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História
o Professor
Livro d
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
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ro do Professor
Liv
História
Concepção de Ensino
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micro-história, entre tantas outras. Embora cada uma delas siga certo tema e tenha fontes e referenciais
teóricos próprios, todas leem determinadas realidades e as conferem significados distintos, de modo a
dar sentido a um argumento ou grupo específico em busca de uma legitimação ou, até mesmo, de uma
identidade. Obviamente, cada argumento precisa ser corroborado por um conjunto de fontes confiáveis
e passar pela aprovação dos meios acadêmicos para então ser visto como correto, honesto.
Essa grande quantidade de discursos e significados é capaz de mostrar pontos de vista e argumentos
não consoantes com o discurso dominante ou senso comum. Também podem causar reflexões e dispu-
tas, além de fazer com que pessoas questionem sua própria condição. Até por essa especificidade, de
tantos discursos e significados, a História “está fadada a ser um constructo pessoal, uma manifestação
da perspectiva do historiador como ‘narrador’”. (JENKINS, 2007, p. 32).
Se a História é construída, academicamente, por determinados grupos cujos referenciais teóricos e
metodológicos são escolhidos e estabelecidos de acordo com a empatia do historiador, em um material
didático, ela deve ser contada de modo a oferecer distintos pontos de vista e incitar o questionamento
e a reflexão sobre o passado e o presente. Não é suficiente apresentar ao aluno apenas uma série de
informações, fontes e discussões, como se a verdade se limitasse a um ponto de vista. É indispensável
que o aluno perceba a quantidade de argumentos existentes em cada uma das fontes e possa, na medida
do possível, lidar com eles e desenvolver sua própria visão de mundo.
De acordo com Hannah Arendt, “a essência da educação é a natalidade”, em uma referência ao
nascimento das crianças para o mundo adulto por meio da escola. Segundo a autora, “pertence à própria
natureza da condição humana o fato de que cada geração se transforma em um mundo antigo, de tal
modo que prepara uma nova geração para um mundo novo” (2007, p. 225-226). Então, se as crianças
começam a ver, sentir e ler o mundo, por princípio, esse mundo já é velho para elas, pois tudo o que
aconteceu e estudam ocorreu antes de terem nascido. No caso do ensino da História, quase tudo o que
se estuda aconteceu muito antes do nascimento dos alunos. Daí a necessidade de apresentar o “mundo
antigo” para eles, suas particularidades e sua lógica, colaborando com sua formação intelectual.
Por ser um espaço de convivência, o âmbito escolar também é um espaço de conflito – conflito no sentido
de contraposição de ideias e valores – e questionamento da realidade. E esse conflito é de interesse do estudo
da História. Ora, se foi falado em diversos pontos de vista, legitimação de saberes, o que poderia ser mais
interessante do que dialogar com inúmeros valores, diferentemente do que, por vezes, ocorre em sala de aula?
A própria diversidade dos alunos pode ser vista como um ponto de partida para debates e reflexões históricas.
O estudo da História possibilita o desenvolvimento de argumentações e novas ideias, lembrando que
esse processo deve ser muito bem pensado. Combate-se a história fundamentada apenas em nomes, fatos
e datas. Propõe-se, cada vez mais, a inter-relação entre os acontecimentos, as relações de dependência
e ligação entre as pessoas, a identificação de todos os sujeitos que teceram a trama histórica, a força
da religiosidade e da tradição. Assim, desenvolve-se uma visão mais completa, que responde à primeira
necessidade da ciência histórica: compreender. De nada adianta, para o professor ou para os alunos,
apenas saber fatos. É necessário ir muito além deles – ligá-los, interpretá-los, questioná-los, debatê-los,
revisitá-los, confrontá-los. Enfim, para que a realidade passada ou presente ganhe significado, sentido,
é preciso ver o todo e dialogar com várias correntes de pensamento e outras ciências.
O estudo da História cria ainda a possibilidade da desconstrução do senso comum e, por conseguinte,
de uma verdade coerente com as fontes, as ideias e os pensamentos de cada tempo. Também tem como
objetivo estimular o questionamento da realidade e os discursos postos como verdadeiros e imodificáveis,
por meio da reflexão e da criticidade desenvolvidas ao longo da formação de cada sujeito.
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aconteceu uma reelaboração do que se entendia por fonte histórica, partindo-se para o uso de relatos orais,
filmes, diários, retratos, pinturas, enfim, novos instrumentos para questionar, analisar e problematizar o passado.
A Nova História Cultural se vale de Ciências, como a Antropologia, a Geografia, a Sociologia, a
Arqueologia e muitas outras para auxiliar no estudo da História, respeitando uma tendência ao diálogo
com outros ramos do conhecimento, ponto essencial no ensino atual.
Ao se pensar em uma coleção para o Ensino Fundamental 2, é necessário oferecer aos alunos múltiplos
pontos de vista sobre os temas estudados e a realidade presente e, mais do que isso, oportunizar ao
aluno a percepção de si próprio como sujeito ativo do processo histórico. De acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, o Ensino Fundamental tem como objetivos, entre outros, permitir ao aluno:
KK Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e
deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e
repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
KK Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utili-
zando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
[...]
KK Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus
elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
[...]
KK Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir
conhecimentos;
KK Questionar a realidade, formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso
o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando
procedimentos e verificando sua adequação. (BRASIL,1997, p. 5).
Não parece novidade alguma a insistência do MEC quanto à formação de cidadãos críticos capazes de
estabelecer questionamentos da sua realidade. O posicionamento do Ministério é uma leitura da realidade
nacional e da respectiva necessidade de pessoas que pensem sobre seu meio e, principalmente, atuem
nele. Por meio do ensino da História, tem-se, então, a formação de cidadãos, sujeitos conscientes de seus
direitos, deveres e de suas possibilidades de modificação da realidade. Muito mais do que apenas constar na
grade curricular, a disciplina de História precisa fazer parte da formação intelectual e social dos indivíduos.
A referência à criatividade e às diferentes fontes de informação nos PCN também vai ao encontro
das tendências da sociedade atual. Além do conhecimento – como capacidade de leitura de contexto,
contraposição de ideias e possibilidade de absorver diferentes informações de meios distintos – sobre a
realidade em que se vive, a criatividade é essencial para a proposição de soluções para as atuais questões
sociais brasileiras. Pensar em novas soluções, novos argumentos e em uma nova atuação, sem dúvida
alguma, passa pelo desenvolvimento da criatividade do aluno e por habituá-lo a buscar informações nos
mais variados meios e suportes de veiculação. É papel da escola e da família capacitar os jovens para a
pesquisa e análise de informações coletivas.
Outra determinação do MEC é a abordagem sobre a questão étnica na sociedade brasileira.
Tradicionalmente, indígenas e africanos, por exemplo, são estudados de duas formas: indígenas, como
os primeiros formadores do povo brasileiro, juntamente com os portugueses, e os africanos como
escravizados. Ambos, marginalizados na sociedade brasileira. Pelos estudos históricos e sociológicos,
essa visão tem sido desconstruída há anos, mas é necessário que cheguem até a sala de aula os novos
pontos de vista e abordagens referentes aos temas que envolvem os indígenas e afrodescendentes.
Para garantir o debate sobre essas questões, houve a implementação do estudo da História e Cultura
da África e Afro-Brasileira no currículo da educação escolar brasileira, instituída por meio da Lei Federal
no. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e que ainda hoje parece estar sendo adaptada aos materiais didáticos.
Essa medida é necessária para introduzir o tema na escola e, de certa forma, forçar debates e reflexões
na sociedade. Entretanto, nem sempre a conjuntura é propícia para assimilar uma brusca mudança de
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O cenário que se apresenta é multifacetado, multicultural e plural. Temas
que até pouco tempo eram motivos de acaloradas discussões, hoje se
apresentam como novas referências para uma educação do presente e do
futuro. A perspectiva de uma educação democrática redefine o papel do
cidadão perante a sociedade, o estado e a educação; a ‘educação inclusiva’
fundada no discurso da Conferência Mundial da Organização das Nações
Unidas para tratamento das temáticas relacionadas aos portadores de ne-
cessidades educacionais especiais aponta para o ingresso e permanência de
novos sujeitos no espaço escolar; e, as novas teorias no campo da educação
apontam para a compreensão de uma realidade plural, multifacetada e
permeada por culturas diversas, constituindo-se num território multicul-
tural, e, neste cenário, a educação dos alunos negros e afro-brasileiros e o
tratamento das relações raciais que envolvem a presença destes alunos no
universo escolar passam a fazer parte da preocupação de educadores, pais,
movimento negro, governo, gestores e planejadores da educação, dentre
outros atores deste espaço. (2010, p. 2).
É nesse cenário tão fragmentado que o professor deve atuar e suscitar questões, não só pela
obrigatoriedade da lei, mas visando à formação intelectual e social dos alunos. Vale dizer que a lei
supracitada sofreu algumas alterações pela Lei Federal no. 11.645, de 10 de março de 2008, que
incluiu no Currículo Oficial da rede de ensino a temática História e Cultura Afro-brasileira e também
Indígena. Portanto, caminha-se para a construção de uma nova visão sobre a sociedade e, principal-
mente, de uma reflexão profunda sobre a identidade nacional brasileira, reestudando sujeitos e suas
relações no passado e no presente.
Objetivos gerais
Os assuntos e temas abordados são discutidos de acordo com diversos enfoques, apontando o
desenvolvimento de cada processo nas diferentes esferas da sociedade – cultural, econômica, políti-
ca, etc. A coleção permite o contato e a análise com vários campos do conhecimento – assim como
dialoga com diferentes ciências – e distintas abordagens historiográficas. Ao longo dos volumes são
trabalhados textos que buscam estabelecer relações com a produção historiográfica mais recente e
com os debates nos campos da Arqueologia, Geografia, Sociologia, entre outras ciências.
A coleção objetiva contribuir para o processo de formação não só intelectual, mas cultural e social
do aluno, mostrando a ele caminhos e pontos de vista possíveis a respeito do passado e do presente.
É objetivo também desenvolver a percepção do aluno quanto à sua realidade e à realidade his-
tórica, as quais são constituídas por meio de um conjunto de processos realizados em uma série de
esferas (cultural, política, econômica), que coexistem, são inseparáveis e influenciam-se diretamente
o tempo todo.
Mais do que aguçar a percepção e a capacidade de compreensão do aluno, este material objetiva
desenvolver a habilidade de se pensar a respeito de questões (que não são poucas) incessantemente
repercutidas pela mídia, pelos livros e pela própria História. Assim, deseja-se que o aluno questione
a própria realidade, valendo-se do entendimento de suas origens, de suas raízes, mesmo que essas
pareçam distantes.
Despertar a inquietação e o incômodo com questões sociais leva à construção de sujeitos pensantes,
de indivíduos capazes de observar e discutir seu mundo e pensamentos, de comparar, analisar e
entender os motivos que implicam dadas situações.
A aprendizagem da História é um dos meios para a reflexão e percepção de identidades, contribuindo
para a formação de pessoas capazes de ver, entender e modificar o que acontece à sua volta.
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Conteúdos privilegiados
A coleção privilegia determinados conteúdos entendidos como fundamentais para a formação intelectual do aluno
no que se refere à disciplina de História. Esses conteúdos são trabalhados tanto na operacionalização de conceitos e
fontes históricas quanto na capacitação para debates de questões vinculadas a acontecimentos e processos históricos.
Logicamente, todas as temáticas são relacionadas e não faria sentido pensar em uma habilidade única ou privilegiar
apenas alguns pontos do conteúdo.
Sendo assim, foram elencados como conteúdos privilegiados os seguintes itens:
KK as primeiras sociedades humanas;
KK as sociedades da Antiguidade Clássica;
KK o processo de feudalização da Europa e as sociedades do Oriente;
KK o desenvolvimento do capitalismo e a consequente consolidação da burguesia;
KK o movimento humanista, o expansionismo marítimo e o colonialismo europeu na África, na Ásia e na América;
KK os contatos dos europeus com os povos africanos, asiáticos e americanos;
KK o processo de exploração e colonização da América;
KK o processo de urbanização e as Revoluções Comercial e Industrial na Europa e seus desdobramentos em outros
continentes;
KK o Iluminismo e as Revoluções Burguesas;
KK os imperialismos do século XIX e suas consequências;
KK as ideologias socialista, anarquista e nacionalista na Europa do início do século XX e a Grande Guerra;
KK os fascismos, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria e seus desdobramentos.
KK o mundo pós-Guerra Fria.
Organização didática
A coleção é organizada em quatro volumes anuais, somando dezesseis volumes ao longo do Ensino Fundamental 2.
Cada unidade de trabalho é composta, especialmente, de um texto condutor do conteúdo, cujo intuito é explicar e
discutir os principais conceitos referentes ao tema, bem como localizar no espaço e no tempo o objeto estudado. Essas
questões já fazem parte das atividades propostas nas unidades de trabalho. Mas, além delas, há análises de fontes variadas,
feitas de acordo com a possibilidade de cada tema estudado.
Para a organização didática dos assuntos e temas, foram criadas seções, algumas comuns a todas as áreas do
conhecimento e outras específicas da História. Além das seções, foram criados ícones que orientam os alunos para algumas
ações necessárias, como a utilização do caderno para a realização de algumas atividades.
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As seções que compõem a coleção são:
Ícones
Símbolos utilizados para chamar a atenção para alguma situação especial.
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Aqui o aluno será lembrado do seu papel como agente histórico, atribuindo
maior significado ao estudo da História. Temas relacionados à ética e à
cidadania também serão tratados na seção.
Avaliação
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Programação anual
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1º. volume 2º. volume 3º. volume 4º. volume
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7.º ano
1º. volume 2º. volume 3º. volume 4º. volume
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