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Linhas de Transmissão
Tese de Doutorado
Ficha Catalográfica
Tojeira Velozo, Liliane
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0611868/CA
CDD: 624
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À Deus, por tudo que sou e tenho. A Ele toda Honra e toda a Glória;
A minha avó Leonida, que nesses últimos meses disse-me algumas vezes: “estou
morta que acabes logo com isso”;
Aos meus pais, Luiz e Luiza, e a meu irmão, Luiz Paulo, pela contribuição na
minha formação como ser humano e pelo apoio em todas as minhas decisões;
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Ao meu amor, Rafael Augusto, que tem contribuído para meu amadurecimento,
pessoal e profissional, e para a formação de uma nova família;
Palavras-chave
1 - Linhas Aéreas de Transmissão; 2 - Fundações de LT’s; 3 - Confiabilidade
de Fundações; 4 - Avaliação de Risco.
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Abstract
Velozo, Liliane Tojeira; Roehl, Deane de Mesquita (Advisor); Almeida,
Andréia Abreu Diniz de (Co-advisor). Methodization of Transmission
Line Foundation - Study and Design. Rio de Janeiro, 2010. 143p. D.Sc.
Thesis – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.
Keywords
1 - Power Transmission Lines; 2 - TL’s Foundations; 3 - Foundations
Reliability; 4 - Risk Evaluation.
Sumário
1 Introdução 19
1.1 Motivação 20
1.2 Objetivo 21
1.3 Apresentação da Tese 21
4 Investigações Geotécnicas 51
4.1 Situação 51
4.2 Diretrizes para programa de investigações geotécnicas 53
4.3 Conclusões sobre o estudo gelógico e geotécnico 61
4.4 Normatização 61
Anexo A 129
Linhas de transmissão na porção brasileira da Bacia do Prata 129
Expansão prevista das Linhas de transmissão na porção brasileira da
Bacia do Prata 133
Anexo B 137
Confiabilidade Estrutural 137
Estado Limite e Coeficientes de Segurança 137
O Problema Básico da Confiabilidade Estrutural 138
Métodos Analíticos 140
FORM (“First Order Reliability Method”) 141
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Apêndice A 146
Sondagens Geofísicas 146
Apêndice B 148
Normatização 148
Apêndice C 150
NBR5422 150
Apêndice D 153
Lista de figuras
Chavantes-Botucatu. .............................................................................................. 86
Figura 6.12 –Fundação em sapata para o mastro de torre estaiada de suspensão na LT
Salto Santiago-Cascavel Oeste. ............................................................................ 87
Figura 6.13 – Armação da fundação em sapata para o mastro de torre estaiada de
suspensão na LT Salto Santiago-Cascavel Oeste................................................. 87
Figura 6.14 –Fundação em bloco ancorado para o mastro de torre estaiada de
suspensão na LT Salto Santiago-Cascavel Oeste................................................. 88
Figura 6.15 – Armação da fundação em bloco ancorado para o mastro de torre estaiada
de suspensão na LT Salto Santiago-Cascavel Oeste........................................... 88
Figura 6.16 – Fundação em tubulão para o mastro de torre estaiada de suspensão na LT
Salto Santiago-Cascavel Oeste. ............................................................................ 89
Figura 6.17 – Armação da fundação em tubulão para o mastro de torre estaiada de
suspensão na LT Salto Santiago-Cascavel Oeste................................................. 89
Figura 6.18 – Fundação em tubulão para estais de torre estaiada de suspensão na LT
Garabi-Itá................................................................................................................ 90
Figura 6.19 – Fundação em bloco ancorado para estais de torre estaiada de suspensão
na LT Garabi-Itá. .................................................................................................... 91
Figura 6.20 – Planta e detalhe da fundação em grelha para torre autoportante de
suspensão na LT Ivaiporã-Itaberá-Tijuco Preto. .................................................... 91
Figura 6.21 – Corte da fundação em grelha para torre autoportante de suspensão na LT
Ivaiporã-Itaberá-Tijuco Preto. ................................................................................. 92
Figura 6.22 – Detalhe e Corte da fundação em grelha para torre autoportante de
suspensão na LT Ivaiporã-Itaberá-Tijuco Preto. .................................................... 92
Figura 7.1 – Ângulo de incidência do vento (NBR5422)................................................... 99
Figura 7.2 -Tensões na base da fundação. .................................................................... 100
Figura 7.3 – Modelo de Terzaghi (PUC-Rio, 2002)......................................................... 102
Figura 7.4 – Probabilidades de falha para fundações existentes na Bacia do Prata. .... 109
Figura 7.5 – Risco associado ao custo de reposição das estruturas.............................. 111
Figura 7.6 – Risco associado à falha por dia do sistema elétrico................................... 112
Figura 7.7 – Resultados do estudo paramétrico. ............................................................ 115
Figura 7.8 – Gráfico comparativo dos fatores de importância. ....................................... 117
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Lista de tabelas
A - área da fundação, em m2
ALT - altitude média da região de implantação da linha, em m
At - esforço horizontal do vento, em N
B – largura da fundação corrida na Teoria de Terzaghi
C – coesão, em kN/m2
Cmax – força de compressão máxima, em kN
CxT1 e CxT2 - coeficiente de arrasto próprio das faces 1 e 2
D – profundidade de assentamento da fundação corrida na Teoria de Terzaghi
E[G(X)] – valor esperado da função de falha
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profissionais atuantes na área, o estudo das fundações dos suportes dessas LT’s
ainda permanece pouco explorado e divulgado (Chaves, 2004).
Sabe-se que as fundações dos elementos de apoio de uma LT situam-se ao
longo de extensos traçados, usualmente de dezenas a centenas de quilômetros,
com espaçamento típicos de 400 a 600 metros, podendo ser superiores a 1000
metros. Num país de grande extensão territorial como o Brasil, tal aspecto adquire
maior relevância, visto que esses traçados atravessam regiões de grande
diversidade morfológica, rios, ambientes marinhos costeiros e regiões
metropolitanas. Deve-se, por isso, esperar que possam existir diferentes condições
de apoio para as estruturas, em razão da variação natural dos horizontes onde
devem ser implantadas as suas fundações. Tal configuração pode levar
alternativamente a se programarem sondagens especiais e específicas em cada
local de suporte (fazendo crescer os custos e prazos de projeto) ou, ao contrário,
reduzindo drasticamente a investigação geotécnica, com prejuízos evidentes ao
planejamento, execução e economia da obra de implantação da LT.
Também é fato que, uma linha de transmissão reúne projetos diversificados
relacionados aos seus vários subcomponentes, tais como suporte, fundação, cabos
e isoladores. Para os projetos de fundações devem ser contrapostas as ações
recebidas pelos suportes da LT com as reações provocadas pelo terreno de
20
1.1
Motivação
1.2
Objetivo
1.3
Apresentação da Tese
elétrica na região da Bacia do Prata, escolhida como cenário auxiliar para o estudo
da metodização pretendida. Enumera-se as linhas de transmissão existentes e
expõe-se as previsões de expansão dessa rede, procurando com isso limitar a área
de investigação e definir os trechos de LT’s em que se podem buscar informações
de investigações já feitas.
No capítulo 3, é feita uma sucinta investigação fisiográfica e geológica da
região em estudo, abrangendo o relevo, a hidrografia, a geologia e a pedologia.
Este estudo serve não só como base para inferir a caracterização geral da
geotecnia em cada trecho de linha, mas também, para avaliar a potencialidade de
eventos excepcionais que possam vir a solicitar as LT’s e respectivas estruturas.
No capítulo 4, expõe-se o faseamento das investigações geotécnicas
específicas, onde é considerado todo o acervo informativo já obtido nas fases
anteriores. São apresentadas algumas sugestões propostas por empresas
renomadas na área, além de reunir diretrizes para programas de investigações
geotécnicas e normas usuais e recomendadas para projetos de linhas de
transmissão.
Prossegue-se, então, com o capítulo 5, onde são definidos e descritos os
elementos integrantes deste estudo, ou seja, os tipos de suportes mais comuns em
22
2.1
Situação Atual
2.1.1
Região Sul e Mato Grosso do Sul
2.1.2
São Paulo
2.1.3
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Minas Gerais
2.1.4
Goiás
2.2
Previsão de expansão com novas linhas de transmissão
ampliações e reforços planejados pelo ONS são apresentados num único elenco no
Anexo A. Considera-se apenas a separação em grupos correspondentes ao ano
previsto para a efetivação do projeto e a mesma divisão territorial do item
anterior.
3
Descrição Fisiográfica e Geológica da Região
3.1
Hidrografia
uma área de drenagem de 1.237.000 km2 e um volume médio anual de 495 km3. A
Bacia do Paraná é constituída por oito sub-bacias: Paranaíba (60), Grande (61),
Tietê (62), Peixe e Pardo (63), Paranapanema (64), Iguaçu (65), Alto Paraguai
(66) e Nabileque e Apa (67), como mostra a Figura 3.3.
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3.2
Orografia
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O estado de São Paulo (SP) é praticamente todo envolvido pela Bacia do rio
Paraná e está situado sobre um amplo planalto no sentido sudeste-noroeste, sendo
orlado por uma estreita planície litorânea. O planalto segue do litoral para o
35
3.3
Geologia
3.3.1
Evolução da Bacia: Superseqüências, Formações e suas
características físicas
Figura 3.14 - Mapa geológico simplificado da Bacia do Prata, seus principais elementos
tectônicos e agentes geográficos (Silva, D.R.A, 2006).
A seqüência mais antiga, superseqüência Rio Ivaí, tem idade entre o Neo-
Ordoviciano e o Eossiluriano, relacionando-se à implantação da bacia. A
geometria de sua área, com depocentros alongados de orientação geral
sudoeste/nordeste, sugere um controle por algum tipo de rifteamento. A
superseqüência Rio Ivaí corresponde litoestratigraficamente ao Grupo Rio Ivaí.
Constitui-se de um pacote arenoso inferior, arcoseano em sua base e quartizítico
39
produto do avanço de sistemas deltaicos desde a borda oeste da bacia. Para o norte
da bacia, sedimentos areno-argilosos, de cores cinza na porção basal e
avermelhada em direção ao topo, cronoequivalentes aos das formações Teresina e
Rio do Rasto, constituem a Formação Corumbataí. Com sua subsidência já
fortemente atenuada, um avançado estado de arrasamento das áreas-fonte e uma
nitidez crescente, a Bacia do Prata teve gradativamente encerrados seus
mecanismos de dinâmica sedimentar relacionados a um corpo de água contínuo,
como havia sido até então.
A superseqüência Gondwana II, com idade Neotriássica, é representada
pelas Formações Pirambóia e Rosário do Sul, constituídas por arenitos
avermelhados e esbranquiçados, médios a finos, localmente conglomeráticos, com
estratificação cruzada acanalada e planar, acumulados por sistemas continentais
fluvio-eólicos associados a lagos rasos e localizados. Segundo Scherer et al (apud
Silva, D.R.A., 2006), a superseqüência Gondwana II da Bacia do Paraná,
correspondente ao intervalo Triássico, possui ocorrência restrita à porção
meridional da bacia, com afloramentos apenas no Rio Grande do Sul.
No Jurássico, um extenso campo de dunas cobriu inteiramente essa porção
do continente, constituindo a Formação Botucatu. Seguiu-se, no Eocretáceo, o
mais volumoso episódio de extravasamento intracontinental de lavas do planeta
(Formação Serra Geral), com manifestação magmática dos estágios precoces da
42
3.4
Pedologia
Latossolos (L), Argissolos (P) e Neossolos (R). Esses últimos concentram-se mais
ao centro-norte do estado. Uma diversidade de classes de solos pode ser observada
a oeste do estado: Vertissolos Ebânicos (VE), Espodossolos Ferrocárbico (ES),
Planossolos Hidromórficos (SG), Háplicos (SX) e Nátricos (SN), Luvissolos
Crômicos (TC), Chernossolos Rêndzicos (MD) e Argilúvicos (MT) e Plintossolos
Háplicos (FX).
Argissolos.
• Latossolos
Representam o grupamento dos solos com horizonte diagnóstico B
latossólico. Encontra-se em avançado estágio de intemperização, praticamente
destituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes. Possuem
variação de fortemente a bem drenados. Normalmente, são solos muito profundos
(espessura do horizonte B, em geral, maior que 2,5 m). Existe pouca diferenciação
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• Argissolos
Representam o grupamento de solos com horizonte diagnóstico B textural.
O horizonte diagnóstico B textural é um horizonte mineral subsuperficial, onde
houve incremento de argila decorrente de processos de iluviação e/ou formação in
situ e/ou herdada do material de origem. O conteúdo de argila do horizonte B
textural é maior que o do horizonte A e pode ou não ser maior que o do horizonte
C. A transição do horizonte A para o horizonte B textural é abrupta, clara ou
gradual, mas o teor de argila aumenta com nitidez suficiente para que a parte
limítrofe entre eles não ultrapasse uma distância vertical de 30 cm.
49
• Cambissolos
Representam o grupamento dos solos pouco desenvolvidos com horizonte
diagnóstico B incipiente. A espessura mínima é de 10 cm e máxima de 50 cm e
5% ou mais do volume do solo apresenta estrutura da rocha original, como
estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não
intemperizada. As características de interesse geotécnico dos solos com horizonte
B câmbico são muito variáveis, dependendo muito das características
mineralógicas e texturais de seus materiais de origem e dos tipos de relevo em que
ocorrem.
• Neossolos
São solos pouco evoluídos, com ausência de horizonte B diagnóstico e
pouco espessos (menos de 30 cm de espessura). Os neossolos quartzênicos,
conhecidos como areias quartzosas na classificação anterior, apresentam as
seguintes características de interesse geotécnico: lençol freático profundo, abaixo
do horizonte C; textura arenosa, tanto no horizonte A, como no C; alta
permeabilidade; baixa compressibilidade; expansividade nula; boa capacidade de
carga e suporte; fácil escavabilidade; e, variável suscetibilidade à erosão, em
função da declividade, baixa em planícies e altas em colinas e morrotes.
50
• Nitossolos
Representam o grupamento de solos com horizonte B nítico (reluzente). São
não-hidromórficos, profundos e bem drenados. A transição é gradual ou difusa
entre os subhorizontes e o horizonte B nítico pode ser encontrado à superfície se o
solo foi erodido. Apresenta blocos ou agregações com superfícies cerosas e com
brilho natural. Os Nitossolos possuem características geotécnicas semelhantes aos
Latossolos, embora sejam mais argilosos. Entretanto, as argilas são pouco
expansíveis e de baixa atividade. São solos profundos, porosos, com alta
permeabilidade e baixa erodibilidade.
classes de solos apresentadas ou citadas neste estudo podem ser obtidas através
das referências bibliográficas “Manual Técnico da Pedologia”, IBGE (2007), e
“Geologia de Engenharia”, ABGE (1998).
4
Investigações Geotécnicas
4.1
Situação
4.2
Diretrizes para programa de investigações geotécnicas
Fases
Viabilidade
Escolha do
Metodologia traçado
técnico Projeto Construção Conservação
econômica
3. Reconhecimento
geológico-geotécnico de
campo
4. Sondagens geofísicas
- Sísmica de refração
- Eletroresistividade
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5. Sondagens a trado e
poços de inspeção
- Cortes e aterros
- Jazidas
6. Análises químicas (1)
7. Sondagens a percussão e
ensaios in situ
8. Ensaios geotécnicos e de
laboratório
- Caracterização
- Especiais (2)
9. Acompanhamento
técnico das obras
10. Monitoração
2. Fotointerpretação
A fotointerpetração é importante para a escolha do traçado, mas pode
também ser desenvolvida para apoiar os estudos geológicos do projeto das LT’s.
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3. Reconhecimento de campo
A verificação das informações obtidas na fotointerpretação deve ser feita
através da inspeção de afloramentos, barrancos, escavações e taludes, onde é
analisado o comportamento das estruturas geológicas e caracterizados os maciços
de rocha e solo quanto ao grau de fraturamento, grau de alteração e granulometria.
Também devem ser registradas as nascentes de água, zonas alagadiças e a
fenomenologia local no terreno natural, como trincas, escorregamentos, erosões,
assoreamentos, fenômenos de erosão interna, além de efeitos de eventuais
recalques, empuxo de solo e corrosão em estruturas.
4. Sondagens geofísicas
A aplicação desse método de investigação é mais adequada na fase de
viabilidade das linhas de transmissão devido ao seu baixo custo e facilidade de
execução. No entanto, as informações são obtidas de forma indireta, através de
cálculos e inferências, necessitando de aferição por métodos diretos. As
sondagens geofísicas são raramente utilizadas nas fases posteriores de um projeto
de linhas de transmissão, sendo mais aplicáveis em casos de subestações. Assim,
esse método de investigação geotécnica é apresentado, sucintamente no Apêndice
A e mais bem explicado na referência correspondente.
56
6. Análises químicas
Em qualquer fase de estudo podem ser realizadas análises químicas em
associação com medidas de resistividade para diagnóstico da agressividade do
subsolo. Essas análises envolvem a água do lençol freático, os materiais das
fundações e, no caso de sistemas já em operação, amostras de metal ou concreto.
Nas sondagens a trado e poços de inspeção, realizados nas situações mais
variadas de geologia, topografia e posição do nível de água, podem ser coletadas
amostras de cada horizonte do solo para determinação do pH e umidade natural.
Entretanto, para o conhecimento das substâncias químicas existentes no subsolo
investigado e sua agressividade, é mais comum recorrer aos levantamentos
pedológicos disponíveis.
57
7. Sondagens a percussão
As sondagens a percussão, com ensaios SPT e de permeabilidade, são um
tipo de investigação utilizado nas fases de projeto, quando se deseja avaliar com
precisão a sua capacidade de suporte e definir a geometria das escavações e os
tipos de fundações. Também podem ser utilizadas nas fases de estudo, em nível de
reconhecimento, quando se deseja investigar espessuras de solos abaixo do nível
do lençol freático ou em outras situações nas quais as sondagens a trado e os
poços de inspeção não se aplicam.
Para essas sondagens e seus ensaios, é também recomendado o critério
geológico de locação, de maneira a fornecer apenas os parâmetros geotécnicos dos
diferentes materiais, cuja disposição e espessuras são determinadas com as
sondagens a trado e poços, em número significativamente maior. Para o caso de
linhas de transmissão com estruturas em ângulo, sempre se executam sondagens a
percussão em função dos esforços maiores e permanentes.
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LT 230 kV
Profundidade
SPT Procedimento
(m) Profundidade
30 Procedimento SPT
Suspender a sondagem (1) (m)
Prosseguir a sondagem após NA 4,00 m Suspender sondagem (1) 30
0,00 a 5,45
30 determinação cuidadosa da Prosseguir a sondagem 6,45 a 15,45
30
posição do NA NA 4,00 m (3); (4) e (5)
1. Suspender a sondagem caso seja observado um aumento da resistência com a profundidade, atingindo camada de solo resistente ou rocha (ver
observação 2). No caso de dúvida de que a resistência oferecida seja motivada por matacão, verificar através do uso do trépano com circulação d’água se
é possível atravessar o trecho, bem como tentar definir com tal procedimento a extensão lateral do trecho impenetrável, executando até quatro furos
afastados 2,00 m do furo inicial. Devem ser tomados cuidados especiais pra a definição do subsolo em zona de tálus em que houver matacões;
2. Quando for atingido o embasamento rochoso até 3,00 m de profundidade, prosseguir com sondagem rotativa (diâmetro NX ou BX) até obter
recuperação maior ou igual a 50% ao longo de 3,00 m consecutivos, limitando a extensão da sondagem rotativa em rocha a um máximo de 5,00 m em
cada furo;
3. Caso à profundidade de 15,45 m ainda ocorra solo de baixa resistência (SPT < 5) prosseguir até o “impenetrável à percussão”;
4. Em zona de baixada, em solos fracos (SPT < 5) ou com nível d’água elevado (NA < 4,00 m), parar a sondagem após atravessar camada de areia de
3,00 m ou mais de espessura com SPT maior ou igual a 25. Caso contrário prosseguir até o “impenetrável a percussão”;
5. Em qualquer caso limitar a profundidade máxima da sondagem a 30,00 m.
8. Ensaios geotécnicos
Para o perfeito conhecimento das propriedades dos materiais e avaliação
do seu comportamento, nas escavações e fundações ou como materiais naturais de
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10. Monitoração
A inspeção sistemática de todo o sistema de transmissão constitui a forma
de controle mais rápida e, em muitos casos, mais eficiente, de monitoração para a
prevenção e reparação de problemas geotécnicos. Do ponto de vista preventivo,
podem ser detectados rompimentos de linhas, carreamentos de solos de aterros por
infiltração, vazamentos, afundamentos, deteriorações e outras evidências de
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4.3
Conclusões sobre o estudo gelógico e geotécnico
4.4
Normatização
5.1
Torres
Figura 5.1 – Exemplos de torres: (a) autoportante; (b) estaiada (Garcia, 2005).
dimensionados para resistir aos esforços verticais devido ao vento e ao peso dos
cabos e dos isoladores e suas ferragens. As estruturas de ancoragem são de dois
tipos: para deflexões grandes e terminais e para deflexões médias. As primeiras
são utilizadas no início e no fim das linhas e em grandes deflexões, sendo mais
reforçadas por serem mais solicitadas. As estruturas de ancoragem para deflexões
médias são semelhantes às primeiras, porém são empregadas no meio das linhas,
com trações longitudinais equilibradas, sendo menos reforçadas, pois devem
resistir unilateralmente apenas aos reforços decorrentes do tensionamento dos
cabos durante a montagem ou após a ruptura de alguns deles. As estruturas de
transposição ou rotação de fase asseguram equilíbrio magnético da linha com
rotação de fases, exigindo estruturas especiais. E, finalmente, as estruturas de
derivação são utilizadas em casos de se efetuarem sangrias na linha para alimentar
um ramal, sem necessidade de pátio de seccionamento e manobras.
5.2
Terrenos
Taxa Adesão
Tipo admissível Concreto-
Coesão γ
de SPT φ à solo/ α
(kN/m3) (kN/m3)
solo compressão rocha
(kN/m2) (kN/m2)
I 9 a 18 30 a 40 ≤32º 16 a 18 200 a 400 ≤ 25 20º a 25º
Taxa Adesão
Tipo admissível Concreto-
Coesão γ
de RQD φ à solo/ α
(kN/m3) (kN/m3)
rocha compressão rocha
(kN/m2) (kN/m2)
75 a 300 a 35 a 1000 a 35º a
V 24 a 29 ≤ 1600
100 400 45 3000 45º
25 a 100 a 15 a 30º a
VI 20 a 22 600 a 1200 ≤ 700
75 300 35 35º
(1) Valores do ângulo de arrancamento α para o dimensionamento pelo método do
tronco de cone invertido (Método do Cone);
(2) Rck é a resistência característica da rocha ou do concreto, sendo considerada a
menor entre elas;
(3) Os valores indicados são considerados minorados conforme NBR6122 (1996);
65
5.3
Fundações
estrutura são afetadas de uma majoração adicional, através de fatores que são
apresentados mais adiante. Tal princípio é justificado pelo fato de que a
recuperação de uma linha, interrompida eventualmente por colapso estrutural de
uma torre, é muito mais fácil e rápida mediante a montagem de uma nova torre,
desde que a fundação não tenha sido danificada.
A Norma NBR8681 - “Ações e segurança nas estruturas” define os estados
ditos limite nos quais as estruturas devem ser verificadas, ou seja, os estados
limites de utilização ou de serviço (ELS) e os estados limites últimos (ELU). No
caso das estruturas de fundação para suportes de LT’s, são consideradas as
seguintes verificações no ELS: as que tratam dos deslocamentos da fundação a
fim de mantê-los abaixo dos limites aceitáveis pela superestrutura; as que
consideram as tensões no solo a fim de limitá-las aos valores admissíveis
compatíveis com as hipóteses de cálculo dos deslocamentos; e, as que tratam das
limitações de tensão nas armaduras ou do seu detalhamento com o propósito de
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5.3.1
Fundações aplicáveis a estruturas autoportantes (FURNAS, 2003)
o local não está sujeito à erosão; e, o local está sujeito a eventuais alagamentos,
situação em que o projeto deve necessariamente levar em conta a variação do NA.
As sapatas são mais adotadas para as torres de suspensão, em virtude dos
menores esforços horizontais na fundação.
• Tubulões
O tubulão é uma fundação profunda de concreto armado, de forma
cilíndrica, em geral escavado a céu aberto e com base alargada, destinado a
transmitir ao maciço de fundação, os esforços da superestrutura.
O tubulão com base alargada é utilizado em solos com resistência crescente
com a profundidade e, em geral, que tenham condições de escavação a céu aberto.
Sua profundidade varia de 3,0 m a 10,0 m, dependendo do tipo de solo e dos
esforços na fundação (Ashcar, 2001). A atual NBR6122 estabelece a base
alargada tronco-cônica com até 1,8 m de altura e com um trecho inicial cilíndrico
de, no mínimo, 20 cm.
Eventualmente, podem ser utilizados tubulões sem a base alargada, quando
escavados em rocha, em geral branda, sã ou pouco decomposta ou quando em
solos com profundidades de 10 m ou maiores, escaváveis com equipamento
mecânico. Em solo submerso, por exemplo, tem-se dado preferência à fundação
cilíndrica, sem alargamento da base, com uso de camisas metálicas ou de concreto
(sem bolsa), mas com profundidade maior que o tubulão com a base alargada.
72
• Estacas
Sempre que o maciço de fundação só tenha capacidade para receber as
cargas em profundidade e/ou as condições do nível d'água subterrâneo impeçam o
uso de outro tipo de fundação, recorre-se ao uso de estacas.
As fundações estaqueadas geralmente são constituídas de estacas verticais
e/ou inclinadas, sendo essas destinadas a combater também os esforços
horizontais (Ashcar, 2001). São constituídas, em geral, por um bloco de
coroamento e um pilar de concreto armado (vertical ou inclinado segundo a perna
da torre) sobre um número variável de estacas. O pilar deve receber o stub e,
portanto, pode ter suas dimensões condicionadas pelas daquela peça.
Eventualmente, as quatro pernas das torres autoportantes com fundações em
estacas podem ter os blocos de coroamento ligados por vigas de concreto armado.
Os tipos mais utilizados em linhas de transmissão são as estacas pré-
moldadas de concreto armado ou protendido e as metálicas (Ashcar, 2001).
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• Grelha metálica
Esse tipo de fundação pode ser aplicado nas mesmas condições em que são
empregadas as sapatas de concreto armado, com a desvantagem de apresentar
menor resistência à agressividade do terreno natural. Portanto, devem ser tomadas
medidas de proteção adicionais, além da galvanização das peças metálicas,
especialmente em locais de solos agressivos. Por outro lado, as principais
vantagens da grelha consistem na rapidez de execução da fundação (escavação,
73
5.3.2
Fundações aplicáveis a estruturas estaiadas (FURNAS, 2003)
escavação a céu aberto. Essa solução tem sido preferida em virtude de exigir
menor volume de escavação e é feita aproveitando as vantagens da escavação e
concretagem em poço de seção circular. Outras soluções podem ser utilizadas para
a ancoragem dos estais como, por exemplo, blocos ancorados, no caso de rocha
não escavável manualmente a pequena profundidade (até cerca de 2,5 m).
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6
Proposta dos Conjuntos Torre x Terreno x Fundação
6.1
Conjuntos torre x terreno x fundação
6.1.1
Torre
Para o projeto das fundações, tais torres são agrupadas de acordo com a
forma de resistir ao carregamento e com a função estrutural. As estruturas de
suspensão, tanto autoportante quanto a estaiada, estão em maior quantidade ao
longo de uma linha, devido a sua própria função estrutural. Por essa razão, do
grupo relativo à função estrututural, as torres de suspensão são as únicas
representadas neste trabalho.
Além disso, por ser uma metodização, estão incluídas, como exemplos,
apenas as torres com maiores alturas, constituídas por todos os módulos
intermediários mais altos e por pernas com maiores comprimentos.
A tabela 6.1 apresenta as torres selecionadas como exemplos de cada linha,
informando as alturas máximas e o carregamento máximo à compressão e à
tração.
Torre estaiada
Torre autoportante
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Mastro Estais
Ht Cmax Tmax Ht Cmax Tmax
Projeto
(m) (kN) (kN) (m) (kN) (kN)
S. Santiago-Cascavel O. 49,5 938,3 781,9 42,2 766,41 330,0
Chavantes-Botucatu 42,2 575,3 510,6 - - -
Garabi-Itá 51,2 871,6 738,6 43,9 436,6 326,4
6.1.2
Terreno
Tabela 6.2 – Exemplos de classificação dos tipos de solos dos projetos de fundação de
LT’s na Bacia do Prata.
γ φ C α
Projetos Ex SPT
(kN/m3) (°) (kN/m2) (°)
1 2a6 10 20 10 15
Garabi-Itá 2 7 a 10 14 20 20 20
3 >10 16 25 40 30
4 4a6 12 a15 20 a 25 10 a 20 14
Chavantes-Botucatu
5 >6 16 30 20 25
6 - 13 24 15 15
S. Santiago- Cascavel O.
7 - 15 29 25 20
6.1.3
Fundação
Tabela 6.3 – Conjunto torre x terreno x fundação para o exemplo de torre estaiada tipo
suspensão pesada - Mastros.
Volume
Tipo Consumo
he NA B L de
Projeto Fundação de de aço
(m) (m) (m) (m) concreto
Solo (kg)
(m3)
Tubulão 4,50 NE 7 1,4 - 3,99 229,9
Santiago Sapata 1,50 NE 7 1,4 2,6 1,65 71,80
Cascavel Tubulão 5,50 NE 6 1,8 - 5,38 310,0
Sapata 2,00 NE 6 1,9 3,2 2,87 124,8
Sapata 1,50 NE 2 2,0 2,0 1,88 81,8
Garabi
Itá Bloco
0,05 NE R1 1,0 1,0 0,85 65,4
Ancorado
1 – Fundação em rocha, cujas propriedades não estão definidas no corpo da tese.
80
Tabela 6.4 – Conjunto torre x terreno x fundação para o exemplo de torre estaiada tipo
suspensão pesada- Estais.
Volume
Tipo Consumo
he NA B L de
Projeto Fundação de de aço
(m) (m) (m) (m) concreto
Solo (kg)
(m3)
Santiago Tubulão 4,23 NE 7 1,2 - 5,44 313,5
Cascavel Tubulão 4,23 NE 6 1,4 - 8,64 497,8
Tubulão 3,50 NE 2 1,8 - 7,2 -
Garabi Tubulão 2,50 NE 3 1,8 - 4,16 -
Itá Bloco
2,00 NE R1 1,2 - 3,2 218,4
Ancorado
1 – Fundação em rocha, cujas propriedades não estão definidas no corpo da tese.
Tabela 6.5 – Conjunto torre x terreno x fundação para o exemplo de torre autoportante
tipo suspensão pesada.
Volume
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Tipo Consum
he NA B L de
Projeto Fundação de o de aço
(m) (m) (m) (m) concreto
Solo 3 (kg)
(m )
Tubulão 5,90 NE 7 1,4 - 21,92 1240,0
S. Sapata 3,05 NE 7 3,05 3,05 25,64 1468,0
Santiago
Bloco
Cascavel 3,65 NE R1 2,00 - 11,64 1424,0
Ancorado
O.
Tubulão 7,00 NE 6 1,9 - 28,72 1252,0
Sapata 3,30 NE 6 3,3 3,3 31,04 1680,0
Sapata 2,93 NE 5 2,5 2,5 23,22 1841,0
Tubulão 6,50 NE 4 1,50 - 21,58 924,00
Chavantes Sapata 2,80 NE 5 2,5 2,5 17,13 1342,0
Botucatu
Tubulão 5,70 NE 4 1,4 - 15,66 1076,0
Estaca 9,00 2,38 S2 1,95 2,0 13,25 1092,0
Bloco
3,80 NE R1 1,0 2,3 18,28 1704,0
Ancorado
Sapata 3,55 NE 3 2,15 2,15 12,16 1302,98
Garabi –
Itá Tubulão 7,70 NE 2 1,8 - 24,68 1649,76
Tubulão 6,70 NE 3 1,5 - 19,72 1371,24
1 – Fundação em rocha, cujas propriedades não estão definidas no corpo da tese.
2 – Fundação em solo, cujas propriedades não estão definidas no corpo da tese.
81
6.1.3.1
Exemplo 1: fundação em sapata para torre autoportante da LT 230 kV
Chavantes-Botucatu
6.1.3.2
Exemplo 2: fundação em sapata para torre autoportante da LT 525 kV
Salto Santiago-Cascavel Oeste
Santiago-Cascavel Oeste.
6.1.3.3
Exemplo 3: fundação em tubulão para torre autoportante da LT
230kV Chavantes-Botucatu
6.1.3.4
Exemplo 4: fundação em estaca para torre autoportante da LT 230 kV
Chavantes-Botucatu
As estacas metálicas são implantadas nos locais onde o solo exige fundação
profunda, geralmente onde é possível encontrar o lençol freático próximo à
superfície, como é o caso dessa torre na linha Chavantes-Botucatu (NA = 2,38m,
Tabela 6.5).
Nesse dimensionamento, prefere-se estacas metálicas H 6” x 37,1 kg/m,
sendo necessárias três estacas por bloco em cada perna da torre. Posteriormente a
uma análise estática do grupo de estacas, verifica-se, no ELU, a relação entre a
85
6.1.3.5
Exemplo 5: fundação em bloco ancorado para torre autoportante da
LT 230 kV Chavantes-Botucatu
6.1.3.6
Exemplo 6: fundação em sapata para mastro de torre estaiada da LT
525 kV Salto Santiago-Cascavel Oeste
Figura 6.15 – Armação da fundação em bloco ancorado para o mastro de torre estaiada
de suspensão na LT Salto Santiago-Cascavel Oeste.
89
6.1.3.8
Exemplo 8: fundação em tubulão para mastro de torre estaiada da LT
525 kV Salto Santiago-Cascavel Oeste
6.1.3.9
Exemplo 9: fundação em tubulão para estais de torre estaiada da LT
525 kV Garabi-Itá
6.1.3.10
Exemplo 10: fundação em bloco ancorado para estais de torre
estaiada da LT 525 kV Garabi-Itá
Figura 6.19 – Fundação em bloco ancorado para estais de torre estaiada de suspensão
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na LT Garabi-Itá.
6.1.3.11
Exemplo 11: fundação em grelha metálica para torre autoportante da
LT 750 kV Ivaiporã-Itaberá-Tijuco Preto
6.2
Comentários finais sobre os conjuntos torre x terreno x fundação
respectivas fundações.
O resultado final é avaliado em termos de transferência de potência elétrica
entre dois sítios, medida em Kwh. Entretanto, o compromisso Demanda x Oferta é
tremendamente exigente quanto à disponibilidade. O elenco deve estar pronto para
agir a qualquer instante, não sendo possível a utilização de recursos outros como
gravações para exibições de emergência; e, o tempo não aproveitado para exibição
transforma-se em extenso prejuízo!
7.1
Situação
7.2
Função de estado limite
7.3
Modelagem da Solicitação
provocadas pela ação direta do vento, que é suposto agindo horizontalmente nos
cabos condutores, nos cabos pára-raios, nas cadeias de isoladores e suas ferragens
e na torre.
Embora o procedimento estabelecido na NBR5422 seja comumente
utilizado em análises determinísticas, a partir da atribuição de um determinado
valor para a velocidade básica do vento, sabe-se que a mesma é uma incerteza do
problema. A própria NBR5422, em seu anexo C, recomenda meios para medição
da velocidade do vento através de aparelhos registradores e, como em qualquer
medição, é suscetível a erro. Além disso, não há registros das velocidades do
vento para todas as regiões do país, sendo muitas vezes necessárias aproximações
com base na Figura 2 do Apêndice C. Existem, ainda, outras incertezas envolvidas
na determinação da velocidade básica do vento, tais como a rugosidade da região
de implantação da linha, o intervalo de tempo necessário para que o obstáculo
responda à ação do vento e o período de retorno adotado.
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7.3.1
Ação de vento segundo NBR5422
7.3.2
Esforços Globais
N M
σ Nglobal = ± (7.6)
A W
m
M = ∑ Ati hi (7.7)
i=1
(7.5), (7.6) e (7.7) é possível escrever a tensão aplicada no solo, σS, para cada
fundação isolada, como uma função explícita da velocidade do vento (equação
7.8), onde dp é a distância entre as pernas da torre, útil para determinar o binário
que equilibra o momento global.
m 2
1 H n
∑ ρK r K d Vb (ST 1C xT 1 )hi
2 2 mi 2
i =1 2 10
N+
dp
σs = (7.8)
A
7.3.3
Modelo probabilístico para a Velocidade Básica do Vento
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7.4
Modelagem da Resistência
7.4.1
Equação de Terzagui
Nq =
(e ( )
0 , 75π −φ / 2 ) tan φ 2
2 cos (45 + φ / 2 )
2
N c = (N q − 1)cot φ (7.10)
tan φ K pγ
Nγ = 2
− 1
2 cos φ
7.4.2
Modelo Probabilístico para as Propriedades do Solo
7.5
Rotinas Computacionais
7.6
Avaliação da Probabilidade de Falha e do Risco para fundações
existentes na Bacia do Prata
onde:
0,75π − φ / 2 tan φ
0,75π − φ / 2 tan φ
tan φ pγ
K
e e
σ R = Cs − 1 cot φ + q + 0,5γbs − 1
c 2
2 cos (45 + φ / 2 ) 2
2 cos (45 + φ / 2 )
γ 2 cos φ
2
(7.13)
m 2
1 H n
∑ ρK r K d Vb (ST 1C xT 1 )hi
2 2 mi 2
i =1 2 10
N+
dp
σS = (7.14)
A
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proposto.
Em um ambiente competitivo como o que envolve o sistema elétrico, não é
suficiente que as estruturas sejam projetadas levando-se em conta apenas a sua
função estrutural. É importante considerar o custo total de construção e operação
da estrutura, bem como a capacidade de geração de lucro da mesma. Para
estruturas dedicadas diretamente à atividade produtiva, como as estruturas de
linhas de transmissão, que, geralmente, não envolvem perda de vida humana
quando falham, (LT`s com tensões acima de 138 kV, geralmente, estão ao longo
de áreas isoladas), é a capacidade de geração de lucro e a continuidade e qualidade
do serviço prestado que devem ser, principalmente, observadas.
Cabe ainda ressaltar que as linhas de transmissão da Bacia do Prata, além de
aumentarem o intercâmbio eletroenergético entre as regiões Sul–Sudeste e
contribuírem para a melhoria da qualidade do abastecimento de energia na região,
fazem parte do Sistema Integrado Nacional (SIN). O SIN é responsável por
transferir e exportar excedentes de energia elétrica gerados por usinas hidráulicas
em uma região com níveis de armazenamento elevados para outras regiões com
deficiência energética. Portanto, a falha na transmissão de energia de uma linha
provoca transtornos sociais e econômicos não apenas a uma determinada região
por ela abastecida, como para todo o país, podendo gerar processos indenizatórios
bastante perturbadores e de valores elevados.
111
Ivaiporã-Cascavel Oeste.
Embora represente a maior parcela do prejuízo financeiro causado por uma
falha na fundação e a conseqüente interrupção do sistema elétrico, as multas
estabelecidas pela ANEEL não estão incluídas no custo total, pois seus valores
não dependem apenas das características da linha e não têm relação alguma com a
fundação.
Tabela 7.3 – Análise de risco dos exemplos avaliados de fundações existentes na Bacia do Prata.
Custo da Resultado
Risco Risco diário relativo à
Torre de reposição da não Custo
Fundações LT Solos Pf relativo à parada de transmissão
Suspensão estrutura1 realizado total2
reposição de energia
(R$) (R$/dia)
he = 1,50 m LT 525 kV Estaiada
S1 Sapata 7 5,50E-17 50.274 2.016.000 2.066.274 2,8E-12 1,1E-10
b = 1,40 m Santiago-Cascavel 42 m
he = 2,0 m LT 525 kV Estaiada
S2 Sapata 6 1,11E-16 51.738 2.016.000 2.067.738 5,7E-12 2,2E-10
b = 1,90 m Santiago-Cascavel 42 m
he = 2,80 m LT 230 kV Autoportante
S3 Sapata 5 1,38E-13 80.824 273.600 354.424 1,1E-08 3,8E-08
b = 1,90 m Chavantes-Botucatu 42,2 m
he = 3,05 m LT 525 kV Autoportante
S4 Sapata 7 1,91E-12 139.309 2.016.000 2.155.309 2,7E-07 3,8E-06
b = 3,05 m Santiago-Cascavel 49,5 m
he = 3,30 m LT 525 kV Autoportante
S5 Sapata 6 1,57E-09 145.789 2.016.000 2.161.789 2,3E-04 3,2E-03
b = 3,30 m Santiago-Cascavel 49,5 m
he = 5,50 m LT 525 kV
T1 Tubulão Estaiada 42m 6 2,93E-12 54.750 2.016.000 2.070.750 1,6E-07 5,9E-06
b = 1,80 m Santiago-Cascavel
he = 4,50 m LT 525 kV
T2 Tubulão Estaiada 42m 7 6,59E-12 53.082 2.016.000 2.069.082 3,5E-07 1,3E-05
b = 1,40 m Santiago-Cascavel
he = 6,50 m LT 230 kV Autoportante
T3 Tubulão 4 1,71E-07 78.856 273.600 352.456 0,01 0,05
b = 1,50 m Chavantes-Botucatu 42,2 m
he = 7,00 m LT 525 kV Autoportante
T4 Tubulão 6 2,97E-04 144.013 2.016.000 2.160.013 43 599
b = 1,90 m Santiago-Cascavel 49,5 m
he = 5,90 m LT 525 kV Autoportante
T5 Tubulão 7 4,57E-04 135.901 2.016.000 2.151.901 62 921
b = 1,40 m Santiago-Cascavel 49,5 m
1 – Considera o custo do material da nova torre, o custo de montagem da mesma e o custo da fundação (incluindo material, mão de o-bra e custo da escavação do solo).
2 – Custo total = Custo da reposição da estrutura + Resultado não realizado.
114
7.7
Estudo Paramétrico
he = 2,5 m
1,E-02
1,E-03
1,E-04
1,E-05
1,E-06
Probabilidade de falha
1,E-07
1,E-08 Solo 4
1,E-09 Solo 2
1,E-10 Solo 6
1,E-11 Solo 5
1,E-12 Solo 7
1,E-13 Solo 3
1,E-14
1,E-15
1,E-16
1,E-17
1,5 2 b 2,5 3
115
he = 3,0 m
1,E-03
1,E-04
1,E-05
1,E-06
1,E-07
Probabilidade de falha
1,E-08 Solo 4
1,E-09 Solo 2
1,E-10 Solo 6
1,E-11 Solo 5
1,E-12 Solo 7
1,E-13
Solo 3
1,E-14
1,E-15
1,E-16
1,E-17
1,5 2 b 2,5 3
he = 3,5 m
1,E-03
1,E-04
1,E-05
1,E-06
1,E-07
Probabilidade de falha
1,E-08
Solo 4
1,E-09
Solo 2
1,E-10
Solo 6
1,E-11
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Solo 5
1,E-12
Solo 7
1,E-13
Solo 3
1,E-14
1,E-15
1,E-16
1,E-17
1,5 2 b 2,5 3
7.8
Sensibilidade da probabilidade de falha
confiabilidade.
A Tabela 7.4 apresenta os valores de αi2 correspondente a cada v.a. para um
dos exemplos usados no estudo paramétrico, cuja profundidade de assentamento é
de 3,0m. Os fatores de importância α1, α2, α3 e α4 correspondem,
respectivamente, às v.a’s coesão, peso específico, velocidade básica de vento e
ângulo de atrito. Os gráficos da Figura 7.8 ilustram os valores de αi2 para esse
exemplo.
8.1
Visão geral
8.2
Constatações particulares e cenários
8.2.1
Cenário determinístico
8.2.2
Cenário não-determinístico
8.3
Trabalhos complementares
9
Referências bibliográficas
BAKER et all. JCSS Probabilistic Model Code, Section 3.7: Soil Properties.
Revised version in August, 2006 by J. Baker and E. Calle. Original version in July
2002 by R. Rockwitz. H. Denver and E. Calle.
BOWLES, J.E. Foundation Analysis and Design. 4 th ed. New York: MacGraw-
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Sites consultados
São Paulo
• LT 230 kV - B. Santista / Carbocloro C-1: 1,54 km;
• LT 230 kV - Carbocloro / H.Borden sub C-1: 4,79 km;
• LT 230 kV - Chavantes / Botucatu C-4: 137 km;
• LT 230 kV – Assis / Salto Grande;
• LT 230 kV – Salto Grande / Chavantes;
• LT 230 kV – Chavantes / Piraju;
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Minas Gerais
• LT 230 kV - Barão Cocais 2 / Barão Cocais 3 C-1: 0,7 km;
• LT 230 kV - Aracuai 2 / Irape-se C-1: 61 km;
• LT 230 kV - Sabara 3 / Taquaril C-1: 14,95 km;
• LT 230 kV - Porto Estrela / Ipatinga 1 – Mesquita – Usiminas 1;
• LT 230 kV - Ipatinga 1 – Mesquita – Usiminas 1 / Gov. Valadares 2;
• LT 230 kV - Ipatinga 1 – Mesquita – Usiminas 1 / Baguari;
• LT 230 kV- Baguari / Gov. Valadares 2;
• LT 230 kV - Gov. Valadares 2 / C. Pena;
• LT 230 kV - Gov. Valadares 2 / Aimorés;
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Goiás
• LT 230 kV - Pirineus / Xavantes C-1: 40 km;
• LT 230 kV - Ribeirãozinho / B. Peixe;
• LT 230 kV - Rondonópilis / B. Peixe;
• LT 230 kV - Rondonópolis / Rio Verde;
• LT 230 kV – B. Peixe / Rio Verde;
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São Paulo
Minas Gerais
Goiás
Anexo B
Confiabilidade Estrutural
Métodos Analíticos
consideram o tipo de distribuição das variáveis aleatórias, sendo apenas exata para
uma função linear de variáveis aleatórias com distribuições normais.
Assim sendo, determina-se um índice de confiabilidade que é estimado pela
expressão 4 e a partir do mesmo avalia-se a probabilidade de falha pela expressão
5.
µG E [G ( X )]
β= = (4)
σG Var [G ( X )]
Pf = Φ(− β ) (5)
∂g (u ) ∂g (u ) ∂g (u )
∇g = , ,Λ (8)
∂u1 ∂u2 ∂un
p f ≈ Φ (− β ) (10)
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% DATA FIELDS IN 'PROBDATA': %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% DATA FIELDS IN 'ANALYSISOPT': %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
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% Simulation analysis
analysisopt.sim_point = 'dspt'; % 'dspt': design point, 'origin': origin in standard normal space
analysisopt.stdv_sim = 1; % Standard deviation of sampling distribution
analysisopt.num_sim = 1000; % Number of simulations
analysisopt.target_cov = 0.05; % Target coefficient of variation of failure probability estimate
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% DATA FIELDS IN 'GFUNDATA' (one structure per gfun): %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
gfundata(1).evaluator = 'basic';
145
Apêndice A
Sondagens Geofísicas
Apêndice B
Normatização
TERMINOLOGIA
Norma Descrição
NBR 6502 Rochas e Solos
ENSAIOS DE LABORATÓRIO
Norma Descrição
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Tabela 3 – Normas brasileiras sobre estudo para projeto e execução de obras de linhas
de transmissão.
Apêndice C
NBR5422
Coeficiente
Categoria
de
do Características do terreno
rugosidade
Terreno
Kr
Vastas extensões de água; áreas planas costeiras;
A 1,08
desertos planos
B Terreno aberto com poucos obstáculos 1,00
C Terreno com obstáculos numerosos e pequenos 0,85
D Áreas urbanizadas; terrenos com muitas árvores altas 0,67
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Notas:
a) em vales que possibilitem uma canalização de vento em direção desfavorável para o efeito em
questão, deve-se adotar para Kr uma categoria imediatamente anterior à que foi definida com as
características apresentadas na tabela.
b) os valores de Kr correspondem a uma velocidade de vento média sobre 10 minutos (período de
integração de 10 minutos), medida a 10 m de altura do solo.
c) as mudanças previstas nas características da região atravessada devem ser levadas em conta na
escolha de Kr.
Categoria do Terreno n
t=2s t = 30 s
A 13 12
B 12 11
C 10 9,5
D 8,5 8
151
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Apêndice D
λ exp(−λx ) 1 − exp(−λx ) 1 1
Exponencial λ λ
1 x 2 1 x
2
π
Rayleigh
x
exp − 1 − exp − σR 2− π σ R
σ R2 2 σ R 2 σR
2 2
1 x−a a+b b−a
Uniforme b−a b−a 2 12
Tipo I (máx.) α exp(−α (x − u ) − exp(−α (x − u ))) exp( − exp( −α ( x − u )))
u+
0.5772 π
(Gumbel) α 6α
α exp(α (x − u ) − exp(α (x − u ))) 1 − exp( − exp(α ( x − u ))) 0.5772 π
Tipo I (mínimos) u−
α 6α
1