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NOTAS DE ABERTURA

CELESTINO PORTELA 1

PÓRTICO
É uma honra receber na Colecção Santamariana, onde constitui a edição nº. 31, o estudo do Dr.
Roberto Carlos sobre “Santa Maria da Feira: uma Terra de Dragões”.

Desde o início que salientamos que “não nos movem outros intuídos que não sejam o progresso da

1 Executivo LAF

3
nossa Terra e a Cultura da nossa Gente”.

Tivera já a oportunidade quando o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa acompanhou o atleta Sr. Fernando
Gomes que veio fazer uma palestra no Rotary Clube da Feira, de lhe dizer que:

“uma das facetas da sua personalidade que mais aprecio e com a qual também me identifico: a de
homem do Norte, do Norte que trabalha, do Norte que produz, do Norte que sustenta os que em Lisboa
se divertem.

E de lhe dizer também “ o muito apreço que tenho pelo dirigente desportivo, que sofre, que se
angustia e tantas vezes incompreendido que ainda mal se extinguiram os aplausos do êxito e já ecoavam
os assobios do insucesso”.

Quando de comemorava o maior feito desportivo do Futebol Clube do Porto, a conquista da Taça dos
Clubes Campeões Europeus, tive a oportunidade de referir:

“ Permita-me Senhor Presidente do Futebol Clube do Porto que aqui, em Santa Maria da Feira, peça
ao Senhor Presidente da Câmara Municipal que lhe faça entrega de um exemplar da medalha com que
o Município Feirense consagrou o centenário do nascimento de um dos maiores vultos da sua cultura, o
Dr. Manuel Laranjeira.

• e ao meu companheiro da Liga dos Amigos da Feira, Carlos Gomes Maia, pai do Carlos Xavier,
sócio do Futebol do Clube do Porto em que nasceu, que lhe faça entrega de uma medalha comemorativa
da inauguração do Primeiro Monumento Nacional a Fernando Pessoa, o consagrado poeta que iniciou a
sua actividade literária no Porto, na Revista “ A Águia” e que fez nascer no Porto o heterónimo Ricardo
Reis;

• e ao meu companheiro no Rotary Clube da Feira, Joaquim Carneiro, membro da Comissão


Executiva destas homenagens, que lhe faça entrega da medalha comemorativa da reunião da Comissão
Inter Países Portugal-França , de Rotary Internacional, realizada neste Concelho” 2

Este livro agora vindo a público é mais uma homenagem dos desportistas feirenses que, sempre,
2 Jornal Correio da Feira, nº. 4579-31/07/1987

4
procuram enaltecer o espírito que nos deve unir, “O ESPIRITO FEIRENSE”, pois é em conjugação de esforços
que podemos obter êxitos colectivos.

5
FRANCISCO RIBEIRO DA SILVA 3

Culto aos «dragões»


Aprendi com o meu pai a gostar do Futebol Clube do Porto. Em Argoncilhe, a freguesia mais a nordeste
do Concelho de Santa Maria da Feira, que desde os três meses de vida é a «minha terra», as ligações
vitais dos habitantes (económicas, profissionais, educacionais e culturais) desenvolviam-se a norte, ou
3 Professor Catedrático da Universidade do Porto (Jubilado). Ex-Vice Reitor da Universidade do Porto

7
seja, muito  mais com a cidade do Porto do que com a sede do Concelho ou com a capital do Distrito.
Compreende-se: a estrada nacional n.º1 que liga Lisboa ao Porto passa pela freguesia, constituindo
mesmo a linha de limite ocidental durante alguns quilómetros, tornava fácil o acesso à segunda cidade
portuguesa. Não admira que desde tempos ancestrais a cidade do Porto fosse a referência e o polo de
atração para os seus moradores. 

Era natural, por isso, que em matéria desportiva, as preferências clubísticas se inclinassem para
onde estavam as referências, isto é, os clubes do Porto, principalmente o maior e que leva no seu nome
o nome da cidade. Essa tendência continuou pelo tempo e mantém-se hoje em dia, como se prova pelo
movimento e dinamismo da Casa do Futebol Clube do Porto de Argoncilhe, fundada precisamente no
“meu” lugar de São Domingos. 

O meu pai era sócio do FCP. E levava-nos ao Estádio das Antas, a mim e ao meu irmão. Lembro-me
de muitos jogos gloriosos. Mas tenho bem presente na memória o desgosto que sofremos quando o FCP
perdeu a taça de Portugal com o Leixões.

Mas na minha juventude e na minha família o “portismo” não viveu e não se alimentou apenas do
futebol. O canal das bicicletas nos anos 50 e 60 do século passado foi muito importante, uma vez que
o meu pai era um apaixonado pelo ciclismo e pelas corridas. Ora na freguesia onde ele e eu nascemos,
Nogueira da Regedoura, surgiram verdadeiros campeões da modalidade, os da família Carvalho, dos quais,
pelo menos um, o Alberto Carvalho, representou o Futebol Clube do Porto. Mas oriundos do Concelho
foram vários os ases do pedal que envergando a camisola azul e branca deram muitas alegrias aos que
gostavam do Futebol Clube do Porto. Lembro-me muito bem do José Sousa Cardoso, do Joaquim  Sousa
Santos e do Mário Silva que inscreveram os seus nomes na lista dos vencedores da Volta a Portugal e que
foram o nosso orgulho. 

O meu pai não se limitava a ser admirador passivo daqueles “heróis” e ídolos do povo. Gostava de
acompanhar etapas e transportava a família com ele. Apesar de haver muito menos carros do que no
tempo presente, não era fácil a condução nas estradas atrás do pelotão. Mas nós, miúdos, gostávamos
da aventura e o nosso “portismo” ia-se reforçando. 

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Aos dez anos, depois do exame do 2º grau nas escolas da sede do Concelho, fui estudar para o
Seminário e nunca mais residi em permanência no Concelho da Feira. Mas sempre fiz questão de não
perder nem sequer atenuar a ligação às raízes. Essa ligação continua viva e assim será até ao fim.

Vivo no Porto há décadas e essa circunstância contribuiu para assumir e sentir que tudo o que define
o Porto me interessa. Por essa via, o afecto ancestral nascido espontaneamente nas terras de Santa Maria
da Feira pelo Futebol Clube do Porto tornou-se mais vigoroso e mais estruturado. Isso levou-me a aceitar o
convite para integrar o Conselho Cultural do Futebol Clube do Porto no qual permaneci. com muito gosto,
durante mais de uma década, sob a direcção do amigo Senhor Álvaro Pinto.

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10
EMÍDIO SOUSA4

4 Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e do Conselho Metropolitano do Porto

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GENERAL RAMALHO EANES 5

Desafiaram Pinto da Costa a seleccionar as 31 decisões mais problemáticas que tomou nos seus
31 anos como Pre­sidente do Futebol Clube do Porto. Sabe-se, bem, como Pinto da Costa saboreia os
seus desafios: os que tenham uma boa razão, um bom sentido e um objectivo.

Assim, Pinto da Costa aceitou a «provocação». O resul­tado é esta obra: 31 anos de Presidência,

5 Presidente da República, de 14 de julho de 1976 a 9 de março de 1986


6 Foto de Homem-Cardoso, 200

13
31 decisões. Obra, esta, de revisitação de um tempo da sua memória e da tradição do Futebol Clube
do Porto. Mas, sendo isso, é também mais do que isso: é, também, a revisitação crítica, autocrítica,
muitas vezes, de acontecimentos que viveu, que protagonizou, em especial daqueles em que teve de
optar entre a sua “liberdade”7 e aquilo que as condições auguravam ser o seu “destino8” - liberdade
sua, destino seu, seguramente, mas, também e sobre­tudo, o da instituição que servia, o Futebol Clube
do Porto (FCP).

Neste livro que, sinceramente, creio constituir um «caso de estudo» de boa governação, Pinto da
Costa, sem o assumir, explicitamente, responde-se, a si, e responde-nos, a nós, sobre, e socorrendo-me
de Malraux, “o que fez”9 do FCP e por que o fez.

Fê-lo porque, em caricatura, terá «desposado» a cidade do Porto e o seu clube de eleição. Na
verdade, amorosa, estreita e persistente - como se deduz da leitura do livro - é a relação comunicativa,
a interacção de Pinto da Costa com o FCP.

Segundo o próprio Pinto da Costa, “Data de 1962 o [seu] (...) primeiro cartão como dirigente do FC
do Porto, da secção de Hóquei em Patins. Jogava esta e outras modalidades”10. Exer­ceria, depois, e até
1980, as funções de Director do Futebol. O «Rubicão», só o atravessaria em 1982, data em que assume
a Presidência do FCP, depois de ultrapassar não poucas dúvidas e vencer bastantes hesitações.

Será interessante percorrer, sucintamente embora, esse imediato temporal em que Pinto da
Costa hesitava em bater-se pela presidência do FCP, sobretudo porque “não [se] (...) sentia capaz de
concretizar tudo o que tinha sonhado11” para o futuro do FCP.

Estava-se no final de 1981. Decorria a época futebolística de 1981/1982. Nefasta e contestada


pelos adeptos era a situação do FCP. Os resultados conseguidos no futebol e em muitas modalidades
eram decepcionantes. E neste quadro de «necessi­dade institucional» que Pinto da Costa é convidado

7 CAZENAVE, Michel - Malraux, le chant du monde. Paris: Bartillat, 2006. p.35


8 CAZENAVE,Michel - Malraux, le chant du monde, p.35
9 CAZENAVE,Michel - Malraux, le chant du monde, p.35
10 Presente obra.
11 Presente obra.

14
para participar no grupo de diagnóstico da situação e de desenho estratégico da resposta, o que,
possivelmente, implicaria apoiar um novo governo do FCP, a eleger em Abril de 1982.

Acedeu Pinto da Costa a colaborar na elaboração de um diferente projecto-programa para o FCP,


e a procurar uma personalidade portuense que liderasse um governo capaz de executar, com êxito, tal
projecto-programa.

Com o propósito de auscultar e pré-mobilizar a massa associativa do FCP, de devolver o clube à


sua cidade, resolveu o grupo «regenerador» (assim lhe chamo eu) recorrer a sessões de esclarecimento,
abertas a sócios, simpatizantes do FCP e aos portuenses em geral. A adesão entusiasta, sobretudo dos
adep­tos e simpatizantes do FCP, levou Pinto da Costa a decidir “entrar na futura lista a apresentar no
acto eleitoral, como responsável pelo futebol”12.

Propôs, Pinto da Costa, ao grupo de reflexão - de diag­nóstico e estratégia -, que se convidasse para
presidente o conceituado empresário portuense, o Sr. Manuel Francisco do Couto, que, contactado por
Pinto da Costa, para o efeito man­datado pelos seus pares, declinou o convite, não sem acrescentar que
o candidato a presidente deveria ser, sim, Pinto da Costa.

Manuel Francisco do Couto e o grupo de reflexão, ante­riormente referido, decidiram que Pinto da
Costa deveria ser o seu candidato, nas eleições próximas, à presidência do FCP.

Estupefacto ficou Pinto da Costa perante tal decisão, que começou por recusar. Mudaria de posição
e aceitaria candi­datar-se depois de estabelecer muitos contactos e de ouvir diversas opiniões, entre
as quais a de sua mãe, Sr.ª D. Maria Elisa, que também consultou, na esperança de ver bem ampa­
rada a recusa por que pensava optar. Perplexo ficou quando ouviu, de sua mãe, inesperada, de todo
inesperada, sentença: “o Porto faz parte da tua vida e se precisa de ti, deves aceitar. É o teu destino”13.
O conselho, e veredicto, da mãe levou-o a aceitar ser candidato à presidência do FCP, a tomar a sua
“primeira e difícil decisão dos [seus] últimos 31 anos”14.

12 Presente obra.
13 Presente obra.
14 Presente obra.

15
Concorreu e venceu as eleições do FCP em Abril de 1982. A sua direcção tomaria posse a 23 de
Abril de 1982.

Recorrendo-me de Michel Cazenave, em Malraux, Le Chant du Monde, direi que Pinto da Costa,
“como todos os es­píritos raros (...) [é] um homem o mais aberto possível, que escuta o que se lhe diz
e que possui esse segredo de permanecer ele mesmo, elevando naturalmente o interlocutor ao seu ní­
vel”15, fiel aos deveres que assume, leal às amizades, que, sendo assim, não traem.

Nestas múltiplas e interactivas acções de «alicerçai» sus­tentação antropológica se construíram os


muito conhecidos e muitos sucessos do FCP, de que se destacam:

2 títulos na UEFA Champions League (1986/87 e 2003/2004); 2 títulos na Taça UEFA/Liga


Europa (2002/03 e 2010/11); 2 títulos na Taça Intercontinental (1987 e 2004); 1 título na Supertaça
Europeia (1987); 27 títulos na 1.ª Divisão do Campeonato; 16 títulos na Taça de Portugal; 20 títulos
na Supertaça.

Sucessos, estes, que tanto enaltecem o Futebol Clube do Porto e enaltecem, com orgulho, a
sociedade civil portuense, o futebol e os portugueses16.

General Ramalho Eanes

15 CAZENAVE, Michel - Malraux, le chant du monde, pp. 12-13


16 Transcrito com a devida autrozição do General Ramalho Eanes, do Prefácio do ao livro 21 Anos de Presidência. 31 Decisões de Jorge Nuno
Pinto da Costa. 2014. Chiado Editora

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MARIA MANUELA AGUIAR

O Football Clube do Porto de Nicolau de Almeida nasceu na cidade oitocentista, entre as elites bur-
guesas, como aconteceu com todos os congéneres europeus, a partir do seu berço inglês. A escassez de
praticantes de futebol na região ditou um interregno de alguns anos na sua vida, até renascer, em 1906,
por impulso de José Monteiro da Costa, com vocação de eternidade, envergando as cores de Portugal - o
azul e branco da sua bandeira de sempre. Do Campo da Rainha, primorosamente relvado pela mão do seu
(re) fundador, ao da Constituição, do mítico estádio das Antas ao belíssimo estádio do Dragão, expoente
da arquitetura moderna, se foi escrevendo história do desporto em letras grandes. A identificação da ins-

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tituição com o lugar, com a cidade, era, no princípio, essencial, tal como para o Estado Português foi vital
consolidar-se, primeiramente, no território para, logo depois, a Nação se espalhar, aventurosamente, pelos
quatro cantos do mundo, com a sua gente, sem perda da identidade e com ganho de fama e de glória, de
um sentido de missão universalista. O mesmo aconteceu com o “Porto - Comunidade”, ou, como alguns
gostam de proclamar,  com o “Porto -  Nação”

Todavia, as primeiras décadas do clube foram atravessadas contra enormes obstáculos e limitações.
Estava entre os maiores, era o primeiro do Norte, mas raramente vencia a sul...  Num país de passado
e mentalidade centralistas, era, bem vistas as coisas, expectável que, à medida que o futebol se trans-
formasse em paixão popular, os congéneres da capital tivessem todas as facilidades para impor a sua
supremacia, quantas vezes de fora para dentro do terreno de jogo, ao contrário do paradigma igualitário
das principais ligas europeias, a inglesa, a italiana, a alemã, ou a francesa.  É nesse árduo caminho que
se gera e floresce no Porto uma cultura de resistência à adversidade, à injustiça, ao “unfair-play”. Uma es-
pécie de novo combate de David e Golias... Esta é a marca original de uma cultura “à Porto”, que alcança
a maior visibilidade no tempo de viragem do “FCP -  símbolo regionalista” para o FCP de renome interna-
cional, Um momento histórico, que é -  e não por coincidência - o do ressurgimento da democracia entre
nós. O novo clima de abertura e liberdade tem repercussão em todos os campos e chega aos campos de
futebol, mas a descentralização do poder não se fará sem luta e ficará a dever-se, em larga medida, ao
Porto de Jorge Nuno Pinto da Costa, à sua visão estratégica e liderança, à frente de um projeto grandioso,
que torna possível a velha utopia de sermos não só os melhores do País, mas também de ombrearmos
com os melhores do mundo.

 Nesse projeto se envolvem os atletas profissionais de múltiplas modalidades, os dirigentes, e a mole


imensa de adeptos, que cresce à imagem e ao ritmo de um espantoso historial de vitórias. Os Portistas
assumem-se, fraternalmente unidos pelo ideal comum, pela força da crença em todo o planeta azul.

Num país de migrações sem fim, ao longo de séculos, e mais ainda no século XX, o “Porto - clube”,
tal como o Porto - cidade e região, partiu com a sua gente para outras terras e, com ela, por lá se enraizou,
não só através da presença e do sentimento individual, como por via de um movimento associativo, onde

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são cada vez mais os que se juntam, sob a sua  bandeira, para darem testemunho de uma cultura de vi-
tória e de uma tradição de convivialidade. Em diversos casos, até conseguiram introduzir e promover, nas
sociedades de acolhimento, desportos aí pouco praticados, antes da sua chegada - como era o o hóquei
em patins na África do Sul. o hóquei e o ciclismo na Venezuela, o nosso futebol (o “soccer”) em muitas
cidades da América do Norte. 

As delegações e filiais do  FCP multiplicam-se, atualmente, em todos os continentes e o Clube tem


sabido reconhecer o seu trabalho em magnos Congressos periódicos, igualmente as lembrando sempre
na atribuição anual dos “Dragões de ouro”. 

Contudo, o inteiro espaço azul e branco vai muito para além dessa realidade bem conhecida, tem
uma dimensão de que é urgente tomar uma nova consciência, em particular na esfera da lusofonia, dentro
da qual arriscarei afirmar que os adeptos  são tantos ou mais do que os existentes no próprio país e onde
a margem de crescimento é, certamente, muito maior. Mais:  poderemos e deveremos pensar o futuro
latamente no universo da lusofilia, onde o FCP é, potencialmente, um dos principais embaixadores - como
se viu no verdadeiro reencontro luso- nipónico em Yokohama, quando um estádio do Extremo- Oriente se
vestiu de azul e branco para festejar o triunfo portista na última Taça Intercontinental. O FCP jogava em
casa, como se estivesse no estádio do Dragão, cercado pela simpatia e pelo entusiasmo de uma multidão
de admiradores!

Escrever a história do FCP em Santa Maria da Feira e na sua Diáspora é, assim, uma iniciativa que
perfeitamente se insere na linha de reconhecimento e afirmação do FCP como comunidade e cultura em
imparável expansão. Um contributo para a engrandecer, um exemplo a saudar, e a seguir.

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ROBERTO CARLOS REIS 17

A minha cor...Azul e Branca


A paixão imensa pelo Futebol club do Porto foi-me incutida pelo meu avô António Dias da Costa,
de quem me da saudade de ouvir os relatos no Quadrante Norte (Com Gomes Amaro a gritar Golo
e a cantar que bonito é….) na sua companhia, acompanhandoas proezas daquela grande equipa

17 Técnico Superior de História - Câmara Municipal de Santa Maria da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Historiador. DEA em Turismo
Lazer e Cultura – Património, Faculdade Letras da Universidade de Coimbra. Doutorando em Turismo Lazer e Cultura – Património, Faculdade
Letras da Universidade de Coimbra. Investigadora Biblioteca Nacional de Espanha; Investigador - CEGOT - Universidades de Coimbra, Porto e
Minho. Professor Convidado Universidad Rey Juan Carlos – Madrid.

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orientada por José Maria Pedroto, a par do Feirense…esse Feirense que contra tudo e contra todos subiu
pela segunda vez à primeira divisão. Recordo-me de se ter queimando o Estrela (à laia das tradições
nortenhas da queima do Judas) porque pairavam enormes desconfianças sobre o facto de Dario já estar
comprometido juntamente com Walter e o treinador Ruben Garcia com o adversário directo, o Estrela de
Portalegre. Todavia deram um belo exemplo de profissionalismo, contribuindo para a subida de Divisao
e motivaram a contratação pelo Futebol Clube do Porto, o avançaodo Serginho que viriaa ser campeão
Nacional…

Voltando ao desafio de escrever um livro que retratasse as ligações entre o território do Concelho da
Feira e o Futebol Clube do Porto, que me foi colocado pelo enorme Presidente da Casa do Futebol Club do
Porto de Caracas, Sílvio Alvarinho acheio que era uma coisa medonha.

Porque ir às raízes e à memória da nossa história procurar as ligações históricas e eternas deste
vastíssimo território da Terra de Santa Maria à entidade mais representativa de um vasto território que
sempre combateu o centralismo, nunca se vergando e aqui evoco com a autorização da Dra. Cecilia
Pedroto as palavras do Mestre:

“As gentes do Porto são ordeiras. Se não fossem, há muitos anos teriam recorrido à violência perante
os enganos dos árbitros que têm decidido a perda de muitos campeonatos e taças;

O F.C.Porto cada vez mais aparece como potência do nosso futebol, capaz de conseguir a hegemonia
e é claro que isto preocupa o Benfica e o Sporting;

É tempo de acabar com a centralização de todos os poderes da capital;

Jorge Nuno Pinto da Costa para além de ser um cidadão respeitável, afirmou-se como um
competentíssimo dirigente. A ele se deve, em grande parte, a projecção que o F.C.Porto atingiu, a nível
nacional e europeu. O tempo há-de fazer-lhe justiça;

Sou defensor do Norte, porque sinto que é vítima de uma injusta discriminação;

Há muitos dirigentes endinheirados que pensam que podem comprar tudo;

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Não somos realmente os melhores do Mundo, mas no futebol somos uma potência de elevado valor.
Assim pudéssemos expressar poderio semelhante noutras modalidades;

E sendo assim la fomos à procura da nossa História, deste Amor imenso às cores azuis e brancas
e que felizmente são férteis: remontam a ano de 1931…agrandecendo a todas entidades, associados e
simpatizantes do Futebol Clube do Porto, os documentos e informações preciosas para este livro, Santa
Maria da Feira: Uma Terra de Dragões. Ao Futebol Clube do Porto, ao Municipio de Santa Maria da Feira, à
Liga dos Amigos da Feira e às Casas do Futebol Clube do Porto espalhadas por todo o Mundo.

Por último agradecer à minha família, a paciência que tiveram comigo paraa execução desta obra, que
naturalmente implicou a busca e a procura em bibliotecas, arquivos institucionais e pessoais, na internet
e na história oral de muitos intervenientes que integram esta obra, embora conscientes da existência de
lacunas, mas que poderá ser o pontapé de saída para um conhecimento mais profundo sobre as ligações
históricas entre Santa Maria da Feira e o Futebol Clube do Porto.

Sublinhando que as receitas da venda deste livro reverterão para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

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JORGE NUNO PINTO DA COSTA

No imenso e multifacetado universo Portista e no caminho que trilhámos em direcção à


implantação, afirmação e desenvolvimento do nome do Futebol Clube Porto por Portugal e pelo
Mundo inteiro, Santa Maria da Feira emerge, desde logo, como a terra onde existem mais Casas
e Delegações do F. C. Porto por metro quadrado.

Esta simples referência estatística, só por si, diz bem da importância deste Concelho, das suas raízes
moldadas num passado profundamente azul e branco, do presente dinâmico e interventivo e, o que me
parece mais notável, das legítimas expectativas que se desenham no horizonte Futuro dos Dragões das

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Terras de Santa Maria. É, pois, hoje indiscutível que o símbolo do F.C. Porto se encontre indelevelmente
cravado no coração e na alma dos feirenses, se torne indissociável do seu quotidiano, viva com ele, palpite
com ele, sofra e se alegre por ele.

Interagindo em permanência com as comunidades locais, que integram neste vasto concelho, os
Dragões da Feira são exemplo constante do papel que a uma associação desta natureza deve caber, e no
contributo que devem dar para o desenvolvimento desportivo e sócio - cultural duma região.

Em boa verdade, poder-se-à dizer que a conquista a sul começou aqui na Feira, no entusiasmo
transbordante e no apoio constante das suas gentes, que ao F.C. Porto e a mim próprio tudo têm dado...
sem nada exigir em troca!!!

Foi com esta moldura que se perspectivou o F.C. Porto de hoje, moderno, ganhador, afrontando sem
medo a teimosia do poder central, que tarda em entender o que significa ser sempre invicto, sempre leal.
A História marcou-nos, mas também nós, orgulhosamente, à maneira tripeira, soubemos marcar um lugar
na História.

Santa Maria da Feira é, legitimamente, “Terra de Dragões” como com subtileza, simplicidade e convicção
afirma o autor. Mas a Vila da Feira é também uma alavanca importante que permitirá criar, alimentar e
desenvolver outras “Terras de Dragões”, pujantes, empreendedoras, vibrantes de amor ao F.C. Porto.

Temos um caminho para trilhar...! Temos um Mundo para desbravar, temos uma vida para viver,
espreitando sempre, mas sempre o exemplo da Vila

da Feira, uma autêntica “Terra de Dragões”

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PORTO E SANTA MARIA DA FEIRA
UM AMOR DESDE 1931
Em 2 de Março de 1931 foi então inaugurado oficialmente o Campo do Montinho na Vila da Feira
com um jogo entre a Selecção de Aveiro e o F.C. Porto, para o qual foram vendidos mais de mil bilhetes.
Foi uma grande jornada de confraternização e um dia de festa na recepção aos ilustres visitantes, que
apresentaram a sua melhor equipa. O resultado do encontro foi de 7-1 favorável à equipa do F.C. Porto.

A visita do Futebol Clube do Porto à então Vila da Feirana época constituiu um marco histórico em
termos desportivos para a nossa terra.

O jornalista do Democrata Feirense18 que acompanhou esta inauguração, fez referência ao facto de
não ter tido muito tempo para efectuar uma maior e melhor divulgação deste jogo que pôs frente a frente
a equipa do Futebol Clube do Porto e uma equipa mista do distrito de Aveiro.

Mais importante que o resultado, foi de facto a jornada de confraternização que se registou na Vila
da Feira.

18 Democrata Feirense de 3 Março de 1931

29
O articulista escreveu “causou sensação entre nós e redondezas a vinda daquele importante e
cotadíssimo agrupamento desportivo a esta Vila, no passado domingo. Essa sensação aquilata-se bem
pela presença numerosa ao nosso campo de jogos, na qual avultava a representação da vila de S. João
da Madeira, fervorosa devota destes espectáculos.

Calcula-se a assistência em cerca de mil pessoas. E, se não fora o péssimo estado do tempo na
véspera e a deficiência de propaganda que à volta do caso se fez aliás explicada pela exiguidade do tempo
que nos concedido para ela e para os demais trabalhos árduos da organização, ( apenas nos deram 8 dias
) de certo se registou uma muito maior concorrência que daria margem larga à amortização do passivo que
ainda onera o nosso campo. Em todo caso, não poderá considerar-se desanimadora esta estreia.

19

A direcção do nosso clube desportivo, que está muito louvavelmente caprichando numa acção tenaz
de a bem do desenvolvimento das condições mais elementares do seu campo e dependências, preparou
ao Futebol Clube do Porto uma excelente recepção, proporcionando-lhe a melhor comodidade na
19 Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, na década de 30.

30
condição dos seus jogadores e membros directivos que os acompanharam, e pondo o melhor entusiasmo
e cavalheirismo na acolhida que lhes dispensou, foguetes, banda de música, vivas calorosos, todo o ritual
vibrante das recepções sensacionais”.

As primeiras saudações proferidas na Câmara Municipal pelo vice presidente da sua comissão
administrativa, Sr. Dr. Gaspar Alves Moreira, que assim, gentilmente, acedeu ao pedido que lhe foi feito de
colaborar na recepção para dar a esta uma maior solenidade.

Servido o almoço primorosamente num hotel desta vila, visitado o castelo, e feitos uns pequenos
giros pelas ruas da terra, seguiu-se o desafio que teve lugar às 15 horas e meia no Campo Montinho.
O Porto entrou em campo com a seguinte constituição: Siska, Avelino, Camilo, Souza, Álvaro Pereira, A.
Sequeira, Lopes Carneiro, Cesário, Souza, Acácio e Castro.

31
20

20 FC Porto que venceu o Campeonato de Portugal em 1931/32 e onde surgem os «três diabos do meio-dia».
Em cima (da esq. p/ dta): Francisco Castro, Pinga, Carlos Mesquita, Álvaro Sequeira, Lopes Carneiro, Valdemar Mota, Álvaro Pereira, Pedro
Themudo e Joseph Szabo (treinador);
Em baixo (da esq. p/ dta): Mihaly Siska, Avelino Martins e Acácio Mesquita;
http://paixaopeloporto.blogspot.pt/2009/10/curiosidades-fcp-os-tres-diabos-do-meio.html

32
21

O grupo misto em cuja organização muito há a encarecer o trabalho e a boa vontade, extremamente
grátis, do considerado desportista de Espinho, Artur Moreira, apresentou-se com a seguinte composição,
seleccionada entre alguns dos melhores elementos do distrito: Vieira, A Moreira, Gomes Pinto, Silva Gomes,
Casal Ribeiro, Cristiano, Domingos Oliveira, Laranjeira, Soares da Silva, Piro e Carlos Alves (o luvas pretas) .

Logo de início, não foi difícil verificar que o Porto tinha naquela partida, a seu favor, o valor da
sua avultada superioridade técnica. Mercê dela o jogo descambou sobre o meio campo ocupado pelo
grupo distrital e a sua actuação foi bem premente e desconcertante, vendo-se o seu frágil adversário em

21 Em cima e da esquerda: Artur de Sousa, Álvaro Pereira, Sika, Waldemar Mota e José Szabo, Acácio, Lopes Carneiro, Sousa, Nunes, Jerónimo
Faria e Milahy. Em baixo: Francisco Castro, Avelino Martins e Mesquita.
http://dragaodoporto.blogspot.pt/search/label/Anos%2030?updated-max=2014-09-19T16:12:00%2B01:00&max-results=20&start=20&by-
date=false

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sérios embaraços para abroquelar com eficiência a sua zona de acção. Os esforços empregados para
descondensar a pressão que de momento a momento se tornava mais forte e perigosa, não lograram
evitar a marcação da 1ª bola e das restantes quatro, impelidas quase todas, com excelente colocação
e desembaraço, pelo avançado centro do Porto, que é um excelente condutor da linha avançada e um
óptimo atirador, cotadíssimo em todo país com a indiscritível categoria dum internacional. Durante esse
tempo de contínua ameaça e duma luta inglória, o grupo misto, quase não fez mais do que reduzir-se á
defesa do seu terreno, prematuramente invadido, havendo apenas assinalar no activo de reacção eficaz
das suas linhas, o trabalho magnifico que representam as escapadas do extremo esquerdo, Alves raro
interceptadas , e que muito revelaram o seu poder de domínio e de protecção. O guarda-redes esteve
hesitante. É preciso atender a esta circunstância que é capital na avaliação do valor dum guarda-redes; e
a mim figura-se-me que a fácil crítica que por aí se fez esquecem esse aspecto importantíssimo do caso,
como de resto não descontou na infelicidade do jogo deste homem, a natural enervação proveniente dum
desafio daquela monta e responsabilidade. E essa foi bem patente.

Na 2ª parte a reacção operou-se com mais êxito, actuando as linhas com um melhor sentido do
ataque . E assim, o Porto, que no primeiro tempo poucas sofridas viu crescer sobre o seu terreno, desta
vez teve que sofrê-las amiudadas vezes, sendo apenas para lastimar que as não guiasse um melhor
senso da repartição do jogo e uma outra serenidade e acerto no lançamento terminal das jogadas,
quase todas atiradas para fora ou para o lado ou então expelidas com frouxidão incapaz de surpreender
um goal-keeper da superior classe daquele que acurava na baliza adversária.

Os backs regulares, da mesma bitola o half Cristiano. No ataque sobressaiu notavelmente Alves, que deu
margem a visionar-se quanto melhor e mais positivo não seria o seu rendimento ao lugar central que costuma
ocupar e que de direitos lhe competia.

À noite houve jantar profuso e com brindes entusiásticos. Pelas 10 horas pouco ou mais ou menos esse
alegre grupo de rapazes simpáticos retirava para o Porto, deixando o espirito de todos a melhor impressão e
a maior gratidão por assim tão gentilmente se ter prestado a colaborar com o seu valor e o seu prestigio no
desafio inaugural do nosso campo.

34
26 de Junho de 1938

O Feirense, na década de 30, além de ter começado a competir oficialmente nos campeonatos
distritais, disputou ainda a Taça Vale do Vouga, em 1939, bem como inúmeros encontros amigáveis com
diversas equipas, dos quais se destaca em 26 de Junho de 1938, um encontro no Campo do Montinho,
entre o Feirense, reforçado, e o campeão de Portugal, o F. C. Porto, que venceu por 15-3.

FEIRENSE (Reforçado), 3 – Football Club do Porto, 15 22

23

FEIRENSE: Castro (Ovarense)Arlindo e Leite (Feirense); Avelino (SUD), Moutela (Estarreja), Sete /
22 Correio da Feira, 2 de Julho de 1938
23 No primeiro plano e da esquerda para a direita: Lopes Carneiro, A. Santos, Francisco Reboredo, Artur de Sousa (Pinga) e Carlos Nunes. No segundo polano e
pela mesma ordem: Francisco Ferreira, Mnauel Anjos (Poças), Carlos Pereira, Ernesto Santos (Capitão,) Marins Viana e Soares dos Reis in http://dragaodoporto.
blogspot.pt/search/label/Anos%2030?updated-max=2014-09-19T16:12:00%2B01:00&max-results=20&start=20&by-date=false

35
SUD); Coimbra (Feirense), Maruques (Ovarense), Aurélio e Albino (Sanjoanense) e Paniquim (Sanjoanense.

Na segunda parte, Sete foi substituido por Arlindo e para o lugar deste entrou Carvalho, da
Sanjoanense.

F.C. PORTO: Rosado, Vitorino e Jerónimo; Poças, Reboredo e Baptista; Campos, A. Santos, Correia
Dias, Pinga e Guilhar.

Perante uma assistência poucas vezes registada, realizou-se no passado domingo, como este jornal
noticiou, o desafio de futebol entre o grupo de honra do Football Club do Porto, campeão do Norte e Clube
Desportivo Feirense, reforçado, com elementos do SUD, Sanjoanense, Ovarense e Estarreja.

O resultado foi favorável ao F. C. Porto, (nem outra coisa era de esperar), pelo resultado de 15-3.

Resultado esmagador, mas devemos atender a que o Feirense, com uma linha de halfes a colaborar
pessimamente, aguentou-se no balanço dando sempre réplica ao adversário. Temos a obrigação de
destacar dois elementos que jogaram pelo Feirense, pela exibição formidável e pela inteligência de outro.
Trata-se de Castro, guarda-redes, elemento da Ovarense, que foi um verdadeiro esteio no vencido e Aurélio
do Feirense, que marcou dois pontos do Feirense, com uma precisão que deixou admirados os azes
adversários.

36
24

Os pontos marcados pelo F.C. Porto, foram apontados por Pinga, António Santos e Correia Dias. Os
do Feirense foram marcados por Aurélio, 2 e Jerónimo marcou nas suas próprias redes quando pretendia
desviar um tiro de Coimbra.

A arbitragen esteve a cargo de Eloy da Silva, presidente do Colégio de Árbitros do Porto, não agradou.
Deixou passar muitas faltas em claro, marcou dois pontos aos visitantes ilegais. Pouca sorte para o cargo
tão altlo que ocupa no desporto portuense.

24 http://dragaodoporto.blogspot.pt/search/label/Anos%2030?updated-max=2014-05-19T14:55:00%2B01:00&max-results=20&start=40&by-
date=false

37
20 JANEIRO 1945 25

C.D. Feirense (Reforçado), 2 – F. C. Porto, 8

26

O passado dia 20 foi de festa nesta Vila, com a celebração da secular festividade das Fogaceiras, à
qual o Clube Desportivo Feirense não foi alheio na sua colaboração.

O seu parque de jogos ofereceu um atraente espetáculo que foi presenciado por regular assistência
bem que era de esperar muito mais, se o público soubesse corresponder à chamada – pois tratava-se
de um encontro de beneficência em favor dos cofres do Club promtor e do Abrigo dos Pequeninos, essa
caridosa Instituição Infantil que merece ser olhada com carinhos por todos.

25 Correio da Feira, 27 de Janeiro 2017.


26 Em baixo, da esquerda para a direita: Franco, Araújo, Correia Dias, Pinga e Catolino; 
Em cima: Guilhar, Poças, Romão, Barrigana, Octaviano e Alfredo Pais.

38
27

Pelas 15h30 principiou o sensacional encontro, tao ansiosamente esoperado, disputado sob um
ambiente de lealdade, em que as equipas procuraram emprestar-lhe o melhor do seu brilhantismo e
esforço, conforme as suas possibilidadades. Foram os portuenses os mais aguerridos, mais conhecedores
da técnica a exercer na condução das jogadas.

Houve fases de verdadeiro entusiasmo em que ambas as equipas se revelaram, demosntrando as


suas qualidades.

27 Abrigo dos Pequeninos

39
No entanto os visitantes foram mais enérgicos, marcando logo no início do jogo o seu primeiro ponto.
Quase no final deste período, o Feirense estabelece o empate para momentos depois sofrer novo golo.

Na segunda metade, os portuenses foram quem comandaram o jogo, fazendo andar quase semrpe
à nora os locais, não obstante estarem reforçados com três dos melhores elementos do Lourosa, e assim
conseguiram marcar 6 goals enquanto consentiram apenas um.

Houve oportunidade em que o Feirense poderia avolumar o seu activo, mas a pouca chance de Norberto
evitou, quando não soube aproveitar a grande penalidade que executou, chutando ao lado do poste.

As redes do Feirense também estiveram aziagas, pois o seu guarda-redes, Reinaldo, pareceu que
lá se encontrava a fazer corpo presente, não seguindo com atenção as jogadas, servindo de elemento
vantajoso para beneficiar os visitantes…

Entretanto, foi encontro agradável, que satifaz em absoluto.

O Futebol Clube do Porto agradeceu publicamente a recepção ocorrida no dia 20 de Janeiro de 1945.

Football Club do Porto

Da Direção desta Sociedade Desportiva recebemos a inclusa circular que nos apraz aqui
transcrever28:

“Porto, 27 de Janeiro de 1945….

Sr. Director de o “CORREIO DA FEIRA” Vila da Feira

…Senhor:

Não quer esta colectividade deixar de vir testemunhar-lhe a gratidão dos seus dirigentes, não só
pelas amáveis referências publicadas no jornal, como também solicitar-lhe o especial favor de dar público
conhecimento aos Feirenses, da gratidão que sentimos pelo amável acolhimento que nos dispensaram.

28 Correio da Feira, 3 de Fevereiro de 1945

40
Junta-se a este testemunho a expressão amiga do signatário, apresentando as nossas melhores
saudações desportivas…

JÚLIO SILVA

Ainda o encontro Porto- Feirense29

O team do Futebol Club de Porto que amavelmente veio a esta Vila em missão inteiramente
beneficente, pois deslocou-se gratuitamente, foi recebido no Salão Nobre da Câmara tendo feito as honras
da praxe o Sr. Professor Leão que em nome do grupo local agradeceu a valiosa colaboração do grupo
nortenho nas festas de que ele se havia encarregado de promover (o professor Leão assumiu as rédeas
das festividades das Fogaceiras, devido à mudança do Presidente da Câmara: Roberto Vaz de Oliveira foi
substituído pelo médico Domingos Caetano de Sousa).

30

29 Correio da Feira. 3 de Fevereiro de 1945. Tinatancons


30 Professor José Leão

41
Seguiu-se no uso da palavra o sr. Júlio Silva, um dos dirigentes do grupo visitante que disse sentir-se
satisfeito em Terras de Santa Maria apresentando o seu gurupi como colaborador na Festa das Fogaceiras.

À noite na conceituada Pensão Ferreira foi oferecido pelo grupo local um lauto jantar aos compnentes
do onze portuense como premio da sua prestante cooperação no encotro que exibiram tendo decorrido
sob o mais familiar ambiente de confraternização e durante o qual se estreitaram as animosas relações
que cada vez mais se vêm acentuando entre os dois clubes.

Aos brindes falou o distinto advogado sr. Dr. Domingos Simões Trincão que depois de ter realçado o
valor clubista do grupo portuense, sempre pronto a gentilezas inesquecíveis com a Vila da Feira, disse que
o Futebol Clube do Porto não tinah feito promessa mas sim um legado um fôro ao Clube da nossa terra
e nesse dia mais uma evz o tinha demonstrado prestando-se a colaborar na sua festa em favor de uma
obra beneficiente.

31

31 Domingos Trincão

42
Depois de se aprofundar no seu burilado discurso agradeceu ao grupo portuense a sua nunca
desmentida visita em nome do Desportivo Feirense que o tinha encarregado daquela missoa.

No 2.º dia de festas pelas 11 da manhã o sr. Júlio Silva, dirigiu ao povo feirense através do microfone
do posto emissor da Ideal Emissora uma preleção em que focou as atenções dispensadas ao seu grupo
no dia anterior.

As gentis meninas Lídia, Edite e Odete Maciel e Ester Barros, obsequiosamente procederam à venda
da simbólica flor e foram bem acolhidas pelo público pois conseguiram apurar 320$00 com destino ao
Desportivo e Abrigo dos Pequenino.

Nos dois dias de festa esteve instalada na Praça de Camões um pavilhão denominado “Poço da
Morte” e cujos proprietários – Irmãos Ramires – eram também os seus personagens em que oferecia ao
público arrojado espetáculo em motociclos, trabalho desconhecido entre nós, digno ser visto e admirado.

Irmãos Ramires dedicaram o último número da sua exibição e o seu produto ao Desportivo feirense
que rendeu 111$00.

1958 - FUTEBOL CLUBE DO PORTO ESTÁ EM SUA CASA32

O Notícias da Feira, na sua edição de 14 de Jaaeiro de 1958 anunciava “no próximo dia 20, ndá-nos
o prazer da sua visita a aureolada equipa do F. C. do Porto, campeã do Norte como que «honoris causa» e
um dos expoentes máximos do futebol português e” peninsular.

Sobre a poderosa agremiação da segunda urbe do país tudo está dito, tudo é sobejamente
conhecido.

Ninguém, efectivamente, desconhece os seus êxitos e as suas glórias, coleccionados não ape­nas
aquém mas além fronteiras—na Europa, na África e na América...

Dispensamo-nos, exactamente por isso, de repetir factos e de aludir a personalidades. Uma coisa,

32 Notícias da Feira 14 de Janeiro de 1958

43
porém, nos cumpre focar, dan­do-lhe natural relevo, compreensível destaque — a positiva ami­zade que liga
não somente a terra feirense mas toda a região de Aveiro ao F. C. do Porto.

Ao longo dos anos, na verdade, o notabilíssimo Clube sem­pre pôde encontrar, nesta zona vizinha e
amiga, muitas dedica­ções, muitos cooperadores. Nas suas fileiras, jamais deixaram de alinhar futebolistas
oriundos do Distrito, rapazes que tiveram por berço centros desportivos como Espinho, Aveiro, Vale de
Cambra, Ovar, Paços de Brandão, Lamas, Águeda, Oliveira de Azeméis e tantos, tantos outros. Nomes
como Tavares Bastos, Ve­lez Carneiro, Flávio Laranjeira, António Baptista, Correia Dias, Sanfins, Carlos
Vieira, Romão, Alfredo, Pinho, Hernâni, Monteiro da Costa, para só falar em meia dúzia e nâo em meio
cento, têm defendido ou defendem ainda, com verdadei­ro entusiasmo e afecto, as cores «portistas».

Também alguns dirigentes, nados no Distrito, sou­beram contribuir para a grandeza do F. C. Porto ao
pres­tarem serviços em diversas das suas direcções.

Estes factos, que se rememoram com uma ponti­nha de orgulho, servirão para justificar o nosso
asserto, para proclamar que, na realidade, não é apenas vaga, mas convenientemente alicerçada, a
simpatia da região pelo F. C. Porto e do F. C. Porto pela região. Afecto pa­ga-se com afecto, amor com amor
se paga.

Nas vésperas da sua visita à capital das velhas Terras de Santa Maria, saudamos vibrantemente,
como nos cumpre, o maior clube do Porto e dos maiores clu­bes de Portugal. Com a sua «chama», com
o seu prestigio, transmitirá sem dúvida maior brilho à castiça «Festa das Fogaceiras», cartaz sugestivo,
como raros outros, da ter­ra feirense.

As nossas saudações, portanto—efusivas e sinceras Tão sinceras e efusivas que diremos:

— Prestigioso e amigo F. C. Porto está em sua casa”33

33 Notícias. 14 de Janeiro de 1958

44
Futebol Club do Porto foi carinhosamente recebido na Vila da Feira

Os azuis –brancos vistantes ganharam logicamente aos azuis-brancos visitante por 4-034.

Os «portistas», independentemente da sua real categoria no concerto despor tivo nacional, possuem
na Vila da Feira um pequenino mundo de admirações. Por isso mesmo, ao Campo do Montinho, acorreram
milhares de pessoas, ávidas não apenas de assistir a um bom encontro de futebol mas no fito de vitoriar
os seus ídolos...

É possível, no entanto, que a multidão engrossasse mais se não fora o tempo chuvoso, como que
pouco disposto a associar-se á festa da bola e, afinal, também da Vila...

35

Sob a arbitragem de Eduar­do Peixinho, de Aveiro, as equi­pas alinharam inicialmente:

34 Notícias. 21 Janeiro de 1958


35 Equipas do Feirense e Porto (onde pontificava o santamariano José Oliveir e Sá Pereira, que veio a jogar nos azuis da Feira).

45
FEIRENSE: Gonçalves; Ângelo e Barbosa; Casimiro, Campanhã e Ramalho; Armando, Leite; Domingos,
Correia e Pinho.

F. C. PORTO: Pinho; Oli­veira e Sarmento; Lito, Osvaldo e Paula; Carlos Alberto, Morais, Noé, Silva e
Perdigão.

Após o intervalo, as turmas sofreram certas modificações. Nos visitantes, Roldão entrou para o lugar
de Pinho e Sá Pereira substituiu Lito.

Nos visitados, Henrique ocu­pou a vaga deixada por Gonçal­ves, tendo também alinhado Ar­mindo e
Valdemar em substitui­ção de Leite e Correia.

Os golos

Havia somente alguns segundos de jogo quando, na tarde cinzen­ta e húmida, fulgurou o primeiro
tento.

Silva inflectiu para a esquerda, depois de servido por Perdigão, e alvejou com êxito as balizas. Golo
bonito, fartamente saudado pelo público.

Aos dez minutos, Silva bisou o feito anterior, em jogada quase semelhante à que dera a primei­ra
bola. Um passe excelente­mente medido de Noé e remate colocado e poderoso do «portista».

Foi ainda Silva que alcançou o terceiro ponto para a sua equi­pa. Três minutos após o reco­meço,
uma descida em bloco dos visitantes acabou por ser culmi­nada pelo jovem dianteiro, mercê dum pontapé
colocado, que não podia perdoar...

Sete minutos volvidos, Carlos Alberto, a passe de Noé, fechou a conta, de nada valendo a esti­rada
de Gonçalves.

46
O jogo

O piso, extremamente pesado, não impediu, ainda assim, que o futebol posto em prática por am­
bas as turmas carecesse de bri­lho. 0 F. C. do Porto, especial­mente, e como era inteiramente de esperar,
fez uma exibição não isenta de beleza, levando a bola, em toques sucessivos, a «pas­sear» de topo a topo
do rectân­gulo. Torna-se lícito afirmar que os visitantes procuraram, com notório empenho, construir um
resultado. A equipa local impe­diu, todavia, que o «score» avo­lumasse, fechando com acerto as balizas
e procurando a par e passo gizar contra-ataques, al­guns deles, por sinal, merecedo­res de... prémio. Ê
evidente que os «azuis-brancos» portuenses desperdiçaram um ou outro golo. Não deixa porém de ser
verdade que os locais só por manifesta carência de fortuna não obtive­ram o chamado ponto de honra por
intermédio de Domingos. Efectivamente, Roldão, ao «voar» para os pés do interior feirense, demonstrou
tanto valor como sorte...

36

36 O filhinho do Sr. João Cunha, feirense distinto e grande amigo do F.C.Porto, dá o pontapé inicial perante o olhar interessado dos atletas
do F.C. Porto. Esta criança cresceu, hoje já é avô, é formado e pós-graduado em Enfermagem Desportiva. Exerceu na Guerra do Ultramar, no
Hospital Distrital de Oliveira de Azeméis e é enfermeiro do Clube Desportivo Feirense há 38 anos.

47
Claro é que, sob o prisma téc­nico, uma formação foi nitida­mente superior. Mas, em cora­gem — e
haja em vista que o Desportivo Feirense disputara na véspera uma ardorosa partida de campeonato — os
visitados não desmereceram do adversá­rio. Na realidade, acusaram até menos o desgaste da véspera do
que seria de esperar.

Os jogadores

Os vencedores tiveram em Perdi­gão, Silva, Lito, Sarmento e Osval­do os melhores elementos. Sobre­
tudo Perdigão e Lito ofereceram jogadas em que o pormenor técnico avultou grandemente. Todos, nol
entanto, procuram cumprir a mis­são de presentear o público com um futebol alegre, vistoso, susceptível
de encantar os olhos.

Nos vencidos, Gonçalves e Henrique houveram-se a contento. Nenhuma das quatro bolas tinham
sombras de defesa... Campanhã e Casimiro distinguiram-se igualmen­te, sendo de notar que aquele ocu­
pou a vaga de Licínio, impedido de alinhar por motivo de lesão.

Os restantes, que souberam tam­bém planificar por vezes - e sem favor-excelentes jogadas, deram-se
à luta, como aliás já frisámos, de maneira enaltecível.

A equipa de arbitragem

Um jogo sinceramente amistoso não apresenta jamais qualquer difi­culdade para o árbitro e seus
auxiliares. A correção dos atletas de um e de outro lado foi exemplar – e tudo está dito. Logo, como de
insignificantes deslizes não reza a história, temos como magnífica, embora facilitadíssima, a tarefa da
turma capitaneada pelso juiz de campo Eduardo Peixinho.

Apontamentos à margem

A assistência, distinguiu Monteiro da Costa com uma salva de palmas quando este «internacional»
surgiu nas bancadas.

48
No final da partida, a Direção do Feirense ofereceu lembranças re­gionais à caravana «portista». A
breve cerimónia foi sublinhada com palmas e vivas ao F. C. Porto.

Uma gentil menina presenteou Yustrich, em nome do Clube, com um lindo ramo de flores e uma
miniatura do tao formoso Castelo da Feira. O acto foi igualmente saudado pelo público.

37

À frente dos directores feirenses que desceram ao rectângulo encon­trava-se o seu prestigioso
presidente sr. Marcolino Castro. Da A. F de Aveiro, associou-se às cerimó­nias da entrega de lembranças o
o prof. José Leão.
37 Dorival Knipel – Yustrich – o competente treinador brasileiro que muito contribuiu para a vinda do F.C Porto à Vila da Feira, a que não foi
alheia a enorme amizade com José Cunha, em cuja quinta passava longas temporadas, aliás ainda existe na Quinto dos Braganças – Santa
Maria da Feira, a cama que foi feita à medida, devido à enorme estatura do treinador brasileiro.

49
Opiniões «Portistas» acerca do encontro

Findo o jogo quizemos escutar algumas opiniões dos jogadores portuenses sobre a partida que
haviam disputado.

Como é óbvio, fomos recebidos com requintes de gentileza. Impe­rava um «clima» agradabilíssimo
e todos quiseram, de tal jeito, ser amáveis. Ao próprio Perdigão — que se pela por não falar — lográ­mos
arrancar algumas palavras, exactamente quantas desejamos. De resto, o jogador «azul-branco» não é
inabordável. Defende uma atitude que se tem respeitar.

Pinho afirmou: “foi uma espécie de jogo en­tre família... Gostei sinceramente da maneira como fomos
recebidos. Estou satisfeitíssimo. A equipa da Feira é jeitozinha e capaz de pro­gredir”.

Carlos Alberto, ele­mento transferido há meses do Torreense, disse: “pena foi o tempo, insuportá­
vel, não deixar fazer melhor. O piso estava impraticável. Apreciei bas­tante o médio Ramalho. O público
mostrou-se agradável, simpático, e a equipa feirense é promissora”.

Lito - o brasileiro que já tem alinhado em «categorias de honra», assim respondeu:”gostei do jogo, que
ainda assim, podia ter sido melhor. O mau estado em que se encontrava o campo é que não deu licença
para tal... Quanto ao ambiente, festivo por excelência encantou-me”.

Sá Pereira (mais tarde jogador do Feirense) , exprimiu-se desta maneira: “jogo amigável, agradável
consequentemente, Em correção foi inexcedível Eviden­ciámos; é certo, superioridade, mas a equipa
Feirense sempre ofereceu ma­gnífica resistência. Possui méritos pata bem figurar no «Nacional» da III Di­
visão — e oxalá o consiga. São esses os meus votos”.

Seguiu-se o depoimento de Osvaldo, concorrente com Barbosa ao posto de defesa direito: “apreciei
sinceramente a maneira como fomos recebidos. Ambiente ami­go, de princípio a fim, que não esque­ço.
Desejo ao Feirense uma lisonjeira classificação no campeonato nacional em que participam”.

Já no momento da abalada, Perdigão, um «virtuose» do futebol que estava longe de haver caí­do
no esquecimento, afirmou: “tudo correu optimamente. Nada ofuscou a manifestação. Transpareceu a

50
cordialidade. Regresso, por esse mo­tivo satisfeito”.

Disse-ses um último adeus aos jo­gadores. O autocarro principiou a ro­dar. A tarde, ainda longe
do ocaso, parecia mais desanuviada, uma luz mais viva, de mistura com eco das derradeiras palmas,
acompanhava os visitantes.

1959

RUPERTO GARCIA TREINADOR DO FEIRENSE, VAI TER O SEU JOGO DE HOMENAGEM

O Notícias da Feira anunciava que “no dia 29, dia de Páscoa, irá ser homenageado o treinador
do Clube Desportivo Feirense. Atleta e mestre de atletas, Ruperto Garcia vai ter assim uma tarde de
consagração dos seus méritos como homem dis­ciplinado e disciplinador, cor­recto e simpático que conse­
guiu, mercê de tais predica­dos, conquistar o respeito dos seus pupilos e a estima e mui­ta consideração
dos feirenses afectos ao desporto e ainda dos que o não sendo de qual­quer modo contactaram com ele.

Consta que o valoroso Fute­bol Clube do Porto será o gru­po que virá defrontar a equi­pa do C. D.
Feirense. Deste modo prevê-se uma tarde de bom futebol. Que o campo re­giste uma enchente como Ru­
perto Garcia pelos seus atri­butos merece e que nenhum feirense verdadeiramente amante do seu clube
deixe de estar presente são os nossos votos muito sinceros”.

Festival F. Clube Porto que foi recebido na Vila da Feira com as maiores provas de simpatia e carinho

Não nos cansaremos de afirmar que o desporto é uma escola de virtudes cívicas, um caminho da vida
que é mister desbravar com nobreza e com elevação. E não, será demasiado exaltar e destacar todas as
manifestações que contribuam, de qualquer modo, para uma mentalização sã da verdadeira função cívica
e física da actividade desportiva.

O espectáculo presenciado numa segunda-feira (30 de Março de 1959) na então Vila da feira, em
que foram prota­gonistas o F. C. do Porto e o C. D. Feirense (reforçado com atletas de equipas vizinhas!) e,
dum modo ge­ral, toda a massa de simpati­zantes deste grande desporto que é o futebol.

51
Segundo as crónicas da altura foi um daqueles dias que entram, na história das colectividades em
páginas de oiro encimadas por essa magistral legenda que a língua latina imortalizou: - mens sana in
corpore sano.

Nesse dia, pelas 14h30, na avenida Duarte Pacheco, organizou-se a caravana de recepção à
embaixada portista que foi esperar esta ao cruzamento com a estrada nacional. O autocarro em que
viajavam os jogadores do F. C. do Porto chegou aquele local às 15 horas. Com o cortejo formado por
dezenas de carros partiu dali, em direcção à Vila da Feira onde chegou perto das 15,30. A caravana entrou
na vila sob o ruído ensurdecedor das buzi­nas dos automóveis, abrindo uma interminável fila de viaturas,
algumas ostentando bandeiras do F. C. do Porto e todas – com dísticos de saudação.

O carro do presidente do C. D. Feirense, Sr. Alcides Branco, – logo seguido do autocarro com os
atletas do clube azul e branco e do carro onde viajavam os dirigentes daquele clube. Para trás uma longa
fila de carros não só da Vila da Feira mas de freguesias - vizinhas que não quiseram - deixar de estar
presentes na manifestação de homenagem aos campeões nacionais de fu­tebol de 1959.

Nesta página encontra­rão os nossos leitores relato circunstanciado do que foi a tarde desportiva
que se seguiu a este breve mas sugestivo e introito.

52
53
Benvindo F.C do Porto

(Palavras proferidas ao microfone do Campo do Montinho pelo chefe de redacção do Notícias da


Feira, Manuel Laranjeira, em nome de todos os desportistas feirenses.)

“O desporto está em festa Neste momento particularmen­te feliz! O Futebol Clube do Porto, o glorioso
clube da ci­dade Invicta, que lançou raí­zes no coração de milhares de Homens e soube conquistar a sua
admiração e satisfazer os seus anseios clubistas, está entre nós representado pela sua secção de futebol,
aureolada de há bem poucos dias com o título de campeã nacional. É, para nós outros, um justificado
motivo de orgulho saudá-la neste dia e poder dizer-lhe quanto nos sentimos gratos e honrados por
podermos albergar intramuros da nossa secular capital das Terras de Santa Maria, primeiro que quaisquer
outros, essa mão cheia de atletas que sem des­falecimentos, com uma inigua­lável fé e confiança, com
um inultrapassável amor clubista, lutaram até que o derradeiro instante da luta os sagrasse campeões
nacionais!

Neles saudamos o F. C. do Porto, escola de desportivismo de civilidade desportiva e social, o, grande


promotor dos extraordinários momentos de júbilo que tem varrido o país de lés a lés, desde aquele cair da
tarde de domingo, dia 22 de Março de 1959. Escrevia-se então, na história do futebol nacional, a página
mais valiosa e emocionante de todas quantas anteriormente já haviam sido registadas. Escreveram-na a
par duas coletividades que são o nosso orgulho de desportistas e de portugueses.

Temos a felicidade de podermos demonstrar hoje ao F.C. do Porto; aqui presente, a indefectível
simpatia, o acrisolado amor que os desportis­tas desta região e particularmente da Vila da Feira, berço
dum Monteiro da Costa e dum Sousa Cardoso, nutrem pelo mais representativo dos clubes nortenhos que
é, simultaneamente, um dos maiores do nosso país.

Saudamos particularmente os campeões nacionais de 1959!

54
38

Abraçamo-los numa eloquente demonstração da nossa grati­dão pelo seu feito e da nossa satisfação
de os termos entre nós!... Mas, ao saudá-los e ao abraçá-los, tornamos o nosso sentimento extensivo ao
poten­cial desportivo e social que o clube representa em si, para a Cidade do Porto e para o país, sem
esquecermos a sua missão de formação desportiva que desejamos sem cada vez maior e mais profícua.

Cada galardão ou título que vós, briosos atletas do clube azul e branco, ganhais para o vosso clube,
é um bloco de mármore com que a pouco e pouco se vai construindo o património do vosso clube! Cada
mercê que conquistardes para as vossas cores é um passo dado no aumento das responsabilidades que
sobre os vossos ombros de edificadores da cidade desportiva passam a alimentar!...

38 Campeões 1958/59 - Em cima, a partir da esquerda: Dr. Paulo Pombo (Presidente), Virgílio,Lito, Carlos Alberto, Américo,Carlos Duarte,
Monteiro da Costa, Bela Guttmann (Treinador), Amaral (Diretor), A. Sarmento e Osvaldo Silva. Em baixo, pela mesma ordem: António Teixeira,
Morais,Gastã, No, Acúrcio, Perdigão e Pedroto. (Faltam na foto, por não terem podido estar presentes na ocasião, entre outros: Hernâni, Miguel
Arcanjo, Osvaldo Cambalacho, Pinho e Barbosa.)

55
Desejamos-vos, pois, que continueis iguais a vós mesmos como até aqui, lutando e caindo de
pé, vencidos ou vencedores, com a mesma nobreza e com a mesma dignidade que vos tem imposto à
admiração de todos e à amizade e respeito dos vossos adversários. Que leveis desta jornada a melhor
das recordações no campo da amizade, da dedicação e do convívio desportivo, já que melhores louros
vos não podemos oferecer, e que esta homenagem tão simples, estes parabéns tão desluzidos que vos
apresentamos possam ser multiplicados em vossos corações na proporção em que os sentimos e não
sabemos traduzir, são os nossos modestos votos.

Benvindo F. C. do Porto

Bem-vindos briosos campeões nacionais! E até sempre, enquanto formos desportistas!”

FEIRENSE, 2 – F.C PORTO, 4

À maior voluntariedade dos feirenses opôs o Porto um conjunto jovem, mas mais prático e incisivo a
caminhar para as balizas.

Árbitro: Alfredo de Carvalho, Fernando Vasconcelos e Francisco Costa (Aveiro)

FEIRENSE: Gonçalves, Dinis, Licínio e Aurélio, Casimiro e Ramalho, Semedo (Ovarense), Brandão
(Salgueiros), Geordano (Arrifanense), Gomes (Sanjoanense) e Lima (Lourosa).

Foram ainda utilizados, Correia, domingos, Ilídio, Barroca, Leite, Eduardo e Henrique.

F.C.PORTO: Américo, Evaristo, Cristóvão e Nogueira, Paula e Monteiro da Costa, Gabriel, Dário,
Adérito, Gastão e Morais.

Foram ainda utilizados Coimbra, Orlando e Armando.

56
O JOGO

39

Num campo encharcadíssimo e pesado, não era lícito esperar-se um bom jogo de futebol.

39 Licínio entrega uma lembrança a Monteiro da Costa

57
A bola a correr junto ao solo, o passe medido e bem dirigido, o drible curto, não tinham possibilidades
de execução roubando ao jogo a be­leza e a sincronização que seriam de esperar mormente pela parte da
equipa portista. Assim, o jogo desenvolveu-se numa toada, bastante veloz com passes largos a aproveitar
os extremos como convinha às condições do terreno.

40

Na primeira parte, o Feirense, com a sua linha avançada robustecida com a combatividade de
Semedo, a visão e oportunidade de Brandão, a experiência e dureza de Gomes, a habilidade de Lima e a
fogosidade de Geordano, deu sempre luta aberta, principalmente na primeira meia hora de jogo em que
os lances se repartiam para os dois lados, se bem que fosse notória a melhor movimentação da equipa do
F C do Porto, onde Gastão empunhava a «batuta» regia o quinteto avançado da sua equipa.

O Feirense foi o primeiro a marcar e isso espevitou a equipa levando-a a equilibrar a partida.

40 Equipas do Futebol Clube do Porto e do Feirense

58
Marcando logo a se­guir, tudo fazia crer que o FC Porto aceleraria re­metendo o adversário para o
seu meio campo. Tal não aconteceu, porém, e o Feirense continuou a bater-se corajosa­mente, dando luta
sem tréguas à defesa adversária, que teve muitas vezes que recorrer aos livres de canto para se salvar
de apuros.

O segundo golo do Porto coincidiu com” o abaixamento da equipa da casa, e daí até ao intervalo só
esporadicamente o Feirense se aventurou ao ataque.

A segunda parte foi mais monótona e fria. As equipas, principalmente a do Feirense, desarticuladas
pelas constantes substituições, produziram muito pouco e os golos, se pre­meiam a equipa que mais
noção teve no consenso geral do encontro, pouco dizem acerca da partida.

A bola pesada dificultou a acção dos guardiães, e nesse aspecto Américo não foi totalmente fel, pois,
principalmente na segunda bola, teve algumas culpas, por falta de reflexos.

No derradeiro quarto de hora o Feirense remeteu-se a uma defesa insistente, com Licínio obrigado
a trabalho exaustivo mas sempre certo, ao qual não tira brilho o lan­ce desafortunado que deu o quarto
golo aos portistas. Dos raríssimos lances ofensivos que então criou saiu o último golo do Feirense, de
certo modo a premiar a persistência e boa vontade dos seus jogadores e a atenuar uma derrota, que os
números tornariam demasiado pesada.

O Porto apresentou uma equipa de jovens que são verdadeiras promessas. Gastão foi de longe o
melhor dos catorze elementos empregues. Boa visão nos lances, certeza na execução, boa condição física,
esteve na base da sua actuação. Dos outros consagrados, Monteiro da Costa foi ele mesmo nos escas­sos
minutos em que jogou, Morais diligente mas pouco mais. Américo pouco certo. Dos outros elementos um
se destacou sobremaneira pelo seu poder combativo: Dário, um jovem que cremos não pertence ainda às
fileiras dos azuis e brancos. Os restantes estiveram num nível regular.

Do Feirense destacamos Li­cínio, juntamente com Brandão, Gomes, Lima e Geordano.

59
UM FEIXE DE OPINIOES

Monteiro da Costa: “Mais uma vez aqui vimen­contrar o carinho, a simpatia e amizade pelo nosso clube
ao bom povo da minha terra. Não sei como agradecer tantas pro­vas de deferência. Para todos a minha
gratidão e os desejos muito sinceros das maiores felicidades para o brioso C. D. Feirense. Nunca
esquecerei es­tas manifestações jubilosas e sinto-me feliz por ter contri­buído com o meu quinhão pa­ra
darmos esta grande alegria a todos os adeptos do nosso clube: sermos campeões nacio­nais”.

Américo: Que quer que lhe diga, com franqueza?Recebidos com esta fidalguia, com este entusiasmo,
com este apreço e com este amor ao nos­so glorioso F. C. do Porto, o que havemos de dizer senão muito
obrigado?!...

Em relação ao jogo de Torres Vedras que viu do banco aos suplentes, Américo sublinhou”Nem me
fale. Não sei como é possível sofrer tanto. Acre­dite que de fora se sofre mui­to mais. Mas, sabe? isso já
per­tence ao passado e a realidade incontestável é esta: vencemos.

Luís Roberto: Estou encantado, sabe. Me agrada muito este ambiente verdadei­ramente azul e
branco. Nós nos sentimos aqui, entre os nossos. Uma recepção triunfal e muito «direitinha». Gostei de vir,
palavra. E note uma coi­sa, gostei muito do «timininho» do Feirense. Para além do re­sultado me agradou
o traba­lho da equipa. Muito resisten­te, sim senhor. Apesar de ter vindo à Vila da Feira, Luis Roberto não
jogou, dizendo “estou arrasado. Aquele jo­go de Torres Vedras maçou todo o mundo. Ontem os ale­mães
jogaram durinho e nós tivemos que suar bastante. É esta a razão, mas gostaria bem de ter jogado. Aqui
todos são dos nossos, não é? Obrigadinho amigos e mui­tas felicidades”.

60
41

Gastão: “Tive enorme prazer nesta visita. A «torci­da» foi inexcedível de amabi­lidade para nós.
Cumulou-nos de simpatia e de aplausos. E o jogo foi bastante bom, ape­sar do terreno s estar em mau
estado. O Feirense deu boa ré­plica e tem uns rapazinhos no­vos que me agradaram muito. O número 5
é um grande jo­gador. Se coloca magnifica­mente, entra muito bem à bola e é possante e rijo. Levo ópti­
ma impressão dele. Se desta­cou entre todos. Quanto à re­cepção só posso dizer que foi magnífica. Como
desportista entendo que estas jornadas de amizade se deviam multiplicar para fomentar familiaridade
entre os clubes e seus adeptos espalhados pela província”.

Torcato Plácido: Portista indefectível, várias vezes dirigente e acompanhan­te infalível de qualquer
cara­vana portista, afirmou: “isto é que é desporto. Esta­mos encantados com tudo e não sabemos como
agradecer. Valeu a pena sofrer aquela an­gustiosa jornada de Torres Ve­dras para podermos agora ver esta
satisfação clubista. Para­béns a todos os feirenses e obrigado”.

Ruperto Garcia: “A todos os que contribuíram de algum modo para o êxito desta festa, Direcção do

41 Dedicatória de Luis Roberto, na sua festa de despedida ao sue grande amigo e colega de equipa, o santamariano Carlos Oliveira, no jogo de
despedida no dia 10 de Abril de 1964

61
Feirense, F. C. do Porto, desportistas e iogadores, o meu reconheci­mento muito sincero. Foi pena que o
tempo não nos ajudasse pois o jogo prometia dada a réplica que os meus rapazes poderiam oferecer. O
estado do terreno prejudicou o jogo, mas de qualquer modo sinto-me sa­tisfeito e só tenho que renovar os
meus agradecimentos”.

Uma jornada desportiva fantástica para as gentes da então Vila da Feira.

CONTRASTES!

1.Monteiro da Costa, o famoso internacional do F. C. do Porto e filho do nosso concelho, teve uma
atitude que nos apraz divulgar aqui.

Como prova de apreço e dedica­ção pelo treinador do seu clube, Bella Gutman, Monteiro da Costa
ofereceu-lhe a miniatura do Castelo da Feira que lhe havia sido ofereci­da no início do jogo.

Nós que assistimos à cerimónia, podemos testemunhar quanto esta atitude sensibilizou o conceituado
técnico húngaro.

Gonçalves, guarda-redes do Feirense, foi o único atleta que exigiu receber o prémio do jogo como se
se tratasse dum jogo de competição.

2. Antes de se iniciar o encontro o capitão do Feirense, Licínio, fez entrega de uma miniatura do
Castelo da Feira ao internacional Monteiro da Costa e o Sr. Prof. Pinho Leão em nome dos «portistas» desta
Vila ofereceu ao F. C do Porto uma ar­tística salva de prata.

Para a aquisição deste objecto artístico muito contribuiu a actuação do sr. Luís Abelha, dedicado
simpatizante da colectividade nortenha.

62
Estreia do Feirense na 1.ª Divisão

A estreia do Feirense no escalão maior foi em 21 de Outubro de 1962, no Estádio das Antas, no
Porto. O Feirense foi derrotado por 3-1, com golo de Brandão.

63
Árbitro: Álvaro Rodrigues (Coimbra)

F.C.PORTO: Américo; Mesquita, Miguel Arcanjo, Alberto Festa e Jorge Gomes; Joaquim Jorge,
Custódio Pinto e Jaime; Nóbrega, Carlos Baptista e Hernâni.

Treinador: Jenõ Kalmár

64
FEIRENSE: Martin, Aurélio, Dinis e Jambane; Brandão e Campanhã; Medeiros, Rui Maia, Silva,
Ramalho e Eduardo.

Treinador: Artur Baeta

Marcadores: Custódio Pinto (21’ 76’) e Hernâni (33) e Brandão (87 de gp)

Em 3 de Fevereiro de 1963

Feirense, 1 – Porto 2

Ábitro: Eduardo Gouveia (Lisboa)

Feirense, 1 – Porto 2

FEIRENSE: Zeferino; Campanhã, Jambane; Eduardo Gonzalez e Sá Pereira; Marciano, Ramalho e

65
Brandão; António Medeiros, Silva e Eduardo.

Treinador: Artur Baeta

FC PORTO: Américo; António Paula, Mesquita, Alberto Festa e Miguel Arcanjo; Joaquim Jorge,
Custódio Pinto e Carlos Duarte; Azumir Veríssimo e Serafim e Jaime

Marcadores: Brandão (23); Custódio Pinto (66) e Jaime (69)

Treinador: Jenõ Kalmár42

Na mesma época de 1962/63 o Feirense enfrentou o Futebol Clue do Porto nos 1/16 de Final

TAÇA DE PORTUGAL

10 de Outubro de 1962

Estádio Marcolino de Castro - Santa Maria da Feira) 1ª Mão

Arbitro: Renato Santos (Coimbra)

Feirense, 0 - Porto, 6

FEIRENSE: Martin (Zeferino); Dinis e Jambane; Brandão, Aurélio e Campanhã; Medeiros, Silva, Rui
Maia, Ramalho e Eduardo.

Treinador: Artur Baeta

F.C. PORTO: Américo; António Paula, Alberto Festa, Miguel Arcanjo, Mesquita e Joaquim Jorge;
Carlos Baptista, Jaime e Serafim; Nóbrega e Hernâni.

Treinador: Jenõ Kalmár

42 De Israel (Hapoel, Telavice), chegou o técnico húngaro Jenõ Kalmár, que faz uma renovação da equipa, dando-se a saída de 10 jogadores
(Monteiro da Costa, Teixeira, Barbosa, Ivan, Noé, Morais, Coimbra, Rui, Cristóvão e Moura)

66
67
Marcadores: Serafim(40, 55, 78 e 90), Jaime 79, Hernâni 89

2.ª Mão

16 de Outubro de 1962 — Estádio da Antas

FC Porto, 9- Feirense, 0

Árbitro: Diogo Manso (Braga)

F.C.PORTO: Américo (Rui); Virgílio, Miguel Arcanjo, Mesquita e Jorge Gomes; Custódio Pinto, Carlos
Baptista, Joaquim Jorge, Nobrega, Jaime e Serafim.

Treinador: Jenõ Kalmár

68
FEIRENSE: Martin; Dinis e Jambane; Silva, Aurélio e Campanhã; Brandão, Marciano, Rui Maia,
Ramalho e Eduardo.

Treinador: Artur Baeta

Marcadores: Custódio Pinto 11 e 65, Serafim 12, 29, 38, 71 e 82, Carlos Baptista 35 e 37

69
DESPEDIDA DE SOUSA SANTOS

O valoroso ciclista de S. João de Ver, que durante vários anos defendeu ) as cores do F. C. do Porto,
te­ve, ontem ((13 de Outubro de 1963), a sua festa de home­nagem e despedida no Estádio Marcolino
Castro43

O popular corredor do F. C. do Porto, nosso conterrâneo Sou­sa Santos, abandonou ontem, no Estádio
Marcolino de Castro, a sua carreira de ciclista. Quis que fosse na Vila da Feira, sede do seu concelho,
a realização da sua festa de despedida, numa demons­tração sadia de bairrismo que bem merece ser
meditada por todos os feirenses. Pena foi que o campo não registasse grande afluência de público, mas,
na ver­dade, o calor intenso que, logo de manhã, se fez sentar, deve ter influído grandemente no êxodo
para lugares mais frescos. Ainda assim, um grande número de sim­patizantes do ciclista feirense, natural

43 Noticias, 14 de Outubro 1963 página 5

70
e residente na vizinha freguesia de S. João Ver, fez fren­te aos rigores do Sol e veio pres­tar homenagem a
Sousa Santos.

O Futebol Clube do Porto fez deslocar, à nossa Vila, uma equipa de futebol e alguns dos compa­
nheiros de Sousa Santos, para lhe agradecerem o contributo que deu tão dedicadamente para a melhor
valia da sua equipa de ciclismo.

A festa constou de um desafio de futebol entre o misto do F. C. Porto e o Feirense, sendo ao intervalo
a cerimónia da homena­gem. Antes, portanto, de se ini­ciar a segunda parte do encontro, com as equipas de
futebol e de arbitragem formadas entraram no rectângulo os corredores portistas que também formaram
e repre­sentantes das Direcções do F. C. Porto e do C. D. Feirense. Por entre os aplausos da assistência,
entrou depois o homenageado de­vidamente equipado, com o peito coberto de medalhas a testemu­nharem
o brilho da sua carreira.

O orientador da equipa de ci­clismo do Porto, sr. Franclim Cardoso, fez o elogio do brioso ciclista,
seguindo-se o sr. António Fernandes, director da Associa­ção de Ciclismo do Norte para destacar as
qualidades do home­nageado e o aprumo com que sempre se conduziu ao serviço do seu clube, afirmando,
ainda, que brevemente lhe seriam concedidas pela Federação Portuguesa de Ci­clismo e pela Associação
de Ci­clismo do Norte as medalhas de Mérito Desportivo. Como nota enternecedora, seguiu-se a oferta
de uma bicicleta ao filho de Sousa Santos, um rapazinho de 12 anos, feita pelo director do F. C. Porto, sr.
Manuel Borges, para que ele venha a seguir o exemplo do pai. Em nome da Direcção do Clube das Antas
e dos seus com­panheiros de equipa, o chefe da secção de ciclismo fez entrega de uma salva de prata.
Também o sr. António Lamòso, presidente da Direcção do Clube Desportivo Feirense, ofereceu ao valoroso
ciclista de S. João de Ver, outra salva de prata. O industrial sr. José de Oliveira, conterrâneo de Sousa
Santos, entregou-lhe uma uma lembrança e a pequenina Maria Emília, filha daquele industrial, um ramo
de flores. Seguiu-se uma volta ao campo por Sousa Santos que via na sua frente, em peda­lada «vigorosa»,
o seu filho, tri­pulando a bicicleta que lhe fora oferecida. Os aplausos coroaram esta singela homenagem
que se não foi tão grande como Sousa Santos mereceria teve, ao menos, o condão de lhe ser prestada na
sua terra natal.

71
13 de Outubro de 1963

Feirense, 4 - F. C. Porto (Misto)

Árbitro — Eduardo Peixinho, de Aveiro.

As equipas formaram:

FEIRENSE: Zeferino (Garupa); Dinis, Jambane e Lopes; Vasco (Moreira) e Campanhã; Germano
(Carlos), Adventino, Brandão. (Teixeira), Ramalho e Rui (Eduardo).

F. C. PORTO: Correia; Barrigana, Valdemar e Gomes; Vieira Nunes e Rodrigues; Acácio, Do­mingos,
Moura, Daniel e Madeira.

Ao intervalo, 2-1.

O resultado ajusta-se ao desen­rolar do encontro, já que a equipa local dominou muito mais. Jogo
correctíssimo a facilitar a missão do árbitro.

9 de Abril de 1974

INAUGURAÇÃO DOS NOVOS BALNEÁRIOS

As «Velhas Guardas» do grupo da Vila da Feira e do Sporting de Espinho «mataram saudadades.

Os dirigentes do Clube Des­portivo Feirense levaram a efeito na quarta-feira à noite uma cerimónia
festiva para comemorar a inauguração dos novos balneários do Estádio Marcolino Castro

Foi uma jornada que decor­reu sob o signo do entusiasmo muito embora se esperasse maior afluência
de público. No entanto a noite estava fria e os sócios e simpatizantes do C. D. Feirense primaram pela
ausência Foi pena e por dois motivos: no primeiro encontro que pôs frente a frente as «Velhas Guardas» do

72
Feirense e do Espinho, «houve» futebol. Os «veteranos» primaram pela confecção de jogadas bem urdi­das
com entregas de bola ao primeiro toque e quase sempre a beijocar o solo. Foi um re­galo para os olhos ver
o Bran­dão executar fintas desconcer­tantes; o Ramalho dominar o esférico como mandam os câ­nones; o
Gonçalves executar defesas à «Damas; o Leite cor­rer e centrar com peso e me­dida: o Rui Maia entregar
o couro com precisão; o Licínio «aliviar» como outrora: o Lopes «homem borracha»! a acorrer a todos os
sectores da retaguarda; o Oliveira com pre­ciosos toques e perfeito nas «dobras»; o Campanhã, o Car­los, o
Magalhães, o Aurélio a mostrar que o «caruncho» ainda lhes não bateu a porta. Só foi pena o Eduardo não
marcar pelo menos 4 golos como o fez à Sanjoanense num ano em que o Feirense subiu à 1.ª Di­visão. E
no Espinho? Luciano foi «rei e senhor». Louro parecia ter 20 anos: Alcobia e Cadete, foram os «cordelinhos»
que fez movimentar todo um con­junto deveras afinado; Pinhal e David (este ainda tem lugar em qualquer
equipa da 2.ª Divisão.. ) chegaram para as en­comendas e os restantes, muito iguais.

Entre abraços (e com algu­mas lágrima? à mistura) re­cordaram-se «velhos tempos» ainda na retina de
muitos e que tão cedo não cairão nas penumbras do esquecimento.

No desafio-mor o F C. do Porto exibiu-se em bom plano e triunfou com mérito. O proprio resultado
explica tudo mas os locais podiam (e de­viam) ter «rubricado», pelo me­nos, dois golos. Mas Nery e Henrique
pareciam «compra­dos...». A figura da partida foi o «pequeno-grande» extremo-esquerdo (Neves) que só à
sua conta marcou cinco golos para to­dos os paladares Para a poste­ridade, as equipas e os mar­cadores
dos dois encontros.

A «Velha Guarda» do Espinho impôs-se à do Feirense (4-3)

A jornada ‘iniciou-se com o encontro entre as «Velhas Guardas» do Feirense e do Es­pinho. Arbitrou
Joaquim Soa­res (Vila da Feira) e as equi­pas formaram:

FEIRENSE: Gonçalves; Oli­veira. Lopes e Aurélio; Cam­panhã (Licínio), Carlos (Leite) e Brandão; Rui
Maia (Maga­lhães). Ramalho e Eduardo.

ESPINHO: Jorge; Mateiro, Pinhal, Alcobia e Massas (Da­niel); David, Cadete e Loureiro (Pereira):
Capela. Louro e Luciano.

73
Marcaram pelos locais Bran­dão, Ramalho e Leite (como era de prever...) e pelos espinhenses Cadete.
Luciano (2) e Louro

Feirense, 0 - F. C. do Porto, 7

Depois, disputou-se o encon­tro entre as equipas do C. D. Feirense e do F. C. do Porto. Público em


número razoável, já que o frio intenso que se fez sentir afastou muitos es­pectadores.

Árbitro: Elísio Mo­ta, de Aveiro.

FEIRENSE: Pinto (Garu­pa); Jaime. Dinis (Damas), Bastos (João Pereira) e So­breiro (Pais); Puskas.
Brites (J. Augusto) e Parra; Nery (Roberto), Walter (Acácio) e Henrique (Dario)

F. C. PORTO: Tibi (João); Nino, Zé Manei, Tei­xeira e Valente; Júlio (Alves), Simões e Laurindo;
Seninho (Muchama), Ailton (Quim) e Neves.

Ao intervalo, 0-2

Marcadores: Neves (5), Lau­rindo e Bastos (na própria ba­liza) .

Resta dizer que os novos bal­neários do Estádio do Feirense são modelares e estão apetre­chados
com os requisitos mais modernos. A direcção da pres­tigiosa colectividade «azul» a que preside o sr. Cunha
Ro­drigues está de parabéns, assim como todos aqueles que cola­boraram para tal efectivação. Era o que
faltava a um Parque de Jogos que, pela sua situa­ção e com o Castelo por fundo, é dos mais belos Estádios
do País. Só nos apetece deixar aqui esta pergunta que bem pode ser dirigida ao eng.° Artur Brandão,
antigo futebolista do clube e um dos elementos aue mais tem pugnado pelo pro­gresso da terra sobretudo
no capítulo desportivo.

No regresso à 1.ª Divisão, na época de 1977/78 Feirense e Futebol Clube do Porto voltaram a
encontrar-se na 4.ª e 19.ª jornada, respetivamente.

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24 Setembro 1977 — Estádio das Antas

Porto, 6 – Feirense, 1

44

Árbitro: Santos Luis (Coimbra)

FC PORTO: João Fonseca; Gabriel (Simões aos 70) , Alfredo Murça, Rodolfo Reis e Freitas; Adelino
Teixeira, Octávio Machado e Fernando Gomes; Duda (Francisco González aos 45), António Oliveira e Seninho.

Treinador: José Maria Pedroto

FEIRENSE: Pinto; Portela, Seminário, Cândido, Gilberto; Baltemar Brito, Zequinha e Parra (Ezequiel
aos 45); Bites, Serginho e José Domingos

44 Em cima, da esquerda para a direita: Seminário, Brito, Cândido, Parra (cap.), Pinto (GR), e Zequinha. Em Baixo: Portela, Bites, Gilberto,
Serginho, e José Domingos.

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Treinador: Licinio Milheiro

Marcadores:Duda (20,32, e 52), Fernnado Gomes (36(, Alfredo Murça (37), António Oliveira (88) e
José Domingos (41)

26 de Março de 1978 — Estádio Marcolino de Castro

Feirense, 1 – Porto, 3

76
Árbitro: Evaristo Faustino (Leiria)

FEIRENSE: Pinto; Portela (Lino aos 85) , Sobreiro, Baltemar Brito, Babalito; Henrique Nunes, Bites
e Serginho ;Cipó, José Domingos e Acácio.

Treinador: Prof. João Mota

FC PORTO: João Fonseca; Gabriel, Teixeirinha, Alfredo Murça, Simões; Rodolfo Reis, Ademir e
Octávio Machado; Fernando Gomes e Duda , António Oliveira.

Treinador: José Maria Pedroto

Marcadores: Fernando Gomes (15), António Oliveira( 51) Seninho (82) e Serginho (87);

A maior enchente de todos os tempos, 20000 espetadores originou um atraso de 41 minutos.

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20 DE JANEIRO DE 1982 - ACÁCIO HOMENAGEADO

No dia 20 de Janeiro de 1982, dia da Festa das Fogaceiras, o Clube Desportivo Feirense promoveu,
no Estádio Marcolino de Castro uma festa de homenagem ao seu atleta Acácio Ferreira da Silva, o popular

79
e sempre «jovem» Acácio, como era mais conhecido, nos meios futebolísticos.

Acácio Ferreira da Silva, natural da freguesia de Fiães, sendo irmão de uma grande lenda do Futebol
Clube do Porto, Jaime. Iniciou a sua carreira na equipa de juvenis do F. C. Porto, tendo sucessivamente
representado o União de Lamas, o Valecambrense e o Feirense, clube que representava há cerca de 10
anos.

No Feirense, ao longo de 10 anos, Acácio viveu os bons e maus momentos que a equipa atravessou
ao longo dos tempos, tendo actuado com o mesmo entusiasmo quando a equipa se encontrava na 1ª
divisão, na 2ª, ou na 3ª. Para ele era sempre e só o Feirense.

O C. D. Feirense homenageou o seu atleta Acácio, pela dedicação de 10 anos prestados colectividade,
numa entrega desinteressada, que bem pode servir de exemplo a quantos pupulam no controverso mundo
do futebol.

Foi no dia 20, dia da festa das Fogaceiras, que no «Estádio Marcolino de Castro» se juntaram uns
milhares de feirenses para transmitir a Acácio o apreço que a sua conduta lhes mereceu. Apesar da tarde
chuvosa e fria, o calor dos aplausos aqueceram o ânimo do brioso atleta que, por certo, sentiu que valera
a pena.

Pelas 15 horas subiram ao bem tratado pelado «Marcolino de Castro» as velhas glórias de um
passado ainda bem recente, do C. D. Feirense e do F. C. Porto.

Árbitro: César Santos, de Aveiro.

FEIRENSE: Garupa, Rui, Filipe, Diniz, Zé Luís, Carlos Oliveira, Ramalho (capitão), Brandão, Quintino,
Eduardo, Armando Oliveira, Armando, Mingas, Manuel Brasileiro, Jaime e Carão.

Treinador: Artur Rocha

F. C. PORTO: Norberto, Vitor Frade, José Oliveira, Castro, Pinto Vieira, Baltazar, Acácio, Nóbrega,
Jaime, Custódio Pinto e Norberto Alves.

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Treinador: Artur Baeta

Ao intervalo marcador acusava um empate, tendo Brandão sido o primeiro a marcar. Durante estes
30 minutos, que foi a duração de cada período, o equilíbrio foi a nota dominante. A grande alteração que
a equipa feirense sofreu no 2º período tirou-lhe a homogeneidade, tendo-se notado em especial a falta de
«Carlos Oliveira» no centro do pelado.

E com toda a naturalidade a equipa do F. C. Porto, que pôs a funcionar o seu triângulo atacante,
Jaime, Pinto, Nóbrega, chegou ao 4-1.

Seguiu-se o acto de homenagear ACÁCIO, com as quatro equipas intervenientes no centro do campo.
Foi lido o elogio do atleta, pelo director Manuel Tavares. As palavras da circunstância, dos momentos
solenes, inteiramente e ajustadas à personalidade do homenageado, o que nem sempre acontece.

Na ocasião, Acácio recebeu prendas, distribuiu lembranças, e recebeu, principalmente, o carinho de


todos os presentes.

Seguiu-se o jogo entre os seniores do Feirense e os juniores do F. C. Porto, que motivou o desencanto
de muitos adeptos. No entanto os jovens portistas, pela sua actuação, vieram a conquistar o aplauso do
público, e a obrigar a categorizada equipa do Feirense a empenhar-se. O resultado final foi um empate a
um golo, reflectindo o que se passou no terreno. Os jovens azuis e brancos surpreenderam pela virilidade
e entusiasmo postos na luta.

FEIRENSE, 1 – FUTEBOL CLUBE DO PORTO: 1

Árbitro: Ângelo Santos.

FEIRENSE: João; Portela, Queirós, Cândido e Leão; Pinto Viera, Teixeira e Henrique; Acácio, Serginho
e Malheiro.

Actuaram ainda, Machado, que aos 8 minutos, entrou para o lugar do homenageado, Cardoso,
Amadeu, Artur e Dinis.

F. C. PORTO: Tozé; Madureira, Beça, Eduardo e Morim; Anacleto, Chaló e Pinheiro; Semedo,

81
Pereira e Sérgio.

Marcaram os golos, Pereira, pelo F. C. Porto, no primeiro minuto e Cândido, pelo Feirense, aos 14
minutos.

Para fechar esta justa festa de homenagem, que Acácio inteiramente fez por merecer ao longo da sua
carreira, reuniram-se alguns amigos mais íntimos, com a direcção do Feirense e as equipas intervenientes,
no restaurante ARCAS, de Escapães, onde foi servido um beberete. Efectivamente uma homenagem justa
a um valioso atleta

20 de Janeiro de 1983

HOMENAGEM A CÂNDIDO COM UM FEIRENSE-F. C. PORTO45

F.C. Porto deslocou-se ontem è Vila da Feira para defrontar a equipa local, numa homenagem ao seu
jo­gador Cândido. O encontro foi se­guido com bastante interesse por banda de muito público presente,
que viu a turma anfitreã dar boa réplica aos portistas, claudicando apenas na altura das substituições.
Jacques foi a figura central do prélio, ao obter três tentos.

45 Comércio do Porto, 20 de Janeiro de 1983

82
Na homenagem a Cândido F. C. Porto venceu o Feirense (5-0) 46

46 Comércio do Porto, 21 de Janeiro de 1983

83
As equipas alinharam do seguinte modo:

Árbitro: Joaquim Gonçalves

FEIRENSE: João; Portela, Cân­dido, Amadeu e Leão; Pinto Vier, Zé Augusto e Henrique; Vlamecir,
Artur e Ribeiro.

Treinador: Joaquim Queirós

Alinharam ainda: Jorge, Acácio. México, J. Carlos, Machado, Marçal, Chaló, Roberto, Isalmar, Lino e Rui.

F. C. PORTO: Zé Beto; Sobrinho, Teixeira (E. Luís), Lima Pereira e Teixeirinha; Quinito, Gabriel (João
Pinto) e Penteado; Jacques,Jaime Magalhães e Romeu (Vermelhinho)

Treinador: José Maria Pedroto

84
Ao intervalo: 0-2.

Marcadores: Jaime Jacques (3) e Penteado.

EM AMBIENTE FESTIVO

F. C. Porto participou e venceu (5-0)47

Num ambiente festivo, pois paralelamente à home­nagem decorriam na Vila da Feira os tradicionais
fes­tejos das Fogaceiras, Cândi­do Araújo teve, a coroar uma magnífica carreira, a sua tarde de consagração.

Desportivamente, o ponto alto viria do encontro que opôs ao Feirense a cotada equipa do F. C. Porto.
Mas, antes, seria feito o elogio ao atleta que, 20 anos a fio, com total amadorismo, aju­dou a manter a
mística fei­rense.

No Estádio Marcolino de Castro as equipas foram di­rigidas por Joaquim Gon­çalves (Porto), auxiliado
por António Miranda (bancada) e António Pinto (peão).

FEIRENSE: João; Por­tela, Cândido, Amadeu e Leão; Pinto Vieira, José Augusto e Henrique; Vlamecir,
Artur e Rui.

Jogaram também: Jorge, Acácio, México, José Car­los, Machado, Marçal, Chaló, Roberto, Isalmar, Lino
e Rui.

F. C. PORTO: Zé Beto; Sobrinho, Teixeira (Eduar­do Luís, aos 70 m), Lima Pereira e Teixeirinha;
Quinito, Gabriel (João Pinto, aos 70 m) e Penteado; Jacques, JaimeMagalhães e Romeu (Vermelhinho, aos
45 m).

Ao intervalo: 2-0. Marca­dores: Jaime Magalhães (aos 24), Jacques (aos 27, 60 de g. p. e 81 e Pentea­
do (aos 82 m).

Foi com agrado que os feirenses viram deambular, dentro das quatro linhas, as cores azuis e brancas.
O F. C. Porto não se limitou a uma presença passiva, an­tes proporcionou um bom espectáculo, recheado
de lances tecnicamente impe­cáveis, que teriam nos go­los, alguns de excelente efeito, a sua coroação.

47 JN 21 de Janeiro de 1983

85
Dentro da toada imposta pelos portistas, saliência para os apontamentos de Jacques, a concretizar
e Ga­briel, o homem da manobra atacante nesta equipa de José Maria Pedroto.

O Feirense, naturalmen­te, não chegou a ombrear com o seu adversário. Uma reacção depois do
segundo golo não teria, porém, con­tinuidade no reatamento, em parte porque alinhando então com
um «onze» quase totalmente renovado e mui­to joyem, uma maneira de todos os colegas de Cândido lhe
mostrarem o seu compa­nheirismo, se ter tornado maior o fosso entre os opo­sitores.

Num restaurante da re­gião, Cândido retribuiria aa atenções recebidas, oferecendo aos mais chegados
amigos do seu clube, um jantar onde o convívio seria mesclado com os renovados aplausos ao «capitão» fei­rense.

OS CAMPEÕES DE VIENA DE ÁUSTRIA

Atentemos na prosa do jornalista feirense Carlos Fontes

As «distrações» dos germânicos48

“Um calcanhar daqueles...

A arrogância dos alemães, o seu convencimento de que estai «final» era uma «pêra doce» e que o
valor dos novos campeões europeus estava longe de lhes causar grandes embaraços, foram, sem dúvida,
a par da humildade patenteada pelos homens do F. C. Porto, os grandes responsáveis pela grandiosa
festa que anteontem viveu a Invicta Cidade.

Os germânicos, ou porque aquele primeiro golo, feliz e até algo consentido, lhes tivesse «confirmado»
as facilidades, ou porque, nunca, acreditaram no valor dá turma portuguesa! cedo se sentiram na pele de
grandes vencedores,

E arrogância, a mania das superioridades e o esperar que o prestígio resolva as situações são
«distracções» que se pagam caro.

48 FONTES. Carlos. Primeiro de Janeiro, 29 de Maio de 1987

86
Tudo isto, aliado a uma grande determinação dos portistas e de uma exibição que, no período
complementar, chegou ao brilhantismo, foram o «calcanhar de Aquiles» da equipa de Udo Lattek.

Mas como um calcanhar normalmente anda acompa­nhado por outro, Madjer, — é preciso ter
descaramento para fazer uma coisa daquelas no jogo final da prova de maior prestígio da Europa —
resolveu fazer a parelha.

Um calcanhar daqueles, um golo daqueles, num desafio daqueles, constituem, com certeza, proeza
única no futebol europeu.

Diz-se, e por vezes com uma certa razão, que o nosso futebol usa e abusa da técnica e esquece a força.

Afinal, em Viena, esteve com d F. C. Porto, a técnica e a força. Não esteve, talvez (e ainda bem) a
correria desordenada, o futebol «todo-o-terreno».

E como à técnica, o F. C. Porto aliou a determinação e a humildade, aquele calcanhar de Madjer


abriu as portas a um triunfo mais que justo expresso até num resultado que peca por defeito.

Não acreditar no valor dos portugueses um convencimento prematuro (e injustificado, como se veio
a confirmar) foi o «calcanhar de Aquiles» dos alemães. Madjer, com um calcanhar daqueles fez o resto”.

HOMENAGEM AOS CAMPEÕES EUROPEUS EM SANTA MARIA DA FEIRA49

Os «DRAGÕES» feirenses, sócios e simpatizantes do glorioso Futebol Clu­be do Porto, orgulho das
gentes nortenhas e baluarte do desporto desta importante região, profundamente sensibilizados pelo
feito dos briosos atletas «azuis e brancos», que, se sa­graram «Campeões Europeus» de 1987, restituindo
ao futebol português o prestígio ultimamente tão abalado, de­sejando manifestar a sua gratidão, e vitoriar
o feito de tão categorizados atletas, que tão dignamente conquis­taram um troféu de muita (honra e glória
para o clube a que se orgulham de pertencer, endereçaram convite à Exma. Direcção, para estar presente
num jantar de confraternização a rea­lizar, num restaurante desta cidade.

49 NUNO, José. Correio da Feira, 12 Junho 2017

87
A Comissão Organizadora desta grandiosa festa portista é formada por Augusto Reis, Carlos Maia,
José Nuno Pinto, Manuel Sá Ferreira e Ma­nuel Tavares.

Homenagem dos Dragões Feirenses aos Heróis do Prater no dia 17-7-1987

Uma comissão constituída por António Pereira Santos, Augusto Ferreira Santos, Carlos Maia, Joaquim
Carneiro, José Nuno Pinto, Júlio Cardoso, Manuel Sá Ferreira e Manuel Sousa Tavares promoveram no dia
17 de Julho de 1987 a homenagem dos Dragões Feirenses aos Heróis do Prater

Homenagem aos Campeões Europeus50

50 PINTO, Santos. Correio da Feira 31-7-1987

88
Será tal, que será no Mundo ouvido o vencedor por glória do vencido»

(Luiz de Camões)

«Dragões somos todos nós, homens e mulheres do Norte, aqui mesmo da Feira, mesmo aqueles que
durante no­venta minutos não estão com o F. C. Porto, sentindo de outra maneira», disse Pinto da Costa,
Presidente da Direcção do F. C. Porto, no decorrer de um jantar-convívio, nas magníficas instalações do
Inatel, em homenagem aos «Campeões Europeus», prestada por um Grupo de «Dragões Feirenses», a que
se associaram cerca de duzentos amigos do Grande Clube Nortenho.

51

«O futebol português, avassalado por vicissitudes diversas, num deserto de ideias e ideais, que o

51 Programa cedido por Horácio Sá

89
desacredita­ram, teve, nesta magnifica epopeia do Prater, em Viena de Áustria, na es­plendorosa noite de
27 de Maio, o seu oásis de dignidade, saindo dignificado e respeitado aos olhos de todo o mun­do», disse
o representante da «Comis­são Promotora», numa breve inter­venção de saudação e apresentação das
individualidades que estiveram presentes nesta singela mas expressi­va cerimónia.

Ocupavam a Mesa de Honra, Jorge Nuno Pinto da Costa, Presidente ao F. C. Porto, Alfredo Oliveira Henri­
ques, Presidente da Câmara Municipal oa Feira, o Comandante do Regimen­to de Engenharia de Espinho,
Coronel Barbosa, António Cavaco, Presidente da A. G. do C. D. Feirense, Artur Bran­dão, Presidente do C. D.
Feirense e uma representação ao mais alto nível da Exma. Direção do F. C. Porto.

Em numerosas mesas, dispersas pelo vasto salão de jantar do Inalei, amigos do F. C. Porto, sendo portistas
ou não (emprestando grande brilho e «universalidade» a esta homenagem) e os magníficos «Dragões
Feirenses».

Confraternização de extrema sim­plicidade, foi, no entanto, uma jorna, da de autêntico portismo, servindo
plenamente as intenções dos seus pro­motores, e de quantos se associaram, no seu duplo objectivo de
enaltece­rem o feito dos «Heróis do Prater», que tão dignamente conquistaram um troféu de muita honra
e glória para o F. C. Porto, e de agradecerem à Exma. Direcção a coragem de realizarem um projecto
há muito idealizado pelo grande timoneiro. Pinto da Costa e pelo saudoso Pedroto, que permitiu que o
desporto do norte fosse «par entre Iguais», chegando mesmo a con­ceder ao F. C. Porto a hegemonia do
futebol português, de que este título europeu é corolário lógico.

Pela mão do F. C. Porto, Portugal mais do que estar na Europa é o Campeão Europeu...

Durante o período de intervenções, o Dr. Celestino Portela, em nome de Rotary C. Feira e da LAF, exaltaria
o feito dos Campeões Europeus, apoiando a justeza desta homenagem presta­da por conterrâneos, que
«tem o sa­bor da rebeldia indomável do Povo do Norte, por onde perpassa a brisa sua­ve do desembarque
na Praia do Min­delo e a obtenção do maior titulo que o Porto conquistou: o de mui nobre, leal e Invicta
cidade do Porto. É a oportunidade de dizer também do muito apreço que tenho pelo Dirigen­te Desportivo,
o atleta sem vencimen­to, que sofre, que se angustia, e tan­tas vezes incompreendido, que tantas vezes

90
ainda mal se extinguiram os aplausos do êxito e já escuta os assobios do insucesso».

Cícero Lima, associado 889 do F. C. Porto, teria uma intervenção marcada pela emoção, a roçar o patético,
pedindo a Pinto da Costa para conti­nuar, pois ainda é necessário para prosseguir o projecto de engrandeci­
mento do desporto nortenho.

Falaram ainda o Presidente da A. G. do CDF. e o Presidente da Câma­ra, que proferiu palavras de muita
amabilidade para o F. C. Porto e seus dirigentes, a quem saudou em nome do Povo Feirense, congratulando-
se com a lembrança dos «Dragões Fei­renses» de prestarem esta justa ho­menagem. Exortou os ilustres
visitan­tes a virem mais vezes a Santa Maria da Feira.

Em brilhante improviso, Pinto da Costa, encerrou esta extraordinária festa da família portista, rodeado pe­lo
entusiasmo dos presentes.

Durante a sessão foram entregues diversas lembranças ao F. C. Porto, ao seu Presidente e Dirigentes
presentes, nomeadamente a Medalha com que o Município Feirense consagrou o Cen­
tenário do
nascimento de Manuel La­ranjeira, a Medalha comemorativa da inauguração do 1.” Monumento Nacio­nal
de Fernando Pessoa e a Medalha comemorativa da reunião da Comis­são Inter Países Portuga França, do
Rotary Internacional.

Pela Comissão Promotora foi ofer­tada uma placa alusiva a esta homena­gem, para a Sala de Troféus
do F. C. Porto e medalhas mandadas cunhar para perpetuarem este feito glorioso e esta justa homenageou

91
22 de Setembro de 1987

Inauguração do relvado Feirense-F. C. Porto no Marcolino de Castro52

Apostando na criação de estruturas o C. D. Feirense estava em 1987 mais interessado na valorização


patrimonial. Para já, o arrelvamento do seu campo era uma realidade. Mais de 15 mil contos foi quanto
custou a obra. Da Direcção-Geral dos Desportos veio o maior auxílio (7 500 contos); da FPF, uma verba
de mil contos; a autarquia terá a seu cargo a manutenção, enquanto a Associação de Futebol de Aveiro
contri­buiu com a «fabulosa» quantia de duzentos e cinquenta mil escudos.

Em 22 de Setembro de 1987, uma Terça-Feira à noite, foi inaugurado o tapete relvado do Estádio
Marcolino de Castro com um encontro entre as equipas principais do C.D. Feirense e do F.C. Porto, equipa
que tinha conquistado poucos meses antes o título de Campeão da Europa. A principal equipa do F.C.
Porto imprimiu um ritmo elevado e venceu naturalmente por 7-0. A direcção presidida pelo Eng. Artur
Brandão conseguia finalmente concretizar o sonho do arrelvamento do estádio.

Feirense, 0 – Porto, 7

Árbitro: Amadeu Pinto (Aveiro)

FEIRENSE: Cardoso, Couto (Quitó) , Sílvio, Amadeu e Tó Martins; Armando, Miguel (Ribeiro) e José
Augusto (Pinto); Artur (Guedes), Santos (José Armando) e Pedro Martins (Manuel António).

Treinador: Francisco Nóbrega

F.C. PORTO: Zé Beto; Bandeirinha, Barriga, Celso e Eduardo Luis; Quim, Frasco e Juary; Semedo,
Jorge Placido e Rui Neves.

Treinador: Tomislav Ivic

Marcadores (Juary (9) Jorge Plácido (20 e 89), Semedo (58), Rui Neves (70 e 90) e Barriga (76)

52 FONTES, Carlos. O Primeiro de Janeiro de 22 de Setembro de 1987

92
53

No encontro entre as equipas principais do C.D. Feirense e do F.C. Porto, equipa que tinha conquistado
poucos meses antes o título de Campeão da Europa, a principal equipa do F.C. Porto imprimiu um ritmo
elevado e venceu naturalmente por 7-0.

Na estreia do relvado F. C. Porto deu lição aos jovens do Feirense54

Dia de festa um pouco ensombrado pelo forte aguaceiro que se abateu no estádio quando se pro­
cedia às cerimónias da “praxe” — entrega de pla­cas comemorativas, discursos (apenas o presiden­te da
Direcção, Artur Bran­dão em nome da Comissão de Obras, o Prof. José Leão, puderam intervir anntes do

53 Semedo e Pedro Martins na disputa da bola.


54 FONTES, Carlos. Primeiro de Janeiro de 24 de Setembro de 1987

93
jogo, ficando a prvenção do delegado da Direcção-Geral dos Desportos para o intervalo) que fez deslocar
ao recinto do Feirense um número razoável de Público.

A novidade que constituia o arrelvamento e, sobretudo, a visita do campeão europeu, mesmo


sabendo-se que a maioria dos titulares estaria ausen­te, constituíram razões for­tes para o interesse com
que foi seguido o encontro.

Pois, se nas «cerimónias protocolares» que tiveram as presenças dos presi­dentes da Câmara Munici­
pal e Assembleia Municipal da Feira, respectivamente, Alfredo Henriques, e Dr. Orlando Correia de Olivei­
ra, delegado da DGD em Aveiro, representante da FPF, presidente da A. F. Aveiro, Dr. Gilberto Madail,
Jorge Nuno Pinto da Cos­ta, presidente do F. C. Porto e outras individuali­dades, a chuva incomo­dou, já no
encontro que a seguir se disputou e que colocou frente a frente uma equipa onde a juventude (e a «prata
da casa») impera — a do C. D. Feirense — e a do F. C. Porto recheada de «gente» de muito valor, tal não
aconteceu. Mesmo com o relvado naturalmente escorregadio, a aplicação de todos os jogadores —
como são diferentes os nossos tem­pos de outros não muito remotos em que as equi­pas de maior gabarito
se apresentavam nestes «particulares» a actuar ao «ralenti»—foi uma constan­te, com os portistas a darem
uma verdadeira li­ção de profissionalismo aos jovens do clube local.

Na verdade, os «dra­gões» encararam o desafio com uma determinação nada comum quando em
presença de jogos desta natureza.

Locais mereciam um «golito»

Com uma equipa que pese as ausências dos «suecos» estava recheada de valores — alguns cheios
de experiência, ca­sos de Zé Beto, Celso, Eduardo Luís, Quim, Fras­co, Juary, Semedo e Jorge Plácido — o F.
C. Porto não encontrou grandes difi­culdades para vencer por um resultado dilatado.

Verdadeiramente, répli­ca deu-a a equipa de Francisco Nóbrega até ao intervalo. Nesse período,
enquanto as forças não se esgotaram os feirenses, mesmo sofrendo um maior assédio atacante dos
campeões europeus, ainda foram capazes de criar alguns problemas à defensiva portista.

Já depois do 0-2, por duas vezes, primeiro por Pedro Martins e depois por Santos, Zé Beto — que

94
perto do termo do encontro executou excelente defesa a remate de Guedes poderia ter sido batido mas de
ambas as vezes os remates dos dianteiros locais erraram o alvo.

No período complementar, com o desgaste físico dos homens da casa a evidenciar-se com nitidez o
«score» foi subindo, podia até atingir números mais dilatados pelo que, sem surpresa, o F. C. P acabou por
não encontrar muitas dificuldades para construir o resultado, talvez porque que todos os jogadores — e
Ivic não nenhuma substituição se aplicaram como se jogo oficial se tratasse.

Em suma, um dia festa para o Feirense, nem a chuva nem o conseguiram ensombrar.

Destaque, ainda, a distinção de que foram alvo por parte da Direcçã clube local, José da Glória,
“dirigente”, Marcolino de Castro , «o dirigente dos dirigentes », Licínio Milheiro «capitão dos capitães
Ernesto Campos, associado n.° 1 e, ainda, Américo Ribeiro, dirigente do Clube já há 36 anos!

Na terceira passagem pela 1.ª Divisãao na época de 1989/80, Feirense e Futebol Clube do Porto,
defrontaram-se na 9.ª e 26.ª jornada.

19 Novembro 1989 — Estádio Marcolino de Castro

15.000 Espetadores

Feirense,1 – Porto, 4

Árbitro: Rosa Santos (Beja).

FEIRENSE: Rufino; Licínio, Valido (Carlos Rui aos 62) , Marcelino e Pedro Miguel; Pina (Quitó aos 31)
, Resende e Artur; Pedro Martins, Ribeiro e João Luis.

Treinador: Henrique Nunes.

F.C.PORTO: Vítor Baía; Bandeirinha, Geraldão (Paulo Pereira aos 57), Branco e Stéphane Demol;
João Pinto, Semedo (Nascimento aso 58) e António André; Rabah Madjer, Rui Águas e Jorge Couto.

95
Treinador: Artur Jorge

Marcadores: Geraldão (6), Rabah Madjer (27, 53 e 84) e Joao Luís (69)

1 de Abril de 1990 — Estádio das Antas

20.000 espetadores

Porto, 3 – Feirense, 1

Árbitro: José Filipe (Faro)

F.C. PORTO: Vítor Baía; Stéphane Demol, Paulo Pereira, Geraldão, João Pinto (Abílio aos 8 e
Nascimento aos 53) , Jaime Magalhães e Semedo; Jorge Couto, Rabha Madjer e Rui Águas.

Treinador: Artur Jorge

FEIRENSE: Ricardo; Marcelino, Licínio (Quitó aos 45), Pedro Miguel e Morgado; Costa, Pinto e
Pedro Martins, Couto, Artur e Rendeiro /Ribeiro aos 75) .

Treinador: Henrique Nunes

Marcadores: Rabah Madjer (6, 48 e 72), Pedro Miguel (60)

1990 - 1991 Porto e Feirense disputam meias-finais na Taça de Portugal

Na época de 1990/91 o Feirense disputa as meias-finais da Taça de Portugal com o Futebol Clube do
Porto. Após o empate no fim do prolongamento forçou o segundo jogo no estádio das Antas onde acabou
por ser eliminado.

96
1 de Maio de 1991

Estádio Marcolino de Castro em Santa Maria da Feira (1.ª mão)

Árbitro: Pinto Correia (Lisboa)

Feirense, 1 — Porto, 1 a.p

FEIRENSE: Vítor Alves; Licínio, Daniel; Quim e Pedro Miguel; Pinto, Pedro Martins (Manuel António
aos 97) e Quitó (Ribeiro aos 81); Artur, Júlio Sérgio e João Medeiros

Treinador: Prof. Nery

F.C. PORTO: Vítor Baía; João Pinto (Stéphane Paille aos 105), Aloísio, Paulo Pereira e Fernando
Couto; Lubomir Vlk, Jorge Couto (Jaime Magalhães aos 72) e Semedo; António André, Domingos Paciência
e Baltazar.

Treinador: Artur Jorge

Marcadores: Pinto (104) e Domingos Paciência (112)

97
9 de Maio de 1991 — Estádio das Antas (2.ª Mão)

Árbitro: Vítor Correia (Lisboa)

FC Porto, 2 – Feirense, 0

F.C. PORTO: Vítor Baía; Lubomír Vlk, Paulo Pereira, Aloísio, Fernando Couto; João Pinto, Jaime
Magalhães e Semedo; Abílio, Jorge Couto e Domingos.

Treinador: Artur Jorge

FEIRENSE: Vitor Alves; Licinio, Daniel, Pedro Miguel e Quim; (Pinto (Ribeiro aos 47 minutos), Artur
e Quitó; Pedro Martins, Julio Sergio e Lima Pereira, aos 72 mintutos.

Treinador: Pedro Nery

MARCADORES: Joao Pinto (6), Domingos Paciência (30)

98
1995/96, o Futebol Clube do Porto sofreu a bem sofrer frente ao União de Lamas55

Na Taça de Portugal, o União de Lamas só entrou em jogo na terceira eliminatória, conforme


estipulado no regulamento da prova, deslocando-se a Fafe para defrontar a equipa local, vencendo (3-0).
De seguida, de novo fora de portas, viajou até Torres Novas, decidindo de novo a eliminatória a seu favor,
com um concludente (3-1).

Na eliminatória seguinte, disputada no dia 10 de Janeiro de 1996, por capricho do sorteio, o União
de Lamas teve de defrontar o vencedor da edição anterior, o F. C. Porto.

10 de Janeiro de 1996 — Estádio das Antas

Futebol Clube do Porto, 0 – União de Lamas, 0

Jogo no Estádio das Antas, no Porto

Árbitro: António Costa, de Setúbal auxiliado por Luis Vilhena e Joao Tomates.

Ação disciplinar: Cartão amarelo: Paulinho Santos (56 m), Fernando Gomes (89) e Silvino (120 m).

F.C. PORTO: Silvino; João Pinto, João Manuel Pinto, Semedo (Emerson aos 77) e Bandeirinha;
Jorge Couto (Edmilson aos 77), Bino e Paulinho Santos; Folha, Quinzinho e Rui Barros (Domingos aos 77)

Treinador: Boby Robson

U. LAMAS: Rui; Bessa, Rui Ferreira, Tozé e Pinto; Neves, Carlos Filipe (Ricardo Jorge aos 60) e
Jorge Silva; Luís Miguel (Edgar aos 63), Mendes (Fernando Mendes aos 65) e Bismark.

Treinador: Jaime Pacheco.

55 81 Anos de História. Clube de Futevol Uniao de Lamas – 1932-2013

99
Acompanhado de alguns milhares de adeptos, o União deslocou-se às Antas, complicando a
eliminatória e mantendo até final do tempo regulamentar e depois no prolongamento um imprevisível,
mas justo zero a zero, tendo, por Isso, sido necessário um segundo jogo, desta vez no estádio
Comendador Henrique Amorim.

No jogo das Antas, aos 119 minutos, o árbitro da partida, António Costa, assinalou e bem, grande
penalidade contra o F. C. Porto, por derrube a Edgar na área de Silvino.

Jorge Silva chamado a converter o castigo máximo, atirou à barra da baliza do F. C. Porto, falhando
no último lance do encontro, a possibilidade do U. Lamas eliminar o detentor do troféu da época
passada na sua própria “catedral”, e ficar para a história da taça de Portugal.

Saliente-se que os atletas, Bessa, Carlos Filipe, Ricardo Jorge e Edgar, que fizeram parte da equipa

100
do União, eram atletas emprestados pelo F. C. Porto.

25 de Janeiro de 1996

Estádio Comendador Hnerique Amorim

12.000 espetadores

União de Lamas, 1 – Futebol Clube do Porto, 3

Árbitro: Lucílio Batista, de Setúbal, auxiliado por Joao Esteves e José Peixoto.

Ação disciplinar: Cartão amarelo: Neves (41 m), João Pinto (50 m), e Rui Barros (52 m)

U. LAMAS: Rui Ferreira I (Tó Zé II, aos 82); Bessa, Rui Ferreira II, To Zé I e Pinto; Neves, Ricardo
Jorge, Carlos Filipe e Jorge Silva; Bismark (Luís Miguel aos 45), Mendes (Fernando Gomes aos 73).

Treinador: José Dinis

F.C.PORTO: Vítor Baía; João Pinto, João M. Pinto, Aloísio e Rui Jorge; Émerson, Lipsei (Bino aos 69)
e Edmilson; Rui Barros (Latapy aos 53), Drulovic (Jorge Couto aos 53) e Domingos.

Treinador: Boby Robson

Marcadores: Domingos (2), Drulovic (1) e Edgar (1).

Na segunda-mão, o treinador inglês Boby Robson veio a Santa Maria de Lamas com toda a sua
artilharia, e assim venceu o União de Lamas por 3-1, num estádio a rebentar pelas costuras.

101
102
A época de 2011/2012, regista-se a 4.ª presença do Feirense na 1.ª Divisão

18 de Setembro de 2011 — Estádio: Municipal de Aveiro

56

Feirense, 0 – Porto, 0

FEIRENSE: Paulo Lopes; Pedro Queirós, Luciano, Nuno Henrique, Mika, Varela, Sténio (Cris, 57),
Miguel Pedro (Ludovic, 65), Diogo Cunha (André Fontes, 78), Carlos Fonseca e Rabiola. (Suplentes:
Douglas, William, Ludovic, Cris, Stopira, Siaka Bamba e André Fontes).

Amarelos a Diogo Cunha (16), Pedro Queirós (29) e Rabiola (90+2)

56 Árbitro: Bruno Esteves Setúbal


Terras Feira, 19 de Setembro de 2011

103
Treinador: Quim Machado

F.C. PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Mangala, Sapunaru (Djalma, 82), Guarín, João Moutinho,
Belluschi, James Rodrigues, Cristian Rodriguez (Defour, 69) e Kléber (Varela, 46).

Amarelos a Fucile (44), Mangala (66), Rolando (72), . Cartão vermelho directo para James (90+2)

Treinador: Vitor Pereira

Feirense e FC Porto empataram sem golos no Estádio Municipal de Aveiro em jogo da nona jornada
da 1ª Liga que teve uma segunda parte viva e emocionante com inúmeras oportunidades de golo para
ambas as equipas.

57

57 idem

104
26 de Fevereiro de 2012 — Estádio do Dragão

FC Porto, 2 – Feirense, 0

O guarda-redes do Feirense adiou ao máximo o golo dos dragões, defendendo até uma grande
penalidade de Hulk.

Árbitro: João Ferreira de Setúbal

F. C. PORTO: Helton, Sapunaru, (Djalma, 66’), Maicon, Rolando, Álvaro Pereira, Fernando, Lucho,
João Moutinho (Defour, 77’), Varela (James Rodriguez, 29’), Janko e Hulk.

Treinador: Vitor Pereira.

FEIRENSE: Paulo Lopes, Pedro,Queirós, Varela, Luciano,Serginho, Sténio, Cris (Thiago Freitas,
85’), Hélder Castro,Miguel Pedro (Siaka Bamba, 71’),Diogo Cunha (Fonseca, 77’) e Buval. Treinador: Quim
Machado.

Disciplina: Amarelos a Miguel Pedro (42’), Hélder Castro (44’), Fonseca (78’) e vermelho directo a
Luciano (58’).

Ao intervalo: 1-0. Marcadores: Maicon (68’) e James Rodriguez (72’)

A Figura: Paulo Lopes

Foi absolutamente notável durante todo o jogo. Vale a pena registar: defesa em voo

a livre de Hulk (43 minutos), defesa a remate de James que levava selo de golo (45), voo e palmada
para canto a pontapé de Janko (50), grande penalidade defendida (59), duas defesas consecutivas a
tentativas de James e Janko (61).

Adiou até ao limite do suportável o primeiro golo do F.C. Porto. Nada a fazer no 1-0, nada a fazer no 2-0.

105
58

Época 2015/2016 — Taça de Portugal

16 de Dezembro de 2015

Feirense, 0 – Porto, 1

Jogo no Estádio Marcolino de Castro, em Santa Maria da Feira

Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)

FEIRENSE: Makaridze, Sérgio Barge, Icaro,Nuno Diogo, Serginho, Cris, Rúben Oliveira (Micael Freire,
58 Terras da Feira, 27 de Fevereiro 2012

106
75), Vasco Rocha, Fabinho (Vieirinha, 90), Erivaldo (Kukula, 55) e Platiny.

Treinador: Pepa.

FC PORTO: Helton, Layun, Maicon, Martins Indi, José Angel, Danilo Pereira, Sérgio Oliveira (Rúben
Neves, 80), Evandro (Brahimi, 90), Tello (Corona, 63), Bueno e Aboubakar.

Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 0-1.

Marcador: 0-1, Aboubakar, 10 minutos.

Acção disciplinar: Cartões amarelos para Sérgio Barge (23), Evandro (26), Serginho

(53), Helton (89).

O Feirense foi afastado da Taça de Portugal pelo FC Porto na última quarta-feira, num jogo que
terminou com uma derrota para os fogaceiros, mas que deixou bons indícios quanto às capacidades da
equipa dirigida pelo treinador Pepa59.

60

59 Idem. Vitor Hugp Carmo


60 Terras da Feira. 21 de Dezembro de 2015

107
27 de Janeiro de 2016 — Taça da Liga — 1.º Taça CTT 2015/2016 

Fase de Grupos Grupo A

Árbitro:  Cosme Machado de Braga

Feirense, 2-Porto, 0

FEIRENSE: Dele Alampasu; Ícaro Silva, Agostinho Carvalho, Mika (Serginho aos 80) e Diogo Almeida
(Rafael Porcelis aos 81) ; Sérgio Semedo, Filipe Vieirinha e Hélder Castro; Sunday Emmanuel (Micael Freire
aos 57), Alí Meza e Kukula.

Treinador: Pepa

F.C. PORTO: Helton; Victor Garcia, Maicon,Chidozie Awaziem e José Ángel;Ruben Neves, Sérgio
Oliveira e Giannelli Imbula; Silvestre Varela, André Silva e Suk Hyun-jun.

Treinador: José Peseiro

Marcadores: Helder Castro (39) e Rafael Porcellis (89)

Feirense alcança resultado histórico com o FC Porto.

O Feirense alcançou um resultado histórico ao vencer o FC Porto em casa por 2-0 na última jornada do
Grupo A da Taça da Liga. Uma vitória que fica para a história com os golos do Feirense a serem apontados
por Hélder Castro e Porcellis.

No quinto reggresso à 1.ª Liga, Liga NOS em 2016/17, O Feirense tornou-se na equipa sensação
do Campeonato, apó Nuno Manta Santos ter tomado as rédeas do comando da equipa azul de Santa
Maria da Feira.

108
11 de Dezembro de 2016 — Estádio Marcolino de Castro

Jornada 13 — 4635 Espetadores

Feirense, 0 – Futebol Clube do Porto, 4

Árbitro: Luís Ferreira (POR)

FEIRENSE: Vaná; Jean Sony (Igor Platiny aos 52), Sérgio Barge, Ícaro Silva, Flávio Ramos; Alex
Kakuba, Ricardo Dias e Tiago Silva (Cris aos 60) ; Luís Aurélio; Peter Etebo e Tasos Karamanos (Luis Rocha
aos 70).

Treinador: José Mota

F.C. PORTO: IKer Casillas; Maxi Pereira, Ívan Marcano, Felipe e Alex Telles; Danilo Pereira, Olíver
Torres (André André aos 65) e Jesús Corona (Héctor Herrera aos 56) ; André Silva (Rui Pedro aos 70),
Yacine Brahimi e Diogo Jota .

Treinador: Nuno Espírito Santo

109
29 de Dezembro de 2016

Estádio do Dragão — Taça CTT 2016/2017

Fase de Grupos Grupo B  - 41305 Espetadores

Futebol Clube do Porto, 1 – Feirense, 1

Árbitro: João Pinheiro

F.C.PORTO: José Sá; Maxi Pereira, Willy Boly, Iván Marcano e Alex Telles; Rúben Neves, João Carlos
Teixeira (Olíver Torres aos 79)e Héctor Guerra (Rui Pedro aos 79) ; Jesús Corona, Laurent Depoitre e Yacine
Brahimi.

Treinador:Nuno Espírito Santo

61

61 http://cdn.record.pt/images/2016-12/img_770x433$2016_12_29_21_16_38_1201772.jpg

110
FEIRENSE: Vaná Alves; Sérgio Barge, Luís Rocha, Flávio Ramos e Vítor Bruno; Sérgio Semedo
(Ricardo Dias aos 69), Cris e Fabinho (Paulo Monteiro aos 92) e Luís Machado (Jean Sony aos 81) ,Peter
Etebo e Igor Platiny.

Treinador: Nuno Manta Santos

Ao intervalo: 0-0

Marcadores: Iván Marcano (49) e Flávio Ramos( 74))

111
23 de Abril de 2017 — Estádio do Dragão

Liga Nos

Porto, 0 – Feirense, 0

Árbitro: Rui Costa, auxiliado por Tiago Costa e Miguel Aguilar

F.C. PORTO: Casillas, Marcano, Alex Teles, Maxi Pereira e Filipe; Diogo Jota, Danilo pereira, André André
(Hector Herrera aos 66) e Oliver Torres (Octávio aos 46) , Tiquinho Soares e André Silva (Rui Pedro aos 66).

Treinador: Nuno Espírito Santo

FEIRENSE: Vaná; Vítor Bruno, Icáro; Cris, Tiago Silva (Babanco aos 76) , Jean Sony; Edson Farias,
Karamanos (Luís Aurélio aos 80) , Luís Machado (Ricardo Dias aos 80) e Peter Etebo.

Treinador: Nuno Manta Santos

Açao disciplinar: Cartões amarelos: Jean Sony (52); Tiago Silva (59), Luis Machado (63), Flávio (64),
Edson Farias /74) e Babanco (85).

Grande exibição do guarda-redes do Feirense foi decisiva no empate. O FC Porto empatou este sem
golos com o Feirense, no Dragão, num jogo onde a equipa estava expressamente proibida de perder
pontos para recuperar terreno em relação ao líder Benfica,

112
113
ELEIÇÕES DE 1982
UM RECORD MAIS DE 95% DOS VOTOS

O INÍCIO DA CAMINHADA TRIUNFAL DE


JORGE NUNO PINTO DA COSTA
Salientado por toda a Imprensa especializada ou não a verdade é que o acto eleitoral teve uma
participação notável: Em 1978 votaram 2000 associados e num sufrágio em 1980 apenas 1800. Em
1957 havia-se registado uma votação que levou às urnas 4640 votos.”

62

Ultrapassou-se tudo. Votaram agora 5028 associados que atribuíram os seus votos assim:

62 Jorge Nuno Pinto da Costa no acto de voto em que foi eleito pela primeira vez

117
Mesa da Assembleia Geral: 4620; Direcção :4637 e Conselho Fiscal: 4698

Conselho Superior: Lista A: 667; Lista B:3698

A lista encabeçada por Fernando Sardoeira Pinto, Jorge Nuno Pinto da Costa e Manuel Borges obteve,
nas urnas, uma votação que ultrapassou os 95% dos votos validamente expressos. Nao há memória.

UMA «EQUIPA» JOVEM

É Importante que o associado ou o simples adepto saiba quem são os homens que dirigem a vida
do Clube. Quem são? O que fazem? São velhos sócios ou «novatos»? Têm que funções? Afinal quem irá
governar o F. C. do Porto até 1983?

Por agora aí fica apenas a listagem acrescida das profissões. Atente-se, sobretudo, na juventude
desta «equipa» adulta — 40 anos é a média de idades!

ASSEMBLEIA GERAL: Presidente:Dr. Fernando Arnaldo Sardoeira Pinto – advogado; Vice-Presidente:Dr.


Miguel Ângelo Bismark- advogado; 1.º Secretário: Sebastião António Andrade Casaca – bancário e 2.º
Secretário:Delfim de Sousa Barbosa - técnico de vendas

DIRECÇÃO: Presidente: Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa - administrador de empresa; Vice-
Presidentes: Alexandre José Silva Rodrigues Magalhães - industrial; Álvaro José Pereira Pinto Júnior —
comerciante; Dr. Pôncio Pereira Monteiro — economista; e Rui Augusto Lima Almeida Baptista — comerciante;
Director Tesoureiro: Carlos Luís Lamas Pacheco técnico de contas; Director da Contabilidade— José Carlos
Castro Mota — técnico de contas; Directores: Abílio José Pinto Ferreira Lemos - técnico de vendas; Dr.
Adelino Mário Resende Barbosa - médico; Alcídio Silva Figueiredo —- profissional de seguros António Pereira
Dias Fortes - comerciante; Eng.° Armando Alberto Ferreira Pimentel - eng.° agrónomo; Eduardo Manuel
Poças Ferreira-aj. despachante oficial; Fernando Vasconcelos - industrial; Ilídio Borges Pinto - comerciante;
Jorge Rodrigues de Freitas- industrial; José Alípio Ferreira Oliveira - prof. Ensino Oficial; José Carlos Leal
Ribas — administrador de empresa; Dr. José Manuel Dias Cunha prof. Ensino Oficial; Júlio Manuel Oliveira

118
Sousa Marques industrial; Eng.° Manuel da Costa Marques Rola – industrial: Manuel Fausto de Sousa e
Silva -profissional de Seguros; Óscar Silva Cruz — industrial: Óscar Rodrigues Borges de Freitas — industrial:
Raul Manuel de Lourdes Peixoto — bancário e Dr. Teófilo Folhadela Melo Peixoto — diretor bancário.

CONSELHO FISCAL, CONTENCIOSO E DE SINDICANCIA

Presidente: Manuel Pinto Borges - comerciante; Vice-Presidente: Dr. José Varela Teixeira Pinto
- economista; Secretário: Dr. José Guilherme Saraiva de Oliveira Aguiar — advogado; Relatores de
ContasManuel Lopes da Silva — revisor de contas e Adriano Fernando Gomes da Rocha — técnico de
contas; Relator de Contencioso : Dr. José Êstèváo Valente Martingo –advogado e Relator de Sindicância:
Dr. Manuel Luís Vicente Camanho Veiga- advogado

SUPLENTES: Dr. António Manuel Pelicano Borges - médico e Joaquim Fernandes de Araújo –
comerciante.

CONSELHO SUPERIOR

Por excelência órgão consultivo do clube, o Conselho Superior ficou com a seguinte composição:
Óscar Valente Sarabando da Rocha; Fernando Adelino Mavigné Barbot Fernandes Costa; Manuel Francisco
do Couto; Henrique José de Carvalho; Dr. Luís Clemente Ramos Oliveira de Sá; Alexandre José da Silva
Rodrigues Magalhães; Mário da Silva Martins Mano; Dr. José Luís Costa Pinto Leite; António Augusto
Almeida Vaz Pinto e Firmino Teixeira Machado.

SUPLENTES: Álvaro José Pereira Pinto; Artur Domingos Mendes Sousa Basto; César Augusto
Carvalho Brites; Fernando Salvador Teixeira Gonçalves; Jorge Manuel Barbosa Pereira Dias; Dr. Aurélio
Nogueira da Costa; Manuel Filipe da Silva Fernandes; Alberto Jorge Barros Dias; Joaquim Fernandes dos
Santos Carvalho; Joaquim Soares Gomes; Narciso Rui Pinto Marinho; Felisberto Ferreira Querido; Baltasar
Rodrigues Pedrosa e Castro; Dr. Duarte Costa Gonçalves Sá e Henrique Fernando da Cunha do Amaral.

119
PERFIL DO PRESIDENTE JORGE NUNO PINTO DA COSTA

Às seis horas da manhã de 28 de Dezembro de 1937, nasce na freguesia de Cedofeita, no coração


do Porto, o quarto de seis filhos de José Alexandrino Teixeira da Costa e de Maria Elisa Pinto: Jorge Nuno
de Lima Pinto da Costa.

Apesar de descender de uma família da alta burguesia e de fortes tradições culturais, em que o
futebol não tinha grande eco, desde cedo toma contacto com a modalidade através do tio, Armando
Pinto, fervoroso adepto do FC Porto, com quem assiste ao primeiro jogo no Campo da Constituição. Sem
grande sucesso, diga-se, porque o pequeno Jorge Nuno é engolido pela multidão e só consegue ver os
ataques em que a bola acaba nas bancadas. Fascinado pelo espectáculo, mais tarde acaba por conse-
guir assistir devidamente a um FC Porto-Sporting, com uma vitória portista por 1-0.

Torna-se o sócio número 26.636 do clube azul e branco e, quando termina o sétimo ano (actual
12.º), no Liceu Almeida Garrett, já trabalha na secção de hóquei em patins, em que entra pela mão do
presidente, Afonso Pinto de Magalhães. Organiza a secção em poucos anos, salva o boxe da extinção e
socorre outras modalidades amadoras, das quais se torna director, destacando-se pelo extraordinário
dinamismo.

Em 1976, convidado por Américo de Sá, chega ao Departamento de futebol e, em 1978, o FC Porto
consegue reconquistar o Campeonato Nacional, 19 anos depois. O ano anterior já tinha sido marcado
pela vitória na Taça de Portugal e o seguinte traria o bicampeonato nacional. Porém, ao fim de quatro
anos, incompatibiliza-se com Américo de Sá, no famoso Verão Quente de 1980, e decide afastar-se do
clube. As dificuldades que se vivem fazem emergir mais tarde um movimento de sócios liderado por Ar-
mando Pimentel, Álvaro Pinto e Neca Couto, no qual Pinto da Costa é convidado a participar e inclusiva-
mente a encabeçar uma candidatura à presidência do FC Porto.

Convicto de que iria ocupar o cargo de director do futebol, hesita num primeiro momento, mas
altera a decisão depois de uma conversa com a mãe, que, para grande surpresa do filho, o incentiva a
aceitar o desafio. Assim, a 17 de Abril de 1982, a lista encabeçada por Fernando Sardoeira Pinto (As-

120
sembleia Geral), Pinto da Costa (direcção) e Manuel Borges (Conselho Geral) é eleita com mais de 95
por cento dos votos, naquele que foi o acto eleitoral mais concorrido até então. Inicia-se um novo ciclo no
clube.

O FC Porto tem, em Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, o presidente mais titulado de todos os clubes
do Mundo. A grande distância encontram-se os míticos Santiago Bernabéu do Real Madrid e Josep Luíz
Nuñez do FC Barcelona.

121
Currículo Desportivo de Jorge Nuno Pinto da Costa

O Presidente mais titulado do Mundo63

• Director do F.C.Porto desde 1965

• Director do Departamento de Futebol de 1976 a 1980

• Presidente do F.C.Porto desde 1982

• Presidente do Conselho de Administração da F.C.Porto, Futebol SAD, desde 1997

• Presidente da Liga de Clubes de Futebol Profissional em 1995/96

• Membro da Assembleia Delegada do F.C.Porto de 1973 a 1975

63 Paulo Bizarro

122
Títulos Honoríficos

• Presidente Honorário do F.C.Porto (14/06/85)

• Sócio Honorário do F.C.Porto (09/11/79)

• Medalha de Mérito Desportivo (Maio de 1987)

• Medalha de Ouro da Cidade do Porto (24/06/87)

• Medalha de Mérito da Associação de Futebol do Porto

Títulos Conquistados no Futebol (96)

• Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões: 1986/87; 2003/04

• Taça UEFA/Liga Europa: 2002/03; 2010/211

• Supertaça Europeia: 1987/88

• Taça Intercontinental: 1987/88; 2003/04

• Campeonatos Nacionais: 1984/85; 1985/86; 1987/88; 1989/90; 1991/92; 1992/93;


1994/95; 1995/96; 1996/97; 1997/98; 1998/99; 2002/03; 2003/04; 2005/06; 2006/07;
2007/08; 2008/09; 2010/11; 2011/12; 2012/13

• Taças de Portugal: 1983/84; 1987/88; 1990/91; 1993/94; 1997/98; 1999/00; 2000/01;


2002/03; 2005/06; 2008/09; 2009/10; 2010/11

• Supertaças: 1981/82; 1983/84; 1984/85; 1986/87; 1990/91; 1991/92; 1993/94;


1994/95; 1996/97; 1998/99; 1999/00; 2001/02; 2003/04; 2004/05; 2006/07; 2009/10;
2010/11; 2011/12; 2012/13; 2013/14

• Campeonato Nacional da II Liga: 2015/16

• Campeonato Nacional de Juniores: 1981/82 ; 1983/84 ; 1985/86 ; 1986/87 ; 1989/90 ;

123
1992/93 ; 1993/94 ; 1997/98 ; 2000/01 ; 2006/07 ; 2010/11 ; 2014/15 ; 2015/16

• Campeonato Nacional de Juvenis: 1981/82 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1987/88 ; 1988/89 ;


1994/95 ; 1997/98 ; 2001/02 ; 2002/03 ; 2008/09 ; 2009/10 ; 2011/12

• Campeonato Nacional de Iniciados: 1985/86 ; 1987/88 ; 1996/97 ; 1997/98 ; 1999/00 ;


2001/02 ; 2004/05 ; 2006/07 ; 2010/11

• Campeonato Nacional de Infantis: 1987/88 ; 1992/93

Títulos Conquistados no Hóquei em Patins (106)

• Taça dos Campeões Europeus: 1985/86 ; 1986/90

• Taça das Taças: 1981/82 ; 1982/83

• Taça CERS: 1993/94 ; 1995/96

• Supertaça Europeia: 1986/87

• Campeonato Nacional: 1982/83 ; 1983/84 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1986/87 ; 1988/89 ;


1989/90 ; 1990/91 ; 1998/99 ; 1999/00 ; 2001/02 ; 2002/03 ; 2003/04 ; 2004/05 ;
2005/06 ; 2006/07 ; 2007/08 ; 2008/09 ; 2009/10 ; 2010/11 ; 2012/13

• Taça de Portugal: 1982/83 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1986/87 ; 1988/89 ; 1995/96 ; 1997/98 ;


1998/99 ; 2004/05 ; 2005/06 ; 2007/08 ; 2008/09 ; 2012/13 ; 2015/16

• Supertaça: 1983/84 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1986/87 ; 1987/88 ; 1988/89 ; 1989/90 ;


1990/91 ; 1991/92 ; 1995/96 ; 1997/98 ; 1998/99 ; 2004/05 ; 2005/06 ; 2006/07 ;
2007/08 ; 2008/09 ; 2010/11 ; 2012/13 : 2016/17

• Campeonato Nacional de Juniores: 1983/84 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1987/88 ; 1988/89


; 1989/90 ; 1991/92 ; 1993/94 ; 1994/95 ; 1995/96 ; 1999/00 ; 2002/03 ; 2004/05 ;
2005/06 ; 2009/10 ; 2010/11

124
• Campeonato Nacional de Juvenis: 1982/83 ; 1986/87 ; 1988/89 ; 1989/90 ; 1990/91 ;
1991/92 ; 1992/93 ; 1993/94 ; 1994/95 ; 1995/96 ; 2001/02 ; 2003/04 ; 2006/07 ;
2008/09

• Campeonato Nacional Iniciados: 1991/92 ; 2001/02 ; 2003/04 ; 2005/06 ; 2006/07 ;


2009/10 ; 2013/14

• Campeonato Nacional de Infantis: 1987/88 ; 1990/91 ; 1991/92 ; 2006/07 ; 2007/08 ;


2008/09 ; 2014/15

Títulos Conquistados no Andebol (40)

• Campeonato Nacional: 1998/99 ; 2001/02 ; 2002/03 ; 2003/04 ; 2008/09 ; 2009/10 ;


2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13 ; 2013/14 ; 2014/15

• Taça de Portugal: 1993/94 ; 2005/06 ; 2006/07

• Supertaça: 1994/95 ; 1999/00 ; 2000/01 ; 2002/03 ; 2009/10 ; 2013/14

• Taça da Liga: 2003/04 ; 2004/05 ; 2007/08

• Campeonato Nacional de Juniores: 1981/82 ; 1985/86 ; 1986/87 ; 1987/88 ; 1988/89 ;


2001/02

• Taça Nacional de Juniores: 1999/00 ; 2002/03 ; 2004/05

• Campeonato Nacional de Juvenis: 1981/82 ; 1985/86 ; 1986/87 ; 1999/00 ; 2000/01 ;


2004/05

• Campeonato Nacional de Iniciados: 2003/04 ; 2014/15

125
Títulos Conquistados no Basquetebol (54)

• Campeonato Nacional: 1982/83 ; 1995/96 ; 1996/97 ; 1998/99 ; 2003/04 ; 2010/11 ;


2015/16

• Taça de Portugal: 1985/86 ; 1986/87 ; 1987/88 ; 1990/91 ; 1996/97 ; 1998/99 ; 1999/00 ;


2003/04 ; 2005/06 ; 2006/07 ; 2009/10 ; 2011/12

• Taça da Liga: 1999/00 ; 2001/02 ; 2003/04 ; 2007/08 ; 2009/10 ; 2011/12

• Supertaça: 1987/88 ; 1996/97 ; 1998/99 ; 1999/00 ; 2003/04 ; 2010/11 ; 2016/17

• Campeonato Nacional da 2ª Divisão: 1996/97

• Próliga: 2013/14 ; 2014/15

• Troféu António Pratas: 2010/11 ; 2014/15

• Taça Hugo Santos: 2009/10 ; 2011/12 ; 2015/16

• Campeonato Nacional de Sub22: 1995/96 ; 1998/99 ; 2001/02

• Campeonato Nacional de Juniores: 1981/82 ; 1987/88 ; 1988/89 ; 1993/94 ; 1994/95 ;


1995/96 ; 1996/97

• Campeonato Nacional de Iniciados: 1989/90 ; 1999/00

• Campeonato Nacional de Juniores A: 1998/99 ; 1999/00

Títulos Conquistados na Natação (37)

• Campeonato Nacional Absolutos: 1981/82 ; 1982/83 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1986/87

• Campeonato Nacional Masculinos: 1981/82 ; 1983/84 ; 1984/85 ; 1987/88 ; 1989/90 ;


1990/91 ; 1991/92 ; 1998/99

• Campeonato Nacional Femininos: 1981/82 ; 1983/84 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1988/89;

126
1989/90; 1990/91; 1991/92; 1993/94; 1997/98; 1999/00; 2008/09; 2009/10; 2010/11;
2011/12; 2012/13; 2013/14; 2014/15 ; 2015/16

• Taça de Portugal: 2008/09 ; 2009/10 ; 2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13

Títulos Conquistados no Bilhar (93)

• Torneio Abertura 3 Tabelas: 2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13

• Campeonato Nacional 3 Tabelas Masculino: 1982/83 ; 1983/84 ; 1987/88 ; 1992/93 ;


1993/94 ; 1996/97 ; 1999/00 ; 2001/02 ; 2002/03 ; 2004/05 ; 2005/06 ; 2006/07 ;
2007/08 ; 2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13 ; 2013/14

• Campeonato Nacional Pool Masculino: 2000/01 ; 2001/02 ; 2002/03

• Taça de Portugal 3 Tabelas: 1983/84 ; 1993/94 ; 1994/95 ; 2001/02 ; 2002/03 ; 2003/04


; 2005/06 ; 2006/07 ; 2007/08 ; 2008/09 ; 2009/10 ; 2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13 ;
2013/14 ; 2014/15

• Taça de Portugal Pool Masculino: 2000/01 ; 2001/02 ; 2002/03

• Supertaça 3 Tabelas: 1993/94 ; 1996/97 ; 1999/00 ; 2000/01 ; 2002/03 ; 2003/04 ;


2005/06 ; 2007/08 ; 2008/09 ; 2009/10 ; 2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13 ; 2014/015 ;
2016/17

• Supertaça Pool Masculino: 2000/01 ; 2001/02 ; 2002/03

• Campeonato Nacional Pool Feminino: 1997/98 ; 2002/03 ; 2004/05 ; 2005/06 ; 2006/07 ;


2007/08 ; 2010/11 ; 2012/13 ; 2014/15

• Taça de Portugal Pool Feminino: 1997/98 ; 1998/99 ; 1999/00 ; 2001/02 ; 2002/03 ;


2003/04 ; 2004/05 ; 2006/07 ; 2007/08 ; 2008/09 ; 2011/12 ; 2014/15

• Supertaça Pool Feminino: 1997/98 ; 2002/03 ; 2003/04 ; 2004/05 ; 2006/07 ; 2007/08 ;

127
2009/10 ; 2010/11 ; 2011/12 ; 2012/13

• Campeonato Nacional de Snoker: 2015/16

• Supertaça de Snoker: 2016/17

Títulos Conquistados no Boxe (20)

• Campeonato Nacional por Equipas Seniores Consagrados: 1990/91 ; 1991/92 ; 1992/93 ;


1993/94 ; 1998/99 ; 2000/01 ; 2001/02 ; 2005/06 ; 2008/09 ; 2009/10 ; 2012/13

• Campeonato Nacional por Equipas Seniores Iniciados: 1995/96 ; 1998/99 ; 1999/00 ;


2001/02 ; 2002/03 ; 2012/13

• Taça de Portugal: 1998/99 ; 1999/00 ; 2000/01

Títulos Conquistados no Voleibol (9)

• Campeonato Nacional: 1985/86 ; 1987/88

• Taça de Portugal: 1986/87 ; 1987/88

• Campeonato Nacional de Juniores: 1981/82 ; 1983/84 ; 1984/85 ; 1985/86 ; 1986/87

Títulos Conquistados no Halterofilismo (5)

• Campeonato Nacional: 1988 ; 1990 ; 2002 ; 2003 ; 2005

Títulos Conquistados no Desporto Adaptado (38)

• Parelisia Cerebral - Futebol 7 - Taça de Portugal: 2003/04

128
• Parelisia Cerebral - Futebol 5 - Campeonato Nacional: 2004/05 ; 2005/06

• Paresilia Cerebral - Futebol 5 - Taça de Portugal: 1997/98 ; 2003/04

• Paralisia Cerebral - Natação - Taça da Europa: 2003/04

• Paralisia Cerebral - Natação - Taça de Portugal: 2003/04

• Mental - Basquetebol - Torneio Masculino: 2001; 2010

• Mental - Futebol de 5 - Campeonato Nacional: 2004/05

• Mental - Ténis de Mesa - Campeonato Nacional: 1988/99; 1999/00; 2000/01; 2003/04;


2005/06; 2006/07; 2008/09; 2009/10; 2012/13; 2013/14 ; 2014/15

• Mental - Ténis de Mesa - Taça de Portugal: 1998/99; 1999/00; 2005/06; 2007/08; 2008/09;
2009/10; 2010/11; 2011/12 ; 2014/15 ; 2016/17

• Mental - Ténis de Mesa - Supertaça: 2006/07; 2008/09; 2009/10; 2010/11 ; 2013/14 ;


2014/15

• Miopatia - Boccia - Campeonato de Portugal: 2013

Títulos Conquistados no Atletismo (5)

• Campeonato Nacional de Clubes em Pista Masculinos: 2001

• Campeonato Nacional de Clubes em Pista Femininos: 2010

• Campeonato Nacional de Clubes em Pista Coberta Femininos: 2010

• Campeonato Nacional de Clubes em Corta-Mato Femininos: 1982 ; 1983

Títulos Conquistados no Futebol de Praia (3)

• Taça Ibérica de Futebol de Praia: 2008 ; 2009

129
• Liga Nacional de Futebol de Praia: 2005

Títulos Conquistados no Ciclismo(2)

• Volta a Portugal: 2016

• Taça de Portugal: 2016

Títulos Conquistados no Hóquei em Campo (1)

• Campeonato Nacional da 2ª Divisão: 1985/86

São no total, nada mais nem nada menos do que 509 Títulos Nacionais e Internacionais de cariz
oficial!!!...

Jorge Nuno em presente numa Assembleia-geral do Feirense de 1981,antes de avançar


para a candidatura à presidência do F.C. Porto

Curiosa a presença de Jorge Nuno Pinto da Costa, na assembleia Geral do feirense de 26 de de


Junho, que marcou a eleição de um novo Presidente da Direção, Luís Gomes da Silva

Jorge Nuno Pinto da Costa64, como amigo do Feirense e da Vila da Feira, terra que se habituou
a respeitar e onde conta com muitos amigos Condiscípulo de Artur Brandão, assim conheceu o Fei­
rense. Aludiu ao facto do Feirense de­ver assentar os pés bem firmes na terra, para uma obra meritória,
levantan­do bem a cabeça para melhor alcançar o seu objectivo.

64 Correio da Feira 3 de Julho de 1981

130
ALMANAQUE DIRIGENTES, JOGADORES E TREINADORES
ACÁCIO CARNEIRO
Acácio António Duarte Carneiro, nasceu a 30 de Setembro de 1944 e jogava defesa.

Efetuou 67 jogos e marcou 3 golos na 1.ª Divisão

Representou o Futebol Clube do Porto (3), Feirense (1), Tirsense (3), Varzim (1)Chaves (1) e
Sporting de Espinho (3). Realizou 67 jogos na 1.ª Liga e marcou 4 golos.

133
ALBERTO CARVALHO

Alberto Fernando Gomes de Carvalho nasceu em 5 de Outubro de 1940, na freguesia de Nogueira


da Regedora, concelho de Santa Maria da Feira.
Representou, entre os anos de 1956 e 1968, as equipas do Académico (8), Flandria (Bélgica) e F.C. Por-
to (3).

Representou, entre 1957 (ano em que foi inscrito na Federação Portuguesa de Ciclismo) até
1964 o Académico F C; em 1965 a Flandria-Romeo, da Bélgica; e de 1966 a 1968 o F.C. Porto
Foi vencedor de várias provas como amador e como profissional, bem como campeão nacional.
Distinguiu-se especialmente nas Voltas a Portugal, onde normalmente era considerado favorito, não tendo
ganho qualquer delas, nalguns casos por azar manifesto.

134
Alberto Carvalho, foi vencedor de várias provas como amador e como profissional, bem como
campeão nacional e portador da camisola amarela em diversas etapas, no decurso de duas edições da
Volta a Portugal. Distinguindo-se precisamente por se ter conseguido impor na história dessa importante
competição, onde normalmente era considerado favorito nos idos anos da década de sessenta, apesar
de não ter ganho qualquer dessas Voltas, nalguns casos por azar manifesto. Ganhou contudo 4 etapas,
no decurso de sua participação nas Voltas em que entrou, tendo obtido um 3º lugar final (na Volta de
1961, em que foi portador da camisola amarela durante 3 etapas), um 4º lugar (na Volta de 1964, na qual
envergou a camisola amarela em 11 etapas), e um 7º lugar (na Volta de 1963), enquanto representou o
Académico. Já com a camisola do F C Porto obteve depois o 5º lugar (na Volta de 1966, em que venceu 1
etapa e foi o melhor classificado da equipa portista). 

Foi também Alberto Carvalho, como ciclista do F C Porto, campeão nacional de pista em anos
consecutivos. Após isso, treinou equipas amadoras de ciclismo (Oleiros e Feirense, por exemplo) e foi  ainda
vice-presidente e fundador da Escola de Ciclismo Fernando Carvalho.

Treinou equipas amadoras de ciclismo (Oleiros e Feirense, por exemplo) e é Vice-Presidente e


Fundador da escola de Ciclismo Fernando Carvalho (ciclista que é seu filho).

Linhagem Ciclo-Portista de Carvalhos: do avô ao neto! 65

Forte e resistente, como os carvalhos de porte nobre e de folhagem sempre revigorada, é rija a fibra
também de dois Carvalhos que em sucessivas gerações correram e correm de bicicleta em provas de
ciclismo de alta competição, passando o testemunho de avô ao neto – tal o caso de Alberto Carvalho e
António Carvalho. Dois valorosos ciclistas que, com décadas de anos de diferença se ligam pelo mesmo
desporto e pelo mesmo clube. Tendo o avô, Alberto Carvalho, vestido a camisola do F C Porto a partir de
1966, enquanto o neto, António, está agora a partir de 2016 a representar também o F C Porto. Com
cinquenta anos de permeio, dando assim continuidade, qual linha familiar, a essa autêntica linhagem
ciclista e portista como é esta dos Carvalhos, desde o avô ao neto.

65 PINTO, Armando. Memória Portista domingo, 31 de janeiro de 2016.

135
Assim, neste ano em que o ciclismo ganha nova atração com o regresso do F C Porto à prática dessa
modalidade veloz e atraente, vence o apreço que o ciclismo detém na família portista, com direito a se
fazer ligação do passado ao presente através da pujança patente nesta sucessão. Servindo de mote para
apresentação de um dos ciclistas portistas da atualidade, a propósito, na roda da recordação do patriarca
de tal linha hereditária.

No tempo do Alberto Carvalho os nomes dos ciclistas eram conhecidos do grande público, e mesmo
as caras nos eram familiares, pelo que víamos nos jornais. De cujo acervo guardamos muitas imagens
recortadas de páginas que nos ligavam a esses ídolos das estradas, e só não chegamos a juntar mais
porque muitas foram usadas nas caricas, ou seja, coladas a capsulas de garrafas de cerveja ou bebidas de
sumos, que serviam para uso em corridas da pequenada… servindo essas tampas metálicas de imaginárias
bicicletas, com que lançávamos os nossos, a toque de arremesso com os dedos, para ganharem aos dos
outros… Depois, com o desaparecimento do F C Porto das corridas de bicicletas, mais tarde seguido
pelos outros rivais clubes grandes, os ciclistas eram referidos na comunicação mas passavam quase
despercebidos de nossas atenções. Até que agora nos volta a despertar interesse e passamos a conhecer
os nossos ciclistas, com o F. C. Porto de novo a dar ao pedal. Em cuja equipa, além de todos os outros,
nos chama a atenção o facto de haver um ciclista que é neto dum antigo ciclista do F. C. Porto. O António
Carvalho, neto de Alberto Carvalho, filho de uma filha de Alberto Carvalho.

A tradição ciclista da família Carvalho, que vem de gerações sucessivas, havia começado nos anos
quarenta, do século XX, obviamente, com Joaquim Carvalho, ciclista que corria pelo Académico do Porto.
Tendo depois seu filho, também Joaquim, lhe seguido as andanças. Até que seu irmão Alberto, o mais
novo irmão deste Joaquim, igualmente seguiu na roda familiar e passou a correr com a camisola branca
da coletividade academista da portuense rua de Costa Cabral. E então Alberto, depois de ter  iniciado sua
carreira ainda nos anos cinquentas, atingiu lugares cimeiros das mais importantes provas, passando a ser
o mais conhecido nessa era  de tal família de ciclistas. A pontos de ter sido nos anos sessentas um dos
candidatos a vencer a Volta a Portugal. Bem como, volvidos tempos, correu no estrangeiro ao serviço da
Flandria, em virtude de ter despertado a cobiça daquela equipa belga pelo seu desempenho na Volta a

136
Portugal em que a mesma formação também competiu. Para, finalmente, ter por fim regressado a Portugal
com acrescido reconhecimento de ter passado a representar as cores do F.C. do Porto.

Após isso continuou a sucessão familiar com Fernando Carvalho, filho de Alberto e sobrinho de
Joaquim, que, como o F C Porto não tinha ciclismo, representou equipas de firmas e tão boa conta deu que
venceu uma Volta a Portugal, ao serviço de equipa existente ao tempo, denominada Ruquita/Feirense.
Com prestígio que levou depois à criação duma escola de ciclismo para jovens praticantes, em cuja linha
veio a surgir um novo rebento da mesma tradição famíliar, através do jovem António Carvalho, sobrinho de
Fernando e neto de Alberto. O mais jovem Carvalho que veio a ser o vencedor da Volta do Futuro em 2013
e vencedor do Prémio da Montanha na Volta a Portugal de 2014 e do Grande Prémio JN em 2015. Até que
em 2016 passa a vestir a camisola do F C Porto, tal como aconteceu com seu avô.  

Eis assim essa história familiar, de tão vincada tradição, e, com honra e glória, perante o caso do avô
Alberto e o neto António terem conseguido vestir a camisola de seu e nosso clube, o traje de ciclismo do
F C Porto.

137
ALFREDO PAIS

Alfredo Pais nasceu no dia 11 de fevereiro de 1922 em Manaus, Brasil.

Apesar de ter nascido em terras brasileiras, este defesa central tinha nacionalidade portuguesa
e ingressou ainda jovem no Futebol Clube do Porto (10)após passagem pelo Paços de Brandão (1941-
1942), no início da temporada de 1942/43, onde esteve até 1952. Estreou-se em 3.1.1943 numa vitória
frente ao Leixões. Era treinador o húngaro Lipo Herczka.

138
Palmarés

5 Campeonatos do Porto; 1 Taça Associação de Futebol do Porto

Vestiu a camisola dos Dragões durante onze épocas, com a qual viveu momentos de glória. Um deles
foi a brilhante vitória do F.C. Porto sobre o Arsenal F.C. Os ingleses eram na época considerados como
a melhor equipa do mundo e estavam em Portugal para realizarem dois jogos. O primeiro foi em Lisboa
onde golearam o S.L. Benfica, alguns dias depois, a 6 de maio, deslocaram-se à cidade Invicta para medir
forças com os portistas, aos 20 minutos de jogo os azuis e brancos já venciam por 3-0, os londrinos ainda
reduziram para 3-2 mas não conseguiram impedir o triunfo dos companheiros de Alfredo Pais que assim
entraram para a história do clube ao escreverem uma das suas mais brilhantes páginas.

139
Outro momento alto na carreira de Alfredo Pais enquanto jogador do F.C. Porto aconteceu no
dia 28 de maio de 1952, dia da inauguração do Estádio das Antas.

Alfredo Pais conquistou também por 5 vezes o Campeonato do Porto e a Taça Associação
Futebol do Porto em 1947/48.

No final da temporada de 1952/53 deixou o F.C. Porto e terminou a sua carreira.

140
AMÉRICO

Américo Ferreira Lopes , nasceu Santa Maria de Lamas, 6 de Março de 1933 e foi guarda-redes.

Épocas no Futebol Clube do Porto: 13. (52-54) e 59-69. Estreia em 21-12-1952 em Évora, frente ao
Lusitano na vitória por 3-0. O treinador era o argentino Lino Taioli. Os adeptos que o viram jogar nunca se
vão esquecer de Américo. Era guarda-redes e brilhava a grande altura. Na selecção que jogou o Mundial
de Inglaterra em 1966 conhe­cida por “Magriços” o FC Porto tinha apenas dois jogadores- um deles era
Américo. Foi campeão pelo FC Porto em 1959. Era treinador o famoso Yustrich e Américo estava a chegar
à equipa principal do FC Porto. Na baliza reinava Pinho. Américo seria o senhor das balizas durante a
década de 60, uma época marcada por um quase deserto de títulos. Ainda assim, brilhava a grande altura,

141
era sólido como uma rocha, elástico quando as bolas eram mais apertadas e mantinha-se imperturbável
assumindo o estatuto de líder da equipa. Os seus dotes eram reconhecidos e na selecção para o Mundial
de 1966, que ficou na história, Américo lá estava junto de outros dois guarda-redes, José Pereira e
Carvalho. Com Festa formou o duo representante do FC Porto nessa equipa denominada de “Magriços”
que alcançou o terceiro lugar em Inglaterra. Américo foi a Inglaterra mas não jogou. Manteve-se sempre
a suplente. Falou-se por essa altura numa tremenda injustiça, mas sabe-se como até ao final da década
de 70, a equipa nacional era dominada por jogadores do Benfica e do Sporting. Nem por isso deixou
de contribuir para a magnífica presença nesse Mundial de Inglaterra, o terceiro lugar, que iria projec­tar
Eusébio da Silva Ferreira. No ano seguinte, Américo sorria de novo como titular, ao ven­cer pelo FC Porto
a Taça de Portugal numa final emocionante frente ao Vitória de Setúbal (2-1). Com magníficas exibições
durante anos na baliza do FC Porto, Américo preenche o imaginário de muitos adeptos portistas que se
lembram de o ver “voar” entre os postes66.

Américo Lopes foi um dos três portistas que integraram o grupo dos 22 célebres “magriços” que
realizaram a campanha do Campeonato do Mundo de 1966, em Inglaterra. Não foi utilizado, um facto de
que o seleccionador nacional se confessou arrependido alguns anos mais tarde.

Américo fez praticamente a travessia do deserto do F.C. Porto durante quase uma década, mas antes
tudo começou com algum sucesso. Quando o F.C. Porto conquistou o título nacional de 1958/59, sob o
comando de Bella Guttmann, Américo tinha acabado de chegar ao clube. Era o terceiro guarda-redes,
mas Manuel Pinho e o internacional Acúrsio ainda lhe permitiram realizar um jogo nessa temporada.
Em 1963/64 o lugar entre os postes já era seu e assim se manteve durante os cinco anos seguintes.
Rapidamente conquistou também um lugar na selecção, estreando-se na Suíça, em 1964, num jogo que
Portugal venceu por 3-2. Após ter revelado uma regularidade notável foi com alguma surpresa que não foi
utilizado nos jogos de apuramento para o Mundial de 1966 nem na fase final dessa competição. O futuro
encarregou-se de revelar o seu devido valor, quando o seleccionador nacional, passado alguns anos,
confessou que o seu único erro em Inglaterra foi não o ter colocado na equipa em vez de José Pereira

66 MAGALHÃES, Júlio. Memorial F.C.Porto 100 Glórias

142
quando retirou o sportinguista Carvalho.

Regressaria à selecção em 1967, fazendo então nove jogos consecutivos. Só cederia o posto para
o jovem Damas, no final de 1968. No F.C. Porto conquistou ainda uma Taça de Portugal, em 1968, tendo
realizado uma exibição notável na final. Para culminar a sua carreira, ainda nessa mesma temporada,
venceu a primeira classificação de regularidade alguma vez instituída em Portugal, o Prémio Somelos. No
final da época de 1969, com 36 anos, despediu-se do futebol.

Palmarés: Internacionalizações 15; Títulos conquistados Um Campeonato de Portugal, 7 Taças


Associação de Futebol do Porto e uma Taça de Portugal67.

Taça de Portugal, em 1968, tendo realizado uma exibição notável na final. “Américo ia atrás da bola
como um gato ia atrás de um rato”.

Para culminar a sua carreira, ainda nessa mesma temporada, venceu a primeira classificação de
regularidade alguma vez instituída em Portugal, o Prémio Somelos.

No final da época de 1969, com 36 anos, despediu-se do futebol.

Américo Lopes - 36º internacional: Estreou-se na Selecção nacional em 1964, na Suíça, num jogo em
que Portugal venceu por 3-2. Somou 15 internacionalizações.

67 Livros dos Craques. Porto

143
144
145
O futuro encarregou-se de revelar o seu devido valor, quando o seleccionador nacional, passado
alguns anos, confessou que o seu único erro, em Inglaterra, foi não o ter colocado na equipa em vez de
José Pereira, quando retirou o sportinguista Carvalho.

Regressaria à Selecção em 1967, fazendo então nove jogos consecutivos. Só cederia o posto
para o jovem Damas, no final de 1968. Américo foi incontestavelmente um dos melhores guarda-redes
portugueses de sempre.

Seria o senhor das balizas durante a década de 60, marcada por um quase deserto de títulos. Era
um guarda-redes sólido, seguro, temerário, elástico e imperturbável, assumindo o estatuto de líder da
equipa.

Atualmente é proprietário da Clínica da Boa Hora em S. Paio de Oleiros.

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AMÉRICO AMORIM

Américo Ferreira de Amorim nasceu em Mozelos, Santa Maria da Feira, a 21 de Julho 193468.

Nasceu em 21 de Julho de 1934, em Mozelos, no seio de uma família modesta. Conta-se que só
conheceu os primeiros sapatos quando fez a quarta classe. Um seu avô, porém, tinha, em finais do século
XIX, uma pequena fábrica de rolhas de cortiça, onde cedo começou a ajudar nas tarefas. O início da
fortuna alicerça-se, portanto, numa das poucas riquezas naturais do País: a cortiça. Charles de Gaulle,
Konrad Adenauer e Jacques Delors são as referências políticas deste empresário de génio, que gostava
de fazer uma fábrica por dia, e homem exuberante que desfruta sem qualquer complexo das coisas boas
que o dinheiro dá: herdades, caçadas e BMW. À galeria de homens que admira juntam-se outros não
menos conhecidos, por boas ou más razões, de gestores e empresários com os quais realizou no passado
alianças: Carlo de Benedetti, Robert Maxwell e Gérard Pelissan, Gérard Worms. Américo Amorim aprecia um

68

147
bom cozido à portuguesa, bem como bacalhau cozido. São confidências da mulher, Maria Fernanda, com
quem teve três filhas: Paula, Marta e Luísa. A sua agenda é preparada com um mês de antecedência o que
demonstra a sua racionalidade. ORIGEM: A fonte da sua fortuna é a cortiça. Embora um seu avô tivesse
tido um pequeno negócio, foi à terceira geração que o apelido Amorim se impôs, graças à genialidade de
Américo. É um ‘self made man’.

Terminou o Curso Geral do Comércio e ingressou na empresa de cortiça da família, cuja origem
remonta a 1870. Com os seus irmãos, participou na fundação da Corticeira Amorim, da Ipocork e da
Champcork, empresas do sector dos derivados da cortiça. Posteriormente tornou-se responsável executivo
da holding Corticeira Amorim, que controla as empresas corticeiras e afins.

Através de outra holding, a Amorim - Investimentos e Participações, estendeu os seus investimentos


aos sectores da energia, do turismo e da finança, sendo um dos principais accionistas do  Banco BIC
Português, a terceira maior instituição bancária de Angola. Em nome individual concentra participações
sociais de relevo na Galp Energia e no Banco Popular Español, onde é terceiro maior accionista.

É cônsul-geral honorário da Hungria em Portugal.

A 24 de Novembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe
Industrial, a 16 de Janeiro de 1997 foi feito 121.º Sócio Honorário do Ginásio Clube Figueirense e a 30 de
Janeiro de 2006 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Segundo a lista de 2010 da revista Forbes, Américo Amorim tornou-se no homem mais rico de


Portugal, com uma fortuna avaliada em 4,0 mil milhões de dólares, ultrapassando o até então mais
rico Belmiro de Azevedo. Em 2009, sua fortuna caiu 25%, para 2 mil milhões de euros, decorrente de
fraco desempenho em investimentos na área financeira, mantendo-se contudo como o mais rico do país.
[6]
 Na edição da Forbes de 2010, Américo Amorim surge na 212.ª posição na lista das personalidades mais
ricas do mundo, com uma fortuna avaliada em 4,0 mil milhões de dólares.

em 2011 é considerado novamente pela revista Forbes, o mais rico de Portugal e um dos 200
homens mais ricos do mundo. Amorim, vale 5 100 milhões de dólares (3 600 milhões de euros), mais 1

148
100 milhões (791 milhões de euros) do que os 4 mil milhões de dólares (2 800 milhões de euros) que
valia em 2010.

Em 24 de Agosto de 2011, Amorim, tendo sido questionado pelo Jornal de Negócios acerca da


disponibilidade para o pagamento de um imposto extraordinário sobre as grandes fortunas, declara não
considerar-se rico. “Não me considero rico. Sou trabalhador”, afirmou o empresário.

Em 2012 ocupa o segundo lugar das pessoas mais ricas de Portugal, depois de a sua fortuna cair
24,4% para 1,9 mil milhões de euros.[10]

Em 2015, Amorim é novamente o homem mais rico de Portugal, com uma fortuna avaliada em 2,5
mil milhões de euros e, em 2016, acima dos 3 mil milhões.

Américo Amorim não gosta de escrever, nem de ler. Curioso, porém: quando foi lançada a
‘Perestroika’ de Mickhail Gorbachev adquiriu 1000 livros e distribuiu-os aos amigos. Com dedicatória
e tudo: “Um dia vamos acordar com uma grande Europa de Lisboa a Moscovo.” Antes do 25 de Abril
já este empresário fazia negócios na Roménia e na antiga União Soviética. É outro dos nossos ricos
em intuição. PATRIMÓNIO: Grupo Amorim (43%), Corticeira Amorim, Amorim Hotéis, Inogi, Figueira
Praia, Vinho do Porto. O imobiliário é hoje um dos grandes negócios do grupo. O turismo, com
a aquisição do empreendimento Vila Lara, está também a reforçar-se como vector estratégico.
Integrou o Conselho Consultivo da SAD do Futebol Clubed o Porto.

149
ANTÓNIO CARVALHO
António Carvalho, o neto do ciclista Alberto Carvalho, representa o presente da família e está na
atualidade do F C Porto, como um valor reconhecido da equipa que encarna a valorização do ecletismo
portista, agora que o F. C. Porto volta a ter ciclismo de alto nível.

António Ferreira Carvalho, nasceu a 25 de Outubro de 1989, em São Paio de Oleiros, Vila onde é
figura pública também um antigo nome consagrado do futebol  portista do passado, o Américo, guarda-
redes dos melhores de sempre do futebol português. E curiosamente, por extensão, Américo Lopes, o
“Baliza de prata”, tem outra ligação simbólica ao percurso do jovem ciclista portista, por ser natural
de Santa Maria de Lamas, terra onde António Carvalho estudou entretanto. Acrescendo, na ligação do
jovem Oleirense, que António Carvalho, fora da época de treinos e corridas, colabora com a construção e
manutenção do chamado Presépio Cavalinho, o maior do mundo dessa monumentalidade tão apreciável,

150
com quase tudo a mover, existente em São Paio de Oleiros. Presépio grandiosíssimo que detém o recorde
do Guiness.

Ora, quanto ao ciclismo propriamente, António Carvalho seguiu as pisadas do avô, bem como da
mãe e tios. Sim, porque também sua mãe chegou a competir em ciclismo e tinha jeito e pujança, mas
cedo deixou de correr nas bicicletas. Assim sendo, como se diz, quase não havia como não seguir o que
de trás vinha. O avô, Alberto, a mãe, Maria, e os tios, Fernando e Alberto, todos de apelido Carvalho,
foram ciclistas. E António Carvalho deu continuidade, honrando a tradição. Tendo nos anos mais recentes
sido um valoroso corredor que se empenhou na defesa da liderança do companheiro de equipa Gustavo
Veloso, vencedor da principal Volta a Portugal nos anos de ainda mais fresca memória, e atual chefe de
fila da equipa do F C Porto.

Depois de obter bons resultados na categoria de juniores, ao longo dos anos de 2006 até 2008, e
depois de ter começado, desde 2009, a conquistar vitórias em etapas de Grandes Prémios, mais corridas
no estrangeiro, em Espanha, e na portuguesa Volta ao Futuro, inclusive,   António Carvalho veio a ser
vencedor dessa importante prova dos escalões jovens, vencendo a Volta a Portugal do Futuro em 2013.
A partir daí, ascendendo ao escalão superior, tem sido sempre a subir. Num percurso que levou o jovem
amador a ter passado, primeiro em 2008 pela equipa portuguesa LA-Sistemas SS-Trevomar, depois em
2009 pela equipa espanhola Artesania de Galicia (da Cidade de Lugo), em 2010 de novo por uma equipa
portuguesa, Mortágua-Basi, formação em que continuou em 2011 e 2012, seguindo-se em 2013 e 2014
a também portuguesa formação de LA Aluminios-Antarte. Nesta equipa, após a anterior caminhada
como Sub-23 e no segundo ano como elite, em ano de estreia como profissional, corria Setembro de
2013, António Carvalho inscreveu o seu nome no “livro de honra” dos vencedores da “Volta a Portugal
do Futuro em bicicleta”, confirmando potencial demonstrado com tal triunfo naquela que era a grande
rampa de lançamento dos ciclistas mais novos em Portugal. De permeio com boas quatro participações
na Volta, duas pela Seleção e outras tantas pelo LA-Antarte. E em 2014 venceu o Prémio da Montanha
na Volta a Portugal (a somar ao 15º lugar da classificação geral), que lhe “proporcionou chegar à melhor
equipa portuguesa” da época, passando em 2015 a integrar a W52-Quinta da Lixa. Tendo sido então,

151
com a camisola da equipa sediada em Sobrado (Valongo) que venceu o Grande Prémio JN, uma das mais
prestigiadas provas do calendário do ciclismo nacional. Ao passo que rubricou excelente andamento na
Volta, na consagração do colega de equipa, Gustavo Veloso, para a qual lutou abnegadamente, a pontos
que na etapa da Torre, subindo à serra da Estrela, António Carvalho deu tudo o que tinha em prol da equipa
e da camisola amarela, mas também na procura do melhor lugar possível, havendo chegado à meta em tal
dose de esforço que teve mesmo de ser assistido pela equipa médica. Acabando depois por ter ficado bem
posicionado no chamado “top ten” da Volta, classificado em 6º lugar da classificação geral.

Agora, chegada a oportunidade do ressurgimento do ciclismo do F C Porto, em 2016, este bom ciclista
trepador, António Carvalho, “ficou “arrepiado” e acabou por cumprir um desejo de criança: “Quando era
miúdo cheguei a jogar futebol e claro que tinha o sonho de representar o clube de que gosto, o FC Porto.
Costumava apoiar sempre a equipa de futebol nas Antas e no Dragão. Neste momento, devido ao nosso
presidente, conseguimos ter o ciclismo na estrada e viver este momento”. Sendo o F. C. Porto o clube que
o avô Alberto Carvalho representou oficialmente durante três anos e do qual ele mesmo, o neto, é sócio
com lugar anual no estádio do Dragão.

Posto isto, aí está António Carvalho para as curvas e para as subidas e descidas das estradas onde
corram os ciclistas com as camisolas lindas do F. C. Porto.

Os objetivos da equipa são, como é regra nos azuis e brancos, vencer todas as provas, especialmente
a Volta a Portugal. António Carvalho já viveu o triunfo da equipa portista na prova mais importante do
calendário velocipédico nacional, através de Rui Vinhas. “Vamos lutar ao máximo e tentar dar vitórias
aos nossos adeptos”, apontando  baterias à nova temporada, com as cores da W52-F.C. Porto-Mestre
da Cor. Sem esquecer ainda que o clube Dragão detém o maior número de vitórias na Volta a Portugal, à
frente dos rivais  e de todas as equipas que participaram na maior prova ciclista portuguesa, e há que dar
seguimento a isso.

De particular realce, também, é de notar o facto da região natal de António Carvalho ser uma zona
de grande paixão pelo ciclismo e Santa Maria da Feira continuar a ser o concelho com maior número de
vencedores da Volta a Portugal. Dos quais três o foram ao correrem com a camisola azul e branca, como

152
sucedeu com Mário Silva, Sousa Cardoso e Joaquim Sousa Santos, que tiveram a respetiva coroa de
louros pelo F C Porto (além de conterrâneos Joaquim Andrade, Fernando Mendes, e Fernando Carvalho,
que ao serviço de outras equipas também conquistaram a grandíssima Volta a Portugal. Dos quais, mais
tarde, os próprios Andrade e Mendes ainda vestiram a camisola alvi-anil das Antas, e Fernando Carvalho
foi o vencedor desejado e como tal muito vitoriado pelos adeptos portistas, em tempo que o F C Porto
interrompera a atividade no ciclismo).

Nos dias que correm volta o entusiasmo clubista a pedir meças, ombreando a evolução da carreira
da equipa de futebol do F C Porto com o que se anseia também venha a ser o percurso da equipa do
ciclismo portista. Em cuja pedalada tem vista este incentivo, de se começar a puxar pelas canelas dos

153
ciclistas em que passamos a ter os olhos. Mais o apoio que venha a haver nas estradas, e até através
das redes sociais. Como que pedindo e incentivando que todos trabalhem muito para conseguir vitórias,
sempre com o coletivo acima do individual, sem esquecer o quão importante é ser um dos nossos, com a
camisola do F C Porto, a chegar primeiro a cada meta possível.

Equipas

LA - Sistemas SSS - Trevomar  (1) ; Artesania de Galicia – Cidade de Lugo  ( 1); Mortágua - Basi (3);  LA
Aluminios - Antarte (Portugal) (2);  W52 - Quinta da Lixa (1)  W52 / FC Porto / Porto Canal (1) e  W52 / FC
Porto / Mestre da Cor 1)

Palmarés

• 2006: Vencedor da 3.ª Etapa da Volta a Portugal de Juniores

• 2007: 1º na 2ª etapa da Vuelta a Valladolid ( Juniores)

• 2008: 3º no Grande Prémio de Mortágua, (Mortágua), Mortágua (Viseu), Portugal 

• 2009: 2º na 2ª etapa Volta a Portugal do Futuro.

• 2010: 1º no Prólogo por equipas na Volta a Portugal do Futuro; 1º na 2ª etapa da Volta a Portugal
do Futuro;   5º na Classificação Geral Final Volta à Madeira, Portugal 

• 2011: 1º na 2ª etapa Volta a Portugal do Futuro; 1º na 3ª etapa GP Abimota;  4º na Classificação


Geral da Volta a Portugal do Futuro,.

• 2012: 3º na Classificação Geral l GP Abimota;    2º no Campeonato Nacional de Estrada ; 2º na


4ª etapa Volta a Portugal do Futuro.

• 2013: 1.º na 5.ª Etapa da Volta ao Alentejo; 1.º na 5.ª Etapa da Volta a Portugal do Futuro; 1.º na
Classificação Geral da Volta a Portugal do Futuro.

• 2014: 9º na Classificação Geral da Vuelta a Castilla y Leon.

• 2015: 1º na 1ª etapa Grande Prémio ‘Jornal de Notícias’;  1º na Classificação Geral do Grande

154
Prémio ‘Jornal de Notícias’; 6º na Classificação Geral da  Volta a Portugal.

• 2016: 8º na Classificação Geral da Vuelta Ciclista Asturias;   4º na Classificação Geral da Volta
Internacional da Cova da Beira;     2º na 3ª etapa do Grande Prémio ‘Jornal de Notícias’; 1º na 4ª
etapa do Grande Prémio ‘Jornal de Notícias’ ;2º na Classificação Geral do Grande Prémio ‘Jornal
de Notícias’, Portugal  ; 12.º Classificado na Volta a Portugal.

ANTÓNIO SILVA
António Pereira da Silva, nasceu a 3 de Junho de 1950 em Gião Santa Maria da Feira.

Aos 17 anos ingressou no Futebol Clube do Porto onde de esteve até 1972, alcançando o título de
Campeado Nacional de pista em 1967-68 na categoria de populares. Venceu o Premio Vilar, que marcava
a regularidade de um ciclista ao longo da época, numa epsecie de Taça Nacional.

155
Em 1972 foi cumprir o serviço militar, correndo no F.C. de Luanda filial do Futebol Clube do Porto.
Quando regressou a Portuga e fruto das contingências politicas não houve profissionalismo e António Silva
teve de arranjar uma profissão, a de motorista, acabando aí a sua carreira de ciclista.

156
ARLINDO
João Arlindo Gonçalves nasceu a 27 de Fevereiro de 1948, em Santa Luzia - Funchal

Representou o F.C Porto (4, uma das quais nas reservas); Braga (4), Belenenses 1) Feirense (1),
Sacavenense (1) Nacional (3) União da Madeira (1) e Barreirense (2)

69

69 Feirense na época de 1973/1974: No 1.º plano: Germano,Arlindo, Armando Oliveira, Acácio, Brites, Nery e Henrique. No 2.º plano: Arsénio,
Oliveira, Jaime, Eduardo, Calix, Cândido, Teixeira, damas e Garupa

157
ARTUR BAETA 70

71

Nasceu a 29 de Julho de 1912 no Barreiro e faleceu na Senhora da Hora a 29 de Janeiro de 1999.

Artur Baeta foi um jogador de craveira média ao serviço do Boavista do Barreiro e do FC Barreirense
que representou oficialmente até aos 18 anos. Mas foi como técnico da modalidade que no mesmo clube se
revelou e se projectou. Em 1940 frequentou em Lisboa o primeiro curso oficial de treinador sob a orientação
de Cândido dos Reis. Formou, no Barreirense, uma activa Escola de Jogadores abrangendo – o que não era
comum na época – jovens de 15/16 anos. Foi o primeiro a dar grande relevo às aulas teóricas. Da sua escola
rapidamente começaram a brotar excelentes valores. Artu Baeta assumiu-se como um homem exemplar,

70 MAGALHÃES, Júlio. Memorial F.C.Porto 100 Glórias


71 Campeanato de Juniores 1952-53 .Porto Académica, 1-0 no Estádio Mário Duarte. Na foto da esquerda para a direita. Artur Baeta (treinador)
Rogério (guarda-redes da Académica), Sá Pereira, Gonçalves (não jogou por estar lesionado) Oliveira e Sebastião Silva (Chefe de secção)

158
moderno, “avant la lettre”, célere, de vida trepidante. Ainda nos anos trinta, com os transportes públicos
insuficientes, amiúde ele se encarregava de, na sua famosa mota e em enorme velocidade, ir buscar os
jovens futebolistas para os treinos! Outra faceta que o distinguia era a de índole cultural. Foi, de facto, figura
da cultura tendo, para além de outras actividades, participado em representações teatrais e sendo autor
de algumas peças. No futebol, em 1945 aceitou orientar as primeiras categorias do Barreirense.
Funcionário público, transferido para o Porto, intensificou então a sua actividade de técnico do futebol. Na
última metade da década de 40 ingressou no FC Porto encetando um trabalho de formação em escola
que seria um alforge de futebolistas. Foi no Futebol Clube do Porto que as suas enormes capacidades de
formação alcançaram elevadíssimo prestígio. Guindando a exigência profissional ao expoente máximo,
muniu-se de um gabinete técnico integrando corpo de colaboradores que, ao longo do tempo, o auxiliou e
de que fez parte, por exemplo, o ex-internacional Feliciano. Com honra e glória, pela mão do competente
e dedicado treinador Artur Baeta a equipa de Juniores do FC Porto conquistou o título Nacional de
Juniores, na época 1952-53, o seu primeiro títu­lo oficial de Campeão Nacional, com uma equipa que daria
alguns “ases” ao futebol portista e português: António Morais, Ferreirinha, os irmãos Sarmento (Albano e
Ângelo), Sá Pereira... E havia, ainda, Freitas, Baltazar, Oliveira, Vítor Gonçalves, Avelino, Resende... Futuros
campeões nacionais, alguns internacionais, uns quantos treinadores.

Foi o culminar de um notável e profícuo trabalho desenvolvido pelo Clube na preparação dos seus
jovens atletas. Uma tarefa que haveria de ter natural continuidade com repercussão de grande sucesso
no escalão sénior.

Em Abril de 1952, o Feirense contratou o treinador Artur Baeta, elemento do F.C. Porto, que treinaria
a equipa um dia por semana!...

159
72

Em Janeiro de 1953, Cândido de Oliveira (até então seleccionador nacional) assumiu o comando
técnico da equipa principal do FC Porto numa oportunidade esperada há algum tempo. Substituiu o
discípulo e amigo Fernando Vaz e escolheu para seus auxiliares Pinga e Artur Baeta.

Artur Baeta ficou no Porto até 1957, saindo com a entrada de Yustrich, que quis o ex-futebolista
argentino José Valle à frente dos juniores, despro­movendo o velho mestre barreirense para os juvenis.
Não, obrigado, disse Artur Baeta. E foi à sua vida.

Artur Baeta cumpriu depois um périplo por outros clubes, tendo passado por Guimarães, Estarreja,
Beira-Mar, Varzim, Feirense, Boavista, Salgueiros, Aves e Oliveirense. Em Junho de 1960, como treinador

72 Equipa que conquistou o título nacional ao derrotar o Beleneses por 2-0 na final. Em cima da esquerda para a direita: Resende, Sacramento
II, Sá Pereira, Sacramento I, José Oliveira, Valdemar e Martins. Em baixo, da esquerda para a direita: Freitas, Morais, Avelino, Ferreirinha e Óscar.
O treinador era Artur Baeta.

160
do Salgueiros, saiu derrotado pelo Barreirense na finalíssima da 2.ª Divisão (0-1).

Na carreira deste homem discreto e sabedor, com uma forte componen­te humana no relacionamento
com os miúdos - para Artur Baeta, e segundo os seus conselhos, o estudo era, sempre, prioritário
inscreveram-se, mais tarde, o Varzim (subida à l.ª Distrital), o Boavista (subida à l.ª Nacional), o Salgueiros
(subida à l.ª Nacional) e o Feirense (na l.ª Divisão Nacional).

73

Regressou ao FC Porto e à escola que continuou a forjar gerações de ases portistas (p. ex. Fernando
Gomes). O saudoso Pavão era ainda juvenil quando veio para o FC Porto pela mão do “mestre” Artur Baeta
que viu nele qualidades irrefutáveis. Foi integrado na equipa de juniores, ganhando o Campeonato da
categoria em 1964-65. Por essa altura o “mestre” trabalhava nos juniores e ajudava sempre que preciso
nos seniores.

73 Em 2.º plano: Magalhães (massagista), Marciano, Dinis, Aurélio, Campanhã, Jambane e Martim.
No 1.º Plano: Medieros, Barroca, Brandão, Rui Maia, Ramalho e Eduardo. Equipa do Feirense em 1962-63, que foi orientada por Rui Araújo,
Artur Baeta e Rui Maia.

161
Por duas vezes o nosso celebrado desempenhou as funções de treinador da equipa principal portista,
substituindo Kalmar (1963) e António Teixeira (1971). Também foi monitor de cursos de treinadores da
Federação e integrou delegações nacionais à UEFA. Artur Baeta revelou-se ainda um perspicaz e muito
apreciado jornalista desportivo. Na imprensa, destaque para a colaboração no “Mundo Desportivo”, no
“Norte Desportivo” e no “Jornal de Notícias”.

Em 1973, a convite de Afonso Pinto de Magalhães, regressa ao F. C. Porto para desempenhar o


cargo de secretário-técnico - o primeiro do futebol por­tuguês. Trabalhou com Armelino Bentes, Virgílio
Mendes, António Feliciano. A entrada de Pedroto para treinador principal implicou uma remodelação na
estrutura da secção, ficando Artur Baeta com os juniores. E no clube se man­teria até aos 75 anos de
idade, o que é dizer muito da competência, da capacidade de trabalho, da fidelidade de um homem.
O bem-aventurado Campo da Constituição foi privilegiado palco da formação ministrada pelo “mestre”
Baeta. Em Setembro de 2008 o velhinho recinto converteu-se num moderno Centro de Formação,
o “Vitalis Park”, dispondo de um campo de futebol de 11 (descoberto e em piso sintético), um campo
coberto de futebol de sete (também em piso sintético), balneários, um café e o espaço “Artur Baeta”.

Quando se fala em “escola” do F.C.Porto, Artur Baeta é o Mestre74

Foi dos primeiros a especializar-se no futebol. Fez cursos, atravessou a fronteira para se valorizar,
foi professor e acabaria por ser ele próprio o fundador da escola de jovens do F.C. Porto. Corria o ano de
1952 e Artur Baeta criava o maior património que um clube de futebol pode ter: os jovens, garante de
todos os futuros.

Competente, rigoroso, conhecedor, Artur Baeta logo foi tentado para ser ele o “condutor” de equipas
seniores. Por isso em 1956 saiu do clube para só regressar em 1973, outra vez para dar sentido às
camadas jovens do F. C. do Porto. Foi como um “pai” para todos os atletas que cedo se iniciaram no
futebol, a maioria de “parcos” recursos financeiros.

74 MAGALHÃES, Júlio. MEmorial FC Porto : 100 Glórias

162
Jovens a quem Artur Baeta ensinava não só a arte do futebol como os encaminhava para uma
vida segura, na qual os conhecimentos e aforma de enfrentar a dura realidade do dia-a-dia faziam parte
do sucesso de qualquer homem. O Clube deve-lhe a formação de centenas de talentosos jogadores e
sobretudo uma sólida ação social. Todos aqueles que passaram pelas mãos de Artur Baeta não esquecem
certamente os ensinamentos deste homem qe se tornou no primeiro secretário-técnico de uma equipa de
futebol sénior.

Fica para sempre ligado ao F. C. Porto. É um pedaço importante da história do clube.

AUGUSTO CARDOSO 75

75 https://www.facebook.com/ciclismoemsaojoaodever/

163
Augusto Santos Cardoso, nasceu a 1 de Janeiro de 1941, em São João de Ver.  Faleceu em
06 de Julho de 2013. Inscreveu-se na Federação de Ciclismo em 5 de Janeiro de 1962.  
Augusto Cardoso iniciou a sua carreira desportiva no F. C. Porto, como amador,a seguir foi
ciclista do Académico (3), onde participou em várias Voltas a Portugal, sendo em 1962 a
sua primeira volta na qual se classificou em 28º lugar, integrando o grupo dos 3 ciclistas do
Académico que a terminaram. Depois correu no Sangalhos (1) e depois mais tarde no Benfica.
Venceu muitas corridas e teve grandes desempenhos na Volta a Portugal nos anos Sessenta,
que foram os mais fortes do nosso Ciclismo em Portugal. Augusto Cardoso venceu a 16ª
etapa da volta de 1967, entre Tavira e Beja, na distância de de 218 km. Foi 2.° em Tavira
e conquistou a a Prova de Abertura Na Volta de 1968, venceu a 6.ª etapa, na Pista das Antas. 
Em 1970 não deixou escapar uma das etapas do G.P. Robbialac. Grande atleta como ciclista, um grande
campeão do nosso ciclismo de grande referência para todos os ciclistas Portugueses.

Augusto Cardoso era tio de Filipe Cardoso, Ciclista Profissional da Rádio Popular Boavista

BRITO

76

76 Baltemar Brito, o primeiro em pé da esqueda para a direita.

164
Baltemar José Oliveira Brito, mais conhecido como Baltemar Brito , nasceu no Recife a  9 de
janeiro de 1952), é um treinador e ex-futebolista brasileiro, que atuava como defesa. Durante alguns anos
adunto de José Mourinho é irmão, por parte de pai, do artista plástico Romero Brito. Atualmente é adjunto
do Espérance.

Baltemar Brito iniciou sua carreira de jogador no  Sport, em 1972. e depois jogou os dois anos
seguintes no Santa Cruz, quando depois foi para Portugal, onde atuou no Vitória de Guimarães (1), Paços
Ferreira (3), Feirense (2), Rio Ave (4) , Vitória Setúbal (1), até encerrar a carreira de jogador no Varzim (3) ,
em 1988. Aqui começou sua carreira como treinador. Em seguida treinou o modesto Macedo de Cavaleiros
e o Barrosas. Na temporada 2001-02, no União de Leiria, inicou uma ligação com José Mourinho, de quem
foi onde foi adjunto. Durante 7 temporadas (2003 a 2010) foi responsável por uma parte importante do
êxito de José Mourinho no Porto (3), Chelsea (3) e Inter de Milão (2), uma vez que tinha tarefas específicas
de análise aos adversários e de prospecção detalhada de jogadores.

Em 2010, foi convidado para treinar do Belenenses, mas devido a divergências com a nova direção
do clube, foi demitido sem começar a época. Ainda esse ano, comandou o Al-Ittihad da Líbia (2)e devido a
crise interna no país, saiu do clube. Depois treinou o Al Dhafra (1). Em 2013, estará no comando do Grémio
Osasco (1). Desde 2015 é adjunto do Espérance Sportive de Tunis.

165
BENJAMIM SÁ
Benjamim de Sousa e Sá, nasceu em 30 de unho de 1949 em S. João de Ver. Inscreveu-se
na Federação de ciclismo em 1967. Represnetou o F.C.Porto

166
CAMILO

Camilo Alves Barros foi um defesa que passou pelo Futebol Clube do Porto nas décadas de 30 e 40,
desconhecendo-se a sua naturalidade.

Épocas : 6 (30-32), (34-35) e (43-46)

Estreia: 22-3-1931 na vitória por 6-1 frente ao progresso. Treinador: Joseph Szabo (húngaro).

Palmarés

6 Campeonatos do Porto

Depois de ter estado largos anos no S.C. Espinho, e de ter passado pelos Açores, ingressou no F.C.
Porto na temporada de 1930/31.

Camilo estreou-se com a camisola dos Dragões no dia 22 de Fevereiro de 1931 numa partida a contar
para a 6ª jornada do Campeonato do Porto da temporada de 1930/31, em que os portistas venceram a
formação do Sport Progresso por 1-0. Nessa época de 1930/31, Camilo venceu o Campeonato do Porto,
competição que voltou a ganhar na temporada seguinte, antes de deixar o F.C. Porto, no entanto regressou

167
aos Dragões em 1934/35 para ser utilizado apenas numa partida a contar para o Campeonato do Porto,
prova que mais uma vez ajudou a conquistar.

Pouco depois viu-se obrigado a ser submetido a uma operação a um joelho que o impediu de praticar
futebol durante bastante tempo, mais tarde recuperou e começou por dar o seu contributo na equipa de
reservas.

Na temporada de 1943/44, Camilo voltou a fazer parte do plantel principal do F.C. Porto, numa época
onde voltou a vencer mais um Campeonato do Porto. Na época seguinte voltou a sagrar-se Campeão do
Porto.

Em 1945/46, com a lesão do habitual titular, Vitor Guilhar, Camilo teve um papel ainda mais
importante na defesa dos portistas, que voltaram a conquistar o Campeonato do Porto.

No final da temporada de 1945/46 deixou o F.C. Porto.

Em 1952/1953 Camilo Alves Barbosa, elemento do FC Porto treinou o Feirense tendo renovado o
respectivo contrato em Maio de 1953, até 1954

168
CARLA OLIVEIRA 77

Carla Oliveira é natural de Lourosa e ex-aluna do Colégio de Lamas. A sua dedicação ao boccia
já a levou a títulos nacionais, a conquistas internacionais e até a um Dragão de Ouro no seu clube do
coração: o Futebol Clube do Porto. Representou recentemente Portugal nos Jogos Paralímpicos realizados
no Rio de Janeiro na modalidade de boccia em BC4 pares. Apesar da distrofia muscular das cinturas,
nada nem ninguém a consegue impedir de viver a vida com enorme entusiasmo e determinação. Fez uma
licenciatura em Educação Social e está a terminar o mestrado em Ciências da Educação.

A distrofia muscular das cinturas detetada quando ainda era criança atirou Carla Oliveira para uma
cadeira de rodas. A história poderia terminar aqui como tantas outras mas, aos 27 anos, a estudante

77 https://noticias.up.pt/pessoas_da_up/carla-oliveira/

169
de mestrado da  Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP) recusa-se a
deixar-se definir pelo “totoloto mau” que lhe saiu. Atleta de Boccia do FC Porto, tem somado sucessos na
modalidade, o que lhe valeu a participação nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016.

Para Carla, o boccia (classe BC4, destinada a pessoas com doenças neuromusculares) foi um desafio
que se transformou em paixão. A mesma que descobriu no pavilhão do Agrupamento de Escolas António
Alves Amorim (Lourosa) e que mantém hoje como atleta no Dragão Caixa, pelo Futebol Clube do Porto, o
clube do coração.

Apesar de ter apenas cerca de seis anos de desporto e competição na bagagem, já soma uma
medalha de ouro no Open Mundial (Poznan, Polónia, 2015) e uma presença no Campeonato do Mundo em
Pequim.  A participação nos Jogos Paralímpicos no Brasil foi mais um passo natural na carreira de quem,
no desporto, como no resto, só quer “continuar a ser feliz e tirar o maior proveito das oportunidades que
a vida me dá”.

170
Carla Oliveira é apesar de sofrer de uma doença neuromuscular grave, a jovem atleta é um exemplo
de determinação e coragem78.

O boccia é um desporto indoor, de precisão e estratégia, em que são arremessadas bolas, seis de
couro azuis e seis vermelhas, com o objectivo de as colocar o mais perto possível de uma bola branca —
bola alvo. Este é o desporto que popularizou a lourosense Carla Oliveira, atleta que representou Portugal
nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Mas o boccia é também um excelente metáfora para a vida de Carla
Oliveira. Perante uma doença rara (distrofia muscular das cinturas), que a ‘atirou’ para uma cadeira de
rodas, Carla Oliveira deixou de lado “a revolta” e, com uma capacidade de resiliência inspiradora, definiu
as ‘bolas brancas’ da sua vida e aproxima-se todos os dias dos seus objectivos. Licenciada em Educação
Social, está perto de terminar o mestrado em Ciências da Educação na Universidade do Porto — cidade
pela qual se apaixonou —, vive sozinha na residência universitária, é atleta do FC Porto (Dragão de Ouro)
e representou Portugal no Rio 2016. Assim é Carla Oliveira, uma ‘guerreira’, sempre à procura de atingir
novas e maiores metas. No entanto, a relação do boccia com a atleta não foi de amor à primeira vista. “O
primeiro contacto que tive com o boccia foi, mais ou menos, aos 14 anos, através de um convite do FC Porto.
Fui lá a uma demonstração e sinceramente não me identifiquei”, confessa Carla Oliveira. Mas o FC Porto
(clube do coração da atleta) não mais a esqueceu e foi insistindo para que se iniciasse na modalidade. Aos
20 anos, com a licenciatura terminada e à procura de emprego, Carla Oliveira decide aceder a novo convite
dos portistas, mas a paixão só apareceu com a competição. “Só quando fui à primeira competição é que a
modalidade me agarrou. O ‘bichinho’ ficou e o espírito competitivo, que sempre esteve comigo, porque sou
uma pessoa competitiva por natureza, fez com que se manifestasse no desporto”, afirma a lourosense,
confirmando ter começado a levar “mais a sério” o boccia quando foi convocada pela selecção para ir a
estágios, em 2012. Em pouco mais de seis anos, Carla Oliveira conseguiu chegar aos Jogos Paralímpicos
perante adversários com mais anos de experiência na modalidade do que ela de vida. “A minha vida deu
uma volta enorme, ainda na semana passada tive que adiar uma entrevista porque ia ser recebida pelo
Presidente da República. Atingiu uma dimensão que eu nunca tinha imaginado”, confessa. Apesar dos
resultados não terem sido os melhores no Rio de Janeiro, Carla Oliveira adorou a experiência e quer repetir:
78 Nélson Costa. Correio da Feira, 21 de Novembro 2016

171
“aprendi imenso, cresci muito enquanto atleta e enquanto pessoa, porque acho que está interligado, o
que me dá muito mais alento, muito mais vontade para trabalhar e daqui a quatro anos ir a Tóquio”. A
jovem atleta foi um dos rostos mais requisitados na comitiva portuguesa e o boccia tema de conversa de
todo o tipo de comunicação social. Apesar da experiência, Carla Oliveira lamenta a disparidade de apoio
entre atletas olímpicos e paralímpicos, reclamando maior visibilidade para o boccia, até porque, segundo
afirma, “ é importante mudar a visão de que o desporto adaptado não é desporto. O boccia prova que as
limitações estão na nossa cabeça. O boccia adapta-se muito bem às limitações de cada pessoa e todos
podem praticar. Não há desculpa para não fazer desporto”. “Considero-me uma pessoa extremamente
independente” Fora do desporto, a vida de Carla Oliveira tem, também, sofrido alterações significativas,
nomeadamente com a decisão de passar a viver na residência universitária. “Quis esta experiência para
também trabalhar a questão da autonomia. Eu sou assim, uma eterna insatisfeita, preciso sempre de mais
e mais. Cortei completamente o ‘cordão umbilical’ com a minha mãe, aos 26 anos. A experiência deu-me
um à- vontade e uma autonomia que nem eu sabia que tinha. Vir para a residência universitária foi uma
conquista para mim”, explica. Com o mestrado perto do término, Carla Oliveira pretende continuar a viver
no Porto. “A experiência no Porto foi tão boa que eu não me imagino a voltar para Lourosa. Quando sais da
tua zona de conforto e consegues uma liberdade e autonomia, que eu não sabia que tinha, não pretendes
regredir. Posso ir para qualquer lado, através dos transportes públicos. Apesar de estar numa situação de
dependência, eu considero-me uma pessoa extremamente independente. Eu gosto de Lourosa, mas é uma
cidade que não tem as condições que eu preciso. Foi-me dado a conhecer um mundo de liberdade e agora
não me vou prender, daí eu falar em regredir. Sou apaixonada pelo Porto clube e Porto cidade. Depois,
para os treinos também facilita muito”, explica. Contudo, os obstáculos ainda são muitos, especialmente
no que a mentalidades diz respeito. “Ainda há muito para fazer a nível de transportes públicos que não
têm acessos, rebaixamento dos passeios não existem, a nível de comércio não há sensibilidade para
criar condições de acesso às lojas. Ainda existem muitas lojas onde eu não posso entrar. Mas a questão
principal é a mentalidade, que tem de ser trabalhada. Nota-se em comentários e atitudes, pelas quais eu
já passei e me questiono se a deficiente sou eu”, diz. No entanto, também não serão essas mentalidades
a esmorecer ou parar Carla Oliveira de perseguir os seus sonhos e objectivos. Amparada, desde sempre,

172
pela sua mãe, a quem aponta um “papel fundamental” em todas as fases da sua vida, a irmã, o namorado
e amigos, bem como “uma fé enorme em Deus”, Carla Oliveira garante “não se entristecer com essas
situações. As minhas limitações não me vão parar. É importante passar uma mensagem de que nós
somos capazes de ultrapassar os nossos limites, independentemente do que a vida nos quer impor. É uma
situação complicada, podia estar revoltada, mas prefiro ‘arregaçar as mangas’ e enfrentar o que tenho
e trabalhar para ser mais e melhor”, refere. Para o futuro, Carla Oliveira sonha, além de “emprego, de
preferência na área de licenciatura” com “o que qualquer mulher, com a minha idade, sonha, que é casar,
ter filhos e constituir família. Está perto disso, pois estou numa relação séria e estou muito feliz”, termina
alguém que, aos 27 anos, já tem muitos exemplos de vida para dar.

79

A Junta de Freguesia de Lourosa, encabeçada pelo Armando Teixeira, e os Bombeiros Voluntários de


Lourosa, pelas mãos do presidente Joaquim Cardoso, realizaram no Auditório de Lourosa, uma Cerimónia

79 Foto de Albino Santos

173
de Homenagem a Carla Oliveira pela sua participação nos Paralímpicos Rio 2016. A atleta referiu tratar-se
de “um privilégio muito grande. É uma homenagem por um objectivo que consegui alcançar, que a nível
nacional e para a cidade foi muito importante”.

CARLOS CARNEIRO

Carlos Alberto Silva Carneiro nasceu em São João de Ver a 14 de Janeiro de 1970.
Na primeira pessoa Carlos Caneiro sublinha “corri no porto nas épocas de 1987/88 no categoria de
juniores, nestas 2 épocas que corri no porto, tive várias vitórias (mais de 20) individuais e colectivas,
tais como, Campeão Nacional de Pista “Perseguição Individual”, “Bi” Campeão Nacional por Equipas em
Estrada, Bi Campeão Nacional de Rampa, vários vezes Campeão Regional em vários vertentes, Estrada
Pista, vários Grandes Prémios, por exemplo de Gondomar, de Esposende, Prémio de Gião (Vila do Conde),

174
entre outros 2º e 3º e outros bons lugares em muitas provas que estive presente. Posso sentir-me orgulhoso
pelas 2 Grandes Épocas que tive como ciclista do F. C. Porto”.

Carlos Carneiro representou a equipa do Feirense-Ruquita em 1991, Feirense-Philips


em 1992, Feirense-Imporbor em 1993, Sicasal-Acral em 1994 e 1995, Boavista-Recer em 1996 e 1997,
Maia-Cin 1998 e 1999, Maia-Mss em 2000, Milaneza-Mss em 2001, 2002 e 2003, ASC-Vila do Conde
2004 e Madeinox em 2005 e 2006. Foi o último ciclista natural do Concelho da Feira que representou o
Futebol Clube do Porto e o Feirense.

Ciclista com várias vitórias de relevo, foi duas vezes Campeão Nacional Estrada Elite em 1988
e 1999, em 2000 foi Campeão Nacional por Equipas, venceu Vários GP assim como várias etapas e
Circuitos. 

175
Foi realmente um atleta com um grande desempenho, quer a nível pessoal como contribuindo para as
vitórias coletivas.

Palmarés

• 1988:3º na Classificação Final do Tour de la Yonne França;

• 1991: 1º no Circuito das Doze Voltas á Gafa; 1º no Circuito de  São João de Ver; 1º na 1ªetapa
do GP Correio da Manhã; 1º na Classificação Final do GP Correio da Manhã; 1º na 4ªetapa do
GP a Capital; 1º na Classificação Final do GP Internacional Costa Azul;

• 1992: 1º na Classificação Final do GP Correio da Manhã; 1º na Classificação Final da Volta a


Santa Maria da Feira; 1º nas 2ª e 5ªetapas da Volta a Murtosa;

• 1993: 3º na 3ªetapa do GP o Jogo;

• 1994; 1ºna 2ªetapa do GP Lacticoop; 1º na Classificação Final da Volta a Santa Maria da


Feira ; 1ºna 1ªetapa da Volta a Santa Maria da Feira; 1ºna 1ªetapa da Volta ao Alentejo e 1º na
Classificação Final da Volta ao Alentejo;

• 1995: 1º no Circuito da Malveira; 1º na 8ªetapa do Rapport Toer Africa do Sul; 1º na Classificação


Final da Volta a Santa Maria da Feira e 1ºna 1ªetapa da Volta a Santa Maria da Feira;

• 1996: 1º na 1ªetapa da Volta a Portugal e 1º na 1ªetapa do GP Correio do Douro;

• 1997: 3º na Classificação Final da Volta a Santa Maria da Feira;

• 1998: 1º no Circuito da Moita; 1º no Prólogo do GP do Minho; 1º na 2ªetapa da Volta a Trás os


Montes; Campeão Nacional Estrada Elite;

• 1999: 1º na 1ªetapa da Volta dos Descobrimentos; Campeão Nacional Estrada Elite 

• 2000: Campeão Nacional Estrada Elite por Equipas; 1º no Circuito da Moita; 1º na Classificação
Final por Pontos do GP Abimota; 1º na 1ªetapa do GP Mosqueteiros; 1º na Classificação
Final do GP Mosqueteiros; 1º na Classificação Final por Pontos do GP Mosqueteiros;

176
• 2001: 3ª na Clássica Primavera;

• 2005: 1º no Circuito da Moita

CARLOS FILIPE

80

Carlos Filipe Carvalho Ribeiro da Silva, basceu a 15 de Setembro de 1975 no Porto.

Jogou no Futebol Clue do Porto (11). Teve a Estreia em 2-6-1994 na vitória frente ao Beira-Mar, sendo
treinado treinador, Bobby Robson.

80 Na fila de trás, da esquerda para a direita -Paulo Alves, Nandinho, Tozé, Manuel José, Mendes, Rui Ferreira I, Duarte, Carlos Filipe, Elísio, Rui
Ferreira II e Tó Zé. Na fila do meio, pela mesma ordem - Nairinho, Quinzinho (Roupeiro), Barbosa (Massagista), Mário Jorge (Publicidade), Pinto
da Rocha (Treinador Adjunto), Prof. António Bessa (Preparador Físico), José Dinis (Treinador), Américo Reis (Presidente da Direção),Fernando
Pedrosa (Diretor Técnico), Fernando Pinto (Dirigente), Joaquim Coelho (Presidente da Assembleia Geral), Fernando Gomes, Luís Miguel e
Deolindo (Massagista) No 1.° plano, ainda pela mesma ordem - Emanuel, Ricardo Jorge, Neves, Faria, Jorge Silva, Pinto, Bismarck, Leonel e
Bess

177
Épocas como sénior no Futebol Clube do Port0: 1 (1993-94). Realizou 1 jogo.

Jogou depois no União de Lamas (2), Gil Vicente (2) Cadiz (1) Naval 1.º de Maio (1), Uniao da Madeira
(1), Tirsense (1), Lixa (1), Ermesinde (1) e Coimbrões (3)

CARLOS SANTOS

Carlos Alberto Baptista dos Santos, nasceu a 30 de Outubro de 1945 nas Caldas de S. Jorge.
Inscreveu-se na Federação de Ciclismo em 1963.

Representou a Ovarense (1), o Sporting Clube de Portugal (3) e Futebol Clube do Porto (1)

178
COIMBRA
Joaquim Ferreira Coimbra, nasceu em Moselos e foi um dos ateltas que representou o Futebol Clube
do Porto, tendo sido companheiro de Carlos Oliveira de Rui Correira, ambos naturais do Concelho da Feira,
ingressando no Braga (7).

Fez parte da equipa vencedora da 1.ª Taça de Portugal, pelo Sporting de Braga. Realizou 106 jogos
e marcou um golo na 1.ª Liga.

81

81 Coimbra, Cristóvao, GastÃo, Perico, Vieira e Rui. Em baixo: Carlos Oliveira, Jaime, Vasconcelos, Serafim e Morais.

179
82

82 De joelhos da da esquerda para a direita: Bino, Perrichon, Luciano, Adaõ e Estevao. De pé e pela mesma ordem: Mário Almeida (massagista),
Mário, Canário (cap.), Zé Maria, Coimbra, Juvenal e Armando com Américo Tomás e as netas.

180
CUSTÓDIO GOMES

Nasceu a 24 de Junho de 1949, reside em Souto várias décadas. Inscreveu-se na Federaço de


Ciclismo em 1967. Represenpu o Futebol Clube do Porto (8) e Uniao Ciclista de Portugal (2). Na primeira
pessoa refere” comecei em 1962 a praticar ciclismo, tinha eu 13 anos, precisamente na Ovarense, onde
já corria o meu irmão Anselmo Gomes, ciclista que pertenceu ao escalão maior, mas que por opção do
treinador Sousa Santos, nunca chegou a ir à Volta a Portugal.

181
83

83 Custódio Gomes e o irmão Anselmo Gomes

182
Após ter terminado o ciclismo na Ovarense, fomos convidados para ir correr para o F.C. Porto, porque
já na Ovarense eu tinha ganho várias provas como por exemplo dois anos seguidos a Volta ao Furadouro,
Oliveirinha, Aldoar etc. Fomos então para o F. C. Porto, mas passado 2 meses o meu irmão abandonou o
ciclismo e eu continuei sozinho a correr.

Era eu amador de 2ª ganhei várias provas, Prémio Vilar que era disputado todos os domingos. Fui
então forçado a fazer provas extras para poder chegar rapidamente a Amador de 1.ª e depois a sénior
para poder participar na Volta a Portugal em 1968. Como amador fiz várias provas em Portugal e também
na Espanha, como Voltas a Salamanca, a Tarragona, às Astúrias e Pontevedra. Em todas elas ganhei
várias etapas, pois eu era um bom sprinter. Na minha primeira Volta a Portugal, ganhei a geral de metas
volantes e consegui chegar ao fim. As metas volantes eram a minha especialidade. Até ao ano de 1975,
ganhei por 5 vezes e consegui ganhar uma etapa precisamente em Lousada, precisamente no ano de
1974, ano em que o ciclismo levou reviravolta, porque todos os clubes do Norte abandonaram a Volta,
devido a suspeitas fraudes relacionadas com doping por parte das equipas do sul, e nesse ano terminou
também o profissionalismo.

183
Fui campeão regional de pista 15 vezes e Campeão Nacional 8 vezes. Tinha também participado
em todos os Porto-Lisboa e Lisboa-Portos. A minha melhor classificação foi 3.º lugar em 1974, no Lisboa-
Porto. Foram 1.º e 2.º dois belgas, e eu o melhor português em 3.º. Participei em Prémios Robbialac,
Riopele, Volta à Bairrada, Circuito da Vila da Feira. Em 1974, fui para a Venezuela correr pela União Ciclista
Portugal, fiz 7.º na Volta à Venezuela no 1.º ano, no 2.º ano fui convidado para ser treinador da mesma
equipa. Aí conseguimos ser 1.º2.º 3.º e 4.º lugares, Ganhámos também a classificação da montanha, por
pontos, por equipas e foi aqui que terminou a minha carreira do ciclismo.

Hoje estou desligado do ciclismo, pois estou numa profissão que me ocupa todo o meu tempo, pois

184
tenho um restaurante snack-bar e também um supermercado. Mas posso também fazer um pequeno
resumo do antes e do depois o que era o ciclismo, devo lembrar que no meu tempo as bicicletas pesavam
10 kg e hoje pesam 6 kg aproximadamente. Tínhamos que comprar todo o material das bicicletas,
bicicletas, sapatos, meias, vitaminas. Ganhávamos 6 contos e agora quatrocentos contos. As estradas
eram na maior parte em paralelo e agora todas em tapete. Hoje é tudo mais fácil, voltas a Portugal com
20 etapas, 3 mil quilómetros. Hoje apenas tem 11 etapas, 1700 km e com um dia de descanso. Quem me
dera ter hoje 20 anos”.

DAVID TAVARES

84

David Tavares, em Lourosa e foi um dos mais brilhantes andebolistas de todos os tempos.

84 http://www.record.pt/modalidades/andebol/detalhe/david-tavares-espanha-nao-tem-pontos-fracos-785554.html

185
Começou a jogar no Colégio dos Carvalhos por influência do professor Magalhães e do professor
Graça. Na altura nem sabia o que era andebol. Basicamente sabia o que era futebol, chegando a jogar
no Lourosa, mas do qual desistiu porque, quando teve oportunidade de ir jogar para o Sporting de
Espinho, o Lourosa pediu dinheiro e David Tavares não achou piada. Gostou logo da nova modalidade,
embora, ao início, não se achasse muito promissor, gostou muito de jogar andebol e por isso continuou.
Começou a jogar a ponta-direita nos juvenis e lateral-direito nos iniciados, mas fez muito poucos jogos
nos iniciados, porque o professor José Magalhães queria que jogasse na equipa dele, porque via
no jovem lourosense qualidades e achava que eu podia melhorar jogando com os mais velhos.
Com o professor fez muito trabalho específico para melhorar o salto, a coordenação, a finalização, a
variação dos locais de finalização, trabalho de pulso e depois também começou a fazer algum trabalho
de força. Na altura tinha uns 12 ou 13 anos, tornando-se num dos grandes pontas-direitas portugueses.

David Tavares começou a jogar andebol no Colégio dos Carvalhos, chegou ao FC Porto - onde fez
parte da equipa que acabou com o jejum de títulos de 31 anos - com 16 anos, de onde saiu aos 25,
com um de permeio pelo FC Gaia por empréstimo. Fez dois anos no Almeria e outro no Pilotes antes de
ingressar no Benfica e mais tarde no ABC.

No FC Porto ganhou todas as competições nacionais. Saiu do F.C Porto com 10 títulos. Em 1998/1999
já pertencia aquela equipa que quebrou o jejum de 31 anos sem ganhar o Campeonato Nacional.
No FC Porto, David Tavares ganhou o campeonato de 98/99, de 2001/02, 2002/03 e 2003/04. Ganhou
pelo clube azul e branco a Taça da Liga de 2003/04 e 2004/05, a supertaça de 1999/00 e 2002/03 e a
Taça de Portugal de 2005/06, todos estes títulos no escalão sénior. Enquanto júnior ganhou ainda a Taça
Nacional de 1999/00.
A carreira de David Tavares no FC Porto ficou também marcada pelo seu golo decisivo na final da Taça
de Portugal ganha ao Sporting em 2006 no último jogo da carreira de Rui Rocha e, curiosamente, último
jogo de David Tavares com a camisola Portista. 

Foi sem dúvida um dos jogadores portugueses com o palmarés mais vasto. Conquistou 4
Campeonatos, 2 Taças de Portugal, 3 Supertaças (1 das quais pelo Benfica em 2012 rente ao Sporting)

186
e 2 Taças da Liga.

Abandonou a carreira aos 32 anos, em 2015, tendo somado 212 internacionalizações, 154 das
quais com a camisola da Seleção A.

Licenciado em Gestão e Engenharia Industrial e com Mestrado em Gestão no ISG-Escola de Gestão,


é o embaixador do andebol do SC Espinho, desde 2015.

Inicialmente convidado para regressar à competição no clube da cidade onde reside, declinou esta
proposta mas aceitou ser embaixador do Sporting Clube de Espinho para que seja a imagem do clube e,
enquanto figura internacional da modalidade, que incentive a prática do Andebol no SC Espinho.

187
DELFIM SANTOS
Nasceu a 1 de Abril de 1949 Caldas de S. Jorge, e inscreveu-se na Federação de Ciclismo em 1978.
Representou o Futebol Clube do Porto entre 1968 e 1970.

Palmarés

• 1970: 3.º no Troféu Freitas- Gonçalves

188
DIAS

Ricardo Jorge dos Santos Dias, nasceu a 25 de Fevereiro de 1991, em Esgueira – Aveiro. Joga a
Médio.

Representu o Beira-Mar (12), F.C.Porto (5), Padroense (1), Tourizense (1), Santa Clara (1), Belenenses
(2) e Feirense (1).

Nos seniores do F.C. Porto: Estreia a 17-10-2009 na vitória por 4-0 frente ao Sertanense. Treinador:
Jesualdo Ferreira.

Fica ligado à epopeia do Feirense na 1.ª Liga em 2016-2017, participando do plantel que obteve a a
melhor classifiucaçao de sempre no escalão máximo do futebol nacional

189
DIESTE

José Martínez Dieste, nasceu em Noia, Galiza, Espanha a 19 Mar.1929 e morreu em Santo Tirso. Formado
no Desportivo da Corunha, jogou ali entre 1948 e 1950. Depois veio para Portugal tendo passado por diversos
clubes, destacando-se o Clube Desportivo Feirense. Saiu do Tirsense para ingressar no FC Porto.

A sua estreia ocorreu a 17-10-1954 na vitória frente à Académica de Coimbra, em Coimbra


por 3-1, tendo como treinador, Fernando Vaz. Futebolista de qualidade, em Espanha actuava na

190
posição de médio. Chegou ao FC Porto para ocupar um lugar na linha avançada, mas não se impôs
num plantel recheado de valores. Fez 11 jogos na época 1954-55 (9 no Campeonato, 2 na Taça de
Portugal) e não concretizou nenhum golo. Abandonou o FC Porto no final da referida temporada de
1954-55, tendo jogado depois noutras equipas. De 1959 a 1961 foi treinador-jogador do Feirense.
Casou com uma senhora de Santo Tirso onde viveu durante muitos anos e onde faleceu.
Jogador de fama e de valor, Dieste pertence àquele número de jogadores estrangeiros cuja vinda para o
nosso país não pode ser mal encarada por aqueles ‘què’cri­ticam a invasão do nosso’ futebol por atletas
de valor duvidoso. O que Dieste vale ou valia como jo­gador ficou demonstrado com elo­quência na sua
passagem pelo F. C. do Porto. Porém, o corretco jogador espanhol enveredou pela carreira de treinador
ingrata e mal compreendida, e é compreen­sível, que muitos olhos tenham seguido o antigo atleta azul e
bran­co, aguardando os êxitos ou as desditas da sua nova carreira.

Começando a treinar o Tirsense, não foi Dieste totalmente feliz, porque, em casos análogos, o que
conta acima de tudo são as vitórias estrondosas e, no caso, Dieste deixou até de ser o trei­nador da equipa
negra. Poucos, porém, souberam ou quiseram sa­ber, que o motivo de afastamento de Dieste foi por uma
questão de disciplina da sua parte, coisa que sabemos fazer parte, e muito bem, da sua bagagem de
homem de futebol.

Com inegáveis qualidades e re­cursos ainda acima da média nor­mal, o famoso dianteiro espanhol,
apareceu um dia em Espinho no clube local. No ano seguinte sur­ge-lhe nova oportunidade. Para diminuir
as despesas o Espinho dispensa-o e o C. D. Feirense, a pensar em voos altos, contrata-o para treinador-
jogador.

O que foi a carreira da equipa guiada com mão segura e hábil, sabem-no os nossos leitores atra­
vés do nosso jornal. O epílogo des­se trabalho insano e competente, está ainda no eco dos foguetes que
anunciaram a subida do C. D. Feirense à 2.ª Divisão Nacio­nal.

191
85

O nome José Martinez Dieste tem, pois, de ficar inteiramente li­gado aos êxitos do C. D. Feirense,
nesta sua época de oiro de 1959/60 em que conquistou o título distri­tal e logo a seguir ascendeu à divisão
Imediata. Conhecedor profundo da técnica do futebol moderno, Dieste soube dar à equipa do Feirense
uma coe­são, alma ligação Invulgar em equipas distritais, de tal modo que todos os adversários se acha­
ram obrigados a enaltecer e a evi­denciar a valia técnica do Fei­rense.

Bom preparador fisico, e muito consciente, Dieste foi ainda um bom condutor de atletas, pela sua
correcção, pela sua educação, lealdade, pelo seu trato afável embora disciplinado. Trabalhador incansável,
Dieste soube dirigir com mão firme a sua equipa através duma prova duríssima, em que a grande e

85 Na foto, em cima, da esquerda para a direita: Zeferino, Dinis, Aurélio, Licínio, Casimiro, Campanhã e Garupa. Em baixo: Leite, Dieste
(treinador-jogador), Brandão, Ramalho e Eduardo. 1959/60

192
esmagadora maioria das equipas perde as esperan­ças logo na primeira fase. Soube, além disso, já então
acompanha­do de Alfredo Valadas como orien­tador técnico, segurar moralmente os jogadores nas duas
fases finais em que a juntar ao superior des­gaste físico havia uma multo maior quebra psicológica, princi­
palmente após o jogo em Penafiel, em que a equipa jogou multo abai­xo das suas possibilidades e que
poderia ter sido o desmoronar de todas as esperanças. A equipa, porém, continuou a bater-se pelo Objetivo
maior, a subida de di­visão, como se aquele jogo, que poderia ter resolvido todas as dú­vidas, tivesse tido
um desfecho favorável. Férrea moral sustentou os atletas até ao fim. E alí também se pode avaliar, em
muito, a missão do treinador.

Dieste continuou à frente da equipa do Feirense como seu res­ponsável, tendo sido substituído por
Valadas. Em 1959/60 e 1960/61 passou pelo C.F. Feirense onde para além de jogador desempenhou
também a função de treinador.

86

Voltou na temporada de 1967/68 ao clube de Santa Maria da Feira para assumir o comando técnico,
lugar que ocupou até Abril de 1968.

86 Equipa do Feirense, que tinha como treinador-jogador, Dieste, na deslocação a Noya em Setembro de 1960

193
87

87 Campeão Distrital 1967 – 1968 .Na segunda metade da década de 60 o Feirense conquistou o seu terceiro título de Campeão Distrital de
Aveiro, na época de 1967/68. Dieste (treinador), José Oliveira, Eduardo, Ramalho, Lopes, Mário João, Dinis, Amadeu, Vasco, Quinzinho, Zeferino,
Garupa e Magalhães (massagista). Em baixo: Brandão, Noé, Octávio, Grilo, Carlos Oliveira, Germano, Jorge e Chupa.

194
EDGAR

Edgar Alexandre Pinto Ribeiro, nasceu a 23 de Dezembro de 1975 em Mirandela. Jogava como
médio ofensivo.

Representou o F.C. Porto (7); União de Lamas (2), Felguiras (1), Maia (1), Naval (1), Beira-Mar (1),
Pombal (1), Gondomar (1), Pedrouços (3), União Nogierense (1), Labruge (3) e Guilhabreu (4)

Épocas como sénior no F.C.Porto: 1 (93-94). Estreia em 2-6-1994 frente ao Beira-Mar no Estadio das
Antas (0-0). Treinador: Bobby Robson.

195
EDUARDO CORREIA

88

Eduardo Manuel Resende Correia, nasceu a 21 de Fevereiro de 1961 em Travanca.

Eduardo Correia iniciou a sua carreira no ano de 1980, tendo-a terminado em 1993, período durante
o qual representou diversas equipas de Ciclismo, como Travanca, Sangalhos (2), FC Porto (1), Mako-Jeans
(1), Sporting Clube de Portugal (3), Torriense-Sicasal (1), Louletano-Vale de Loubo (1), Avibom-Lousa (1),
Sicasal-Acral (1) e Feirense-Ruquita (1) e Feirense-Imporbor (1).

Contra-relogista de grande qualidade, conquistou várias corridas, entre elas os Grandes Prémios do
Jornal de Noticias, do Comércio do Porto, da Costa Azul e ainda da Volta ao Algarve.

88 Aníbal Fernando (Chefe de secção), José Zeferino, Manuel Cunha, Eduardo Correia, Manuel Zeferino, Marco Chagas, António Alves, José
Amaro, Carlos Santos, Belmiro Silva e Emídio Pinto (Treinador)

196
Participou na Volta a França em 1984 e na Volta a Espanha em 1988. Na Volta a Portugal foi um dos
habituais candidatos à vitória, tendo obtido um 2º lugar em 1985.

Após terminada a carreira de ciclista, assumiu funções de massagista, primeiro no Boavista, de


1994 a 2000, e depois na equipa da LA Alumínios/Liberty Seguros, de 2000 a 2008.

EDUARDO LUÍS

89

Eduardo Luís Marques Kruss Gomes nasceu no dia 6 de Dezembro de 1955 em Loures.

Começou por jogar futebol no C.D. Olivais e Moscavide, mais tarde foi para o S.L. Benfica.

89 Em cima, Mlynarcziky, Eduardo Luiís, Celso, Inácio, Jaime Magalhães e João Pinto. Em baixo: Madjer, Quim , André Sousa e Futre.

197
Na temporada de 1974/75 passou a sénior e rumou ao C.S. Marítimo por empréstimo. Na época
seguinte voltou à Luz e fez parte do plantel que venceu o Campeonato Nacional. Em 1976/77 voltou ao
C.S. Marítimo e por lá se manteve durante seis épocas.

Na temporada de 1982/83 ingressou no Futebol Clube do Porto que era treinado na altura por José
Maria Pedroto. Ao serviço dos Dragões, Eduardo Luís venceu três Campeonatos Nacionais, duas Taças
de Portugal, três Supertaça Cândido de Oliveira, uma Taça Associação de Futebol do Porto. Esteve ainda
presente na primeira final europeia da história do F.C. Porto, no ano de 1984 em Basileia quando os
portistas defrontaram os italianos da Juventus F.C.

Mas o momento alto da sua carreira aconteceu no dia 27 de Maio de 1987. Nesse dia o F.C. Porto
jogou contra o F.C. Bayern de Munique em Viena, capital da Áustria, um jogo a contar para a final da Taça
dos Clubes Campeões Europeus. Os Dragões venceram por 2-1 e assim Eduardo Luís conquistou o troféu
mais apetecido da Europa. Depois ainda conquistou a Taça Intercontinental e logo depois a Supertaça
Europeia.

No final da temporada de 1988/89, Eduardo Luís deixou o F.C. Porto e transferiu-se para o Rio
Ave F.C. e na época seguinte rumou ao A.D. Ovarense onde jogou durante mais duas temporadas, para
terminar a carreira em 1991/92 ao serviço do clube de Ovar90.

Jogador: Olivais e Moscavide (1), Benfica (3), Marítimo (7), Futebol Clube do Porto (7), Rio Ave (1),
Ovarense (2).

Palmarés: 1 Taça Intercontinental; 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus; 1


Supertaça Europeia; 4 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal);2 Taças de Portugal 
3 Supertaças Cândido de Oliveira; 1 Taça Associação de Futebol do Porto

Quando terminou a carreira, Eduardo Luís passou na temporada que se seguiu a treinador do A.D.
Ovarense. Depois orientou vários clubes de escalões secundários.

Treinador: Ovarense (2), Desportivo das Aves (1), Maia (3), União da Madeira (1), Vilanovense (2),

90 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2011/03/eduardo-luis.html

198
Vizela (1), Bragança (1), Benfica Castelo Branco (1), Nogueirense F.C. (1), Vila Meã (5), Lusitânia de Lourosa
(2), Arrifanense (1 – Juniores A), Candal (1 seiores e 1 Juniores A), Maia Lidador (2), Académico de Viseu(1
– adjunto), Penafiel (1-adjunto)

EMÍDIO PINTO

Emidio Pinto nasceu em 29 de Março de 1932 em Santa Marinha e faleceu a 24 de Dezembro de


2011, no Candal.

Como ciclista representou o Sangalhos e o F. C. Porto, tendo sido considerado, pelos seus adversários,

199
um corredor temível durante a sua carreira de 1950 a 1962. Destacou-se como director-desportivo do F. C.
Porto, Coimbrões, Sporting C.P., Canidelo, Ruquita/Feirense, Madeinox e Louletano, ao serviço das quais
ganhou muitas provas e sendo ainda hoje, conjuntamente com Manuel Zeferino, o treinador que mais
Voltas a Portugal ganhou.

Como director-desportivo venceu a Volta a Portugal por cinco vezes, além de ter conseguido outros
três triunfos como director-desportivo adjunto, e orientou a equipa do Sporting que participou na Volta a
França de 1984, na qual Paulo Ferreira ganhou uma etapa.

Foi ainda seleccionador nacional e muitas vezes comparado a José Maria Pedroto, pelo estilo e pela
argúcia.

No final da carreira foi adjunto de José Santos na equipa Madeinox-Boavista e, num dos intervalos da
actividade como técnico, foi motorista das organizações de ciclismo do Jornal de Notícias, factos que são
demonstrativos da sua “grande humildade”.

FALCÃO

António Vital B. Falcão Oliveira foi um futebolista português que esteve ao serviço do Futebol Clube

200
do Porto durante a década de 40 do século passado.

Jogador que actuava no meio-campo, António Falcão ingressou nos Dragões no início da temporada
de 1944/45.

Estreou-se com a camisola do F.C. Porto no dia 4 de Fevereiro de 1945, no jogo da 10ª jornada do
Campeonato Nacional, quando os portistas foram a Lisboa defrontar o Sporting C.P.

Apesar de ter estado três épocas no F.C. Porto, entre 1944/45 e 1946/46, apenas conquistou o
Campeonato do Porto de 1946/47, isto porque não fez nenhum jogo nos campeonatos regionais das duas
primeiras temporadas em que vestiu a camisola azul e branca.

91

Ainda assim deixou o seu nome na história do clube e também do Campeonato do Porto já que o F.C.
Porto conseguiu a sua maior goleada nesta competição no dia 15 de Setembro de 1946, quando recebeu
no Campo da Constituição o S.C. Salgueiros e venceu por 18-0 com António Falcão a apontar um golo.

No final da temporada de 1946/47 António Falcão deixou o F.C. Porto. Ingressou no Feirense na
época de 1959/60 fruto da relação de amizade que mantinha com o treinador-jogador, Dieste, onde viriam

91 Feirense: Campeão Distrital de Aveiro na época de 1959/60. No 1.º Plano: Brandão, Rocha, Alcobia, Falcão, Eduardo, Ramalho, Carlos e
Dieste (treinador- jogador) e sua filha, Armando. No 2.º plano: Américo Ribeiro (director), Alcides Branco (Presidente), José Luiz Bastos (director),
Zeferino, Aurélio, Licínio, Dinis, Campanhã, Rui, Gonçalves, Magalhães (massagista) e Domingos Ribeiro (director).

201
a conquistar o Campeoanto Distrital de Aveiro, dando início a uma caminhada triunfal que cuminaria na
sudida do Feiresnse à 1. Divisão em 1961/1962.

Palmarés

• 1 Campeonato do Porto e 1 Campeonato de Aveiro

FELICIANO

António Feliciano, antigo internacional português, ex-jogador do Belenenses e do FC Porto, nasceu em 19


de Janeiro de 1922 na Covilhã e faleceu a 14 de Outubro de 2010 em Maceda - Ourense, veio ainda muito jovem
para Lisboa, onde aos 17 anos começou a jogar no Casa Pia Atlético Clube e cedo se fixou na equipa principal

202
como defesa-central de grandes recursos, dando nas vistas sendo contratado pelos azuis de Belém, clube que
representou durante mais de uma década ao mais alto nível. Foi internacional A por 14 vezes.
Terminada sua ligação ao Belenenses, ingressou no Desportivo de Chaves na época de 1957-58, onde
exerceu as funções de jogador-treinador durante três (3) épocas consecutivas, ou seja, até 1959-60.
Depois de duas épocas (2) por outras paragens, novo regresso Chaves, desta vez já retirado como jogador,
exercendo apenas as funções de treinador, 1962-63 e 1963-64 e 1975 e 1976.

Em relação a Feliciano, vamos contar uma História em que depois de tudo acertado com o Feirense,
Feliciano acabou por não ser o treinador principal.

Assim a Direcção do Clube D. Feirense, sob a presidência do sr. António Lamoso, efectuou perante
o técnico Feliciano num Hotel de Bra­ga, a assinatura de um contrato que ligava Fekiciano ao Feirense na
época 1963/64, que tinha a seguinte redação92,

Declaro que recebi a quantia de 10.000$000 (Dez mil escudos), do Clube Desportivo Feirense, por
conta do contracto realizado hoje, que consta das seguintes condições, para a época de 1963-64, com
início em 1 de Agosto do corrente ano, até 31 de Julho do próximo ano de 1964.

1. O meu vencimento mensal será da importância de Quatro mil escudos (Esc. 4.000$00);

2. As luvas serão da importância de 28.000$00 (Vinte e oito mil escudos).

3. Terei prémios iguais aos dos jogadores.

4. O pagamento das luvas será feito em mais duas prestações, a pri­meira de 10.000$00, na
assinatura do contracto definitivo e os restantes 8.000$00, ou seja a 2.a prestação no dia 5 de
Fevereiro do próximo ano cie 1964.

5. A minha residência durante o período do contracto será na Vila da Feira.

6. Tomo o compromisso de trei­nar todas as categorias de jogadores do Clube Desportivo Feirense.

7. No caso do Clube subir à l.ª Divisão, o Clube Desportivo Feirense pagar-me-á a quantia de

92 Notícias. 17 de Junho de 1963

203
20.000500 (Vinte mil escudos).

a) — António Feliciano

Em 6 de Junho o sr. Antó­nio Lamoso, recebe uma carta em que Feliciano renuncia ao contrato
assumido alegando “pressão no bom sentido dos dirigentes do Chaves; o facto de ser professor de
ginástiva na Escola Técnica, desta cidade, tendo todas as probabilidades de conservar este lugar durante
longos anos, o que para ele era importantíssimo, dada a incerteza da profissão de treinador de futebol.
O outro motivo, aliás também muito importante, é da sua noiva residir em Espanha, a 80 quilómetros
desta cidade, e não querer de maneira al­guma ir para longe, visto ter inte­resses na terra natal, onde lhe
convém ir com frequência93”. A esta carta remeteu o cheque N.° 497.341, da Agência do Banco N. Ul­
tramarino em Ovar, de Esc. 10.000$00, que tinha sido entregue a Feliciano.

Evidentemente que o Presidente do Feirense António Lamoso, não ficou nada agradado com a
situação sublinhando em carta dirigida a Feliciano que” Todos os outros argumentos invo­cados na sua
carta não interessam pois V. Ex.a devia vê-los antes da assinatura do seu compromisso, pois teve muito
tempo para pensar neles.

António Lamoso, adianta ainda que “enviarei fotocópias de todos os documentos trocados entre nós
a todas as enti­dades oficiais, publicarei em todos os jornais a notícia da sua recusa e as razões que nos
assistem e por último entregarei o caso a um advogado pa­ra, no caso de haver direitos, exi­gir-lhe uma
indemnização”94.

Lograda a contratação de Feliciano, o treinador escolhido foi o argentino Júlio Pereyra durante todo
o campeonato que foi substriuido pir Licínio Milheiro no final da época a partir de Maio de 1964.

Em 1964-65 Feliciano foi convidado para treinador das camadas jovens do Futebol Clube do Porto,
onde permaneceu no cargo durante vários com imenso sucesso, mas como não há duas sem três, novo
regresso a Chaves na época de 1975-76, fixando residência na zona de Orense em Espanha.

93 Idem
94 ibidem

204
Ao serviço do FC Porto, onde permaneceu durante muitos anos, destacou-se como treinador e mais
tarde coordenador nas camadas jovens e também foi treinador orincial por uma ocasião em 1971-1972,
onde obteve 17 jogos e 7 vitórias

FERNANDO COUTO

Fernando Manuel Silva Couto nasceu no dia 2 de Agosto de 1969 em Espinho e começou a sua
carreira no Lusitânia de Lourosa (2). Ingressou no Futebol Clube do Porto ainda júnior e teve a sua estreia
na equipa principal dos Dragões na temporada 1987/88 quando o treinador era o jugoslavo Tomislav Ivic,

205
no dia 2 de Junho 1988 frente à Académica em Coimbra, na vitória por 1-0. Depois foi emprestado ao F.C.
Famalicão da 3ª divisão em 1988/89 e na temporada seguinte representou também por empréstimo a
Académica de Coimbra da 2ª divisão.

No ano de 1989, foi Campeão do Mundo de sub-20 no mundial realizado na Arábia Saudita.

Em 1990/91 regressou ao F.C. Porto já com a orientação de Artur Jorge, e nesse ano de estreia foi
titular em 25 jogos, ajudando a conquistar a Taça de Portugal. Foi também em 1990 que se estreou na
Selecção Nacional no dia 19 de Dezembro na Maia, para um jogo amigável contra os Estados Unidos.

Em 1991/92 e 1992/93, sagrou-se Campeão Nacional e começou a despertar a cobiça dos melhores
clubes da Europa.

Na temporada de 1993/94 venceu de novo a Taça de Portugal e no final da época deixou o Futebol
Clube do Porto para ingressar no Parma de Itália (5) onde na temporada seguinte venceu a Taça UEFA e
ficou em 2º lugar no campeonato.

O estatuto de titular indiscutível já não se manteve na época seguinte na equipa italiana, o que já
não acontecia na Selecção de Portugal que nesse ano de 1996 disputou o Campeonato da Europa em
Inglaterra, e as boas exibições do defesa central fizeram com que os espanhóis do Barcelona (2) o fossem
buscar a Itália.

Esteve duas épocas em Espanha e em 1996/97 voltou a vencer uma prova europeia, desta vez a já
extinta Taça dos Vencedores das Taças. Na temporada seguinte sagrou-se campeão espanhol.

Em 1998/99 voltou a Itália para defender a camisola da Lazio (7), e na temporada seguinte não só
repetiu a vitória na Taça das Taças como foi Campeão.

Em Abril de 2001 foi acusado de doping, mas nunca se provou que Fernando Couto estivesse dopado.
A prová-lo estão uma série de análises com resultado negativo antes e depois do fatídico controle de 28
de Janeiro, entre as quais uma análise ao cabelo feita em Abril e que permite afirmar que o jogador não se
dopou nos 6 meses anteriores à recolha. Mesmo assim, Fernando Couto foi punido com uma suspensão

206
desportiva de 10 meses que posteriormente foi reduzida para 5 meses. Depois desse pesadelo voltou a
jogar pela S.S. Lazio tendo sido capitão de equipa apesar de ser um jogador estrangeiro.

Na Selecção Nacional também envergou a braçadeira de capitão até ao final do Euro 2004 realizado
em Portugal.

Na temporada de 2005/06 regressou ao Parma. Representou o clube italiano durante mais três
temporadas e em 2007/08 terminou a sua carreira.

Ao serviço do Futebol Clube do Porto, realizou 158 jogos, marcou 12golos. Conquistou 7 títulos: (3
Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 2 Supertaças Nacionais). Obteve 110 Internacionalizações
(21 pelo F.C. Porto).

Em 2010 assumiu o cargo de Director de Futebol do S.C. Braga, lugar que ocupou até finais de
2011.

Em 2012 abraçou a carreira de treinador e partiu para a Índia onde assumiu o comando técnico do
Manchester Howrah. Mas a aventura em terras asiaticas durou pouco tempo e regressou a Portugal no
início da temporada de 2012/13 para ingressar na equipa técnica do S.C. Braga, onde se manteve até
2014.

Palmarés

2 Taças dos Vencedores das Taças; 1 Taça UEFA; 2 Supertaças Europeias; 3 Campeonatos Nacionais
da 1ª Divisão (Portugal); 3 Taças de Portugal; 2 Supertaças Cândido de Oliveira; 1 Campeonato de Espanha;
2 Taças de Espanha; 1 Supertaça de Espanha; 1 Campeonato de Itália; 2 Taças de Itália; 1 Supertaça de
Itália

207
FERNANDO DUARTE

Em 1982, Pinto da Costa venceu as eleições presidenciais do FC Porto e promoveu o regresso de


Pedroto ao estádio das Antas. Apesar de já saber da doença que o viria a vitimar, José Maria Pedroto
aceitou o desafio Pinto da Costa para regressar ao clube do coração depois de uma passagem de duas
épocas no Vitória de Guimarães e integrou na sua equia técnica, jovens como Fernanado Duarte.

Fernando Ferreira da Silva Duarte, nasceu a 23 de Março de 1961, integrou a equipa técnica de José
Maria Pedroto.

208
Na primeira pessoa sublinhava «Passar a pertencer aos quadros técnicos do F. C. Porto representa
para mim duas coisas muito impor­tantes: valorização como treinador e consequente possibilidade de
conquista de prestígio no desempenho da função; e a chance de tra­balhar num clube com a grandeza
do P. C. Porto, com técnicos com a craveira daqueles que constituem os meus actuais colegas e com um
conjunto de futebolistas do mais elevado nível — em suma, entrar no F. C. Porto permite-me fazer um valio­
síssimo estágio e ficar em melhores condições para continuar como técnico ao serviço do futebol. Quanto
ao futuro, não poderei pers­pectivar outra coisa que não seja a conquista de grandes êxitos. E quem não
pensa­ria assim, conhecendo a estruturação do Departamen­to Sénior; a perspicaz e com­petente direcção
técnica de José Maria Pedroto, a que nós, técnicos-adjuntos, tentaremos dar o melhor apoio; e o «plantel»,
valioso e bas­tante equilibrado que pos­suímos? Estou convicto de que os bons resultados apa­recerão, pelo
que não posso deixar de acreditar total­mente no futuro».

Na época de 1986-1987 Silva Morais iniciou a época como treinador do Feirense, tendo sido

209
substituído porFernando Duarte a partir de Novembro de 1986 concluiu a época. Treinou Trofense (3),
Felgueiras (1) e Esposende (3).

FERNANDO GOMES

Fernando Mendes Soares Gomes nasceu no Porto no dia 22 de Novembro de 195695.

Foi António Feliciano quem o descobriu para o futebol num torneio de futebol de salão do Académico,
levando-o para o Futebol Clube do Porto ainda muito novo.

Com apenas 17 anos, estreou-se oficialmente na equipa principal. Foi no dia 8 de Setembro de 1974

95 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2009/03/fernando-gomes.html

210
e marcou os dois únicos golos da equipa na suada vitória por 2-1 frente à CUF. Ganhava 12 contos por
mês enquanto Cubillas, o artista da altura levava 125 notas de mil para casa. Instalou-se com alguma
facilidade no onze titular e foi um dos grandes responsáveis pelo bi-campeonato de 1977/78 e 1978/79,
que quebrou um jejum de 19 anos sem conquistas na prova.

Com o término da época 1979/80, veio o tão conhecido verão quente: Gomes, juntamente com
Teixeira, Oliveira, Lima Pereira, Frasco, Simões, Freitas, Jaime, Quinito, Octávio, Romeu, Albertino, Costa,
Sousa e Tibi, saíram em defesa de Pedroto, despedido pelo presidente Américo de Sá, que não apreciava o
estilo de guerrilha de Pedroto e Pinto da Costa em relação ao poder de Lisboa. No final desta confrontação,
apenas Oliveira e Octávio, não deram o braço a torcer e acabaram por abandonar o clube. Gomes optou
por ficar mas seria transferido para o R.S. Gijon no dia 13 Agosto de 1980. O F. C. Porto acertou a
transferência, a troco da exorbitante quantia de 60 milhões de pesetas! Dessa quantia, ao avançado
caberiam 20 milhões de pesetas, um terço do valor total. No primeiro jogo pelo clube Espanhol, marcou
cinco golos ao Oviedo F.C.

Mas, felizmente para o F.C.Porto, as coisas não iriam correr muito bem em Espanha. No início
da época, Gomes tinha uma lesão grave que se foi complicando, e teve mesmo que ser operado. Em
declarações Gomes desabafava:”Confesso que admiti vir a jogar pelo Real Madrid ou pelo Barcelona,
mas... fui para Gijon sem qualquer lesão. Mas posso sair, o Gijon só quer o dinheiro que pagou pela minha
transferência. Não engano ninguém dizendo que gostaria de voltar ao F. C. Porto, mas se for o Sporting ou
o Benfica a contratar-me não deixarei de ser o mesmo profissional.”

No início da época 1982/83 Gomes já estava de regresso ao F.C.Porto, à sua plena forma e com uma
fome de golos impressionante. Nesse ano seria o melhor marcador da Europa com 36 golos, repetindo a
graça em 1984/85 com 39.

Em 1983/84, foram os seus golos que levaram a equipa à final de Basileia, ingloriamente perdida
para a Juventus F.C. e em 1986/87 foi um dos protagonistas da fantástica caminhada até Viena que,
injustamente, haveria de falhar por lesão. Mas esteve em Tóquio, na final mais radical que o mundo do
futebol já viu, contribuindo com um golo para que o F.C.Porto alcançasse tão importante troféu.

211
Mas em Novembro de 1987 iriam começar os problemas. Tomislav Ivic, assumiu numa entrevista
que “Gomes é finito!” e lançou no clube uma confusão danada. No jogo sa segunda-mão da Supertaça
Europeia frente ao Ajax F.C. de Cruyff, Ivic trocou Gomes por Jorge Plácido antes do final do jogo e ouviu
a maior assobiadela da sua carreira. Porquê? Porque o, então, Jugoslavo impediu Gomes de erguer um
troféu internacional em pleno Estádio das Antas… grande parte dos portistas nunca lhe perdoou.

Em Junho tudo parecia voltar aos eixos quando Ivic saiu do clube. Gomes renovava o contrato e
Quinito, o novo treinador afirmava:“Comigo… é Gomes e mais dez”. O problema é que Quinito não se
aguentou muito tempo à frente da equipa técnica e voltaram Artur Jorge e Octávio… dois velhos conhecidos.
Em Junho do ano de 1989, Gomes provocava uma dor de alma na maior parte dos portistas ao assinar
pelo Sporting C.P. acabando a carreira dois anos depois. O Astrólogo acertara! Ainda pisaria o relvado das
Antas ao serviço do clube leonino, sendo recebido por uma mistura de palmas e assobios.

Fernando Gomes era um avançado fantástico, excelente no jogo de cabeça, um posicionamento


perfeito, movimentava-se muito bem na área, fazia jogo com os companheiros mais atrasados, abria
espaços para entrada de colegas e tinha um instinto pelo golo que era qualquer coisa de fenomenal. Foi
um dos mais carismáticos Capitães que este clube já viu e com certeza o avançado mais completo que
envergou aquela camisola. Marcou 317 golos no Campeonato (um recorde nacional), sendo o jogador com
mais golos marcados ao serviço do F.C. Porto: 288.

Atualmente é dirigente do Futebol Clube do Porto.

Palmarés: 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus,1 Taça Intercontinental,1 Supertaça Europeia, 5
Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal), 3 Taças de Portugal, 3 Supertaças Cândido de Oliveira, 1 Taça
Associação de Futebol do Porto, 1 Taça Associação de Futebol de Lisboa, 2 Botas de Ouro e 6 Bolas de Prata.

Fernando Gomes não nasceu nem nunca jogou em nenhum Clube de Santa Maria da Feira, mas a
sua presença neste livro deve-se ao facto de ter sido graças ao empresário Neca do Couto, ter sido possível
o seu regresso ao Futerbol Clube do Porto, apos a saída par ao Gijon. Atentemos nas Palavras de Jorge
Nuno Pinto da Costa.

212
“Fernando Gomes: O bom filho a casa torna96

Quando, em 1980, terminei as minhas funções, como Director de Futebol, Fernando Gomes era sem
dú­vida a jóia do plantel, ainda que em fase de lapidação. Poucos dias após a minha saída foi transferido
para Es­panha, para um modesto Sporting de Gijón. Achei um absurdo perder assim um dos jogadores com
maior margem de pro­gressão, e que seria, sem dúvida, um dos maiores pontas de lança portugueses.
Logo que se abriu a possibilidade do meu regresso, foi uma das minhas prioridades com a tomada de
posse da minha Direcção em vinte e três de Abril de 1982. Logo na semana seguinte se iniciou aquilo
que chamámos «Operação Gijón.» Eu e os dirigentes Álvaro Pinto e Eduardo Poças, partimos de automóvel
rumo a Gijón, onde tínhamos encontro marcado com o Presidente do Sporting, D. Manolo Vega Arango.
Assim aconteceu e, durante o jantar oferecido pelo Pre­sidente do Sporting, dissemos ao que íamos - trazer
connosco o Fernando. Já tínhamos, antes, estabelecido acordo com ele, o que foi fácil, pois a sua vontade
de regressar não era menor do que a nossa.

Foi então, durante uma agradável «cena», estabelecido um pré-acordo: pagaríamos vinte mil contos,
em datas a com­binar, e o clube espanhol faria um jogo no nosso estádio das Antas para apresentação
do jogador.

Aconteceu que o Fernando tinha tido uma lesão no ten­dão de Aquiles e estava sem jogar.

Entre o nosso acordo e o programado encontro das Antas, onde se consumaria a transferência,
realizou-se um jogo em Espanha, entre o Sorting Gijón e o Las Palmas, que terminou com o resultado de
4-2, favorável ao Sporting, com três golos marcados pelo Fernando.

Nessa altura, o Presidente D. Manolo Vega Arango ficou sem qualquer dúvida que o atleta estava
recuperado. Numa ten­tativa de preparar todos os documentos necessários, insistimos para a obtenção
do acordo das datas de pagamento, pois sentia que estavam arrependidos de deixar sair o jogador.

Estava eu no gabinete, com o meu Vice-presidente Álvaro Pinto e tocou o telefone, era de Gijón e o
Presidente queria falar comigo. Estávamos a dois dias do jogo e na véspera de viajarem para a nossa cidade.

96 COSTA, Jorge Nuno Pinto. 31 Anos de Presidência, 31 Decisões. 2013

213
As novas não eram boas.

Informou-me o meu homólogo que tinham surgido pro­blemas com que não contavam e,
sendo assim, só podiam ceder o Fernando se fosse a pronto pagamento! Caso contrário, não se
processaria â transferência, mas manteriam a vinda ao nosso Estádio para jogar como previsto.

Foi em segundos que tive de tomar a grande decisão, aceitar ou não a exigência do Sporting de Gijón.

Acontece que não tínhamos nem vinte contos, quanto mais vinte mil! Mas a minha decisão
estava tomada. Era um ponto de honra do meu programa a vinda de Fernando Gomes e, para além
disso, tinha a certeza de, com ele, podermos arran­car para grandes êxitos.

A resposta foi imediata.

«Claro, Presidente, é óbvio que o pagamento será a a pronto».

O Alvaro Pinto só não caiu porque estava sentado! Mas que ficou sem fala, ficou.

Tinha dois dias para conseguir os vinte mil contos. Pensei alguns minutos e marquei encontro com
o Dr. Eduardo Rocha administrador do Banco Português do Atlân­tico, então o grande banco português.
Expliquei-lhe a situação, e ele foi claro. «Ó Jorge Nuno o nosso negócio é emprestar dinheiro, é necessário
é termos garantias».

Respirei de alívio e perguntei se era possível apresentarmos uma livrança avalizada pelo grande
industrial e meu amigo Manuel Francisco de Couto, das Indústrias Couto.

A resposta foi positiva e, contra a entrega da dita livrança, seria emitido um cheque bancário a favor
do Sporting de Gijón.

Nessa mesma tarde encontrei-me com o Neca Couto, expliquei-lhe o assunto e às dez horas da noite
já tinha em meu poder o documento bancário com o aval necessário.

214
97

Às dez da manhã eu próprio entrei no BPA e no dia se­guinte, às mesmas dez horas, recebia das
mãos do Dr. Eduardo Rocha o cheque bancário, sem o qual Fernando Gomes não teria regressado.

No almoço entre as Direcções dos dois clubes entreguei o cheque ao Presidente, que me confessou
ter informações de que não tínhamos possibilidade de o obter.

Felizmente que a minha decisão deu para bem, pois o Fernando Gomes foi a semente de imensos
êxitos.

Que saudades de Neca Couto! Que saudades do BPA e do tempo em que os bancos eram dirigidos
por banqueiros e não pela Troika”.

97 Neca do Couto

215
FERNANDO MENDES

98

Fernando Mendes dos Reis Dias, natural de Rio Meão – Feira, onde nasceu em 1946. Começou a
praticar ciclismo em 1963.

Natural de Rio Meão. Homem simples que um dia en­veredou pela prática do ciclismo envergando a
camisola duma colectividade que foi, sem favor, dos mais prestigiados no meio velocipédico nacional — A
Ova­rense. Mais tarde transferiu-se o Benfica onde se notabilizou como um dos melhores corre­dores do
nosso ciclismo. A pro­vá-lo, está a cobiça de equipas estrangeiras, pelos quais dis­putou muitíssimas provas
inter­nacionais e várias voltas a Es­panha e França.

Devido às conhecidas transfor­mações sócio-económicas ope­radas no nosso país, após o 25 de Abril


de 1974, Fernando Mendes ao regressar ao ciclis­mo lusíada é forçado a aban­donar o ciclismo profissional
para regressar a um amadorismo que de verdade apenas tem o nome! O próprio Fernando Mendes dir-ia:
Não sou profissional mas vivo do ciclismo!

Ao ingressar no F. C. Porto, muita gente lhe chamou velho. Todavia, o valoroso estradista acabou de
desmentir tamanho descrédito.

A sua vinda para o F. C. do Porto partiu do mo­mento em que determinado nú­mero de associados

98 http://memoriaporto.blogspot.pt/

216
e simpati­zantes azuis-brancos tudo fize­ram pois que ingressasse no clube, após a saída do Benfica.
Fernnado Mendes sublinhava que “São clubes que se asse­melham quer em condições de trabalho quer
na sua grandeza. O mesmo não acontece, porém, no aspecto de camaradagem. No Porto há, de facto,
boa camaradagem. Há um outro pormenor inte­ressante que eu gostaria de fo­car. Sou simpatizante do F.
C. do Porto desde criança (teria eu 10 anos) enquanto que do Benfica passei a sê-lo, também, devido a ter
envergado a cami­sola encarnada durante dez anos”.

Neste ano ao serviço do Futebol Clube do Porto, Fernando Mendes venceu o Circuito de Santarém,
o Grande Prémio Duas Rodas, o Grande Prémio Clock, 2.º classificado na Volta ao Algarve, e foi Campeaã
Nacional de Estrada. Conquistou a 40.ª Volta a Portugal – 1978 mas suposto Doping de Mendes dá a
Vitória a Belmiro99. Fernando Mendes também perdeu a vitória na Volta a Portugal, embora não tenha tido
um controlo positivo na 40.ª edição da prova.

A Volta a Portugal de 1978 terminou em am­biente de suspeições em torno da vitória de Fernando


Mendes, por alegadas irregularidades cometidas no processo de recolha da urina para a análise anti-
doping no controlo efectuado no final da 163 e an­tepenúltima etapa, em Mangualde. Todas essas suspeitas
se confirmaram quanto aos resultados finais da Volta, e não só em relação ao vencedor, pois além de
Fernando Mendes (que apanhou ainda um mês de suspensão), também foram desclassificados Américo
Silva e Joaquim Colaço. A vitória na Volta foi, assim, atri­buída ao segundo classificado, Belmiro Silva, que
teve este comentário: ‘Preferia ter ganho na estrada’.

Fenando Mendes era um ciclista as­tuto, bom estratego que sabia estar na corrida e pressentia, com
rara sen­sibilidade, as reacções e as motivações do pelotão, enquanto espreitava a me­lhor ocasião para
se lançar à conquista da vitória. Foi com esses atributos que, em re­presentação do FC Porto, chegou ao
final da prova no primeiro lugar, mas desta feita os seus planos não tiveram o resultado positivo que ele
procurava, porque a sua recusa em comparecer ao controlo sanitário, no plano disciplinar, correspondia a
um ‘doping’ positivo, e a vitória veio, por isso, a ser-lhe re­tirada e atribuida a Belmiro Silva, do Coimbrões,
um corredor completo, que se desempenhava muito bem nos terre­nos montanhosos, embora o rei dos

99 JUNIOR, Guita. História da Volta

217
trepadores nesta Volta tenha sido Firmino Bernardino, então ao serviço do Lousa. Belmiro, ciclista da escola
bairradina, teve o mérito irrecusável de manter uma assinalável regularidade que lhe valeu a ‘repescagem’
para o primeiro lugar do pódio. Além disso venceu duas etapas de característi­cas antagónicas: a ligação
de Castelo Branco para Seia, com a travessia da serra da Estrela, e o contra-relógio fi­nal em Águeda.
Embora a 4m 07s de Fernando Men­des, que na etapa de montanha, de Macedo de Cavaleiros para a
Guarda, desferiu um poderoso ataque, retirando a camisola amarela a Belmiro Silva e envergando-a nos
quatro últimos dias, as contingências da luta contra o ‘do­ping’ veio a restituir-lhe a vitória com que sonhou
de Espinho até à Guarda.

Participou em várias competições internacionais: TOUR (França); GIRO (Itália); VUELTA (Espanha);
Volta ao Luxemburgo; Bélgica, África do Sul; Angola, Nocal (Angola), Rodésia, etc.

Em 1974 foi o grande vencedor da Volta a Portugal, foi Campeão Nacional, e triunfou na clássica

218
Porto-Lisboa.

É recordista desta prova, nela saindo vencedor em 1972, 73 e 74.

Ganhou ainda muitos outros Grandes Prémios em provas nacionais (Robialac; Philips; Clok; Casal;
Abimoto) etc.

O vencedor da Volta a Portugal de 1974, Fernando Mendes (Benfica) despediu-se do mundo


velocipédico, aos 55 anos. A rivalidade com o seu amigo Joaquim Agostinho (Sporting) foi transposta
para as estradas despertando em todos os portugueses a enorme paixão pelo ciclismo. Agora, Fernando
Mendes juntou-se, na eternidade, ao compadre e amigo de sempre100.

Ao serviço dos encarnados, foi o grande rival de Joaquim Agostinho e juntos marcaram uma geração
de ciclis­tas que fizeram história no ciclismo nacional. Por essa altura a modalidade vivia envolvida numa
mística imposta pela presença do Benfica, Sporting e F.C.Porto nas estradas nacionais, a qual tanto se
100 Superciclismo, n.º 22 dezembro 2001

219
reclama nos dias de hoje. A rivalidade entre Fernando Mendes e Joaquim Agostinho era sã e só existia na
estrada, fora dela a amizade sempre prevale­ceu, pois também Agostinho era padrinho de Pedro Agostinho
Mendes, um dos filhos de Fer­nando Mendes.

Equipas representadas: Ovarense (durante 3 anos); Benfica (11 anos); nesta equipa, teve licença
para correr também em equipas estrangeiras. E efectivamente alinhou na FLANDRIA (BÉLGICA); FRISOL
(Holanda); CAS (Espanha); SEM (França); TEKA (Espanha). Representou ainda o F. C. do Porto, ZALA
(Felgueiras), Coimbrões, Coelima.

Representou a selecção nacional em vários campeonatos do mundo.

Depois de ter abandonado a competição, em 1980, ano em representava a equipa dos Calçados
Zala, Fernan­do Mendes manteve-se liga­do ao mundo das rodas, ten­do sido treinador de várias equipas.
A sua maior con­quista, como treinador, aconteceu em 1990, ao ser­viço da Ruquita-Feirense, com a qual
venceu a Volta a Portugal por intermédio de Fernando Carvalho.

101

Depois de concluir a carreira como ciclista e treinador profissional, revelou uma certa predilecção
pelas camadas mais jovens e aquando do seu falecimento era um dos monitores da escola de ciclismo

101 Na foto da esquerda para a direita: Fernando Mendes (treinador), Manuel Neves, Carlos Pereira, Paulo Silva, Viriato Duarte, José Mendes,
Fernando Carvalho, Slawomir Pietruszewski, Dulas Andrezej, Vítor Teresinho, Benjamim Carvalho e Abel Matos (treinador-adjunto).

220
que Fernando Car­valho criara, na qual as suas palavras continuavam a ser ouvidas com bastante apre­ço
por todos os alunos.

FRANCISCO BAPTISTA

102

Francisco Pereira Baptista, nasceu em 1-4-1942 em Mafamude, Vila Nova de Gaia. jogava a médio e
representou o Vilanovense (2), o Futebol Clube do Porto, onde venceu uma Taça de Portugal (5), Braga (1),
Tirsense (Campeão Nacional da 2.ª Divisão (3), Boavista, Salgueiros e União de Lamas (1)).

O Feirense na época 1982-1983, conheceu diversos treinadores: Joaquim de Sousa que iniciou a
época, Artur Brandão numa fase de transição, Joaquim Queirós a partir de Dezembro de 1982 e Francisco

102 Francisco Baptista como treinador do Feirense em 1983-84

221
Baptista que a partir de Abril de 1983 concluiu a época. Completou a época seguinte. Em 1984-85
Francisco Baptista iniciou a época sendo substituído por Francisco Nóbrega a partir de Janeiro de 1985.
Treinou ainda Vilanovense, o Salgueiros, o União de Lamas (7) o Esmoriz (6), Lusitânia de Lourosa (1) São
João de Ver (7).

FRANCISCO RIBEIRO DA SILVA

Natural do Concelho de Santa Maria da Feira (1940),é casado, tem uma filhae Dois netos. Reside na
freguesia de Ramalde, na cidade do Porto.

Habilitações Literárias: Curso Superior de Teologia. Licenciatura em Ciências Históricas. Doutoramento


em Letras, especialidade de História Moderna e Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade
do Porto.

Profissão: Professor Catedrático Aposentado da FLUP (Departamento de História). Historiador:


Publicou cerca de 200 títulos sobre temas históricos da sua preferência, a saber História do Municipalismo,
História Institucional e Política, História da Cidade do Porto, História da Alfabetização, História da viticultura
duriense e do Vinho do Porto e História das Misericórdias e da Assistência.

222
Desse conjunto de publicações, 16 são livros. Orientou dezenas de dissertações de Mestrado e
Doutoramento. Proferiu mais de uma centena de conferências sobre temas de História, dentro e fora do
país. Coordenou um Centro de Investigação e foi Director da Revista «Douro. Estudos e Documentos».

Cargos exercidos: Vice-Reitor da Universidade do Porto (2001-2006); Presidente do Conselho


Directivo da FLUP (1992-1994). Primeiro Provedor do Estudante da Universidade do Porto.

É sócio de Mérito da Academia Portuguesa da História. É sócio efectivo da Academia de Marinha. É


membro-correspondente dos Institutos Histórico- Geográficos de Minas Gerais e de S. Paulo (Brasil).

Integrou o Conselho Cultural do Futebol Clube do Porto.

Presentemente é membro da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia do Porto, tendo


a seu cargo o pelouro do Culto e da Cultura; é membro da Mesa Administrativa da Irmandade da Lapa e
integra a Direcção do Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes.

FRASCO 103

103 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2009/03/frasco.html

223
António Manuel Frasco Vieira nasceu no dia 16 de Janeiro de 1955 em Leça da Palmeira.

Foi no Leixões S.C. (6) que Frasco iniciou a sua carreira de futebolista com 14 anos de idade.

Fez a sua estreia na 1ª Divisão Nacional na temporada de 1973/74 com apenas 18 anos de idade
pelo Leixões S.C. treinado em primeiro lugar por António Teixeira e mais tarde por Haroldo de Campos.
Nesta altura, Frasco ainda ocupava preferencialmente a posição de avançado e só mais tarde foi recuado
para a posição que se notabilizou como meio campista. Na primeira época na 1ª Divisão Nacional, num
campeonato em que o Leixões S.C. se classificou na 14ª posição da geral, Frasco foi utilizado apenas em
10 ocasiões sem ter apontado qualquer golo. Mas seria na temporada seguinte que Frasco se irá afirmar
definitivamente na equipa de Matosinhos, já ocupando a posição de médio, disputando o nacional maior
da época de 1974/75 onde o Leixões S.C. treinado inicialmente por Haroldo de Campos e Raul Oliveira
e mais tarde por Filpo Nuñez, terminou a prova num honroso 9º lugar. Frasco foi dos jogadores mais
preponderantes nesta equipa do Leixões, pois actuou em 27 partidas oficiais no Campeonato Nacional
concretizando 3 golos.

A partir daí passou a ser dos jogadores mais importantes na equipa do Leixões S.C. que nas épocas
de 1975/76 e 1976/77 disputou a 1ª Divisão Nacional. Nesta ultima época de 1976/77 o Leixões S.C.
acabou por descer à 2ª Divisão Nacional pois não conseguiu ir alem do penúltimo lugar na prova não
evitando dessa forma a despromoção. Nesta altura, Frasco era já um jogador altamente pretendido por
clubes de maior nomeada e que jogaria no primeiro escalão, mas o certo é que ainda permaneceria
durante mais uma temporada ao serviço do clube da sua terra, desta feita, disputando a Zona Norte da 2ª
Divisão Nacional na época de 1977/78.

No início da temporada de 1978/79 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto ((11) treinado por
José Maria Pedroto, ingressando assim num dos mais importantes clubes nacionais. O certo é que, ao
serviço dos Dragões, Frasco iria projectar-se definitivamente no futebol português, conquistando títulos
nacionais e internacionais, passando ainda a representar a Selecção Nacional com regularidade. Seriam
11 épocas consecutivas ao serviço dos azuis e brancos onde integrou equipas recheadas de grandes
jogadores e treinadas por técnicos de renome nacional e internacional. Integrou uma geração de jogadores

224
do F.C. Porto, como João Pinto, Lima Pereira, Jaime Pacheco, Sousa, André, Gomes, Futre, entre outros,
que ficaram para sempre ligados à história do principal clube da cidade invicta.

Ao nível da Selecção o ponto mais alto da sua carreira foi naturalmente a presença no Europeu de
França de 1984 onde Portugal espalhou o perfume do futebol luso pelos relvados de terras gaulesas.
Frasco figura assim no quadro de honra da equipa de Portugal que se classificou num brilhante 3º lugar na
principal prova de selecções na Europa.

Ao serviço dos azuis e brancos, Frasco conheceu vários treinadores, dos quais se destacam
evidentemente o mestre José Maria Pedroto, Artur Jorge e Tomislav Ivic, com quem ganhou diversos títulos,
ou ainda com António Morais, Herman Stessl.

Em 1983/84 conquistou o seu segundo título no palmarés individual com a vitória do F.C. Porto na
Taça de Portugal e na época seguinte venceu novamente o Campeonato Nacional da 1ª Divisão já com
Artur Jorge ao leme do conjunto azul e branco.

Entretanto, ao nível internacional, destaca-se, desde logo, a presença na final da edição de 1983/84
da Taça das Taças frente aos italianos da Juventus F.C. Em jogo disputado no 16 de Maio de 1984, no
Estádio St. Jakob, em Basileia na Suiça e arbitrado pelo juiz Adolf Prokop da antiga RDA, o F.C. Porto foi
derrotado pela Juventus F.C. por 1-2 naquela que seria a primeira final europeia da equipa portista. Mais
tarde, na época de 1986/87, o F.C. Porto venceu a Taça dos Campeões Europeus de Clubes na final no
Estádio do Prater em Viena de Áustria frente ao Bayern de Munique, numa partida em que Frasco foi
suplente utilizado. Faz parte ainda das conquistas da Supertaça Europeia frente ao Ajax F.C. de Amesterdão
e da Taça Intercontinental contra o A.C. Penarol.

Em termos de títulos nacionais, Frasco ainda conquistaria a dobradinha na época de 1987/88


quando o FC Porto treinado por Tomislav Ivic juntou o título de Campeão Nacional à vitória na final da Taça
de Portugal frente ao Vitoria de Guimarães.

Frasco acabou por fazer a sua última época de azul e branco na temporada de 1988/89 numa altura
em que já não era titular na equipa portista integrando o plantel essencialmente pela sua preponderância

225
no espírito de grupo. Abandonou as Antas e já com 34 anos de idade jogou ainda uma temporada ao
serviço do Leixões S.C. o seu primeiro clube, na 2ª Divisão Nacional Zona Norte, contribuindo de alguma
forma para o acesso da equipa matosinhense à 2ª Divisão de Honra do futebol português.

Terminada a carreira de futebolista profissional, Frasco manteve a sua ligação ao futebol,


concretamente como treinador em equipas dos escalões secundários. Foi adjunto de António Sousa no
S.C. Beira Mar e actualmente integra os quadros de treinadores das camadas jovens do F.C. Porto.

Por último, a história pela qual é mais lembrado entre os adeptos portistas: apesar da morte recente
do pai no alto mar, aceitou jogar o desafio contra o S.C. Covilhã que daria o título 1985/86 ao F.C. Porto

Palmarés:

1 Taça Intercontinental; 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus; 1 Supertaça Europeia; 4


Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal); 2 Taças de Portugal; 4 Supertaças Cândido de Oliveira
e 2 Taças Associação de Futebol do Porto.

Treinador: Feirense (1 – 1992-1993), Leça (1), Desportivo das Aves (1), Ermesinde (2),
Sandinenses (Juniores B), Beira-Mar (adjunto), F.C Porto (10 – adjunto).

226
GABRIEL

Gabriel Azevedo Mendes nasceu no dia 30 de Maio de 1954 em Miragaia no Porto.

227
Estreou-se na equipa principal do Futebol Clube do Porto (14) na temporada de 1974/75. Esteve ao
serviço dos Dragões durante nove épocas onde foi sempre (á excepção do ultimo ano), o dono do sector
direito da defesa portista.

Conquistou a Taça de Portugal em 1976/77 e sagrou-se Bi-Campeão Nacional em 1977/78 –


1978/79. Ainda venceu mais duas Supertaças Cândido de Oliveira.

Em 1980/81 conquistou a Taça Associação de Futebol do Porto.

Na época de 1982/83 perdeu a titularidade para o jovem João Pinto e apenas realizou 8 jogos. No
final dessa temporada optou por sair do F.C. Porto para jogar no Sporting C.P. (4), clube que representou
por quatro épocas, no entanto sem nunca conhecer o sucesso que viveu nas Antas, tendo apenas vencido
uma Taça Associação de Futebol de Lisboa, em 1984/85.

Em 1987/88 transferiu-se para o S.C. Covilhã (1), onde disputou nove partidas e no final do
campeonato saiu para o Ermesinde (1). Colocou um ponto final na carreira no Torres Novas (2).

Gabriel vestiu também a camisola da Selecção Nacional por 20 vezes.

Palmarés

Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal); 1 Taça de Portugal; 2 Supertaças Cândido de


Oliveira; 1 Taça Associação de Futebol do Porto; 1 Taça Associação de Futebol de Lisboa

Treinador: Sanjoanense (1), Peniche (1), Feirense (2 épocas: Henrique Nunes iniciou a época de
1999-2000, sendo susbstituído pelo brasileiro Chiquinho Carioca a partir de Novembro de 1999. Gabriel
Mendes em Janeiro de 2000 assumiu e concluiu a época. Em 2000-2001Gabriel Mendes iniciou a época,
sendo substituído por Edmundo Duarte a partir de Outubro de 2000 que por sua vez deu o lugar de
treinador a António Caetano partir de Fevereiro de 2001.) Oliveira do Bairro (2) e Recreio de Águeda (1).

228
GUILHERME ROCHA

Guilherme Rocha nasceu a 31 de Março de 1952 e correu no Futebol Clube do Porto (8, participu em
duas Voltas a Portuga – 1973 e 1976) e Coimbrões (3).

Palmarés

1972: Campeão Nacional de Persguição em Pista; Campeão Nacional Velociadade em Pista;


Campeão regional de Estrada; Vice-Campeão Nacional de Estrada

229
1977: Primeiro no Prólogo do Prémio do Nordeste vestindo a Camisola amarela

1977: 3º na 2ª etapa Grande Prémio Clok; 3º no Prólogo Grande Prémio do Minho;1º na 1ª etapa
Grande Prémio do Minho; 1º na Classificação por pontos Grande Prémio do Minho; 8º no Campeonato
Nacional de Estrada; 5.º no Prólogo da Volta a Portugal; 3º na 9ª etapa Volta a Portugal; 4º na 2ª etapa da
Volta ao Algarve.

1978: 5.º na 1ª etapa Grande Prémio Clok.

104

1979: 1º na 1ª etapa da Volta a Portugal, disputada em Espinho, envergando a camisola amarela; 2º

104 António Machado;Alberto Machado, Albano Costa, Manuel Costa, Guilherme Rocha, Belmiro Silva, Manuel Siva e Lemos (treinador).

230
na 7ª etapa Volta a Portugal; 5º no Circuito de Rio Maior.

1980: 5º no Prólogo Grande Prémio ‘Jornal de Notícias’; 4º na1ª etapa parte A Volta a Vila Nova de
Gaia; 3º na 1ª etapa parte B Volta a Vila Nova de Gaia; 3º na 2ª etapa parte A Volta a Vila Nova de Gaia;
4º na Classificação Geral Final Volta a Vila Nova de Gaia; 3º no Prólogo da Volta a Portugal; 5º na 1ª etapa
parte Volta a Portugal. 

105

105 Joaquim Leite, Manuel de Sousa, Luciano Vale, Manuel Gomes, Guilherme Rocha, Joaquim Andrade, Luis Pacheco, Custódio Gomes, Gabriel
Azevedo e Armindo Gonçalves (técnico).

231
GRAÇA

António Lamoso António Lamoso na sua publicação Fac­tos e Personalidades da Feira do Concelho,
1917 a 1950 revela que um dos momentos mais importantes para o Clube Desportivo Feirense, na década
de 30 foi foi tentar encontrar um treinador. Com a colaboração do Dr. Paulo de Sá106 contrataram “um
senhor que veio do Futebol Clube do Porto, o doutor Graça. Vinha de au­tocarro, do Porto até ao lugar dos
17. Eu encontrava-me com ele nes­se lugar. Ia de bicicleta, que ele de­pois levava para o treino, enquan­to
eu vinha a pé a pé. Fiz muitas vezes este trajecto, porque sentia que estava a nascer uma coisa nova e
esta foi uma das muitas medidas que as pessoas começaram a implementar para fazer cres­cer o clube”.

O primeiro capitão do Feirense lembrou também na Revista Feirense Magazine a dedicação que

106 Paulo de Sá, Presidente da Assembleia Geral do clube,

232
Carlos Graça tinha para com o Feirense “dado o grande carinho que este treinador tinha para com o
grupo chegou a vir a pé de Espinho até à Feira, só para treinar a equipa.”

No jornal Correio da Feira de 16 de abril de 1932 vinha publicada a seguinte notícia, fazendo
referência a um grande desafio de foot-ball, mas de carácter particular, neste artigo nota-se a grande
expectativa em relação a este encontro, porque o Feirense estava a ser treinado pelo técnico do
F.C.Porto, Sr. Graça!

Vejamos então o que nos diz este artigo assinado por um Feirense.

“Amanhã; às 16 horas, no magnífico campo desta vila realiza-se um desafio de foot-ball entre os
grupos de honra do Sporting Club de Albergaria-a-Velha e o Clube Desportivo Feirense.

É de esperar que o jogo decorra cheio de técnica por parte do Feirense, pois dos dois encontros que
estes grupos já realizaram, saiu vencedor o de Albergaria: o primeiro em sua casa, pelo score de 4-0 e o
segundo nesta Vila pela mínima diferença de 2-1.

O Feirense, devido a bastantes treinos que tem recebido, tem progredido, graças ao seu treinador
Sr. Graça, do F.C.Porto, notando-se contudo por parte de alguns elementos muita falta de entusiasmo,
visto julgarem-se já uns internacionaes, e por isso, nem ao campo aparecem, e se lá vão nem se dignam
equipar.

Feira – Oliveira107

Conforme estava anunciado, realizou-se no domingo passado, o desafio de futebol Club Desportivo
Feirense - Escola Livre de Oliveira de Azemeis em homenagem ao mestre dos rapazes feirenses, Carlos
Graça. [Homenagem simples mas que significou bem o quanto os rapazes e a Direcção do Feirense
estavam gratos ao esforço do sportman Carlos Graça.

Pena é que esse esforço não fosse um bocadinho mais aproveitado….

Perante uma assistência que soube re­


presentar a hospitalidade feirense os gru­
pos entraram

107 Democrata Feirense. Outubro 1932

233
galhardos procedendo-se logo à escolha de campo. A princípio notou-se certo equilíbrio mas o Feirense
numas fugidas perigosas tocou duas vezes as redes do adversário. Aí por intermédio do Barbosa e a
segunda num formidável pontapé ao canto da baliza por D. Toscano. Ainda antes de terminar a primeira
parte os oliveirenses conseguiram enfiar uma bo­la, bola um pouco duvidosa no realimento.

Quando os grupos alinharam para a segunda parte Joaquim Toscano, capitão do grupo, que não
jogou, o Sr. Dr. Eugénio Cadillon, presidente do club e a menina Maria Eduarda, descendo da tribuna
da assistência entraram no campo levando a última um lindo ramo de flores que os jogadores do C.D.F.
ofereciam ao Sr. Carlos Graça. Este agradeceu comovido e de­sejando o progresso e a boa ordem nos
rapazes que envergavam á camisola que ele também defendia pela última vez.

O jogo continuou marcando-se os restan­tes pontos. Notou-se o cansaço de parte à parte deixando
o jogo de ser tão movimen­tado como durante os primeiros minutos e assim terminou uma das melhores
tardes futebolísticas que temos tido no nosso campo.

A arbitragem, embora regular, teve al­gumas deficiências, mas agradou no entan­to pela imparcialidade.
Já noite, num porto, o Snr. Carlos Graça agradeceu a homenagem que lhe prestaram desejando as pros­
peridade do nosso club e depois do sr. Dr. Eugénio Cadillon e Dr. Paulo de Sá llhe mos­traram o quanto
agradeciam o gesto de sportman do sr. Graça vindo do Porto, graciosamente, treinar os nossos rapazes.

234
IVO PINTO

Ivo Daniel Ferreira Mendonça Pinto nasceu em Lourosa a 7 de Janeiro de 1990. Começou a começou


a sua carreira no Lusitânia de Lourosa (2) depois ingressou no Boavista (7) onde atuou como  trinco/
médio-defensivo  (agora  defesa é direito), com passagens pelo Pasteleira (1). Ingressou na temporada
2008-2009 no Futebol Clube do Porto (2) para jogar nos sub-19. Esteve uma época na equipa sénior,
2008- 2009). A estreia ocorreu em 4 de Fevereiro de 2009 em Alvalade, na derrota por 4-1. Treinador
Jesualdo Ferreira.

Depois jogou na Vitória de Setubal (1), Gil Vicente (1), Sporting da Covilhã (1), União de Leiria (1) CFR
Cluj (1), Dinamo Zagreb (3) e Norwich City (2).

235
JAIME

Jaime Ferreira da Silva108 nasceu no dia 17 de Abril de 1941 em Santa Maria da Feira.

Começou a prática do futebol no clube da sua terra natal, o Fiães, mas com apenas 15 anos foi levado
à Constituição por um tio que vivia na Venezuela e desde logo ficou integrado nas escolas de formação
do Clube. Começou sob a orientação experimentada de Artur Baeta, passando na segunda temporada
aos juvenis. orientado por José Vale. Enquanto júnior foi campeão Regional e finalista no Nacional da
categoria, com Reboredo como seu treinador.

Em 1959/60 subiu aos seniores passando a evoluir regularmente na equipa de reservas em cujas
108 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2014/10/jaime.html

236
formações se sagrou campeão regional. Foi precisamente nessa temporada que fez a sua estreia como
titular na equipa principal. Aconteceu no dia 5 de Junho de 1960, no Campo D. Manuel de Melo, no
Barreiro, frente ao Barreirense, em jogo da 1ª Mão, dos quartos-de-final, da Taça de Portugal, que terminou
com uma igualdade sem golos, era então treinado pelo brasileiro Otto Vieira, que tinha substituído o checo
Fernando Daucik.

Permaneceu nas Antas durante dez temporadas, entre 1959/69 a 1968/69. Começou por ser pouco
utilizado na primeira época, mas depois passou a ser um dos jogadores mais utilizados pelos treinadores
que passaram pelo banco dos portistas.

Jogador rápido, batalhador, muito ofensivo e com capacidades excepcionais para ir à linha cruzar,
proporcionava muitas assistências para golo e ainda aparecia em zonas de finalização para marcar. Ficou
conhecido pela alcunha do «ventoinha».

Depois de um período de menor utilização, onde ia alternando com Carlos Duarte, Jaime conquistou
finalmente o seu espaço a partir da temporada de 1962/63, com o húngaro Jonas Kalmar. Foi também em
1963 que vestiu pela primeira vez a camisola das quinas, nas equipas militar e de promessas e em 1965
na selecção B. Nunca foi internacional A.

Conquistou a Taça Associação de Futebol do Porto por sete vezes, entre 1959/60 a 1965/66 e a
Taça de Portugal de 1967/68, onde foi um dos titulares na equipa que derrotou o V. Setúbal por 2-1 na
Final disputada no dia 16 de Junho de 1968 no Estádio do Jamor.

237
109

Jaime também viveu outros grandes momentos com a camisola dos Dragões, como a vitória sobre o
Athletic Club de Bilbao no dia 1 de Setembro de 1962 e que serviu para inaugurar a instalação eléctrica
do Estádio das Antas.

Mas mais importante foi o triunfo sobre os franceses do Olimpique de Lyon por 3-0 para a 1ª mão
da 1ª eliminatória da Taça dos Vencedores das Taças. O que marcou a primeira vitória do F.C. Porto nas
competições europeias no dia 16 de Setembro de 1964.

Nos dez anos em que representou o F.C. Porto, Jaime disputou 182 partidas e marcou 43 golos.

109 Futebol Clube do Porto, vencedor da Taça de Portugal de 1968. No 1.º Plano: Jaime, Djaama, Pinto, Gomes e Nóbrega. De pé Bernardo da
Velha, Atraca, Rolando, Pavão, Valdemar e Américo.

238
110

Na temporada de 1967/68 foi titular em 7 das 11 partidas da Taça de Portugal, a última das quais
na final no Jamor, frente ao V. Setúbal, que o FC Porto venceu por 2-1. No final da época seguinte terminou
a sua carreira toda dedicada ao FC Porto.

110 Jaime e o seu irmão Acácio que veio aogar no Feirense, na reportagem Uma família Portista em Terras de Santa Maria, da autoria de Artur
Baeta no jornal O Porto de 23 de Novembro de 1963.

239
JOÃO MOTA

O professor João Mota, nasceu a 12 de Novembro de 1942. Como treinador principal orientou o
Leixões (1) e o Feirense (2 épocas em 1977-1978: Eduardo Gonzalez foi o treinador na fase inicial do
campeonato, Licínio Milheiro numa fase de transição. João Mota foi o treinador partir de Outubro de 1977
concluindo a época. João Mota iniciou a época de 1978-79, sendo substituído por Eduardo Soares numa
fase de transição e ainda David Costa a partir de Dezembro de 1978.) Depos desta experiência como
treinador principal, a convite de José Maria Pedroto integrou durantes várias épocas asequipas técnicas
do Futebol Clube do Porto, estando ligado às conquistas do clube.

A propósito do regresso ao clube de sempre, João Mota sublinhava “Voltar ao Futebol Clube do

240
Porto origina em mim uma dupla alegria.Por um lado, permite-me voltar a exercer a minha actividade
profissio­nal numa grande coletividade e, sobretudo, na coletividade de que fui adepto desde sempre; por
outro lado, dá-me a oportunidade de integrar uma equipa téc­nica de grande valia, equipa superiormente
dirigida por José Maria Pedroto, e que vinha projectando o clube para êxitos nacionais e in­ternacionais.
Quanto ao futuro? Antes do mais, gosta­ria de referir que aguardo com total serenidade e com firme
determinação, predi­cados que tenho como indis­pensáveis para a conquista dos êxitos que desejamos
que estão perfeitamente ao nosso alcance. Somar triunfos atrás de triunfos é, ob­viamente, e em termos
mais concretos, a minha aspiração primeira, como seria a de qualquer mortal. Mas não queria deixar de
dizer uma palavra especial à me­lhor massa associativa do Mundo, que é a nossa — no futuro, igualmente
me en­cheria de satisfação voltar a vê-la unida, domingo a do­mingo, em torno da equipa, comungando o
mesmo sen­timento. Adiantaria mes­mo, sem receio de errar, que já sinto essa união, a despeito da época
oficial ainda não ter principiado”.

111

111 De pé: Manuel, Gilberto, Serginho, Cipó, Professor João Mota, Pinto, Seminário, Baltemar Brito, Babalito, Coelho, Zé Domingos e Magalhães.
Sentado: Acácio, Silva Morais, Parra, Bites, Zeca, Portela e Henrique

241
Foi deputado pelo Porto nas listas do PSD nas VI (4-11-1991 a 26-10-1995)e VII legislaturas (27-
10-1995 a 24-10- 1999)

JOAQUIM ANDRADE

Joaquim Pereira de Andrade, nasceu no dia 14 de Junho de 1945, em Travanca, Santa Maria da
Feira. Casado, tem três filhos. Todos praticaram ciclismo. O filho mais velho, também Joaquim Andrade é
o recordista do Guiness Book com mais Voltas nacionais concluídas. O 2.º filho, o José Andrade e a mais
nova, Liliana Andrade tiveram também um percurso interessante no ciclismo. Joaquim A andrade venceu
a Volta a Portugal em 1969, competindo com o saudoso Joaquim Agostinho.

Joaquim Andrade na prmeira pessoa refere que“desde 1964 que pratiquei o ciclismo. Gostava

242
imenso deste desporto, porqu eu era admirador de Sousa Cardoso e Alves Barbosa. Aqui na terra, havia
o José Vieira, que depois do brilharete que vez na Volta a Portugal em que venceu algumas etapas, foi
homenageado na terra. Isso despertou o meu interesse pelo ciclismo”.

Joaquim de Andrade iniciou-se na Ovarense, onde se encontrava o José Vieira. Era treinador o Sousa
Santos. Para além da Ovarense, esteve no Sangalhos, no F. C. do Porto, Coelima, Fagor (Angola), Coimbrões,
Águias de Alpiarça. Marcou ainda presença na Gitane e Flandria (frança) onde alcançou algumas vitórias.
Participou no Tour (França), em duas Vueltas (Espanha), na Volta ao Luxemburgo, Normandia, no Midi
Libre (França), na Dauphinée Liberée (provas de preparação para o Tour), e noutras clássicas. Participou
no Campeonato do Mundo de Profissionais de 1972.

Joaquim Andrade, foi também campeão nacional de rampa, pista, e fundo, várias vezes. Ganhou o
Grande Prémio do Comércio do Porto, quase já no fim da sua carreira. Venceu também a Volta do Nordeste
Transmontano. Na volta ao Brasil, triunfou em duas etapas. Em Angola, ganhou os Prémios Fagor e o Nocal.

“Gastávamos o material em treinos. Presentemente, o ciclista tem muita prova, e por si não treina
mais do que nós o fazíamos”.

Participou em 17 Voltas a Portugal, e que continua a ser o que sempre foi: afável, atencioso, e bem disposto.

Ao serviço do Futebol Clube doPorto

1972: Campeão Nacional de Perseguição Individual; Campeão do Porto, 1º na 2ª e 3ª provas;


Campeão do Porto de Montanha; 1 etapa no Midi Libre; 1º no Prémio do Porto; 2º no Campeonato de
Portugal; 2º no Campeonato Nacional de Montanha; 2º no Lisboa-Coimbra-Lisboa; 3º no GP Nocal; 5º na
Volta a Portugal.

1973: Campeão Nacional de Perseguição Individual; Campeão Nacional de Perseguição por Equipas;
Campeão do Porto; 1º no Prémio de Coelima; 1º no Prémio do Porto; 2º no Campeonato Nacional de
Montanha; 5º na Volta a Portugal; 6º no Campeonato de Portugal; 64º no Tour de France.

1974: 1º no Porto-Póvoa (c/relógio); 1º no GP Papéis do Vouga, 1 etapa; 1º no GP Couto, 1 etapa; 1

243
etapa na Volta a Portugal; 2º no Campeonato Nacional de Perseguição Individual; 3º no Campeonato de
Portugal; 3º no Campeonato Nacional de Montanha; 26º na Vuelta a España.

1975: 2º no Campeonato Nacional de Montanha; 2º no GP de Lisboa; 4º no Campeonato de Portugal;


24º na Vuelta a España e 27º na Vuelta ao País Basco.

JOAQUIM SOUSA SANTOS

244
Joaquim Sousa Santos nasceu em S. João de Vêr, a 24 de Setembro de 1930112. Desde pequeno que
o garoto sonhava com uma bicicleta como a do padrinho, que era também seu irmão Manuel dos Santos,
e que lhe construiu uma bicicleta. Não se poupando a trabalhos nem a esforços, colocou o garoto sobre o
quadro e zás! O Quim lá foi! A minúscula bicicleta rodou com o miúdo agarrado ao guiador, em pânico, até
que se “espetou” contra um muro! Joaquim Sousa Santos, com pouco mais de quatro anos de existência
neste mundo atribulado, não ficou a chorar, apesar do susto, choque e... arranhaduras!

Era imensa a sua alegria por ter uma bicicleta. Era pequenina, mesmo feita para a sua idade, e apenas
com duas rodas. Era igual à do irmão e padrinho, que corria numa bicicleta a sério vestindo a camisola
do FC Porto, e que na altura soltou uma gargalhada, dado que nada melhor do que uns trambolhões para
começar. Veio a escola, o trabalho, mas a bicicleta ficou como a sua grande paixão. Filho de uma pobre
família, cedo aprendeu um ofício - sapateiro, e muito se sacrificou para poder realizar o seu sonho de ter
uma bicicleta como a do padrinho, pois ganhava 20$ por semana. Nas estradas, sempre que passavam
ciclistas, ficava parado a olhar e... a desejar seguir-lhes o exemplo, mas não havia dinheiro...

112 Idolos do desporto” de 25 de agosto de 1956

245
Sousa Santos começou a apertar o cinto dia a dia e dos escassos 20$ retirava 5$ ou 6$ sempre que
podia, muitas vezes comia só a tradicional “broa” nortenha. Com muito sacrifício juntou 700$ e surgiu
a possibilidade de comprar uma máquina, mas faltavam 100$, que o padrinho Manuel dos Santos lhe
emprestou.

Estava-se em 1950. Sousa Santos, com “sangue na guelra”, sentia-se “em forma”. A sua “pasteleira”,
com guiador de bicicleta de corrida, “voava” pelas ruas de S. João de Vêr. Um dia pedalava despreocupado
quando lhe surgiram, numa curva, Joaquim Costa, Aniceto Bruno, Onofre Tavares e Amândio de Almeida,
ciclistas da equipa do FC Porto, em treino. Sousa Santos era conhecido de Joaquim Costa, e este conversou
com ele enquanto pedalavam os cinco. Já em bom ritmo, a certa altura, Sousa Santos ouviu Aniceto dizer:
- Larga lá o “pato bravo”. Toca a andar.... Mas o “pato bravo” encheu-se de brio e acompanhou os “ases”
do FC Porto, apesar de várias tentativas para o deixarem para trás.

Foi mesmo ali e naquele dia que Aniceto Bruno convidou Sousa Santos a ingressar no FC Porto. Assinou
contrato no dia seguinte, passando a ser corredor profissional, e a partir daí começou a preparar-se melhor.
A sua alimentação era agora mais cuidada e rica, e passou a ter bom material e horas para treino».
Sousa Santos, ao longo da sua carreira, tanto a nível nacional como internacional (Volta a Marrocos, 3
participações na Volta a Espanha), venceu várias provas e etapas, destacando-se:

1955: 2º classificado na Volta a Portugal.

1957: 2º classificado na Volta a Portugal;

Vencedor da Clássica Porto – Lisboa. 1959: 3º classificado na Volta a Portugal


Ciclista de grande craveira que ao longo da sua carreira, tanto a nível nacional como internacional (Volta a
Marrocos, 3 participações na Volta a Espanha,...), venceu várias provas e etapas.

Embora nunca tenha ganho qualquer Volta, foi um dos mais queridos ciclistas do F.C. Porto, nessa
época.

Sousa Santos teve como adversários directos Alves Barbosa;

246
Ribeiro da Silva. Terminada a carreira como ciclista, Sousa Santos manteve-se no seio do ciclismo
como treinador do Ovarense e S.L.Benfica .

Venceu uma volta a Portugal em 1966 como treinador do S.L.Benfica , através do seu ciclista
Francisco Valada.

Era pai de dois grandes ciclistas já falecidos: José Sousa Santos e Joaquim Sousa Santos (vencedor
da Volta a Portugal de 1979).

JOAQUIM SOUSA SANTOS (Filho)

247
Joaquim Sousa Santos, nasceu no dia 13 de Outubro, de 1955, no lugar da Giesteira, Freguesia de
S. João de Ver (Feira) e faleceu a 17 de Agosto de 2012. Era filho do famoso Joaquim Sousa Santos, que
obteve dois segundos lugares na Volta a Portugal e que foi vencedor da Clássica Porto/Lisboa.

Éra médico, licenciado pela universidade de Coimbra, sendo “praticante-estudante, atingindo o


máximo no 5.º e 6.º ano de Medicina”.

Sousa Santos na primeira pessoa sublinha “foi precisamente nesta altura que ganhou a Volta a
Portugal. Tinha 23 anos. Reconheço que o conciliar o estudo com o ciclismo não é fácil; mas porque
gostava de desporto e porque tinha como objectivo obter o máximo, complementando o palmarés do meu
pai, q quem apenas faltava ganhar a Volta a Portugal e o Campeonato Nacional, categoria de amadores-
séniores, consegui, com espírito de sacrifício e muita vontade, e porque não com alguma emoção
controlada, pois consegui os objectivos propostos. “Quanto a treinos e a estudo, procurava ter um horário
para poder treinar. Nos fins de semana, deslocava-me de Coimbra a S. João de Ver em bicicleta, servindo-
me isso de treino. Ida e Volta eram 200 quilómetros. Era tudo uma questão de MÉTODO E DISCIPLINA”.

Joaquim Sousa Santos salienta ainda que“Em Coimbra, cidade que nunca esquecerei, ganhei muitas
amizades, muito calor, muito carinho. Quando comecei a ser conhecido, a minha bicicleta era motivo de
ambição e cobiça. Por vezes, encontrei-me com a “grata…”… surpresa chegar ao local onde a deixara, e a
bicicleta mudara de lugar e dono…”

Lembrava ainda que “Desde os meus quinze anos que pratiquei o ciclismo de competição. Antes,
fazia o ciclismo que toda a gente faz. Tinha sete anos quando o meu professor do Ensino Primário me
levou à Volta a Portugal em miniatura, realizada em Espinho, tendo obtido o 2.º lugar. Como prémio
recebi uma panela e uma cafeteira (…) Quando tinha 16 anos, estando ao serviço do Fogueira/Sangalhos,
fui campeão nacional. No ano seguinte, participei na Volta a Portugal”. “Representei o Sangalhos (duas
Voltas a Portugal), União de Coimbra (uma Volta a Portugal e 4.º lugar), Bombarralense (duas Voltas); e
o F. C. Porto (uma volta a Portugal).

248
113

Ao serviço do F. C. Porto, venci a Volta a Portugal. Participei ainda na Volta a Catalunha (13.º lugar);
Volta a Málaga (3.º lugar); e Perpignan (França). Tive vários convites das Ex-Colónias, Brasil, Venezuela,
África do Sul, para além de Espanha. Não pude aceitá-los, devido a ser estudante. A época de exames
(Junho-Julho) coincidia com muitas dessas provas, o que não me permitia nelas poder participar”.

113 João Costa, João Duarte, João Marta, Fernando Fernandes, José Sousa Santos  Joaquim Sousa Santos, Vasco Monteiro, e Afonso Henriques

249
JORGE AMARAL

Jorge Amaral, nasceu a 20 de Junho de 1955, em Lisboa.

Representou o Dramático de Cascais (1), o Benfica (3), Sintrense (1), Marítimo (3, Vitória de Setúbal
(3), Futebol Clube do Porto (4), Farense (1), Penafiel (2), Varzim (1), Recreio de Águeda (1), Louletano (2)
e Tirsense (1)

Teve a sua estreia a 21 de Agosto de1982 (vitória frente ao Portimonense por 2-1 em Portimão).
Treinador: José Maria Pedroto.

250
Treinador: Vizela (4), Penafiel (3), Ovarense (1) Maia (2), Feirense (1 época, 1998-1999: José Dinis
iniciou a época, Júlio Sérgio orientou a equipa em apenas em alguns jogos, Jorge Amaral a partir de
Novembro de 1998 sendo susbtituido por Henrique Nunes a partir de Janeiro de 1999.), Oriental (1),
Paredes (2), Bragança (1), Chaves (1), Lousada (1) e Amarante (1).

JORGE COUTO

Jorge António Pinto do Couto nasceu no dia 1 de Julho de 1970 em Argoncilhe; Santa Maria da Feira.

Começou por jogar futebol por passatempo na Venezuela, onde esteve alguns anos e quando voltou
a Portugal ingressou como juvenil na equipa do A.D. Argoncilhe. Depois foi jogar para o Lusitano F.C.
Lourosa. Em 1985/86 passou para os juniores do Futebol Clube do Porto. Na temporada de 1988/89

251
passou a sénior e foi emprestado ao Gil Vicente F.C.

Na época seguinte já se afirmou na equipa principal do F.C. Porto (estreou-se 26 de Agosto de


1989 na vitória frente Penafiel por 2-0 em jogo realizado na Maia), na qual permaneceu durante sete
temporadas tendo-se sagrado Campeão Nacional por cinco vezes, venceu uma Taça de Portugal e cinco
Supertaças Cândido de Oliveira. Com a camisola dos Dragões, Jorge Couto marcou golos importantes,
como o da vitória contra o V. Setúbal no Estádio das Antas que valeu o título de Campeão Nacional em
1989/90, ou em Alvalade na época de 1990/91 com um chapéu desde o meio campo que ajudou à vitória
por 2-0 sobre o Sporting C.P.

Em 1996/97 transferiu-se para o Boavista F.C. e no clube do Bessa jogou durante mais sete épocas.
Nos axadrezados venceu uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira. Jorge Couto ficou
ainda na história do emblema do Bessa por ser um dos jogadores que venceram o único campeonato
nacional que o clube portuense conquistou em 2000/01.

No final da época de 2002/03 colocou um ponto final na sua carreira de futebolista.

Palmarés

6 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal) ; 2 Taças de Portugal ; 6 Supertaças Cândido de


Oliveira; e 6 Internacionalizaçoes (5 pelo Futebol, Clube do Porto).

252
JOSÉ DOMINGOS

José Domingos Ferreira da Silva, nasceu a 27 de Setembro de 1944. Representou o Futebol Clube
do Porto (3), União de Lamas (3) e Beira-Mar (9)

Represnetou os seniores do Futebol Clube do Porto na época: de1964-65 e asua estreia foi 10 de
Janeiro de1965 (vitória frente ao Seixal 6-0 no Estádio das Antas. Treinador Otto Glória

Treinador: Beira-Mar (1: coordenador de Formação), Beira-Mar (2: Adjunto), Sanjoanense (1), C.D.
Português (1), Beira-Mar (1), Sporting da Covilhã (5), União de Coimbra (1), Caldas (2), Vianense (2),
Desportivo das Aves (2) e União de Santiago (1)

253
JOSÉ AMÉRICO AMORIM

José Américo Amorim Coelho é Vice Presidente da Amorim Desenvolvimento, S.G.P.S., S.A.;CEO da Amorim
Investimentos e Participações, S.G.P.S., S.A.; Presidente e Diretor da Amorim Investimentos E Participações,
S.G.P.S., S.A e Amorim Isolamentos, S.A.; Vice-Presidente da Corticeira Amorim, S.G.P.S., S.A.; Vice-Presidente e
Diretor da Amorim Revestimentos, S.A., Corticeira Amorim Indústria S.A. e Amorim Industrial Soluções, S.G.P.S.,
S.A.; Membro do Conselho de Administração da Amorim-Participações Imobiliárias, S.G.P.S., S.A., Amorim Têxtil,
S.G.P.S., S.A., Amorim & Irmãos, S.G.P.S., S.A., Amorim Imobiliária, S.G.P.S., S.A. e Amorim Turismo, S.G.P.S., S.A.
Diretor da Amorim Desenvolvimento, S.G.P.S., S.A; é Administrador não Executivo da Corticeira Amorim, S.G.P.S.,
S.A. desde Setembro de 2005. Administrador não Executivo do Futebol Clube do Porto – Futebol SAD.

254
JOÃO CUNHA

Nasceu em 24 de Dezembro de 1910 em Ponte Lima. Era ajudante de farmácia até que aos 18 anos
foi para o Brasil, onde exerceu as funções de Delegado de Propaganda Médica, representante da Bayer.
Por razões de saúde regressou a Portugal, para exercer a função de agente de seguros, representando 15
companhias de seguros.

Faleceu com apenas 58 anos, no entanto José Cunha foi uma da figuras mais carismáticas do
Futebol Clube do Porto, uma vez que juntamente com o Presidente Urgel Horta, conseguiram convencer o
treinador Brasileiro Dorival Yustrich a ingressar no Futebol Clube do Porto. As razões da vinda do treinador
brasieliro para o Futebol Clube do Porto derivam da amizade existente entre José Cunha e Yustrich, porque

255
viveram juntos no Rio de Janeiro, quando o brasileiro defendeu as redes do Clube Regatas Vasco da Gama,
em 1944-45, clube onde regressaria como treinador também pelo intermédio de José Cunha, apos ter
saído do Futebol Clube do Porto. Seria determinante com o Presidente Paulo Pombo, para o regresso ao
Futebol Clube do Porto na época de 1957-58

O técnico brasileiro passava grande parte do seu tempo na quinta de familia de José Cunha que para
além de amigo era o homem da estrita confiança de Yustrich. A quinta dos Braganças em Santa Maria da
Feira era o lugar do descanso do guerreiro e para isso acontecer foi desenhada por um arquiteto da família
uma cama que foi feita à medida de Yustrich, devido ao seu enorme tamanho.

O filho de José Cunha Bragança Cunha, que deu o pontapé de saida no jogo Feirense-Porto realizado
a 20 de Janeiro de 1958, é o carismatico enfermeiro do Feirense há 38 anos, que é o proprietário da
referida cama.

De sublinhar que este jogo se deveu a um acordo entre o presidente do Feirense, Marcolino de Catro,
José Cunha e Yustrich para o empréstimo do guarda-redes Zeferino. O “empréstimo”duraria 10 anos.

256
JOSÉ SOUSA SANTOS

José Sousa Santos, natural de S. João de Vêr, nasceu a 26 de Maio de 1955. Iniciou-se bastante
jovem no ciclismo, pois tinha apenas 15 anos, participou na sua primeira volta a Portugal com 18 anos
obtendo um brilhante 15º lugar. Iniciou-se no Fogueira, seguiu-se o Sangalhos (3), União de Coimbra (1)
Coimbrões (1), Bombarralense (2), F.C.Porto (2) e Rodovil (3).

José Sousa Santos, obteve o 5º,6º,7º,8º,9º10º lugares  ao longo das suas participações na volta a
Portugal, venceu vários prémios e etapas, venceu a volta a Malaga, participou na volta á Africa do Sul,
Rodésia, Venezuela por 2 vezes, onde chegou a liderar a prova.  

José Sousa Santos, com  47 anos, faleceu a 30 de Março de 2003, vitima de doença prolongada .

257
JULIANA ROCHA

Juliana Rocha, nasceu a 7 de Março de 1992 em Fiães.

Estudou até ao 11º ano na Escola de Fiães e o 12º ano na escola de Santa Maria da Feira. Do
curso de Ciências e Tecnologias até Criminologia na Faculdade de Direito da UP foi só um importante
e determinante passo, no seu percurso enquanto estudante e aspirante futura da área criminal. Neste
momento, está no 6º ano de faculdade, no 2º e último ano de mestrado em Comunicação Clínica na
Faculdade de Medicina da UP (no qual são abordadas estratégias, alternativas e técnicas de comunicação
com vítimas e agressores).

Há seis a viver no Porto, atualmente estudante de mestrado na Faculdade de Medicina, licenciada


em Criminologia pela Faculdade de Direito da UP e amante de desporto, sendo atleta de boxe no Futebol
Clube do Porto. Deputada Municipal em Santa Maria da Feira e… uma eterna sonhadora.

258
De acordo com Juliana “o desporto na minha vida começou desde cedo. Aos cinco anos entrei nas
artes marcais, no KaratéShotokan, incentivada pelo pai. Permaneci nessa modalidade até aos 11 anos,
passando, aqui, de imediato, para o Kickboxing “até aos 13 anos. A grande mudança foi nesta idade (dos
13 para os 14 anos), quando fui para o boxe. Modalidade desconhecida para mim até então, mas com
vontade de singrar.Portanto, o desporto tem uma grande relevância e sempre teve destaque na minha
vida”.

Atleta de Boxe Amador do Futebol Clube do Porto sendo Penta-Campeã Nacional

Palmarés

Atleta de Alta Competição de boxe no ciclo olímpico de 2008/2012;Vencedora de 5 campeonatos


nacionais (2008, 2009, 2011, 2012, 2013); 2 Vice campeã nacional (2014, 2015); Torneio Internacional
“BOXAM” 2009 pela Seleção Nacional, Medalha de Prata; 5th Women’s EU Boxing Championships 2010,
Seleção Nacional, Oitavos finais; European Boxing Championships, 2010, Seleção Nacional, Quartos
finais; Campeonato do Mundo de boxe na China, para os mínimos dos Jogos Olímpicos em Londres (sem
qualificação); Combate Neo-Profissional com vitória aos pontos, 2013. Mais de 50 combates no total (em
Portugal apenas duas derrotas).

259
JÚLIO SÉRGIO

Nasceu a 14 de Agosto de 1968 no Porto. Jogava a médio-centro.

Representou o Infesta (2), F.C Porto (5), Varzim (1), Chaves (4), União da Madeira (1)Boavista (1)
Feirense (9), Aves (1) e Penafiel (1).

Esteve na época de 1983-84, no plantel principal do Futerbol Clube do Porto. Realizou 2 jogos.
Estreou-se no Estadio das Antas no dia 15 de Janeiro de 1984 frente ao Boavista numa vitória de 4-0. Era
treinador António Morais114.

Treinador: Feirense (1), Serzedelo (1), Ermesinde (1), Esposende (2).

114 Almanaque do Futebol Clube do Porto. 1893-2011

260
LEONEL SÁ

Leonel Sá, natural de São João de Ver correu nos amadores do Futebol Clubed o Porto.

261
LUDGERO MARQUES 115

Ludgero Marques, mnasceu a 26 de Março de 1938, em Rio Meão.

“ Cedo decidiu, cedo traçou o seu caminho. O ambiente familiar não era alheio a essa vontade. O pai,
José Marques, era dono de uma fábrica de ferragens em Rio Meão, empregava mais de 100 trabalhadores,
produzia fechaduras. O pequeno Ludgero haveria de sair da terra que o viu nascer para voltar e não mais
partir. Aos 10 anos, entrou na Escola Académica do Porto, como interno, para tirar o curso comercial.
Passou para o Instituto Industrial do Porto e depois para a Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto, onde se matriculou em Engenharia Mecânica. Seis anos de licenciatura interrompidos pela tropa.
Passou três anos na tropa antes de terminar o curso de engenharia no Porto e depois em Coimbra. Aluno
mediano com muita vontade de começar a trabalhar.

Entrou na fábrica do pai com ideias que não convenciam quem por ali já andava há bastante tempo.
Mesmo assim, o jovem engenheiro queria provar que era possível fazer 60 fechaduras por hora e não

115 Fonte: Sara Dias de Oliveira (texto) e Fernando Veludo (foto). Público de 2 de Novembro de 2013

262
as oito que se produziam em 60 minutos. Um convite para director-geral de uma empresa do sector
automóvel bateu-lhe à porta. Preparou-se para fazer as malas e rumar ao Sul. O irmão avisou o pai que
Ludgero estava nos Correios a enviar o telegrama com resposta positiva. A viagem foi travada a tempo e o
pai aceitou renegociar o salário.

Aquela fábrica de ferragens, que tinha nascido em 1904 como Centro Industrial de Ferragens,
cresceria nas suas mãos. Deixaria de produzir apenas fechaduras e puxadores para diversificar a
produção, apostar no design, abrir portas ao mercado externo. Ludgero Marques criou a Cifial SGPS, que
detinha a Cifial Ferragens, Cifial Torneiras, Cifial Cerâmica e Cifial Serviços de Informação. Deu trabalho a
mais de 600 pessoas num complexo industrial de cerâmica em Santa Comba Dão e outro de ferragens,
torneiras e serviços de informação em Rio Meão. Abriu quatro empresas comerciais nos Estados Unidos,
Inglaterra, Espanha e Polónia. Hoje está afastado desse rebuliço, já não veste o fato de empresário como
antigamente.

Ludgero Marques acabaria por ser indicado para a presidência da Associação dos Industriais
Metalúrgicos e Metalomecânicos do Norte - seria também fundador e presidente da Associação Portuguesa
dos Industriais de Ferragens.

Ajudou a fundar o MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio de Rio Meão, a
que chegou a presidir. Acompanhou a construção do centro de dia da instituição da terra. Foi presidente da
Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira. No seu passado, está uma voz atenta e crítica
a tudo o que acontecia. É considerado o pai do Europarque e criou o Visionarium, o primeiro centro de
ciência construído de raiz em Portugal, em Santa Maria da Feira. Acompanhou o nascimento da Exponor,
foi vice-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa e presidente da Associação Empresarial de
Portugal (AEP).Prefere a expressão chamar a atenção, em vez de bater o pé, quando, na sua opinião, o
Norte não era bem tratado. “É verdade... o Norte era totalmente desprezado. O Norte não tinha capacidade
de intervenção.” Nos seus ombros, a responsabilidade de representar o tecido empresarial nortenho. Sem
ambições políticas, afastado das cores partidárias, falava sem rodeios, punha o dedo na ferida quando
achava que assim tinha de ser.

263
O Europarque e o Visionarium vieram para o pé da porta. Não por uma questão de vizinhança, de
preferência, até porque várias cidades estavam na corrida para receber os equipamentos. Todavia, não
esconde que ficou muito satisfeito com a localização no seu concelho. “A Câmara da Feira mostrou uma
força que mais ninguém demonstrou. O presidente da câmara foi muito inteligente”, revela. Hoje, com
o Europarque nas mãos do Estado, acredita que aquele centro de congressos ainda dará que falar. “O
Europarque é uma coisa fantástica. A AEP, mais dia menos dia, vai dar um salto grande, tem de dar”, adianta
sem, no entanto, revelar pormenores. O que falhou? “Não houve acção para motivar os empresários e os
políticos a utilizar o Europarque”, comenta.

Foi membro do Conselho Consultivo da SAD do Futebol Clube do Porto, aquando da sua constituição.

LUÍS PEREIRA

Nasceu em Arcozelo em 17 de Julho de 1945. Jogava a médio-centro. Representou o Futebol Clube


do Porto (6), Famalicão (1), Benfica de Luanda (1), Tirsense (1), Riople (6), União de Lamas (2), Salgueiros
(3), São Pedro da Cova (1) e Gondomar.

264
Atuou uma época no Futebol Clube do Porto, em 1967-68 e teve a sua estreia a 14 de Abril1968
(Varzim, derrota por 1-0 na Póvoa do varzim). Treinador. José Maria Pedroto. Fez 2 jogos e marcou 1 golo´.

MANUEL COUTO 116

Manuel Francisco do Couto (Neca do Couto ou Nequinha do Couto), nasceu em 10 de Dezembro de


1927, Faleceu a 24 de Janeiro de 2007, Filho de Joaquim Francisco do Couto, e de Maria da Silva Nogueira
Couto, iniciou a sua actividade profissional nas empresas de seu pai e, que mais tarde viria a ser herdeiro

116 Fernando Sousa. S. Paio de Oleiros, 29 de Novembro de 2016.

265
com seus irmãos (Joaquim, Rogério Francisco do Couto e sua irmã, Maria Celeste Nogueira Couto) onde
trabalhou até final da sua vida activa.

O gosto pelo Futebol Clube do Porto é-lhe transmitido pela família e pela envolvência natural das
pessoas e amigos locais tais como, Alberto Alves Seixas e António Monteiro da Costa ambos atletas do F.C.
do Porto. Recordo que o António Monteiro da Costa nos finais dos anos 50 da era passada, à segunda-
feira da parte de manhã vinha sempre ao escritório da fábrica de cortiças contar as suas aventuras e
desventuras do jogo do dia anterior.

Manuel Couto sempre gostou do desporto, foi um dos fundadores do Centro Desportivo de S. Paio de
Oleiros, assim como também fez parte da direcção, do União de Lamas.

O papel de Neca do Couto, na decisão de Jorge Nuno Pinto da Costa em se candidatar à presidência,
foi determinante, bem como noutros episódios relevantes da vida do Futebol Clube do Porto.

Atendemos nas palavras do Presidente:

266
LARGOS DIAS TÊM 100 ANOS117

Habituados que estavam os nossos adeptos e associados às vitórias e a um tipo de atitude dos seus
dirigentes que se traduzia num inconformismo e reacção, centralismo que cada vez mais no futebol (como
em tudo, em geral) acontecia- nosso país, vai crescendo um movimento de mudança, na esperança de
alterar rumo dos acontecimentos.

É neste contexto que, em Dezembro de 1981, no final de um jogo disputado ia Antas, sou abordado
por dois grandes portistas: O Eng.° Armando Pimentel e o Álvaro Pinto. Dizem-me existir um grupo de
sócios que gostariam de me convidar para uma reunião de reflexão sobre o momento do clube. Como
insistisse e dado tratar-se de duas pessoas de bem, que sentiam devotadamente o clube, aceito estar
presente numa reunião a realizar num escritório do Álvaro Pinto. Todavia, para não haver equívocos, logo
lhes transmito a minha indisponibilidade para voltar às lides desportivas.

Na data marcada, chego ao escritório, lá encontro o Dr. Sardoeira Pinto, o Edu­ardo Poças, o Eng.°
Nunes da Silva, o Júlio Marques, e o Eduardo Pinelas, entre outros.

117 COSTA, Jorge Nuno Pinto da. Largos Dias Têm Cem Anos. Lisboa: Ideias & Rumos. 2004. p.58-62

267
Apesar de nunca antes termos conversado em conjunto, num grupo assim tão alar­gado, depressa
constatámos ter muitas ideias em comum. Isso facilita o diálogo e fica definida, desde logo, uma estratégia
que passa pela elaboração de um programa subordinado a uma ideia mestra: «DEVOLVER O CLUBE AOS
SÓCIOS». Isso passava, em primeiro lugar, pela formação de uma lista concorrente às futuras eleições,
que teriam de ser disputadas com o maior número de listas possíveis e num clima de grande mobilização
e esclarecimento dos respectivos programas. Aceito os princípios-base e fica definido que só depois de
termos o Programa ela­borado pensaríamos numa personalidade para encabeçar a eventual lista que vi­
éssemos a formar.

Iniciámos o que a comunicação social veio a apelidar de «Sessões de Esclarecimen­to». Nelas


recebemos um apoio incondicional, sentimos uma vontade enorme de mudança, e é-nos transmitida
uma fé contagiante no regresso às vitórias. De início pretendíamos efectuar esses encontros apenas na
cidade do Porto. Mas após o primeiro, nos «Passarinhos da Ribeira», grupos de portistas das mais diver­
sas localidades passam a reclamar a nossa presença. Dentro do possível, acedíamos e deslocávamo-
nos a diferentes terras. Rio Tinto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Sta. Maria da Feira, Vila Meã, Marco
de Canavezes, Vizela, foram alguns dos pon­tos onde decorreram as tais «Sessões de Esclarecimento».
Salões e teatros repletos recebiam-nos com vibrante entusiasmo! Era impressionante a confiança que nos
transmitiam!

O movimento torna-se irreversível. Já em pleno ano de 1982 fica assente que o Presidente da
Assembleia Geral da nossa lista seria um dos homens da primeira hora, o advogado Dr. Sardoeira Pinto.
Pela sua eloquência, pelo seu entusiasmo, era sempre ele a encerrar as «Sessões». Conseguia levar as
multidões ao rubro. Tínhamos o homem certo no lugar certo. Só não tínhamos Presidente!

Começava a ser forçoso encontrá-lo. Uma noite, o meu amigo Armando Pimentel, com a sua habitual
subtileza, revela-me que o grupo gostaria de me ver a encabe­çar; a lista e que esse seria o desejo dos
sócios em geral.

Reajo de imediato. Não aceito, nem admito a hipótese de tal acontecer, pelo que fica marcada uma
reunião para o dia seguinte.

268
Aí, o Eng.° Armando Pimentel «oficializa» o seu desejo, no que é secundado pelos restantes. Mantenho
a minha recusa, mas com uma inflexão no meu discurso: dada a situação particularmente gravosa do
clube, e na medida em que o meu con­tributo possa ser útil, admito, pela primeira vez, poder vir a integrar
a lista, caso o futuro Presidente assim o deseje e no cargo que a ele mais lhe convenha.

Havia, e felizmente continua a haver, em Santa Maria de Lamas, uma proeminente família - os
Coutos - que para além de fortes e conceituados industriais, eram conhecidos como Portistas de Todos os
Costados. Gente boa, amiga, solidária, «doente» pelo Porto.

Um dos seus membros, o Manuel Francisco do Couto, para imensos amigos, o Neca Couto, por ser
solteiro teria certamente mais tempo disponível e é sobre ele que recai a minha escolha. Não tínhamos
dúvidas sobre o seu apoio, pois além de ter organizado a «Sessão» de Sta. Maria de Lamas, estivera
presente em várias outras. Tendo ficado combinado que alguns de nós o iríamos convidar, fico incumbido
de marcar dia e local para o encontro, que depois fica acertado, para Restaurante Atlântico, em Grijó.

Na data aprazada, antes da partida para o restaurante, estranho que, dos quatro elementos que
comigo deveriam ir ao jantar, todos aleguem motivos imprevistos para inviabilizar a possibilidade de me
acompanharem. Como o encontro estava marcado, assumo a difícil tarefa de convidar o nosso amigo
Neca Couto a s candidato.

Quando chego ao Atlântico, já o Neca Couto me esperava, e há desde logo um facto algo estranho.
Eu dissera-lhe que seríamos seis, a contar com ele. Ao descermos à sala de jantar, o empregado que nos
acompanhava indica ao meu convidado a sua mesa, apenas para duas pessoas!

Apresento as minhas desculpas pela ausência dos outros quatro elementos, conversamos de muitos
assuntos extra futebol, designadamente de negócios, de Política do desenvolvimento da sua região... e
por aí fora!

Sobre o FC Porto, nada! Não sabia mesmo como começar!

Já o café estava na mesa, quando o meu candidato dispara:

269
- Oh Jorge, você vem convidar-me para Presidente, não é?

Eu confirmo, e ele continua:

- Então você não vê que o Clube não precisa da minha carteira, mas sim da sua

cabeça? Conte comigo, mas os sócios e o seu grupo só o querem a si!

Naquele momento deixo-me arrebatar por uma confusa mistura de sentimentos.

Fico surpreendido, assustado, porventura considero-me enganado, mas também sinto, em simultâneo,
uma responsabilidade tremenda perante o voto de confiança que acaba de me ser transmitido.

Nessa noite nem dormi!

Os pensamentos sucediam-se em cascata e como que se atropelavam uns aos ou­tros. De modo
algum eu pretendia ser Presidente e, além disso, consumia-me a pensar que se não arranjássemos um
candidato credível, seria um grande fiasco para todos nós.

Arrasado por este turbilhão de preocupações, resolvo não aparecer ao grupo du­rante três dias.
Nesse período não faço outra coisa senão seja abordar possíveis candidatos. Parecia haver uma conjura.
Pareciam todos irmanados por um qual­quer pacto que me era estranho. Fosse quem fosse o meu
contactado, a resposta era invariavelmente a mesma:

- Apoio, mas tem de ser você o candidato a Presidente!

Na primeira reunião a que compareço depois daqueles acontecimentos, nem é ne­cessário relatar o
jantar com o Neca Couto. Ele próprio se encarregara de contar o que se passara.

Desse encontro resulta, para mim, o encargo de encontrar um Presidente de con­senso, ou então
teria de ser eu a avançar.

Havia no grupo uma vontade geral de fazer regressar José Maria Pedroto ao co­mando da nossa
equipa. De resto, já todos tinham conhecimento da visita do Sr. Fernando Martins à casa do nosso
desejado Técnico.

270
 MANUEL JOSÉ 118

Manuel José Azevedo Vieira, nasceu a 4 de Fevereiro de 1981 em Vila Nova de Gaia. Joga a
extremo direito.

Jogou no Ermesinde (2), Candal (1), F. C Porto (3), União de Lamas (1), Académica de Coimbra (2),
Vitória de Guimarães (1), Vitória de setúbal (2), Boavista (19, CFR Cluj (3), Paços de Ferreira (7), Leixões
(1) e Gondomar (1).

Foi internacional Português.

118 http://www.maisfutebol.iol.pt/manuel-jose-temos-valor-para-sair-do-ultimo-lugar

271
MANUEL DOS SANTOS 119

O ciclismo feirense nasceu em S. João de Vêr na década de 30, ter uma bicicleta na altura , era ter um
Mercedes nos dias de hoje. Em 1933/34, surgiu Manuel Santos a vencer várias provas populares, correndo
sempre com a camisola do Sporting Clube de S. João de Vêr. Só no final da sua carreira é que vestiu outra; a
do F.C. do Porto, onde se destaca a vitória num contra o relógio de 100 km entre Porto-Vila do Conde-Porto-
Vila do Conde-Porto, ao saudoso Fernando Jorge Moreira, que se iniciava no F.C.Porto. Manuel dos Santos ia
para as provas de bicicleta e arrastava atrás de si camionetas cheias de gente para o ver correr.

119 Império dos Santos.

272
Manuel Dos Santos, conseguiu as suas primeiras vitórias com uma “pasteleira” que pesava cerca
de 20kgs, até que na loja do Paulino, que ainda hoje existe no lugar de S.João, junto à estação da C.P.
onde na altura funcionava a sede do Sporting Clube de S. João de Vêr e da Sociedade Columbófila,
alguns sanjoanenses decidiram fazer uma colecta para oferecer uma “ Máquina “ ao amigo.
Máquina essa que veio de França para o primeiro campeão feirense, tratava-se de uma André Leducq
(com aros em madeira) uma autêntica maravilha.

Manuel Santos foi então o grande dinamizador da modalidade na freguesia, o que depois se estendeu
ao concelho, tal era o seu apoio e dedicação prestada ao ciclismo, que passou mesmo a manufacturar
selins e sapatos de corrida.

Manuel Santos era um “ apaixonado “ pelas bicicletas, e tudo fez para que seu irmão e afilhado
Sousa Santos se tornasse ciclista, o que veio a acontecer. Nasceu aqui um “ bichinho “ que permaneceu
na família e nas gerações que se seguiram, estava lançada a semente de um “ alfobre “ que viria a dar
frutos, pois S. João de Vêr e Santa Maria da Feira, Foram e ainda são , a Freguesia e Concelho que mais
ciclistas deram ao ciclismo nacional.

273
MANUEL GOMES

Manuel de Castro Gomes nasceu em 07/10/1953, na freguesia de Rio Meão, concelho de Santa
Maria da Feira.

Iniciou a sua carreira em 1969, tendo-se retirado em 1983. Representou o F. C. Porto, Sporting C. P.,
Rodovil, Safina, Ovarense e Canadá F. C..

Ciclista de grande porte atlético e sprint notável, sobressaia no pelotão também pela cor aloirada do
cabelo. Ganhou muitas corridas de uma só etapa.

Temível na pista, foi 7 vezes Campeão Nacional nesta modalidade. Ganhou a Volta a Gaia e
o seu sprint valeu-lhe 11 vitórias em etapas na Volta a Portugal, 4 das quais no ano de 1972.
Participou também em competições internacionais, tendo obtido um honroso 4º lugar na famosa clássica
Bordéus-Paris.

274
MÁRIO SÁ 120

Mário Sá , nasceu na Giesteira, em S. João de Vêr em 04/05/1938.  Inscreveu-se na F.P.Ciclismo em


1957. Como ciclista profissional vestiu a camisola do grupo desportivo AMBAR, Cedemi e a do F.C.PORTO.

 Palmarés

1959: Vitória    na    maior    clássica    do    Mundo ,  o PORTO/LISBOA, em 1959.

1968: Vence etapa da volta a Portugal em 1968 na chegada a Loulé

1968: Vence destacado a etapa da volta a Portugal em 1968 na chegada ao Cartaxo

Chefe de fila da equipa AMBAR, por todos respeitado, colegas e adversários, exemplo a seguir por
todos aqueles que praticam desporto, íntegro de carácter, nobre de sentimentos, lutador indómito, incapaz
120 Império dos Santos

275
de uma traição.

Mário Sá soube marcar presença na XXXI Volta a Portugal em Bicicleta, a que pôs termo na sua
actuação o trágico acidente da Ericeira, de que foi a maior vítima.  Foi o vencedor da etapa mais longa da
Volta (Ferreira do Alentejo - Loulé), na distância de 216 kms; percorridos debaixo de um sol escaldante.
Mário Sá cortou a meta em primeiro lugar, depois de uma fuga impressionante e na qual foi seguido
apenas por esse valoroso ciclista de Sangalhos, Joaquim Andrade. Porém o seu espirito lutador não se
satisfaz apenas com essa vitória e por isso mesmo haveria de vencer mais uma vez e ganhar isolado a 20ª
etapa de Portalegre ao Cartaxo. Prémio justo dado aos que sabem lutar e ao veterano que pela décima vez
disputava a volta a Portugal em bicicleta.

Mas ... há sempre um mas, mesmo nos momentos mais felizes da vida.  No dia 25 de Agosto de
1968, na etapa, a última , e já com Lisboa à vista , a escassos 30 kms da meta final, surge a tragédia da
Ericeira !... 16 ciclistas tombaram na estrada. E, Mário Sá, que tanto tinha lutado para obter a sua melhor
classificação de sempre na volta a Portugal, pois encontrava-se em 13º na classificação geral, dava pouco
depois entrada no estádio de Alvalade, não na sua bicicleta, companheira de tantas horas de luta e
glórias, mas sim, dentro da Ambulância, que pouco depois o levaria inconsciente a uma casa de saúde,
onde permaneceria por mais de uma semana em perigo de vida .

Assim, terminava a carreira desse valoroso ciclista, que tanto soubera honrar a modalidade, o
desporto e a camisola que envergava, fosse ela do F.C.Porto do CDMI ou da AMBAR.”

MÁRIO SILVA 121

Mário Pereira da Silva é natural de Caldas de S. Jorge onde nasceu no dia 5 de Outubro de 1910.
Venceu a Volta a Portugal em 1961.

Representou o F.C. Porto, tendo vencido várias provas, entre as quais um Circuito Rio Maior,
alcançando ainda um 3.º lugar no Porto – Lisboa em 1967.

121 Alegria e Juventude

276
Participou na Volta à Espanha, onde obteve um 23.º e 34.º lugar, e na Volta à França do Futuro, onde
obteve um 2.º lugar no Prémio da Montanha.

Bom trepador e contra –relogista, venceu a Volta a Portugal em 1961, conseguindo ainda, para além
desta vitória, um 3.º, dois 4.º, dois 6.º, um 7.º e um 10.º lugares.

Venceu três etapas tendo obtido um 1.º e um 3.º lugar no Prémio da Montanha.

Chegou a correr com o inesquecível Joaquim Agostinho 3 voltas a Portugal e 2 campeonatos do


Mundo.

277
Ganhou o Grande Prémio de Futebol Clube do Porto, o Prémio Robialac, Riopele, Nocal (Angola).
Venceu a volta à Rodésia. Foi 2.º na Clássica Porto-Lisboa. Participou cinco vezes na Vuelta (Espanha)
e, por duas vezes, no Tour do Futuro; e também esteve presente nos Jogos Olímpicos de Roma de 1960,
que integrava duas provas: contrarelógio por equipas e em linha. Participou ainda nos Campeonatos do
Mundo: em S. Sebastían (Espanha) – 1965; na Alemanha (1966); em Itália (1968), e na Bélgica (1969).
Foi Rei da montanha em 1962, tendo vencido a Volta o José Pacheco (Sto. Tirso). Consagrou-se campeão
regional,nacional de pista (perseguição). E diversas vezes campeão nacional por equipas. Treinou a equipa
Fagor e a do F. C. do Porto.

Recordando os velhos tempos, afirma categórico o Mário da Silva: “Quanto a mim, havia, naquele
tempo, mais preparação do que agora. A vida fazia-se em bicicleta. Hoje, todos se movimentam de
automóvel. Criam, assim, maus vícios. Naquele tempo, preparávamo-nos melhor, porque, para qualquer
parte que nos deslocávamos, não havia outro remédio senão fazê-lo de bicicleta… em contrapartida, hoje
em dias há mais corridas. Quem me dera a mim, na altura, correr. Podia assim ganhar mais aquele. O meu
ordenado no F. C. do Porto, era, por mês, 1.500$00!”

Há um pormenor curioso na carreira de Mário Silva. Para poder participar na Volta a Portugal, que
ganhou, teve de dar uns “saltos” substanciais… em 1961 era amador Júnior. Nesse mesmo ano, passou
a amador Sénior. Como tal, não tinham ordenado. E nesse mesmo ano ainda passou a “independente”,
precisamente 8 dias antes da Volta, a fim de nela poder participar. Pôde, assim, ser o vencedor da Volta
a Portugal em 1961!

Mário Silva, em Portugal, representou sempre o F. C. Porto. Em Moçambique, representou a Fagor


(1970), da qual era treinador e corredor. Aí, ganhou o Prémio Fagor.

Presentemente não está ligado ao ciclismo, apesar de gostar sempre da modalidade, que procura
acompanhar em algumas etapas da Volta a Portugal e noutras Provas.

“O ciclismo, foi tudo na minha vida. Valeram-me mais os amigos que ganhei no ciclismo do que o
dinheiro. Recordo-me com saudade o Presidente do F. C. do Porto: Afonso Pinto Magalhães”.

278
“Corri 10 Voltas a Portugal; várias Provas no estrangeiro e no País, as grandes Provas consagradas.
Só num ano, em Portugal e no estrangeiro, fiz 18.000 quilómetros! E não me sinto prejudicado na minha
saúde. Para quem mantém em bom estado os órgãos do seu corpo, para esses, o ciclismo é benéfico”.

MIGUEL BRUNO
Miguel Bruno Pereira Cardoso, nasceu a 8 de Dezembro de 1971 em Arada, Ovar.

Miguel Bruno na primeira pessoa diz: “Tudo começou na minha terra Arada (Ovar) onde
estive dois anos, um nos iniciados outro nos juvenis, e onde fiz grandes amizades que perduram
até aos dias de hoje ……seguiu-se o CD Feirense onde joguei 2 anos, um como juvenil e outro como
júnior ….este foi o ano que tudo aconteceu de uma forma abrupta pois comecei a treinar com os
seniores tinha eu 16 anos o que me ajudou imenso como homem e como futebolista….no meu

279
último ano de júnior fui para o FCPorto onde me sagrei campeão nacional e onde tenho amigos
que todos os anos nos encontramos para confraternizar essa amizade que vai ficar para a vida.
Estive 5 anos ligado ao FCPorto fui emprestado à Ovarense(1) sagrando-me campeão nacional da 2ª divisão.
Seguiu-se o CDFeirense (2), Paços de Ferreira(1), Beira-Mar(1), Belenenses (1), Gil Vicente (1),
Salgueiros (1(, Académica de Coimbra (2), Espinho (1), Varzim (1)e novamente a Ovarense (2)onde
terminei a minha carreira. Joguei ainda pelas seleções nacionais de sub 18, sub 20 e Esperanças.
Este foi o meu currículo como atleta profissional de futebol”.

Realizou 199 jogos e marcou35 golos na 1.ª Liga.

Pelos seniores do Futebol Clube do Portojogou apenas jogo frente ao Barreirense tendo marcado aos
27 minutos.

MOREIRA
José Manuel Lopes Moreira da Silva, nasceu a 23 de Agosto de 11964, no Porto. Defesa Central.
Representou o Futebol Clube do Porto (6), Trofense (1), Sanjoanense (1), Feirense (1), Salgueiros (2),
Oliveirinha (2), Leça (2), Canelas (1) e Aliados de Lordelo (1).

Efectuou 8 jogos na 1.ª Divisão.

280
MONTEIRO DA COSTA 122

António Henrique Monteiro da Costa nasceu no dia 20 de Agosto de 1928 em S. Paio de Oleiros.
Faleceu jovem, antes de completar 60 anos a 2 de Outubro de 1984, em Arcozelo.

Representou o Futebol Clube do Porto durante 13 épocas (1949-62), depois de ter representado o
Espinho e a Oliveirense. A estreia com as cores azuis e brancas decorreu a 9 de Outubro de 1949 (vitória por
1-0, frente ao Elvas na Constituiçao), o treinador era Augusto Silva. Realizou 328 jogos e marcou 92 golos.

122 http://www.desportoaominuto.pt/polivalente-foi-capitao-do-fc-porto-durante-seis-anos-os-anos-em-que-o-clube-saiu-das-trevas-que-o-
marcaram-entre-as-decadas-de-40-e-70-e-ainda-se-fez-treinador/

281
Um de seis irmãos, António Monteiro da Costa cresceu destinado ao seminário e a ser padre. Não
aconteceria assim. O futebol era a sua verdadeira vocação, como veio a provar durante mais de uma
década com as cores do FC Porto. Foi capitão de equipa durante seis anos, depois de suceder na tarefa
a Barrigana, símbolo do clube e é, ainda hoje, um dos portistas que mais golos fez ao Benfica: dez. E
atenção que o golo não era tudo para ele. Chegou ao FC Porto para ser goleador, mas a sua disciplina
tática e o empenho que punha no labor defensivo levou a que, ao longo de uma carreira em que chegou a
ser muitas vezes utilizado como defesa-central, se tivesse transformado num médio de vastos recursos.

Após dois anos no Sp. Espinho e um na Oliveirense123, sempre nos escalões secundários, Monteiro
da Costa – nada a ver com o presidente portista do início do século a não ser o apelido – chegou ao
FC Porto no Verão de 1949, com 21 anos acabados de fazer. Estreia-se pela mão de Augusto Silva, o
treinador que anos antes dera o título de campeão nacional ao Belenenses, a 9 de Outubro de 1949, na
Constituição, com uma vitória por 1-0 contra O Elvas. Não seria um jogo emblemático para essa época.
Primeiro, porque o FC Porto ganhou – e a temporada que serviu de estreia a Monteiro da Costa foi dura
no plano dos resultados, com 12 derrotas em 26 jornadas e apenas cinco pontos de avanço sobre a linha
de água. Depois, no plano pessoal, porque o jovem avançado não marcou – e ele acabou por sagrar-se
melhor marcador portista, com 18 golos em 26 partidas de campeonato, entre as posições de avançado-
centro ou interior. O primeiro – e o segundo, e o terceiro, que fez logo um hat-trick – fê-lo à terceira jornada,
a 23 de Outubro. O FC Porto ganhou então por 8-2 a um Lusitano de Vila Real de Santo António onde nessa
tarde faltou aquele que viria a ser parceiro de meio-campo predileto de Monteiro da Costa: Pedroto.

123 Fonte: “Estrelas do FC Porto” de Paulo Moreira e blogue Fernando Moreira]

282
124

Na primeira época de azul e branco, Monteiro da Costa não fez aquilo que acabaria por se tornar
uma especialidade sua: golos ao Benfica. Em contrapartida, marcou em ambos os jogos contra o Sporting,
pertencendo-lhe mesmo o golo da vitória (2-1) a 6 de Novembro, na Constituição. O seu primeiro golo ao
Benfica teve de esperar até Outubro de 1950, quando até bisou na goleada (5-2) que a equipa orientada
pelo romeno Anton Vogel impôs ao então campeão nacional. Repetiria a proeza no jogo da segunda volta,
assinando ambos os golos da vitória azul e branca (2-0) sobre o Benfica no Campo Grande, já com o
húngaro Gencsi Deszo como treinador. Outra vez totalista e melhor marcador da equipa – aos 16 golos no
campeonato somou mais quatro na Taça de Portugal – Monteiro da Costa era já um nome incontornável
na atualidade do FC Porto. Na verdade, desde que se estreou, em Outubro de 1949, passou mais de dois
124 A equipa do Futebol Clube do Porto em 1952. Inaugurado na altura o Estádio das Antas, esta é considerada a fase crucial em que o clube
inicia o regresso à competitividade. Segundo Armando Pinto, “Integravam a equipa do F. C. Porto, por essas épocas, com efeito, nomes sonantes
do futebol, como os que compunham a equipa da foto, vendo-se: em cima, a partir da esquerda para a direita – Américo, Virgílio, Ângelo
Carvalho, Barrigana, Valle, Del Pinto, Albasini e Osvaldo Cambalacho; e em baixo, pela mesma ordem – Hernâni, Porcel, Monteiro da Costa,
Pedroto, José Maria e Carlos Duarte.”

283
anos sem faltar a um minuto de jogo oficial: a sua primeira ausência sucedeu apenas a 4 de Novembro
de 1951, quando o FC Porto foi ganhar ao Estoril por 2-1 e foi Vital quem alinhou no centro do ataque.

Mesmo não sendo já o melhor marcador da equipa – essa honra pertenceu ao extremo-esquerdo
Vieira – Monteiro da Costa ainda fez doze golos no campeonato e oito na Taça de Portugal à terceira época
de azul e branco. A chegada de António Teixeira de Guimarães, porém, fê-lo sair do centro do ataque e
aparecer entre as posições de interior e até extremo, vindo naturalmente a marcar menos golos. Ganhava
a equipa, que já tinha Hernâni a carburar, Pedroto a mandar no meio-campo e as Antas onde jogar. E o
próprio Monteiro da Costa chegou à seleção nacional: a 23 de Novembro de 1952, Cândido de Oliveira
deu-lhe a primeira de quatro internacionalizações, na primeira vez que a equipa nacional jogou nas Antas.
A ocasião foi um empate a uma bola com a Áustria e Monteiro da Costa entrou a meia-hora do fim para o
lugar do benfiquista José Águas. Meses depois, como que a fazer prova do seu renascimento competitivo,
a equipa portista, onde o mesmo Cândido de Oliveira substituíra Lino Taioli, qualificou-se para a final da
Taça de Portugal. Monteiro da Costa obteve seis golos na caminhada – a juntar a sete no campeonato –
mas na final não fez o gosto ao pé e o FC Porto baqueou por 5-0 ante um Benfica claramente mais forte.

Só duas épocas depois, com a disciplina de Yustrich a mandar no balneário e Monteiro da Costa
ao lado de Pedroto a meio-campo, é que o FC Porto voltaria às grandes decisões. E dessa vez para as
ganhar. Ele fez apenas um golo no campeonato – no 5-1 ao Sp. Covilhã, em Janeiro – mas os azuis
e brancos voltaram a ganhar o campeonato nacional, impondo-se ao Benfica por diferença de golos. A
Taça de Portugal trouxe a dobradinha, com vitória na final ante o Torreense (2-0) e Monteiro da Costa a
alinhar em todos os jogos. A sua inteligência tática era agora celebrada, bem como a sua capacidade para
impedir os adversários de chegar à baliza portista. Estava um jogador diferente, mais maduro. E fazia
valer o estatuto. A 6 de Janeiro de 1957 foi pela primeira vez expulso. O juiz scalabitano Paulo Oliveira
mandou-o para o duche antes de acabar a primeira parte de um clássico contra o Benfica, nas Antas, por
causa de um soco em Coluna. “Não admito que me insultem. Não sou nenhum catraio para o admitir”,
disse depois, com o peito cheio pela vitória clara dos portistas (3-0) e pela liderança, agora isolada, no
campeonato. Só que Monteiro da Costa apanhou três jogos de castigo, período durante o qual o FC Porto

284
do brasileiro Flávio Costa perdeu com o Sporting em Alvalade e permitiu que o Benfica recolasse. No final,
os encarnados foram campeões e nem a Taça de Portugal salvou a honra portista: foram eliminados pelo
Sp. Covilhã, equipa que acabara de descer de divisão.

Para trás ficava a estreia portista na Taça dos Campeões Europeus. A 20 de Setembro de 1956,
foi Monteiro da Costa o primeiro capitão do FC Porto na competição, na ocasião para uma derrota em
casa com os espanhóis do Athletic Bilbau (1-2). Este era, já, no entanto, um FC Porto muito diferente do
que o agora médio de São Paio de Oleiros tinha encontrado à chegada. Em 1957/58, os azuis e brancos
acabaram o campeonato com os mesmos pontos do Sporting, sendo batidos na corrida ao título apenas
pela diferença de golos. Ou porque na primeira vez que Monteiro da Costa faltou ao regressado Yustrich,
a quatro jornadas do fim, a equipa portista perdeu por 3-2 em Braga. Pontos fatais, esses… O capitão
andava a contas com um abcesso, que fistulou e o impediu até de estar presente na final da Taça de
Portugal. Aí, contudo, mesmo sem a sua dupla de médios – Pedroto também estava magoado – os azuis e
brancos impuseram-se por 1-0 ao Benfica, graças a um golo de Hernâni. Era já Otto Bumbel quem estava
no banco portista nessa tarde de 15 de Junho de 1958. E o FC Porto arrancava ali para mais um título de
campeão, o famoso campeonato de Calabote, ganho por um golo ao Benfica graças a uma vitória por 3-0
em Torres Vedras. Monteiro da Costa, que nesse campeonato só não esteve na primeira jornada – empate
a três bolas com o V. Setúbal nas Antas – viria a perder a hipótese de nova dobradinha com a derrota por
1-0 na final da Taça de Portugal, contra o Benfica. 1958/59: TÍTULO NACIONAL.

Sobre este título há um nome que vai atravessar toda a história do FC Porto e que nada tem a ver com
o clube. Chamava-se Inocêncio Calabote, era árbitro de fute­bol e foi irradiado no final desse campeonato.
Ora porquê? Bélla Guttmann, húngaro, tinha chegado às Antas disposto a afastar os “traumas” provocados
por duas épocas em que o FC Porto deixaria escapar dois campeonatos pela diferença de golos. 0 mais
escandaloso de todos aconteceu em 57/58, quando na última jornada, tendo como adversário o frágil e
já despromovido Atlético, um empate a zero deixou que o título , fosse para Alvalade quando o Estádio das
Antas já se tinha enga­lanado para fazer a festa.

Ora, Bélla Guttmann ordenou a equipa e partiu para uma grande época. Tinha jogadores para isso:

285
Hernâni, Pedroto, Monteiro da Costa, Carlos Duarte, Virgílio, Miguel Arcanjo, Américo, enfim um luxo de
equipa. O campeonato foi disputado taco a taco e chegava-se à última jornada e mais uma vez tudo se
podia decidir pela diferença de golos. FC Porto e Benfica tinham o título ao alcance e como havia empate
entre as duas equipas (41 pontos) e no confronto directo (0-0 nas Antas e 1-1 na Luz) a última jornada
tudo ia decidir. 0 FC Porto jogava em Torres Vedras com o Torreense, o Benfica recebia a CUF. 0 árbitro
Inocêncio Calabote já devia saber ao que ia: começou logo por atrasar o jogo que começou oito minutos
mais tarde, para controlar o que se passava em Torres Vedras. 0 Benfica precisava de ultrapassar uma
diferença de quatro golos. Chegou aos 7-1, com Calabote a marcar três penáltis e a empurrar o Benfica
para a goleada. A um minuto do fim e com o FC Porto a vencer apenas por 2-0 o título estava entregue na
Luz, por Calabote. Mas, em Torres Vedras, Teixeira, mesmo em cima do fim do jogo, marcou o terceiro golo
e a taça que já ia a caminho de Lisboa deu meia volta e foi para o Porto. A festa foi tremenda: no Porto
festejava-se não só o título como aquilo que consideravam ter sido uma tentativa de “batota”.

Calabote foi irradiado pela FPF, mas o seu nome ainda hoje é recordado. E até serviu na década
de 70, quando o FC Porto regressa à hegemonia do futebol português como arma de “guerra” contra o
centralismo de Lisboa e as habituais arbitra­gens que no momento certo retiravam aos azuis do Porto a
pos­sibilidade de discutirem aquilo que era só entre o Benfica e o Sporting. Título de portistas pela
margem tangencial de um golo. Tão mais saboreado quanto o campeonato, renhido, arrogante, alargou o
fosso de antipatias Porto-Lisboa... 125

Remetido a papéis cada vez mais defensivos, o capitão fez no ano desse segundo título de campeão
o seu último golo no campeonato. Foi a 1 de Fevereiro de 1959, quando bisou nos retumbantes 10-0 ao
Caldas. Ainda marcaria nessa edição da Taça de Portugal, nos 9-0 aos moçambicanos do Ferroviário. Entre
1959 e 1961 ainda foi indiscutível para a resma de treinadores que passou pelas Antas após a deserção
de Bela Guttmann, que alegou que se dava mal com a humidade no Norte para se comprometer com o
Benfica, logo após a final da Taça de Portugal perdida. No campeonato de 1961/62, porém, perdeu o lugar
a meio-campo para António Paula, jogador mais defensivo. O FC Porto voltava a entrar num período de

125 In Livro de Ouro do FC Porto.

286
trevas do qual só sairia com Pedroto, em finais da década de 70. Antes disso, Monteiro da Costa – que foi
dispensado pelo treinador húngaro Janos Kalmar no Verão de 1962 – vestiu pela última vez a camisola
portista a 15 de Outubro de 1961, num empate a zero frente ao Leixões.

126

Fez-se treinador, não só no FC Porto, que comandou na qualidade de interino na ponta final das
épocas de 1974/75 e 1975/76, como também na Sanjoanense, no Salgueiros ou no Paços de Ferreira.
Morreu jovem, antes de fazer 60 anos, com a noção de que era um nome incontornável na história do seu
clube do coração mas já sem o ver tornar-se vencedor na Europa e no Mundo.

Actuou nas equipas excepcionais que, nos anos 50, ganharam 2 Campeonatos e 2 Taças de Portugal.
Colaborou com vários treinadores entre os quais os campeões Yustrich e Guttmann, jogou com excelentes
futebolistas como Barrigana, Virgílio, Miguel Arcanjo, Osvaldo Cambalacho, Pedroto, Carlos Duarte, Jaburu,

126 Despedida de Monteiro da Costa

287
Carlos Vieira e Hernâni.

O seu nome figura na lista dos “capitães” mais carismáticos da história do Futebol Clube do Porto.
Foi de uma entrega e dedicação inexcedíveis, nada regateando ao seu amado clube.

127

Palmarés

2 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal) ; 2 Taças de Portugal ; 5 Taças Associação de


Futebol do Porto.

Internacional 6 vezes (duas na Selecção B), tal como no seu clube usou de extraordinária abnegação
com a “camisola das quinas” vestida. Nos “AA” estreou-se em jogo disputado no Estádio das Antas, ante a
Áustria (1-1), em 23 Novembro de 1952, com os também portistas Barrigana e Ângelo Carvalho a fazerem
parte da equipa. A última partida foi contra a Irlanda do Norte (1-1), em 16 Jan.1957, no Estádio José
127 Vencedores do Campeonato Nacional e da Taça de Portugal em 1955-56. De pé: Pinho, Virgílio, Monteiro da Costa, Miguel Arcanjo, Valle,
Sá pereira, José Maria, Jaburu, Gonçalves, Acúrcio e Yustrich (treinador). Sentados: Romeu, Pedroto, Hernâni, Perdigão, Eleutério, Gastão,
Teixeira, Carlos Duarte e Osvaldo

288
Alvalade (Lisboa). Nesse jogo alinharam pela Selecção Nacional cinco jogadores do FC Porto: além de
Monteiro da Costa, também Virgílio, Pedroto, Hernâni e Fernando Perdigão.

Monteiro da Costa, brioso atleta do Futebol Club do Porto, foi homenageado com um
Jantar na Vila da Feira128

Como já havíamos anunciado, reali­zou-se no passado dia 1, o jantar de homenagem a- Monteiro da


Costa internacional - de futebol e capitão da eguipa do Futebol Clube do Porto. Pelas 21, horas, chegaram
à Estala­gem de Santa Maria onde já se encontravam diversos convidados o Presidente da Direcção do
Futebol Clube do Porto, sr. Luís Ferreira Alves, que se fazia acompanhar, dos directores srs. drs. Abel Portal
e Neiva de Oliveira.

Após os cumprimentos, todos se dirigiram para a sala onde foi servido o jantar. Na mesa de honra
sentaram-se o sr. Dr.- Domingos da Silva Coelho presidente da Câmara Municipal da Fei­ra que dava direita
ao homenageado e aos srs. Abel Portal é Roberto Vaz de Oliveira e à esquerda os Srs. Luís Ferreira Alves
e Dr. Neiva de Oliveira. Os restantes convidados, entre os quais se encontravam pessoas de destaque da
nossa vila e das freguesias de Oleiros, Escapães, Paços de Brandão e Fiães, simpatizan­tes do Futebol
Clube do Porto e ami­gos de Monteiro da Costa sentaram-se indistintamente.

Na altura de ser servido o espumoso levantou-se o sr. prof. José Valente de Pinto Leão, que leu um
telegrama do jornalista Alves Teixeira a justificar a sua ausência e a felicitar o homenagea­do, proferindo
em seguida algumas palavras de saudação em nome do Clube Desportivo Feirense. Seguida­mente falou
o Sr. Dr. Neiva de Oliveira em representação da Direção do Futebol Clube do Porto, para se congratatular
com a homenagem que estava a ser prestada traçando, num felicís­simo improviso o perfil de Monteiro da
Costa, no desporto na sociedade e na família de que é, afirmou, um chefe exemplar.

A terminar disse: Creio interpretar o sentir de milhares de portistas ao afirmar-lhe, Monteiro da Costa,
que continuamos a esperar de si todo o seu valor, todo o seu brio de atleta a bem do Futebol Clube do

128 Notícias. 5 de Outubro de 1959

289
Porto». Uma estrondosa salva de palmas coroou as palavras vibrantes do sr. dr. Neiva de Oliveira.

O Sr. Dr. Domingos da Silva Coelho, antigo, condiscípulo de Monteiro da Costa, leu uma carta do
Sr. Dr. Belchior Cardoso da Costa, conterrâ­neo do homenageado em que se as­sociava à homenagem
prestada, justifi­cando a sua forçada ausência. A seguir proferiu o seguinte discurso:

Mais do que por dever inerente ao cargo que ocupo, incita-me proferir um punhado de breves palavras
a amizade estreita e profundamente sincera que me liga o Monteiro da Costa. Bastará afirmar, meus
senhores, que ambos frequentamos o Seminário, onde bebemos a linfa salutar duma formação eficiente
e integral. As folhas, móveis e nervosas, do calendário imutável foram caindo foram deslizando, como fio
de água, ora suaves, ora batidas por ventos agrestes, mas sempre sem sobressaltos, sem pesadelos, sem
angústias. E a nossa amizade manteve-se crista­lina, intacta e sem mácula como na primeira hora. E que
o Monteiro da Costa possui o dom natural e espontâ­neo de conquistar simpatias e granjear perduráveis
ligações amistosas.

Tem a arte, a subida arte, de dar para receber. A arte de dar, a arte de se comunicar, de prender, de
estabelecer correntes de simpatia.

Guindado por mérito próprio aos pináculos da fama, não se deixou endoidar e envaidecer. Manteve-se
sempre igual à si mesmo. Envolto em es­pirais de incenso e hossanas clamorosas de triunfo, permaneceu
sempre modesto, apiumado, afável, irradiando encantadora harmonia e contagiante felicidade.

Espectador de gritos e salmos, de impropérios e louvores, de lágrimas e euforias, sempre espargiu


em redor o eflúvio magnético da sua gentileza e fidalguia. Com perfeita noção dos deveres, o Monteiro da
Costa, mais do que des­portista cheio de merecimento tem sido um homem, quer na vida social quer na
vida privada quer na vida sa­grada de família. O contrário de alguns que cultivam respeitos humanos, que
vergam a cer­viz a preconceitos de toda a ordem, que bolsam nos seus actos veneno e perfídia, contradição
e aleivosia, volú­pia e ódio, o Monteiro da Costa sempre soube ser coerente com a formação polivalente
recebida no calor generoso do seio materno e amadurecida na verdadeira face da vida e do destino
humano, sempre soube ser respeitador impoluto, sempre se soube situar na escala social com a direitura

290
e ombridade dum homem de bem, sempre re­velou nas palavras o equilíbrio sensato que lhe vai na alma
e inteligência, sem­pre soube dominar a sensibilidade desenfreada pela razão esclarecida e ponderada.
Repararam V. Ex.as com certeza, que me limitei a traçar o perfil humano do nosso homenageado. Mas
é que, meus senhores, eu tenho como verdade de ciência certa que, sendo-se um Homem com letra
maiúscula como é o Montei­ro da Costa, é-se lógica e inatacavelmente um desportista íntegro, na ver­
dadeira e completa acepção da palavra. O Monteiro da Costa é, na verdade, um símbolo eloquente do
verdadeiro desportista, daquele desportista que tem sempre diante dos olhos a legenda doi­rada do «mens
sana in corpore sano», que está na posse duma alma forte e sadia num corpo disciplinado e ordei­ro, em
proporções de salutar harmo­nia. Regozijo-me, desta feita, por ver que o reconhecimento das virtudes
do pró­ximo é apanágio dos meus munícipes, que não quiseram deixar de prestar tributo de admiração
e amizade a um grande desportista quer dignificando a profissão por que enveredou, honra e prestigia
implicitamente o nome da sua terra, do nosso concelho, e fez correr mundo o nome benquisto desta terra
de Santa Maria.

Brindo pelas prosperidades pessoais,” profissionais e familiares do Monteiro da Costa, aproveitando


também a opor­tunidade pára endereçar a todos os presentes e, dum modo especial, á ilus­tre Direcção
do Futebol Clube do Por­to, tão dignamente aqui representada, as minhas melhores saudações e o vivo
desejo’ de crescentes e renovadas feli­cidades».

Novos e entusiásticos aplausos aba­faram as palavras do orador.

Pelo sr. presidente da Câmara foi, depois, entregue a Monteiro da Costa um artístico objecto de
prata oferta «dos portistas» do concelho da Feira. O sr. prof. Leão leu vários telegramas de amigos que não
puderam estar pre­sentes, entre eles um do sr. presidente da Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria
que se fez representar pelo sócio correspondente sr. João Cunha.

Finalmente levantou-se o homena­geado que, não escondendo-a sua emo­ção, agradeceu, em curtas
palavras, to­do o carinho e amizade gue tão gene­rosamente alí lhe estavam sendo ofer­tados.

Depois de fazer entrega de vistosas medalhas comemorativas da festa de homenagem que lhe foi

291
dedicada no Estádio das Antas, Monteiro da Costa, sempre ò mesmo escravo do dever, disse a todos os
presentes : «Meus se­nhores, o regulamento manda que eu dentro de meia hora esteja no Lar do Futebol
Clube do Porto e o regulamento tem; que se cumprir. A todos, renovo os meus agradecimentos e muito
boa noite».

Com uma tocante nota de disciplina, Monteiro da Costa deixou o ambiente acolhedor em que se
encontrava. Por entre as ovações de todos os presentes, o capitão do Futebol Clube do Porto, visivelmente
impressionado, partiu pa­ra o Lar...

MORGADO

129

Mário Jorge de Castro Morgado, nasceu a 31 de Dezembro de 1969 em Santa Maria da Feira. Jogou

129 Na foto, em cima, da esquerda para a direita: Marcelino, Costa, Miguel, Morgado, Quitó e Rufino. Em baixo: Couto, João Luís, Artur, Resende
e Pedro Martins.

292
no Feirense (4), Futebol Clube do Porto (4) Gil Vicente (1) Rio Ave (1), Famalicão (1), Beira-Mar (2), Varzim
(1), Desportivo de Chaves (1), União da Madeira (1), Leça (1) e Felgueiras (1)

Jogou 2 épocas nos seniores do Futebol Clube do Porto (90-92). A estreia foi em 4 de Novembro de
1990 (vitória por 1-0 frente ao Braga no Estádio 1.º de Maio). Treinador: Artur Jorge.

Títulos 3 (1 Campeonato Nacional, 1 taça de Portugal e 1 Supertaça. foi 31 vezes internacional


português, tendo conquista o Campeonato Do Mundo de Sub-20,em 1989 em Riade, no qual realizou 6
jogos.

É adjunto de Pedro Miguel: Feirense, Leixões e atualmente Oliveirense.

NÓBREGA

293
Francisco Lage Pereira Nóbrega130 nasceu no dia 14 de Abril de 1942 em Vila Real. Faleceu no dia
28 de Abril de 2012, no Porto com 70 anos.

Representou o Futebol Clube do Porto durante 12 épocas, tendo tido a sua estreia em 26 de Setembro
de 1962 (derrota por 2-0 no Bonfim, frente ao Vitoria de Setúbal).

Efetuou 277 jogos. Marcou 44 golos.

Palmarés

1 título (Taça de Portugal); 4 Taças Associação de Futebol do Porto e 4 internacionalizações.

Jogou nas camadas jovens do Futebol Clube do Porto e quando foi promovido a sénior, na temporada
de 1961/62, foi emprestado ao F.C. Tirsense, para regressar em definitivo aos Dragões na temporada
seguinte.

A estreia foi bastante promissora já que Nóbrega, com apenas 21 anos, acabou o campeonato com
10 golos apontados e com a conquista da Taça Associação de Futebol do Porto.

A sua segunda temporada com a camisola do F.C. Porto já foi a época em que se afirmou como um
dos titulares indiscutíveis, tendo voltado a vencer a Taça Associação de Futebol do Porto.

Em 1964 foi pela primeira vez chamado a representar a Selecção Nacional num jogo contra a
Espanha, em que Portugal venceu por 2-1. Viria ainda a vestir a camisola das quinas por mais 3 ocasiões,
tendo-se despedido no dia 12 de Novembro de 1967 numa partida contra a Noruega, com o resultado a
ser favorável a Portugal por 2-1.

Em 1964/65 e 1965/66 repetiu a vitória na Taça Associação de Futebol do Porto.

No dia 16 de Setembro de 1964 foi um dos titulares da formação portista que venceu o Olimpique
de Lyon por 3-0 no Estádio das antas, um jogo a contar para a 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos
Vencedores das Taças e que marcou a primeira vitória dos portistas nas competições europeias.
Na temporada de 1967/68 viveu o ponto alto da sua carreira ao conquistar a Taça de Portugal. Os portistas

130 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2009/11/nobrega.html

294
foram à Final do Jamor vencer o Vitória de Setúbal por 2-1, com Nóbrega a ser o autor de um dos golos.

No final da temporada de 1973/74 deixou o F.C. Porto e ingressou no clube da sua terra, o S.C. Vila Real.

Em 1975/76 ajudou os vila-realenses a subirem para a II Divisão. Nessa temporada começou por ter
como treinador Joaquim Teixeira (que passou pelo F.C. Porto na equipa técnica comandada por António
Oliveira), seguiu-se depois Luis Miguel no comando do S.C. Vila Real.

Na temporada seguinte passou a ser treinado pelo seu amigo e ex-colega do F.C. Porto, Custódio
Pinto. Só que num jogo em Chaves, um desentendimento entre o treinador e o presidente, Taveira da
Mota, ditou o afastamente de Custódio Pinto do comando técnico da equipa de Vila Real. Nóbrega em
solidariedade com o seu amigo abandonou também o clube e regressou à cidade do Porto

Passou depois mais tarde a treinador tendo orientado o C.D. Feirense, entre outros clubes de divisões
secundárias.

Francisco Nóbrega foi treinador do Clube Desportivo Feirense nas épocas de 1984/85 (a partir de
Janeiro) e 1985/86, onde esteve muito perto de alcançar a subida de divisão. Regressou na época de
1987/88 mas acabou substituído por Henrique Nunes a partir de Janeiro de 1988.

Agora vamos encontrar uma situação inédita no Futebol Clube do Porto, penso que caso único na
história do Futebol Clube do Porto, três irmãos terem representado ao mais alto nível o clube, com diversas
conquistas bem como clubes de Santa Maria da Feira. Falamos de José Oliveira, Carlos Oliveira e Armando
Oliveira.

295
131

131 Três irmãos que jogaram no Porto e no Feirense, Armando Oliveira, José Oliveira e Carlos Oliveira

296
OLIVEIRA, José

132

José Oliveira nasceu a 14 Janeiro de 1934 e começou aos 12 anos no Arrifanese, Porto (8 épocas
como junior e sénior), Boavista (2 épocas), Sagueiros (2 épocas), Arrifanense (senior, 2 épocas), Feirense
(2 épocas), Sanjoanense (2 épocas), Vilanovense (2 épocas), Marco 2 épocas e de novo Arrifanense (2
épocas onde terminou a carreira como treinador jogador aos 38 anos de idade.

Curiosamente começou como interior direito, mas quando foi para o Porto, quem ocupava esse logar
era o Morais, e assim Artur Beta, colocou a defesa esquerdo, posição que ocupou ao longo de 26 anos de
carreira.

Foi industrial de sapataria e resido em São João da Madeira, aliás a minha região.

Palmarés

Campeão Nacional de juniores em 1952/52 e seniores 1958/59 ao serviço do F.C. Porto. Subidas à

132 Estádio da Antas. 23-10-1955

297
1.ªDivisao no Boavista, Salgueiros e Feirense.

Treinou camadas jovens e seniores do Arrifanense, camadas jovens do Feirense e da Sanjoanense e


Seniores do Valecambrense.

133

133 Campeão Nacional de Juniores. No 1.º plano: Freitas, Morais, Avelino, Ferreirinha, Waldemar e Óscar. No segundo plano: Resende, Baltasar,
Oliveira, Sarmento I, Gonçalves, Sá Pereira, Sarmento II e Vitor Gonçalves.

298
134

134 Torneio Octagonal no Estadio do Lima. Beleneses 1, Porto, 3. Américo e Oliveira

299
135

Em 1954 uma equipa de fu­tebol júnior do F. C. do Porto marcou presença dilatada no respectivo
campeonato nacional e ganhou-o de modo brilhante.

Esta equipa era orientada, tecnicamente, por Artur Baeta — nome grande do futebol ju­venil — e, dela,
faziam parte, entre outros jogadores, António Morais, Ferreirinha, Avelino, José Oliveira, para além de mais
diversos nomes que atin­giram plano saliente no nosso futebol, primeiro como futebo­listas e, depois, como
treinado­res, neste caso, Morais e Ferreirinha.

135 Jaburu, Paula e Oliveira

300
Dentre os atletas daquela ines­quecível equipa, há a destacar o nome de José Oliveira que, durante
quase duas décadas, pode actuar como elemento nimbado por valor que nunca feneceu.

Depois de júnior do F. C. do Porto e de jogar nas suas equipas de seniores,tran­sitou para outros
clubes.

301
136

Na primeira pessoa José Oliveira revelou” Primeiramente, fui para o Boavista que ajudei a subir à 1.ª
Divisão, em 1959, com Artur Baeta a dirigir a equipa. Co­migo, Mário Campos, Alcino, Guilherme e outros.
Foi uma época e um campeonato, o da II Divisão, magníficos. No jogo decisivo, no antigo Campo do Bessa,
num jogo decisivo com o Barreirense, logrou o Boavista o seu objectivo: ascender à divi­são maior.

Depois ingressei no Sal­gueiros e novamente com Artur Baeta como técnico, esta equipa ganhou o
«Nacional» da II Divisão e subiu à 1.ª.

Era excelente esse agrupamento e isto verifi­cou-se cm 1960. Perdemos a «final», para o título, em
Lei­ria, frente ao Barreirense, mas isso não invalidou a bela car­reira que o Salgueiros realizou nessa
época”.

A seguir, continuei a Jogar, pois te­nho entranhado o «vício» do fu­tebol. Deste modo conheci ou­tros
136 De pé da esquerda: Acúrsio, Gonçalves, Sá Pereira, Sarmento II, Albasini e Oliveira. De joelhos da esquerda: Hassane Aly; Eleutério, Noé,
Quim e Zé Maria. Campo da Constituição.

302
clubes: Sanioanense, Feirense, Marco... No Feirense foi outro êxito: ascendemos à 1.ª Di­visão efizemos
um campeonato notável. Era nos tempos de Martin, um guarda-redes espa­nhol, Ramalho, Eduardo, Lopes
Campanhã e outros. Ganhou o Feirense a sua série, com um ponto de avanço sobre o Braga, depois de
luta acérrima com os minhotos. Na «final», em Leiria, perdemos com o Barreirense, ingressámos na 1.ª
Divisão, em 1962/63. Acrescento que, na Sanjoanense também tive magnícas épocas.”

Treinadores que o marcaram: Iládio Passarin (espoanhol), Reboredo (argentino), Vascheto (Argentino),
Janos Zorgo (húngaro), Artur Baeta (português), Jose Vale (argentino), Dorival Yustrich (brasileiro), Flavio
Costa (brasileiro), Malhado, Quintino, Rui Araújo, Monteiro e Jesus (portugueses).

Manteve uma enorme actividade, nomeadamente na dinamização de encontros Como das «velhas
guardas», e foi di­rigente, como chefe da secção desportiva da Sanjoanense.

CARLOS OLIVEIRA
Carlos Oliveira, nasceu a 18 de Julho de 1942, em Arrifana. Extremo direito. É da geração de Rui,
Vasconcelos, Monteiro, Apolinário, Vidal, Bernardino, Ramos de Sousa, Moura, Serafim, Nóbrega, Castro,
Amadeu, Gabriel entre outros.

Profissão: industrial

De 1955 a 1962 – Futebol Clube do Porto, onde teve como treinadores Francisco Reboredo e José
Maria Pedroto.

303
137

Na primeira pessoa, Carlos Oliveira refere que “foi no Futebol Clube do Porto com apenas 14
anos, que iniciei a minha carreira de futebolista. Era o treinador o argentino Francisco Reboredo que de
imediato me marcou, pelo facto de ser estrangeiro, o que era raro na altura, e ainda por ter sido ele a
convocar-me pela primeira vez, para a equipa de seniores numa deslocação para defrontar o Benfica na
Taça de Portugal”.

Nessa deslocação, partilhou o quarto de hotel com Virgílio Mendes, capitão da equipa e da Seleção
Nacional, a quem chamavam o “Leão de Génova” pela brilhante prestação no jogo da Seleção disputado
naquela cidade italiana. Para Carlos Oliveira, esta atitude foi o reconhecimento do meu valor, uma vez
que naquela época havia um grande distanciamento entre os jogadores novos e os que como Virgílio,
Monteiro da Costa, Hernâni “mandavam” na equipa.

137 Inauguração Desportivo de Portugal, como capitão de juniores

304
138

Ainda com Francisco Reboredo à Frente da equipa, obtivemos o resultado mais insólito até hoje
verificado em competições do género. 31-0, foi o resultado desse jogo. É justo no entanto que se diga
que este resultado só foi possível graças à fragilidade da equipa adversária bem assim como a falta de
equipamentos adequados, para jogos em relva. Falamos do Bragança.

138 Da esquerda da direita em cima, juniores do Futebol Clube do Porto convocados para seleção do Porto: Vasconcelos, Moura e Serafim. Em
baixo: Carlos Oliveira, Apolinário e Nóbrega

305
139

Como sénior e já com José Maria Pedroto, como treinador, Carrlos Oliveira revela “Pedroto treinador
muito evoluído, e passou-se um episódio que achei engraçado, pelo inesperado da situação. Durante
um jogo com o Salgueiros apliquei aquilo a que se chama pontapé-de-bicicleta. Pedroto não era amante
desse tipo de jogo e disse-me ao intervalo que queria que jogasse a bola rente ao solo, salvo se o
adversário fosse violento aí sim: “vê se lhe acertas nos cornos”. Gargalhada Geral.”

139 Bernardino, Amadeu, Castro, Vidal, Barros,Monteiro, Vasconcelos e Rui. Em baixo da esquerda para a direita: Carlos Oliveira, Gabriel,
Moura, Serafim, Nóbrega e Sousa. Juniores

306
140

De 1962-1965. Interrupção por motivo de doença. De 1965 a 1966: jogou no Tirsense, devido
à enorme amizade que tinha com Dieste, desde os tempos do Futebol Clube do Porto. Depois jogo no
Feirense, integrando a geração de ouro dos anos 60 e no Valecambrense.

140 Em cima: Coimbra, Cristóvão, Gastão, Perico, Vieira e Rui. Em baixo: Carlos Oliveira, Morais, Vasconcelos, Serafim e Rui Correia

307
OLIVEIRA, Armando

141

Armando Dias de Oliveira, nasceu a 18 de Fevereiro de 1946 em Arrifana. Começou a jogar no


Futebol Clube do Porto com 16 anos, onde se manteve até aos 20 anos. O ponto alto da carreira na
equipa azul e branca foi a conquista do Campeonato Nacional de Juniores em 1963, numa equioa onde
pontificavam Artur Jorge, Luis Pinto, Sucena, Ernesto e Sousa. O profissionalismo ficou pelo caminho uma
vez, que com apenas 17 anos já tinha uma fábrica de calçado!

Efetuada proposta para se dedicar em exclusivo pelo Futebol Clube do Porto, Armando Oliveira exigiu
naturalmente contrapartidas salariais para abandonar a fábrica, mas o clube não conseguiu responder
favoravelmente. Armando Oliveira saiu para ser uma das grandes figuras do Feirense (7) na década de 60,

141 Dois irmãos, José Oliveira e Armando Oliveira, ao serviço do Futebol Clube do Porto

308
com passagem pelo União de Lamas (1), terminando na Sanjoanense (1).

Na primeira pesso Armando Oliveira diz :”Ainda hoje há sócios do Feirense que dizem que nunca
mais arranjamos um jogador que conseguisse arrancar grandes penalidades como eu conseguia” 142.

143

Depois de terminada a carreira, foi dirigente do Feirense durante três anos, nos quais obteve duas
subidas, à primeira divisão e à segunda Liga respectivamente com Artur Brandão e Rodrigo Nunes na

142 CARLOS, Roberto. Feirense Magazine. Fevereiro 2006


143 Campeão Nacional de Juniores 1963.

309
presidência. Destes anos de clube, Armando Oliveira tem episódios que normalmente são desconhecidos
da “aficcion” feirense.

Recorda-se por exemplo de que na altura em que o Acácio, o Damas e o irmão Carlos Oliveira jogavam
no Valecambrense estes terem “alertado o treinador do Valecambrense para o facto de eu conseguir
grandes penalidades com relativa facilidade. Jogámos com o Valecambrense em S. João de Ver, porque o
nosso campo estava interditado, e a verdade é que lá conseguimos ganhar, precisamente com uma grande
penalidade arranjada por mim. O aviso não serviu de nada! Engraçado, ainda hoje há sócios do Feirense
que dizem que nunca mais arranjamos um jogador que conseguisse arrancar grandes penalidades como
eu conseguia. Marquei vários golos de calcanhar, muito antes do célebre golo de Madjer na final de
Viena”.

Outro episódio curioso que se passou com Armando Oliveira foi “quando jogava e o treinador era
o Sr. Licínio, que tinha uma personalidade muito forte e muito rigorosa, o Acácio não cumpriu o que lhe
estava a ser pedido, o treinador não esteve com meias medidas, mandou-o tomar banho mais cedo. A
mim, estava a ser pedido que fizesse um vai e vem constante. A dada altura dei o “estouro” e disse ao Sr.
Licínio: não posso mais fazer isto porque não tenho nenhum motor, preparando-me para seguir o mesmo
caminho do Acácio. O treinador disse: eu sei que não tens nenhum motor, mas sei que és o único que
corresponde positivamente aos meus pedidos”.

310
Outro treinador que marcou Armando Oliveira, foi o Mariano Amaro, que veio do Belenenses para o
Feirense: “era um treinador cerebral, um antecessor daquilo que é hoje o treinador moderno, na linha de
José Mourinho, porque pretendia que os jogadores soubes­sem exactamente aquilo que andavam a fazer
dentro de campo, nomeadamente a precisão do passe na transposição da bola da defesa para o ataque.
Era efectivamente um treinador de elevado nível.”

Gonzalez que foi “um grande defesa central do Feirense e meu treinador dizia-me: Chico ustedes es
un craque do c…”- frase essa que se tornou célebre no Feirense.

Por último deixa uma palavra para “Artur Brandão, que foi meu colega de equipa, meu treinador e
meu presidente. Era o pronto-socorro do clube, nomeadamente quando se verificava a famosa chicotada
psicológica”.

311
Outra história caricata relaciona-se com um antigo colega, de seu nome João Baptista Cabrinha.
Ex-jogador do Sporting, belíssimo jogador, mas tinha um senão que os companheiros de equipa não
apreciavam. Nos dias dos jogos, a equipa do Feirense almoçava toda junta, o Cabrinha escondia debaixo
da mesa um garrafão de vinho para que pudesse beber três ou quatro copos do saboroso néctar.
“Sinceramente não gostávamos muito, mas a verdade é que o Cabrinha entrava em campo e marcava
golos que se fartava, e como tal ocultávamos o facto do treinador e da direcção, não vá o diabo tecê-las,
e ele se não bebesse deixava de marcar golos”.

Quanto a histórias mais recentes, Armando Oliveira, recorda-se da época em que o Feirense subiu
à primeira Divisão, só com jogadores portugueses. “No Municipal de Coimbra o Feirense perdeu por um
a zero, e viu reduzir a diferença pontual para os estudantes. No final do jogo o falecido presidente da
Académica, Jorge Anjinho, passou pela comitiva feirense com um sorriso de satisfação. Armando Oliveira
não se conteve e disse: “não vale a penas estares com esse sorriso cínico e sarcástico porque nós vamos
subir à primeira divisão e vocês vão continuar na segunda, porque tu és um Anjinho!”. Posteriormente,
há um outro episódio a registar que foi no jogo em Portalegre, para “onde foram cerca de trinta e tal
autocarros com adeptos do Feirense, estava um calor de morrer, os nossos jogadores ressentiram-se,
e perdemos. No final da partida o nosso presidente, o Eng.° Brandão, não gostou e preparava-se para
dar uma reprimenda aos jogadores. Eu opus-me, e disse-lhe para deixar o caso comigo, porque eu iria
falar com os atletas. Efectivamente assim fiz, fazendo-lhes ver que dependíamos apenas de nós, ou seja
ganhar em Estarreja e ganhar em casa ao Caldas como efectivamente veio a acontecer. De salientar que
no ano anterior estivemos quase a subir de divisão, apesar de um início desastroso de campeonato, e só
não subimos porque fomos roubados frente ao União de Leiria”.

Armando Oliveira remata dizendo: “sinto-me um feirense de corpo e alma, apesar de não ter nascido
cá, ainda hoje a minha vida é feita de manhã à noite em Santa Maria da Feira, apesar de não residir cá.

Quando eu jogava e perdia, ficava doente e ainda hoje se passa o mesmo, quando o Feirense perde
ando doente uma semana até vir outro jogo ajudar a esquecer o mau resultado anterior”.

312
OTTO GLÓRIA
Otaviano Martins Glória, mais conhecido por Otto Glória nasceu no Rio de Janeiro, a 9 de
janeiro de 1917 — e morreu na mesma cidade a  4 de setembro de 1986), foi um conceituado técnico
brasileiro de futebol.

Dirigiu as equipas da Portuguesa de São Paulo e do Vasco do Rio de Janeiro, o Benfica, o Belenenses,
o FC Porto e Sporting em Portugal, assim como a própria Selecção Portuguesa, em França o Olímpico
de Marselha e em Espanha o Atlético de Madrid. Foi o técnico da seleção portuguesa que disputou o
Campeonato do Mundo em 1966, alcançando o 3º lugar na prova.

Mas antes de ir para o futebol, Otto Glória esteve ligado ao basquetebol. É-lhe atribuída a frase, sobre

313
o trabalho de treinador em Portugal: «Naquele país, quando se perde o treinador é chamado de “Besta”.
Quando vence, de “Bestial”».

A 2 de Setembro de 1966 recebeu a Medalha de Prata da Ordem do Infante D. Henrique.

A sua ligação a Santa Maria da Feira, prende-se com o facto de Otto Gloria ter recebido do feirense
Salvador Rodrigues de de Carvalho, fabricante de móveis de bambu no Rio de Janeiro, apoio alimentar,
uma vez que era oriundo de uma família muito humilde. Após ter iniciado a sua carreira no futebol, que
o trouxe até Portugal, e em particular quando estava ao serviçoo do Futebol Clube do Porto era normal
vê-lo por Santa Maria da Feira em visita a quem lhe matou a fome e que residia no Lugar Pontão – Santa
Maria da Feira.

Foi treinador do Botafogo(Campeonato Carioca, como adjunto de Zezé Moreira); CR Vasco da Gama;
América; Benfica (5 Taças de Portugal e 1 Campeonato); Belenenses (1 Taça de Portugal); Sporting (1
Taça de Portugal); Olympique de Marselha, Portuguesa de S. Paulo (1 Campeonato Paulista); F.C. Porto;
Portugal; Atlético de Madrid; Grémio; Santos; Comercial FC; CF Monterrey, Nigéria (1 Taça Africana das
Nações).

PAULO
Paulo Manuel Rodrigues Dinis, nasceu a 18 de Abril de 1959. Jogou a Defesa. Representou o Futebol
Clube do Porto (3), Feirense (1), Sanjoanense (2), Tirsense (2), Amarante (1) e Ermesinde (3)

314
PEDRO MARTINS

Pedro Rui Mota Vieira Martins, nasceu a 17 de Julho de 1970 em Santa Maria da Feira. Jogava a médio
direito e médio centro. Começou a sua carreira no Feirense (10), Guimarães (1), Sporting (3) Boavista (2),
Santa Clara (1) e Alverca (4). Efetuou 246 jogos na 1.ª Liga e marcou 9 golos. Foi internacional português

Treinador: Começou como Adjunto de José Couceiro em 2004-2005 no Vitória de Setúbal e Futebol
Clube do Porto (foi também de Victor Fernandes), seguindo-se o Belenenses (adjunto de José Couceiro e
de Carlos Carvalhal).

Como Treinador principal começou em 2006/2007 no União de Lamas (1). Seguiram-se Lourosa (2),

315
Espinho (1), Marítimo B (2), Marítimo (4), Rio Ave (2) e Vitória de Guimarães (1).

MANUEL PETIZ
Manuel Silva Petiz, nasceu em 31 de Março de 1945. É natural de S.João de Vêr, inscreveu-se na
F.P.de Ciclismo em 14 de Março de 1963, representou o F.C.Porto.

A sua carreira foi curta, enquanto ciclista, uma vez que foi chamado a cumprir o serviço militar no
ultramar e quando regressou dedicou-se à actividade pecuária. Todavia o amor ao ciclismo manteve-se
sendo um dos principais impulsionadores da mais importante escola de formaçaºo em Portugal, o Sport
Ciclismo de São João de Ver, sendo actualmente o presidente da Assembleia-Geral.

316
RICARDO

João Maia Ricardo, nasceu em Moçambique a 14 de Abril de 1949 e faleceu a 5 de Janeiro de 2015.
Jogava a avançado.

Representou o Futebol Clube do Porto (6), Leixões (1), Lusitânia de Lourosa (2), Paços de Ferreira (1),
União de Lamas (3), Oliveirense (1) e Aves (1).

317
144

144 http://dragaodoporto.blogspot.pt/2014_03_01_archive.html

318
RODRIGO CARVALHO

145

Rodrigo da Silva Carvalho, nasceu a 12 de Agosto de 1953, no lugar do Cavaco Santa Maria da Feira.
Jogava a médio.

Jogou no Futebol Clube do Porto (7), Beira-Mar (3), Sp. Braga (2), Varzim (1), Espinho (1), Sanjoanense
(1), Lourosa (4) e Fiães (2).

Participou na histórica eliminatória que o FC Porto disputou frente ao Barcelona, em 1972/73.

145 Fotografia a preto e branco, de uma equipa de futebol juvenil do F.C.Porto, ano 1970, que venceu o Campeonato Nacional de Juvenis
contra o Montijo (2-1). A bola está em poder do Rodolfo Reis e podemos reconhecer o Quim, Trindade, Rosinha, Borges, Elvito, Ferreira da Costa,
António Joaquim, Rodrigo, Teixeira, Almeida. Rodrigo é o quinto em baixo da esquerda para a direita.

319
146

Em cima da esquerda para a direita: Arménio, Raul, André, Ronaldo, Gabriel e Rodrigo. Em baixo, da
146 Postal ilustrado, editado pelo “Banco Português do Atlântico”. Na foto, uma equipa de futebol do F.C.Porto, anos 70. De pé da esquerda
para a direita: Flávio, Guedes, Tibi, Abel, Rolando, Vieira Nunes, Ricardo, Marco Aurélio e Rui. Agachados: Nóbrega, Rodolfo, Júlio, Oliveira,
Bené, Cubillas, Rodrigo e Leopoldo

320
esquerda para a direita: Costa Almeida, Ilídio, Keller, Rodolfo e Ferreira da Costa.

Realizou 154 jogos e marcou 6 golos na 1.ª Divisão

Na primeira pessoa Rodrigo revela que “o maiordesgosto foi nunca ter jogado no Feirense, embora
tenha contribuído para que permanecesse na 2.ª divisão ao cometer um penaty logo aos 10 minutos, num
jogo realizado em 2 de Junho de 1985 logo aos 10 minutos. Desceram Sanjoanese, Marco e Valonguense”

ROMÃO

Américo Ferreira Coelho, conhecido como Romão, nasceu na freguesia de Santa Maria de Lamas
do Concelho de Santa Maria da Feira. Ingressou no Futebol Clube do Porto na temporada de 1944/45.
Estreou-se com a camisola dos Dragões no dia 26 de Novembro de 1944 no Campo das Salésias em
Lisboa onde o F.C. Porto defrontou o C.F. Belenenses na partida da 1ª jornada do Campeonato Nacional de
1944/45. Romão deixou os portistas no final da época de 1951/52. Nas oito temporadas em que vestiu
a camisola azul e branca, Romão venceu por três vezes o Campeonato do Porto (1944/45, 1945/46 e
1946/47) e a Taça Associação de Futebol do Porto em 1947/48.

321
147

Romão viveu ainda grandes momentos para além dos títulos conquistados. Foi titular na
equipa que venceu por 18-0 o S.C. Salgueiros no dia 15 de Setembro de 1946, num jogo a contar
para o Campeonato do Porto. Já em 1947 esteve presente no Estádio do Lima quando os portistas
venceram o Real Madrid C.F. por 4-1. Ainda em 1947, foi o campeão espanhol, Valência F.C. a ser
derrotado no seu próprio recinto por 1-0. Outra grande vitória vivida por Romão foi a 6 de Maio de
1948 quando os ingleses do Arsenal F.C. saíram derrotados do Estádio do Lima por 3-2. Em 1952
Romão fez parte da equipa do F.C. Porto que pisou pela primeira vez a relva do novo Estádio das
Antas que foi inaugurado no dia 28 de Maio desse ano. Em jogos oficiais Romão disputou 180

147 Em cima da esquerda para a direita: Barrigana, Joaquim, Carvalho, Romão, Alfredo, Virgílio, em baixo, pela mesma ordem: Diamantino,
Araújo, Monteiro da Costa, José Maria e Vieira

322
partidas e marcou 7 golos com a camisola do F.C. Porto. Palmarés 3 Campeonatos do Porto 1 Taça
Associação de Futebol do Porto.

323
A época de 1950/1951 o início de época esteve carregado de polémica devido à cpntrataçao de
Américo Romao, pelo Feirense para ser seu treinador jpgador. Nasequência deste episódio, váriso atletas
do Feirense foram abordados pea direção do União de Lamas para ingressarem no clube, e a direção do
Feirense acuso Romão de estar envolvido nesta situação burlesca,

O caso originou a troca de comunicados entre as duas direções, provocando o despedimento do


respetivo atleta e treinador Américo Romão148.

RUI ÓSCAR

Rui Óscar Neves de Sousa Viana, nasceu a 17 de Dezembro de 1975 , em Gondomar e jogava a
defesa direito. Jogou no Futebol Clube do Porto (8), União de Lamas (1), Leça (1), Marítimo (3), Boavista
(4) e Beira-Mar (1).

Realizou 232 jogos e marcous 5 golos na 1.ª Liga.


148 Clube de Futebol União de Lamas – 81 Anos de História

324
RÚBEN NEVES

Rúben Diogo da Silva Neves , nasceu em 13 de Março de 1997, em Mozelos. Joga a médio defensivo.

Depois de chegar ao Porto, quando tinha apenas oito anos, Rúben Neves percorreu as diferentes
categorias de clube antes de jogar por empréstimo no Padroense FC durante a temporada 2012/13.
Depois, Rúben Neves jogou nos sub-17 sendo presença habitual na concocatória da equipa B. em seguida
brilhou no Campeonato da Europa Sub-17, realizado em Malta, jogando todos os jogos de Portugal caminho
para as semi-finais.

Com uma vaga no meio-campo do Porto, após a saída de Fernando para o Manchester City FC e
achamada de Thomas Podstawski para jogar no Campeonato da Europa de Portugal Sub-19 em Julho
de 2014, no mês de julho, Neves não perdeu uma oportunidade para impressionar o novo técnico Juan
Lopetegui durante a pré-temporada.

Ruben Neves impressiona com a sua precisão no passe, a sua visão de jogo e o seu posicionamento
astuto em campo, mostrando uma grande maturidade apesar da sua tenra idade. Embora jogue

325
normalmente como meio-campista mais recuado, o moselense fez alguns jogos com bom registo noutras
posições, levando os ataques e tentando rematar. Na época 2015/2016, foi habitual titular e no dia 20 de
Outubro de 2015 tornou-se o mais jovem capitão dos dragões em competições da UEFA num jogo contra
o Maccabi Tel Aviv, a contar para a fase de grupos da mesma competição.

Embora já tenha sido convocado para a Seleção Portuguesa de Futebol, tendo feito 3 golos nas suas
8 presenças, atualmente atua pelosl Sub 21. É uma das promessas do futebol português.

Jogou sempre no Futebol Clube do Porto (13) , com uma passagem pelo Padroense (1)

RUI CORREIA

149

149 Seniores: Da esquerda para a direita em cima: Américo, Vidal, Sebastião, Cristóvão, Coimbra e Vieira. Em baixo: Carlos Oliveira, Jaime,
Vasconcelos, Perdigão e Rui Correia.

326
Rui Agostinho Antunes Correia, nasceu em S. João de Ver em 28 de Julho de 1938. Ingressou no
Futebol Clube do Porto com 14 anos, depois foi emprestado ao Feirense, numplantel que começou a
vencer o campeonato regional de Aveiro, e que culminou na 1.ª Divisão. Regressou ao Porto tendo sido
emprestado ao Braga. Dai regressou regressou ao Feirense, tendo jogado ainda no União de Lamas durante
duas épocas. Aos 28 anos encerrou a carreira, uma vez que emigrou para a a Alemanha, à semelhança
de milhares de portugueses que procurarasm melhores condições de vida, numa época a que se chamou
a sangria da Pátria.

RUI CORREIA

327
Rui Manuel da Silva Correia nasceu no dia 22 de Outubro de 1967 em São João da Madeira.

Depois de passar pelos escalões de formação do A.D. Sanjoanense (2), Rui Correia ingressou nos
Juniores do Sporting C.P. (4) em 1984.

Em 1986/87 integrou o plantel principal do clube leonino tendo-se mantido em Alvalade durante
duas temporadas. Em 1988/89 transferiu-se para o V. Setubal (3) onde disputou apenas um jogo nas três
épocas em que representou os sadinos. Na temporada de 1991/92 ingressou no G.D. Chaves (1) , para
na época seguinte rumar ao S.C. Braga (6) . No clube da cidade dos arcebispos, Rui Correia tornou-se um
dos melhores guarda-redes nacionais e isso valeu-lhe a chamada à Selecção Nacional que participou no
Campeonato da Europa de 1996 em Inglaterra.

Em 1997/98 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto (4) . Ao serviço dos Dragões, Rui Correia
esteve quatro temporadas, tendo disputado 53 partidas. Conquistou por duas vezes o Campeonato
Nacional, ganhou três vezes a Taça de Portugal e conquistou a Supertaça Cândido de Oliveira de 1998,
precisamente contra o seu anterior clube.

Em 2001/02 ingressou no S.C. Salgueiros (1) . Na temporada seguinte rumou ao C.D. Feirense onde
esteve durante três épocas (3) .

328
Em 2005/06 vestiu a camisola do A.D. Ovarense e em 2006/07 transferiu-se para o G.D. Estoril
Praia onde terminou a sua carreira de futebolista no final dessa época.

Em 2007/08 deu início à carreira de treinador de guarda-redes no Portimonense S.C. Passou depois pelo
S.C. Olhanense, Académica de Coimbra, S.C. Braga, V.S.I. Rio Maior e em 2013/14 treinou os guarda-redes do
clube grego do OFI (1), Belenenses (1) e Sandong Luneng (coordenador de formação de guarda-redes).

Palmarés

2 Campeonatos Nacionais 1ª Divisão (Portugal); 3 Taças de Portugal e 1 Supertaça Cândido de


Oliveira.

RUI FILIPE150

150 MAGALHÃES, Júlio. Memorial F.C.Porto 100 Glórias

329
Rui Filipe Tavares de Bastos nasceu no dia 8 de Março de 1968 em Vale de Cambra. Faleceu a 28
de Agosto de 1994.

Deu os primeiros pontapés na bola no A.D. Valecambrense até despertar a cobiça do Futebol Clube
do Porto, clube para o qual se mudou na temporada de 1889/90. Foi depois emprestado, primeiro ao S.C.
Espinho e na temporada seguinte ao Gil Vicente F.C.

Na época de 1991/92, Rui Filipe passou a integrar o plantel portista que era comandado pelo técnico
brasileiro Carlos Alberto Silva, e pela primeira vez sagrou-se Campeão Nacional.

Na temporada seguinte e ainda com o treinador brasileiro, os Dragões voltam a conquistar o Título
Nacional ao que juntaram a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira.

Na época de 1993/94 Rui Filipe ajudou a conquistar a Taça de Portugal, que o F.C. Porto venceu ao
derrotar o Sporting C.P. na finalíssima por 2-1. Ainda nessa temporada e na sua participação na Liga dos
Campeões, e já com Bobby Robson no comando técnico, o F.C. Porto realizou um dos seus mais brilhantes
jogos ao vencer na Alemanha o Werder Bremen por 5-0 com Rui Filipe a sair do banco e a inaugurar o
marcador.

Na temporada de 1994/95, Rui Filipe começava a ser um dos pilares do meio-campo dos Dragões.
E foi ele que na primeira jornada contra o S.C. Braga marcou o primeiro golo da vitória do F.C. Porto por
2-0, contribuindo assim para a conquista do título de Campeão Nacional – o famoso pentacampeonato
portista, que mais nehuma equipa em Portugal tem. Poucos dias depois os portistas visitaram o estádio
da Luz para o jogo da primeira mão da Supertaça Cândido de Oliveira que terminou com um empate por
1-1. De novo Rui Filipe apontou o golo portista. Um golo cheio de classe e talento onde o ainda jovem
jogador, apenas com uma simulação tirou o famoso guarda-redes Preud´Homme do caminho da bola.
Nesse mesmo jogo Rui Filipe viu o cartão vermelho que lhe impediu de ser convocado para a partida
contra o S.C. Beira-Mar. No fim-de-semana desse jogo teve um acidente que o vitimou.

Tinha apenas 26 anos quando foi traído pela morte na estrada, num acidente de viação em Santa
Maria da Feira.

330
Quando acordaram naquela manhã de domingo souberam que o colega tinha partido para sempre.
À noite jogaram frente ao Beira-Mar. Vítor Baía diz que foi o mais penoso jogo que fez até hoje.

Todos prometeram ganhar o jogo, de raiva, para dedicar a um colega que todos admiravam pelo
carácter sério, competente profissional ao mesmo tempo que demonstrava uma enorme alegria de viver.

0 FC Porto ganhou mesmo por 2-0, e no final do jogo as lágri­mas corriam pela cara de todos
recordando já com enorme saudade o colega e amigo que não mais poderia estar com eles a viver as
alegrias de uma profissão. O funeral foi uma enorme homenagem ao jogador e junto à campa Pinto
da Costa, confessou mais tarde, jurou dedicar o título desse ano a Rui Filipe. Tinha sido ele o autor do
primeiro golo do FC Porto nesse campeonato frente ao Sporting de Braga.

0 FC Porto conquistou mesmo o título, o penta (mais nenhum clube em Portugal tem) e Rui Filipe
ficará para sempre não só como o autor do primeiro golo de um campeonato histórico para o clube como
também como um do mais promissores jovens que o FC Porto conheceu. Na breve carreira que teve
conseguiu mesmo assim ficar na memória e no coração de todos os adeptos e amigos.

SÁ PEREIRA

151

151 Campeões Nacionais que ascenderam à Equipa de Reservas de 1953-54. De pé da esquerda: Manuel Gonçalves, Valdemar, Freitas, Avelino
e Vitor Martins. Em baixo: Angelo Sarmento; Sá Pereira e José Oliveira

331
Henrique Correia Sá Pereira, jogou no Futebol Clube do Porto (4). Leixões 1 e Feirense (1).

Estreou-se no Futebol Clube do Porto no dia 26 de Fevereiro de 1956, depois de ter sido campeão
nacional de Juniores com José Oliveira. A estreia decorreu no Estádio das Antas na vitória por 4-0 frente
ao Braga. O treinador era Yustrich. Jogava a defesa.

152

152 Campeões Regionais, 1952-53. Do 1.º Plano de pé: Tavares, Baltazar, Sá Pereira, Oliveira Hermínio e Gonçalves. Em baixo: Freitas, Morais,
Avelino Valdemar e Óscar.

332
SANTOS
Carlos Alberto da Silva Santos, nasceu em 15-9-1964 em Nampula, Moçambique. Jogava a Ponta de
Lança. Representou o S. Felix da Marinha (1), Futebol Clube do Porto (5), Vizela, 1, Sporting de Espinho
(1), Ovarense (1) e terminou no Feirense (1).

SANTOS, Manuel

153

153 Equipa-tipo em 1977-78: Fonseca; Gabriel, Simões, Freitas, e Murça; Octávio, Rodolfo, e Duda; Seninho, Gomes, e Oliveira. Treinador: José
Maria Pedroto.
Outros Campeões Nacionais: GR: Rui; Defesas: AdelinoTeixeira, Teixeirinha, e Taí; Médios: Celso Matos,Carlos Brandão; Avançados: Jairo, Ademir,
González, e Vital.
Não utilizados: Joaquim Torres, GR (Campeão em 78-79); Carlos Alberto Silva, GR; Paulo Dinis; João Pereira; Fernando Carvalho (Campeão em
78-79); Manuel dos Santos; e Toninho Metralha.

333
Manuel Pereira dos Santos, nasceu a 22 de Fevereiro de 1959 em Lourosa. Jogou no Futebol Clube
do Porto (1), Académico de Viseu (1), Sporting de Espinho (2), Sanjoanense (1), Sakgueiros (2), Feirense
(4) e Grijós (2). Realizou 50 jogos e marcou 8 golos na 1.ª Liga.

154

154 Santos está em baixo, sendo o 4.º atleta.

334
SEIXAS

155

Alberto Alves Seixas nasceu em Oleiros em 9 de fevereiro 1928 e faleceu em 8 de Abril de 1999.

Começou no Sport Clube Mocidade de Oleiros e foi transferido para o Futebol Clube do Porto pelo
qual foi Campeão Nacional e internacional Júnior. Seixas esteve ligado à conquista do monumental troféu
que está no museu do F.C. do Porto No dia 6 de Maio de 1948 escreveu-se uma das mais brilhantes
páginas da história do Futebol Clube do Porto156.

155 União de Lamas 1949-50, Vice-Campeão de AveiroDe pé, da esquerda para a direita - Mário, Iteira, Fernando Couta, Tito, Brasileiro e
Fausto No 1.° plano, pela mesma ordem - Artur, Trovisco, Seixas, Ramiro “Minhoca” e Litra.
156 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2010/02/taca-arsenal.html

335
157

Os Dragões receberam a visita do Arsenal F.C. de Londres que se deslocou a Portugal para realizar
duas partidas de carácter particular. O primeiro jogo foi no estádio Nacional no dia 3 de Maio contra o S.L.
Benfica em que os ingleses venceram por 4-0. Não faltou quem dissesse após o jogo que se em Lisboa os
ingleses tinha ganho por 4-0, no Porto iriam vencer por muitos mais. Mas a história iria ser bem diferente.

Nesse dia 6 de Maio, a cidade do Porto vestiu-se de gala para receber aquela que era considerada
por muitos como a melhor equipa do mundo na altura. No estádio do Lima, o F.C. Porto agigantou-se e
aos 20 minutos de jogo vencia por 3-0 com golos apontados por Araújo e dois de Correia Dias. O Arsenal
F.C. ainda reduzio a desvantagem para 3-2, no entanto não foram capazes de impedir a grande vitória do
Futebol Clube do Porto.

157 http://www.porto24.pt/wp-content/uploads/2014/10/TA%C3%87A-ARSENAL_Museu-FC-Porto-by-BMG.jpg

336
Foi um resultado e um jogo que aqueles que tiveram o privilégio de assistir de certeza que nunca
esqueceram. De modo que um ano depois desse jogo, um grupo de sócios e adeptos portistas trataram de
angariar fundos para a construção de um troféu digno daquela vitória para depois o oferecer ao F.C. Porto.

O majestoso troféu foi concebido na Ourivesaria Aliança e desenhado pelos escultores Marinho Brito
e Albano França. O troféu consiste em duas peças, um relicário e uma taça totalmente de prata.

O relicário que pesa cerca de 120 quilos e mede 2,80 metros, é uma espécie de caixa assente em
quatro dragões de prata, com quatro portas de cristal. O relicário é rematado com um grupo escultório
constituído por uma figura de atleta, de joelho em terra, dominando um leão, que tem uma bola junto dele.
Na mão direita o atleta ergue um facho, enquanto que na mão esquerda segura a bandeira do F.C. Porto.
Por detrás dele, dominando toda a peça, a figura da vitória.

A taça de prata é constituída por três figuras esculturais de mulher, erguendo-se nas pontas dos pés,
segurando a taça, circundada por três dragões dominados por três atletas que procuram alcançá-la para
beberem dela o vinho da vitória.

Na sua construção gastaram-se 130 quilos de prata.

Para a concretização desse troféu, que era o maior em todo o mundo, os portistas gastaram cerca
de 200 contos, na antiga moeda, em 1949, o que foi uma fortuna.

Ficam os nomes dos 6 impulsionadores desse projecto: Eduardo Soares, José Moreira, Ivo Araújo,
Manuel Ferreira, Elói da Silva e Torcato Plácido.

Dirá alguém que nos ler, mas porque carga de água é para aqui chamada esta Taça? Nós explicamos:

Porque Alberto Seixas foi convocado para esse jogo, só não entrando em campo porque o fabuloso
Correia Dias fez nesse dia uma exibição fantástica ao ponto de ter marcado dois dos três golos da vitória
portista que foi por 3-2.

Como Sénior representou em Portugal o Celoricense e O União de Lamas. Em Venezuela representou


o Clube Desportivo Português de Caracas pelo qual foi Campeão daquele país.

337
SEMEDO 158

José Orlando Vinha da Rocha Semedo nasceu em Ovar em 5 de Março de 1965 e começou a dar os
primeiros pontapés na bola a sério no Esmoriz (1) passando depois pelo Feirense (1)e chegando ao Porto
(16) aos 15 anos na época 1980/81, terminou no Salgueiros (2). Passou pelos juvenis, juniores (onde
os seus treinadores lhe foram aprimorando os seus talentos ao mesmo tempo que ia sendo imbuído do
estilo e do espírito do grande clube que o recebeu) tendo chegado à primeira equipa do clube na época
1983/84 pela mão do Mestre José Maria Pedroto.

Jogador de uma qualidade técnica acima da média, Semedo era, além disso, um jogador muito rápido

158 http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/2010/11/jose-semedo.html

338
movimentando-se de uma forma graciosa parecendo por vezes que pairava acima do terreno de jogo tendo
ganho por isso a alcunha de “Gazela de Ovar”. Mas Semedo era muito mais do que um jogador rápido e
habilidoso. Era um profissional de corpo inteiro, um jogador muito inteligente que podia jogar em qualquer
posição do campo pois tinha uma característica que qualquer treinador gostava: era tacticamente fabuloso.

Talvez por isso, Semedo foi sempre um jogador que teve de “lutar” muitas vezes contra a própria massa
associativa do Futebol Clube do Porto que o transformou no seu alvo preferido dos assobios. Mas a verdade é
que, depois de ganhar experiência, a partir da época 87/88 passa a ser opção regular para todos os técnicos
que chegavam ao Porto e que, pese as críticas, maior parte das vezes injustas, dos adeptos, não abdicaram
da sua presença fosse como defesa lateral, médio centro ou extremo e até como avançado.

Até à época de 1993/94, apesar de algumas lesões complicadas, Semedo foi sempre um
jogador fundamental no plantel azul e branco com um comportamento anti-vedeta sempre pautado
pela modéstia e profissionalismo. Em 1994 sofre uma lesão grave que faz com que jogue muito
pouco nas 2 épocas seguintes aparecendo envolvido num estranho caso de doping ainda hoje mal
explicado. Na época 1996/97, depois de 16 anos ao serviço do Porto, assina pelo vizinho Salgueiros
onde permanece durante 3 épocas arrumando as chuteiras no fim da época 1998/99.
Semedo fez parte de grandes equipas do Porto nas décadas de 80 e 90 que, definitivamente, transformaram
o clube naquilo que hoje existe: o clube mais ganhador de Portugal. Hoje faz parte do quadro de técnicos
da formação do clube, tendo sido treinador adjunto de:  Vítor Pereira  (90 Jogos),  Julen Lopetegui  (78
Jogos), Nuno Espírito Santo (47 Jogos), Paulo Fonseca (37 Jogos),José Peseiro (22 Jogos), Luís Castro (16
Jogos), Rui Barros (4 Jogos. Actualmete é treinador adjunto de Rui Gomes na equipa B, que disputa a Liga
de Honra.

Palmarés

Durante a sua carreira no Futebol Clube do Porto conquistou 8 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal,
7 Supertaças, 1 Taça dos Campeões, 1 Taça Intercontinental e 1 Supertaça Europeia (tendo alinhado no jogo
da 2ª mão, nas Antas). Vestiu por 21 vezes a camisola da Selecção Nacional tendo marcado 2 golos.

339
SERGINHO

159

Sérgio Cardoso, nasceu a 2 de Maio de 1950, no Brasil. Jogava a extremo-esquerdo. Representou


o Chaves (3), Feirense (5), Futebol Clube do Porto (1), Beira-Mar (1), Ermesinde (1), Vilanovense (1) e
Gondomar (1). Foi campeão nacional pelo Futebol Clube do Porto em 1977/78, sob o comando de José
Maria Pedroto.

159 Equipa do C.D. Feirense de 1976-77. Trata-se da equipa utilizada no jogo da penúltima jornada, Ac. Viseu – Feirense, 0-2, no Estádio do
Fontelo, em Viseu. Em cima, da esquerda para a direita: Pinto (gr), Cândido, Leão (cap.), Parra, Sobreiro, e Seminário. Em Baixo: Dario, Germano,
Serginho, Bites, e Henrique

340
160

SÉRGIO

Sérgio José Couto Gonçalves, nasceu a 16 de Setembro de 1968 na Vila das Aves. Jogava a defesa-central.

160 Sérginho é o terceiro em baixo,da esquerda para a direita.

341
Representou o Desportivo das Aves (9), F.C.Porto (2), Paços de Ferreira (1), União de Leiria (1),
Lourosa (4), Estarreja (1) e Avintes (1).

SÉRGIO OLIVEIRA

161

Sérgio Miguel Relvas de Oliveira, nasceu a 2 de Junho de 1992, em Paços de Brandão. Joga a médio
centro. Começou a jogar no Paços de Brandão (2), Futebol Clube do Porto (14), Padroense (1), Beira-Mar
(1), Malines (1), Penafiel (1), Paços de Ferreira (1) e Nantes (1).

Sérgio Oliveira é até ao momento o jogador do Porto mais novo a actuar num jogo pela equipa A
quando participou no jogo da Taça de Portugal na vitória sobre o Sertanense com a idade de 17 anos, 4
meses e 15 dias, contribuindo para a assistência do golo de Hulk.

62 vezes internacional por Portugal.

161 http://souportista.pt/wp-content/uploads/2016/03/sergio-oliveira.jpg

342
SÉRGIO ROLA

Sérgio Rola, nasceu a 30 de Setembro de 1989 em S. Paio de Oleiros.

Começou a jogar andebol no C.D.C. São Paio de Oleiros (4) seguiram-se S.Bernardo (7); F.C.Porto (2);
Madeira Sad (2) ; KV Sasja (Bélgica).

Internacionalizações: 13 (Selecção nacional de sub-18 e sub-20).

Palmarés: Vencedor do encontro nacional de infantis 2003 - C.D.C. São Paio de Oleiros; Participação
no European Cup na Suécia 2007- Selecção Nacional sub-18; Campeão nacional de juniores 2008-
S.Bernardo;Presença na Final four da Taça de Portugal 2010- S.Bernardo;Campeão Nacional de seniores
2012- F.C.Porto; Campeão Nacional de seniores 2013- F.C.Porto;

343
SILVINO

Silvino Pedro Loureiro Sousa Morais Vieira, nasceu a 26 de Novembro de 1965, em Vila nova de
Gaia. Jogava na posição de Guarda-Redes.

Jogou no Futebol Clube do Porto (8), Sporting de Espinho (6), Gil Vicente (1), Famalicão (1) Chaves
(1), Vitória de Setúbal (1), Belenenses (1), União de Lams (1), Arrifanense (1), Bragança (1) e Lourosa (1).
Efetuou 142 jogos na 1.ª Liga.

Treinador de Guarda Reedes: Futebol Clube do Porto ( 5 no Porot B e 2 nos Juinores A); Académica
de (2), Sporting de Braga (1 na equipoa principaa e 1 nos Juniores A); Associação de Futebol do Porto (1),
Moreirense (2) e Boavista (1).

344
SOARES DOS REIS 162

Manuel Soares dos Reis nasceu no dia 11 de Março de 1911 em Penafiel. Foi o primeiro guarda-
redes internacional do Futebol Clube do Porto. Embora nunca tenha jogado em Santa Maria da feira,
treinava várias vezes no velho Campo do Clube de Caçadores da Feira, umna vez que namoriscava uma
antiga funcionária dos cocorreiros, conhecida por Sãozinha Rata, que verdade das verdades e talvez fruto
dessa paixão assolapada, nunca voltou a casar.

162 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2010/05/soares-dos-reis.html

345
O Sr. Paulo Pereira conta ainda a história das apostas entre Soares dos Reis com o seu velho amigo,
jogador da Académica e do Feirense, Domingos Toscano, apostas essas que eram traduzidas na cobrança
e defesa de livres à entrada da área, rendendo um bom dinheiro, ora aum ora a outro.

Dono da baliza dos Dragões durante oito temporadas, desde 1933/34 a 1943/44.

Venceu por nove vezes o Campeonato do Porto e fez parte do plantel portista que venceu o primeiro
Campeonato da I Liga em 1934/35 e foi ainda Campeão de Portugal em 1936/37 e Campeão Nacional
em 1938/39.

Em 1986, quando já contava com 76 anos, contou: “A maior parte dos jogadores não aparecia aos
treinos. Uns porque trabalhavam, outros porque se alimentavam mal e não podiam esbanjar as energias
que guardavam para os jogos oficiais”.

“Para mim era terrível jogar fora de casa. O público estava junto de nós e tratava-nos do piorio.
Tínhamos de jogar em duas frentes, defendendo os remates dos avançados e os do público. E os destes

346
eram, muitas vezes, bem mais dolorosos”.

“O lugar de guarda-redes foi sempre ingrato. Depois dele, só há a baliza, o golo. Uma coisa posso
dizer: não havia «frangos» nem «chapéus». O guarda-redes saia mais da baliza do que sai hoje. Eu era
decidido: ou ia ou não ia”.

Depois de deixar o futebol ainda continuou ligar ao F.C. Porto.

Palmarés

1 Campeonato da 1ª Liga (Portugal); 1 Campeonato Nacional da 1ª Divisão (Portugal); 1 Campeonato


de Portugal; 9 Campeonatos do Porto.

347
348
SOUSA

163

O Feirense para a época de 1982/83, contratou um novo treinador: Joaquim Sousa.

Na época de 1982-83 o Feirense contratou Joaquim Sousa.

Este técnico de apenas 35 anos, natural de Paços de Brandão, foi guarda-redes do F.C. Porto, Macau,
Varzim, Guimarães, Boavista e Sanjoanense. Foi campeão de Futebol da Associação de Macau durante as
épocas de 1970/71/72. Nessas épocas pontificava na Seleção o Guarda Redes Joaquim Sousa (1), que foi
considerado, pelas suas atuações ao serviço da equipa militar e da seleção de Macau, o melhor guarda-
redes da Ásia. até à data nunca tinha passado por Macau um atleta/guarda-redes com a carreira e o perfil
técnico dele. Tinha sido campeão nacional de Juniores pelo FC Porto, onde jogou com Armando Oliveira.

163 Feirense 1981-82

349
De regresso a Portugal a Portugal foi cedido ao Varzim FC (campeão), Guimarães, Boavista (provas
da UEFA) e Sanjoanense.

Abandonou o futebol ainda jovem, ingressando na carreira de treinador: selecção de Macau,


Sanjoanense, Lamego antes de ingressar no Feirense.

Um tanto ou quanto prematura­mente, Sousa, abandonou as redes, pois nesta altura, com 34
anos de idade, muito poderia dar ainda ao futebol, para mais no seu posto. A mudança, porém, surgiu,
brusca, inesperada explicitando, «precisamente na altura em que me encontrava a defender a baliza da
Sanjoanense, por sinal naquela que seria a minha derradeira época, como jogador».Nessa altura, estava
a Sanjoa­nense a disputar o «Nacional» da III Divisão, e o treinador era Silva, que, sem eu saber bem
porquê, rescindiu com a Direcção do clube, a pouco mais de uma dezena de jornadas para terminar o
campeonato. Como estava habilitado com o curso de treinadores do Sinbol, foi-me feito o convite para

350
assumir o comando da equipa, o que aceitei. Foi um desafio que impus a mim próprio, talvez um pouco
cedo demais, mas que acabou por me dar grande alegria, materiali­zada com a subida ao escalão se­
cundário do nosso futebol, paraoque contribuiu (e de que maneira) a cola­boração, dedicação, e esforço,
de todos os atletas dessa época!

E depois «Recebi, logo a seguir, um convite do Paços de Brandão, nessa altura também a militar
na III Divisão Na­cional, efui seu responsável durante uma época, até que surgiu o Fei­rense na «corrida».
Clube com tradi­ções na panorama futebolístico na­cional, pois esteve já na divisão maior do nosso futebol,
não hesitei em tomar conta dos destinos da equipa sénior do clube, pois, pensei”.

Deixou o futebol profissional para seguir uma carreira como empresário industrial na área do
calçado. 

351
SOUSA CARDOSO

José Sousa Cardoso, nasceu no dia 10 de Janeiro de 1937, no lugar da Lavandeira, freguesia de S.
João de Ver – Santa Maria da Feira.. Exerceu a actividade de industrial de cortiça.

Como ciclista, representou sempre o F. C. Porto. Fê-lo durante 13 anos. Foi também treinador da
Juventude F. C. Porto.

Tinha 21 anos quando participou na 1.ª Volta a Portugal. Era o ano de 1957. Em 1958 alcançou o 2.º
lugar. Em 1959 o azar surgiu-lhe na Serra do Marão. Tendo-se “esbarrado ”, viu-se forçado a abandonara
a prova, ele que andava em 2.º lugar. Em 1960 sagrou-se o vencedor da Volta a Portugal. Em 1959 correu
na Vuelta (Espanha), tendo ganho uma etapa e três prémios de montanha. Correu com o famosíssimo

352
Bahamontes… participou em mais Vueltas. E no Tour (França), integrou-se numa equipa formada por
corredores de várias nacionalidades. Obteve o 10.º lugar na Volta à França do Futuro. Bélgica e Brasil
foram ainda países onde representou Portugal.

Foi seis vezes campeão nacional por equipas.

N aprimeira pessoa dizia “adoro ver ciclismo e atletismo. São os meus desportos favoritos”. Estas
as preferências de um grande campeão do ciclismo nacional que também foi o campeão nacional do
corta-mato.” Realçava ainda que“o nosso ciclismo era muito duro. Fazíamos duas etapas por dia: uma de
manha e outra de tarde. E por vezes ainda tínhamos uma prova de pista à noite. Isto era assim, a fim de
se poder angariar mais uns tostões. Mas, essencialmente, corríamos por amor à camisola. O atleta tinha
muito pouco descanso”

O amor ao ciclismo de acordo com Sousa Cardoso com o contributo de “Sousa Santos e Fernando
Moreira que estão na origem desse meu gosto pela bicicleta. Quero, porém, referir o seguinte: a primeira
prova que fiz, fi-la em “pasteleira”, na festa de Paços de Brandão em 1955. Tinha então 18 anos. A
partir desta festa comecei a entusiasmar-me mais pelo ciclismo. Seguidamente, realizou-se um despique
ciclista entre os lugares de Fonte Seca e Lavandeira, em S. João de Ver.

Organizou-se a prova em que podia participar toda a gente e de todas as idades, desde que viessem
de bicicleta. Fui o vencedor. E em premio, o meu pai ofereceu-me uma bicicleta de corrida nova. Então é
que correu o meu gosto pelo ciclismo… de salientar, também, que o prémio dessa volta foi 300$00. Nada
mau, para esses tempos…”

353
O atleta, referia Sousa Cardoso, “tem de ter muito repouso e levar uma vida com uma boa alimentação.
Hoje há mais vitaminas do que no meu tempo. É muito grande o esforço de um atleta. Eu cheguei a ter
provas em que, em cada etapa, chegava a perder 3 kilos. Só tínhamos a 2.ª feira para nos distrairmos.
Na 3.ª feira iniciávamos a rotação ao músculo. Na 5.ª já se puxava a sério… um ciclista tem de ter um
espírito de sacrifício muito grande, e amar de verdade a modalidade. Esta, em nada prejudica a saúde.
Nos nossos dias as motorizadas têm contribuído para tirar a vontade de andar de bicicleta. E quantos não

354
correm mais depressa para a morte do que se andassem de bicicleta…”

Sousa Cardoso, recordou-se ainda e a propósito de Fátima do seguinte: “Participando no prémio


Robialac, recordo-me que ao passar em Fátima, pedi a ajuda a Nossa Senhora, prometendo-lhe 100$00
se ganhasse essa competição. E a verdade é que ganhei. Posteriormente, eu e alguns amigos, o Onofre
Tavares, o Sousa Santos, o Emídio Pinto, o Carlos Carvalho, etc., continuámos a deslocar-nos a Fátima, no
dia 13 de Maio, em bicicleta”.

TIAGO ROCHA

Nasceu em S. P. Oleiros no dia 17 de Outubro de 1985. Frequentou a Escola Primária da sua terra
natal, naquele tempo o Centro Desportivo e Cultural de S. P. Oleiros ia à escola buscar os alunos para nas
aulas de Educação Física lhes incutir o gosto pela prática do Andebol, modalidade rainha em Oleiros. Entre
essa rapaziada estava o Tiago que gostou e se apaixonou pela modalidade sendo integrado na equipa mais

355
jovem de formação do C.D.C. Uma vez terminada a Escola pelo meio de um seu Professor de Educação
Física o prof Magalhães foi levado para as camadas jovens do Futebol Clube do Porto onde permaneceu
durante duas épocas ao final das quais regressou novamente à casa que o viu nascer para o Andebol o
CD..C de SP Oleiros onde completou a sua formação de atleta Agora ia formado jovem atleta e com 16
anos de idade regress novamente ao Futebol Clube do Porto para aí sim, definitivamente desenvolver
a sua extraordinária carreira desportiva como profissional da modalidade desportiva Andebol. No seu
extraordinário palmarés de Campeão, constam para além das Três Taças da Liga Portuguesa de Andebol,
Duas Taças de Portugal . Uma Supertaça e Seis vezes Campeão Nacional de Portugal, somando também
mais de Setenta Internacionalizações pela Seleção AA e a participação em mais de Cento Noventa Jogos
Internacionais nas categorias Sénior e Júnior. Em 2015 foi também considerado o MVP (Mais Valioso
Pivot) da Liga dos Campeões Europeus. Atualmente o Tiago Rocha desenvolve a sua atividade desportiva
profissional na Polónia ao serviço do Wisla Plock. Tiago Rocha representou o FC Porto entre 2002 e 2014,
tendo por isso estado presente em seis títulos do hepta, entre muitas outras conquistas.

356
TONEL

António Leonel Vilar Nogueira de Sousa, nasceu a 13 de Abril de 1980, em Lourosa. Jogava a defesa central.

Representou o Futebol Clube do Porto (7), Sporting de Espinho (3), Académica (6), Marítimo (1),
Sporting (6), Dínamo Zagreb (), Beira-Mar, (1), Feirense (2) e Belenenses (1).

Atualmente é o treinador do Lourosa.

357
TONITA LOUREIRO OU CRUZ

Jogou no Feirense e no Futebol Clube do Porto na época de 1943-44, estreando-se no dia 10-10-
1943 numa vitória frente ao Leça por 2-0 em jogo realizado na Constituiçao. Era treinador o húngaro Lipo
Herczka164.

Aos estragos de dolorosa doença que não perdoa e após alguns meses de cruciante sofrimento finou-
se no passado dia 13 do corrente (Março de 1946) , na casa de seus pais, nesta Vila, o jovem desportista
António Joaquim da Cruz, o simpático Tonita, como era conhecido na horbe desportiva, valoroso elemento
que por algumas épocas enriqueceu a formação do Clube Desportivo Feirense, e por último alinhava a
meio centro “reserva” do Futebol Clube do Porto. Ainda foi campeão regional da época 1943/44

164 Almanaque do Futebol Clube do Porto. 1893-2011

358
165

166

165 Feirense, anos 40. Em cima da esquerda para a direita Ernesto ALmeida, Manuel Gaio, Joaquim Manageira, Tonita, Balbino II e Zinho,
Sebastião (Director).
Em baixo e pela mesmam ordem; Carlos Teixeira, Beta, Jaime da Beatriz, Pinto de Lima e Manuel Marques.
166 Campeão Regional 1.ª Categoria 1943-44

359
YUSTRICH

O jejum de 19 anos entre 1959 e 1978 não foi o único na história do F.C. Porto. Quando em 1956
os adeptos do FC Porto festejaram efusivamente a conquista do título tinham boas razões para o fazer: é
que há 15 anos que para os lados das Antas não sobrava nada. No início dessa época chegou ao Porto o
homem que em apenas uma época haveria de transformar o clube: Dorival Knippel Yustrich veio de Minas
Gerais?no Brasil, e definiu logo as regras. Futebol só com disciplina rígida. Cesário Bonito era o presidente

360
e também concordou. Yustrich chega, escolhe os jogadores que quer, impõe métodos inovadores mas
também violentos nos treinos, exige um lar para os jogadores e obriga-os a estágios antes dos jogos. 0
Lar dos Jogadores criado nessa altura servia para que os jogadores solteiros andassem de rédea curta e
os casados a jeles se juntassem dois dias antes de cada jogo. E todos só saíam um dia depois do jogo.

Nessa época os jogadores já sabiam: despediam-se da família à quinta-feira, jogavam ao domingo


e só regressavam na segunda-feira.

Não foi fácil essa época: as relações de Yustrich com os jogado­res era absolutamente militar, os
adeptos chegaram mesmo a contestar tamanha exigência nos treinos, Hernâni um dos mais importantes
jogadores travou-se até de razões com o técnico e a coisa não foi mais longe porque os colegas não
deixaram. Mas a verdade é que no fim do campeonato o título conquis­tado tudo fez esquecer.

0 FC Porto terminou a prova empatado em pontos com o Sporting, mas no confronto directo levava
vantagem nos golos. A seguir confirmou o seu poderio com uma vitória na Taça de Portugal, na final, com
o Torreense, obtendo uma dobradinha inédita até então na história do clube167.

0 “Homem do chicote” ou o “Homão” foi embora na época seguinte e ainda voltou três anos
depois, mas como se cos­tuma dizer “não voltes ao lugar onde já foste feliz” As coisas não correram bem
a Yustrich no seu regresso ao Porto, mas isso não o tirou da fotografia dos mais notáveis treinadores
que passaram pelo FC Porto.

Dorival Knipel nasceu no dia 28 de Setembro de 1917 em Corumbá no Brasil.

Ficou com o apelido Yustrich por ser muito parecido fisicamente com Elias Yustrich, guarda-redes dos
argentinos do C.A. Boca Juniors.

Dorival Knipel começou a jogar futebol aos 18 anos como guardião no C.R. Flamengo clube onde
permaneceu até 1944. Em seguida mudou-se para o Vasco da Gama e depois passou ainda pelo América.

Depois de deixar a carreira de jogador, Yustrich passou a treinador. Ficou conhecido por ser um
técnico duro e disciplinador e não permitia que os seus jogadores fumassem, deixassem crescer a barba e
167 MAGALHÃES, Júlio. Memorial F.C.Porto 100 Glórias

361
usassem o cabelo comprido. Ao mesmo tempo que não suportava falta de empenho nos treinos e atrasos
dos jogadores. Por tudo isso havia quem o chamava de Homão, também devido à sua postura física e aos
seus 1,90m de altura.

Em 1953 foi demitido do Atlético Mineiro por o ambiente entre o técnico e os jogadores já ser
insuportável.

Na temporada de 1955/56 chegou ao Futebol Clube do Porto e sagrou-se Campeão Nacional e


terminou com um jejum de 16 anos sem o F.C. Porto vencer o campeonato. Nessa temporada venceu
também a Taça de Portugal (a primeira do F.C. Porto), no que foi a primeira dobradinha da história do
clube. Foi nessa temporada que Yustrich impôs a obrigatoriedade de o emblema do clube estar sempre
presente nas camisolas do seus jogadores.

Não foi feliz Yustrich no regresso ao Porto. Com o Campeonato de 1957/58 ao rubro, envolveu-se em
cena de pancadaria com Hernâni, a caminho dos balneários, após partida com o Oriental. Jogador e
treinador foram suspensos de funções mas, pouco depois, na tentativa de não prejudicar o clube,
indultados. Yustrich não se emendou e oito dias após a despenalização da sua Direcção ensarilhou-se em
desaguisado com um chefe de polícia, em Coimbra, sendo preso. Entre grades esteve três horas. Só não
esteve mais porque Cândido de Oliveira, usando do seu prestígio, conseguiu que o libertassem... O F. C.
Porto acabou por perder o Campeonato de 1957/58 para o Sporting. A perda do título serviu de pretexto
para novo despedimento de Yustrich, que, entre Agosto de 1957 e Março de 1958, recebeu 717 contos.
Nem sequer o deixaram orientar a equipa na final da Taça de Portugal. A missão coube ao novo técnico,
que, assim, poucos dias depois de se tornar treinador do F. C. Porto ganhou a Taça de Portugal de 1958,
batendo o Benfica de Otto Glória. A Portugal nunca mais voltaria Yustrich. Apesar de ter estado, já nos anos
70, com um pé no Sporting...

362
Em 1958, no final de um jogo em que os portistas venceram o Clube Oriental por 5-0, o treinador
ordenou que os seus jogadores agradecessem o apoio do público. Hernâni foi o único a não acatar as
ordens do treinador por “não estar para alinhar em palhaçadas”, e os dois chegaram mesmo a confrontos
físicos à entrada para os balneários (ainda por trás da baliza da superior sul do Estádio das Antas). No final
dessa época Yustrich foi dispensado.

363
Singela mas significativa Festa de Homenagem em Paços de Brandão ao categorizado
treinador do F. C. Clube do Porto — Yustrich

168

A gravura mostra-nos a mesa de honra com o homenageado, tendo a ladeá-lo à direita os srs. P.e
Marcelino, João Cunha, Guilherme de Carvalho, do Diário de Lisboa e à esquerda o Rev. José G. da Rocha,
que vemos no uso da palavra, o dr. Artur Romariz e o representante do Norte Desportivo.

Acompanhavam desde o Porto o treinador do clube azul e branco, os Snrs. João Cunha, amigo de
Yustrich, Guilherme de Carvalho, delegado no Porto do nosso colega Diário de Lisboa, Daniel Magalhães e
ainda um represen­tante do nosso colega o Norte Desportivo, dado que o seu digno Director, bem contra a
sua vontade, por deveres de ofício não pôde comparecer.

168 A gravura mostra-nos a mesa de honra com o homenageado, tendo a ladeá-lo à direita os srs. P.e Marcelino, João Cunha, Guilherme de
Carvalho, do Diário de Lisboa e à esquerda o Rev. José G. da Rocha, que vemos no uso da palavra, o dr. Artur Romariz e o representante do
Norte Desportivo.

364
“Atiraram-me uma casca de banana e caí. Se ma tornassem a atirar cairia de novo, cairia
cem vezes, porque a minha única preocupação é servir o F. C. do Porto, sem pensar em mim.
E tenho a consciência firme do dever cumprido" 169 - Uma afirmação do técnico «azul-branco»

Não foi apenas no Porto que o técnico «azul-branco» tinha por si admiração popular. Frequentemente
se verifica que a simpatia por Yustrich se esten­de a muitas outras localidades.

170

Na noite de terça-feira, efectuou-se nova manifestação de apreço pelo trei­nador do F. C. do Porto,


desta vez em Paços de Brandão, uma terra que se orgulha de ser nortenha e do F. C. do Porto. A comissão
organizadora, cons­tituída pelos srs. Lino Carvalho, Anésio de Sousa, António Alves da Silva, Joaquim
Oliveira Pinto, Joaquim Go­mes Leite e J. Dias Carvalho, representavam uma vontade generalizada, a
vontade da população.

O carro em que, do Porto, Yustrich seguiu para Paços de Brandão era aguardado, alguns quilómetros
antes da vila, por dezenas de automóveis que formaram extensa caravana. Apro­ximavam-se as oito horas,
a noite es­tendia o seu manto de sombra e do céu caía uma chuva miudinha, fria. Isto, todavia, não
obstava que la­deassem a estrada centenas de pessoas — homens, mulheres e crianças de to­das as

169 Norte Desportivo. 20 de Março de 1958


170 Assediados pelos admiradores, Yustrich e Padre Marcelino distribuem autógrafos

365
Idades e condições sociais — que aplaudiram Yustrich.

Num ambiente verdadeiramente de festa, o longo cortejo de automóveis atravessou Paços de


Brandão. O termo da jornada foi na Fábrica Dragão Dilumit, em cujo salão de festas se rea­lizaria o
banquete de homenagem. Os membros da comissão organizadora re­ceberam Yustrich efusivamente e o
técnico brasileiro agradecia, visivel­mente comovido, já, as manifestações de apreço detodos.

0 banquete de homenagem

O vasto salão de festas estava de­corado com sobriedade e bom gosto. As mesas, dispostas em U;
nas pare­des, a inicial do treinador do F. C. do Porto repetia-se de metro a metro, confeccionada com flores
de papel azuis e brancas; por detrás da mesa de hon­ra, lado a lado, inseparáveis, as ban­deiras do Brasil
e de Portugal, entre outras do P. C. do Porto.

Yustrich, ladeado pelos reverendo padres Marcelino da Conceição e José Gomes da Bocha, abade
local, presidiu ao banquete, que reuniu uma centena de convivas (a inscrição era limitada).

Após o repasto, vários oradores usa­ram da palavra, sendo unânimes na exaltação das qualidades
do técnico, da sua dedicação à causa que defen­deu a defende — sempre a do F. C. do Porto, nunca a sua
— « a integridade do seu carácter de homem e de portista.

Falou, «m primeiro lugar o Sr. Car­los Alberto Fernandes, que, confessando-se afastado do desporto
(foi em tempos vice-presidente da Associação Académica de Coimbra), mormente do futebol, «actividade
de doutrinas mal definidas, carecendo de uma noca ética», no seu entender, afirmou a certa altura:

Vim, apenas, aqui para compartilhar da saudação a um homem sério, que tem sido vítima de um
desporto onde falta a lealdade, o sentido de justiça, o amor à verdade.

E ainda:

O herói desta festa é um homem honesto, que deseja cumprir com escrúpulo a sua tarefa de
profissional.

Finalizando, disse:

366
Brasil e Portugal são dois países, amigos e irmãos. Sejam quais forem, as injustiças que sofram os
homens que lá e cá trabalham, não diminuirá a força dos laços de sangue que os unem.

Às palavras do sr. Carlos Alberto Fernandes, muito aplaudidas, seguiram-se as do rev. José Rocha,
orgu­lhoso da sua qualidade de associado do F. C. do Porto.

Paços de Brandão — começou por afirmar — vestiu as melhores galas para receber uma figura
do Desporto, um homem que se impõe pelas suas virtudes. O Desporto precisava de muitos homens
disciplinadores como este, para ter o destino que merece.

Mais adiante:

A gente de Paços de Brandão, toda a gente do Norte, não consentirá que , Yustrich seja sequer
beliscado Nessa altura, o nosso peito abrir-se-á par, o acolher. Finalizou, dizendo:

- Não parta, sr. Yustrich! Mas se for embora vá com a certeza de que ficará gravado nos nossos
corações.

Aplausos coroaram últimas pala­vras do rev. José Rocha. O nome de Yustrich era gritado por todas as
bo­cas.

Usou da palavra, seguidamente, em nome da Comissão Organizadora, o Sr. Ramiro Relvas. Com
energia e fluên­cia, referiu-se a Yustrich e à sua obra, dizendo:

—Jamais alguém dentro do nosso glorioso clube soube viver tão inten­samente as suas horas de
alegria e de tristeza. Não posso, pois, compreender que haja dentro da própria colectivi­dade alguém que
pretenda destruir a nossa melhor máquina de guerra! A terminar, afirmou:

Nós, os associados do F. C. do Porto, sabemos bem quem é Yustrich. Homenageando-o, fazemos


Justiça a um homem prestando honra a um mérito.

Empunhando a sua taça, convidou os presentes a um brinde ao F. C. do Porto e a Yustrich, repetindo-


se as manifestações de simpatia e entusias­mo e os vivas ao treinador brasileiro.

367
0 discurso do padre Marcelino

O padre Marcelino da Conceição usou depois, da palavra, no seu jeito peculiar, a voz forte e clara, o
gesto largo tornando mais vivo o que vai dizendo. Do seu extenso mas sempre curioso discurso, extraímos
os seguin­tes passos:

Começou por dizer:

Em todos os tempos os amigos foram louvados como merecem pelos poetas, dizendo Virgílio, o cisne
de Mântua, que é belo o convívio da amizade.

E é, por isso, que se criou entre nós o reunirem-se os amigos à volta da mesa para a igualdade de
refeição tra­zida dalgum modo a comunhão de sentimentos e de ideais.

E prosseguiu;

Neste convívio homenageámos um homem, nado no Portugal de Além-mar, de ascendência alemã


pelo pai e de sangue português pela mãe. Não é um estrangeiro, é um português, o sr. Yustrich. Não há
o Tratado de Amizade Luso-Brasileira? De Amizade, de Amizade, aquela Amizade que une o Pai ao Filho,
aquela Amizade que o sangue, a língua, a religião, as tradi­ções e os costumes geram. Na O.N.U. quem
defendeu Portugal há pouco ainda como o delegado do Brasil?

Era o filho Já emancipado quu sen­tia os ataques dirigidos ao Pai! O Bra­sil é grande, tudo lá cabe e
tudo se torna brasileiro que não é senão tor­nar-se português, porque no Brasil fa­lam português uns 80
milhões de al­mas! O Brasil é o Padrão da glória Portuguesa! É o Canto XX dos Lusía­das!

Mais adiante:

Pois é hoje aqui homenageado um Brasileiro Português! Quem é este ho­mem? Todos os pioneiros de
métodos novos têm de ser combatidos! Ele trouxe para Portugal algo de novidade para o futebol e, por isso,
teve de so­frer. Já notaram que os inventores ficam pobres e só ficam ricos os que depois industrializam as
invenções?

Quem ler os Discursos de Fontes Pe­reira de Melo verá quanto não sofreu dos opositores! Quando ele

368
queria introduzir o progresso no País, um de­putado alcunhou o projecto do caminho-de-ferro Porto-Lisboa
de sandice, pelo facto de haver ligação, por mar, entre as duas cidadesI (Risos). Mais adiante, afirmou:

Até analfabeto hão chamado ao sr. Yustrich! Analfabeto, ele que fez o curso completo do liceu, que
fez a admissão à Universidade do Brasil, que se formou em Filosofia e que tirou o Curso de Educação
Física, isto é, ele que fez o Curso Primário, ele que estudou sete anos do liceu e cinco na Universidade, ele
é alcunhado de anal­fabeto!

Ó exigências da perspicácia sapientíssima de críticos tão apuradas que são capazes de dizer que o
ouro é latão!

Mas a glória do Sr. Yustrich está nesta campanha: Pô-lo fora do futebol nortenho, porque ele foi o
homem que o fez subir. Se amanhã, ele fosse trei­nador em Lisboa seria um génio!

Chega a ser ridículo não o deixar entrar nos vestiários; chega a ser ver­gonhoso impedi-lo de viver o
Jogo! Prosseguindo:

— Um técnico, se o é, tem de por em Jogo todos os dados para valorizar o seu grupo, é da ciência.
Ora, só um néscio é que Ignora que o homem forte é-o forte de alma e de corpo, e que dar à alma força
moral é alentar o atleta. Para isso, Yustrich erigindo o oratório foi também psicólogo.

O Papa não quer o desporto para rezar mas queque o desporto não ponha de lado a reza. Tudo tem
cabi­mento e valor.

“As homenagens que Yustrich tem recebido sio das gentes que não creem nas poeiras que a ven­tania
das paixões levanta, de tudo se servindo desde o absurdo à patranha. Tudo se sintetiza neste escárnio
que fará rir os professores universitários brasileiros : uma pes­soa formada na Universidade do Brasil ser
alcunhada de analfabeta, neste país onde se faz guerra ao analfabetismo. E que em Portugal se ignora
que o Brasil tem centos de ginásios ou colégios só no Dis­trito Federal, tem universidades da Federação,
estaduais e livres, como no Rio, em São Paulo e outras cida­des. E é ver os seus poetas, os seus oradores,
os seus romancistas, os seus homens de letras e de ciência. Os Estados Unidos aprendem arqui­tectura
no Brasil!

369
“E o desporto ? Não é alto ? Ha­verá alguém que ouse negar honestidade. dotes de trabalho e saber
ao sr. Yustrlch ? Ao analfabeto diplomado?”

E mais adiante :

«Em Belo Horizonte, no Rio, em São Paulo, no adorado Brasil, cuja flora nos dá flores berrantes que
criam estados de alma nos poetas e daí a poesia brasileira ser viva e sonante, lá. O sr. Yustrlch, pode crer
que tem aqui amigos, cuia amizade as ondas do Atlântico não afogam! Se Gago Coutinho, o mes­tre da
aviação científica, e que féz ressurgir a glória da epopeia marí­tima, transmutando-a para a do ar. Se ele
quer viver no Brasil, é por­que o povo de lá o estima e é porque ele sente um ambiente pro­pício.

“Yustrich é o que é e é homem bom e de valor Quando sai com o grupo, ele já tem dormido na
despensa do hotel, para os jogadores terem quarto! E é mau! Ele vale tanto, que muitos só descansarão
para os seus clube gozarem de sossego, quando ele estiver no Bra­sil! Mas se ele voltar um dia então,
o povo não acreditará neles! Yustrich quer campeonatos e nós também, mas que não sejam um bilhete
de lotaria falsificado (risos).

«Esmoler, ele sustenta um casal septuagenário do Porto...»

A terminar o seu entusiástico discurso, o padre Marcelino, disse ;

Não, tudo que se faca para diminuir este homem, só resulta em seu prestígio!

370
0 agradecimento de Yustrich

171

A vibrante salva de palmas que te seguiu às últimas palavras do padre Marcelino, prolongara-me
até que, Yustrich, comovidíssimo, as levantou e pronunciou o seu Agra­decimento.

Yustrich começou por dizer :

«Meus amigos, a manifestação que acabo de receber ficará como um motivo inesquecível na minha
vida de desportista e de homem de trabalho. Estou verdadeiramente sen­sibilizado e não sou merecedor
de tamanhas homenagens! (Não apoiado).

«Sim repito, não mereço isto. Tudo o que tenho feito não é mais que a minha inteira obrigação de
técnico desportivo.

171 Yustrich presidindo ao banquete com que, anteontem, foi homenageado em Paços de Brandão. À esquerda do técnico brasileiro vê-se o
padre Marcelino da Conceição 371
Num breve relato. Yustrich quia seguidamente, historiar a sua vida no clube “azul-brancos, começando
por afirmar que o seu caso no F C do Porto foi uma espécie de amor à primeira vista. Cheguei, vi o F. C.
do Porto e passei a amá-lo. Por Isso, às vezes, deixo de pensar com a ca­beça, para agir com o coração. O
Porto enraizou-se-me no sangue. Li­guei-me a ele de forma violenta”.

Sempre escutado com interesse, prosseguiu:

«Mais do que um presente, desejei criar um futuro no F. C. do Porto Fui traído, da primeira vez
por circunstâncias que ainda hoje compreendo. Senti a impotência do capi­tão do navio que tem de
lutar com o inimigo e com os ratos do porão e fui vítima da minha consciência de querer ouvir o clube
esquecendo o resto.

«Hoje, não podemos, infelizmente, festejar o que era o meu maior desejo: a vitória no campeonato.
Mas que podemos nós fazer contra aque­les que não viam no clube, mas em mim, erroneamente, o
expoente glorificado da situação?

«Atiraram-me a casca de banana e caí. Se ma tornassem a atirar, cairia de novo. Cairia cem vezes,
porque a minha única preocupação é servir o F C do Porto sem pensar em mim. E tenho a consciência firme
do dever cumprido. Se não formos campeões — e só Deus sabe se não seremos — fica-me a consolação
de ter servido com toda a grandeza e ardor do espírito. Fica-me a certeza de ter trabalhado num clube
com uma massa associativa que sabe aca­rinhar. Nunca esquecerei essa multi­dão que é a base, o
sustentáculo da força pujante do F. C. do Porto. Fica-me ainda a certeza de que não é impunemente que
se calunia um homem.

«Se for embora — devo ir - fica-me também, a consoladora certeza de uma lembrança no coração de
muitos amigos. Obrigado a todos.

Ao terminar, Yustrich foi viva­mente aplaudido.

O técnico brasileiro não arredou pá. Conversou com todos, respondeu às mais diversas perguntas
e assi­nou autógrafos.

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Regressou ao Brasil e ao Vasco da Gama em 1959.

Em 1964 treinou o Siderúrgica de Sabará e venceu o campeonato estadual. Passou depois pelo Vila
Nova e mais tarde voltou ao Atlético Mineiro onde foi por várias vezes Campeão Mineiro.

Em Dezembro de 1968, o Atlético Mineiro foi convidado a representar a Selecção do Brasil num jogo
contra a Jugoslávia. O Atlético, que vestiu a camisola canarinha nesse jogo, venceu por 3-2 e Yustrich foi
dessa forma treinador da Selecção brasileira por um único jogo.

No ano seguinte e ainda no comando técnico do Atlético Mineiro, venceu a Selecção do Brasil num
jogo particular por 2-1. No final do jogo, mandou os seus jogadores darem a volta olímpica no relvado, o
que levou os adeptos do Mineirão à loucura. No entanto mais tarde voltou a ter problemas com mais um
jogador, neste caso foi com o uruguaio Cincunegui. As discussões entre o jogador e o treinador passaram a
ver cada vez mais frequentes e mais ásperas, até que o jogador uruguaio apontou uma pistola a Yustrich.

Em 1970 Yustrich mudou-se para o C.R. Flamengo, e logo no jogo de estreia do Torneio de Verão
goleou a equipa argentina do C.A. Independiente por 6-1. Mas os resultados dos jogos seguintes não
foram os melhores e em 1971 foi demitido.

Depois ainda treinou o S.C. Corinthians e o Coritiba F.C. Em 1977 mudou-se para o Cruzeiro e foi
Campeão, mas deixou no balneário a sua lei ao proibir o jogo de bilhar snooker nos estágios. Ainda
quando estava ao serviço do Cruzeiro foi alvo de mais um episódio caricato e que acabou por lhe valer o
afastamento de clube. No final de um jogo, um jogador do Cruzeiro deu a sua camisola a uma criança que
tinha invadido o relvado e Yustrich mandou o roupeiro ir buscar a camisola do jogador. O presidente do
clube não permitiu e depois de alguma confusão Yustrich foi demitido ali mesmo no relvado.

O Cruzeiro acabou por ser o ultimo clube que Dorival Yustrich treinou. Depois retirou-se por completo
do mundo do futebol.

No dia 13 de Outubro de 1987 esteve no relvado do estádio das Antas antes de um jogo do F.C.
Porto contra o Portimonense S.C. e foi homenageado com uma estrondosa salva de palmas. Nesse dia
disse uma frase que ficou célebre: “O F.C. Porto vingou e eu fui a semente”. Mais tarde ao jantar em sua

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homenagem disse que “senti que regressava ao meu querido Porto”.

Dorival Knipel acabou por falecer no dia 15 de Fevereiro de 1990, mas ainda nos dias de hoje é
recordado por muitos adeptos do Futebol Clube do Porto como um dos seus melhores e mais importantes
treinadores.

VALDEMAR

Valdemar de Barros Pacheco nasceu no dia 26 de Outubro de 1943 em Lordelo, Paredes.

Iniciou-se no mundo do futebol no clube da sua terra, o Aliados Futebol Clube de Lordelo (3), mas

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ainda júnior chegou ao Futebol Clube do Porto (13). Na condição de júnior fez parte do plantel que disputou
o Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1961. Nesse mesmo ano, Valdemar subiu à categoria de
sénior dos portistas.

Foi emprestado ao C.F. União de Lamas (2) e em 1964 voltou às Antas, só que teve de cumprir o
serviço militar obrigatório e assim foi na época de 1965/66 que voltou ao F.C. Porto e começou a ser um
jogador importante na defesa dos Dragões.

O ponto alto da sua carreira foi a Final da Taça de Portugal de 1968 em que o F.C. Porto venceu o V.
Setúbal por 2-1 com Valdemar a apontar o primeiro golo do jogo.

Conquistou também a Taça Associação de Futebol do Porto em 1962/63 e 1965/66.

No final da temporada de 1973/74 deixou o F.C. Porto e na temporada seguinte ingressou no S.C.
Espinho(1), Salgueiros (1), Paços de Ferreira, 1).

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ZÉ BETO 172

José Alberto Teixeira Ferreirinha, mais conhecido por Zé Beto, nasceu no dia 21 de Fevereiro de 1960
em Matosinhos173.

Começou por jogar futebol nas camadas jovens do A.D.R. Pasteleira onde deu nas vistas e
propulsionou uma disputa pelos seus serviços entre o Leixões S.C. e o Futebol Clube do Porto, com os
portistas a levarem a melhor e a conseguirem levar o jovem guarda-redes para as Antas no início da
temporada de 1978/79.

172 MAGALHÃES, Júlio. Memorial F.C.Porto 100 Glórias


173 http://estrelas-do-fcp.blogspot.pt/2009/08/ze-beto.html

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No entanto Zé Beto tinha a forte concorrência de Fonseca e de Tibi no F.C. Porto e acabou por ser
emprestado ao S.C. Beira-Mar.

Na época de 1979/80 regressou definitivamente aos Dragões mas teve de esperar até 1983 para
se estrear como titular da baliza portista. Então desde essa altura a sua importância no onze titular não
parou de crescer e foi fundamental no sucesso do F.C. Porto.

Na temporada de 1983/84 venceu pela primeira vez a Taça de Portugal e esteve presente em Basileia
na Final da Taça dos Vencedores das Taças, competição que os portistas foram finalistas juntamente com
a Juventus F.C. de Itália. O resultado final foi 2-1 a favor dos italianos. No final do jogo, Zé Beto envolveu-se
numa discussão com um dos árbitros assistentes e foi acusado de o ter agredido, o que valeu ao guarda-
redes portista uma suspensão de 1 ano por parte da UEFA.

Em 1984/85 Zé Beto sagrou-se Campeão Nacional pela primeira vez nessa mesma temporada,
titulo que voltou a conquistar na temporada seguinte.

Em 1986/87 e depois de uma longa paragem devido a lesão, começou por ser titular mas a meio
do ano perdeu esse estatuto para Mlynarczyk. Ainda deu o seu contributo para o Futebol Clube do Porto
se sagrar Campeão Europeu em Viena, ao ser o dono da baliza em cinco jogos das oito eliminatórias da
caminhada até à Final.

Zé Beto voltou a sagrar-se Campeão Nacional em 1987/88 e a vencer a Taça de Portugal nessa
mesma temporada. Ao que juntou a vitória na Supertaça Europeia e a conquista da Taça Intercontinental.

A temporada de 1989/90 acabou por ser a última da sua carreira já que faleceu num acidente de
viação na A1 em Fevereiro de 1990.

Morreu com 29 anos, ainda com muito para dar FC Porto e ao futebol português, em Santa Maria da
Feira, tal como havia acontecido com Rui Filipe. A irreverência que lhe atribuíam na vida, transportava-a
para dentro do campo. Entre os postes mostrava-se sempre arro­jado e destemido.

Palmarés: 1 Taça Intercontinental; 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus; 1 Supertaça Europeia;4

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Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal); 2 Taças de Portugal; 4 Supertaças Cândido de Oliveira e
2 Taças Associação de Futebol do Porto.

ZEFERINO

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Zeferino Miguel Moreira da Silva, nasceu a 20 de Abril de 1940 no Porto. Representou o Futebol
Clbe do Porto na formação e na sua equipa de reservas Um jogo ocorrido em 20 de Janeiro de 1958 na
sequência de a um acordo entre o presidente do Feirense, Marcolino de Catro, José Cunha e Yustrich
ditaria o empréstimo do guarda-redes Zeferino.

174 No 2º plano: Gonzalez, Dinis, Ramalho, Eduardo, António Vasco e Zeferino. No 1º plano: Chupa, João Baptista, Silva Pereira, Brandão e
Duarte.

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Só que o “empréstimo”duraria 10 anos, integrando a primeira “geração de ouro” do clube de Santa
Maria da Feira. Zeferino representou ainda o Tirsense (4) União de Coimbra (1) e o Lourosa (1).

Realizou 33 jogos na 1.ª Divisão.

Uma palavra especial, às Casas, Delegações e filiais do Futebol Clube do Porto

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