados, foram desviados de
aterros, ultrapassando a meta inicial de 80%.
Como legado do empreendimento serão implementados:
coleta seletiva nos depósitos de resíduos temporários localizado nos
pavimentos tipo;
área para resíduos perigosos nos depósitos finais localizados no
subsolo;
área destinada à caçamba para eventuais reformas;
bancada para segregação de resíduos nos depósitos finais localizados
no subsolo.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p/eixos-tematicos/uso-
racional-do-recursos>. Acesso em: 16 abr. 2016.
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/102250?show=full
Mundo Sustentável. A lição da Olimpíada de Sidney. Disponível em:
<http://www.mundosustentavel.com.br/2003/07/a-licao-da-olimpiada-de-sidney/>.
Acesso em: 31 mai. 2016.
REZENDE, C., FARIAS, M., SILVA, R., 2012, “Produção Mais Limpa, Redução e o
Reaproveitamento dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD)”. Congresso
Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, Palmas.
http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/1863/2122
ROSSATO, Renato. A reutilização da água para o desenvolvimento da sociedade.
Disponível em: <http://www.revistatae.com.br/noticiaInt.asp?id=8428&genero=4>.
Acesso em: 18 mai. 2016.
TERA. Obra sustentável: saiba mais sobre a reciclagem dos resíduos da construção
civil. Disponível em: < http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/obra-
sustentavel-saiba-mais-sobre-a-reciclagem-dos-residuos-da-construcao-civil>.
Acesso em: 11 jun. 2016.
TV Brasil. Consórcio que faz obras para Olimpíadas de 2016 adota forma de reutilizar
resíduos. Disponível em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterrio/episodio/consorcio-
que-faz-obras-para-olimpiadas-de-2016-adota-forma-de-reutilizar>. Acesso em: 19
out. 2015.