IV SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Data: 29 a 30 DE OUTUBRO DE 2015

O PETRÓLEO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE HUMANA

RAMOS, Alessandra S1; SANTOS, Beatriz N. 1; BRITO, Vitoria F.1; NETO, Luciane M. R.2
¹ Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.
alessandra.sr7@gmail.com
2 Docente do Curso de Farmácia –Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.

Palavras-Chave: Petróleo. Riscos à saúde. Efeitos tóxicos.

INTRODUÇÃO
O petróleo é extremamente importante para a nossa sociedade, tal como está atualmente
organizada. Ele não é apenas uma das principais fontes de energia utilizadas pela humanidade, como
também, os seus derivados são a matéria-prima para a manufatura de inúmeros bens de consumo e
deste modo têm um papel cada dia mais presente e relevante na vida das pessoas. (MARIANO, 2001)
As jazidas de petróleo se formaram a partir do aprisionamento de restos vegetais e animais
que se depositaram no fundo dos mares e lagos. Esta matéria foi sendo soterrada pelos movimentos
da crosta terrestre sob a pressão das camadas de rochas e pela ação do calor. Esses restos orgânicos
foram se decompondo até se transformarem em uma mistura de hidrocarbonetos, também conhecida
como petróleo. (MARIANO, 2001)
Para ser utilizado nas diversas áreas da indústria o petróleo deve passar por um processo de
refino, este procedimento consiste em separar as frações do hidrocarboneto transformando-o em
produtos de grande utilidade: os derivados de petróleo. Estes serão então utilizados nas mais diversas
aplicações (combustíveis, lubrificantes, plásticos, fertilizantes, medicamentos, tintas, tecidos, etc).
(MARIANO, 2001)
Os empreendimentos petrolíferos se estabelecem e desenvolvem a custa de consumo de
recursos naturais, produção de resíduos líquidos, sólidos e aéreos, impactos na diversidade de
espécies, uso de água e de solo. Assim, afetam profundamente as características originais dos
ecossistemas, que, por sua vez, levam a alterações nas inter-relações sociedade/natureza, sobretudo
na saúde ambiental. (RIBEIRO, 2012)
Os prejuízos causados pelo refinamento do petróleo como o impacto que ocorreu na saúde da
população próxima a Cubatão/SP na década de 80, mostram a importância de uma avaliação dos riscos
de sua exploração na saúde humana.

OBJETIVO
Explicar a origem e o processo de refinamento do petróleo mostrando seus impactos na saúde
humana.

METODOLOGIA
Foram realizados levantamentos bibliográficos em bases como Scielo, utilizando os
descritores: impactos do petróleo na saúde e refino do petróleo. A pesquisa foi realizada no período de
17 de agosto de 2015 a 09 de setembro de 2015.

DESENVOLVIMENTO
O petróleo bruto é uma complexa mistura de hidrocarbonetos, que apresenta contaminações
variadas de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. A composição exata dessa mistura varia
significativamente em função do seu reservatório de origem. (MARIANO, 2001).
No seu estado bruto, o petróleo tem pouquíssimas aplicações. Para que o seu potencial
energético seja aproveitado ao máximo, ele deve ser submetido a uma série de processos, a fim de se
desdobrar nos seus diversos derivados. O refino do petróleo consiste na série de beneficiamentos pelos
quais passa o mineral bruto, para a obtenção desses derivados, estes sim, produtos de grande
interesse comercial. Esses beneficiamentos englobam etapas físicas, e químicas de separação, que
originam as grandes frações de destilação. (MARIANO, 2001)

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A primeira etapa do refino consiste em separar os componentes em frações de acordo com sua
massa, este processo é conhecido como destilação fracionada e só é possível, pois os constituintes do
petróleo possuem pontos de ebulição diferentes. (MARIANO, 2001)
As frações que não foram separadas na primeira destilação são levadas para outra coluna que
apresenta pressão inferior à atmosférica, possibilitando que as frações mais pesadas entrem em
ebulição em temperaturas mais baixas, evitando assim a quebra de suas moléculas. (MARIANO, 2001)
A terceira etapa de refino consiste no craqueamento térmico ou catalítico. O princípio desses
processos é o mesmo, ou seja, baseia - no craqueamento - quebra de moléculas longas de
hidrocarbonetos de elevado peso molecular, em outras de cadeia menor, às quais se incorporam as
frações mais leves do petróleo processado na refinaria. (MARIANO, 2001)
Durante o processo de refino muitas substâncias são liberadas, sendo que estas na maioria
das vezes, contaminam o meio ambiente. Das substâncias emitidas em forma de gás são ejeções
fugitivas de hidrocarbonetos e emissão oriunda da queima de combustíveis fósseis. Os resíduos
líquidos são água ácida contaminada com óleos e fenóis. Já os sólidos são gerados sob a forma das
lamas oriundas das diversas etapas. (RIBEIRO, 2012)
Os poluentes atmosféricos emitidos pelas refinarias podem causar diversos impactos. O
principal sistema a ser afetado é o respiratório, pois ele é responsável pelo processo de trocas gasosas
e, portanto, irá sofrer exposição direta aos contaminantes atmosféricos. O exemplo do que ocorreu nas
décadas de 70 e 80, a região do entorno da Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão, era conhecida
como “Vale da Morte”, e representava um símbolo da poluição industrial no país. A poluição atmosférica
provoca doenças respiratórias na população, além de terem ocorrido vários casos de bebê nascidos
com má formação. (MARIANO, 2001)
No sistema cardiovascular, poluentes como o CO e o chumbo são absorvidos através da
corrente sanguínea e podem, ambos, ter efeitos diretos e/ou indiretos sobre doenças. (RIBEIRO, 2012)
Os efluentes hídricos das refinarias têm diversas consequências negativas para o meio
ambiente, podendo contaminar rios e lagos utilizados para o abastecimento de água da população.
Estes resíduos podem elevar o custo do tratamento da água, dificultar a sua distribuição, tornando-a
veículo de doenças, prejudicar a indústria, a irrigação, a pesca, recreação, etc., causar prejuízos aos
peixes e a outros organismos aquáticos, propagar a proliferação excessiva de vegetação aquática e de
algas. (MARIANO, 2001)
Muitos dos efluentes das refinarias possuem pH's muito ácidos ou muito alcalinos. As principais
consequências do lançamento de efluentes hídricos com pH's muito distantes do pH da água são:
corrosão, efeitos negativos sobre a fauna e a flora, prejuízos à utilização desta água na irrigação
agrícola e em outros usos. (MARIANO, 2001)
Os resíduos sólidos podem causar assoreamento e como consequente diminuição das vazões
de escoamento, podendo acarretar inundações; soterramento de animais e de ovos de peixes; aumento
da turbidez da água, o que reduz a sua transparência acarretando a redução da atividade fotossintética.
(RIBEIRO, 2012)
Os efeitos ambientais costumam estarem relacionados com os derramamentos de petróleo,
estes resultam em danos imediatos e de longo prazo ambiental. Alguns dos danos causados ao meio
ambiente por um vazamento de óleo podem durar décadas após o acidente. Um exemplo disso diz
respeito à perda de produção pesqueira devida ao despejo de poluentes em um determinado rio ou
lagoa. (RIBEIRO, 2012)
O despejo de óleo no mar também pode causar efeitos sobre a saúde humana. A curto prazo
geram dores de cabeça, irritação na garganta, coceira nos olhos, cansaço, tontura, náusea, febre,
irritação na pele como dermatite, machucados e ferimentos. Já os efeitos de longo prazo estão
associados danos genotóxicos por consumo de frutos do mar contaminados, anormalidades
endócrinas, possíveis impactos no sistema reprodutivo e efeitos adversos no sistema respiratório.
(RIBEIRO, 2012)
Mesmo apresentando diversas problemáticas, sabe que o petróleo não deixará de apresentar
a importância que possui ao longo dos próximos anos, a menos que haja algum revolucionário
descoberto de um substituto à altura. Apesar dos avanços tecnológicos que ocorreram neste último

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século, infelizmente, vários dos equipamentos e técnicas de refino utilizado por muitas refinarias ao
redor do mundo são relativamente primários, não tendo mudado muito ao longo das últimas décadas.

CONCLUSÃO
Atualmente o petróleo é a principal fonte de energia mundial, porém a sua utilização tem
consequências gravíssimas para a saúde e o meio ambiente em que vive.
Os resíduos gerados no processo de refino são responsáveis por diversas doenças que afetam
os seres humanos. Em decorrência de tais fatos, a indústria de refino é uma grande degradadora do
meio ambiente, pois tem potencial para afetá-lo em todos os níveis: ar, água, solo e,
consequentemente, a todos os seres vivos que habitam nosso planeta.
Ao o que se diz respeito à saúde humana o petróleo em seu estado bruto pode causar diversas
complicações, porém são os resíduos gerados durante o seu refinamento os que mais afeta.
A população que apresenta maior risco de intoxicação são as que residem em locais próximos
a refinarias e/ou que trabalham nestas indústrias. Por conta desse fato estes indivíduos devem passar
por um período de controle toxicológico para garantir a qualidade de vida dos mesmos.

REFERÊNCIAS
MARIANO, J. B. Impactos ambientais do refino de petróleo. In: MARIANO, J. B. Artigo UFRJ, Rio de
Janeiro, N. 01, P. 1-279. Disponível em: <http://ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/jbmariano.pdf> Acesso
: 18 ago. 2015

RIBEIRO, H. Impactos da exploração do petróleo na saúde humana. In: RIBEIRO, H. Revista USP,
São Paulo, N.95, P.61-71. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/52239/56275>.Acesso: 18 ago. 2015

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