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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 05
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Agentes públicos..............................................................................................................................................................3
Normas constitucionais sobre agentes públicos ........................................................................................ 11
Cargo, emprego e função......................................................................................................................................... 11
Acesso a cargos, empregos e funções públicas .............................................................................................. 15
Concurso público........................................................................................................................................................ 19
Cargos em comissão e funções de confiança .................................................................................................. 38
Contratação temporária .......................................................................................................................................... 40
Direito de associação sindical dos servidores públicos ............................................................................. 43
Direito de greve dos servidores públicos......................................................................................................... 43
Sistema remuneratório dos agentes públicos................................................................................................ 46
Acumulação de cargos, empregos e funções públicas ................................................................................ 65
Mandatos eletivos...................................................................................................................................................... 75
Regime jurídico........................................................................................................................................................... 76
Estabilidade.................................................................................................................................................................. 81
Regime de previdência dos servidores públicos estatutários................................................................. 87
RESUMÃO DA AULA...................................................................................................................................................106
Jurisprudência da aula............................................................................................................................................109
Questões comentadas na aula.............................................................................................................................135
Gabarito...........................................................................................................................................................................145
AGENTES PÚBLICOS
▪ Agentes delegados
▪ Agentes credenciados
Agentes políticos
São os ocupantes dos primeiros escalões do Poder Público, aos
quais incumbe a elaboração de normas legais e de diretrizes de atuação
governamental, assim como as funções de direção, orientação e
supervisão geral da Administração Pública.
São agentes políticos:
✓ Chefes do Executivo (Presidente da República, governadores e
prefeitos).
✓ Auxiliares imediatos dos chefes do Executivo (ministros,
secretários estaduais e municipais).
✓ Membros do Poder Legislativo (senadores, deputados e
vereadores).
Agentes honoríficos
São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar,
transitoriamente, determinados serviços relevantes ao Estado, em
razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória
capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou
estatutário e, normalmente, sem remuneração.
Exemplos de agentes honoríficos são os jurados, os mesários
eleitorais, os membros dos Conselhos Tutelares dentre outros.
Agentes delegados
São particulares – aqui podem ser pessoas físicas ou jurídicas – que
recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou
serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas
segundo as normas do Estado e sob sua permanente fiscalização. A
remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos, e sim pelos
usuários do serviço.
Nessa categoria encontram-se os concessionários, permissionários de
obras e serviços públicos, os leiloeiros, os que exercem serviços notariais
e de registro, os tradutores e intérpretes públicos e demais pessoas e
empresas que colaboram com o Poder Público (descentralização por
colaboração).
Esses agentes, sempre que lesarem interesses alheios no exercício da
atividade delegada, sujeitam-se à responsabilidade civil objetiva (CF,
art. 37, §6º) e ao mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX). Ademais,
também se enquadram como “funcionários públicos” para fins penais.
Agentes credenciados
São os que recebem a incumbência da Administração para
representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica,
mediante remuneração do Poder Público credenciante. Como exemplo,
pode-se citar determinada pessoa de renome que tenha sido designada
para representar o Brasil em um evento internacional (ex: Pelé e Ronaldo
na organização da Copa do Mundo).
Agentes de fato
Afora as categorias anteriormente apresentadas, a doutrina costuma
dar destaque aos agentes de fato, isto é, aqueles que se investem da
função pública de forma emergencial ou irregular. A nomenclatura
“agentes de fato” é empregada justamente para distingui-los dos “agentes
de direito”3.
Os agentes de fato podem ser classificados em necessários e
putativos. Os necessários exercem a função em razão de situações
excepcionais, como, por exemplo, alguém que preste auxílio durante
calamidades públicas, atuando como se fosse um “bombeiro militar”. Já os
putativos são os que têm aparência de agente público, sem o ser de
direito. É o caso de um servidor que pratica inúmeros atos de
administração sem ter sido investido mediante prévia aprovação em
concurso público.
5. (Cespe – TRE/MS 2013) É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma
investidura normal e regular, execute uma função pública em nome do Estado.
Comentário: Em homenagem ao princípio da proteção à confiança, é
possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura normal e regular,
execute uma função pública em nome do Estado. A doutrina classifica essas
pessoas como agentes de fato, pois praticam atos administrativos sem serem
agentes de direito. Como exemplo, pode-se citar o agente investido de forma
irregular que recebe tributos pagos por contribuintes. Ora, os contribuintes
são terceiros de boa-fé e fizeram os pagamentos a alguém que tinha
efetivamente a aparência de servidor legitimamente investido. Sendo assim, as
quitações são consideradas válidas, devendo a Administração convalidar os
atos praticados pelo agente de fato.
Gabarito: Certo
5Ressalte-se, porém, que os empregados públicos não possuem estabilidade, direito reservado aos
servidores estatutários. Eles podem, inclusive, ser demitidos sem justa causa, desde que haja a devida
motivação e lhes seja garantido o contraditório e a ampla defesa.
CONCURSO PÚBLICO
13 Os conselhos de fiscalização profissional, posto que autarquias criadas por lei e ostentando
personalidade jurídica de direito público, exercendo atividade tipicamente pública, qual seja, a fiscalização
do exercício profissional, submetem-se às regras encartadas no art. 37, II, da CB/1988, quando da
contratação de servidores (RE 539.224, julgamento em 22-5-2012) No mesmo sentido: MS 26.424,
julgamento em 19-2-2013. Ou seja, os conselhos profissionais devem realizar concurso público.
14 ADI 3.522/RS
15Lei 8.112/1990, art. 11: O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em
duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas .
16 Decreto 6.944/2009, art. 13, §8º.
17 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 287).
18 Sumula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
24 Da mesma forma, o empregado público admitido ilegalmente sem concurso, desde que tenha recebido
salário, tem direito ao depósito do FGTS mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação
(RE 596.478/RR).
25 RE 598.099/MS
26 ARE 675.202/PB.
27 RMS 32.105/DF
28 RMS 33.426/RS (Informativo 481 do STJ)
29 RE 837.311
30 AI 820.065/GO
31 RMS 24.551/DF
32 MS 27.160/DF
33 RE 352.258/BA
34 RE 486.184/SP
35 RMS 23.432/DF
36 AI 735.389/DF
37 RE 606.728/DF
38 RMS 32.732/DF
39 MS 30.859/DF
40 RE 434.708/RS
41 MS 30.860/DF
11. (FGV – OAB 2010) Determinada Administração Pública realiza concurso para
preenchimento de cargos de detetive, categoria I Ao final do certame, procede à
nomeação e posse de 400 (quatrocentos) aprovados.
Os vinte primeiros classificados são desviados de suas funções e passam a exercer
as atividades de delegado. Com o transcurso de 4 (quatro) anos, estes vinte agentes
postulam a efetivação no cargo.
A partir do fragmento acima, assinale a alternativa correta.
(A) Os referidos agentes têm razão, pois apesar de investidos irregularmente, estão
exercendo as suas atividades há mais de 4 (quatro) anos, a consolidar a situação.
(B) É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento,
em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente foi investido.
(C) Não têm ainda o direito, pois dependem do transcurso do prazo de 15 (quinze)
anos para que possam ser ti dos como delegados, por usucapião.
(D) É inconstitucional esta modalidade de provimento do cargo, pois afronta o
princípio do concurso público, porém não podem ter alterado os ganhos
vencimentais, sedimentado pelos anos, pelo princípio da irredutibilidade.
Comentário: O gabarito é a opção “b”, que transcreve, literalmente, o teor
da Súmula 685 do STF, convertida na Súmula Vinculante 43. Com efeito, os
detetives não podem ser ascendidos à carreira de delegado, carreira para a
qual não foram aprovados em concurso público. Nem mesmo o exercício da
atividade de delegado durante certo período de tempo permite a ascensão
automática.
Gabarito: alternativa “b”
12. (FGV – OAB 2011) O art. 37, II, da Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988, condiciona a investidura em cargo ou emprego público à prévia
aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as
nomeações para os cargos em comissão.
Em relação a concurso público, segundo a atual jurisprudência dos tribunais
superiores, é correto afirmar que
(A) os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos e
classificados entre o número de vagas oferecidas no edital possuem expectativa de
direito à nomeação.
(B) os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos
devem comprovar a habilitação exigida no edital no momento de sua nomeação.
(C) o prazo de validade dos concursos públicos poderá ser de até dois anos
prorrogáveis uma única vez por qualquer prazo não superior a dois anos, iniciando-
pessoa deve ser aprovada em concurso público específico para esse cargo. A
ascensão mediante concurso interno de promoção é inconstitucional, pois não
permite a ampla concorrência. Em outras palavras, o concurso deve ser
público, e não interno. Dessa forma, pode-se afirmar que a lei ordinária
estadual em questão ofende a Constituição Federal. Ressalte-se que nem
mesmo a Constituição do Estado poderia trazer previsão diversa do que
dispõe a CF, uma vez que as disposições do art. 37 são aplicáveis à
Administração Pública da União, dos Estados, do DF e dos Municípios.
Gabarito: alternativa “c”
14. (FGV – OAB 2015) O Estado X publicou edital de concurso público de provas e
títulos para o cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma
primeira fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões
discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase
avançariam para a realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação dos
resultados da primeira fase, é publicado um edital complementar estabelecendo que
os 200 (duzentos) candidatos mais bem classificados avançariam à segunda fase e
prevendo uma nova forma de composição da pontuação global. Nesse caso,
A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade, advindo da
adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do número de candidatos na
segunda fase.
B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira fase não
gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais interessados realizem a
prova de segunda fase.
C) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não pode conter
cláusulas ambíguas.
D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos cargos
mediante concurso público de provas e títulos.
Comentários: Segundo a jurisprudência do STF, o edital é a “lei do
concurso” e, nessa condição, é de observância obrigatória para todas as
partes envolvidas. Dessa forma, a Suprema Corte orienta, que após a
publicação do edital, só se admite a alteração das regras do concurso se
houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira.
No caso, portanto, a alteração das regras, permitindo o aumento dos
candidatos que avançariam à segunda fase, pode ser considerada medida
contrária ao princípio da impessoalidade, pois pode ter sido adotada para
permitir a aprovação de determinados candidatos que não passariam se as
regras originais fossem mantidas.
Nessa linha, no âmbito do MS 27.160/DF, o STF assim se pronunciou: “a
Gabarito: Certo
16. (Cespe – TRT5 2013) É prescindível a previsão legal do exame psicotécnico
para fins de habilitação de candidato em concurso público.
Comentário: A questão está incorreta, pois o exame psicotécnico em
concurso público deve estar previsto em lei, nos termos da Súmula 686 do
STF, convertida na Súmula Vinculante 44-STF: “só por lei se pode sujeitar a
exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Ou seja, a
previsão em lei é imprescindível.
Gabarito: Errado
43Na esfera federal, ainda não existe uma lei geral aplicável a todas as carreiras. Existe apenas a Lei
11.415/2006, aplicável ao Ministério Público da União, a qual prescreve que no mínimo 50% dos cargos
em comissão devem ser destinados aos servidores das carreiras do MPU. No âmbito do Executivo Federal,
há o Decreto 5.497/2005, que estabelece percentuais para provimento dos cargos comissionados DAS 1 a
DAS 6.
44O Decreto 7.203/2010 regulamenta a proibição ao nepotismo no âmbito da Administração Pública
Federal. Vale a pena dar uma olhada nele!
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
Por este último item, o STF veda que a Administração, por má gestão
e falhas de planejamento, se utilize da contratação temporária de pessoal
para o exercício de atividades permanentes, normais, usuais, regulares do
19. (FGV – OAB 2016) O Município Beta verificou grave comprometimento dos
serviços de educação das escolas municipais, considerando o grande número de
professoras gozando licença maternidade e de profissionais em licença de saúde,
razão pela qual fez editar uma lei que autoriza a contratação de professores, por
tempo determinado, sem a realização de concurso, em situações devidamente
especificadas na norma local. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa
correta.
A) A Constituição da República não autoriza a contratação temporária sem a
realização de concurso público.
B) O Município Beta somente poderia se utilizar da contratação temporária para os
cargos permanentes de direção, chefia e assessoramento.
C) A contratação temporária, nos termos da lei, é possível, considerando que a
situação apresentada caracteriza necessidade temporária de excepcional interesse
público.
D) A contratação temporária de servidores, independentemente de previsão legal, é
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica;
22. (ESAF – DNIT 2013) São direitos dos trabalhadores da iniciativa privada
constitucionalmente estendidos aos servidores públicos, exceto:
a) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno.
b) repouso semanal remunerado.
c) décimo terceiro salário.
d) FGTS.
e) redução de riscos inerentes ao trabalho.
Comentários: Além dos direitos à sindicalização e à greve, o art. 39, §3º
da CF estende aos servidores ocupantes de cargo público, ou seja, aos
servidores estatutários, uma série de outros direitos assegurados aos
trabalhadores urbanos e rurais da iniciativa privada, previstos em
determinados incisos do art. 7º da Carta Magna. São eles:
IV - salário mínimo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - salário-família;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais;
23. (Cespe – Câmara dos Deputados 2012) O direito de greve dos servidores
públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar
federal.
Comentário: Nos termos do art. 37, VII da CF, “o direito de greve será
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”, o que nos
remete a uma lei ordinária, e não a uma lei complementar, daí o erro. Ressalte-
se que tal lei ainda não editada, razão pela qual o STF deixou assente que,
enquanto perdurar a omissão do legislador, as greves dos servidores públicos
serão disciplinadas pela legislação que regulamenta a matéria na iniciativa
privada.
Gabarito: Errado
24. (ESAF – MIN 2012) Não há exigência constitucional a que recebam por meio
de subsídio
a) os detentores de mandato eletivo.
b) os policiais ferroviários federais.
c) os membros dos Corpos de Bombeiros Militares.
d) os responsáveis pela atividade de magistério em entidades públicas de ensino
superior.
e) os defensores públicos.
Comentário: Das alternativas da questão, apenas os “responsáveis pela
atividade de magistério em entidades públicas de ensino superior” não são
obrigatoriamente remunerados por subsídio. Não obstante, ressalte-se que os
professores poderão receber por subsídio, desde que sejam organizados em
carreira (CF, art. 39, §8º).
Quanto às demais alternativas, vamos ver os dispositivos constitucionais
que exigem a remuneração por subsídio:
Art. 39 (...)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e
os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III
[advocacia-pública e defensoria pública] deste Capítulo serão remunerados na
forma do art. 39, § 4º.
Art. 144 (...)
§ 9º A remuneração dos servidores policiais [polícia federal, polícia rodoviária
federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de
bombeiros militares] integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
forma do § 4º do art. 39.
50 O do art da CF determina que Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de
que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei .
51 CF, art. 27, §2º: o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais observado o que dispõem os arts II III e I
CF, art. 32, §3º: aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art
27. (FGV – AFRE/RJ 2008) Não se computa para efeitos dos limites
remuneratórios dos servidores públicos a seguinte parcela:
a) gratificação.
b) adicional de insalubridade.
c) adicional por tempo de serviço.
d) adicional de periculosidade.
e) ajuda de custo.
Comentários: Para a contabilização do teto constitucional, devem ser
incluídas todas e quaisquer vantagens remuneratórias, inclusive as de caráter
pessoal. Entretanto, nos termos do art. 37, §11 da CF, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei não serão computadas para efeitos do teto.
Para os servidores da esfera federal, as “parcelas de caráter
indenizatório” estão previstas no art. 41 da Lei 8.112/1990. São elas: ajudas de
custo, diárias, auxílio-transporte e auxílio moradia.
Vê-se, portanto, que só a alternativa “e” corresponde a uma indenização
prevista na lei. Todas as demais opções constituem gratificações e adicionais
sujeitas ao teto.
Gabarito: alternativa “e”
28. (FGV – OAB 2016) João foi aprovado em concurso público para o cargo de
agente administrativo do Estado Alfa. Após regular investidura, recebeu sua primeira
remuneração. Contudo, os valores apontados na folha de pagamento causaram
estranheza, considerando que a rubrica de seu vencimento-base se mostrava
inferior ao salário mínimo vigente, montante que só era alcançado se considerados
os demais valores (adicionais e gratificações) que compunham a sua remuneração
total. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
A) A remuneração de João é constitucional, porque a garantia do salário mínimo não
é aplicável aos servidores públicos.
B) A remuneração de João é inconstitucional, porque o seu vencimento-base teria
que ser superior ao salário mínimo.
C) A remuneração de João é constitucional, porque a garantia do salário mínimo se
refere ao total da remuneração percebida.
D) A remuneração de João é inconstitucional, pois todo servidor público deve
receber por subsídio, fixado em parcela única.
Comentário: A Constituição assegura sim ao servidor público o direito ao
salário-mínimo (CF, art. 39, §3º c/c art. 7º, IV). Sobre o tema, a Súmula
Vinculante 16 do STF preceitua que “os artigos 7º, IV, e 39, §3º (redação da EC
19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo
servidor público”. Portanto, o direito de receber pelo menos um salário mínimo
refere-se à remuneração total (vencimento básico + vantagens pecuniárias
permanentes), e não ao vencimento básico. Assim, pela referida Súmula, a
remuneração de João é constitucional, porque a garantia do salário mínimo se
refere ao total da remuneração percebida.
Gabarito: alternativa “c”
Por oportuno, vale saber que o art. 40, parágrafo único, inciso I da
Lei 8.112/1990 apresenta uma outra hipótese de acumulação, pois
permite a participação de servidores públicos em “conselhos de
administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União
▪ cargos em comissão.
31. (Cespe – TRF/5 Juiz – 2006) Suponha que Pedro seja professor em uma
universidade pública Nesse caso, ele poderá acumular o seu cargo de professor
com um cargo de analista judiciário, área meio, em tribunal regional federal.
Comentário: Uma vez que Pedro ocupa cargo de analista judiciário na
área meio, não exerce atribuições de natureza técnica ou científica; portanto,
ele não se enquadra na regra que permite acumulação de “um cargo de
professor com outro técnico ou científico”.
Gabarito: Errado
MANDATOS ELETIVOS
60 RE 451.267/RS
61 ADI 2135/DF
35. (ESAF – PGFN 2012) No que se refere ao chamado Regime Jurídico Único,
atinente aos servidores públicos federais, é correto afirmar que:
a) tal regime nunca pôde ser aplicado a estatais, sendo característico apenas da
Administração direta.
b) tal regime, a partir de uma emenda à Constituição Federal de 1988, passou a ser
obrigatório também para as autarquias.
c) consoante decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal, a obrigatoriedade de
adoção de tal regime não mais subsiste, tendo-se extinguido com a chamada
Reforma Administrativa do Estado Brasileiro, realizada por meio de emenda
constitucional.
d) tal regime sempre foi aplicável também às autarquias.
e) tal regime, que deixou de ser obrigatório a partir de determinada emenda
constitucional, passou a novamente ser impositivo, a partir de decisão liminar do
Supremo Tribunal Federal com efeitos ex nunc.
Comentário: A redação original do caput do art. 39 da CF previa a adoção
de um regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Na
esfera federal, foi editada a Lei 8.112/1990, estabelecendo o regime jurídico
estatuário para os servidores desses órgãos e entidades.
Contudo, a EC 19/1998, editada em meio à reforma administrativa do
Estado brasileiro, alterou a redação do dispositivo, acabando com a
obrigatoriedade de um regime unificado para seus servidores.
Para fins de clareza, vejamos a redação original e a modificada pela
emenda:
Redação original, ora vigente
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
Redação dada pela EC 19/1998, com eficácia suspensa pelo STF na ADI 2.135:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores
designados pelos respectivos Poderes.
A partir da referida emenda, poderiam coexistir na administração direta,
nas autarquias e nas fundações públicas, agentes sujeitos a regimes jurídicos
distintos (uns no regime estatutário e outros no regime trabalhista, por
ESTABILIDADE
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
Efeitos da estabilidade
A estabilidade no cargo é uma garantia constitucional que protege o
servidor de ser livremente exonerado ou demitido do cargo.
Como visto, o servidor estável só poderá perder o cargo nas
hipóteses expressamente previstas na Constituição que, basicamente, se
referem à condenação, após o devido processo legal, pela prática de
crimes, atos de improbidade ou infrações funcionais graves ou, ainda,
como última solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da
LRF.
62Súmula 21 do STF funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem
inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade
63 Lucas Furtado (2014, p. 776).
64 Súmula 22 do STF: o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo
37. (FGV – OAB 2015) Fernando, servidor público de uma autarquia federal há
nove anos, foi acusado de participar de um esquema para favorecer determinada
empresa em uma dispensa de licitação, razão pela qual foi instaurado processo
administrativo disciplinar, que resultou na aplicação da penalidade de demissão.
Sobre a situação apresentada, considerando que Fernando é ocupante de cargo
efetivo, por investidura após prévia aprovação em concurso, assinale a afirmativa
correta.
A) Fernando não pode ser demitido do serviço público federal, uma vez que é
servidor público estável.
B) Fernando somente pode ser demitido mediante sentença judicial transitada em
julgado, uma vez que a vitaliciedade é garantida aos servidores públicos.
C) É possível a aplicação de penalidade de demissão a Fernando, servidor estável,
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
D) A aplicação de penalidade de demissão ao servidor público que pratica ato de
improbidade independe de processo administrativo ou de sentença judicial.
Comentário: Ao contrário do que se imagina, o servidor estável pode sim
perder o cargo. O art. 41, §1º da CF prevê os casos em que isso pode ocorrer:
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
38. (FGV – OAB 2015) Marcos Paulo é servidor público federal há mais de 5
(cinco) anos e, durante todo esse tempo, nunca sofreu qualquer sanção
administrativa, apesar de serem frequentes suas faltas e seus atrasos ao serviço. No
último mês, entretanto, as constantes ausências chamaram a atenção de seu chefe,
que, ao buscar a ficha de frequência do servidor, descobriu que Marcos Paulo faltara
mais de 90 (noventa) dias no último ano. A respeito do caso apresentado, assinale a
afirmativa correta.
A) Marcos Paulo, servidor público estável, só pode ser demitido após decisão judicial
transitada em julgado.
B) Marcos Paulo, servidor público estável, pode ser demitido pela sua inassiduidade
após decisão em processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
C) Marcos Paulo, servidor público estável que nunca sofrera qualquer punição na
esfera administrativa, não pode ser demitido em razão de sua inassiduidade.
D) Marcos Paulo, servidor público estável, não pode ser demitido em razão de sua
inassiduidade, pois esta somente autoriza a aplicação das sanções de advertência e
suspensão.
Comentário: De acordo com o art. 41, §1º da Constituição Federal, o
servidor público estável poderá perder o cargo caso atendida alguma das
seguintes condições:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de
lei complementar, assegurada ampla defesa.
Por sua vez, segundo o art. 132 da Lei 8.112/90, a inassiduidade habitual
constitui infração administrativa punível com demissão. Entende-se por
inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias,
interpoladamente, durante o período de 12 meses (Lei 8.112/90, art. 139).
Portanto, é correto afirmar que Marcos Paulo, servidor público estável, ao
faltar mais de 90 dias no último ano, cometeu a falta de inassiduidade habitual,
podendo ser demitido após decisão em processo administrativo em que lhe
seja assegurada ampla defesa.
Gabarito: alternativa “b”
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
65 CF, art. 40, §13: Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
regime geral de previdência social .
66 Na esfera federal, a contribuição da União, de suas autarquias e fundações para o custeio do regime
Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso
II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo
Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas
da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e
cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.
67Ressalte-se, contudo, que os servidores que ingressaram no serviço público antes da EC 41/2003 ainda
fazem jus à aposentadoria com proventos integrais. Ademais, na esfera federal, as aposentadorias por
invalidez permanente também podem gerar proventos integrais nos casos de doença grave, contagiosa e
incurável.
68Na proporção 30/35 do exemplo, o numerador é o tempo efetivo de contribuição do servidor e o
denominador é o tempo de contribuição que seria necessário para a aposentadoria voluntária por tempo
de contribuição.
39. (FGV – OAB 2012) Joana D´Arc, beneficiária de pensão por morte deixada por
ex-fiscal de rendas, falecido em 5/1/1999, ajuizou ação ordinária em face da União,
alegando que determinado aumento remuneratório genérico concedido aos fiscais
de renda em atividade não lhe teria sido repassado. Assim, isso teria violado a regra
constitucional da paridade remuneratória entre ativos, inativos e pensionistas.
Acerca de tal alegação, é correto afirmar que é manifestamente
(A) procedente, pois, embora a regra da paridade remuneratória entre ativos,
inativos e pensionistas tenha sido revogada pela EC 41/2003, a pensão por morte
rege-se pela lei vigente à época do óbito, quando ainda vigia tal regra.
(B) improcedente, pois, nos termos do verbete 339 da Súmula de Jurisprudência do
STF, não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.
(C) improcedente, pois a regra da paridade remuneratória entre ativos, inativos e
pensionistas foi revogada pela EC 41/2003, sendo absolutamente irrelevante o fato
de o ex-servidor ter falecido antes da edição da referida emenda.
(D) procedente, pois a CRFB garante o reajustamento da pensão por morte dos
benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
critérios estabelecidos em lei.
Comentário: A EC 41/2003 revogou a regra de paridade entre ativos,
inativos e pensionistas. Contudo, a mesma emenda trouxe uma regra de
transição assegurando o direito às regras antigas para aqueles que já tivessem
cumprido os requisitos legais até a data de publicação da referida emenda. É o
que dispõe o art. 3º da EC 41/2003:
Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos
servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até a data de
publicação desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos para obtenção
desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente.
Assim, Joana D’Arc tem sim direito à paridade, pois cumpriu os requisitos
para receber a pensão em 1999, antes, portanto, da publicação da EC 41/2003.
Ressalte-se que, atualmente, o art. 40, §8º da CF assegura que os
benefícios devem ser reajustados para que seu valor real seja preservado, em
caráter permanente, conforme critérios estabelecidos em lei. A lei, no caso, é a
Lei 10.887/2004, pela qual o reajuste dos proventos e das pensões ocorre na
mesma data e índice em que se der o reajuste dos benefícios do RGPS, ou
seja, não há mais vínculo com os reajustes e aumentos concedidos para os
servidores ativos do cargo.
Gabarito: alternativa “a”
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Ufa!!! Por hoje é só pessoal!
Bons estudos!
Erick Alves
➢ Modalidades de aposentadoria:
▪ Por invalidez permanente: proventos proporcionais, exceto doença grave, contagiosa ou incurável;
▪ Compulsória aos 75 (na forma de LC) anos de idade: proventos proporcionais;
▪ Voluntária, desde que cumpridos 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo:
➢ Por tempo de contribuição, com proventos calculados a partir da média das maiores remunerações
utilizadas como base para as contribuições aos regimes próprio e geral:
▪ Homem: aos 60 anos de idade e 35 anos de contribuição.
▪ Mulher: aos 55 anos de idade e 30 anos de contribuição.
➢ Por idade, com proventos proporcionais:
▪ Homem: aos 65 anos de idade.
▪ Mulher: aos 60 anos de idade.
▪ Aposentadorias especiais:
✓ Professor(a) da educação infantil e do ensino fundamental e médio: o tempo de contribuição e o
limite de idade são reduzidos em 5 anos.
✓ Portadores de deficiência; atividades de risco ou em condições especiais: na forma de leis
complementares -> enquanto não forem editadas, aplica-se as normas do RGPS.
✓ Militares: regime de aposentadoria disciplinado em lei própria,
JURISPRUDÊNCIA DA AULA
EMENTA Concurso público. Criação, por lei federal, de novos cargos durante
o prazo de validade do certame. Posterior regulamentação editada pelo
Tribunal Superior Eleitoral a determinar o aproveitamento, para o preenchimento
daqueles cargos, de aprovados em concurso que estivesse em vigor à data da
publicação da Lei. 1. A Administração, é certo, não está obrigada a
prorrogar o prazo de validade dos concursos públicos; porém, se novos
cargos vêm a ser criados, durante tal prazo de validade, mostra-se de
todo recomendável que se proceda a essa prorrogação. 2. Na hipótese de
haver novas vagas, prestes a serem preenchidas, e razoável número de
aprovados em concurso ainda em vigor quando da edição da Lei que
criou essas novas vagas, não são justificativas bastantes para o
indeferimento da prorrogação da validade de certame público razões de
política administrativa interna do Tribunal Regional Eleitoral que
realizou o concurso. 3. Recurso extraordinário provido.
STF – AI 820.065/GO (21/8/2012)
EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. EXISTÊNCIA DE
VAGAS E NECESSIDADE DO SERVIÇO. PRETERIÇÃO DE CANDIDATOS
APROVADOS. DIREITO À NOMEAÇÃO. Comprovada a necessidade de pessoal
e a existência de vaga, configura preterição de candidato aprovado em
concurso público o preenchimento da vaga, ainda que de forma
temporária. Precedentes. Agravo regimental conhecido e não provido.
STF – MS 27.160/DF (18/12/2008)
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO DE CONTROLE
ADMINISTRATIVO. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CONCURSO PARA A
MAGISTRATURA DO ESTADO DO PIAUÍ. CRITÉRIOS DE CONVOCAÇÃO PARA AS
PROVAS ORAIS. ALTERAÇÃO DO EDITAL NO CURSO DO PROCESSO DE
SELEÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. O Conselho Nacional de
Justiça tem legitimidade para fiscalizar, inclusive de ofício, os atos
administrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário (MS 26.163, rel. min.
Carmem Lúcia, DJe 04.09.2008). 2. Após a publicação do edital e no curso
do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver
modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira.
Precedentes. (RE 318.106, rel. min. Ellen Gracie, DJ 18.11.2005). 3. No caso, a
alteração das regras do concurso teria sido motivada por suposta ambigüidade
de norma do edital acerca de critérios de classificação para a prova oral. Ficou
evidenciado, contudo, que o critério de escolha dos candidatos que deveriam ser
convocados para as provas orais do concurso para a magistratura do Estado do
Piauí já estava claramente delimitado quando da publicação do Edital nº 1/2007.
4. A pretensão de alteração das regras do edital é medida que afronta o
princípio da moralidade e da impessoalidade, pois não se pode permitir
que haja, no curso de determinado processo de seleção, ainda que de
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1. (FGV – OAB 2011) São considerados agentes públicos todas as pessoas físicas
incumbidas, sob remuneração ou não, definitiva ou transitoriamente, do exercício de função
ou atividade pública. Assim, é correto afirmar que os notários e registradores são
(A) agentes públicos ocupantes de cargo efetivo e se aposentam aos 70 (setenta) anos de
idade.
(B) agentes públicos vitalícios, ocupantes de cargo efetivo, e não se aposentam
compulsoriamente.
(C) delegatários de serviços públicos aprovados em concurso público.
(D) os notários e registradores são delegatários de serviços públicos, investidos em cargos
efetivos após aprovação em concurso.
2. (Cespe – MDIC 2014) Os particulares, ao colaborarem com o poder público, ainda que
em caráter episódico, como os jurados do tribunal do júri e os mesários durante as eleições,
são considerados agentes públicos.
5. (Cespe – TRE/MS 2013) É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura
normal e regular, execute uma função pública em nome do Estado.
7. (Cespe – MIN 2013) Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, não
existem cargos públicos, mas somente empregos públicos.
11. (FGV – OAB 2010) Determinada Administração Pública realiza concurso para
preenchimento de cargos de detetive, categoria I. Ao final do certame, procede à nomeação
e posse de 400 (quatrocentos) aprovados.
Os vinte primeiros classificados são desviados de suas funções e passam a exercer as
atividades de delegado. Com o transcurso de 4 (quatro) anos, estes vinte agentes postulam
a efetivação no cargo.
A partir do fragmento acima, assinale a alternativa correta.
(A) Os referidos agentes têm razão, pois apesar de investidos irregularmente, estão
exercendo as suas atividades há mais de 4 (quatro) anos, a consolidar a situação.
(B) É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual anteriormente foi investido.
(C) Não têm ainda o direito, pois dependem do transcurso do prazo de 15 (quinze) anos
para que possam ser ti dos como delegados, por usucapião.
(D) É inconstitucional esta modalidade de provimento do cargo, pois afronta o princípio do
concurso público, porém não podem ter alterado os ganhos vencimentais, sedimentado
pelos anos, pelo princípio da irredutibilidade.
12. (FGV – OAB 2011) O art. 37, II, da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, condiciona a investidura em cargo ou emprego público à prévia aprovação em
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para os
cargos em comissão.
Em relação a concurso público, segundo a atual jurisprudência dos tribunais superiores, é
correto afirmar que
(A) os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos e
classificados entre o número de vagas oferecidas no edital possuem expectativa de direito à
nomeação.
(B) os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos devem
comprovar a habilitação exigida no edital no momento de sua nomeação.
13. (FGV – OAB 2014) Em determinado estado da Federação, o Estatuto dos Servidores
Públicos, lei ordinária estadual, prevê a realização de concurso interno para a promoção de
servidores de nível médio aos cargos de nível superior, desde que preencham todos os
requisitos para investidura no cargo, inclusive a obtenção do bacharelado.
A partir da situação descrita e tomando como base os requisitos constitucionais para acesso
aos cargos públicos, assinale a afirmativa correta.
A) A previsão é inválida, pois só poderia ter sido veiculada por lei complementar.
B) A previsão é válida, pois a disciplina dos servidores públicos compete à legislação de
cada ente da Federação.
C) A previsão é inválida, por ofensa à Constituição da República.
D) A previsão é válida, desde que encontre previsão na Constituição do estado.
14. (FGV – OAB 2015) O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos
para o cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira fase,
com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões discursivas, e que os 100
(cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase avançariam para a realização da
segunda fase. No entanto, após a divulgação dos resultados da primeira fase, é publicado
um edital complementar estabelecendo que os 200 (duzentos) candidatos mais bem
classificados avançariam à segunda fase e prevendo uma nova forma de composição da
pontuação global. Nesse caso,
A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade, advindo da adoção
de novos critérios de pontuação e da ampliação do número de candidatos na segunda fase.
B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira fase não gera
prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais interessados realizem a prova de segunda
fase.
C) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não pode conter
cláusulas ambíguas.
D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos cargos mediante
concurso público de provas e títulos.
17. (Cespe – PC/BA 2013) É vedado à candidata gestante inscrita em concurso público o
requerimento de nova data para a realização de teste de aptidão física, pois, conforme o
princípio da igualdade e da isonomia, não se pode dispensar tratamento diferenciado a
candidato em razão de alterações fisiológicas temporárias.
18. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Segundo entendimento firmado pelo STJ, o
candidato aprovado fora das vagas previstas originariamente no edital, mas classificado até
o limite das vagas surgidas durante o prazo de validade do concurso, possui direito líquido e
certo à nomeação se o edital dispuser que serão providas, além das vagas oferecidas, as
outras que vierem a existir durante a validade do certame.
19. (FGV – OAB 2016) O Município Beta verificou grave comprometimento dos serviços
de educação das escolas municipais, considerando o grande número de professoras
gozando licença maternidade e de profissionais em licença de saúde, razão pela qual fez
editar uma lei que autoriza a contratação de professores, por tempo determinado, sem a
realização de concurso, em situações devidamente especificadas na norma local. Diante
dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
A) A Constituição da República não autoriza a contratação temporária sem a realização de
concurso público.
B) O Município Beta somente poderia se utilizar da contratação temporária para os cargos
permanentes de direção, chefia e assessoramento.
C) A contratação temporária, nos termos da lei, é possível, considerando que a situação
apresentada caracteriza necessidade temporária de excepcional interesse público.
D) A contratação temporária de servidores, independentemente de previsão legal, é
possível.
20. (Cespe – MPU 2013) Admite-se a realização, pela administração pública, de processo
seletivo simplificado para contratar profissionais por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.
21. (Cespe – PC/BA 2013) A contratação temporária de servidores sem concurso público
bem como a prorrogação desse ato amparadas em legislação local são consideradas atos
de improbidade administrativa.
22. (ESAF – DNIT 2013) São direitos dos trabalhadores da iniciativa privada
constitucionalmente estendidos aos servidores públicos, exceto:
a) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno.
b) repouso semanal remunerado.
c) décimo terceiro salário.
d) FGTS.
e) redução de riscos inerentes ao trabalho.
24. (ESAF – MIN 2012) Não há exigência constitucional a que recebam por meio de
subsídio
a) os detentores de mandato eletivo.
b) os policiais ferroviários federais.
c) os membros dos Corpos de Bombeiros Militares.
d) os responsáveis pela atividade de magistério em entidades públicas de ensino superior.
e) os defensores públicos.
26. (FGV – OAB 2013) Um empregado público de uma sociedade de economia mista
ajuizou uma ação para garantir o recebimento de valores acima do teto remuneratório
constitucional, que tem como limite máximo os subsídios pagos aos Ministros do STF.
Nesse caso, é correto afirmar que
A) o empregado tem direito a receber acima do teto, pois somente a administração pública
direta está sujeita à referida limitação.
B) o empregado não tem direito a receber acima do teto, pois toda a administração direta e
indireta está sujeita à referida limitação.
C) o empregado tem direito a receber acima do teto, pois somente a administração pública
direta e as autarquias estão sujeitas à referida limitação.
D) o empregado pode receber acima do teto, caso a sociedade de economia mista não
receba recursos de nenhum ente federativo para despesas de pessoal ou de custeio em
geral.
28. (FGV – OAB 2016) João foi aprovado em concurso público para o cargo de agente
administrativo do Estado Alfa. Após regular investidura, recebeu sua primeira remuneração.
Contudo, os valores apontados na folha de pagamento causaram estranheza, considerando
que a rubrica de seu vencimento-base se mostrava inferior ao salário mínimo vigente,
montante que só era alcançado se considerados os demais valores (adicionais e
gratificações) que compunham a sua remuneração total. Diante dessa situação hipotética,
assinale a afirmativa correta.
A) A remuneração de João é constitucional, porque a garantia do salário mínimo não é
aplicável aos servidores públicos.
B) A remuneração de João é inconstitucional, porque o seu vencimento-base teria que ser
superior ao salário mínimo.
C) A remuneração de João é constitucional, porque a garantia do salário mínimo se refere
ao total da remuneração percebida.
D) A remuneração de João é inconstitucional, pois todo servidor público deve receber por
subsídio, fixado em parcela única.
29. (ESAF – CGU 2012) Quanto ao sistema remuneratório do servidor público, assinale a
opção incorreta.
a) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei.
b) Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
permanentes estabelecidas em lei.
c) O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é
irredutível.
d) Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.
e) Em nenhuma hipótese poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de
terceiros, sendo o vencimento, a remuneração e os proventos do servidor público
impenhoráveis.
30. (Cespe – PM/CE 2014) A proibição de acumular cargos públicos alcança todos os
órgãos da administração direta, autárquica e fundacional, não se estendendo apenas aos
empregos situados nas empresas públicas, sociedades de economia mista e suas
subsidiárias, cujo pessoal está submetido a regime jurídico de direito privado.
32. (ESAF – PGFN 2012) Sobre a acumulação de cargos públicos, assinale a opção
correta.
a) Admite-se, excepcionalmente, que o servidor tenha exercício simultâneo em mais de um
cargo em comissão.
b) A proibição de acumular não se estende a funções em estatais vinculadas a outro ente da
Federação, desde que haja compatibilidade de horários.
c) Via de regra, o servidor pode ser remunerado pela participação em órgãos de deliberação
coletiva.
d) A legislação pátria não admite que o servidor que acumule dois cargos efetivos possa
investir-se de cargo de provimento em comissão.
e) Como regra, a proibição de acumular não se estende à acumulação de proventos da
inatividade com a percepção de vencimentos na ativa.
33. (Cespe – TRT5 2013) No que se refere ao servidor público e ao ato administrativo,
assinale a opção correta de acordo com a CF, a jurisprudência dos tribunais superiores e a
doutrina.
a) Segundo o STJ, ressalvadas as hipóteses constitucionais de acumulação de proventos de
aposentadoria, não é mais possível, após o advento da Emenda Constitucional n.º 20/1998,
a cumulação de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência, salvo
se o ingresso do servidor no cargo em que obteve a segunda aposentação tenha ocorrido
antes da referida emenda.
b) Salvo nos casos previstos na CF, o salário mínimo não pode ser usado como indexador
de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado nem ser substituído
por decisão judicial.
c) O ato administrativo simples deriva da manifestação de vontade ou declaração jurídica de
apenas um órgão, sendo possível, portanto, apenas na forma singular.
d) A expressa previsão editalícia de que serão providas, além das vagas previstas no edital,
outras que vierem a existir durante o prazo de validade do certame não confere direito
líquido e certo à nomeação ao candidato aprovado fora das vagas originalmente
determinadas, mas dentro das surgidas no decurso do prazo de validade do concurso.
e) Cabe mandado de segurança para a revisão de penalidade imposta em processo
administrativo disciplinar sob o argumento de ofensa ao princípio da proporcionalidade.
34. (Cespe – Polícia Federal 2013) O dispositivo constitucional que admite o afastamento
do servidor do cargo, do emprego ou da função para o exercício de mandato é aplicável ao
servidor contratado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público, já que exerce função pública.
36. (Cespe – MIN 2013) Consoante decisão do Supremo Tribunal Federal, os servidores
da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas devem sujeitar-se
a regime jurídico único.
37. (FGV – OAB 2015) Fernando, servidor público de uma autarquia federal há nove anos,
foi acusado de participar de um esquema para favorecer determinada empresa em uma
dispensa de licitação, razão pela qual foi instaurado processo administrativo disciplinar, que
resultou na aplicação da penalidade de demissão.
Sobre a situação apresentada, considerando que Fernando é ocupante de cargo efetivo, por
investidura após prévia aprovação em concurso, assinale a afirmativa correta.
A) Fernando não pode ser demitido do serviço público federal, uma vez que é servidor
público estável.
B) Fernando somente pode ser demitido mediante sentença judicial transitada em julgado,
uma vez que a vitaliciedade é garantida aos servidores públicos.
C) É possível a aplicação de penalidade de demissão a Fernando, servidor estável,
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
D) A aplicação de penalidade de demissão ao servidor público que pratica ato de
improbidade independe de processo administrativo ou de sentença judicial.
38. (FGV – OAB 2015) Marcos Paulo é servidor público federal há mais de 5 (cinco) anos
e, durante todo esse tempo, nunca sofreu qualquer sanção administrativa, apesar de serem
frequentes suas faltas e seus atrasos ao serviço. No último mês, entretanto, as constantes
ausências chamaram a atenção de seu chefe, que, ao buscar a ficha de frequência do
servidor, descobriu que Marcos Paulo faltara mais de 90 (noventa) dias no último ano. A
respeito do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Marcos Paulo, servidor público estável, só pode ser demitido após decisão judicial
transitada em julgado.
39. (FGV – OAB 2012) Joana D´Arc, beneficiária de pensão por morte deixada por ex-
fiscal de rendas, falecido em 5/1/1999, ajuizou ação ordinária em face da União, alegando
que determinado aumento remuneratório genérico concedido aos fiscais de renda em
atividade não lhe teria sido repassado. Assim, isso teria violado a regra constitucional da
paridade remuneratória entre ativos, inativos e pensionistas. Acerca de tal alegação, é
correto afirmar que é manifestamente
(A) procedente, pois, embora a regra da paridade remuneratória entre ativos, inativos e
pensionistas tenha sido revogada pela EC 41/2003, a pensão por morte rege-se pela lei
vigente à época do óbito, quando ainda vigia tal regra.
(B) improcedente, pois, nos termos do verbete 339 da Súmula de Jurisprudência do STF,
não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob fundamento de isonomia.
(C) improcedente, pois a regra da paridade remuneratória entre ativos, inativos e
pensionistas foi revogada pela EC 41/2003, sendo absolutamente irrelevante o fato de o ex-
servidor ter falecido antes da edição da referida emenda.
(D) procedente, pois a CRFB garante o reajustamento da pensão por morte dos benefícios
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos
em lei.
42. (ESAF – CGU 2012) Quanto à aposentadoria do servidor público, pode-se afirmar
corretamente que
a) a aposentadoria por invalidez permanente dar-se-á com proventos integrais.
b) aos oitenta anos de idade, o servidor será aposentado compulsoriamente com proventos
proporcionais.
c) ao servidor aposentado não é devida a gratificação natalina.
d) a aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data do pedido feito pelo
servidor.
e) a aposentadoria compulsória é automática e tem vigência a partir do dia imediato àquele
em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo.
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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.