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Musical Infantil
Seu Bolacha – (furioso) Ouçam aqui, seus dois palhaços bobocas, eu não
estou gostando desta brincadeira de jeito nenhum. Acho bom vocês pararem
de vez com esses malditos ensaios, e desaparecerem de vez, para que eu
possa vender o meu circo!!!
Dominó – Mas seu Bolacha, eu tenho certeza que vai dar certo.
Seu Bolacha – Que certo o que!? Onde já se viu, um circo fazer espetáculos
com apenas três pessoas?
Seu Bolacha – Não! Nunca! Isto é coisa de louco. E vocês são loucos, essa
idéia só podia ter saído destas cabecinhas ocas, que você tem.
Seu Bolacha – Não é fácil não! O meu circo faliu, a crise acabou com o meu
circo.
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Dominó – Não Seu Bolacha, nem tudo está perdido, pois eu, e o meu amigo
Ping-Pong, vamos trabalhar para recuperar o nosso circo.
Seu Bolacha – Vocês, vocês, tudo vocês, acham que conseguem? Pois fiquem
sabendo que não vai dar certo.
Seu Bolacha – Ah é? (para a platéia) eu pego estes dois! (para eles) Quem vai
fazer a equipe do Globo da Morte? (som do 2º. Tarol)
Dominó – Vai lá Seu Bolacha. (empurra Seu Bolacha, para perto do tamborete
que está com Ping-Pong em cima)
Os dois palhaços – Viu Seu Bolacha, como nós podemos fazer tudo?!!!!
Seu Bolacha – (Furioso) Ridículo, ridículo! São os dois palhaços mais ridículos
que já apareceram por aqui, sempre fazendo tolices, para impedir que eu
venda o meu circo.(Afirmativo) O circo é meu e eu vou vende-lo, afinal de
contas, quem vocês pensam que são para impedirem que eu faça isto!?
Seu Bolacha – Mas como nós vamos recuperar o Circo, se não temos dinheiro.
Todo dinheiro que eu ganhei com a venda dos animais, deu apenas para pagar
os empregados que fui obrigado a demitir. Eu sei, eu sei, o circo é o mundo de
vocês, é o meu também, mas estou cansado desta vida, porque vocês não
fazem como os outros, vão procurar outro circo para trabalhar.
Seu Bolacha – Porque brincando? Estou falando sério, isso não é hora para
brincadeiras.
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Ping-Pong – Mas se o circo for vendido, o que é que o senhor vai fazer da vida
a essa altura do campeonato? O senhor nasceu no circo, viveu sua vida inteira
no picadeiro, sempre trabalhou em circo.
Seu Bolacha – Oras Ping-Pong, a gente sempre encontra alguma coisa para
fazer na vida.
Dominó – É o Dono.
Ping-Pong – É o Proprietário
Dominó – É o Manda-Chuva
Ping-Pong – Um Peão...
(neste diálogo curto, os dois palhaços sacodem o Seu Bolacha de um lado para
o outro, até ele ficar tonto, na última fala do Dominó, ele dá um assopro no Seu
Bolacha, que cai)
Seu Bolacha – (levanta furioso) Nada disso, podem achar ruim o quanto
quiserem, mas o circo está a venda e pronto!
Pin-Pong – E o que será de mim, e do meu amigo Dominó? O senhor não tem
pena da gente não é? Pensa que vai ser fácil arranjar outro circo para
trabalhar, circo existem aos montes por aí, mas será que os donos desse circo
vão aceitar a gente? Eles podem achar que as nossas palhaçadas não são de
nada, não tem graça pensar nisso...
Dominó – Vamos acabar com essa conversa. Ninguém vai precisar mais
vender o circo! Porque eu acabo de ter uma idéia fenomenal.
Dominó – E eu já estou cheio de ouvir o senhor falar que vai vender o circo.
Dominó – Eu sei que é. A gente sai pelas ruas da cidade pedindo colaboração,
vão colaborar é claro, afinal, ninguém vai deixar de apoiar um circo quase
falido.
Dominó – Se não tiver dinheiro? Pode ajudar com outra coisa... (andando em
círculo, os dois palhaços) vale transporte, ticket refeição, bilhete único... (os
dois se encontram no centro, trombam, caem no chão) Tive uma idéia!
Dominó – Quem não puder dar dinheiro, pode ajudar com algum objeto de
valor, aí agente junta tudo e faz um leilão!
Dominó – Vão colaborar sim. Afinal de contas uma cidade que se preze, não
vai deixar que um circo venha a falir.
Seu Bolacha – (Furioso) Bolas, coisa nenhuma. Seus Pamonhas!!! (os dois
caem) Viu só o que o pessoal da cidade disse pra gente? Mandou a gente criar
vergonha na cara, e ainda por cima nos chamaram de vagabundos!!! (pausa)
Não deu certo a idéia de colaboração, é melhor vocês pararem de vez com isso
antes que nos mandem para a cadeia.
Seu Bolacha – Amanhã não se tenta mais coisa alguma, eu quero vender o
meu circo, e pronto!
Seu Bolacha – O que? Como ousa falar comigo deste jeito, quem você acha
que eu sou?
Seu Bolacha – Sou Seu Bolacha mesmo, e fique você sabendo que vou vender
o circo!
Ping-Pong – Está bem! Se o senhor quiser mesmo vender o circo, que venda,
mas fique sabendo de uma coisa. Vai se arrepender para sempre.
Ping-Pong – Porque? Oras porque! O que é que o senhor sabe fazer nessa
vida além de trabalhar no circo, o senhor nunca fez outra coisa na vida, não
tem experiência em outro serviço.
Seu Bolacha – Ah! Como vocês insistem! Com o dinheiro do circo... (pausa)
vou comprar umas fazendas. (Ping-Pong e Dominó riem dele)
Ping-Pong – (amarelinha) E o senhor acha que esse circo vale muito dinheiro.
Dominó – Acha mesmo que alguém vai quere comprar um circo assim! Sem
animais, sem artistas, sem nada! Seu Bolacha, que furo é esse aqui na lona, e
esse outro aqui também? Seu Bolacha, a lona está toda furada, este circo não
vale tanto quanto o senhor pensa!
Seu Bolacha – Nada disso, podem achar ruim o quanto quiserem, mas o circo
está a venda.
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Ping-Pong - Interná-lo
(os dois saem nos últimos acordes da música – Dominó volta sem chapéu
caipira e sem viola).
Dominó – (entra) Poxa! Que coincidência, sabe que eu tinha pensado nisso
também!
Ping-Pong – Ah, é!
Seu Bolacha – Rapazes, rapazes! Será que vocês esqueceram que eu também
sou mágico?
Dominó – Ping, ping... (em segredo) Mas um mágico desses existe mesmo?
Seu Bolacha – Mas um mágico desses deve custar uma fortuna, e não é
preciso que seja do estrangeiro, vamos valorizar o mágico nacional.
Seu Bolacha – Esperem aí... aonde vamos arrumar dinheiro para contratar
esse mágico?
Dominó – Oras a quem? Quem você acha que a pessoa mais importante deste
lugar?
Ping-Pong – Ah é...
Dominó – Puxa Seu Bolacha, como foi bom o senhor ter pensado no prefeito,
vamos falar com ele agora mesmo.
Ping-Pong – O que tem isso a ver? Santa ignorância! Ele é o prefeito deste
lugar amanhã, ele pode querer ser algo bem mais importante, como: Um
deputado (pede palmas), um senador (pede mais palmas), ou até mesmo o
Presidente do Brasil (pede muitas palmas) sendo ele uma pessoa que apóie a
arte, a cultura, o povo passa a acreditar mais nele como um político, não é
Dominó?
Dominó – É???
Seu Bolacha – Então vamos, já que vocês pensam desse jeito... (marcha do
prefeito, instrumental)
(Os três ao som da marcha, descem até a platéia, escolhem uma criança para
fazer o papel do prefeito)
Seu Bolacha – Bem seu prefeito é o seguinte... eu sou o Seu Bolacha... O dono
do circo que está armado aqui ao lado... (é cortado pelos palhaços)
Dominó – Bem seu prefeito, o circo do Seu Bolacha está passando por
seriíssimas dificuldades... os animais foram vendidos para o zoológico da
cidade... Os artistas foram todos demitidos... E o Seu Bolacha... Ele (Seu
Bolacha vem até o prefeito e os palhaços o expulsam de novo) Só pensa e só
fala em vender o circo. Para impedir que isso aconteça, nós viemos lhe pedir
uma ajuda...
Ping-Pong – Um empréstimo...
Seu Bolacha – (todo confuso) Não. É que esse mágico pode resolver os
problemas do circo... (os dois o expulsam de novo)
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Ping-Pong – Esse mágico pode resolver tudo, (pausa) o que? Quando iremos
lhe pagar? Ah! Não se preocupe. O circo do Seu Bolacha é um circo do futuro,
se não se paga hoje!
Dominó – O que? Juros? O senhor fala em juros? Sim, juros é com o nosso
circo, claro aceitamos pagar juros, nós adoramos a palavra juros... Como é que
é? Passar aqui amanhã? No final do mês? O senhor promete? Foi ótimo falar
com o senhor, foi uma prazer conhece-lo, obrigado. Seu Bolacha, Seu Bolacha.
Dominó – O prefeito prometeu que vai fazer o empréstimo, falou pra gente
passar no final do mês.
Seu Bolacha – No final do mês? Vamos ter que esperar este tempo todo?
Dominó – Será?
Os dois palhaços – (para a platéia) Será mesmo que alguém vai querer
comprar este circo?
Dominó – (tendo uma idéia) Ping, olha só... (Para seu Bolacha) Seu Bolacha, já
que o senhor é tão esperto, e está tão decidido, vou lhe dar uma sugestão,
porque você não sai pelas ruas da cidade em busca de um comprador?
Dominó – Seu Bolacha, eu tava brincando... acho que falei uma besteira.
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(luz baixa no palco, os dois palhaços saem de cena, entra Seu Bolacha
eufórico pela platéia, oferecendo o circo ao público presente)
Seu Bolacha – Quem vai comprar um circo? Bom e barato, de quebra ainda
leva dois palhaços bem sem graça... Quem vai querer, olha a pechincha...
(improviso com a platéia) Querem saber do mais? Eu vou vender do outro lado
da cidade, vocês não estão com nada, só querem me enrolar. (sai de cena pela
coxia esquerda, Dominó entra pela direita).
Dominó – Não sei Ping-Pong, mas quer saber? Se ele quiser vender; que
venda!
Ping-Pong – Claro que estamos, você vai me deixar sozinho neste jogo? Eu
sou seu maior amigo.
Dominó – Eu sei Ping, mas se o Seu Bolacha vender o circo, adeus tudo,
adeus emprego, o circo verá o seu fim.
Seu Bolacha – Ai de mim, ai de mim! Não consegui arranjar uma pessoa que
se interessasse pelo meu circo, só alguns espertinhos tentando me enrolar.
Amanhã, tentarei de novo.
Seu Bolacha – Por minha causa? Mas o que foi que eu fiz?
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Ping-Pong - Quem garante que este novo proprietário a quem o senhor vai
vender este circo, vai querer que eu e o meu amigo Dominó continue aqui.
Quem garante que este novo proprietário estará disposto a lutar, para que este
circo, a porta da falência, torne-se novamente um grande circo como
antigamente? Ele pode muito bem comprar tudo isso para fazer uma outra
coisa qualquer. E o culpado de tudo isso, quem será? Será o senhor! O senhor
que quer vende-lo! Já não são suficientes os circos que já se acabaram, que já
morreram? Muitos e muitos circos já morreram Seu Bolacha. E o Senhor? O
Senhor está querendo que morra mais um. E se isso acontecer? O que é que
vai ficar no lugar de tudo isso? Apenas saudades, desencantos, tristezas... e o
senhor? O senhor já pensa como muitas pessoas, não é? Acha que no mundo,
não há mais espaço para o sonho, para fantasias. No mundo não há mais lugar
para o circo! O mundo agora deve se tornar um imenso campo de batalha!
Porque essas pessoas, ao invés de acabarem com os circos, nada fazem para
acabar com as guerras, com o desrespeito pelo homem e pelo meio ambiente?
Chega de tantas guerras, de crimes, de tantas torturas e de tanta violência. Se
essas pessoas que fazem as guerras, se elas estivessem aqui, se fossem
artistas do nosso circo, (pausa) não estariam mortas, nem nunca seriam
odiadas.
Não seu Bolacha, o circo não vai acabar nunca, porque o circo é uma
possibilidade viva de sonhos, de vida! Não Seu Bolacha, o circo não vai acabar
nunca, enquanto existirem as crianças, (pequena pausa) existirão os palhaços
e o Circo. (sai de cena, seguido pelo Dominó).
Seu Bolacha – (sem perceber que ficou sozinho em cena) Ping-Pong, você
disse... (dando por si) Ops... (para platéia) Ele sumiu, foi embora, desistiu...
(desesperado) E agora se já estava difícil com três, imaginem com um, eu. Meu
Deus, preciso de uma idéia (o ator tenta puxar da platéia a idéia de chamarem
o Ping-Pong de volta) O quê? Chama-lo de volta?, que idéia péssima? Já sei!
Tive uma idéia ótima! Vou chama-lo de volta! Vocês me ajudam? É um, dois e
três: Ping-Pong!!! (Repete duas ou três vezes, neste ínterim Ping-Pong entra,
Seu Bolacha fica todo sem jeito) Oh Ping-Pong, você voltou...
Seu Bolacha – Sabe o que é, você disse tanta coisa bonita, tanta coisa
inteligente, que eu pensei, pensei e decidi. Não vou mais vender o circo!
Seu Bolacha – Claro! Porque vender um circo, que me deu tantas alegrias?
Vamos marcar um espetáculo para hoje mesmo!
Dominó – Não!!!!!!
Os dois – Não?
Seu Bolacha – Como seu cabeça de bagre, ele morreu, abaixa os braços do
coitado
Ping-Pong – Claro, claro... (a mesma palhaçada, só que desta vez ele leva um
chute no traseiro) Aiiiii! Seu Bolacha ele me chutou!
(os dois carregam o morto para traz do cenário, e voltam chorando, choro falso
de palhaço).
Seu Bolacha – Ah! Agora eu entendi, (chora), ele tava me devendo uma grana.
Ping-Pong – Opa, ele também pediu para mim para pagar o senhor.
(neste ínterim, Dominó entra disfarçado de monstro, e faz aquele velho truque
de circo, depois de um corre-corre danado, os dois assustados fogem, ficando
apenas o Dominó em cena, que logo começa a tirar o disfarce de monstro, o
mesmo brinca com a platéia)
(começa a perseguição, eles correm pela platéia, pelo palco, até que Seu
Bolacha pega o Dominó).
Dominó – Desta vez eu acerto, vamos dar o maior espetáculo circense da terra.
Seu Bolacha – E deixa que eu faço as apresentações, vão se arrumar (os dois
saem, Seu Bolacha fala como apresentador) Senhoras e senhores..., com
vocês..., mais um grandioso espetáculo, do Gran Circo Internacional,
diretamente de Arco-Verde, Pernambuco, Brasil!! O Circo Do Seu Bolacha! E
para dar início a este grandioso espetáculo, com vocês os dois palhaços mais
engraçados do mundo!!! (Entra Ping-Pong com o guarda-chuva fechado em
uma das mãos, e sobe me um dos tamboretes)
Ping-Pong – Palhaço Ping-Pong (Seu Bolacha pede palmas para platéia, neste
momento entra o Dominó também com um guarda-chuva fechado em uma das
mãos e sobe no outro tamborete)
Mamãe, papai
Venha ver vovó
Chupando cana
Com um dente só
Papai, mamãe
Venha ver titia
Tomando banho
De água fria
O sino da matriz
Já bateu seis horas
É hora do palhaço
Ir embora.
(Cai o pano)
FIM