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CONCURSO UFF

CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS

TÉCNICO EM ASSUNTOS
EDUCACIONAIS

Prof. Romário Falci

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1) AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E ENADE


PORTARIA NORMATIVA Nº 40, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007

Esta portaria normativa possui o grande objetivo de instituir o e-MEC, que é o sistema eletrônico de
fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, avaliação e
supervisão da educação superior no sistema federal de educação, e o Cadastro e-MEC de Instituições
e Cursos Superiores e consolida disposições sobre indicadores de qualidade, banco de avaliadores
( BASIS ) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e outras disposições.”

Através da definição acima, foi elaborada esta apostila com o intuito de organizar a referida lei para você
que irá prestar o concurso para o cargo de técnico em assuntos educacionais da UFF.

Esta portaria é de fundamental importância para este concurso, analisando a prova anterior do cargo,
percebemos que foram feitas, somente desta lei, 10 questões na parte específica!

Dentre os principais assuntos da prova e que você deve focar mais a sua atenção estão:

➢ O que a lei institui


➢ Quais as competências e finalidade do e-MEC
➢ Como é o processo para fazer parte do e-MEC?
➢ Quais os prazos e recursos
➢ O que é avaliação in loco? Quem faz parte? Quais os prazos?
➢ Cursos de Direito e Medicina, como funciona o credenciamento?
➢ Quais são indicadores de qualidade usados pelo INEP
➢ O que é o ENADE e quais são suas áreas e eixos

Segue abaixo os principais artigos da lei onde respondo cada uma das questões relatadas acima. Fique
focado no que está em negrito!

Qual é a Finalidade?
É necessário observar a finalidade do e-MEC que serve como um grande sistema de dados sobre o
ensino superior, através dela será feito a regulação, avaliação e supervisão da educação superior,
fornecendo indicadores de qualidade, o banco de avaliadores e também sobre o ENADE.

“Esta portaria institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de


informações relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação superior no
sistema federal de educação, e o Cadastro e-MEC de Instituições e Cursos Superiores e consolida
disposições sobre indicadores de qualidade, banco de avaliadores (BASIS) e o Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (ENADE) e outras disposições.”

Art. 1º A tramitação dos processos de regulação, avaliação e supervisão de instituições e cursos


superiores do sistema federal de educação superior será feita exclusivamente em meio eletrônico, no
sistema e-MEC e seguirá os princípios da finalidade, motivação, razoabilidade, moralidade,
interesse público, economia e celeridade processual e eficiência.

Obs: Esses princípios são importantes e podem cair no concurso!

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§ 2º As notificações e publicações dos atos de tramitação dos processos pelo e-MEC serão feitas
exclusivamente em meio eletrônico. Um sistema 100% digital!

§ 4º A indisponibilidade do e-MEC na data de vencimento de qualquer prazo acarretará a prorrogação


automática deste para o primeiro dia subsequente em que haja disponibilidade do sistema.

Art. 4º O e-MEC será implantado em ambiente acessível pela internet, de modo a permitir informação
ao público sobre o andamento dos processos, bem como a relação de instituições credenciadas e de
cursos autorizados e reconhecidos, além dos dados sobre os atos autorizativos e os elementos relevantes
da instrução processual.

CAPÍTULO II DAS COMPETÊNCIAS SOBRE O E-MEC

Art. 7º A coordenação do e-MEC caberá a pessoa designada pelo Ministro da Educação, competindo às
Diretorias de Tecnologia da Informação do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) sua execução operacional.

§ 1º Após a fase de implantação, o desenvolvimento ulterior do sistema será orientado por Comissão de
Acompanhamento, integrada por representantes dos seguintes órgãos:

I - Gabinete do Ministro (GM);


II - Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI); (NR)
III - Secretaria de Educação Superior (SESu);
IV - Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC);
V - Secretaria de Educação a Distância (SEED);
VI - INEP, por suas Diretorias de Avaliação da Educação Superior (DAES) e de Tecnologia e
Desenvolvimento de Informação Educacional; (NR)
VII - Conselho Nacional de Educação (CNE); VIII - Consultoria Jurídica (CONJUR).

COMO É O PROCESSO DE CREDENCIAMENTO DAS INSTITUIÇÕES PARA FAZER


PARTE DO E-MEC?

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A imagem da página anterior é um quadro resumo das principais partes deste capítulo, sobre o
credenciamento no e-MEC.

Obs: Todas as partes citadas na imagem acima serão esclarecidas ao longo da apostila.

Art. 8º O protocolo do pedido de credenciamento de instituição ou autorização de curso será obtido


após o cumprimento dos seguintes requisitos:

I - Pagamento da taxa de avaliação, prevista no art. 3º, caput, da Lei nº 10.870, de 19 de maio de 2004,
exceto para instituições de educação superior públicas, isentas nos termos do art. 3º, § 5º, da mesma lei,
mediante documento eletrônico, gerado pelo sistema;

II - Preenchimento de formulário eletrônico;

III - apresentação dos documentos de instrução referidos no Decreto nº 5.773, de 2006, em meio
eletrônico, ou as declarações correspondentes, sob as penas da lei.

§ 1º O pedido de credenciamento deve ser acompanhado do pedido de autorização de pelo menos um


curso, nos termos do art. 67 do Decreto nº 5.773, de 2006, e de no máximo 5 (cinco) cursos

COMO É FEITA A ANALISE DOCUMENTAL?

Art. 10. Após o protocolo, os documentos serão submetidos a análise.

§ 1º A análise dos documentos fiscais e das informações sobre o corpo dirigente e o imóvel, bem como
do Estatuto ou Regimento, será realizada pela Secretaria competente.

§ 2º Caso os documentos sejam omissos ou insuficientes à apreciação conclusiva, o órgão poderá


determinar ao requerente a realização de diligência, a qual se prestará unicamente a esclarecer ou sanar
o aspecto apontado.

§ 3º A diligência deverá ser atendida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de arquivamento do processo

§ 5º O não atendimento da diligência, no prazo, ocasiona o arquivamento do processo, nos termos do


art. 11, § 3º. § 6º As diligências serão concentradas em uma única oportunidade em cada fase do
processo, exceto na fase de avaliação, em que não caberá a realização de diligência, a fim de assegurar
objetividade e celeridade processual.

Art. 11. Concluída a análise dos documentos, o processo seguirá ao Diretor de Regulação competente,
para apreciar a instrução, no seu conjunto, e determinar a correção das irregularidades sanáveis, se
couber, ou o arquivamento do processo, quando a insuficiência de elementos de instrução impedir o
seu prosseguimento.

§ 1º Não serão aceitas alterações do pedido após o protocolo

§ 4º Caso o arquivamento venha a ocorrer depois de iniciada a fase de avaliação, em virtude de qualquer
das alterações referidas no § 2º, não haverá restituição do valor da taxa, observado o art. 14B.

Art. 11-A Nos pedidos de autorização de cursos presenciais, a avaliação in loco poderá ser dispensada,
por decisão do Diretor de Regulação competente, após análise documental, mediante despacho

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fundamentado, condicionada ao Conceito Institucional (CI) e Índice Geral de Cursos Avaliados da


Instituição (IGC) da instituição mais recentes iguais ou superiores a 3 (três), cumulativamente.

§ 2º Na hipótese de CI (conceito institucional) ou IGC (índice geral de cursos) inferiores a 3 (três),


em vista da análise dos elementos de instrução do processo e da situação da instituição, a autorização de
cursos poderá ser indeferida, motivadamente, independentemente de visita de avaliação in loco.

§ 3º A reduzida proporção, correspondente a menos de 50% (cinquenta por cento), de cursos


reconhecidos em relação aos cursos autorizados e solicitados é fundamento suficiente para o
arquivamento do processo.

§ 4º Na ausência de CI, poderá ser considerado apenas o IGC da instituição

Art. 11-B Nos pedidos de autorização de cursos em EAD, a aplicação da regra do art. 11-A é
condicionada ao CI e IGC da instituição mais recentes iguais ou superiores a 4 (quatro),
cumulativamente.

§ 1º Nos pedidos de credenciamento de polos de apoio presencial poderá ser adotada a visita de avaliação
in loco por amostragem, após análise documental, mediante despacho fundamentado, condicionada aos
indicadores referidos no caput, observadas as proporções do art. 55, § 2º.

§ 2º Na hipótese de CI ou IGC inferiores a 3 (três), em vista da análise dos elementos de instrução do


processo e da situação da instituição, os pedidos de credenciamento institucional para a modalidade de
EAD, credenciamento de novos polos de apoio presencial e de autorização de cursos nessa modalidade
poderão ser indeferidos, motivadamente, independentemente de visita de avaliação in loco.

Art. 12. Do despacho de arquivamento caberá recurso ao Secretário competente no prazo de dez dias.
Parágrafo único. A decisão do Secretário referida no caput é irrecorrível.

Art. 13. Encerrada a fase de instrução documental, com o despacho do Diretor ou do Secretário,
conforme o caso, o processo seguirá ao INEP, para realização da avaliação in loco. Parágrafo único.
Na hipótese de múltiplos endereços, a avaliação in loco poderá ser feita por amostragem, a juízo da
Diretoria de Regulação competente, a quem competirá assinalar os locais a serem visitados pelo INEP.

O QUE É AVALIAÇÃO IN LOCO?

Art. 13-A A atividade de avaliação, sob responsabilidade do INEP, para fins de instrução dos processos
de autorização e reconhecimento de cursos, bem como credenciamento de instituições, e suas respectivas
renovações, terá início a partir do despacho saneador satisfatório ou parcialmente satisfatório da
Secretaria competente, nos termos do art. 13, e se concluirá com a inserção do relatório de avaliação,
após a apreciação pela Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA), nas hipóteses
de impugnação.

Art. 14. A tramitação do processo no INEP se iniciará com a geração de código de avaliação no
sistema e-MEC e abertura de formulário eletrônico de avaliação para preenchimento pela instituição.

§ 1º As Comissões de Avaliação in loco de instituições serão compostas por três avaliadores e as de


curso, por dois avaliadores, sorteados pelo sistema e-MEC dentre os integrantes do Banco de
Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES (BASIS).

§ 2º Caso necessário, o requerente efetuará o pagamento do complemento da taxa de avaliação.

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§ 3º O não pagamento do complemento da taxa de avaliação após o vencimento do prazo do boleto


enseja o arquivamento do processo, nos termos do art. 11.

Art. 14-A Deverá ser paga uma taxa de avaliação para cada processo aberto no sistema e-MEC,
observado o art. 14-B.

§ 1º O valor da taxa básica de avaliação in loco é de R$ 6.960,00 (seis mil novecentos e sessenta reais),
nos processos de autorização e reconhecimento de cursos, e R$ 10.440,00 (dez mil quatrocentos e
quarenta reais), nos processos de credenciamento, e nas respectivas renovações.

§ 2º O valor da taxa para credenciamento de pólo de apoio presencial de EAD é de R$ 6.960,00 (seis
mil novecentos e sessenta reais) por polo.

§ 3º As receitas obtidas com a taxa de avaliação in loco serão aplicadas exclusivamente no custeio das
despesas com as Comissões de Avaliação.

Art. 14-B O arquivamento do processo ou dispensa de avaliação in loco, nos termos dos arts. 11, 11-A,
11-B, 35 e 35-A desta Portaria Normativa, poderá gerar em favor do requerente crédito do valor da taxa
de avaliação correspondente, caso não tenham sido efetuadas despesas de custeio pelo INEP.

§ 4º Havendo pendência, ficará suspenso o fluxo processual pelo prazo de 30 (trinta) dias, após o quê,
não havendo quitação, o processo será arquivado.

§ 5º Realizada avaliação in loco, não caberá ressarcimento de valores, independentemente do número de


avaliadores designados.

Art. 14-C As avaliações in loco durarão, em regra, 2 (dois) dias, para subsidiar atos de autorização,
reconhecimento de curso e credenciamento de polo de apoio presencial para EAD, e 3 (três) dias,
para atos de credenciamento, excluídos os dias de deslocamento, e idêntico prazo nas respectivas
renovações, quando for o caso.

§ 4º O trabalho da Comissão de Avaliação deverá ser pautado pelo registro fiel e circunstanciado das
condições concretas de funcionamento da instituição ou curso, incluídas as eventuais deficiências, em
relatório que servirá como referencial básico à decisão das Secretarias competentes ou do CNE,
conforme o caso.

§ 5º A Comissão de Avaliação, na realização da visita in loco, aferirá a exatidão dos dados informados
pela instituição, com especial atenção ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), quando se
tratar de avaliação institucional, ou Projeto Pedagógico de Curso (PPC), quando se tratar de avaliação
de curso.

§ 6º É vedado à Comissão de Avaliação fazer recomendações ou sugestões às instituições avaliadas,


ou oferecer qualquer tipo de aconselhamento que influa no resultado da avaliação, sob pena de nulidade
do relatório, além de medidas específicas de exclusão dos avaliadores do banco, a juízo do INEP.

§ 7º Do arquivamento do processo por não preenchimento do formulário eletrônico caberá recurso à


Secretaria competente, no prazo de 10 (dez) dias, a partir da notificação pelo sistema.

Art. 16. Realizada a visita à instituição, a Comissão de Avaliadores elaborará relatório, atribuindo
conceito de avaliação. (NR)

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§ 1º O relatório será produzido pela Comissão no sistema e-MEC e o INEP notificará a instituição e
simultaneamente a Secretaria competente. (NR)

§ 2º A instituição e as Secretarias terão prazo comum de 60 dias para impugnar o resultado da


avaliação.

§ 3º Havendo impugnação, será aberto prazo comum de 20 dias para contrarrazões das Secretarias ou da
instituição, conforme o caso.

Art. 17. Havendo impugnação, o processo será submetido à CTAA, instituída nos termos da Portaria nº
1.027, de 15 de maio de 2006, que apreciará conjuntamente as manifestações da instituição e das
Secretarias competentes, e decidirá, motivadamente, por uma dentre as seguintes formas:

I - Manutenção do parecer da Comissão de Avaliação;


II - Reforma do parecer da Comissão de Avaliação, com alteração do conceito, para mais ou para menos,
conforme se acolham os argumentos da instituição ou da Secretaria competente; (NR)
III - anulação do relatório e parecer, com base em falhas na avaliação, determinando a realização de
nova visita, na forma do art. 15.

QUEM SÃO OS AVALIADORES? QUAIS SÃO OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO?

Art. 17-A O avaliador é um docente da educação superior, membro da comunidade universitária


que, em nome de seus pares e por delegação do MEC, afere a qualidade de instituições e cursos da
educação superior.

Parágrafo único. As avaliações in loco destinam-se a conhecimento e registro das condições concretas
em que se desenvolvem as atividades educacionais, não tendo o avaliador delegação do INEP ou de
qualquer órgão do MEC para aconselhar ou orientar a instituição em relação à atividade
educacional.

Art. 17-B Os avaliadores integrarão o Banco de Avaliadores do SINAES (BASIS), instituído pela
Portaria n° 1.027, de 15 de maio de 2006, cadastro nacional, único e público de avaliadores da educação
superior, selecionados e capacitados pelo INEP.

Art. 17-C São requisitos para candidatar-se ao BASIS:

I - Ser docente inscrito no Cadastro Nacional de Docentes, instituído pela Portaria n° 327, de 1º de
fevereiro de 2005, portador de titulação universitária não inferior a mestre;
II - Comprovar exercício da docência, em nível superior, de pelo menos 3 (três) anos, em instituição e
curso regulares conforme o Cadastro e-MEC;
III - Possuir produção científica nos últimos 3 (três) anos, registrada no currículo Lattes;
IV - Ter disponibilidade para participar de pelo menos três avaliações anuais; e
V - Não ter pendências junto às autoridades tributárias e previdenciárias.

Art. 17-F São vedadas ao avaliador as seguintes condutas, cuja prática ensejará a exclusão do BASIS:

I - Receber valores, presentes ou qualquer forma de ajuda de custo ou apoio da instituição avaliada;
II - Fazer recomendações ou qualquer forma de aconselhamento à instituição;
III - Promover atividades de consultoria e assessoria educacional, eventos, cursos e palestras, bem como
produzir materiais de orientação sobre os procedimentos de avaliação do INEP;
IV - Realizar avaliações em situação de impedimento, suspeição ou conflito de interesses.

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§ 3º A participação do avaliador em qualquer atividade remunerada pela instituição ou curso por ele
avaliados, desde um ano antes e até um ano depois da realização da avaliação, implica a nulidade
do relatório para todos os fins, além de descumprimento dos deveres éticos, com a consequência de
exclusão do BASIS, nos termos desta Portaria Normativa, sem prejuízo de outras medidas penais e civis
previstas na legislação própria.

Art. 17-H A designação de avaliadores para composição da Comissão de Avaliação será feita por sorteio
eletrônico e será orientada pela diretriz da avaliação por pares, assegurando:

I - A aplicação dos seguintes parâmetros de mérito:

a) na avaliação de cursos, os avaliadores devem ter formação correspondente ao curso avaliado, com
referência nas Diretrizes Curriculares Nacionais e no Catálogo de Cursos Superiores de Tecnologia,
além de critérios usualmente adotados pela comunidade acadêmica;

b) na avaliação de cursos e instituições de EAD, os avaliadores devem ter experiência de pelo menos um
ano nessa modalidade de educação;

c) na avaliação de cursos superiores de tecnologia, os avaliadores devem ter pelo menos três anos de
experiência acadêmica na área específica do curso a ser avaliado;

d) na avaliação institucional, os avaliadores devem ter experiência em gestão acadêmica de, no mínimo,
um ano;

e) na avaliação institucional de universidades, a Comissão de Avaliação deverá ser composta por pelo
menos um avaliador oriundo de universidade;

II - A aplicação dos seguintes critérios eliminatórios operacionais aos avaliadores:

a) não possuir qualquer vínculo com a IES a ser avaliada;


b) residir em estado distinto do local de oferta a ser avaliado;
c) não ter pendência com a Receita Federal;
d) ter sido capacitado no instrumento a ser utilizado na avaliação;
e) não participar de mais de uma Comissão de Avaliação simultaneamente;
f) não exceder o número máximo de avaliações anuais fixado pelo INEP;

III - a aplicação de critérios classificatórios entre os avaliadores:


a) avaliadores com maior titulação;
b) avaliadores que possuem menor número de avaliações no ano corrente;
c) avaliadores que residem na mesma região da avaliação, mas em estados diferentes.

Art. 17-K Deverão estar disponíveis para análise pela Comissão de Avaliação previamente à realização
da visita, além do formulário eletrônico de avaliação, outros documentos, que permitam considerar a
instituição ou curso no conjunto, tais como:

I - Relatórios parciais e finais do processo de autoavaliação da instituição;

II - Relatórios de avaliação dos cursos da instituição disponíveis;

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III - informações sobre protocolos de compromisso e termos de saneamento de deficiências e seus


relatórios de acompanhamento, bem como sobre os planos de melhorias referidos no art. 35-C, I, quando
for o caso;

IV - Dados de avaliação dos programas de pós-graduação da instituição pela Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), quando houver;

V - Informações sobre o credenciamento e o último recredenciamento da instituição, considerando


especialmente o seu PDI;

VI - Indicadores de qualidade da instituição de seus cursos e do desempenho de seus estudantes no


ENADE;

VII - Os dados do questionário socioeconômico preenchido pelos estudantes, disponíveis no momento


da avaliação;

VIII - Os dados atualizados do Censo da Educação Superior e do Cadastro e-MEC;

IX - Outros considerados pertinentes pela CONAES.

DAS DISPOSIÇÕES PECULIARES AOS PROCESSOS DE AUTORIZAÇÃO OU


RECONHECIMENTO DE CURSO

Art. 26. Para a solicitação de autorização ou reconhecimento, é indispensável que o curso conste de PDI
(Plano de Desenvolvimento Institucional) já submetido à apreciação dos órgãos competentes do MEC,
por ocasião do credenciamento ou recredenciamento da instituição, ou por aditamento, nos termos do
art. 57, V.

Art. 27. O pedido de autorização deverá ser instruído com a relação de docentes comprometidos com a
instituição para a oferta de curso, no Cadastro Nacional de Docentes.

Art. 28. Nos processos de autorização ou reconhecimento de cursos superiores de tecnologia o requerente
informará se o pedido tem por base o catálogo instituído pela Portaria nº 10, de 28 de julho de 2006, com
base no art. 42 do Decreto nº 5.773, de 2006, ou tem caráter experimental, nos termos do art. 81 da Lei
nº 9.394, de 1996.

CURSO DE DIREITO E MEDICINA, COMO FUNCIONA O CREDENCIAMENTO?

Art. 29. Os pedidos de autorização de cursos de Direito, Medicina, Odontologia e os demais referidos
no art. 28, § 2º do Decreto nº 5.773, de 2006, sujeitam-se a tramitação própria, nos termos desta Portaria
Normativa.

§ 1º Nos pedidos de autorização e reconhecimento de curso de graduação em Direito, será aberta vista
para manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo prazo de 60
dias, prorrogável por igual período, a requerimento da OAB.

§ 8º Os pedidos de autorização de cursos de Medicina deverão ser instruídos com elementos específicos
de avaliação, que possam subsidiar a decisão administrativa em relação aos seguintes aspectos:

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I - Demonstração da relevância social, com base na demanda social e sua relação com a ampliação do
acesso à educação superior, observados parâmetros de qualidade;

II - Demonstração da integração do curso com a gestão local e regional do Sistema Único de Saúde -
SUS;

III - Comprovação da disponibilidade de hospital de ensino, próprio ou conveniado por período mínimo
de dez anos, com maioria de atendimentos pelo SUS;

IV - Indicação da existência de um núcleo docente estruturante, responsável pela formulação do projeto


pedagógico do curso, sua implementação e desenvolvimento, composto por professores:
a) com titulação em nível de pós-graduação stricto sensu;
b) contratados em regime de trabalho que assegure preferencialmente dedicação plena ao curso; e
c) com experiência docente.

§ 9º Os pedidos de autorização de cursos de Direito deverão ser instruídos com elementos específicos
de avaliação, que possam subsidiar a decisão administrativa em relação aos seguintes aspectos:

I - A demonstração da relevância social, com base na demanda social e sua relação com a ampliação
do acesso à educação superior, observados parâmetros de qualidade;

II - Indicação da existência de um núcleo docente estruturante, responsável pela formulação do


projeto pedagógico do curso, sua implementação e desenvolvimento, composto por professores:
a) com titulação em nível de pós-graduação stricto sensu;
b) contratados em regime de trabalho que assegure preferencialmente dedicação plena ao curso; e
c) com experiência docente na instituição e em outras instituições.

Art. 32. Após a autorização do curso, a instituição compromete-se a observar, no mínimo, o padrão de
qualidade e as condições em que se deu a autorização, as quais serão verificadas por ocasião do
reconhecimento e das renovações de reconhecimento. § 1º A instituição deverá afixar em local visível
junto à Secretaria de alunos, as condições de oferta do curso, informando especificamente o seguinte:

I - Ato autorizativo expedido pelo MEC, com a data de publicação no Diário Oficial da União;

II - Dirigentes da instituição e coordenador de curso efetivamente em exercício;

III - relação dos professores que integram o corpo docente do curso, com a respectiva formação, titulação
e regime de trabalho;

IV- Matriz curricular do curso;

V - Resultados obtidos nas últimas avaliações realizadas pelo MEC, quando houver;

VI - Valor corrente dos encargos financeiros a serem assumidos pelos alunos, incluindo mensalidades,
taxas de matrícula e respectivos reajustes e todos os ônus incidentes sobre a atividade educacional.

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DO CICLO AVALIATIVO E DAS DISPOSIÇÕES PECULIARES AOS PROCESSOS DE


RECREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES E RENOVAÇÃO DE RECONHECIMENTO
DE CURSOS

Art. 33. O ciclo avaliativo compreende a realização periódica de avaliação de instituições e cursos
superiores, com referência nas avaliações trienais de desempenho de estudantes, as quais subsidiam,
respectivamente, os atos de recredenciamento e de renovação de reconhecimento.

§ 1º Os conceitos de avaliação serão expressos numa escala de cinco níveis, em que os níveis iguais
ou superiores a 3 (três) indicam qualidade satisfatória.

QUAIS SÃO INDICADORES DE QUALIDADE USADOS PELO INEP?

Art. 33-B São indicadores de qualidade, calculados pelo INEP, com base nos resultados do ENADE
e demais insumos constantes das bases de dados do MEC, segundo metodologia própria, aprovada pela
CONAES, atendidos os parâmetros da Lei nº 10.861, de 2004:

I - De cursos superiores: o Conceito Preliminar de Curso (CPC), instituído pela Portaria Normativa
no 4, de 05 de agosto de 2008;

II - De instituições de educação superior: o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC),


instituído pela Portaria Normativa no 12, de 05 de setembro de 2008;

III - De desempenho de estudantes: o conceito obtido a partir dos resultados do ENADE;

§ 1º O CPC será calculado no ano seguinte ao da realização do ENADE de cada área, observado o
art. 33-E, com base na avaliação de desempenho de estudantes, corpo docente, infraestrutura, recursos
didático-pedagógicos e demais insumos, conforme orientação técnica aprovada pela CONAES.

§ 2º O IGC será calculado anualmente, considerando:

I - A média dos últimos CPCs disponíveis dos cursos avaliados da instituição no ano do cálculo e nos
dois anteriores, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos cursos computados;

II - A média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu atribuídos
pela CAPES na última avaliação trienal disponível, convertida para escala compatível e ponderada pelo
número de matrículas em cada um dos programas de pós-graduação correspondentes;

III - A distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pós-graduação
stricto sensu, excluindo as informações do inciso II para as instituições que não oferecerem pós-
graduação stricto sensu.

Art. 33-C São conceitos de avaliação, os resultados após avaliação in loco realizada por Comissão de
Avaliação do INEP:

I - De curso: o Conceito de Curso (CC), consideradas, em especial, as condições relativas ao perfil do


corpo docente, à organização didático-pedagógica e às instalações físicas;
II - De instituição, o Conceito de Instituição (CI), consideradas as dimensões analisadas na avaliação
institucional externa.

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O QUÊ É O ENADE E QUAIS SÃO SUAS ÁREAS E EIXOS?

Art. 33-D O ENADE aferirá o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos
previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, e as habilidades e competências
adquiridas em sua formação.

§ 1º O ENADE será realizado pelo INEP, sob a orientação da CONAES, e contará com o apoio técnico
de Comissões Assessoras de Área.

§ 2º O INEP constituirá um banco de itens, elaborados por um corpo de especialistas, conforme


orientação das Comissões Assessoras de Área, para composição das provas do ENADE.

Art. 33-E O ENADE será realizado todos os anos, aplicando-se trienalmente a cada curso, de modo
a abranger, com a maior amplitude possível, as formações objeto das Diretrizes Curriculares Nacionais,
da legislação de regulamentação do exercício profissional e do Catálogo de Cursos Superiores de
Tecnologia (CST).

§ 1º O calendário para as áreas observará as seguintes referências:


a) Ano I- saúde, ciências agrárias e áreas afins;
b) Ano II- ciências exatas, licenciaturas e áreas afins;
c) Ano III- ciências sociais aplicadas, ciências humanas e áreas afins.

§ 2º O calendário para os eixos tecnológicos observará as seguintes referências:


a) Ano I- Ambiente e Saúde, Produção Alimentícia, Recursos Naturais, Militar e Segurança;
b) Ano II- Controle e Processos Industriais, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção
Industrial;
c) Ano III- Gestão e Negócios, Apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design.

Art. 33-F O ENADE será aplicado aos estudantes ingressantes e concluintes de cada curso a ser
avaliado, conforme lançados no Cadastro e-MEC, observados os respectivos códigos e os locais de
oferta informados.

§ 1º O ENADE será composto de uma prova geral de conhecimentos e uma prova específica de
cada área, voltada a aferir as competências, habilidades e conteúdos agregados durante a formação.

§ 2º Os alunos ingressantes participarão apenas da prova geral, que será elaborada com base na matriz
de referência do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

§ 3º Os alunos ingressantes que tiverem realizado o ENEM, aplicado com metodologia que permita
comparação de resultados entre edições do exame, poderão ser dispensados de realizar a prova geral
do ENADE, mediante apresentação do resultado válido.

§ 4º Os alunos concluintes realizarão a prova geral de conhecimentos e a prova específica da área.

Art. 33-G O ENADE é componente curricular obrigatório dos cursos superiores, devendo constar
do histórico escolar de todo estudante a participação ou dispensa da prova, nos termos desta
Portaria Normativa.

§ 1º O estudante que tenha participado do ENADE terá registrada no histórico escolar a data de
realização da prova.

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13

§ 2º O estudante cujo ingresso ou conclusão no curso não coincidir com os anos de aplicação do
ENADE respectivo, observado o calendário referido no art. 33-E terá no histórico escolar a menção,
"estudante dispensado de realização do ENADE, em razão do calendário trienal".

§ 3º O estudante cujo curso não participe do ENADE, em virtude da ausência de Diretrizes Curriculares
Nacionais ou motivo análogo, terá no histórico escolar a menção "estudante dispensado de realização
do ENADE, em razão da natureza do curso".

§ 4º O estudante que não tenha participado do ENADE por motivos de saúde, mobilidade acadêmica ou
outros impedimentos relevantes de caráter pessoal, devida e formalmente justificados perante a
instituição, terá no histórico escolar a menção "estudante dispensado de realização do ENADE, por
razão de ordem pessoal".
§ 5º O estudante que não tiver sido inscrito no ENADE por ato de responsabilidade da instituição terá
inscrito no histórico escolar a menção "estudante não participante do ENADE, por ato da instituição
de ensino."

§ 8º A soma dos estudantes concluintes dispensados de realização do ENADE nas situações referidas
nos §§ 4º e 5º deverá ser informada anualmente ao INEP e caso ultrapasse a proporção de 2% (dois
por cento) dos concluintes habilitados por curso, ou o número de 10 (dez) alunos, caracterizará
irregularidade, de responsabilidade da instituição.

OBS 1: Após a realização do ENADE, o estudante inscrito que não tenha participado do ENADE
pelos motivos previstos no art. 33G, § 4º, terá 10 (dez) dias para apresentar no sistema a
justificativa de ausência.

OBS 2: Quando a responsabilidade pela não realização do exame for do estudante, esse deve
requerer a regularização de sua situação, mediante a realização da prova geral de conhecimentos
no ano seguinte.

Art. 33-J O INEP disponibilizará, em meio eletrônico, questionários destinados a conhecimento do perfil
dos estudantes inscritos, como subsídio para melhor compreensão dos resultados, conforme diretrizes
definidas pela CONAES.

§ 1º O preenchimento dos questionários pelos estudantes é obrigatório e deve ser realizado no prazo de
30 (trinta) dias que antecedem a realização do ENADE.

Art. 33-L Os resultados do ENADE serão expressos numa escala de cinco níveis e divulgados na forma
do art. 34, passando a integrar o conjunto das dimensões avaliadas quando da avaliação dos cursos de
graduação e dos processos de autoavaliação.

Art. 34. O procedimento de divulgação dos indicadores de qualidade e conceitos de avaliação às


instituições e ao público observará o disposto neste artigo. (NR)

§ 1º O CPC e o IGC serão calculados por sistema informatizado do INEP, considerando os insumos
coletados nas bases de dados oficiais do INEP e do MEC, associados aos respectivos códigos de cursos
e instituições, bem como locais de oferta, quando pertinente, e informados às instituições por meio do
sistema eletrônico.

§ 1º Os cursos com CPC igual a 3 (três) ou 4 (quatro) poderão requerer avaliação in loco, protocolando
pedido de renovação de reconhecimento no prazo do caput, acompanhado da taxa respectiva, de que
resultará atribuição de CC, maior ou menor que o CPC, cabendo impugnação à CTAA, na forma do art.
17.

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Art. 35-C Os cursos com CPC insatisfatório e as instituições com IGC insatisfatório em qualquer dos
anos do ciclo deverão requerer renovação de reconhecimento ou recredenciamento,
respectivamente, no prazo de até 30 (trinta) dias da publicação do indicador, na forma do art. 34,
instruído com os seguintes documentos:

I - Plano de melhorias acadêmicas, contendo justificativa sobre eventuais deficiências que tenham dado
causa ao indicador insatisfatório, bem como medidas capazes de produzir melhora efetiva do curso ou
instituição, em prazo não superior a um ano, aprovado pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) da
instituição, prevista no art. 11 da Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004;

II - Comprovante de recolhimento da taxa de avaliação in loco, ressalvadas as hipóteses legais de


isenção.

DAS DISPOSIÇÕES PECULIARES AOS PROCESSOS DE CREDENCIAMENTO,


AUTORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO PARA OFERTA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Art. 53. A oferta de cursos superiores na modalidade a distância, por instituições devidamente
credenciadas para a modalidade, sujeita-se a pedido de autorização, reconhecimento e renovação de
reconhecimento, dispensada a autorização para instituições que gozem de autonomia, exceto para os
cursos referidos no art. 28, § 2º, do Decreto nº 5.773, de 2006, na forma da legislação. (NR)

§ 1º Os pedidos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos superiores na


modalidade a distância de instituições integrantes do sistema federal devem tramitar perante os órgãos
próprios do MEC.

§ 2º A existência de cursos superiores reconhecidos na modalidade presencial, ainda que análogos aos
cursos superiores a distância ofertada pela IES, não exclui a necessidade de processos distintos de
reconhecimento de cada um desses cursos pelos sistemas de ensino competentes.

§ 3º Os cursos na modalidade a distância devem ser considerados de maneira independente dos cursos
presenciais para fins dos processos de regulação, avaliação e supervisão.

§ 4º Os cursos na modalidade a distância ofertados pelas instituições dos sistemas federal e estaduais
devem estar previstos no Plano de Desenvolvimento Institucional apresentado pela instituição por
ocasião do credenciamento.

Art. 54. O pedido de autorização de curso na modalidade a distância deverá cumprir os requisitos
pertinentes aos demais cursos superiores, informando projeto pedagógico, professores comprometidos,
tutores de EAD e outros dados relevantes para o ato autorizativo, em formulário eletrônico do sistema
e-MEC.

Parágrafo único. No processo de reconhecimento de cursos na modalidade a distância realizados em


diversos polos de apoio presencial, as avaliações in loco poderão ocorrer por amostragem, observado o
procedimento do art. 55, § 2º.

Art. 55. A oferta de curso na modalidade a distância em regime de parceria, utilizando polo de apoio
presencial credenciado de outra instituição é facultada, respeitado o limite da capacidade de atendimento
de estudantes no polo.

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§ 1º Os pedidos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos na modalidade


a distância em regime de parceria deverão informar essa condição, acompanhada dos documentos
comprobatórios das condições respectivas e demais dados relevantes.

§ 2º Deverá ser realizada avaliação in loco aos polos da instituição ofertante e da instituição parceira,
por amostragem, da seguinte forma:

I - Até 5 (cinco) polos, a avaliação in loco será realizada em 1 (um) polo, à escolha da SEED;

II - De 5 (cinco) a 20 (vinte) polos, a avaliação in loco será realizada em 2 (dois) polos, um deles à
escolha da SEED e o segundo, definido por sorteio;

III- mais de 20 (vinte) polos, a avaliação in loco será realizada em 10% (dez por cento) dos polos, um
deles à escolha da SEED e os demais, definidos por sorteio.

O QUE É O CADASTRO E-MEC?

Art. 61-A Fica instituído o Cadastro e-MEC, cadastro eletrônico de consulta pública pela internet, base
de dados oficial e única de informações relativas às instituições e cursos de educação superior, mantido
pelo MEC.
§ 1o Os dados que integram o Cadastro e-MEC são públicos, com as ressalvas previstas na legislação.

§ 2o O Cadastro e-MEC atribuirá para cada instituição, curso e local de oferta de educação superior
código próprio, a ser utilizado nos demais sistemas eletrônicos do MEC.

§ 3o Em relação aos cursos, deverá ser feito um registro correspondente a cada projeto pedagógico que
conduza a diploma a ser expedido pela instituição, independentemente do compartilhamento de
disciplinas, percursos formativos ou formas de acesso entre eles.

Art. 61-E A instituição deverá indicar um Procurador Educacional Institucional (PI), que será o
responsável pelas respectivas informações no Cadastro e-MEC e nos processos regulatórios
correspondentes, bem como pelos elementos de avaliação, incluídas as informações necessárias à
realização do ENADE.

Art. 63 Os cursos cujos pedidos de reconhecimento tenham sido protocolados dentro do prazo e não
tenham sido decididos até a data de conclusão da primeira turma consideram-se reconhecidos,
exclusivamente para fins de expedição e registro de diplomas.

Art. 64. O sistema Sapiens será progressivamente desativado, à medida que suas funcionalidades
forem absorvidas pelo sistema e-MEC.

EXERCÍCIOS DO CONCURSO ANTERIOR

1) As avaliações do ciclo avaliativo são orientadas por indicadores de qualidade e geram conceitos de
avaliação de instituições e cursos superiores, expedidos periodicamente pelo INEP, em cumprimento à
Lei n° 10.861, de 2004. Esses indicadores de qualidade são calculados pelo INEP, com base nos
resultados do ENADE e demais insumos constantes das bases de dados do MEC, segundo metodologia
própria, aprovada pela CONAES, que implica:

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(A) o Conceito Preliminar de Curso (CPC); o Conceito de Cursos Avaliados da Instituição na visita in
loco (CC); e o desempenho de estudantes no ENADE.

(B) o Conceito de Cursos Avaliados da Instituição na visita in loco (CC); o Índice Geral de Cursos
Avaliados da Instituição (IGC); e o desempenho de estudantes no ENADE.

(C) o Conceito Preliminar de Curso (CPC); o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC); e
o desempenho de estudantes no ENEM.

(D) o Conceito de Cursos Avaliados da Instituição na visita in loco (CC); o Índice Geral de Cursos
Avaliados da Instituição (IGC); e o desempenho de estudantes no ENEM.

(E) o Conceito Preliminar de Curso (CPC); o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC); e
o desempenho de estudantes no ENADE.

2) As Comissões de Avaliação in loco de instituições serão compostas por _____ avaliadores e as de


curso por _____ avaliadores, sorteados pelo sistema e-MEC dentre os 7 integrantes do Banco de
Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES (BASIS), observados os
arts. 17-A a 17-H(NR).

As palavras que completam corretamente as lacunas do texto acima são, respectivamente:

(A) cinco – três. (B) quatro – dois. (C) cinco – quatro.


(D) três – dois. (E) dois – dois.

3) A autorização de cursos poderá ser indeferida:

(A) independentemente de visita de avaliação in loco, na hipótese de CI ou IGC inferiores a 3 (três).

(B) na hipótese de CPC inferiores a 3 (três) em mais de 10% dos cursos da IES.

(C) se, no ENADE, a nota de componente específico for menor que a de formação geral em mais de
90% dos cursos avaliados no mesmo ciclo.

(D) se o conceito IDD dos cursos avaliados for inferior à média dos mesmos cursos nas demais IES do
Município.

(E) caso a IES tenha 10% dos cursos com Protocolo de Compromisso.

GABARITO
1) E
2) D
3) A

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2) Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES


LEI No 10.861, DE 14 DE ABRIL DE 2004.

A lei N 10.861 que institui o Sistema nacional de avaliação da educação superior (SINAES) é de
fundamental importância na sua preparação para o concurso da UFF no cargo de técnico em assuntos
educacionais. Analisando a prova anterior do cargo, percebemos que foram feitas 8 questões na
parte específica sobre a referida lei.

Dentre os principais assuntos da prova e que você deve focar mais a sua atenção estão:

➢ Qual o objetivo da lei


➢ Qual a sua finalidade
➢ O que esta lei deve assegurar
➢ Quais os instrumentos para avaliar as instituições
➢ O que é e qual o objetivo do ENADE
➢ O que é e como é composta o CONAES

Segue abaixo os principais artigos da lei que respondem a cada uma das questões citadas acima.

QUAL O OBJETIVO DA LEI?

Art. 1 - Fica instituído o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, com o
objetivo de assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos
de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes, nos termos do art 9º, VI, VIII e IX, da Lei
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

QUAL A FINALIDADE DA LEI?

§ 1 O SINAES tem por finalidades a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da


expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e
social e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais
das instituições de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos
valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade
institucional.

§ 2 O SINAES será desenvolvido em cooperação com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito
Federal.

O QUE O SINAES DEVE ASSEGURAR?

Art. 2 O SINAES, ao promover a avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos estudantes,


deverá assegurar:

I – Avaliação institucional, interna e externa, contemplando a análise global e integrada das dimensões,
estruturas, relações, compromisso social, atividades, finalidades e responsabilidades sociais das
instituições de educação superior e de seus cursos;

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II – O caráter público de todos os procedimentos, dados e resultados dos processos avaliativos;

III – O respeito à identidade e à diversidade de instituições e de cursos;

IV – A participação do corpo discente, docente e técnico-administrativo das instituições de educação


superior, e da sociedade civil, por meio de suas representações.

Parágrafo único. Os resultados da avaliação referida no caput deste artigo constituirão referencial
básico dos processos de regulação e supervisão da educação superior, neles compreendidos o
credenciamento e a renovação de credenciamento de instituições de educação superior, a
autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de graduação.

Art. 3o A avaliação das instituições de educação superior terá por objetivo identificar o seu perfil e o
significado de sua atuação, por meio de suas atividades, cursos, programas, projetos e setores,
considerando as diferentes dimensões institucionais, dentre elas obrigatoriamente as seguintes:

I – A missão e o plano de desenvolvimento institucional;

II – A política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas formas de


operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas de
pesquisa, de monitoria e demais modalidades;

III – A responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua


contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio
ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural;

IV – A comunicação com a sociedade;

V – As políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo técnico administrativo, seu


aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho;

VI – Organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade dos


colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação dos
segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios;

VII – Infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de informação


e comunicação;

VIII – Planejamento e avaliação, especialmente os processos, resultados e eficácia da autoavaliação


institucional;

IX – Políticas de atendimento aos estudantes;

X – Sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da continuidade dos compromissos


na oferta da educação superior

§ 1o Na avaliação das instituições, as dimensões listadas no caput deste artigo serão consideradas de
modo a respeitar a diversidade e as especificidades das diferentes organizações acadêmicas, devendo ser
contemplada, no caso das universidades, de acordo com critérios estabelecidos em regulamento,
pontuação específica pela existência de programas de pós-graduação e por seu desempenho,
conforme a avaliação mantida pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior – CAPES.

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COMO DEVE SER REALIZADA A AVALIAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO


SUPERIOR?

§ 2 Para a avaliação das instituições, serão utilizados procedimentos e instrumentos diversificados,


dentre os quais a autoavaliação e a avaliação externa in loco.

§ 3 A avaliação das instituições de educação superior resultará na aplicação de conceitos, ordenados em


uma escala com 5 (cinco) níveis, a cada uma das dimensões e ao conjunto das dimensões avaliadas.

Art. 4 A avaliação dos cursos de graduação tem por objetivo identificar as condições de ensino oferecidas
aos estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente, às instalações físicas e à organização
didático-pedagógica.

§ 1 A avaliação dos cursos de graduação utilizará procedimentos e instrumentos diversificados, dentre


os quais obrigatoriamente as visitas por comissões de especialistas das respectivas áreas do
conhecimento.

§ o A avaliação dos cursos de graduação resultará na atribuição de conceitos, ordenados em uma escala
com 5 (cinco) níveis, a cada uma das dimensões e ao conjunto das dimensões avaliadas.

QUAL É A FUNÇÃO DO ENADE?

A avaliação do desempenho dos estudantes dos cursos de graduação será realizada mediante
aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE.

§ 1 O ENADE aferirá o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos
nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às
exigências decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas
exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras
áreas do conhecimento.

§ 2 O ENADE será aplicado periodicamente, admitida a utilização de procedimentos amostrais, aos


alunos de todos os cursos de graduação, ao final do primeiro e do último ano de curso.

§ 3 A periodicidade máxima de aplicação do ENADE aos estudantes de cada curso de graduação será
trienal.

§ 4 A aplicação do ENADE será acompanhada de instrumento destinado a levantar o perfil dos


estudantes, relevante para a compreensão de seus resultados.

§ 6 Será responsabilidade do dirigente da instituição de educação superior a inscrição junto ao


Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP de todos os alunos
habilitados à participação no ENADE.
§ 7 A não-inscrição de alunos habilitados para participação no ENADE, nos prazos estipulados pelo
INEP, sujeitará a instituição à aplicação das sanções previstas no § 2o do art. 10, sem prejuízo do
disposto no art. 12 desta Lei.

O ENADE é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, sendo inscrita no histórico
escolar do estudante somente a sua situação regular com relação a essa obrigação, atestada pela sua

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efetiva participação ou, quando for o caso, dispensa oficial pelo Ministério da Educação, na forma
estabelecida em regulamento

§ 8 A avaliação do desempenho dos alunos de cada curso no ENADE será expressa por meio de
conceitos, ordenados em uma escala com 5 (cinco) níveis, tomando por base padrões mínimos
estabelecidos por especialistas das diferentes áreas do conhecimento.

§ 9 Na divulgação dos resultados da avaliação é vedada a identificação nominal do resultado individual


obtido pelo aluno examinado, que será a ele exclusivamente fornecido em documento específico, emitido
pelo INEP.

§ 10. Aos estudantes de melhor desempenho no ENADE o Ministério da Educação concederá estímulo,
na forma de bolsa de estudos, ou auxílio específico, ou ainda alguma outra forma de distinção com
objetivo similar, destinado a favorecer a excelência e a continuidade dos estudos, em nível de graduação
ou de pós-graduação, conforme estabelecido em regulamento.

O QUE É O CONAES E QUAIS SÃO AS SUAS ATRIBUIÇÕES?

Art. 6 Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação e vinculada ao Gabinete do Ministro de


Estado, a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES, órgão colegiado de
coordenação e supervisão do SINAES, com as atribuições de:

I – Propor e avaliar as dinâmicas, procedimentos e mecanismos da avaliação institucional, de cursos e


de desempenho dos estudantes;

II – Estabelecer diretrizes para organização e designação de comissões de avaliação, analisar relatórios,


elaborar pareceres e encaminhar recomendações às instâncias competentes;

III – Formular propostas para o desenvolvimento das instituições de educação superior, com base nas
análises e recomendações produzidas nos processos de avaliação;

IV – Articular-se com os sistemas estaduais de ensino, visando a estabelecer ações e critérios comuns
de avaliação e supervisão da educação superior;

V – Submeter anualmente à aprovação do Ministro de Estado da Educação a relação dos cursos a cujos
estudantes será aplicado o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE;

VI – Elaborar o seu regimento, a ser aprovado em ato do Ministro de Estado da Educação;

VII – realizar reuniões ordinárias mensais e extraordinárias, sempre que convocadas pelo Ministro de
Estado da Educação.

Art. 7 A CONAES terá a seguinte composição:

I – 1 (um) representante do INEP;

II – 1 (um) representante da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


– CAPES;

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III – 3 (três) representantes do Ministério da Educação, sendo 1 (um) obrigatoriamente do órgão


responsável pela regulação e supervisão da educação superior;

IV – 1 (um) representante do corpo discente das instituições de educação superior na qual este deverá
nomeado pelo Presidente da República para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução

V – 1 (um) representante do corpo docente das instituições de educação superior nomeado pelo
Presidente da República para mandato de 3 (três) anos, admitida 1 (uma) recondução

VI – 1 (um) representante do corpo técnico-administrativo das instituições de educação superior;

VII – 5 (cinco) membros, indicados pelo Ministro de Estado da Educação, escolhidos entre cidadãos
com notório saber científico, filosófico e artístico, e reconhecida competência em avaliação ou gestão
da educação superior, nomeados pelo Presidente da República para mandato de 3 (três) anos,
admitida 1 (uma) recondução

§ 4 A CONAES será presidida por 1 (um) dos membros referidos no inciso VII do caput deste artigo,
eleito pelo colegiado, para mandato de 1 (um) ano, permitida 1 (uma) recondução.

§ 6 Os membros da CONAES exercem função não remunerada de interesse público relevante, com
precedência sobre quaisquer outros cargos públicos de que sejam titulares e, quando convocados, farão
jus a transporte e diárias.

Art. 8 A realização da avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes será
responsabilidade do INEP.

Art. 9 O Ministério da Educação tornará público e disponível o resultado da avaliação das instituições
de ensino superior e de seus cursos.

Art. 10. Os resultados considerados insatisfatórios ensejarão a celebração de protocolo de


compromisso, a ser firmado entre a instituição de educação superior e o Ministério da Educação, que
deverá conter:

I – O diagnóstico objetivo das condições da instituição;

II – Os encaminhamentos, processos e ações a serem adotados pela instituição de educação superior com
vistas na superação das dificuldades detectadas;

III – A indicação de prazos e metas para o cumprimento de ações, expressamente definidas, e a


caracterização das respectivas responsabilidades dos dirigentes;

IV – A criação, por parte da instituição de educação superior, de comissão de acompanhamento do


protocolo de compromisso.

§ 2 O descumprimento do protocolo de compromisso, no todo ou em parte, poderá ensejar a aplicação


das seguintes penalidades:

I – Suspensão temporária da abertura de processo seletivo de cursos de graduação;

II – Cassação da autorização de funcionamento da instituição de educação superior ou do


reconhecimento de cursos por ela oferecidos;

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III – advertência, suspensão ou perda de mandato do dirigente responsável pela ação não executada, no
caso de instituições públicas de ensino superior.

§ 3 As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas pelo órgão do Ministério da Educação
responsável pela regulação e supervisão da educação superior, ouvida a Câmara de Educação Superior,
do Conselho Nacional de Educação, em processo administrativo próprio, ficando assegurado o direito
de ampla defesa e do contraditório.

Art. 11. Cada instituição de ensino superior, pública ou privada, constituirá Comissão Própria de
Avaliação - CPA, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da publicação desta Lei, com as atribuições
de condução dos processos de avaliação internos da instituição, de sistematização e de prestação das
informações solicitadas pelo INEP, obedecidas as seguintes diretrizes:

I – Constituição por ato do dirigente máximo da instituição de ensino superior, ou por previsão no seu
próprio estatuto ou regimento, assegurada a participação de todos os segmentos da comunidade
universitária e da sociedade civil organizada, e vedada a composição que privilegie a maioria absoluta
de um dos segmentos;

II – Atuação autônoma em relação a conselhos e demais órgãos colegiados existentes na instituição de


educação superior.

Art. 12. Os responsáveis pela prestação de informações falsas ou pelo preenchimento de formulários e
relatórios de avaliação que impliquem omissão ou distorção de dados a serem fornecidos ao SINAES
responderão civil, penal e administrativamente por essas condutas.

Art. 14. O Ministro de Estado da Educação regulamentará os procedimentos de avaliação do SINAES.

EXERCÍCIO DA PROVA ANTERIOR

1) Conforme a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, além de garantir a melhoria da qualidade da


educação superior, o SINAES tem por finalidades:

(A) a orientação da expansão da oferta da educação superior; o aumento permanente da sua eficácia
institucional e efetividade acadêmica e social; e, especialmente, o controle do monopólio por grupos de
IES.

(B) o controle do monopólio por grupos de IES; o aumento permanente da sua eficácia institucional e
efetividade acadêmica e social; e, especialmente, o gerenciamento do programa Mais Médico em
parceria com o governo de Cuba.

(C) a orientação da expansão da oferta da educação superior; o controle do monopólio por grupos de
IES; e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais
das instituições de educação superior.

(D) a orientação da expansão da oferta da educação superior; o aumento permanente da sua eficácia
institucional e efetividade acadêmica e social; e, especialmente, o gerenciamento do programa Mais
Médicos em parceria com o governo de Cuba.

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(E) a orientação da expansão da oferta da educação superior; o aumento permanente da sua eficácia
institucional e efetividade acadêmica e social; e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos
compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior.

2) A avaliação das instituições de educação superior resultará na aplicação de conceitos, ordenados em


uma escala em níveis de 1 (um) a:

(A) 3. (B) 5. (C) 7.

(D) 9. (E) 10

3) O SINAES, ao promover a avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos estudantes,


deverá assegurar:

I. Avaliação institucional, interna e externa, contemplando a análise global e integrada das dimensões,
estruturas, relações, compromisso social, atividades, finalidades e responsabilidades sociais das
instituições de educação superior e de seus cursos.

II. O caráter público de todos os procedimentos, dados e resultados dos processos avaliativos.

III. O respeito à identidade e à diversidade de instituições e de cursos.

IV. A participação do corpo discente, docente e técnico-administrativo das instituições de educação


superior, e da sociedade civil, por meio de suas representações.

Estão corretas:

(A) somente I e II.


(B) I, II, III e IV.
(C) somente II e III.
(D) somente I, II e III.
(E) somente III e IV.

GABARITO

1: E
2: B
3: B

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3) O CENSO NO ENSINO SUPERIOR

Para realizarmos este estudo, utilizaremos o decreto Nº 6.425, de 4 de abril de 2008 que
regulamenta o senso nos estabelecimentos de ensino superior.

Art. 1o O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP realizará,
anualmente, o censo escolar da educação básica e o censo da educação superior, na forma deste
Decreto.

Art. 2o O censo escolar da educação básica será realizado anualmente em regime de colaboração entre
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, em caráter declaratório e mediante coleta de
dados descentralizada, englobando todos os estabelecimentos públicos e privados de educação
básica e adotando alunos, turmas, escolas e profissionais da educação como unidades de
informação.

§ 1o As autoridades do Poder Executivo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de acordo
com suas respectivas competências, são responsáveis pela exatidão e fidedignidade das informações
prestadas para o censo escolar.

§ 2o O representante legal do estabelecimento privado de ensino é responsável pela exatidão e


fidedignidade das informações prestadas ao censo escolar, no limite de suas atribuições institucionais.

Art. 3o O censo da educação superior será realizado anualmente em regime de colaboração entre a União,
os Estados e o Distrito Federal, em caráter declaratório e mediante coleta de dados descentralizada,
englobando todos os estabelecimentos públicos e privados de educação superior e adotando alunos,
docentes e instituições como unidades de informação.

Parágrafo único. O representante legal da instituição de educação superior é responsável pela exatidão
e fidedignidade das informações prestadas para o censo escolar, no limite de suas atribuições
institucionais.

Art. 4o O fornecimento das informações solicitadas por ocasião do censo da educação básica e da educação
superior, bem como para fins de elaboração de indicadores educacionais, é obrigatório para todos os
estabelecimentos públicos e privados de educação básica e para todas as instituições de educação
superior.

Art. 5o Toda instituição de educação, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, é
obrigada a prestar as informações solicitadas pelo INEP, por ocasião da realização do censo da educação
ou para fins de elaboração de indicadores educacionais.

Art. 6o Ficam assegurados o sigilo e a proteção de dados pessoais apurados no censo da educação,
vedada a sua utilização para fins estranhos aos previstos na legislação educacional aplicável.

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25

Art. 7o O censo da educação será operacionalizado pelo INEP por meio de sistema eletrônico de
informações.

§ 1o Ato do Ministro de Estado da Educação disporá sobre os procedimentos operacionais necessários à


realização do censo escolar.

§ 2o Os formulários eletrônicos do censo da educação poderão prever campos de preenchimento


obrigatório.

Art. 8o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio de seus respectivos órgãos
encarregados do censo escolar, pactuarão as formas de cooperação e a repartição de atribuições e
responsabilidades.

Questão anterior da UFF

De acordo com o Decreto nº 6.425, de 4 de abril de 2008, que dispõe sobre o censo anual da educação,
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP realizará o censo
escolar da educação básica e o censo da educação superior:

(A) semestralmente em todos os cursos.


(B) semestralmente por grupo de cursos de forma alternada na graduação (bacharelado) e no CST.
(C) anualmente em todos os cursos.
(D) anualmente por grupo de cursos de forma alternada na graduação (bacharelado) e no CST.
(E) trienalmente a cada grupo de cursos do ciclo.

A resposta certa é a letra C, o CENSO será feito para todas as instituições.

4) QUAIS SÃO OS INDICADORES DE QUALIDADE DO ENSINO SUPERIOR?

De acordo com a Portaria nº 40, de 12 de dezembro de 2007, art. 33-B, os indicadores de qualidade são
obtidos com base no ENADE e em demais insumos constantes das bases de dados do MEC, segundo
metodologia própria, aprovada pela Conaes e atendidos os parâmetros da Lei nº 10.861, de 14 de abril
de 2004. Os resultados se dividem em três frentes:

1. de cursos superiores: o Conceito Preliminar de Curso (CPC), instituído pela Portaria nº 4, de 5 de


agosto de 2008

2. de instituições de educação superior: o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC),


instituído pela Portaria nº 12, de 5 de setembro de 2008;

3. de desempenho de estudantes: o conceito obtido a partir dos resultados do ENADE.

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26

Os indicadores de qualidade são expressos em escala contínua e em cinco níveis, nos quais os níveis
iguais ou superiores a 3 (três) indicam qualidade satisfatória. Eles servem como orientadores das
avaliações in loco do ciclo avaliativo, sendo importantes instrumentos de avaliação da educação superior
brasileira.

5) O QUE É O CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO (CPC)?~


Para este cálculo e conceito o INEP divulgou a Nota Técnica Daes/Inep nº 57/2015 e a Portaria nº
4, de 5 de agosto de 2008

O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é um indicador de qualidade que avalia os cursos de graduação.
Seu cálculo e divulgação ocorrem no ano seguinte ao da realização do ENADE, com base na avaliação
de desempenho de estudantes, no valor agregado pelo processo formativo e em insumos referentes
às condições de oferta – corpo docente, infraestrutura e recursos didático-pedagógicos –, conforme
orientação técnica aprovada pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes)

O CPC também mantém relação direta com o Ciclo Avaliativo do ENADE, sendo os cursos avaliados
segundo as áreas de avaliação a ele vinculadas. O Ciclo Avaliativo do ENADE foi definido pelo art. 33.
da Portaria nº 40, de 12 de dezembro de 2007, republicada em 2010. Ele compreende a avaliação
periódica cursos de graduação, com referência nos resultados trienais de desempenho de estudantes. Os
dados do CPC subsidiam os atos de renovação de reconhecimento de cursos de graduação.

O resultado ocorre através de uma escala que cada curso recebe, com valor de 1 a 5, considerando que
3 até 5, o resultado será satisfatório.

Seu conceito positivo interfere diretamente na avaliação in loco, na qual a mesmo pode ser dispensada

Parágrafo único. O Inep divulgará os conceitos preliminares de cursos a cada ano, segundo as áreas
avaliadas pelo ENADE

Art. 2o Os cursos que tenham obtido conceito preliminar satisfatório ficam dispensados de avaliação
in loco nos processos de renovação de reconhecimento respectivos.

Art. 3o Os cursos que tenham obtido conceito preliminar insatisfatório deverão obrigatoriamente
submeter-se a avaliação in loco, nos processos de renovação de reconhecimento respectivos.

Os cursos que não tiveram pelo menos dois estudantes concluintes participantes não têm seu CPC
calculado, ficando Sem Conceito (SC).

As áreas e eixos tecnológicos de cada ano do ciclo são os seguintes:

➢ Áreas - Bacharelados e Licenciaturas

Ano I - Saúde, Ciências Agrárias e áreas afins (2016);


Ano II - Ciências Exatas, Licenciaturas e áreas afins (2017);
Ano III - Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e áreas afins (2018).

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➢ Eixos Tecnológicos

Ano I - Ambiente e Saúde, Produção Alimentícia, Recursos Naturais, Militar e Segurança (2016);
Ano II - Controle e Processos Industriais, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção
Industrial (2017);
Ano III - Gestão e Negócios, Apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design
(2018).

O CPC, assim como o Conceito ENADE, também passou a ser calculado, a partir da edição de 2015,
por curso de graduação, identificado pelo código do curso constante no Sistema e-MEC, conforme
enquadramento realizado pela IES no Sistema ENADE.

CÁLCULO DO CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO (CPC) 2014

O objetivo desta Nota Técnica é apresentar a metodologia de cálculo do Conceito Preliminar de Curso
(CPC), indicador de qualidade1 que combina, em uma única medida, diferentes aspectos relativos aos
cursos de graduação.

O CPC é constituído de oito componentes, agrupados em três dimensões que se destinam a avaliar a
qualidade dos cursos de graduação: (a) desempenho dos estudantes, (b) corpo docente e (c) condições
oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo.

➢ DIMENSÕES DO CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO

A composição e o cálculo do CPC abarcam 8 (oito) componentes, agrupados nessas três dimensões
de avaliação da qualidade dos cursos de graduação:

a) Desempenho dos Estudantes: mensurado a partir das notas dos estudantes concluintes no Enade e
dos valores do Indicador da Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD);

b) Corpo Docente: baseado em informações obtidas a partir do Censo da Educação Superior sobre a
titulação e o regime de trabalho dos docentes vinculados aos cursos avaliados; e

c) Percepção Discente sobre as Condições do Processo Formativo: obtida por meio do levantamento
de informações relativas à organização didático pedagógica, à infraestrutura e instalações físicas e às
oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional, a partir das respostas obtidas com a
aplicação do Questionário Socioeconômico do Enade.

As formas de cálculo dos componentes seguem metodologias próprias e utilizam os itens de 27 a 689 do
questionário Socioeconômico do Enade de 2014.

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Esses itens são os que tratam da percepção dos estudantes sobre diversos aspectos relativos aos cursos e
às instituições. Caracterizam-se como variáveis ordinais e estão em escala likert. As respostas possíveis
a todos esses itens seguem o padrão abaixo:

1 (Discordo Totalmente)
2
3
4
5
6 (Concordo Totalmente)
(Não sei responder / Não se aplica)

O QUADRO 1 a seguir mostra a composição geral do CPC, contendo suas 3 dimensões, seus 8
componentes e seus respectivos pesos.

OBS: Fique de olho nesta tabela para a sua prova!

O cálculo do CPC é baseado em diversas equações e variáveis. Percebemos nas provas anteriores que a
banca não irá cobrar essas equações e sim os seus resultados.

Sendo assim, basta você saber que o CPC é dividido em 3 dimensões e 8 componentes. Cada componente
possui um peso separado e um peso dentro das dimensões.

Por isso Memorize também os dados da tabela!

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Segue abaixo duas questões da prova anterior da UFF sobre o CPC.

Questão 44 (UFF) na composição do CPC, para fins de cálculo de resultados, a nota indicadora de
Diferença entre o Desempenho Observado e o Esperado - IDD responde, no cômputo final do conceito
do CPC, por:

(A) 7,5% (B) 15% (C) 20% (D) 35% (E) 45%

Olhando a tabela, percebemos que a resposta correta é a letra D, 35%.

45) Na composição do CPC, para fins de cálculo de resultados, a nota INSUMOS responde, no
cômputo final do conceito do CPC, por:

(A) 7,5% (B) 15% (C) 20% (D) 35% (E) 45%

A nota insumos diz respeito a soma das dimensões corpo docente e Percepção Discente sobre as
condições do processo formativo, logo a resposta é a letra E, 45%.

6) O QUE É O ÍNDICE GERAL DE CURSOS AVALIADOS DA


INSTITUIÇÃO (IGC)

Para este cálculo e conceito o INEP divulgou a Nota Técnica Daes/Inep nº 57/2015 e a portaria
normativa nº 12, de 5 de setembro de 2008.

Art. 1 Fica instituído o Índice Geral de Cursos da Instituição de Educação Superior (IGC), que consolida
informações relativas aos cursos superiores constantes dos cadastros, censo e avaliações oficiais
disponíveis no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP) e na Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) é um indicador de qualidade que avalia as
Instituições de Educação Superior.

O IGC será divulgado anualmente pelo INEP.

Seu cálculo é realizado anualmente e leva em conta os seguintes aspectos:

1. média dos CPCs do último triênio, relativos aos cursos avaliados da instituição, ponderada pelo
número de matrículas em cada um dos cursos computados;

2. média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu atribuídos pela
CAPES na última avaliação trienal disponível, convertida para escala compatível e ponderada pelo
número de matrículas em cada um dos programas de pós-graduação correspondentes;

3. distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pós-graduação


stricto sensu, excluindo as informações do item II para as instituições que não oferecerem pós-graduação
stricto sensu.

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30

A ponderação levará em conta a distribuição dos alunos da IES entre os diferentes níveis de ensino
(graduação, mestrado e doutorado).

O IGC será utilizado, entre outros elementos e instrumentos referidos no art. 3o, § 2o da Lei no 10.861,
de 14 de abril de 2004, como referencial orientador das comissões de avaliação institucional.
Como o IGC considera o CPC dos cursos avaliados no ano do cálculo e nos dois anos anteriores, sua
divulgação refere-se sempre a um triênio, compreendendo todas as áreas avaliadas previstas no Ciclo
Avaliativo do Enade.

CÁLCULO DO ÍNDICE GERAL DE CURSOS AVALIADOS DA INSTITUIÇÃO 2014

O cálculo do IGC de 2014 considerou:

(a) a média dos NCPC (notas de conceito preliminar de curso) referentes às unidades de observação
avaliadas no triênio 2012-2013-2014, ponderada pelas quantidades de matrículas nas referidas
unidades, obtidas nos Censos da Educação Superior de 2012, 2013 e 2014, de acordo com os anos de
atribuição dos CPC;

OBS: A média do CPC já vimos no bloco anterior.

(b) as médias dos conceitos dos programas de Mestrado e Doutorado atribuídos pela Capes na
Avaliação Trienal 2013 dos programas reconhecidos e na avaliação dos novos programas
recomendados após a Avaliação Trienal, ponderadas pelas quantidades de matrículas em cada programa,
referentes ao ano de 2014.

Aqui, será necessário observar duas tabelas de peso de notas que a CAPES oferece as instituições de
nível superior com mestrado e doutorado.
Saber o grau da CAPES será importante para o cálculo do IGC.
Segue as tabelas abaixo.

Ao analisar as tabelas, percebemos que existe um grau diferente do IGC para mestrado e doutorado. O
mestrado vai até o nível 3 e doutorado até o nível 5.

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31

Este grau é dado somente pela relação de matrículas no metrado e doutorado, não entrando aqui
outros aspectos.

No último concurso a banca utilizou da tabela acima para cobrar a questão baixo:

46 Sobre o modelo atual do IGC, analise o quadro abaixo (que neste caso está acima):
Sobre este quadro é correto afirmar:

(A) as matrículas dos programas de pós-graduação recebem um peso maior de acordo com a nota do
programa e recebam bolsas da Capes.

(B) as matrículas dos programas de pós-graduação recebem um peso maior de acordo com a nota do
programa e também recebam bolsas do CNPq.

(C) as matrículas dos programas de pós-graduação recebem um peso maior de acordo com a nota do
programa desde que tenham apresentado programas de extensão.

(D) as matrículas dos programas de pós-graduação recebem um peso maior de acordo com a nota do
programa.

(E) as matrículas dos programas de pós-graduação com nota igual ou maior que 5 recebem um peso
maior desde que estejam sendo ofertados cursos tanto de mestrado quanto de doutorado.

A Resposta correta é a letra D.

O critério para o peso do IGC é o número de matrículas no curso e a nota do Programa CAPES.
Este grau é dado somente pela relação de matrículas no metrado e doutorado, não entrando aqui outros
aspectos como bolsa CNPq, cursos de extensão, etc.

Para completar o cálculo do IGC, é feita a média ponderada do CPC com a média CAPES e o número
de matrículas.

A partir desses cálculos chega-se numa nota final para o IGC.

Segue a tabela abaixo:

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32

CONCLUSÃO:

➢ Para este concurso, em relação ao IGC, é necessário você saber quais são os elementos que
compõe o seu cálculo (CPC e média ponderada da nota CAPES com alunos inscritos nos programas de
mestrado e doutorado).
➢ Fique atento também que o IGC recebe um nível de 1 até 5, sendo a partir do nível 3 ele é
considerado satisfatório.
➢ E que o IGC é um dos indicadores de qualidade que avalia as Instituições de Educação Superior.

7) CÁLCULO DOS RESULTADOS DO ENADE


Para este cálculo e conceito o INEP divulgou a Nota Técnica Daes/Inep nº 57/2015
Cálculo do Conceito Enade 2014

O Conceito Enade é calculado para cada unidade de observação, constituída pelo conjunto de cursos
que compõe uma área de avaliação específica do ENADE, de uma mesma Instituição de Educação
Superior (IES) em um determinado município.

A partir de 2008, o Conceito ENADE passou a considerar em seu cálculo apenas o desempenho dos
estudantes concluintes.

Todas as medidas originais, referentes ao Conceito ENADE, são padronizadas e reescalonadas para
assumirem valores de 0 (zero) a 5 (cinco), na forma de variáveis contínuas.

FÓRMULA DO CONCEITO ENADE

A Nota dos Concluintes no Enade da unidade de observação (NC) é a média ponderada das notas
padronizadas da respectiva unidade de observação em Formação geral e componente específico, sendo
25% o peso da Formação Geral e 75% o peso do Componente Específico da nota final.
O Conceito Enade é uma variável discreta que assume valores de 1 a 5, resultante da conversão da Nota
dos Concluintes no Enade da unidade de observação j (NCj), realizada conforme definido na Tabela 1.

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TABELA 1 – Parâmetros de conversão do NCj em Conceito Enade

Conceito Enade (Faixa) NCj (valor continuo)

1 0 ≤ NCj < 0,945

2 0,945 ≤ NCj < 1,945

3 1,945 ≤ NCj < 2,945

4 2,945 ≤ NCj < 3,945

5 3,945 ≤ NCj ≤ 5

OBS: Fique de olho nesta tabela para a sua prova!

O cálculo do ENADE é baseado em diversas equações e variáveis.

Percebemos nas provas anteriores que a banca não irá cobrar essas equações e sim os seus resultados.

Sendo assim, basta você saber que o ENADE é calculado com base em variáveis através da prova, onde
25% da nota é feito através da parte da avaliação de formação geral e 75% do componente específico.

Memorize também os dados da tabela, no último concurso a banca mostrou uma tabela com resultado
final das variáveis e pediu para identificarmos em qual conceito do Enade o curso se encaixa.

Segue a questão de referência do último concurso:

Questão 41 (UFF): Com base na análise da tabela abaixo, a opção que registra corretamente o conceito
ENADE faixa de cada um dos cursos é:

CURSOS CONCEITO ENADE CONTINUO


Relações Internacionais 4,41
Direito 1,95
Ciências Econômicas 2,17
Publicidade 1.89
Administração 0,90

(A) Administração (1) – Publicidade (3) – Direito (3) – Ciências Econômicas (3) – Relações
Internacionais (5).

(B) Administração (1) – Publicidade (2) – Direito (3) – Ciências Econômicas (4) – Relações
Internacionais (5).

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(C) Administração (1) – Publicidade (2) – Direito (3) – Ciências Econômicas (3) – Relações
Internacionais (5).

(D) Administração (1) – Publicidade (3) – Direito (3) – Ciências Econômicas (4) – Relações
Internacionais (4).

(E) Administração (1) – Publicidade (2) – Direito (3) – Ciências Econômicas (4) – Relações
Internacionais (4).

Fazendo a comparação com a tabela 1 mostrada acima, a resposta correta é a letra C.

8) MODELOS INSTITUCIONAIS E AVALIAÇÃO DO ENSINO


SUPERIOR

Neste capítulo sobre os modelos institucionais e avaliação do ensino superior, destaca-se o trabalho da
autora Denise Leite em seu livro Reformas Universitárias: Avaliação Institucional Participativa e
também da sua participação no livro do INEP sobre o mesmo assunto.

Para o seu concurso, tenha muita atenção no que é e quais os princípios da Avaliação Participativa e
também sobre como é definida e caracterizada a Universidade.

Segue abaixo os principais tópicos sobre os modelos institucionais e a avaliação no ensino superior.

DEFINIÇÃO DE UNIVERSIDADE

A autora utilizada da lei de diretrizes e Bases da educação para definir:

Art. 52 LDB - As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais
de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam
por:

I - Produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais
relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;

II - Um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;

III - Um terço do corpo docente em regime de tempo integral.

ATRIBUIÇÕES DAS UNIVERSIDADES

Art. 53 LDB - No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras,
as seguintes atribuições:

I - Criar, organizar e extinguir em sua sede cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei,
obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;

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35

II - Fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes;

III - Estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de
extensão;

IV - Fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio;

V - Elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes;

VI - Conferir graus, diplomas e outros títulos;

VII - Firmar contratos, acordos e convênios;

VIII - Aprovar e executar planos, programas de investimento referentes a obras, serviços e aquisições
em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais;

IX - Administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos
respectivos estatutos;

X - Receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios


com entidades públicas e privadas.

ATENÇÃO!
Após definir e caracterizar Universidade a autora utilizou do Decreto nº 2.207, para classificar as
instituições de ensino superior do sistema federal em:

I – universidades;
II - centros universitários;
III - faculdades integradas;
IV – faculdades;
V - institutos superiores ou escolas superiores.

Esse tópico foi questão da prova anterior. Segue abaixo:

39) A classificação dos modelos de Instituições de Ensino Superior que denomina Universidades,
Universidades Especializadas, Centros Universitários, Faculdades Integradas, Faculdades Isoladas e
Centros de Educação Tecnológica é vigente:

(A) no Brasil.
(B) em Portugal.
(C) nos países do Mercosul.
(D) no Brasil e nos países africanos que mantêm relações com o Brasil.
(E) em Portugal e nos países africanos que mantêm relações com o Portugal.
Resposta correta: Letra A

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36

MUDANÇA NA LEI! O DECRETO Nº 2.207 FOI REVOGADO!


Atualmente o decreto atual é o Nº9.235 de 15 de dezembro de 2017.

Este decreto mudou a classificação dos modelos de classificação das instituições de ensino superior.

Art. 15. As IES, de acordo com sua organização e suas prerrogativas acadêmicas, serão credenciadas
para oferta de cursos superiores de graduação como:

I - Faculdades;

II - Centros universitários; e

III - Universidades.

AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Para falar sobre os formatos de avaliação, em primeiro lugar, a autora distingue avaliação educacional
ou da aprendizagem de avaliação institucional ou de políticas públicas. Uma e outra são avaliações
da área da educação, mas, convém destacar que a avaliação educacional preocupa-se com a
aprendizagem de sujeitos, de grupos "submetidos a processos ou situações com vistas à aquisição de
novo conhecimento, habilidade ou atitude; refere-se assim à análise de desempenho de indivíduos ou
grupos, seja após uma situação de aprendizagem ou, regularmente, no exercício de uma atividade, em
geral, profissional"(Belloni, Magalhães e Souza, 2000:17). As avaliações de currículos, de ensino, ou de
uma modalidade de curso, também se encontram filiadas à avaliação educacional.

A avaliação institucional ou de políticas públicas, como diz o nome, dedica-se a avaliar a instituição
como um todo ou as políticas públicas em seu caráter global e contextualizado. Emprega-se o termo,
também, para a avaliação de políticas setoriais e de instituições prestadoras de serviços públicos
(educação, saúde) ou para a avaliação de planos e projetos, ou ainda, para a avaliação de políticas
implementadas por ONGs (Belloni, Magalhães e Souza, 2000).

A avaliação institucional refere-se a um projeto que permite o balanço dos rumos da instituição em busca
de qualidade. Como processo, a avaliação institucional constitui um serviço prestado à sociedade na
medida em que os participantes da instituição podem repensar seus compromissos e metas, modos de
atuação e finalidades de suas práticas e de sua missão (Leite, Tutikian e Holz, 2000).

A Avaliação das Instituições de Educação Superior, Avaliação Institucional, é um dos componentes do


Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e está relacionada:

➢ à melhoria da qualidade da educação superior;


➢ à orientação da expansão de sua oferta;
➢ ao aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social;
➢ ao aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de
educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos valores
democráticos, do respeito diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da
identidade institucional.

A Avaliação Institucional atualmente divide-se em duas modalidades:

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37

Autoavaliação – Coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada instituição e orientada
pelas diretrizes e pelo roteiro da autoavaliação institucional da CONAES.

Avaliação externa – Realizada por comissões designadas pelo Inep, a avaliação externa tem como
referência os padrões de qualidade para a educação superior expressos nos instrumentos de avaliação e
os relatórios das autoavaliações. O processo de avaliação externa independente de sua abordagem e se
orienta por uma visão multidimensional que busque integrar suas naturezas formativa e de regulação
numa perspectiva de globalidade. Em seu conjunto, os processos avaliativos devem constituir um
sistema que permita a integração das diversas dimensões da realidade avaliada, assegurando as
coerências conceitual, epistemológica e prática, bem como o alcance dos objetivos dos diversos
instrumentos e modalidades.

A autora Denise leite destacou que o modelo de avaliação institucional utilizado hoje na universidade é
o denominado Avaliações emancipatórias e participativas.

AVALIAÇÕES EMANCIPATÓRIAS E PARTICIPATIVAS

Neste grupo incluem-se os formatos avaliativos que se centram nos participantes, mas mantém a figura
do especialista em avaliação como condutor dos processos e programas. São avaliações que recebem
essa denominação, emancipatória ou participativa, porque, em geral usam metodologias de pesquisa-
ação, nas quais o envolvimento dos sujeitos pode ser uma constante.

Destaca-se que a "avaliação emancipatória” tem sido entendida como um novo paradigma em avaliação
e educação. Teve origem em um estudo realizado experimentalmente pela autora, Ana Maria Saul, no
Programa de Pós-Graduação em Educação da PucSP, Brasil, para atender ao objetivo de uma avaliação
curricular. O enfoque político-filosófico deste “modelo de avaliação é praxiológico” pois “busca
apreender o fenômeno em seus movimentos e em sua relação com a realidade objetivando a sua
transformação e não apenas a sua descrição; pretende iluminar ‟o caminho da transformação”.

Dela surge o modelo de avaliação institucional participativa.

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PARTICIPATIVA (AP) NA UNIVERSIDADE. PRINCÍPIOS


E APROXIMAÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS

É a democracia forte que qualifica o processo de avaliação, seus métodos, instrumentos e os próprios
participantes. Isto é, a Avaliação Participativa, propositadamente, está desconectada dos modelos de
avaliação apoiados em teoria liberal. Com certeza em seu espectro amplo a AP tem muito em comum
com modelos de avaliação que também se denominam participativos, ou emancipatórios, ou
qualitativos, como aqueles centrados em estudos de casos. Diferencia-se destes modelos porque,
intencionalmente, aprofunda a vivência da democracia forte, direta, com todas as limitações que
lhe são inerentes e muitos dos ganhos políticos que lhe são devidos.

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38

PRINCÍPIOS

Os princípios ou causas primeiras que sustentam este enfoque de avaliação dentro de uma prática de
democracia forte ou direta, são:

(a) democracia direta: governo com autolegislação, autocrítica, autovigilância cidadania ativa;

(b) práxis política: construção de democracia e aprendizagem política presidem e antecedem o caráter
científico-epistemológico da avaliação e incidem nas reformas que lhe seguem;

(c) participação dos sujeitos: envolvimento protagônico de diferentes sujeitos - todas as pessoas podem
exercer funções de governo, pelo menos por algum tempo, nas ações avaliativas, exercitando “isonomia,
isegoria e isocracia”, ou seja, igualdade de direitos perante a lei, igualdade e franqueza no falar e a
igualdade no poder;

(d) Universidade como bem público: entendimento da universidade como um bem público pertencente
aos cidadãos de uma dada sociedade e tempo, não estando seu cabedal de conhecimentos em propriedade
privada de líderes empresariais, religiosos ou políticos, governos ou partidos;

(e) avaliação institucional da Universidade como bem público: avaliação pedagógica em termos cívicos,
em termos de responsabilidade democrática, em termos de produção de conhecimento como bem
comum.

No enfoque da AP não existem experts em avaliação que conduzem o processo. Os principais


destinatários ou grupos de referência serão os próprios atores do processo de avaliação institucional.
Estes constituirão os grupos autolegislados, comissões formadas ou eleitas ou auto indicada – docentes,
discentes, técnicos, profissionais e egressos interessados em realizar a avaliação da universidade ou de
unidades de ensino e pesquisa. Representantes das comunidades externas à universidade assim como a
comunidade interna, inclusive seus membros formais ocupando cargos em colegiados, e seus gestores
eleitos, também podem desempenhar papéis protagônicos.

A metodologia é ativa, retórica e dialógica expressada em diferentes maneiras, com diferentes tempos
de realização, como visto nos casos de avaliação apresentados. Envolve discussão e reflexão sobre o que
fazer, como agir e como fiscalizar a ação.

O produto resultante deste enfoque de avaliação é a autonomia da instituição.

A avaliação participativa (AP) apresenta uma ética objetiva – seu alvo, na prática, é a construção de
relações de democracia direta, unitária, radical, para autoprodução da cidadania dos sujeitos
participantes e a garantia da construção coletiva do bem público.

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DE UMA AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA?

(a)Avaliação participativa exige sensibilização e pactuação ou negociação política.

(b)A avaliação participativa se constitui como um instrumento epistemológico para o pensamento e a


ação política no espaço público.

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39

(c) Avaliação participativa envolve a criação de uma comunidade do bem público.

(d) Avaliação participativa se exerce através da cogestão e do autogoverno de diferentes atores.

(e) Avaliação participativa institui autonomias dos sujeitos, dos coletivos e da instituição.

(f) Avaliação participativa nutre-se da autocrítica, autovigilância e autolegislação permanentes.

(g) Avaliação participativa exige seu tempo próprio.

LIMITES E CRÍTICAS

Entre os limites severos da Avaliação participativa figura o tempo que ela necessita para desenvolver-
se. Entre o império das atribuições dos sujeitos e a concretização da prática avaliativa frequentemente
conspiram os conflitos organizacionais, as percepções políticas individuais, a falta de experiência e
mesmo desconhecimento sobre práticas de avaliação institucional que dificultam a aceleração das ações
e aumentam os prazos para que se tenham respostas ao processo.

Por outro lado, muitas comunidades, mesmo dizendo-se amantes da democracia e da participação, só
veem impedimentos e ameaças externas nas relações da universidade. Abdicam de seu envolvimento
pessoal porque consideram mais oportuno o processo de avaliação que vem de fora, aquele sobre o qual
não se precisa pensar. Os processos de avaliação externos à instituição que estimulam a competição e o
individualismo servem melhor aos sujeitos que precisam desenvolver carreiras pessoais altamente
estruturadas. Nesse s casos a AP incomoda porque é exigente com a acomodação, a estagnação e a
falta de perspectivas sociais, culturas próprias de alguns campos científicos e de algumas
instituições.

Outro ponto a destacar que, a avaliação participativa conquanto seja mais adequada a auto avaliações e
avaliações internas das instituições, não prescinde da avaliação externa. Isto porque a democracia direta
pode ser auto benevolente e produzir um retrato fictício de uma dada realidade. Com certeza o processo
se aprimora pela autolegislação e autofiscalização das decisões e ações.

Outros formatos de Avaliação da Educação superior no Brasil.

Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e Exame Vestibular

Este é um exame realizado anualmente sob a coordenação do Inep/Mec. É um exame não obrigatório
destinado aos alunos da 3a. série do ensino médio, que tem o objetivo de regular a oferta de ensino,
visando o ingresso aos cursos superiores. Destina-se, preferencialmente, aqueles estudantes que querem
conhecer suas possibilidades individuais após cursar o nível de ensino. Em 2001 seus resultados foram
aceitos por 230 instituições como requisito parcial, ou não, associado ao vestibular, válido para ingresso
no ensino superior.

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Paiub

Modelo de avaliação que surgiu das bases universitárias através da ação política da Andifes (Associação
Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) que propôs um programa de
avaliação das universidades públicas ao MEC. Com duração média de dois anos, o PAIUB estabelecia
três fases centrais para o processo a ser desenvolvido em cada Universidade: Avaliação Interna da
Universidade por seus “segmentos constitutivos”, a Avaliação Externa por experts das áreas do
conhecimento e/ou provedores de informações da comunidade externa (representantes de sindicatos, de
associações profissionais, usuários das profissões e egressos) e a Reavaliação, que reúne e discute os
resultados das fases anteriores.

Cinaem

Modelo de avaliação institucional das escolas médicas brasileiras. A Cinaem, Comissão


Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico foi criada em 1991. Tinha o objetivo de
estudar o ensino, os currículos, os docentes e discentes e a gestão das escolas de medicina em suas
relações com a comunidade e o sistema único de saúde (SUS).

Avaliação Crub

Modelo de avaliação proposto pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Foi aprovado
na 65o. Reunião Plenária, realizada em abril de 2000, em Brasília, a Proposta de Modelo de Avaliação
Institucional para as Universidades Brasileiras. A proposta tem o objetivo de proceder à avaliação
institucional das universidades e escolas de nível superior através de procedimentos de avaliação interna
e externa, combinando procedimentos quantitativos e qualitativos, avaliação de processo e de resultados.

O modelo está focado na meta de levar cada instituição a identificar sua marca. Propõe-se a dar respostas
às necessidades e demandas das comunidades e verificar se as instituições estão realizando sua missão
e demarcando seu espaço no cenário local e nacional.

Avaliação MEC

O modelo Mec de avaliação, foi assim chamado porque incluía o Exame Nacional de cursos ou Provão,
a Avaliação das Condições de Ensino (ACE) e o Ranking Nacional das IES. Provão. A avaliação dos
cursos de graduação foi realizada anualmente através do Exame Nacional de Cursos (ENC), o Provão.
O Exame Nacional de Cursos (ENC) tinha como objetivo medir as aprendizagens realizadas em cada
curso pelos estudantes de último ano, com a finalidade de avaliar o curso, externamente, e não o aluno.

Avaliação Sinaes. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (1994).

É o modelo atual de avaliação da educação superior no Brasil!

O Sinaes propôs articular processos educativos e emancipatórios da avaliação com autonomia. Ao


mesmo tempo, propôs avaliação com regulação, própria da supervisão estatal, para as questões de
controle da qualidade e da expansão do sistema de educação superior. A gestão do sistema de avaliação

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deverá ser feita pela Conaes, Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior criada pelo Mec,
com apoio do Inep e a supervisão e controle serão coordenados pela Sesu/Mec.

O Sinaes compreende quatro instrumentos de avaliação e cinco de informação. Os instrumentos de


avaliação são: autoavaliação institucional, avaliação institucional externa, avaliação das condições de
ensino (ACE) e o ENADE que substitui o ENC e terá provas aplicadas por amostragem ao início ao
término dos cursos de todas as áreas do conhecimento.

Os instrumentos de informação são: o censo da educação superior, o cadastro das IES e cursos, o sistema
de registros Capes e Semtec, o Plano de Desenvolvimento Institucional e o Projeto Político Pedagógico
de cada Curso. "Os resultados do Sinaes servirão para fundamentar as decisões do Mec sobre o
reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos e credenciamento e recredenciamento de
instituições"( Deaes/Inep em http://www.inep.gov.br em 08/09/2003).

9) REFORMA UNIVERSITÁRIA

➢ Quais eram os objetivos da educação superior no Brasil?


➢ Qual foi sua evolução até chegarmos nos objetivos atuais?
➢ Quais são as formas de crises enfrentadas pelas universidades públicas do Brasil?
➢ Como superar essas crises?

Estas indagações acima foram motivo de um trabalho de pesquisa, executado pelo autor Boaventura de
Sousa Santos, através de seu livro: A universidade no século XXI: Para uma reforma universitária
democrática e emancipatória da Universidade.

Compreender e solucionar essas perguntas acima será de fundamental importância para a sua preparação
para o cargo de técnico em assuntos educacionais na UFF, pois foram cobradas 3 questões no último
concurso sobre o tema, sendo o grande foco na questão foi sobre como superar essa crise institucional
na universidade pública.

Segue abaixo, as principais partes do livro para o seu concurso.

O autor inicia o assunto ao afirmar que ao longo dos anos a Universidade está passando por três crises.

São elas:

A crise hegemônica:

É um resultado das contradições entre as funções tradicionais da universidade que ao longo do século
XX tinham vindo a ser atribuídas.

De um lado a produção de alta cultura, pensamento crítico e conhecimento exemplares, científicos e


humanísticos para a formação da elite. E de outro lado a produção de padrões culturais médios e de
conhecimentos instrumentais uteis na formação de mão de obra qualificada exigida pelo
desenvolvimento capitalista.

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Sendo assim essa é uma crise, a universidade passou a ser incapaz de conseguir desempenhar essas duas
funções claramente contraditórias, levando ao Estado e os agentes econômicos a procurarem meios
alternativos para atingirem seus objetivos.

A crise hegemônica significa a perda da universidade de ser a única a ter o domínio do ensino
superior e na produção de pesquisa.

A crise de legitimidade:

Esta crise pode ser definida sobre o seguinte questionamento: Para quem é a universidade?

Aqui, encontra-se a disputa de classes sociais pelo acesso à universidade e que por existirem diversas
formas de pensar, a autora define que a Universidade não é mais uma instituição consensual, pois
apresenta das restrições de acesso e credenciamento de competências, ou seja, por um lado as exigências
sociais e políticas da democratização da sociedade e de outro lado a reivindicação da igualdade de
oportunidades pera filhos das classes populares.

A crise institucional:

A crise institucional pode ser definida pela junção das duas crises acima e da busca da Universidade de
mudanças e autonomia para que seu papel seja feito.

A crise institucional resulta da contradição entre a reivindicação da autonomia na definição de valores e


objetivos da universidade e a pressão crescente para submeter esta última a critérios de eficácia e de
produtividade de natureza empresarial ou de responsabilidade social, ou seja, a universidade deve estar
atrelada aos objetivos sociais ou empresariais.

TRANSFORMAÇÕES RECENTES NO ENSINO SUPERIOR E A UNIVERSIDADE


PÚBLICA

Nesta parte o autor relata sobre quais são os desafios que a Universidade deve superar para atingir o seu
papel de reforma emancipatória.

O autor relata que a Crise institucional é o elo mais fraco da Universidade pública, pois como ela
é um bem público, logo depende financeiramente do Estado e nos últimos anos os governos decidiram
reduzir seus compromissos políticos com a universidade, ocorrendo assim uma secagem financeira e
uma descapitalização (crise financeira).

Outro fator que contribuiu para o aumento da crise Institucional foi o aumento da concorrência de
universidade, com o livre comercio para educação, o que o autor chama de “Globalização mercantil
da Universidade”, consolidando numa competição desleal com as universidades privadas, exemplo
disso é o fechamento de prédios universitários.

Outro fator é a transnacionalização do mercado universitário: A tecnologia da informação possui


grande importância neste aspecto, pois vivemos numa sociedade da informação, onde o desafio e é a
modernização desta universidade para além do campus, principalmente pela educação a distância.

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Outro desafio levantado é a passagem do conhecimento universitário para o conhecimento


pluriversitário, o que significa dizer que a universidade deve sair do seu isolamento cientifico habitual
e agora poder se estruturar e estar em contato com os diversos conhecimentos que venham da sociedade,
o que desencadeiam diversas formas de estabelecimento de metas e estratégias institucionais.

OBS: Conhecer esses motivos e desafios é importante para compreender a ideia do autor sobre
como superar esses desafios e propor uma verdadeira reforma democrática e emancipatória.
O grande foco para a sua prova será no tópico abaixo.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UMA REFORMA DEMOCRÁTICA E EMANCIPATÓRIA DA


UNIVERSIDADE PÚBLICA

O autor neste capítulo, procura identificar algumas das ideias-mestras que devem presidir a uma reforma
criativa, democrática e emancipatória da universidade pública. Talvez a primeira questão seja a de saber
quem são os sujeitos das ações que é preciso empreender para enfrentar eficazmente os desafios que
defrontam a universidade pública. No entanto, para identificar os sujeitos, é necessário definir
previamente o sentido político da resposta a tais desafios. À luz do precedente, torna-se claro que, apesar
de as causas da crise da universidade serem múltiplas e algumas delas virem de longa data, elas estão
hoje reconfiguradas pela globalização neoliberal e o modo como afetam hoje a universidade reflete
os desígnios desta última.

O único modo eficaz e emancipatório de enfrentar a globalização neoliberal é contrapor-lhe uma


globalização alternativa, uma globalização contra-hegemônica.

Globalização contra-hegemônica da universidade enquanto bem público significa especificamente o


seguinte: as reformas nacionais da universidade pública devem refletir um projeto de país centrado em
escolhas políticas que qualifiquem a inserção do país em contextos de produção e de distribuição de
conhecimentos cada vez mais transnacionalizados e cada vez mais polarizados entre processos
contraditórios de transnacionalização, a globalização neoliberal e a globalização contra-
hegemônica.

Este projeto de país tem de resultar de um amplo contrato político e social desdobrado em vários
contratos setoriais, sendo um deles o contrato educacional e, dentro dele, o contrato da universidade
como bem público.

A reforma tem por objetivo central responder positivamente às demandas sociais pela
democratização radical da universidade, pondo fim a uma história de exclusão de grupos sociais e
seus saberes de que a universidade tem sido protagonista ao longo do tempo e, portanto, desde muito
antes da atual fase de globalização capitalista.

A globalização contra-hegemônica da universidade como bem público é, pois, um projeto político


exigente que, para ter credibilidade, tem de saber ultrapassar dois preconceitos contraditórios, mas
igualmente enraizados: o de que a universidade só pode ser reformada pelos universitários e o de que a
universidade nunca se auto reformará. Para isso, o projeto tem de ser sustentado por forças sociais
disponíveis e interessadas em protagonizá-lo.

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Quem são os protagonistas da reforma universitária?

O primeiro protagonista das reformas é a sociedade politicamente organizada:

Formada por grupos sociais e profissionais, sindicatos, movimentos sociais, organizações não
governamentais e suas redes, governos locais progressistas, interessados em fomentar articulações
cooperativas entre a universidade e os interesses sociais que representam. É um protagonista que tem de
ser conquistado por via da resposta à questão da legitimidade, ou seja, por via do acesso não classista,
não racista, não sexista e não etnocêntrico à universidade e por todo um conjunto de iniciativas que
aprofundem a responsabilidade social da universidade na linha do conhecimento pluriversitário
solidário.

O segundo protagonista é a própria universidade pública:

Significa ter pessoas interessadas numa globalização alternativa. Se o primeiro protagonista é


problemático, este não o é menos, o que à primeira vista pode surpreender. A universidade pública é
hoje um campo social muito dividido e no seu seio digladiam-se setores e interesses contraditórios, como
o conservadorismo e o grupo pró emancipação.

Os universitários que denunciam esta posição conservadora e, ao mesmo tempo, recusam a ideia de
que é impossível lutar contra os interesses da globalização neoliberal serão os protagonistas da reforma
progressista que o autor propõe.

O terceiro protagonista é o Estado nacional sempre e quando ele optar politicamente pela globalização
solidária da universidade.

Sem esta opção, o Estado nacional acaba por adotar, ou por ceder, mais ou menos relutantemente, às
pressões da globalização neoliberal e, em qualquer caso, transformar-se-á no inimigo da universidade
pública por mais proclamações que faça em contrário.

Desta posição geral sobre a reforma da universidade pública e seus protagonistas decorrem os seguintes
princípios orientadores.

1. Enfrentar o novo com o novo

As transformações da última década foram muito profundas e, apesar de terem sido dominadas pela
mercadorização da educação superior, não se reduziram isso. Envolveram transformações nos processos
de conhecimento e na contextualização social do conhecimento. Em face disso, não se pode enfrentar o
novo contrapondo-lhe o que existiu antes. Em primeiro lugar, porque as mudanças são irreversíveis.
Em segundo lugar, porque o que existiu antes não foi uma idade de ouro ou, se o foi, foi-o para a
universidade sem o ter sido para o resto da sociedade, e, no seio da própria universidade, foi-o para
alguns e não para outros.

A resistência tem de envolver a promoção de alternativas de pesquisa, de formação, de extensão e


de organização que apontem para a democratização do bem público universitário, ou seja, para o
contributo específico da universidade na definição e solução coletivas dos problemas sociais, nacionais
e globais.

2. Lutar pela definição da crise

Para sair da sua posição conservadora, a universidade tem de estar segura que a reforma não é feita
contra ela. A ideia de contrato educacional é aqui crucial porque não há contrato quando há imposições

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ou resistências inegociáveis. Para que tal não suceda, é necessário conhecer em que condições e para
que a universidade deve sair da posição defensiva. Para isso, é necessário revisitar os conceitos de crise
de hegemonia e de legitimidade.

Nestes últimos vinte anos, a universidade sofreu uma erosão talvez irreparável na sua hegemonia
decorrente das transformações na produção do conhecimento, com a transição, em curso, do
conhecimento universitário convencional para o conhecimento pluriversitário, transdisciplinar,
contextualizado, interativo, produzido, distribuído e consumido com base nas novas tecnologias de
comunicação e de informação que alteraram as relações entre conhecimento e informação, por um lado,
e formação e cidadania, por outro. A universidade não pôde, até agora, tirar proveito destas
transformações e por isso adaptou-se mal a elas quando não as hostilizou.

Isso deveu-se a uma pluralidade de fatores: crise financeira, rigidez institucional, muitas vezes exigida
pelo mesmo Estado que proclama flexibilidade; uma concepção de liberdade acadêmica e de expertise
que impediu de trazer para a universidade novos perfis profissionais capazes de lidar criativamente com
as transformações; incapacidade de articular a preciosa experiência de interação presencial com a
interação à distância; uma cultura institucional de perenidade que desvaloriza as mudanças.

As reformas devem partir da constatação da perda de hegemonia e concentrar-se na questão da


legitimidade.

3. Lutar pela definição de universidade

Há uma questão de hegemonia que deve ser resolvida, uma questão que, parecendo residual, é central,
dela dependendo o modo como a universidade poderá lutar pela sua legitimidade: é a questão da
definição da universidade.

O grande problema da universidade neste domínio tem sido o fato de passar facilmente por universidade
aquilo que o não é. Isto foi possível devido à acumulação indiscriminada de funções atribuídas à
universidade ao longo do século XX. Como elas foram adicionadas sem articulação lógica, o mercado
do ensino superior pôde autodesignar o seu produto como universidade sem ter de assumir todas as
funções desta, selecionando as que se lhe afiguraram fonte de lucro e concentrando-se nelas.

As reformas devem partir do pressuposto que no século XXI só há universidade quando há formação
graduada e pós-graduada, pesquisa e extensão. Sem qualquer destes, há ensino superior, não há
universidade. Isto significa que, em muitos países, a esmagadora maioria das universidades privadas e
mesmo parte das universidades públicas não são universidades porque lhes falta a pesquisa ou a pós-
graduação.
Não é sustentável e muito menos recomendável, do ponto de vista de um projeto nacional educacional,
um sistema universitário em que as pós-graduações e a pesquisa estejam concentradas numa pequena
minoria de universidades.

A definição do que é universidade é crucial para que a universidade possa ser protegida da concorrência
predatória e para que a sociedade não seja vítima de práticas de consumo fraudulento. A luta pela
definição de universidade permite dar à universidade pública um campo mínimo de manobra para poder
conduzir com eficácia a luta pela legitimidade.

4. Reconquistar a legitimidade

O autor deixa bem claro que aqui que lutar por reconquistar a legitimidade deve ser o grande foco da
REFORMA UNIVERSITÁRIA. Para isso ele define cinco áreas para que sejam colocadas em prática
para a verdadeira reforma emancipatória da universidade.

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As cinco áreas de ação neste domínio são: acesso; extensão; pesquisa-ação; ecologia de saberes;
universidade e escola pública.

4.1. Acesso

Na área do acesso, a maior frustração da última década foi que o objetivo de democratização do acesso
não foi conseguido. Na maioria dos países os fatores de discriminação, sejam eles a classe, a raça, sexo
ou etnia, continuaram a fazer do acesso uma mistura de mérito e privilégio. Em vez de democratização,
houve massificação e depois, já no período da alegada pós massificação, uma forte segmentação do
ensino superior com práticas de autêntico dumping social de diplomas e diplomados, sem que nenhumas
medidas antidumping eficazes tenham sido tomadas.

As universidades dos segmentos mais altos poucas iniciativas tomaram, para além de defenderem os
seus critérios de acesso, invocando o fato, muitas vezes verdadeiro, que as mais persistentes
discriminações ocorrem a montante da universidade, a nível de educação primária e secundária.

Entre as ideias-mestras por que se deve pautar a área de acesso, distingo as seguintes:

1. Nos países onde a discriminação no acesso à universidade assenta, em boa parte, nos bloqueios ao
nível do ensino básico e médio, a reforma progressista da universidade, por contraposição à proposta
pelo Banco Mundial, deve dar incentivos à universidade para promover parcerias ativas, no
domínio pedagógico e científico, com as escolas públicas.

2. A universidade pública deve permanecer gratuita e aos estudantes das classes trabalhadoras devem
ser concedidas bolsas de manutenção e não empréstimos. Se não for controlado, o endividamento
dos estudantes universitários será a prazo uma bomba relógio. Estamos a lançar num mercado de
trabalho, cada vez mais incerto, uma população onerada pela certeza de uma dívida que pode levar 20
anos a saldar. As bolsas devem ser concedidas mediante contrapartidas de trabalho nas atividades
universitárias no campus ou fora do campus. Por exemplo, estudantes de licenciaturas poderiam
oferecer algumas horas semanais em escolas públicas, como tutores, ajudando alunos com
dificuldades de aprendizagem.

3. Nas sociedades multinacionais e pluriculturais, onde o racismo, assumido ou não, é um fato, as


discriminações raciais ou étnicas devem ser confrontadas enquanto tal com programas de ação
afirmativa (cotas e outras medidas) que devem visar, não só o acesso, como também o
acompanhamento, sobretudo durante os primeiros anos onde são por vezes altas as taxas de
abandono.

No Brasil, as políticas de ação afirmativa assumem hoje grande destaque e merecem uma referência
especial. Em resposta à crescente pressão de movimentos sociais pela democratização do acesso ao
ensino superior, especialmente do movimento negro, o Governo Lula lançou no primeiro semestre de
2004 o programa “Universidade para Todos” (PROUNI) que preconiza uma ação afirmativa baseada em
critérios raciais e sócio económicos.

4. A avaliação crítica do acesso e, portanto, dos obstáculos ao acesso – como, de resto a discussão das
áreas da extensão e da ecologia de saberes – deve incluir explicitamente o carácter colonial da
universidade moderna. A universidade não só participou na exclusão social das raças e etnias ditas
inferiores, como teorizou a sua inferioridade, uma inferioridade que estendeu aos conhecimentos
produzidos pelos grupos excluídos em nome da prioridade epistemológica concedida à ciência. As
tarefas da democratização do acesso são, assim, particularmente exigentes porque questionam a

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universidade no seu todo, não só quem a frequenta, como os conhecimentos que são transmitidos
a quem a frequenta.

QUESTÃO DO CONURSO ANTERIOR SOBRE O ASSUNTO:

1) Segundo Santos, na área “acesso à universidade”, a maior frustração na década de 2000 foi a de que
o objetivo de democratização do acesso na maioria dos países não foi conseguido. Os fatores de
discriminação, sejam eles a classe, a raça, o sexo ou a etnia, continuaram para fazer do acesso uma
mistura de mérito e privilégio. Isto posto, em vez de democratização, houve massificação e uma forte
segmentação do ensino superior com práticas de autêntico dumping social de diplomas e diplomados.

Sendo assim, propõe ideias mestras para pautar a área de acesso. São elas:

(A) incentivos para parcerias ativas, no domínio pedagógico e científico, com as escolas públicas;
reestruturação do ENEM; programas de ação afirmativa (cotas e outras medidas) para acesso e
acompanhamento.
(B) incentivos para parcerias ativas, no domínio pedagógico e científico, com as escolas públicas;
gratuidade na universidade pública com bolsas de manutenção aos estudantes das classes trabalhadoras;
reestruturação do ENEM.
(C) incentivos para parcerias ativas, no domínio pedagógico e científico, com as escolas públicas;
gratuidade na universidade pública com bolsas de manutenção aos estudantes das classes trabalhadoras;
programas de ação afirmativa (cotas e outras medidas) para acesso e acompanhamento.
(D) reestruturação do ENEM; extinção da gratuidade na universidade pública, exceto para oriundos da
classe trabalhadora; programas de ação afirmativa (cotas e outras medidas) para acesso e
acompanhamento.
(E) incentivos para parcerias ativas, no domínio pedagógico e científico, com as escolas públicas;
extinção da gratuidade na universidade pública, exceto para oriundos da classe trabalhadora; programas
de ação afirmativa (cotas e outras medidas) para acesso e acompanhamento.

Resposta: letra C

4.2. Extensão

A área de extensão vai ter no futuro próximo um significado muito especial. No momento em que o
capitalismo global pretende funcionalizar a universidade e, de fato, transformá-la numa vasta agência de
extensão ao seu serviço, a reforma da universidade deve conferir uma nova centralidade às atividades de
extensão (com implicações no curriculum e nas carreiras dos docentes) e concebê-las de modo
alternativo ao capitalismo global, atribuindo às universidades uma participação ativa na
construção da coesão social, no aprofundamento da democracia, na luta contra a exclusão social e
a degradação ambiental, na defesa da diversidade cultural. Esta é uma área que, para ser levada a
cabo com êxito, exige cooperação intergovernamental entre, por exemplo, Ministros da Educação, do
Ensino Superior e Tecnologia, da Cultura e das Áreas Sociais.

A extensão envolve uma vasta área de prestação de serviços e os seus destinatários são variados: grupos
sociais populares e suas organizações; movimentos sociais; comunidades locais ou regionais; governos
locais; o setor público; o setor privado. Para além de serviços prestados a destinatários bem definidos,
há também toda uma outra área de prestação de serviços que tem a sociedade em geral como destinatária.

Para que a extensão cumpra este papel é preciso evitar que ela seja orientada para atividades rentáveis
com o intuito de arrecadar recursos extra orçamentários. Nesse caso, estaremos perante uma privatização
discreta (ou não tão discreta) da universidade pública. Para evitar isso, as atividades de extensão devem
ter como objetivo prioritário, sufragado democraticamente no interior da universidade, o apoio

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solidário na resolução dos problemas da exclusão e da discriminação sociais e de tal modo que nele
se dê voz aos grupos excluídos e discriminados.

QUESTÃO DO CONURSO ANTERIOR SOBRE O ASSUNTO:

2) A área de extensão, segundo Santos, terá num futuro próximo um significado muito especial. No
momento em que o capitalismo global pretende funcionalizar a universidade e, de fato, transformá-la
numa vasta agência de extensão ao seu serviço, a reforma da universidade deve conferir uma nova
centralidade às atividades de extensão (com implicações no currículo e nas carreiras docentes) e
concebê-las de modo alternativo ao capitalismo global, atribuindo às universidades uma participação
ativa na coesão da construção social; aprofundando a democracia; priorizando a luta contra a exclusão
social e degradação ambiental, e também:

(A) garantindo os direitos humanos.


(B) atingindo os resultados nas atividades rentáveis.
(C) promovendo a autonomia dos diversos ministérios.
(D) incluindo a flexibilização trabalhista na reestruturação das carreiras docentes.
(E) na defesa da diversidade cultural.

Resposta: letra E

4.3. Pesquisa-ação

A pesquisa-ação e a ecologia de saberes são áreas de legitimação da universidade que transcendem


a extensão uma vez que tanto atuam ao nível desta como ao nível da pesquisa e da formação.

A pesquisa-ação consiste na definição e execução participativa de projetos de pesquisa, envolvendo


as comunidades e organizações sociais populares a braços com problemas cuja solução pode
beneficiar dos resultados da pesquisa. Os interesses sociais são articulados com os interesses
científicos dos pesquisadores e a produção do conhecimento científico ocorre assim estreitamente ligada
à satisfação de necessidades dos grupos sociais que não têm poder para pôr o conhecimento técnico e
especializado ao seu serviço pela via mercantil.

A pesquisa-ação, que não é de modo nenhum específica das ciências sociais, não tem sido, em geral,
uma prioridade para a universidade. Tem, no entanto, uma longa tradição na América Latina, apesar
de ter sido mais forte nos anos 1960 e 1970 do que é hoje.

Tal como acontece com as atividades de extensão, a nova centralidade a conceder à pesquisa-ação deve-
se ao facto de a transnacionalização da educação superior trazer no seu bojo o projeto de transformar a
universidade num centro de pesquisa-ação ao serviço do capitalismo global. Também aqui, como em
geral, a luta contra esta funcionalização só é possível através da construção de uma alternativa que
marque socialmente a utilidade social da universidade, mas formule essa utilidade de modo contra
hegemônico.

QUESTÃO DO CONURSO ANTERIOR SOBRE O ASSUNTO:

3) Conforme aponta Santos ao tratar o tema da Universidade do século XXI, a pesquisa ação:

I tanto quanto a ecologia de saberes são áreas de legitimação da universidade que transcendem a
extensão.
II consiste na definição e execução participativa de projetos de pesquisa, envolvendo as comunidades e
organizações sociais populares com problemas cuja solução pode beneficiar os resultados da pesquisa.

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III não é de modo algum específica das ciências sociais e não tem sido, em geral, uma prioridade para
a universidade.

Está(ão) correta(s):

(A) somente I. (B) somente I e II. (C) I, II e III.


(D) somente II. (E) somente III.

Resposta correta: Letra C

4.4. Ecologia de saberes

A ecologia de saberes é um aprofundamento da pesquisa-ação. É algo que implica uma revolução


epistemológica no seio da universidade e, como tal, não pode ser decretada por lei. A reforma deve
apenas criar espaços institucionais que facilitem e incentivem a sua ocorrência.

A ecologia de saberes é, por assim dizer, uma forma de extensão ao contrário, de fora da
universidade para dentro da universidade. Consiste na promoção de diálogos entre o saber científico
ou humanístico, que a universidade produz, e saberes leigos, populares, tradicionais, urbanos,
camponeses, provindos de culturas não ocidentais (indígenas, de origem africana, oriental, etc.) que
circulam na sociedade.

Começa a ser socialmente perceptível que a universidade, ao especializar-se no conhecimento científico


e ao considerá-lo a única forma de conhecimento válido, contribuiu ativamente para a desqualificação e
mesmo destruição de muito conhecimento não-científico e que, com isso, contribuiu para a
marginalização dos grupos sociais que só tinham ao seu dispor essas formas de conhecimento.

A ecologia de saberes são conjuntos de práticas que promovem uma nova convivência ativa de saberes
no pressuposto que todos eles, incluindo o saber científico, se podem enriquecer nesse diálogo. Implica
uma vasta gama de ações de valorização, tanto do conhecimento cientifico, como de outros
conhecimentos práticos, considerados úteis, cuja partilha por pesquisadores, estudantes e grupos de
cidadãos serve de base à criação de comunidades epistémicas mais amplas que convertem a universidade
num espaço público de interconhecimento onde os cidadãos e os grupos sociais podem intervir sem ser
exclusivamente na posição de aprendizes.

Quer a pesquisa-ação, quer a ecologia de saberes situam-se na procura de uma reorientação solidária
da relação universidade-sociedade. É este o caso das “oficinas de ciência”.

Com base nas experiências de pesquisa-ação e de ativismo de cientistas e estudantes nos anos 1970,
foram criadas as oficinas de ciência que viriam a constituir um movimento com algum dinamismo em
vários países europeus. Depois de um período de relativo declínio, o movimento está hoje a ressurgir
na Europa, com o apoio de programas da Comissão Europeia, e também em outras partes do
mundo.

Uma oficina de ciência é uma unidade que pode estar ligada a uma universidade e, dentro desta, a um
departamento ou unidade orgânica específica, e que responde a solicitações de cidadãos ou de grupos de
cidadãos, de associações ou movimentos cívicos ou de organizações do terceiro setor e, em certos casos,
empresas do setor privado para o desenvolvimento de projetos que sejam claramente de interesse público
(identificação e proposta de resolução de problemas sociais, ambientais, nas áreas do emprego, do
consumo, da saúde pública, da energia, etc., etc.; facilitação da constituição de organizações e
associações de interesse social comunitário; promoção de debates públicos, etc.).

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As oficinas de ciência são apenas um entre vários exemplos de como a universidade, enquanto instituição
pública, poderá assumir uma orientação solidária tanto na formação dos seus estudantes como nas suas
atividades de pesquisa e de extensão. Para além das oficinas de ciência, outras iniciativas estão em curso
que visam a contextualização do conhecimento científico.

4.5. Universidade e Escola Pública

Refere-se a necessidade de vincular a universidade à educação básica e secundária. Esta vinculação


merece um tratamento separado por se configurar ser uma área fundamental na reconquista da
legitimidade da universidade. É uma área muito vasta pelo que neste texto me concentro num tema
específico: o saber pedagógico. Este tema abrange três subtemas: produção e difusão de saber
pedagógico; pesquisa educacional; e formação dos docentes da escola pública.

O princípio a ser afirmado é o compromisso da universidade com a escola pública. A partir daí, trata-se
de estabelecer mecanismos institucionais de colaboração através dos quais seja construída uma
integração efetiva entre a formação profissional e a prática de ensino. Entre outras diretrizes, a
reforma aqui defendida deve propugnar:

1) Valorização da formação inicial e sua articulação com os programas de formação continuada;

2) Reestruturação dos cursos de licenciatura de forma a assegurar a integração curricular entre a


formação profissional e formação académica;

3) Colaboração entre pesquisadores universitários e professores das escolas públicas na produção e


difusão do saber pedagógico, mediante reconhecimento e estímulo da pesquisa-ação.

4) Criação de redes regionais e nacionais de universidades públicas para desenvolvimento de programas


de formação continuada em parceria com os sistemas públicos de ensino.

4.6. Universidade e indústria

A reforma progressista da universidade como bem público deve pautar-se pelas seguintes ideias:

1. É crucial que a comunidade científica não perca o controle da agenda de pesquisa científica:
Para isso, é necessário antes de mais que a asfixia financeira não obrigue a universidade pública a
recorrer à privatização das suas funções para compensar os cortes orçamentais. É crucial que a abertura
ao exterior não se reduza à abertura ao mercado e que a universidade possa desenvolver espaços de
intervenção que, de algum modo, equilibram os interesses múltiplos e mesmo contraditórios que
circulam na sociedade e que, com maior ou menor poder de convocação, interpelam a
universidade.

2. As agências públicas de financiamento da pesquisa devem regular, mas sem eliminar, o controle da
agenda por parte da comunidade universitária em nome de interesses sociais considerados relevantes e
que obviamente estão longe de ser apenas os que são relevantes para a atividade empresarial.
O tema mais polémico nesta área é a do patenteamento do conhecimento. Nos países centrais a luta por
patentes, sobretudo em áreas comercialmente mais atrativas como, por exemplo, as da biotecnologia,
está a transformar por completo os processos de pesquisa e as relações no interior da comunidade
científica, uma vez que bloqueia a colegialidade dos processos de pesquisa e a discussão livre e aberta
dos resultados. O problema do patenteamento é um dos que melhor revela a segmentação global da
produção de conhecimento. Ele só é relevante nos poucos países em que há grande capacidade de
absorção comercial do conhecimento produzido.

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4.7. O reforço da responsabilidade social da universidade

A responsabilidade social da universidade tem de ser assumida pela universidade, aceitando ser
permeável às demandas sociais, sobretudo àquelas oriundas de grupos sociais que não têm poder para as
impor.

A autonomia universitária e a liberdade académica que, no passado, foram esgrimidas para


desresponsabilizar socialmente a universidade, assumem agora uma nova premência, uma vez que só
elas podem garantir uma resposta empenhada e criativa aos desafios da responsabilidade social.

5. Criar uma nova institucionalidade:

A quinta grande área da reforma democrática e emancipatória da universidade pública diz respeito ao
domínio institucional.

A reforma institucional visa fortalecer a legitimidade da universidade pública num contexto da


globalização neoliberal da educação e com vista a fortalecer a possibilidade de uma globalização
alternativa. As suas áreas principais podem resumir-se nas seguintes ideias: rede, democratização
interna e externa, avaliação participativa.

5.1. Rede: A construção da rede pública implica a partilha de recursos e de equipamentos, a


mobilidade de docentes e estudantes no interior da rede e uma padronização mínima de planos de
cursos, de organização do ano escolar, dos sistemas de avaliação. Nada disto tem de eliminar as
especificidades com que cada universidade pretende responder ao contexto local ou regional em que se
insere. Pelo contrário, essa especificidade, ao ser mantida, pode ser valorizada no interior da rede.

5.2. Democracia interna e externa: A necessidade de uma nova institucionalidade de democracia


externa é fundamental para tornar transparentes, mensuráveis, reguláveis e compatíveis as pressões
sociais sobre as funções da universidade. E sobretudo para as debater no espaço público da universidade
e torná-las objeto de decisões democráticas. Esta é uma das vias de democracia participativa para
o novo patamar de legitimidade da universidade pública.

A participação nos órgãos de democracia interna deverá ser informada pelos princípios da ação
afirmativa, trazendo para os Conselhos os grupos e os interesses sociais até agora mais distantes da
universidade. O importante é que os conselhos não sejam uma mera fachada e, para isso, para além das
suas funções consultivas, devem ter participação nos processos de democracia participativa que
forem adoptados no interior da universidade.

5.3. Avaliação participativa: a nova institucionalidade deve incluir um novo sistema de avaliação que
abranja cada uma das universidades e a rede universitária no seu conjunto. Para ambos os casos
devem ser adaptados mecanismos de autoavaliação e de hétero-avaliação.

A fixação dos critérios através dos mecanismos de democracia interna e externa é fundamental uma vez
que são eles que definem o valor do retorno das diferentes atividades universitárias. A universidade não
deve promover modelos idênticos à atividade docente, mas sim modelos diferenciados que valorizem as
competências específicas de cada grupo de docentes, garantindo uma qualidade mínima dentro de cada
modelo ou vertente. Isto permite ampliar o retorno social da universidade e a introduzir incentivos
internos para novas atividades, serve como escudo contra a pressão unilateral dos incentivos mercantis.

6. Regular o setor universitário privado: A reforma da universidade como bem público que não terá
qualquer viabilidade se os princípios que a norteiam não forem complementados por duas decisões

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políticas: uma tem a ver com a regulação do ensino superior privado e a outra, com a posição dos
governos em relação ao domínio da educação transnacionalizada.

6.1. A universidade privada


A reforma da universidade como bem público tem de pautar-se por este princípio: compete ao Estado
fomentar a universidade pública, não lhe compete fomentar a universidade privada; a relação do Estado
com esta última deve ser qualitativamente diferente: uma relação de regulação e fiscalização.

6.2. O Estado e a transnacionalização do mercado da educação Superior

O último princípio da reforma da universidade como bem público decorre da análise sobre a polarização
entre globalizações contrapostas que hoje caracteriza as relações transnacionais. Consiste em fomentar
e intensificar as formas de cooperação transnacional que já existem e multiplicá-las no quadro de acordos
bilaterais ou multilaterais segundo princípios de benefício mútuo e fora do quadro dos regimes
comerciais. É este o sentido da globalização alternativa na área da universidade.

10) UNIVERSIDADE PÚBLICA E FORMAÇÃO PARA O TRABALHO


O tópico sobre a universidade pública e a formação para o trabalho é referenciado pelo caderno número
3 sobre a educação superior em debate do INEP, na qual um conjunto de autores debatem sobre qual o
histórico e por onde caminham as políticas públicas na educação superior e como consequência o mundo
do trabalho.

Destaco aqui três principais vertentes para a sua prova:

1) O que é a educação Corporativa?


2) Universidade tecnológicas, quais são seus riscos?
3) Qual é a verdadeira ideia de universidade e qual é a sua missão?

1) EDUCAÇÃO CORPORATIVA

Neste documento o autor chama a atenção para o fato da confusão existente entre educação corporativa
e o ensino privado, deixando claro a diferença do que é educação corporativa com exemplo dos EUA e
fazendo comparação com o PROUNI.

O autor assim, deixa claro seu receio do risco da falta de fiscalização e regulação por parte do governo
em não aceitar que as universidades públicas e privadas ligadas não se curvem a construção do capital
neoliberal.

Segue abaixo um trecho do livro:

Quando nos remetemos a analisar esta relação na educação superior, os questionamentos são muitos,
dada a heterogeneidade de situações e a já ressaltada polissemia do conceito universidade.

Em primeiro lugar, é importante destacar que na Europa e nos EUA, quando se fala de educação
corporativa ou universidade corporativa, está se focalizando as iniciativas e a institucionalização de
universidades pela instituição empresa. É uma iniciativa da empresa para a empresa. O Estado nem

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entra com recursos e nem se mete na regulamentação e não reconhece diplomas. Percebe-se que são
papéis, atribuições, responsabilidades e objetivos claramente definidos.

Hoje no Brasil, muito além de pensarmos na educação proporcionada pelas empresas no surgimento das
universidades corporativas, devemos pensar na formação de uma zona nebulosa de quase indiferenciação
entre o público e o privado a ponto de o ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Roberto Grau, ter
escrito o artigo Constituição e reforma universitária para recordar que, sendo público ou privado, quem
deve se responsabilizar, acompanhar e avaliar o ensino/ educação, por determinação constitucional, é o
poder público.

Mas, mais particularmente somos desafiados a pensar nas empresas de educação ou nos empresários da
educação, transformando o ensino em mercadoria no quanto universidades privadas poderiam ser
caracterizadas mais como corporativas, dada a sua estreita vinculação com o mercado; na apropriação
pública pelo privado e na presença do privado no público (as fundações nas universidades públicas) e
do poder público lançando mão de estratégias para liberar as universidades privadas de pagar impostos,
mediante o oferecimento de bolsas integrais ou parciais (ProUni), e outras tantas questões que acabam
por evidenciar que a inclusão e a igualdade, no contexto neoliberal, vão ganhando novos contornos e
demandando novas pesquisas.

2) UNIVERSIDADE TECNOLÓGICAS, QUAIS SÃO SEUS RISCOS?

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICAS

Os debates sobre a criação de “universidades tecnológicas” se efetivam neste contexto onde as forças
sociais que protagonizaram a opção de desestruturar o Estado e vender a Nação ainda mantêm o poder
de fato, mesmo com um governo eleito cuja expectativa era ter um projeto contra-hegemônico. Os riscos
dos descaminhos que pode assumir a “corrida” para implantar universidades tecnológicas são de várias
ordens. Aqui assinalamos três.

1) O primeiro risco, e o mais fundamental, é o de ampliar o fosso já produzido entre as várias formas
de oferecer o ensino superior e desviar-se ainda mais da função precípua da universidade: produção
de conhecimento crítico em todas as áreas, ciência básica, aplicada, tecnologia, arte e cultura. Esse
desvio redundaria numa universidade pragmática, tecnicista e subordinada à lógica da cópia ou da pura
reprodução.

Até o momento não há uma reflexão sólida acumulada que permita, com clareza, evidenciar que o escopo
das universidades tecnológicas mantém o núcleo definidor da universidade nos termos acima expostos
e, ao mesmo tempo, agregando-lhe dimensões específicas. Neste ponto está implicada a questão da
relação orgânica e da autonomia relativa entre a produção da ciência e a produção da tecnologia, daí
emerge o segundo risco, associado ao primeiro, que é o de estruturar a universidade tecnológica
como upgrade do nível técnico.

Por último, o risco da cultura do oportunismo político associado ao corporativismo: Este risco é
forte, já que a história de nossa cultura política é abundante em exemplos de criação de universidades,
escolas, ou projetos que rapidamente se esfacelam. Para ficarmos no tema da educação, podemos
mencionar alguns: os Centros de Integrados de Educação Pública do governo Brizola, as 500 escolas
técnicas, como contraponto político, no governo Sarney e a “cefetização” compulsória, consumada pelo
ministro Paulo Renato no Governo Fernando Henrique Cardoso.

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O tempo dirá para onde o pêndulo se inclinará: se ampliará a regressão social (mas ela tem limite e este
é a convulsão social) ou se haverá capacidade de reinventar a Nação e recriar a universidade e a educação
básica públicas.

3) QUAL É A VERDADEIRA IDEIA DE UNIVERSIDADE E QUAL É A SUA MISSÃO?

Durante todo o livro e debate foi levantada a ideia do que seria o verdadeiro ideal de uma Universidade,
relatando desde o seu surgimento, definições até o momento atual.

Relacionando este conflito do ideal e missão de universidade e o reflexo com o mundo do trabalho, o
autor Alípio de Sousa Filho tratou refletir e organizar este estudo. Segue abaixo as principais partes e
definições do livro.

A missão da universidade, assim, definiu-se, ao longo da história, como sendo tornar-se o lugar da
formação de pesquisadores, pensadores independentes, produtores de conhecimento e de técnicas
socialmente necessárias ao desenvolvimento do bem-estar humano. O que a torna o lugar de sujeitos
intelectualmente insatisfeitos, inquietos, de pergunta constante e de respostas imperfeitas.

Por isso, a universidade é também o lugar em que não se pode prosseguir na descoberta da verdade como
conhecimento da realidade se não reconhecer na pesquisa científica uma de suas primeiras tarefas.

Desse modo, a missão da universidade, quanto a si própria e à sociedade, é tornar-se o lugar da formação
de uma elite intelectual, cultural e científica. Esta não é uma elite de classe, mas uma elite de
espírito.

No tocante à questão da autonomia, deve-se acrescentar também que o Estado deve financiar, manter a
universidade, mas não pode reivindicar exercer o controle da autonomia acadêmica, do pensamento. A
universidade somente funciona se for livre.

Como vivemos em sociedades divididas em interesses, a missão da universidade define-se com relação
a esses interesses e seus conflitos. Se pensarmos o caso da universidade pública, uma clara opção se
torna necessária: mantida com recursos públicos, ela somente pode se destinar àqueles interesses que
realizem interesses públicos e coletivos, o interesse geral, o bem comum. Isso não deve significar
“universidade dos pobres”, “universidade dos trabalhadores”, “universidade popular”. Essa ideia é um
atentado ao conceito de universidade. Na universidade, o conflito de interesses não é luta de classes,
nem o conflito de interesses tem sua solução na opção demagógica por classes.

Uma universidade deve se perguntar sobre os problemas importantes das localidades em que se
encontra instalada: nas diversas áreas (educação, saúde, violência, direitos humanos, meio ambiente
etc.), quais são os principais problemas? Que contribuições a universidade pode oferecer à sociedade
para o enfrentamento desses problemas? Que sugestões pode apresentar à sociedade, aos poderes
públicos? Que diálogo pode sustentar com os diversos segmentos sociais, discutindo questões relevantes
para a população local?

De uma outra perspectiva, e pretendemos aqui que seja a da defesa da ideia de universidade, acreditamos
que – ao invés da especialização precoce dos estudantes, bem como das próprias ciências e das técnicas,
que tendem a uma redução da educação para a ciência e que entendem a profissionalização como
preparação para o trabalho, sem mais nada – a universidade deve visar uma formação que se dirija
aos aspectos mais gerais da educação no modo teórico-filosófico-científico de pensar.

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Por essa razão, já não são poucos os que defendem que o ensino deve ser orientado pelo
desenclausuramento dos saberes, evitando a especialização precoce e oferecendo aos estudantes
combinações variáveis de disciplinas em seus currículos, multiplicando a interdisciplinaridade, de modo
que os conhecimentos especializados possam ser relativizados e questionados na sua relação com a vida
humana.

Não se tratando de acreditar que a universidade possa remover a alienação da vida social, ao menos é
certo que a educação universitária pode contribuir para fazer dos indivíduos pontos de resistência à
ideologia e à dominação, do modo como estas se apresentam na vida cotidiana. E, a propósito ainda de
profissionais “adaptados” às exigências sociais, que são esses profissionais senão seres conformados? A
universidade cumpre o seu papel quando forma profissionais “inconformados, inadaptados,”
profissionais capazes de se indignar e de produzir indignação diante das desigualdades e das injustiças,
diante da discriminação e da violência. Profissionais capazes de “atos filosóficos” (ainda Derrida).
Profissionais capazes de atos críticos.

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