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17/08/2018 SEI/TJRS ­ 0507321 ­ Parecer

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Praça Mal Deodoro, 55 ­ CEP 90010­908 ­ Porto Alegre ­ RS ­ www.tjrs.jus.br

PARECER ­ CGJ­GABJC ­ GABINETE DOS JUÍZES­CORREGEDORES DA
JUSTIÇA

Senhora Corregedora­Geral
 
Conforme  informação  da  Direção  de  Gestão  de  Pessoas  (doc  nº  0487294)
os atuais concursos públicos para provimento dos cargos de Oficial de Justiça PJ­H e Assistente
Social Judiciário PJ­J, do Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares do 1º Grau, tem prazo de
validade expirando em 17.12.2018.
Atualmente, segundo informa o sistema informatizado (BI), existem 1174 cargos
de oficial de justiça já destinados às Comarcas, dos quais 1013 estão providos, e 161 vagos. a sua
vez o quadro de assistentes sociais conta com 13 cargos vagos.
De  outro  lado,  há,  ainda,  previsão  de  que  seja  realizada  ao  menos  uma  última
chamada em cada concurso, em razão de sua previsão editalícia, de sorte que este número de vagas
deve ser inferior ao ora informado no momento da abertura do certame. 
Em outras palavras, feito o chamamento dos candidatos da última chamada (onde
se aguarda ainda definição da Presidência do TJRS acerca do número de cargos que será possível
prover)  restará  exaurido  o  concurso,  independentemente  de  ainda  não  ter  sido  encerrado  seu
prazo de validade.
Assim, em face da proximidade do exaurimento do concurso, a partir da qual não
haverá possibilidade de nomeação de novos servidores, é necessário que se analise a viabilidade da
abertura de novo concurso.
Por  fim,  importa  consignar  que  a  duração  média  para  a  realização  de  concursos
públicos para o provimento de cargos é de cerca de um (01) ano.
Portanto, certo que durante este período não haverá a possibilidade de nomeação
de novos servidores para os cargos de assistente social e oficial de justiça.

Feitas  estas  breves  considerações,  a  conclusão  que  se  impõe  é  que  urge  a
deflagração  do  procedimento  visando  o  encaminhamento  para  realização  de  novo  concurso
para os cargos de Oficial de Justiça e de Assistente Social, considerando ainda tratarem­se de
cargos  de  alta  relevânia  e  que  certamente  a  ausência  de  servidores,  em  razão  de
aposentadorias  e  exonerações,  nestes  quadros,  comprometerão  a  adequada  prestação
jurisdicional  em    comarcas  do  Estado.  Desta  forma,  se  impõe  a  tomada  de  providências  no
sentido  de  que  seja  autorizada  pelo  egrégio  Conselho  da  Magistratura  a  realização  das
providências iniciais necessárias para a formatação e posterior abertura de novo concurso.
 
Registre­se  que  a  efetiva  abertura  do  processo  seletivo,  com  a  publicação  do

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respectivo  edital,  somente  se  dará  após  o  chamamento  das  remanescentes  vagas  dos  concursos
vigentes.  Desta  forma,  resta  assegurado  o  direito  dos  aprovados  naqueles  certames  em  assumir  o
cargo para o qual lograram aprovação, caso tenham classificação suficiente para tanto.
Com  relação  às  premissas  que  regerão  o  certame,  consideramos  que  devem  ser
adotadas, de regra, aquelas que nortearam os concursos públicos que ora se encerram.
Quanto ao número de vagas, sugerimos que estas devam corresponder ao número
de vagas existentes quando da abertura do edital (hoje correspondendo a 161 cargos de oficial de
justiça  e  13  de  assistente  social),  mais  as  que  se  vagarem  e  estiverem  aptas  para  nomeação  no
período de validade do concurso.
De outro norte, se justifica a manutenção do limitador do número de vagas abertas
no  período  de  validade  do  concurso  que  sejam  possíveis  de  chamada,  tendo  em  vista  a  recente
alteração na orientação jurisprudencial relativamente à obrigatoriedade de a Administração chamar
todos  os  candidatos  aprovados  para  suprirem  as  vagas  oferecidas,  caso  ultrapassadas  as  vagas
ofertadas  no  edital.  Conforme  destacado  no  acórdão  datado  de  29  de  julho  de  2009  do  processo
administrativo nº 0010­09/000582­9, sendo Relator o então Corregedor­Geral da Justiça, Des. Luiz
Felipe Brasil Santos:
Nesse contexto, atento às limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que atrela o
gestor  ao  teto  orçamentário  para  poder  nomear  novos  servidores,  há  que  se  adotar  medidas  de
cautela  que  possibilitem,  em  contrapartida,  a  administração  da  necessidade  e  da  possibilidade,
sem, entretanto, atentar contra o limite legal e orçamentário.
Por  isso,  o  número  de  vagas  a  ser  oferecido  não  pode  ser  demasiado  grande  que  inviabilize  o
mencionado teto orçamentário, diante da obrigatoriedade subjetiva do chamamento de todos os
candidatos aprovados no concurso que atinjam o número de vagas disponibilizadas. Mas também
não é possível que se estabeleça um número muito tímido de vagas que venha a se tornar inócuo
diante das necessidades da Administração, frente à conhecida dinâmica de rotatividade inerente a
este cargo em específico.
Para  enfrentar  esta  situação  paradoxal,  há  que  se  adotar  em  paralelo  duas  medidas  de  cunho
estratégico:  uma  é  projetar  um  número  razoável  de  vagas  além  das  existentes  no  momento  da
publicação do edital de abertura do concurso ...

Quanto ao prazo de validade do concurso sugere­se que este seja fixado em dois
anos, tendo em vista o grande número de vagas a serem disponibilizadas, evitando­se desta forma,
qualquer  comprometimento  financeiro  do  Tribunal  de  Justiça,  caso  não  haja  orçamento  para  o
chamamento de todos os aprovados dentro dos limites do edital.
Também sugere­se que seja mantida a distribuição das vagas em caráter estadual.
Embora a adoção da sistemática da regionalização da distribuição das vagas evitasse “prematuras
exonerações  ou  a  opção  por  outras  carreiras  em  função  do  descontentamento  com  lotação
temporária  que  viabilize  movimentação  ao  menos  horizontal,  pois  prestigiaria  a  permanência  do
servidor  por  mais  tempo  na  região  de  seu  interesse,  compatibilizando  as  necessidades  da
Administração com as do servidor” (parecer de 03/11/2009 do mencionando processo), a premência
da  nomeação  de  novos  servidores  não  recomenda  a  alteração  do  sistema  para  regionalização  em
face, principalmente, da maior demora na elaboração dos editais e das provas, que deverão também
ser regionalizadas.
Tendo  em  vista  o  grande  número  de  vagas  abertas  não  se  recomenda,  neste
momento, a sistemática de recrutamento de caráter regional, em especial pelo fato de que haveria
necessidade  de  possibilitar  prévia  movimentação  para  as  vagas  existentes,  para  só  depois
disponibilizar as vacâncias no edital do concurso. Nessa hipótese, as inúmeras movimentações, bem
como a necessidade de abertura de sucessivos editais de remoção, em efeito cascata, tomariam um
considerável tempo (no momento imprescindível) para se chegar a um número seguro e razoável de
vagas  a  serem  oferecidas  em  cada  uma  das  regiões.  Diante  disso,  temos  que  deve  ser  mantido  o

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sistema de distribuição de vagas pelo critério Estadual, em face de se mostrar mais seguro e mais
célere.
Igualmente  consideramos  que  deve  ser  mantida  a  opção  do  candidato  optar,
exclusivamente, pela última chamada. Quando da manifestação em audiência pública o candidato
poderá  escolher  entre  as  vagas  oferecidas;  optar  por  última  chamada;  optar  por  assumir  a  última
posição na lista de classificação dos aprovados ou desistir do certame.  Cumpre deixar claro que na
hipótese  de  optar  pela  última  chamada  ou  ir  para  o  final  da  lista,  não  haverá  garantia  de  futura
nomeação.  Deverá  tal  escolha  ser  documentada,  quando  da  oferta  das  vagas  ao  candidato,  sendo
irretratável a escolha feita na ocasião da audiência pública.
 
Em  face  destas  considerações,  OPINO  no  sentido  de  que  seja  autorizada  a
realização das providências iniciais necessárias para a formatação e posterior abertura do próximo
Concurso  Público  para  o  cargo  de  Oficial  de  Justiça,  com  prazo  de  validade  de  dois  anos,
renovável por igual período, em caráter estadual, para preenchimento das vagas existentes na data
da publicação do respectivo edital, hoje 161, mais as que vagarem durante o prazo de validade do
concurso,  e  estiverem  aptas  para  nomeação,  da  mesma  forma  ocorrendo  com  os  Assistentes
Sociais, onde hoje temos 13 vagas.  
 
Sugiro que o edital de abertura do novo concurso somente seja publicado em
momento posterior à chamada dos últimos candidatos dos concursos em vigor.
 
Sugiro,  ainda,  caso  aprovada  a  abertura  dos  concursos,  que  a  comissão
examinadora  seja  composta  pelos  Juízes­Corregedores  Sílvia  Muradás  Fiori,  Maurício  Ramires  e
André Vorraber Costa, sendo a primeira na condição de presidente, tendo como suplentes os Juízes­
Corregedores Gioconda Fianco Pitt e André de Oliveira Pires.
 
Sugere­se, por fim, que uma Assistente Social, vinculada à Corregedoria­Geral da
Justiça,  seja  nomeada  para  fazer  parte  da  comissão  para  avaliar  a  documentação  de  ingresso  dos
futuros nomeados no cargo de Assistente Social Judiciário.
 
À consideração de Vossa Excelência.
 
Rogério Delatorre,
Juiz­Corregedor.

Documento assinado eletronicamente por Rogério Delatorre, Juiz­Corregedor, em
16/08/2018, às 16:00, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site
https://www.tjrs.jus.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0 informando o código verificador
0507321 e o código CRC B104018B.

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17/08/2018 SEI/TJRS ­ 0507321 ­ Parecer
8.2018.7030/000001­0 0507321v9

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