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Supremo Tribunal Federal

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 869.695 GOIÁS

RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO


RECTE.(S) : ASSOCIAÇÃO SALGADO DE OLIVEIRA DE
EDUCAÇÃO E CULTURA - ASOEC
ADV.(A/S) : CLÁUDIA DA CUNHA MOTA E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) : NAANA SANTOS SILVA
ADV.(A/S) : UMBERTO VILELA CARVALHO

DECISÃO:

Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão da


Primeira Turma Recursal Mista da Segunda Região do Tribunal de Justiça
do Estado de Goiás, assim ementado (fls.128/129):

“RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE


IMPORTÂNCIAS PAGAS C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. RESTITUIÇÃO DO VALOR DA MATRÍCULA.
CURSO DE GRADUAÇÃO QUE NÃO FORMOU TURMA.
MOROSIDADE COMPROVADA. DESRESPEITOS AS
NORMAS CONTIDAS NO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. DANO MORAL CONFIGURADO.
AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA. PLAUSÍVEL PELA DEMORA
NO CUMPRIMENTO DA SOLICITAÇÃO DO ALUNO.
CONDENAÇÃO MANTIDA. QUANTUM INDENIZATÓRIO
PROPORCIONAL E RAZOÁVEL. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I – É incontroverso
nos autos que a autora realizou contrato de prestação de
serviços educacionais e que esta efetuou o pagamento da
matrícula de um curso de graduação, bem como que este curso
não se iniciou por falta de quorum mínimo para tanto. II - Não
se vislumbra no caso em tela justificativa aplausível para se
aceitar como legal a demora da restituição dos valores pegos
pela autora. Isso porque, se o curso de graduação não se iniciou,
seja por fatores outros, a instituição de ensino superior, no
mínimo, deveria priorizar ao aluno matriculado no referido
curso, a restituição dos valores eventualmente pagos para que

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RE 869695 / GO

este pudesse, até mesmo, matricular-se em outro curso na


mesma instituição ou em curso de outra faculdade. III - A
alegação de existência de procedimento interno para a
restituição de valores não pode ser utilizado como artifício de
justificativa na morosidade no cumprimento de solicitações
realizadas por acadêmicos, em especial as solicitações como as
dos autos, em que envolve restituição de valores em virtude de
não iniciação de curso de graduação. IV - A demora
injustificada da ré, em restituir a autora os valores relativos a
matrícula do curso de graduação que não teve inciou, configura
má prestação do serviço, ensejando a condenação conforme
consignado na sentença ora objurgada. V - O valor a ser fixado
a título de danos morais consubstancia-se na compensação pelo
dano sofrido, e deve ser assimilada a ideia de que a este é
concebido como lesão aos direitos da personalidade, nas
acepções físicas, mental e intelectual e requer o exame de dois
critérios, a saber, o ressarcimento àquele que sofreu o dano e
sanção a quem o praticou. VI - Não já que se falar em
indenização excessiva quando tal valor respalda-se na
proporcionalidade e na razoabilidade jurídica, ponderada ainda
na aferição econômica das proporções atingidas com o fato
ocorrido. V - Sentença mantida. VI - Recurso conhecido e
desprovido.”

O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição


Federal. A parte recorrente alega violação ao art. 207 da Constituição.
O recurso extraordinário não deve ser admitido. Isso porque o
Supremo Tribunal Federal já assentou o entendimento de que a
autonomia universitária não se confunde com soberania, estando elas
submetidas a diversas normas gerais da Constituição, às leis e atos
normativos. Nessa linha, veja-se:

“AGRAVO REGIMENTAL. INSTITUIÇÃO DE ENSINO


SUPERIOR. COBRANÇA ABUSIVA. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA.
ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 207 E 209 DA

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RE 869695 / GO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DISCUSSÃO


INFRACONSTITUCIONAL.
Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, o princípio
da autonomia universitária não significa soberania das
universidades, devendo estas se submeter às leis e demais atos
normativos.
Controvérsia decidida à luz da legislação
infraconstitucional. A alegada ofensa à Constituição, se
existente, seria indireta ou reflexa, o que enseja o descabimento
do recurso extraordinário.
Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI
647.482/RJ-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa)

Ademais, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF:

“Para simples reexame de prova não cabe recurso


extraordinário.”

Diante do exposto, com base no art. 557, caput, do CPC e no art. 21, §
1º, do RI/STF, nego seguimento ao recurso.
Publique-se.
Brasília, 17 de março de 2015.

Ministro LUÍS ROBERTO BARROSO


Relator

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