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Sem medo do

Com programas de segurança do paciente,


hospitais criam estratégias para notificar
mais, instituir barreiras de prevenção de eventos
adversos e disseminar a cultura de não punição
Carolina Cassiano

28 Melh res Práticas


S
ó nos Estados Unidos, acontecem Departamento Médico da Universidade
100 mil mortes por complicações da Califórnia (São Francisco, EUA) indica
em cirurgia a cada ano. A literatu- que 90% são erros sistêmicos.
ra internacional hoje aponta que uma em Com esse entendimento, a OMS convi-
cada dez admissões em ambiente hospi- dou o cirurgião Atul Gawande, professor
talar resulta em evento adverso evitável. associado da Harvard Medical School,
Apenas na UTI, os pacientes sofrem, em para contribuir com a melhoria da segu-
média, dois erros relacionados à assistên- rança do paciente cirúrgico. Ele elaborou
cia, a cada dia. Dados alarmantes como um estudo junto a indústrias que também
esses não deixaram as comunidades mé- envolviam alto risco, como a da aviação,
dica, científica e da qualidade da área da e concluiu que, além de treinamentos e
saúde dormir bem, desde 1999, após a pu- tecnologia, as indústrias trabalhavam com
blicação do relatório “Errar é Humano”, sistematicamente com checklists.
do Institute of Medicine (IOM) também Um checklist de 19 itens e dois minu-
impulsionou as mudanças, em 1999, ao tos foi elaborado e aplicado em oito hos-
trazer indicadores das falhas evitáveis. pitais, em todos os continentes, por três
Desde então, importantes instituições meses. Resultado: complicações caíram
internacionais, como o Institute for Heal- 35%; e a mortalidade, 47%. Gawande ad-
thcare Improvement (IHI) e a própria Orga- mite que, com o checklist, ele mesmo pega
nização Mundial de Saúde capitanearam pelo menos um erro grande por semana,
campanhas para estimular a segurança do quando conduzindo cirurgias.
paciente de modo que se evitassem erros A introdução de checklists, Gawande
assistenciais. No Brasil, o movimento ga- avalia, requer uma mudança de postura de
nhou força em meados da última década, todo o corpo assistencial: “É preciso uma
de forma alinhada com a disseminação revisão de valores, em direção à humilda-
dos processos de acreditação. de, disciplina e trabalho em equipe”, diz o
Em 1970, no atendimento hospitalar, autor de Checklist Manifesto.
em média, um paciente passava pelo cui-
dado com dois especialistas. Hoje, para Sem punição
o mesmo tipo de problema, pode passar “Se demitirmos alguém após todo erro
por até 15. O alto nível de complexidade de negligência, não teríamos mais profis-
que a assistência atingiu aumenta o risco sionais para tomar conta dos pacientes”.
de erros. Por isso, exige que a atenção seja Quem afirma é Robert Wachter, em entre-
sistematizada com protocolos, gestão de vista exclusiva à Melhores Práticas (leia
risco, barreiras de defesa, treinamentos e pág.34). Por trás desta análise, está o en-
sistemas de melhoria e comunicação. tendimento de que os líderes devem se
Essa estrutura de segurança que vem se comprometer com a não culpabilização.
criando teve como uma das pedras funda- “Se os líderes não mostrarem que não
mentais as teorias do psicólogo britânico vão punir, os problemas sistêmicos não
James Reason. Na década de 1990, Reason aparecem”, analisa Philip Hassen ex-pre-
disseminou a ideia de que os erros são não sidente da International Society for Quali-
apenas individuais, dos profissionais que
tocam por último o paciente que sofre o
dano, mas, na maioria, sistêmicos, fruto
O alto nível de complexidade que
de processos falhos, que facilitam erros. a assistência atingiu aumenta o
Estudo recente do professor Robert
Wachter, autor do livro Compreendendo
risco de erros, o que exige atenção
a Segurança do Paciente e presidente do sistematizada com protocolos
Melh res Práticas 29
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Na Casa de Saúde São José, a política Na Unidade Morumbi do Hospital São


Luiz, a cada treinamento sobre segurança
deu certo: quem traz a informação do paciente, aumenta o número de notifi-

é valorizado por ter sido responsável cações. “Em 2011, eram 20 ao mês. Depois
do treinamento, o número mensal subiu
e permitir agir com rapidez para 75”, diz o cardiologista Dario Ferrei-
ra, coordenador clínico da instituição.
ty in Health Care e presidente da Canadian “Os números crescem, mas isso é bom
Network for International Surgery. sinal. Estamos enxergando a realidade
No Brasil, há boas experiências com a para melhorá-la e ainda desenvolvendo a
criação de um ambiente não punitivo. Na cultura da segurança”, diz Ferreira.
Casa de Saúde São José, dez anos atrás, o O colaborador que quer relatar um caso
cenário era de medo. “Quando se investi- ao gestor, na Casa de Saúde São José, entra
gava um caso, sempre se chegava a indi- no sistema informatizado e preenche os
víduos, havia punição para quem errava. dados do caso de que tem conhecimento.
Pessoas eram advertidas e até afastadas. “Ao acrescentar as informações, o sistema
Havia medo de notificar e em ser notifica- já puxa todo o prontuário do paciente”,
do”, conta Alessandra Ladain, gerente de diz Alessandra. Na instituição, a notifica-
qualidade da instituição. ção pode ser anônima: “É opcional”.
Desde 2004, com o processo de acredi- Há instituições, porém, que exigem
tação, a equipe de qualidade faz campa- que o autor da informação se identifique:
nhas e treinamentos em que se fala aber- “Isso facilita o rastreamento de dados e é
tamente do medo de notificar. “Mas isso sinal de que as coisas são tratadas aberta-
só funciona se você não punir. Aqui quem mente, que há amadurecimento da ques-
traz a informação é valorizado por ter sido tão”, diz Nilton Brandão, superintenden-
A identificação do autor responsável e nos permitir agir com rapi- te médico do Hospital Moinhos de Vento.
da informação facilita
dez”, diz. A política deu certo. Hoje o nú- Para isso, o entendimento da não punição
com que se rastreie os
dados e é sinal de que mero de notificações ao mês é dez vezes também vigora: “A não punição é a única
as coisas são tratadas superior do que uma década atrás. maneira de não ter subnotificação”.
abertamente
Dreamstime

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>> Evento Sentinela
>> Conceitos e Ferramentas Termo usado pelas
acreditações. Instituições
>> Erro é todo ato voluntário ou de omissão acreditadas notificam, o que
que leve a desfecho involuntário. Evento gera alerta na rede
adverso é qualquer lesão ou dano causado
pela assistência à saúde. Veja quadro:
>> Bow Tie  Problema é estudado,
com causas e potenciais falhas
de um lado e riscos e medidas
de barreira do outro

>> Causa Raiz


Estratégia de análise
retrógrada, observando
as razões que levaram a
>> Diagrama de Venn um erro ou quase-falha
(1) Quase-erros (2) Eventos evitáveis
(3) Eventos não evitáveis (4) Eventos por negligência

>> Modelo de Queijo Suíço


Na primeira imagem
(à esq.) erros passam
porque não há
barreiras de defesa.
A segunda imagem
ilustra o conceito de
defesa, observando
que mesmo que
haja algum erro na
primeira camada, a
arte: magentaking

segunda evita que os


>> Espinha de Peixe >> What If?
problemas ocorram,
Estuda 6 aspectos, como Técnica usa brainstorming
atingindo o paciente
mão de obra, matéria- para levantar erros potenciais
prima e meio ambiente e barreiras de defesa

Ferramentas A ferramenta mais disseminada para


Ainda que a notificação seja relevante, esmiuçar o que os números significam é
um estudo conduzido pelo renomado mé- a análise de causa raiz. “Controlamos, por
dico e professor da Harvard School of Pu- exemplo, o retorno das unidades fechadas
blic Health, Lucian Leape, mostrou que a após 48 horas. Se voltar no período ou se
notificação é um dos métodos que menos for para CTI que o plano não previa, va-
encontram eventos adversos. mos investigar o porquê”, diz Alessandra.
Além das notificações, outras técnicas “Fazemos uma reunião de duas horas
se combinam para captar e mensurar es- a cada 15 dias para discutir abertamente
sas informações: revisão dos óbitos, aná- a quase-falha, para rastrear o que aconte-
lise das queixas dos pacientes e revisão ce e por quê”, diz Fátima Silvana Furtado
de prontuários. Levantados os dados, o Gerolin, superintendente assistencial do
desafio é como trabalhar a informação, in- Oswaldo Cruz.
vestindo em entender os indicadores e, na O Oswaldo Cruz também promove, no
sequência, na comunicação da informa- grupo de gestão de risco, reuniões sema-
ção para as equipes. nais de pré-notificação. “Falamos aberta-

Melh res Práticas 31


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seminado também por Reason, que usa


o modelo do queijo suíço (veja pág. 31).
“Erro é humano, todos vão falhar. A meta
não é extinguir o erro, mas fazer com que
ele seja combatido com medidas proteto-
ras”, diz Mendes, da Fiocruz.
As diferentes técnicas permitem atuar
preventivamente (veja quadro). “Os dife-
rentes métodos reúnem pessoas estraté-
gicas das equipes para identificar os po-
tenciais erros, seus riscos e a pensar como
se proteger caso haja falha, com medidas
de controle”, diz Rafael Munerato, diretor
técnico do Hospital Santa Paula.
Outra estratégia é incluir Entre as ferramentas, estão o Healthca-
a família no processo,
re Failure Mode and Effect Analysis (HF-
pois pode atuar como
barreira protetora, MEA), o gráfico de Ishikawa (ou espinha
especialmente contra de peixe), o What If e o Bow Tie (ver grá-
quedas e erros de
mente dos indicadores, sem tabu, além de fico). Neles, o processo ou problema a ser
medicação
abordar as seis metas internacionais da estudado é colocado no centro do debate,
metodologia JCI”, acrescenta Cleusa Ra- de que participa equipe multiprofissional,
mos Enck, superintendente de desenvol- time de qualidade e gestores.
vimento humano e institucional. As respostas encontradas nos proces-
A recomendação de entidades interna- sos são implatadas como os protocolos de
cionais é que essas reuniões sejam regula- cirurgia segura. “Já na preparação, pergun-
res e não se restrinjam ao grupo de gestão tamos novamente ao paciente qual joelho
do risco ou da qualidade. “As orientações será operado, por exemplo. Se a resposta
do IHI apontam que pelo menos 25% das não bater, o paciente não vai mais para
reuniões da alta direção devem discutir o centro cirúrgico até que o protocolo de
temas da segurança. Isso garante a revisão checagem seja validado”, diz Alessandra.
dos processos”, diz Denise Schout, co- Outra estratégia, apontada como ten-
ordenadora técnica do Projeto Melhores dência, é de incluir a família, cada vez
Práticas Assistenciais da Associação Na- mais, no processo. “A família é importan-
cional de Hospitais Privados (Anahp). te barreira protetora, especialmente contra
quedas e erros de medicação”, analisa Fá-
Inflexão da curva tima, do Oswaldo Cruz.
Estudados os eventos, é preciso partir A instituição está implementando um
para a redução da incidência. Isso é feito grupo focal que ouvirá quatro acompa-
implantando estratégias de barreira mais nhantes de pacientes internados para per-
convenientes para cada tipo de problema. ceber as impressões sobre o tratamento e
O conceito de camadas de barreira foi dis- a relação com a instituição. “A família faz
parte do sistema de segurança. Precisamos

Gestores apontam que muitas prover mais informações e tê-los como


apoio no processo”, diz Fátima.
vezes a adesão está comprovada
Comunicação
no treinamento, mas na prática o Mais do que apenas avaliar os riscos, as
profissional não faz ferramentas são auxiliares nos processos

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de comunicação, mostrando ao grupo os
potenciais riscos e suas consequências.
Os custos dos eventos adversos
Detectados problemas reais ou poten- podem pesar para a instituição, gerando
ciais, a ferramenta essencial é o treinamen-
to, certo? Nem sempre. Gestores narram
perda de credibilidade e financeira, em
que, muitas vezes a adesão está compro- alguns casos de até R$ 1 milhão
vada nos treinamentos, mas, na prática, o
profissional não faz (como no caso da la- pela conscientização dos últimos 20 anos
vagem de mãos) ou simplesmente esque- do Código de Defesa do Consumidor.
ce de fazer (como no caso de algum item Se, dentro das instituições, a punição
da cirurgia segura). “Gastamos milhões começa a ser revista, porta afora, a comu-
em treinamentos que não resolvem nada nidade não aceita um erro assistencial
se não melhorarmos o processo”, analisa sem procurar apontar um culpado. Se
Dario Ferreira, representante do Instituto um dano grave acontece e vem a público,
Brasileiro para Segurança do Paciente. a instituição deve estar preparada para se
Alessandra endossa a tese: “A gente já posicionar publicamente, orienta Hassen:
passou daquela fase em que tudo é trei- “É muito importante observar como a li-
namento. Uma vez que já se escutou que derança se comporta no primeiro inciden-
o colaborador sabe o que tem que fazer, te público que ocorra. Isso mostra quão
cabem outras estratégias para determinar comprometida está com a qualidade”.
as oportunidades de melhoria”, diz. Casos mal conduzidos podem gerar
Há técnicas também para este momen- queda em credibilidade, acompanhada de
to, dentre elas, o “espião”. “As equipes de perdas financeiras. “Uma causa pode che-
controle de infecção, RH ou qualidade, gar a custar R$ 500 mil ou R$ 1 milhão. E,
por exemplo, acompanham o trabalho de estando uma instituição de saúde por trás
determinada equipe observando todas as do erro assistencial, a caneta do juiz pesa
oportunidades perdidas de aplicar o pro- mais”, diz Emerson Eugênio de Lima, pre-
tocolo. Os comportamentos são anotados sidente da ELP Rede Nacional de Advo-
e discutidos. Tem impacto muito grande”, gados Especializados na Área da Saúde e
diz Denise Schout. vice-presidente da Associação Brasileira
Seja qual for a técnica para diagnos- de Direito da Saúde.
ticar e reduzir os eventos, é preciso dar A melhor maneira de se proteger dos
­feedback às equipes sobres as mudanças processos é trazer, cada vez mais, qualida-
empreendidas e sobre as notificações: de. Com muito trabalho das organizações,
“Não pode deixar sem resolver, se não a os indicadores têm melhorado rapida-
subnotificação aumenta”, diz Alessandra. mente. “Em cinco anos, reduzimos a taxa
de infecção de cateter venoso central em
Peso Jurídico 42%, o que mostra que melhorar é possí-
Os custos dos eventos adversos pesam vel”, diz Denise, da Anahp.
em todo o sistema de saúde, seja para cui- Já o dano zero, com que se sonha, ainda
dar dos pacientes cujos quadros se agra- é um norte conceitual. Algumas metas já
vam, seja para pagar processos indeniza- são mais palpáveis, como analisa Hassen:
tórios para famílias insatisfeitas. A Última “Geralmente se aceita que um a cada dez
pesquisa publicada pelo Superior Tribu- pacientes sofram algum dano. Eu aceitaria
nal de Justiça (STJ) fala que, em 2009, o como meta real um em cada mil como ra-
número de processos por má prática na zoável. Se alcançarmos isso nos próximos
área da saúde foi quatro vezes maior do cinco anos, podemos considerar avançar
que em 2000. O número cresce embalado para metas mais ousadas.” 

Melh res Práticas 33


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Responsabilidade, não culpa


Robert Wachter, autor de renome mundial, fala do amadurecimento
dos hospitais quanto à segurança do paciente e dá dicas para
formar times, dar feedback e lidar com a política do dano zero

A
utoridade mundial em segurança dano após o sistema ter falhado. Neste caso,
do paciente, Robert Wachter aca- o caracterizamos como problema de sistema e
ba de publicar a segunda edição também humano.
do best-seller Compreendendo a Segu-
rança do Paciente (Editora Artmed). Em MP: Que tipo de estratégias de feedback
quatro anos, desde a primeira edição, diz poderiam ser adotadas em um ambiente
ter visto o setor evoluir muito em relação não punitivo?
à segurança do paciente. Professor do RW: É notável quão bem os clínicos respon-
Departamento de Medicina da Universi- dem a feedback. Ninguém gosta de ficar iso-
dade da Califórnia e chefe de divisão do lado, é incrível como quantas vezes simples-
Hospital Medicine, Wachter fala com ex- mente deixar as outras pessoas saberem como
clusividade à Melhores Práticas. o comportamento e as práticas delas diferem
de seus pares, ou do que dita a evidência, leva
MP: Que mudanças o sr. observou em ter- a uma rápida melhoria. Estou bem impres-
mos de seguraça do paciente desde a pri- sionado com uma nova estratégia chamada
meira edição do seu livro? “­measure-vention” – o que significa basica-
RW: Fiquei muito surpreso em quanto mudou mente combinar medição com intervenção.
Em vez de zero dano, nos últimos quatro anos. Em 2008, eu mal
uma meta factível:
“Estar entre até os 20% mencionei checklists e hoje é um tema domi- MP: Como funciona?
menores índices de um nante no setor de segurança. Há quatro anos, RW: É um sistema eletrônico que permite que
grupo de comparação”
a ênfase era em medir erros, enquanto hoje é se meça a performance em tempo real e for-
em mesurar danos. A divulgação dos erros aos neça feedback imediato. Um estudo descobriu
pacientes se tornou uma questão maior, assim que monitoramento da higiene das mãos dos
como erros ambulatoriais e erros de diagnós- médicos por câmera, com feedback automáti-
tico. E em 2008, era tudo sobre sistemas, en- co sobre performance para a unidade (um qua-
quanto hoje há muito mais foco em balancear dro eletrônico na unidade mostra o percentual
sistema pensando e uma abordagem “sem cul- de compliance durante a hora anterior) leva a
pa” com responsabilidade. uma rápida e contínua melhora. Outro grupo
desenvolve um scorecard eletrônico que indi-
MP: Indicadores mostram qual percentual ca, por meio de um código de cores, se as prá-
de erros são realmente sistêmicos? ticas recomendadas para a prevenção de PAV
RW: Isso é algo muito difícil de ser estuda- nos pacientes da UTI foram implementadas.
do. Minha própria estimativa é de que 90% O comportamento rapidamente melhorou e os
dos erros estejam relacionados a problemas índices de infecção caíram.
do sistema e menos de 10% estão ligados so-
mente a erros humanos. Claro que há muita MP: Quais limites ou regras deveriam ter
sobreposição. Quando profissionais incompe- uma boa política de não culpabilização?
tentes ou que não seguem as regras causam RW: A não punição é apropriada para erros

34 Melh res Práticas


em que as pessoas estavam tentando o seu significa que hospitais não têm culturas de
melhor e foram traídas por sistemas pobres. segurança, mas, sim, unidades individuais.
Isso inclui erros de descuido, ao menos que Significa que a maioria dos hospitais já tem o
se encontre um padrão desses erros ou possa segredo de uma boa cultura embaixo de seus
visionar que nenhum outro profissional, co- telhados – eles precisam encontrar e dissemi-
locado na mesma situação, teria cometido tal nar entre unidades com subperformance.
erro. Errar é parte da condição humana, e se
nós demitirmos alguém após todo erro de ne- MP: Hospitais devem considerar uma polí-
gligência, nós não teríamos mais médicos ou tica de zero dano realmente alcançável?
enfermeiras para tomar conta dos pacientes. RW: É uma meta aspiracional. Eu acredito que
Um único erro de negligência deveria levar é válido, mas realmente depende da evidên-
para aconselhamento e uma análise para se cia. Para a prevenção de infecções do cateter
ver se o sistema pode ser mais forte – assim o central, digo que zero é atingível, com uma
próximo erro não gera um dano ao paciente. forte cultura e implementação de práticas de
segurança baseadas em evidência. Para a pre-
MP: Como se cria um ambiente colaborati- venção de quedas, erros de medicamento ou
vo, formando time? diagnóstico, zero ainda não é meta atingível.
RW: Criar uma cultura de segurança é muito Prefiro focar em alvos mais realistas, como
árduo, e os líderes devem deixar a importân- estar entre menores 10 ou 20% de um grupo
cia da colaboração clara para todos. O traba- de comparação apropriado. Alguns irão en-
lho de Bryan Sexton mostrou que a cultura de contrar a meta do zero como inspiração. Pes-
segurança difere mais de unidade para unida- soalmente, eu considero metas inalcançáveis
de do que de instituição para instituição. Isso incômodas. Mas eu sou um pragmático. 

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