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Direito Administrativo para XXIII Exame OAB 2017

Teoria e exercícios comentados


Prof. Erick Alves Aula 08

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AULA 08

Olá pessoal!

Na aula de hoje estudaremos o tema “licitações e contratos”. Esse


é um assunto bastante vasto que, por si só, daria para fazer um curso
completo. Porém, como nosso objetivo é a prova da OAB, vamos
desenvolver apenas os tópicos já cobrados em exames anteriores da
Ordem.

Seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Licitações Públicas .........................................................................................................................................................4


Conceito e finalidades .................................................................................................................................................6
Modalidades de licitação.......................................................................................................................................... 10
Concorrência................................................................................................................................................................ 13
Tomada de preços...................................................................................................................................................... 15
Convite............................................................................................................................................................................ 16
Concurso........................................................................................................................................................................ 19
Leilão............................................................................................................................................................................... 21
Pregão................................................................................................................................................................................. 23
Procedimentos do pregão....................................................................................................................................... 24
Tipos de licitação ......................................................................................................................................................... 36
Contratação direta: inexigibilidade e dispensa .......................................................................................... 42
Inexigibilidade............................................................................................................................................................. 45
Dispensa......................................................................................................................................................................... 51
Anulação e revogação ................................................................................................................................................ 70
Contratos administrativos ...................................................................................................................................... 75
Conceito ......................................................................................................................................................................... 75
Cláusulas exorbitantes.............................................................................................................................................. 75
Alteração unilateral................................................................................................................................................... 76
Rescisão unilateral .................................................................................................................................................... 85
Fiscalização do contrato.......................................................................................................................................... 86
Aplicação de sanções ................................................................................................................................................ 87
Ocupação temporária............................................................................................................................................... 91
Exigência de garantias ............................................................................................................................................. 93
Restrições à oposição da exceção do contrato não cumprido ................................................................. 96

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Duração dos contratos .............................................................................................................................................. 98
Extinção do contrato ................................................................................................................................................102
Anulação ......................................................................................................................................................................103
Rescisão .......................................................................................................................................................................107
RESUMÃO DA AULA...................................................................................................................................................111
Questões comentadas na aula.............................................................................................................................115
Gabarito...........................................................................................................................................................................127

Preparados? Aos estudos!

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LICITAÇÕES PÚBLICAS

Como já é de nosso conhecimento, a Administração Pública não


possui a mesma liberdade que os particulares na condução de seus
negócios. Afinal, em vista da indisponibilidade do interesse público, ela
deve estrita observância ao princípio da legalidade.
Uma das atividades nas quais essa diferença se torna mais evidente é
na celebração de contratos administrativos. Isso porque a Administração,
ao contrário do particular, não pode firmar contratos com quem ela
quiser, baseada apenas no julgamento subjetivo do agente público. Está
em jogo o dispêndio de recursos públicos, ou seja, ao final, quem paga a
conta é a sociedade.
Como regra, para a escolha da pessoa a ser contratada, a
Administração deve abrir um procedimento licitatório, com vistas a
assegurar ao maior número de interessados possível a oportunidade de
apresentar propostas e de ser escolhido para firmar o contrato. É o que
dispõe o art. 37, XXI da CF, fundamento constitucional da licitação:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.

Enfim, como se vê, a licitação é feita tendo em vista a celebração do


futuro contrato. Ela não é uma atividade-fim, e sim uma atividade meio,
necessária para que a Administração Pública escolha a empresa com a
qual celebrará o contrato.
Licitações e contratos são coisas bem distintas. De fato, a licitação é
uma série de atos (um procedimento) que antecede a celebração do
contrato. Tanto são diferentes que, em alguns casos, para a celebração do
contrato, a licitação é dispensada ou não é exigida, vale dizer, há casos
de contratação direta, sem a realização de licitação, conforme
autorizado no próprio dispositivo da Constituição acima transcrito
(“ressalvados os casos especificados na legislação”). Então, pode-se dizer
que o dever de licitar é uma regra para a celebração de contratos

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administrativos e, como toda regra, encontrará exceções 1 , as quais se


encontram expressamente mencionadas na Lei 8.666/1993, conforme
será estudado mais adiante na aula.
Relativamente às empresas públicas, sociedades de economia
mista e suas subsidiárias, a Constituição Federal dispôs que as normas
gerais seriam editadas “nos termos do art. 173, §1º, III 2 ”. O referido
artigo prevê que a lei estabelecerá um estatuto jurídico que, entre
outras coisas, disporá sobre as licitações e contratos realizados pelas
empresas estatais, estabelecendo procedimentos diferenciados, menos
burocratizados, mais condizentes com a atuação competitiva no mercado.
O aludido estatuto finalmente foi editado. Trata-se da
Lei 13.303/2016 que, dentre outras disposições, estabelece normas
relativas a licitações aplicáveis às “empresas públicas, às sociedades
de economia mista e às suas subsidiárias que explorem atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de
monopólio da união ou seja de prestação de serviços públicos”. Assim,
tais entidades não precisam mais respeitar a Lei 8.666/1993, e sim as
regras do novo estatuto.
Lembrando, contudo, que as entidades estatais não são obrigadas a
realizar licitação pública nas contratações relativas à sua atividade-fim
(compra de insumos, venda de produtos, prestação de serviços de
natureza econômica, concessão de financiamento etc.). Por exemplo, a
Petrobras não precisa realizar licitação para adquirir petróleo no mercado
internacional, da mesma forma que a Caixa Econômica não precisa fazer
licitação para celebrar contratos de financiamento imobiliário com seus
clientes. As empresas estatais exploradoras de atividade econômica
devem realizar licitação apenas para celebrar contratos na atividade-
meio (aquisição de material de expediente, serviços de limpeza, obras
etc.).

1 Diferentemente, em relação aos contratos de concessão e permissão de serviços públicos, a CF não


abre qualquer possibilidade de ser afastada a licitação. Com efeito, nos termos do art. 175, incumbe ao
Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de
licitação a prestação de serviços públicos .
2 Art. 173 (...)
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre:
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública;

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Após essas noções introdutórias, vamos então aprender o conceito de


licitação.

CONCEITO E FINALIDADES

Vejamos o conceito de licitação proposto por Maria Sylvia Di Pietro:

Licitação pública: procedimento administrativo pelo qual um ente


público, no exercício da função administrativa, abre a todos os
interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento
convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato.

A licitação é um procedimento administrativo, isto é, um conjunto


de atos interligados, produzidos em sequência, que preparam o ato final
visado pela Administração (a celebração do contrato). Os atos que
integram o procedimento licitatório são produzidos tanto pela
Administração (ex: lançamento do edital ou convite, recebimento das
propostas, habilitação, classificação, adjudicação etc.) como pelo
particular que pretende contratar com a Administração, o licitante
(ex: retirada do edital, formulação da proposta, prestação de garantia,
apresentação de recursos, impugnações etc.).
Outro ponto a destacar no conceito da autora é a expressão “ente
público no exercício da função administrativa”, significando que o
dever de licitar se estende a todos os Poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário, assim como ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, todos
quando atuam no exercício da função administrativa), de todos os
entes políticos (União, Estados, DF e Municípios), abrangendo suas
administrações direta e indireta (autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista).
O dever de licitar, portanto, é deveras abrangente, como podemos
verificar no art. 1º da Lei 8.666/1993:

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Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da


administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e
demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.

Anote-se que a não realização da licitação, sem que haja fundamento


para essa contratação direta, implica o cometimento de crime, nos
termos do art. 89 da Lei 8.666/1993.
Voltando ao conceito da Profª. Di Pietro, a autora destaca, na sua
parte final, uma das principais finalidades da licitação, qual seja, a
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração celebrar o
contrato. Registre-se que proposta mais vantajosa nem sempre coincide
com a de menor preço. Em outras palavras, o objetivo das licitações não é
a proposta mais barata, mas sim a mais vantajosa ao interesse público.
Como se sabe, por vezes é melhor pagar mais, contratando algo mais
adequado, com mais qualidade, do que pagar menos e ter problemas
depois (às vezes, o barato sai caro!).

A licitação tem como objetivo selecionar a


proposta mais vantajosa, e não a mais barata!

Vale ressaltar que a Lei 8.666/1993 (art. 3º) estabelece outras


finalidades para o processo licitatório, quais sejam: o cumprimento do
princípio constitucional da isonomia e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável.
O princípio da isonomia aplicado às licitações tem o objetivo de
assegurar igualdade de condições a todos os concorrentes, ou seja, a
Administração não pode praticar discriminações ou favorecimentos de
qualquer espécie, direcionando a licitação para “A” ou “B”; ao contrário,
deve fazer de tudo para estimular a concorrência, garantindo a
participação do maior número de licitantes possível.
A doutrina assevera que o princípio da isonomia foi, de certa forma,
mitigado com a edição da Lei 12.349/2010. Esta lei foi a que incluiu no

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2. (Cespe – MDIC 2014) As compras, sempre que possível, deverão, entre outras
exigências, submeter-se a condições de aquisição e pagamento específicas do setor
público.
Comentário: A resposta está no art. 15, III da Lei 8.666/1993:
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor
privado;
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as
peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da
Administração Pública.
Portanto, as compras da Administração Pública deverão, sempre que
possível, submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às
do setor privado, daí o erro. Com essa orientação, a lei está implicitamente
dizendo que as compras governamentais devem ser eficientes e realizadas nas
condições de mercado.
Gabarito: Errado

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Por exemplo, o convite, para obras, vai até R$ 150 mil. Para um
consórcio público formado por até três entes federativos, o convite vai até
R$ 300 mil (= 150 x 2). Se o consórcio fosse formado por mais de três
entes federados, o convite iria até R$ 450 mil (= 150 * 3), e assim
também para as demais modalidades.
A última linha da tabela acima se refere às hipóteses de dispensa de
licitação em razão do valor, previstas nos incisos I e II do art. 24. Nas
obras e serviços de engenharia até R$ 15 mil, assim como nas demais
compras e serviços até R$ 8 mil, a licitação é dispensável, ou seja, a
Administração pode contratar diretamente com o fornecedor, sem
necessidade de realizar procedimento licitatório prévio. Estudaremos a
dispensa de licitação em tópico específico mais adiante na aula.

3. (FGV – OAB 2013) A Administração Pública estadual pretende realizar uma


licitação em modalidade não prevista na legislação federal.
Nesse caso, é correto afirmar que
A) a intenção é viável, pois o Estado tem ampla competência para legislar sobre
licitações.
B) a intenção somente é viável caso seja realizada a combinação de modalidades de
licitação já previstas na Lei n. 8.666/93.
C) a intenção não é viável por expressa vedação da Lei n. 8.666/93.
D) a intenção é viável por expressa autorização da Lei n. 8.666/93.
Comentário: O art. 22, §8º da Lei 8.666/93 veda, expressamente, a criação
de outras modalidades de licitação, além das previstas na lei:
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das
referidas neste artigo.

Portanto, a intenção da Administração, no caso, não é viável, por


expressa vedação da Lei n. 8.666/93.
Gabarito: alternativa “c”

4. (Cespe – TJ/CE 2014) Obra cujo valor de referência constante do projeto


básico seja de R$ 650.000,00 deve ser licitada, conforme disposto na Lei n.º
8.666/1993, por
a) concorrência ou convite.

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b) concorrência, obrigatoriamente.
c) tomada de preços, obrigatoriamente
d) tomada de preços ou concorrência.
e) tomada de preços ou convite.
Comentário: Para obras de engenharia até R$ 150 mil, a modalidade
aplicável é o convite; de R$ 150 mil a R$ 1,5 milhão, tomada de preços; e acima
de R$ 1,5 milhão, concorrência. Portanto, uma obra de R$ 650 mil está no limite
de tomada de preços, sendo possível também utilizar uma modalidade
superior, no caso, a concorrência.
Gabarito: alternativa “d”

5. (Cespe – CADE 2014) De acordo com a legislação vigente, as modalidades de


licitação são a concorrência, a tomada de preços, o concurso, o convite, o leilão e o
pregão. Em uma licitação, é permitido combinar duas ou mais formas de licitação.
Comentário: O item está errado, nos termos do art. 22, §8º da Lei 8.666:
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das
referidas neste artigo.
Gabarito: Errado

Passemos, então, ao estudo individualizado das diferentes


modalidades de licitação.

CONCORRÊNCIA

Concorrência é a modalidade de licitação própria para contratos de


grande valor (embora também possa ser utilizada no lugar das outras
modalidades, seja qual for o valor do contrato que a Administração
pretenda firmar), em que se admite a participação de quaisquer
interessados, cadastrados ou não, com ampla publicidade pelo órgão
oficial e pela imprensa particular4.
A Lei 8.666/1993 apresenta a seguinte definição para concorrência
(art. 22, §1º):

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados


que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

4 Hely Lopes Meirelles (2008, p. 316).

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Como visto, a concorrência é utilizada para contratos de grande valor


(acima de R$ 1,5 milhão para obras e serviços de engenharia e acima de
R$ 650 mil nos demais casos). Mas existem casos em que a
concorrência será obrigatória, independentemente do valor. São
eles:
▪ Compra ou alienação de bens de bens imóveis, exceto na alienação
de imóveis cuja aquisição por parte da Administração haja derivado de
procedimentos judiciais ou dação em pagamento, que pode ser feita
por concorrência ou leilão (art. 19, III);

▪ Concessões de direito real de uso (art. 23, §3º);

▪ Concessões de serviços públicos (Lei 8.987/1995, art. 2º, II);


▪ Contratos de parcerias público-privadas (Lei 11.079/2004, art. 10);

▪ Licitações internacionais, admitindo-se, observados os limites de valor,


a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro
internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver
fornecedor do bem ou serviço no País (art. 23, §3º);
▪ Para o registro de preços (art. 15, § 3º, I), podendo também ser
utilizado o pregão (Lei 10.520/2002, arts. 11 e 12);

Na concorrência, é possível a participação de quaisquer interessados,


independentemente de registro cadastral na Administração que
realiza ou em qualquer órgão público. Nesse ponto, diferencia-se da
tomada de preços, que é restrita aos interessados previamente
cadastrados.
Como na concorrência é possível a participação de quaisquer
interessados, existe uma fase inicial de habilitação, realizada logo após
a abertura do procedimento, destinada a aferir a capacidade jurídica,
técnica e econômico-financeira das licitantes, assim como a sua
regularidade fiscal e trabalhista.
Outra característica da concorrência é a ampla publicidade. Com
efeito, na divulgação da abertura da concorrência, a Administração deverá
dar a maior publicidade possível e desejável, tendo em vista o vulto e
a complexidade do seu objeto. Para tanto, a Administração poderá usar de
todos os meios de informação disponíveis e por tantas vezes quantas
julgar necessário. Ressalte-se que, a fim de assegurar a ampla publicidade
da licitação, os prazos de antecedência para divulgação do edital são
maiores na concorrência que nas demais modalidades (no mínimo
45 dias caso o contrato a ser celebrado contemplar o regime de

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seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das


propostas (art. 22, §3º).
Na modalidade convite, o instrumento
convocatório é a carta-convite, e não o edital.
A carta-convite prescinde de publicação, mas não
de publicidade.

Perceba que, segundo o art. 22, §3º da lei, os interessados


não cadastrados podem participar de uma licitação na modalidade
convite apenas se forem formalmente convidados. Em outras palavras,
os não cadastrados e não convidados não podem participar do convite6. Já
os cadastrados podem participar ainda que não convidados, desde que
sejam do ramo do objeto licitado e manifestem interesse com
antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse
dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de três
licitantes, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no
processo, hipótese em que a licitação poderá prosseguir com menos de
três propostas válidas. Caso a Administração não consiga demonstrar
(justificar) as limitações do mercado ou o desinteresse dos convidados, o
convite deverá ser repetido, com a convocação de outros possíveis
interessados (art. 22, §7º).
Na hipótese de existirem na praça mais de três possíveis
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou
assemelhado, é obrigatório o envio do convite a, no mínimo, mais um
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas
últimas licitações (art. 22, §6º).
Na concorrência e na tomada de preços, o procedimento licitatório é
conduzido por uma comissão, formada por três membros. Já no convite,
como o procedimento é mais simples, nem sempre é obrigatória a
constituição de uma comissão de licitação. Excepcionalmente, nas
pequenas unidades administrativas em que haja exíguo número de
servidores, a comissão poderá ser substituída por um único servidor
formalmente designado pela autoridade competente (art. 51, §1º).

6 Lembre-se de que, na tomada de preços, os interessados não cadastrados poderão participar desde

que se inscrevam até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.

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CONCURSO

Vamos ver como a Lei 8.666/1993 define concurso (art. 22, §4º):

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados


para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de
45 (quarenta e cinco) dias.

O concurso, modalidade de licitação, tem por objeto a escolha de um


trabalho técnico, artístico ou científico. Ou seja, o que importa é a
natureza do objeto e não o seu valor.
O art. 52 da Lei 8.666/1993 estipula que o concurso deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no
local indicado no instrumento convocatório. Tal regulamento deverá definir
os critérios de avaliação do concurso, em razão da especificidade do
objeto, indicando:
▪ a qualificação exigida dos participantes;
▪ as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
▪ as condições de realização do concurso e os prêmios a serem
concedidos.

O vencedor do concurso não é definido pelos critérios de “menor


preço”, “melhor técnica”, “técnica e preço” ou “maior lance ou oferta”,
como nas demais modalidades de licitação, ou seja, não se prende ao
princípio do julgamento objetivo, vez que em regra não se consegue
determinar precisamente os critérios. O vencedor do concurso recebe um
prêmio ou remuneração, que são pré-definidos no regulamento do
certame.
Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a
Administração a executá-lo quando julgar conveniente (art. 52, §2).
Como exemplos de concursos podem-se citar 7 : para projetos
arquitetônicos (como a ponte JK, em Brasília); de monografias
(constantemente realizados por Tribunais Judiciais); de trabalhos de
pesquisa (como os realizados pela Embrapa, para concessão de bolsas
para projetos de pesquisa), para escolher uma logomarca para um evento
etc.

7 Borges e Bernardes (2008, p. 81).

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LEILÃO

Leilão é modalidade de licitação utilizada para a venda (alienação) e


não para a compra de algo. O art. 22, §5º da Lei 8.666/1993 apresenta a
seguinte definição para a modalidade:

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior
ao valor da avaliação.

Como se vê, o leilão serve para alienação de:


▪ Bens móveis inservíveis para a administração;
▪ Produtos legalmente apreendidos (ex: leilões da Receita Federal) ou
penhorados (ex: leilões de joias da Caixa Econômica Federal);

▪ Bens imóveis que tenham sido recebidos pela Administração em


procedimentos judiciais ou por dação em pagamento (art. 19, III).

Quanto ao último item acima, ressalte-se que, se o imóvel tiver sido


transferido para a Administração através de um procedimento judicial
movido contra seu ex-proprietário, ou se este houver dado o imóvel em
pagamento de uma dívida para com a Administração, esta poderá aliená-
los por meio de leilão ou concorrência. Pode-se optar por uma ou outra
modalidade, de forma discricionária, independentemente do valor do
bem.
Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela
Administração para a fixação do preço mínimo de arrematação (art. 53,
§1º).
O leilão para alienação de bens móveis está limitado a bens
avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior a R$ 650 mil
(art. 17, §6º). Acima disso, deve ser utilizada a concorrência.
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Cada
interessado poderá apresentar diversas propostas, na medida em que o
preço do maior lance venha a ser aumentado. Será vencedor aquele que
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
O leilão poderá ser conduzido por leiloeiro oficial (leilão comum)
ou por servidor designado pela Administração (leilão administrativo)
(art. 53, caput).

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PREGÃO

O pregão é modalidade de licitação que não consta na


Lei 8.666/1993. Ele foi instituído pela Lei 10.520/2002, lei de âmbito
nacional que veicula normas gerais relativas à modalidade, aplicáveis no
âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Ressalte-se que as normas da Lei 8.666/1993 se aplicam de forma
subsidiária ao pregão, ou seja, na falta de disposição expressa na
Lei 10.520, deve-se usar a Lei 8.666.
A modalidade pregão buscou consagrar o princípio da celeridade
nas licitações públicas, buscando simplificar procedimentos
excessivamente rigorosos, eliminar formalidades desnecessárias e
possibilitar que as decisões, sempre que possível, fossem tomadas no
momento da sessão.
O pregão é modalidade de licitação utilizada para aquisição de bens
e serviços comuns, independentemente do valor estimado para a
contratação. O que importa é a natureza do objeto (bens e serviços
comuns), e não o valor do contrato.

Para a utilização do pregão, o que importa é


a natureza do objeto (bens e serviços
comuns), e não o valor do contrato.

A Lei 10.520/2002 considera bens e serviços comuns “aqueles


cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”
(art. 1º, parágrafo único). Ou seja, são bens e serviços que não possuem
características técnicas especiais, sendo facilmente encontrados no
mercado.
Para a União, aí incluindo administração direta e indireta (inclusive
EP e SEM), a modalidade pregão é obrigatória, sendo preferencial a sua
utilização na forma eletrônica (Decreto 5.450/2005); para os Estados,
DF e Municípios é de uso preferencial, ou seja, discricionário e não
vinculado (Lei 10.520/2002).
O Decreto 3.555/2000 regulamenta o pregão no âmbito federal.
Segundo esse decreto, a modalidade pregão é juridicamente condicionada
aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao

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habilitação precede o julgamento12. A inversão das fases de habilitação e


de julgamento é apontada pela doutrina como uma das mais importantes
vantagens do pregão em relação às demais modalidades. Isso porque, na
prática, há um ganho de agilidade e eficiência no certame, pois o
condutor da licitação analisa os requisitos de habilitação apenas do
proponente classificado em primeiro lugar, e não de todos os licitantes,
como nas demais modalidades, o que torna o número de documentos
analisados significativamente menor.
Verificado o atendimento das exigências de habilitação fixadas no
edital, o licitante será declarado vencedor.
Porém, se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às
exigências de habilitação, o pregoeiro verificará a documentação dos
demais proponentes na ordem de classificação dos preços
apresentados, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o
respectivo licitante declarado vencedor. Detalhe é que este licitante,
diferentemente do que prevê a Lei 8.666/1993, não precisa seguir o
mesmo preço e condições da proposta originalmente vencedora. Ele pode
praticar o próprio preço. Nessa hipótese, contudo, também é facultado ao
pregoeiro negociar diretamente com o proponente para que seja obtido
preço melhor (afinal, o licitante com quem ele havia negociado
anteriormente foi desclassificado na habilitação).
Declarado o vencedor, os licitantes que tiverem interesse em
recorrer deverão manifestar a intenção imediatamente, ainda durante a
sessão, sob pena de decadência do direito de recurso e a adjudicação do
objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor. Ressalte-se que os
licitantes só poderão manifestar a intenção de recorrer no final do
procedimento, após a indicação do vencedor, mesmo que o recurso se
refira a algum ato ocorrido no curso da sessão.
Os interessados que manifestaram intenção de recorrer terão o prazo
de três dias para apresentar as razões do recurso. Os demais licitantes
poderão apresentar suas contra-razões também em três dias, que
começarão a correr a partir do término do prazo do recorrente. Note que
apenas poderão apresentar recurso os licitantes que imediatamente
manifestaram intenção de recorrer, ao final da sessão. Quem não se
manifestou, perde o direito. Já a apresentação das contra-razões, uma

12 De acordo com a Lei 8.987/1995, será admitida a inversão de fases na concorrência para a concessão

de serviços públicos.

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espécie de contraponto aos recursos interpostos, podem ser apresentadas


por qualquer licitante.
Decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação
do objeto da licitação ao licitante vencedor e, em seguida, fará a
homologação do certame (se não houver recursos, o próprio pregoeiro
fará a adjudicação e a autoridade competente, a homologação). O
adjudicatário, então, estará em condições de ser convocado para assinar o
contrato, no prazo definido no edital. Aqui, observa-se outra inversão de
fases: ao contrário das modalidades de licitação previstas na Lei
8.666/1993, no pregão a homologação ocorre depois da adjudicação.
A Lei 8.666/1993 fixa o prazo de 60 dias para a manutenção da
proposta pelas empresas participantes (art. 64, §3º). Já a Lei do pregão
dispõe que o prazo será de 60 dias, se outro não for fixado pelo edital
(art. 6º). Ou seja, o edital do pregão poderá fixar prazo de validade
diferente de 60 dias para as propostas apresentadas na licitação.
No pregão é vedada no pregão a exigência de:
▪ Garantia de proposta (aquela limitada a 1% do valor orçado, para
assegurar que o licitante honre sua proposta, possível nas demais
modalidades de licitação; não é a garantia contratual, que pode sim ser
exigida no pregão);
▪ Aquisição do edital como condição para participação no certame; e

▪ Pagamento de taxas e emolumentos, SALVO referentes ao custo de


fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da
informação, quando for o caso.

A Lei 10.520 prevê uma série de infrações, em que os licitantes e o


contratado podem incorrer, quais sejam:
▪ Convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o
contrato;

▪ Deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o


certame;
▪ Ensejar o retardamento da execução do objeto;
▪ Não mantiver a proposta;

▪ Falhar ou fraudar na execução do contrato;


▪ Comportar-se de modo inidôneo;
▪ Cometer fraude fiscal.

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Quem cometer alguma dessas infrações ficará impedido de licitar e


contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios
(dependendo do ente que aplique a penalidade) e, será descredenciado
no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores
semelhantes mantidos pelos demais entes federados, pelo prazo de
até 5 anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e
das demais cominações legais.

Pregão eletrônico

A forma eletrônica do pregão não equivale a uma nova e distinta


modalidade de licitação. Trata-se da mesma modalidade licitatória criada e
descrita na Lei 10.520/2002, com todas as exigências, direcionada para a
aquisição de bens e serviços comuns, e vedada para as contratações
de obras de engenharia, locações imobiliárias e alienações em geral.
O pregão eletrônico é tão-somente uma forma de se realizar o pregão
mediante a utilização de recursos de tecnologia da informação, mais
precisamente, pela internet.
Na esfera federal, o pregão eletrônico é regulamentado pelo
Decreto 5.450/2005, o qual se aplica à administração direta e indireta,
incluindo entidades controladas.
Lembrando que, nos termos do referido Decreto, para a União é
obrigatório o uso do pregão nas licitações para aquisição de bens e
serviços comuns, sendo preferencial o uso do pregão eletrônico, o
qual não será utilizado apenas nos casos de comprovada inviabilidade, a
ser justificada pela autoridade competente.
No pregão eletrônico, os licitantes apresentam as propostas e
disputam os lances à distância, por meio de sistema que promova a
comunicação pela internet.
Os licitantes, assim como a autoridade competente do órgão
promotor da licitação, o pregoeiro, e os membros da equipe de apoio,
devem ser previamente credenciados perante o provedor do sistema
eletrônico, quando lhes são atribuídas chaves de identificação e senha
pessoal e intrasferível. Esse credenciamento dependerá de registro
atualizado no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
(Sicaf).

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O edital do pregão será divulgado no endereço eletrônico 13. Após a


divulgação do edital, os licitantes deverão encaminhar proposta com a
descrição do objeto ofertado e o preço até a data e hora marcadas para
abertura da sessão, exclusivamente por meio do sistema eletrônico.
A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet
será aberta pelo pregoeiro, que verificará as propostas apresentadas,
desclassificando aquelas que não estejam em conformidade com os
requisitos estabelecidos no edital. As propostas e seus valores são
disponibilizados na internet, assim como a fundamentação da
desclassificação de cada uma.
O sistema ordenará, automaticamente, as propostas classificadas
pelo pregoeiro, sendo que somente estas participarão da fase de lances.
Iniciada a fase competitiva, os licitantes poderão encaminhar lances,
exclusivamente por meio do sistema eletrônico. Os licitantes serão
informados, em tempo real, do valor do menor lance registrado, mas não
do seu autor.
Após o encerramento da etapa de lances da sessão pública, o
pregoeiro poderá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta
ao licitante que tenha apresentado lance mais vantajoso, para que seja
obtida melhor proposta, observado o critério de julgamento. Essa
negociação será realizada por meio do sistema, podendo ser
acompanhada pelos demais licitantes.
O pregoeiro examinará a proposta classificada em primeiro lugar
quanto à compatibilidade do preço em relação ao estimado para
contratação e verificará a habilitação do licitante conforme disposições do
edital.
Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão
pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema,
manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o
prazo de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os
demais licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem
contra-razões em igual prazo, que começará a contar do término do
prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos
indispensáveis à defesa dos seus interesses.
Da mesma forma que no pregão presencial, a falta de manifestação
imediata e motivada do licitante quanto à intenção de recorrer importará

13 http://www.comprasgovernamentais.gov.br/

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na decadência desse direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o


objeto ao licitante declarado vencedor.
Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos
praticados, a autoridade competente adjudicará o objeto e
homologará o procedimento licitatório.

7. (Cespe – OAB 2010) Mauro, chefe do setor de compras de um órgão do


Instituto Nacional do Seguro Social, recebeu pedido de abertura de procedimento
licitatório para a aquisição de grande quantidade dos seguintes itens: impressoras,
cartuchos para impressoras, monitores LCD e licença para uso de sistema
operacional a ser utilizado nos computadores da autarquia. A solicitação estava de
acordo com todas as normas aplicáveis, incluindo-se a justificativa do quantitativo e
da necessidade dos referidos itens.
Antes de promover a abertura de qualquer procedimento de compra, Mauro
procedeu a análise técnico-econômica e concluiu que a compra dos cartuchos para
impressoras, se realizada separadamente da dos demais itens, implicaria uma
ampliação da concorrência, sem perda da economia de escala. Constatou, também,
que era a terceira vez no ano que a administração encaminhava pedido para a
compra de cartuchos para impressora.
Por fim, verificou que a estimativa do valor total que seria gasto na contratação era
de R$ 700.000,00.
De acordo com os dados apresentados nessa situação hipotética, Mauro deve
promover a abertura de
a) concorrência, pois o valor a ser gasto é substancioso e os produtos e serviços de
informática não podem ser caracterizados como serviços comuns.
b) pregão, sendo preferencial a sua utilização na forma presencial.
c) convite para a elaboração de ata de registro de preços para a aquisição de
cartuchos de impressoras e de concorrência para a compra dos demais itens
solicitados.
d) dois pregões eletrônicos, um para a elaboração de ata de registro de preços para
a aquisição de cartuchos de impressoras e outro para a compra dos demais itens
solicitados.
Comentários: Como regra, a contratação de bens e serviços de
informática que não sejam “comuns” (ex: servidores, desenvolvimento de
sistemas) deve utilizar o tipo de licitação técnica e preço. É o que diz o art. 45,

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§4º da Lei 8.666/93:


§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando
em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando
obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de
outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

Contudo, para os bens e serviços de informática considerados “comuns”,


como impressoras, cartuchos, laptops, estabilizadores, monitores e licenças
de softwares, utiliza-se o pregão, pelo tipo de licitação menor preço,
preferencialmente na modalidade eletrônica. Portanto, das alternativas da
questão, apenas a opção “d” está correta.
Detalhe é que, na alternativa “d”, é dito que um dos pregões, relativo à
compra dos cartuchos, deveria ter como objetivo a elaboração de ata de
registro de preços. Na verdade, a elaboração da ata não seria uma
obrigatoriedade, e sim uma boa prática administrativa, haja vista que a
demanda por esse tipo de material na autarquia é frequente, segundo o
enunciado. Conforme veremos adiante, nos termos do art. 3º, I do Decreto
7.892/2013, o Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado “quando,
pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações
frequentes”. No caso, o registro de preços agilizaria futuras aquisições de
cartuchos, pois não seria preciso abrir um novo procedimento licitatório,
bastando que se convocasse o fornecedor cadastrado na ata.
Gabarito: alternativa “d”

8. (FGV – OAB 2017) A Administração Federal irá realizar sucessivos contratos


de compra de produtos de papelaria, de uso contínuo nos órgãos para os quais os
bens estão destinados. Para tanto, pretende fazer uso dos mecanismos legais que
melhor atendam ao princípio da eficiência. No caso, acerca da modalidade de
licitação a ser adotada, assinale a afirmativa correta.
A) É cabível a utilização do regime diferenciado de contratações públicas (RDC).
B) Deverá ser utilizada a modalidade leilão para cada uma das compras a contratar.
C) É possível o processamento das compras pelo sistema de registro de preços,
mediante a utilização da modalidade pregão.
D) É obrigatória a utilização da modalidade convite, independentemente do valor
orçado.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O RDC somente pode ser utilizado nas situações
expressamente previstas na Lei 12.462/2011 (ex: jogos Olímpicos 2016, PAC,
prevenção e recuperação de desastres, segurança pública, dentre outras). A

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compra de produtos de papelaria não se enquadra em nenhuma das situações


ali previstas.
b) ERRADA. O leilão é modalidade de licitação utilizada para a alienação,
e não para a compra de bens.
c) CERTA. O sistema de registro de preços (SRP) geralmente é utilizado
nas unidades que realizam contratações frequentes de determinado bem ou
serviço, a exemplo de produtos de papelaria de uso contínuo. O SRP atende ao
princípio da eficiência porque com apenas uma licitação é possível atender a
mais de um órgão ou unidade. Ademais, o SRP propicia a formação de um
“banco de dados” de preços e fornecedores, que fica registrado numa ata,
denominada ata de registro de preços, com característica de compromisso
para futura contratação. Assim, quando a Administração desejar contratar
determinado bem ou serviço registrado em SRP, não precisa fazer uma nova
licitação; basta apenas acionar o fornecedor cadastrado na ata, que será então
obrigado a fornecedor o bem ou executar o serviço nas condições e preços
constantes do registro. Para a formação do SRP, a Administração deve realizar
licitação na modalidade concorrência, do tipo menor preço, ou pregão,
precedida de ampla pesquisa de mercado. No caso da questão, a modalidade
poderia ser o pregão porque a licitação visava à compra de bens de natureza
comum (produtos de papelaria).
d) ERRADA. O convite, no caso, só poderia ser utilizado para
contratações de até R$ 80 mil. Acima deste valor, a Administração deveria
utilizar tomada de preço ou concorrência. Não obstante, como se trata de bens
de natureza comum, na verdade a modalidade de licitação mais adequada seria
o pregão, daí sim independentemente do valor da contratação.
Gabarito: alternativa “c”

9. (FGV – OAB 2013) Em um pregão presencial promovido pela União, foram


abertas as propostas de preço, constatando-se que o licitante “M” ofereceu preço de
R$ 10.000,00; “N”, o preço de R$ 10.001,00; “O” ofertou R$ 10.150,00; “P”, o preço
de R$ 10.500,00; “Q” apresentou proposta de R$ 10.999,99 e “R”, por fim, ofereceu
R$ 12.000,00.
Diante da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
A) Devem ser classificados para a fase de lances verbais os licitantes “M”, “N”, “O”,
“P” e “Q”, uma vez que ofereceram a proposta mais baixa e as propostas com preço
até dez por cento superiores àquela.
B) Para a fase de lances verbais, somente devem ser classificados os licitantes “M”,
“N”, “O” e “P”, uma vez que ofereceram a proposta mais baixa e as três outras
melhores propostas.

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C) Todos os licitantes devem ser classificados para a próxima fase, uma vez que
restringir a participação de algum deles significaria ofensa ao caráter competitivo da
licitação.
D) A Administração deve realizar média de todos os preços ofertados e poderão
participar da fase seguinte os licitantes com propostas inferiores a esta média e
aqueles que aceitarem reduzir seu preço para este limite.
Comentários: Nos termos do art. 4º, VIII da Lei 10.520/2002, “no curso da
sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até
10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e
sucessivos, até a proclamação do vencedor”. No caso em análise, a proposta
mais baixa foi apresentado pelo licitante “M”, no valor de R$ 10.000,00.
Portanto, poderão participar da fase de lances, além de “M”, todos aqueles que
apresentaram propostas de até R$ 11.000,00, ou seja, os licitantes “N” (R$
10.001), “O” (R$ 10.150), “P” (R$ 10.500) e “Q” (R$ 10.999). Só ficará de fora o
licitante “R”, cuja proposta excedeu os 10%. Assim, das alternativas da
questão, apenas a opção “a” está correta. Todas as demais apresentam
critérios não previstos em lei.
Gabarito: alternativa “a”

10. (Cespe – MDIC 2014) A administração pública pode utilizar-se da modalidade


pregão para vender equipamentos eletrônicos oriundos de contrabando apreendidos
em uma operação de fiscalização deflagrada pela Receita Federal do Brasil.
Comentário: São comuns questões que tentam confundir pregão com
leilão. Entretanto, são modalidades completamente distintas: o pregão serve
para a aquisição (compra) de bens e serviços comuns, enquanto o leilão serve
para a alienação (venda) de bens. No caso da questão, a modalidade aplicável
seria o leilão, e não o pregão.
Detalhe é que a jurisprudência do TCU admite a contratação por meio de
pregão para serviços de engenharia ditos comuns (ex: colocação de pisos,
troca de azulejos, pintura de paredes), permanecendo a vedação apenas para
as obras. Contudo, para fins de prova, considero que esse conhecimento deve
ser usado apenas se expressamente pedido no enunciado.
Gabarito: Errado

11. (Cespe – Polícia Federal 2014) O termo de referência é o documento usado


na modalidade pregão presencial e eletrônico para serviços comuns de engenharia,
e pode ser comparado ao projeto básico exigido pela Lei de Licitações e Contratos.
Comentário: Nas licitações realizadas na modalidade pregão, é
obrigatória a elaboração de termo de referência, que deve dispor, de forma

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precisa, suficiente e clara, sobre as características do objeto a ser licitado.


O termo de referência é elaborado na fase preparatória do pregão, pelo
setor requisitante do objeto da licitação, em conjunto com a área de compras,
e aprovado por quem autorizou a realização do procedimento licitatório. Serve
de base para a elaboração do edital, a exemplo do projeto básico nas demais
modalidades.
O art. 9º, §2º do Decreto 5.450/2005 apresenta a definição de termo de
referência:
§2º O termo de referência é o documento que deverá conter elementos capazes de
propiciar avaliação do custo pela administração diante de orçamento detalhado,
definição dos métodos, estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de
acordo com o preço de mercado, cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério
de aceitação do objeto, deveres do contratado e do contratante, procedimentos de
fiscalização e gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma
clara, concisa e objetiva.

Gabarito: Certo

TIPOS DE LICITAÇÃO

Tipo de licitação é a forma como se dará o julgamento das propostas


e a escolha do vencedor. Portanto, tipo, na Lei de Licitações, não é
sinônimo de modalidade; tipo quer dizer critério básico de julgamento,
ou seja, julga-se com base no tipo. Na Lei 8.666, as modalidades de
licitação são concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão,
as quais representam a forma específica de conduzir o procedimento
licitatório.
O julgamento das propostas será sempre objetivo, em conformidade
com os tipos de licitação, considerando os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório, de maneira a possibilitar sua aferição
pelos licitantes e pelos órgãos de controle (art. 45, caput).
A única modalidade que foge ao princípio do julgamento objetivo é o
concurso, razão pela qual não se aplicam a ele nenhum dos tipos de
licitação previstos na lei.
Conforme os art. 45 da Lei 8.666/1993, os tipos de licitação são:

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tipos. É que o art. 45, §5º da Lei 8.666 veda a utilização de outros tipos de
licitação não previstos na lei (a combinação resultaria num novo tipo, o que é
vedado).
Gabarito: Errado

13. (Cespe – CNJ 2013) Faltando seis dias úteis da sessão de abertura de
habilitação da licitação, na modalidade concorrência, para execução de obra de
engenharia, cujo critério é menor preço, orçada pela administração pública em R$ 1
milhão, um dos licitantes protocolou pedido de impugnação, alegando as seguintes
irregularidades:
- devido ao valor orçado, deveria ser utilizada a modalidade tomada de preços;
- devido ao vulto da obra, os critérios de licitação deveriam ser técnica e preço;
- por ser uma licitação nacional, empresas estrangeiras deveriam ser proibidas de
participar.
De acordo com essa situação hipotética e conforme a Lei 8.666/1993, julgue o item
que se segue.
O tipo de licitação técnica e preço, citado no pedido de impugnação, não se aplica
nessa licitação.
Comentário: O art. 46 da Lei 8.666/1993 estabelece as situações em que a
Administração poderá adotar o tipo de licitação “técnica e preço”:
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em
especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e
gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior [bens e serviços de informática].

De fato, portanto, o tipo “técnica e preço” (e também o “melhor técnica”)


não se aplica para a contratação da execução de obras de engenharia. Os tipos
“técnica e preço” ou “melhor técnica” seriam aplicáveis apenas para a
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos
da obra, mas não para a execução, que deverá ser licitada pelo tipo “menor
preço”. Excepcionalmente, o tipo “técnica e preço” pode ser utilizado para a
execução de obras de grande vulto e que envolvam tecnologia sofisticada;
mas trata-se de uma exceção, que deve ser devidamente justificada, o que não
é o caso da situação em análise. O quesito está correto, portanto.
Quanto ao item da impugnação relativo à modalidade adotada, embora o
valor orçado (R$ 1 milhão) esteja dentro do limite de tomada de preços para
obras de engenharia (até R$ 1,5 milhão), a Administração pode sim adotar a
modalidade superior, qual seja, a concorrência. Afinal, nos termos do art. 23,

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3º da Lei 8.666, “nos casos em que couber convite, a Administração poderá


utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência”.
Em relação às empresas estrangeiras, elas não podem ser impedidas de
participar da licitação. Nesse sentido, dispõe o art. 3º, §1º, II da Lei 8.666:
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras,
inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo
quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto
no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.

O que a lei admite é o tratamento diferenciado (margem de preferência)


para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras ou que tenham sido criados a partir de tecnologia
desenvolvida no país. Portanto, em tese, um produto manufaturado no Brasil
por uma empresa multinacional poderia ser beneficiado com as regras de
tratamento diferenciado.
Gabarito: Certo

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14. (Cespe – CADE 2014) A dispensa da licitação ocorre quando há inviabilidade


de competição, isto é, inexigibilidade de licitar.
Comentário: Nos casos de dispensa de licitação (dispensada ou
dispensável), a competição é possível, mas não é obrigatória a utilização de
qualquer uma das modalidades licitatórias previstas nos comandos legais.
A Lei 8.666/93 enumera todas as hipóteses em que a licitação é
considerada dispensada ou dispensável, conforme disposto no art. 17 e no
art. 24, respectivamente. A lista proposta, em ambos os casos, é exaustiva,
não podendo ser ampliada pelo aplicador da norma.
Já nos casos em que há inviabilidade de competição, a contratação direta
se dá por inexigibilidade de licitação, nos termos do art. 25 da Lei 8.666/93.
Nesse caso, a lei apresenta uma lista exemplificativa, ou seja, o aplicador da
norma poderá contratar por inexigibilidade em outras situações, não
expressas na lei, desde que, justificadamente, a competição não seja viável.
Gabarito: Errado

15. (FGV – OAB 2014) Diante das chuvas torrenciais que destruíram o telhado do
prédio de uma Secretaria de Estado, o administrador entende presentes as
condições para a dispensa de licitação com fundamento no Art. 24, IV, da Lei nº
8.666/1993 (contratação direta quando caracterizada urgência de atendimento de
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares).
Submete, então, à Assessoria Jurídica a indagação sobre a possibilidade de
contratação de empresa de construção civil de renome nacional para a reconstrução
da estrutura afetada do edifício.
Sobre as hipóteses de contratação direta, assinale a afirmativa correta.
A) As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação não exigem justificativa de
preço, porque são casos em que a própria legislação entende inconveniente ou
inviável a competição pelas melhores condições de contratação.
B) A dispensa de licitação, assim como a de inexigibilidade, não prescinde de
justificativa de preço, uma vez que a autorização legal para não licitar não significa
possibilidade de contratação por preços superiores aos praticados no mercado.
C) Apenas as hipóteses de dispensa de licitação (e não as situações de
inexigibilidade) exigem justificativa de até porque a inexigibilidade significa que
somente uma pessoa pode ser contratada, o que afasta possibilidade de discussão

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quanto ao preço.
D) A dispensa de licitação não exige justificativa de preço, pois a própria lei prevê,
taxativamente, que não se faça licitação nas hipóteses elencadas; na inexigibilidade,
a justificativa de preço é inafastável, diante do caráter exemplificativo do Art. 25 da
Lei.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação
exigem sim justificativa de preço. Como não há competição entre licitantes, a
justificativa do preço é de suma importância para demonstrar a razoabilidade e
a compatibilidade do valor praticado com o mercado. A exigência está prevista
de forma expressa na Lei 8.666/93:
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do
art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,
previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa,
quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados.

b) CERTA. Como dito acima, a justificativa de preço nos processos de


dispensa e de inexigibilidade é uma exigência legal, e tem como fim
demonstrar a compatibilidade do preço contratado com os valores praticados
no mercado.
c) ERRADA. O art. 26, parágrafo único, III da Lei 8.666/93 estabelece que
tanto os processos de dispensa como os de inexigibilidade devem ser
instruídos com a justificativa do preço. Ainda que somente exista um
fornecedor, a Administração não pode contratar a qualquer preço.
d) ERRADA. Vale a mesma justificativa do item anterior.
Gabarito: alternativa “b”

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INEXIGIBILIDADE

Como dito, a inexigibilidade aplica-se a situações em que a


competição entre os licitantes é inviável, quer pela natureza específica do
negócio, quer pelos objetivos visados pela Administração.
As situações em que a licitação é inexigível estão previstas no art. 25
da Lei 8.666/1993:

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de


competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam


ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de
exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico,


diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
crítica especializada ou pela opinião pública.

Preliminarmente, note que o art. 25 apresenta uma lista apenas


exemplificativa de casos em que a licitação é inexigível.
Assim, sempre que a Administração não puder realizar uma licitação
por não existir viabilidade de competição, aplica-se a hipótese de
inexigibilidade, ainda que a situação não se enquadre perfeitamente num
dos incisos do art. 25.
Mas vamos falar um pouco sobre as situações listadas no art. 25.

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1) Serviço técnico especializado previsto no art. 13 da Lei 8.666;


2) Natureza singular do serviço, ou seja, não é um serviço comum, rotineiro,
que possa ser prestado por qualquer empresa;

3) Notória especialização do contratado16;


4) O serviço não é de publicidade ou divulgação.
Por exemplo, uma restauração de obra de arte (serviço técnico
listado no art. 13) só poderá ser contratada por inexigibilidade se for uma
restauração de natureza singular e executada por um profissional de
notória especialização.
Ressalte-se que os serviços previstos no art. 13, dado o caráter
técnico, ou serão contratados por inexigibilidade (art. 25) ou, quando
esta não for aplicável, a licitação será, preferencialmente, por meio de
concurso. Ou seja, a utilização do concurso é preferencial quando não
couber a inexigibilidade (preferencial quer dizer que, se não couber
inexigibilidade, além do concurso também poderá ser utilizada
concorrência ou tomada de preços, por exemplo).
Por fim, nos termos do inciso III, a licitação é inexigível para
contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
por intermédio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
crítica especializada ou pela opinião pública, quando não será
possível comparar seus preços com os de outros artistas.

16. (Cespe – Suframa 2014) Se determinado município, para realizar festividade


em razão do aniversário da cidade, decidir pela contratação de bandas compostas
por renomados artistas nacionais, a contratação desses artistas poderá dar-se
mediante inexigibilidade de licitação.
Comentário: A contratação de artistas consagrados pela crítica
especializada ou pela opinião pública é uma das hipóteses de contratação
direta, por inexigibilidade de licitação, nos termos do art. 25, III da Lei
8.666/1993.
Gabarito: Certo

16 Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua

especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,


aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir
que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do
contrato (art. 25, §1º).

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17. (Cespe – Polícia Federal 2013) Trabalhos relativos à defesa de causas


judiciais são considerados serviços técnicos profissionais especializados
Comentário: Nos termos do art. 13 da Lei 8.666, consideram-se serviços
técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Gabarito: Certo

18. (Cespe – Suframa 2014) Caso o objeto da contratação seja serviço técnico
profissional especializado, será inexigível a licitação, desde que a empresa
contratada possua notória especialização e o objeto seja singular.
Comentário: Para que um serviço técnico especializado possa ser
contratado por inexigibilidade, deve atender a 4 requisitos, cumulativamente,
nos termos do art. 25, II da Lei 8.666: (i) estar enumerado no art. 13 da Lei
8.666; (ii) possuir natureza singular, fora do comum; (iii) ser prestado por
profissional ou empresa de notória especialização; (iv) não ser de publicidade
e propaganda. A conjugação desses requisitos é que demonstra a
inviabilidade de competição para contratar o serviço.
A questão não discriminou qual o serviço a ser contratado; apenas disse
que seria um “serviço técnico especializado”. Assumindo que esse serviço
esteja enumerado no art. 13 e não seja de publicidade e propaganda, o quesito
está correto.
Gabarito: Certo

19. (Cespe – MDIC 2014) Caso pretenda comprar um medicamento produzido por
apenas uma indústria farmacêutica, utilizado para tratar doença tropical típica em
algumas regiões brasileiras, o responsável pelo setor de compras de um hospital
público deverá considerar inexigível a licitação.
Comentário: Uma vez que o medicamento é produzido por apenas uma
indústria farmacêutica, ou seja, por produtor exclusivo, há inviabilidade
competição, fato que fundamenta a contratação direta por inexigibilidade de
licitação, nos termos do art. 25, I da Lei 8.666/1993.
Gabarito: Certo

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20. (Cespe – CADE 2014) O instituto do credenciamento, tratado em lei, é uma


solução para as situações nas quais a licitação se mostra inadequada, como é o
caso de serviço médico.
Comentário: Até pouco tempo tinha-se a ideia de que a “inviabilidade de
competição” configurava-se apenas quando o objeto ou serviço pretendido
pudesse ser fornecido ou prestado por pessoa única, ou seja, quando apenas
um determinado fornecedor, tido como exclusivo, pudesse satisfazer os
interesses da Administração. Obviamente tal conclusão não é equivocada,
pois é o que expressamente dispõe o inciso I do art. 25 da Lei 8.666/93.
Entretanto, essa não é a única hipótese em que se verifica a inviabilidade de
competição.
Com efeito, se a Administração convoca profissionais dispondo-se a
contratar todos os interessados que preencham os requisitos por ela exigidos,
e por um preço previamente definido no próprio ato do chamamento, também
estamos diante de um caso de inexigibilidade, pois, de igual forma, não haverá
competição entre os interessados (afinal, todos que se manifestarem serão
contratados, e não apenas um ou dois). Esse método de inexigibilidade para a
contratação de todos é o que a doutrina denomina de credenciamento.
A doutrina considera que a base legal do credenciamento é o próprio
caput do art. 25 da Lei 8.666, que prevê a possibilidade de contratação sem
licitação quando houver inviabilidade de competição.
Um exemplo citado é o caso de credenciamento de hospitais para o
Sistema Único de Saúde – SUS ou o credenciamento de clínicas para realizar
exame médico de habilitação em motoristas. Por não haver competitividade
entre os interessados na celebração do contrato, não é preciso realizar
procedimento licitatório prévio.
Gabarito: Certo

21. (Funiversa – SAPeJUS/GO 2015) Segundo a Lei n.º 8.666/1993, assinale a


alternativa que apresenta licitação inexigível.
a) Nos casos de guerra.
b) Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo.
c) Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração.
d) Nos casos de grave perturbação da ordem.
e) Para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a

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padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres
Comentário: A inexigibilidade aplica-se a situações em que a competição
entre os licitantes é inviável, quer pela natureza específica do negócio, quer
pelos objetivos visados pela Administração.
O art. 25 da Lei de Licitações enumera, de forma exemplificativa, algumas
hipóteses em que, por haver inviabilidade de competição, a Administração
poderá utilizar a inexigibilidade para contratar. Vejamos:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em
especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,
ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de
natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através
de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública.
Como se nota, a alternativa “b” é a reprodução de parte do inciso I acima,
portanto, é o nosso gabarito. Com efeito, se o bem pretendido pela
Administração só pode ser fornecido por um comerciante exclusivo, a
competição entre licitantes é impossível, pelo simples fato de não existirem
outros concorrentes. Por isso, a Administração pode contratar aquele
fornecedor exclusivo por inexigibilidade de licitação.
Todas as demais alternativas apresentam hipóteses de dispensa de
licitação, previstas no art. 24 da Lei 8.666/93. Nesses casos, a competição é
possível, porém a lei dispensa a realização de procedimento licitatório, de
modo que a Administração pode escolher livremente com quem contratar,
desde que observe, é claro, os princípios administrativos, em especial a
impessoalidade, a moralidade e a economicidade, sempre em busca da melhor
alternativa para o interesse público.
Gabarito: alternativa “b”

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questões que tentam confundir casos de dispensa com casos de


inexigibilidade ou, ainda, que fazem alterações nas condições expressas
nos incisos do art. 24. Portanto, não deixe de ler com atenção esses
dispositivos!
Para facilitar, vamos reproduzi-los aqui.

Licitação dispensada

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação
na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas
alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso
X do art. 24 desta Lei;
d) investidura17;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera de governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no
6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos
da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

17 § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:


I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública,
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que
esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23
desta lei;
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados
dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final
da concessão.

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h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito
local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e
inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de
terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite
de quinze módulos fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e quinhentos
hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da
Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da
Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

No que tange à doação, ressalte-se que, se ela for com encargo,


como regra geral, deverá ser licitada, sendo dispensada apenas no caso
de interesse público devidamente justificado (art. 17, §4º). Doação com
encargo é aquela em que o doador impõe, como contrapartida, alguma
obrigação a ser cumprida pelo donatário.
Por fim, a Administração também poderá conceder título de
propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação
e a autorização legislativa, quando o uso destinar-se (art. 17, §2º):

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a


localização do imóvel;
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou de ato
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de
cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural limitada
a quinze módulos fiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos
hectares);

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22. (Cespe – CADE 2014) Caso um equipamento integrante do patrimônio do


CADE não tenha utilização previsível, ele poderá ser vendido a outra entidade da
administração pública sem a realização de licitação.
Comentário: Trata-se de hipótese de licitação dispensada, nos termos do
art. 17, II, “f” da Lei 8.666/1993:
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
(...)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta
nos seguintes casos:
(...)
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

Gabarito: Certo

Licitação dispensável
Primeiro, vamos conhecer a sistematização que a professora Di Pietro
fez para facilitar a visualização das hipóteses de licitação dispensável
previstas nos trinta e três incisos do art. 24, a saber:
➢ Em razão do valor:
A licitação é dispensável para obras e serviços de engenharia de
valor estimado até R$ 15 mil ou para outros serviços e compras e
para alienações de valor até R$ 8 mil, desde que, em ambos os casos,
não se refiram a parcelas de uma mesma obra, compra ou serviço que
possam ser realizadas de uma só vez (art. 24, I e II).
Importante destacar que tais limites são dobrados (ou seja,
R$ 30 mil e R$ 16 mil, respectivamente) para compras, obras e serviços
contratados por sociedade de economia mista, empresa pública,
agências executivas e consórcios públicos (art. 24, §1º).

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➢ Em razão da situação:
Por exemplo, nos casos de guerra ou calamidade pública, nesta
última, para contratos com duração máxima de 180 dias, vedada a
prorrogação (art. 24, III e IV).
Também compreende os casos de licitação deserta, isto é, quando
não comparecem interessados e a licitação não puder ser repetida sem
prejuízo para a Administração (art. 24, V). Nesse caso, a Administração
poderá contratar diretamente uma empresa, independentemente do valor,
desde que nas mesmas condições estabelecidas no edital da licitação.
Vale também comentar acerca da licitação fracassada, que é
aquela na qual todos os licitantes são inabilitados (fase de habilitação)
ou todas as propostas de preço são desclassificadas (preços
manifestamente superiores aos de mercado ou incompatíveis com os
fixados pelos órgãos oficiais competentes). Nesses casos, a Administração
poderá fixar novo prazo de 8 dias úteis (ou 3 dias úteis em caso de
convite) para apresentação de novas propostas; persistindo a situação
quanto às propostas de preço, será admitida a adjudicação direta, por
valor não superior ao cotado. Ou seja, a licitação fracassada em razão da
desclassificação de todas as propostas de preço é hipótese de
licitação dispensável. Por outro lado, a lei não prevê a possibilidade de
contratação direta no caso de licitação fracassada por conta da
inabilitação dos licitantes.

➢ Em razão do objeto:
Por exemplo, a licitação é dispensável para a compra ou locação de
imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o
valor de mercado (art. 24, X).
Outro exemplo é a contratação de remanescente de obra, serviço
ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto
ao preço, devidamente corrigido. (art. 24, XI). Assim, se o contrato, no
meio da sua execução, é rescindido, a Administração pode contratar por
dispensa o segundo colocado na licitação que originou aquele contrato, a
fim de terminar a sua execução, desde que nas mesmas condições e preço
do licitante vencedor, e observada a ordem de classificação no certame

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(inicialmente, chama o segundo colocado; se este não aceitar, chama o


terceiro e assim por diante).

➢ Em razão da pessoa:
A licitação é dispensável, por exemplo, na contratação realizada por
empresa pública ou sociedade de economia mista com suas
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado (art. 24, XXIII).
Também é dispensável para a celebração de contratos de prestação
de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão (art. 24, XXIV).
Outro exemplo é a contratação de fornecimento ou suprimento de
energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário
ou autorizado (art. 24, XXII).
A licitação é dispensável também para a aquisição, por pessoa
jurídica de direito público interno (não cabe para as SEM e as EP, que
têm personalidade jurídica de direito privado!) de bens produzidos ou
serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração
Pública, desde que esse órgão ou entidade tenha sido criado para esse
fim específico (produção do bem ou prestação do serviço) e em data
anterior à vigência Lei 8.666/1993, desde que o preço contratado seja
compatível com o mercado (art. 24, VIII). Ou seja, é proibida a
contratação desse órgão ou entidade por dispensa se ele tiver sido criado
após a Lei 8.666, em 1993. Há, contudo, uma EXCEÇÃO para a aquisição
de produtos estratégicos para o SUS, que pode ser feita sem licitação
quando o contratado for um órgão ou entidade da Administração que
produza esses produtos a preços de mercado, mesmo que tenha sido
criado após o início da vigência da Lei 8.666 (art. 24, §2º).
****
Enfim, pessoal, fora as situações de licitação dispensável
apresentadas acima, existem muitas outras previstas no art. 24 da
Lei 8.666, as quais devem ser conhecidas, pois são muito cobradas em
prova. É lógico que não precisa decorar tudo. Mas, pelo menos, a leitura
do dispositivo é importante; a consolidação do conhecimento virá com a
resolução de questões.
Para facilitar, segue a transcrição do art. 24 da Lei 8.666/1993:

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Art. 24. É dispensável a licitação:


I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior
[R$ 15 mil], desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou
serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior [R$ 8 mil] e para
alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas
de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser
realizada de uma só vez;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;


IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras
e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,


justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,
mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos
em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não
superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno,
de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei [exceto para produtos estratégicos do
SUS], desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido
o Conselho de Defesa Nacional;

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X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o
valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a
ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios
correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou
de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada
detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes
às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de
uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação
de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por
órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim
específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal
condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de
navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento
quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional
ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer
a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda
ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei [R$ 80 mil];
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver

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necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio
logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
instituída por decreto;
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem
fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da
Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-
obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado.

XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e


desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a
20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput
do art. 23;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia
elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado,
segundo as normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade
de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição
ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com
as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT
ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou
com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços
públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de
consórcio público ou em convênio de cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de


resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com
sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo
poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de
equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde
pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados


no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão.

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XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em
operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,
com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência
técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei
federal.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o,
4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os
princípios gerais de contratação dela constantes [essa lei dispõe sobre incentivos
à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo].

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de


produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da
Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as
etapas de absorção tecnológica.
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de
baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno
de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por
fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar
órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em
projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional,
científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão
administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em
parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos
para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste
artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior
à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado.

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23. (Cespe – Suframa 2014) Caso, em razão de fortes chuvas em determinado


município, uma represa se rompa e ocasione alagamento em alguns bairros, e, em
razão desse fato, o governo local decrete estado de calamidade pública, poderá o
município valer-se da inexigibilidade de licitação para realizar obras de reparo da
represa e evitar novos alagamentos.
Comentário: Os casos de calamidade pública permitem a contratação
direta por dispensa de licitação, nos termos do art. 24, IV da Lei 8.666/1993, e
não por inexigibilidade. Por exemplo, o município de que trata a questão
poderia adquirir medicamentos para os feridos, contratar máquinas para retirar
os entulhos nas ruas ou fazer obras para conter desabamentos. Perceba que,
nos exemplos citados, há possibilidade de competição (considerando que o
município possui vários fornecedores capazes de atender a essas demandas),
o que de pronto já afasta a inexigibilidade. Mas a lei autoriza a contratação
direta por dispensa em razão da emergência da situação (imagine se o
município tivesse que, numa situação de calamidade, preparar um edital com
30 dias de antecedência, abrir um certame, julgar as impugnações, recursos e
todas as demais formalidades de um procedimento licitatório).
Entretanto, ressalte-se que, na hipótese de calamidade pública ou de
emergência, a contratação direta por dispensa é permitida somente para os
bens necessários ao atendimento da situação calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos (art. 24, IV).
Gabarito: Errado

24. (Cespe – MTE 2014) Caso o MTE pretenda celebrar contrato de prestação de
serviços com organização social devidamente qualificada para atividade
contemplada no contrato de gestão, a licitação será dispensável.
Comentário: Trata-se de hipótese de licitação dispensável prevista no
art. 24, XXIV da Lei 8.666/1993:
Art. 24. É dispensável a licitação:
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão.

Gabarito: Certo

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25. (Cespe – MTE 2014) Considere que um município tenha interesse em celebrar
contrato de programa com outro ente da Federação, ou com entidade de sua
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
nos termos do autorizado em contrato de consórcio público. Nessa situação, a
licitação será dispensável.
Comentário: Trata-se de hipótese de licitação dispensável prevista no
art. 24, XXVI da Lei 8.666/1993:
Art. 24. É dispensável a licitação:
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de
forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
convênio de cooperação.

Gabarito: Certo

26. (Cespe – PGE/BA 2014) Desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado, é possível a dispensa de licitação para a aquisição, por
secretaria estadual de planejamento, de bens produzidos por autarquia estadual que
tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei n.º
8.666/1993.
Comentários: Trata-se de hipótese de licitação dispensável prevista no
art. 24, VIII da Lei 8.666/1993:
Art. 24. É dispensável a licitação:
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência
desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

Gabarito: Certo

27. (Cespe – Polícia Federal 2014) Considere que determinado órgão da


administração pública pretenda adquirir equipamentos de informática no valor de
R$ 5.000,00. Nesse caso, o referido órgão tem a opção discricionária de realizar
licitação ou proceder à aquisição direta mediante dispensa de licitação, em razão do
baixo valor dos equipamentos.
Comentário: A Lei nº 8.666/1993, nos incisos I e II do art. 24, dispensa
licitação por considerar que o valor da contratação não compensa os custos
para a Administração com o procedimento licitatório. Essa dispensa por valor
não pode ultrapassar 10% do limite previsto para modalidade convite, ou seja,
não pode ultrapassar R$ 15 mil nas obras e serviços de engenharia ou R$ 8 mil
nas demais compras e serviços. Porém, mesmo a Administração podendo
enquadrar uma contratação como dispensa do art. 24, deve-se levar em conta,

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sempre, a relação custo-benefício entre licitar ou dispensar, ou seja, trata-se


de uma opção discricionária do administrador público. A questão está correta,
portanto (o valor dos equipamentos está abaixo do limite máximo de R$ 8 mil).
Gabarito: Certo

28. (Cespe – CADE 2014) Todos os casos de dispensa de licitação devem ser
formalizados pelos órgãos que a processam.
Comentário: De regra, os casos de dispensa e de inexigibilidade devem
ser formalizados pelos órgãos que a processam, EXCETO as dispensas de
licitação em razão do valor, previstas no art. 24, incisos I e II, que prescindem
de formalização. É o que prevê o art. 26 da Lei 8.666/1993:
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do
art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,
previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa,
quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados.
Como se vê, as providências previstas no art. 26 são desnecessárias no
caso de dispensa de licitação em razão do valor (o art. 26 só se aplica ao
“inciso III e seguintes do art. 24”).
Lembrando, porém, que a motivação (indicação expressa dos motivos)
dos atos administrativos que decidam pela dispensa ou pela inexigibilidade é
obrigatória, nos termos do art. 50, IV da Lei 9.784/1990. Portanto, as dispensas
em razão do valor devem ser motivadas. A diferença é que tal motivação não
precisa seguir as formalidades previstas no art. 26 da Lei 8.666/1993 (a
dispensa em razão do valor não precisa ser comunicada à autoridade superior
no prazo de 3 dias ou publicada na imprensa oficial no prazo de 5 dias).
Gabarito: Errado

29. (FGV – OAB 2013) Nenhuma proposta foi apresentada na licitação promovida
por uma autarquia federal para a aquisição de softwares de processamento de

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dados. Com relação a esse caso, assinale a afirmativa correta.


A) Um novo procedimento licitatório deve ser realizado no prazo de até 180 dias do
término do procedimento anterior.
B) A hipótese é de licitação dispensada, ainda que ela possa ser repetida sem
prejuízo para a Administração.
C) A hipótese é de inexigibilidade de licitação, desde que a contratação se faça no
prazo de até 180 dias do término do procedimento anterior.
D) A contratação direta é admitida, se a licitação não puder ser repetida sem
prejuízo para a Administração.
Comentários: Quando nenhuma proposta é apresentada e a licitação não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, configura-se a hipótese
de licitação deserta. Nesse caso, segundo o art. 24, V da Lei 8.666/93, a
Administração poderá contratar diretamente uma empresa,
independentemente do valor, desde que nas mesmas condições estabelecidas
no edital da licitação. Trata-se, portanto, de hipótese de dispensa de licitação:
Art. 24. É dispensável a licitação:
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
condições preestabelecidas;

Correta, portanto, a alternativa “d”. Todas as demais apresentam critérios


não previstos em lei. Atente, na opção “b”, que se a licitação puder ser
repetida sem prejuízo para a Administração, não restará configurada a
hipótese de dispensa de licitação.
Gabarito: alternativa “d”

30. (FGV – OAB 2014) A Agência Reguladora de Serviços Públicos autarquia do


Estado ABC, identificou um imóvel, no centro da cidade XYZ (capital do Estado)
capaz de receber as instalações de sua nova sede. O proprietário do imóvel, quando
procurado, demonstrou interesse na sua alienação pelo preço de avaliação da
Administração Pública.
Considerando a disciplina legislativa a respeito do tema, assinale a opção correta.
A) É possível a compra de bem imóvel pela Administração, dispensada a licitação no
caso de as necessidades de instalação e localização condicionarem a sua escolha.
B) Não é possível a celebração de contrato de compra e venda, pois a única forma
de aquisição de bem imóvel pelo Estado é a desapropriação.
C) É possível a compra de bem imóvel pela Administração, mas tal aquisição deve
ser, obrigatoriamente licitação, na modalidade de concorrência.

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D) É possível a compra de bem imóvel pela Administração, mas tal aquisição deve
ser, obrigatoriamente, precedida de licitação, na modalidade de leilão
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA, nos termos do art. 24, X da Lei 8.666/93:
Art. 24. É dispensável a licitação:
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia;

b) ERRADA. O Estado também pode adquirir bem imóvel mediante a


celebração de contrato de compra e venda, precedido de licitação, ressalvadas
as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade. A desapropriação, por sua vez,
ocorre em casos excepcionais, por razões de utilidade pública, de necessidade
pública ou de interesse social.
c) ERRADA. De fato, se for feita a licitação, a modalidade a ser empregada
na aquisição de bem imóvel é a concorrência, independentemente de valor (Di
Pietro 2015, p. 447). Contudo, a Lei 8.666/93, art. 24, X, prevê a hipótese de
dispensa reproduzida acima, de modo que a palavra “obrigatoriamente”
macula o item.
d) ERRADA. Com dito, a modalidade a ser utilizada na compra de bens
imóveis, quando for o caso, é a concorrência.
Gabarito: alternativa “a”

31. (FGV – OAB 2015) Após celebrar contrato de gestão com uma organização
social, a União pretende celebrar, com a mesma organização, contrato de prestação
de serviços para a realização de atividades contempladas no contrato de gestão.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
(A) É obrigatória a realização de licitação para a celebração do contrato de
prestação de serviços.
(B) É dispensável a realização de licitação para a celebração do contrato de
prestação de serviços.
(C) É inexigível a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação
de serviços.
(D) Não é possível celebrar contrato de prestação de serviços com entidade
qualificada como organização social.
Comentário: Segundo o art. 24, XXIV da Lei 8.666/93, a licitação é
dispensável para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de

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governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.


Gabarito: alternativa “b”

32. (ESAF – Ministério da Fazenda 2012) Acerca da dispensa de licitação em


razão da pessoa a ser contratada, analise as questões a seguir, assinalando
verdadeiro(V) ou falso(F) ao final de cada assertiva. Concluída a análise, assinale a
opção que contenha a sequência correta.
( ) Apenas a administração pública direta, autarquias e fundações públicas poderão
contratar bens ou serviços sob o fundamento do art. 24, VIII da Lei n. 8.666/93, sem
a devida licitação.
( ) As previsões de dispensa de licitação constantes dos incisos VIII e XVI do art. 24
da Lei n. 8.666/93 referem-se tanto às entidades que desenvolvam atividade
econômica, quanto às prestadoras de serviços públicos.
( ) É circunstância necessária para caracterizar a excepcionalidade da contratação
direta de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa,
do ensino, ou do desenvolvimento institucional que haja pertinência entre o objeto da
contratação e o ramo de atividade da entidade.
a) V, V, V
b) F, F, F
c) F, V, V
d) V, F, F
e) V, F, V
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
I) VERDADEIRA. Segundo o art. 24, VIII da Lei 8.666, a licitação é
dispensável:
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência
desta Lei [exceto para produtos estratégicos do SUS], desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado;
Portanto, o permissivo se aplica apenas às entidades administrativas de
direito público, quais sejam, órgãos da administração pública direta,
autarquias e fundações públicas. Ficam de fora as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.
II) FALSA. Da mesma forma que inciso VIII, o XVI também é direcionado
apenas às pessoas jurídicas de direito público interno, ou seja, não
compreende as EP e SEM, sejam elas exploradoras de atividade econômica,

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sejam prestadoras de serviço público:


XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades
que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

Gabarito: alternativa “e”

33. (ESAF – CGU 2012) Determinado órgão pertencente à estrutura da União é


participante de registro de preços regularmente processado para a aquisição de
papel A4.
A despeito do registro da ata resultante do certame acima referido, o citado órgão
resolve promover licitação na modalidade de Pregão para a contratação de papel
A4.
A respeito do caso hipotético acima narrado, indique a opção correta.
a) Não é lícito ao órgão promover nova licitação para a contratação de objeto
constante da ata de registro de preços da qual seja participante.
b) Independentemente do preço ofertado, o órgão estará obrigado a contratar como
licitante vitorioso na segunda licitação, posto que não realizada pelo sistema de
registro de preços.
c) Caso o preço ofertado pelo licitante vitorioso na segunda licitação seja o mesmo
preço registrado em ata, terá preferência na aquisição o licitante cujo preço consta
registrado em ata.
d) Para fins de aplicação do art. 70 do Decreto n. 3.931/2001, não basta cotejar
somente os preços respectivamente ofertados na segunda licitação e os registrados
em ata, sendo necessário analisar as condições das propostas, a fim de buscar a
existência de igualdade de condições.
e) O órgão público está obrigado a mencionar, no termo de referencia da segunda
licitação, a existência de ata de registro de preços da qual faça parte e que conte
com o mesmo objeto então licitado.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A existência de preços registrados não obriga a
Administração a contratar com o fornecedor registrado, ficando-lhe facultada a
realização de licitação específica para a aquisição pretendida. Porém, o
fornecedor registrado terá preferência em igualdade de condições.
b) ERRADA. Como sobredito, o fornecedor registrado terá preferência em
igualdade de condições. Portanto, caso as condições do licitante vitorioso na
licitação sejam iguais ou piores do que as condições registradas na ata (do
ponto de vista da Administração, é claro), o órgão terá que contratar com o

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fornecedor registrado.
c) ERRADA. Perceba que a assertiva só fala em “preço” e o critério deve
ser “igualdade de condições”; portanto, outras variáveis, além do preço,
devem ser pesadas para concluir se uma proposta está ou não em igualdade
de condições em relação à outra. Veja a alternativa seguinte, que é o gabarito.
d) CERTA. Esta assertiva está mais correta que a anterior, pois informa
que não basta cotejar somente os preços ofertados na segunda licitação e os
registrados em ata, sendo necessário analisar as condições das propostas, a
fim de buscar a existência de igualdade de condições. Por oportuno, vale
anotar que o Decreto 3.931/2001 foi revogado. Hoje, a norma que regulamenta
o SRP é o Decreto 7.892/2013. Mas isso não influencia na questão, pois o
art. 16 do novo Decreto estabelece:
Art. 16. A existência de preços registrados não obriga a administração a contratar,
facultando-se a realização de licitação específica para a aquisição pretendida,
assegurada preferência ao fornecedor registrado em igualdade de condições.

e) ERRADA. Não existe a obrigatoriedade informada no item.


Gabarito: alternativa “d”

34. (Funiversa – SEPLAG/DF 2011) As chuvas que causaram as situações de


tragédias e mortes na região serrana do Rio de Janeiro tiveram como consequência
a decretação do estado de calamidade pública.
Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.
a) Uma vez ocorrido o desastre de grandes proporções e com a finalidade de salvar
vidas, pode o administrador público efetivar contrato com dispensa de licitação antes
da sua declaração formal, tendo em vista o princípio da eficiência.
b) A verificação de que a conduta do administrador é considerada desidiosa e de
que outra em sentido contrário poderia ter evitado todo aquele drama tem como
resultado o impedimento da Administração de poder servir-se da dispensa de
licitação, por calamidade pública, já que ela própria deu causa a tal situação.
c) A dispensa de licitação nessas circunstâncias pode abranger bens de conteúdo
não econômico, como o bem-estar, a justiça e a dignidade, dado o conteúdo
exemplificativo da expressão "outros bens" do artigo 24 da Lei n.º 8.666/1993.
d) Além dos requisitos legais, a contratação por calamidade pública exige a
fundamentação do preço, tendo em vista o disposto na Lei n.º 8.666/1993, com
manutenção da coerência em relação à situação e ao contrato firmado.
e) Nas situações de calamidade, não é possível falar-se em contrato provisório.
Comentários: Em caso de calamidade pública, é possível que os bens e
serviços necessários para enfrentar a situação sejam contratados por

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dispensa de licitação. É o que prevê o art. 24, IV da Lei 8.666/93:


Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulare , e omente para o ben nece ário ao atendimento da ituação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;

Dito isso, vamos analisar cada alternativa:


a) ERRADA. A contratação emergencial por dispensa de licitação só pode
ser efetivada após o reconhecimento formal da situação de calamidade
pública, o que normalmente é feito mediante decreto do Poder Executivo.
b) ERRADA. Segundo a jurisprudência do Tribunal de Contas da União, “é
possível a contração por dispensa de licitação, com suporte no comando
contido no inciso IV do art. 24 da Lei nº 8.666/1993, ainda que a emergência
decorra da inércia ou incúria administrativa, devendo ser apurada, todavia, a
responsabilidade do agente público que não adotou tempestivamente as
providências a ele cabíveis”. Em outras palavras, a Administração pode
contratar por dispensa de licitação, mas depois terá que responsabilizar o
agente público que agiu de forma desidiosa.
c) ERRADA. Os bens que podem ser contratados por dispensa
emergencial são restritos: somente aqueles necessários ao atendimento da
situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos. Portanto, não pode abranger bens de conteúdo
não econômico, como o bem-estar, a justiça e a dignidade, pois esses valores
extrapolam o combate imediato da situação de emergência.
d) CERTA. Segundo o art. 26, III da Lei 8.666/93, os processos de dispensa
de licitação devem ser instruídos com a justificativa do preço praticado na
compra, o qual, logicamente, deve guardar coerência com a situação, ou seja,
pode até não ser o preço geralmente praticado em condições normais, mas
também não pode ser algo fora dos limites da razoabilidade.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do
art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição

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para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,
previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes
elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa,
quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados.

e) ERRADA. O contrato emergencial firmado por dispensa de licitação tem


duração máxima de 180 dias, improrrogáveis. Logo, pela curta duração, pode-
se dizer que são contratos provisórios.
Gabarito: alternativa “d”

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO

De forma similar ao que ocorre com os atos administrativos, a


licitação pode ser revogada ou anulada.
Na Lei 8.666, a revogação e a anulação do procedimento licitatório
está disciplinada no art. 49:

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento


somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público
decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de
ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente
fundamentado.

Como sabemos, a revogação é feita pela própria Administração,


baseada em juízo de conveniência e oportunidade. Na licitação, o detalhe
é que a revogação somente pode ocorrer em duas hipóteses:
▪ por razões de interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta, ou seja, fatos novos que tenham ocorrido em momento posterior
ao início da licitação (art. 49).
▪ quando o adjudicatário convocado não assinar o termo de contrato ou não
aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos no edital (art. 64, §2º).

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A anulação, por sua vez, ocorre por motivo de ilegalidade, podendo


ser feita de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado. Lembrando que a anulação também
poderá ser decretada pelo Poder Judiciário, quando provocado.
A anulação da licitação pode ocorrer inclusive durante a execução
contratual, ou seja, após o encerramento da licitação e após a assinatura
do contrato. Se isso ocorrer, a anulação da licitação induz à anulação do
contrato (art. 49, §2º). Já a revogação da licitação não pode ocorrer
depois de assinado o contrato.
Um detalhe interessante: a licitação é um procedimento
administrativo, vale dizer, uma sequência encadeada de atos
administrativos. Sendo assim, a sua anulação pode ser total, quando
atinge todos os atos do procedimento, ou parcial, quando incide apenas
sobre determinados atos. A anulação parcial, contudo, implica nulidade de
todas as etapas posteriores do procedimento que sejam dependentes ou
consequentes do ato anulado. Diversamente, a revogação deve ser
sempre total, vale dizer, desfaz toda a licitação, não sendo possível a
revogação de um simples ato do procedimento.
A regra é que nas duas hipóteses de desfazimento (revogação e
anulação) ficam assegurados o contraditório e a ampla defesa (art. 49,
§3º). Tanto isso é verdade que a alínea “c” do inciso I do art. 109 da Lei
de Licitações prevê a possibilidade de se interpor recurso contra o ato de
anulação ou revogação.
Todavia, a jurisprudência dos Tribunais Superiores tem sido no
sentido de que, no caso da revogação, nem sempre o contraditório se faz
necessário. Especificamente, a revogação da licitação, quando feita antes
da homologação e da adjudicação, não enseja o contraditório e a
ampla defesa. O direito de defesa prévio à revogação só precisa ser
observado quando há direito subjetivo das empresas concorrentes, o
que só ocorre após a homologação e adjudicação do serviço licitado.
Por fim, registre-se que a anulação do procedimento licitatório por
motivo de ilegalidade não gera, para a Administração, a obrigação de
indenizar, EXCETO pelo que a empresa contratada já tiver executado
(quando a anulação da licitação ocorre após a contratação) e por outros
prejuízos regularmente comprovados, contanto que a anulação não
tenha ocorrido por culpa da própria empresa (se a empresa for culpada,
não precisa indenizar) (art. 49, §1º c/c art. 59, parágrafo único).

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36. (FGV – OAB 2014) A União licitou, mediante concorrência, uma obra de
engenharia para construir um hospital público Depois de realizadas todas as etapas
previstas na Lei n. 8.666/93, sagrou-se vencedora a Companhia X. No entanto,
antes de se outorgar o contrato para a Companhia X, a Administração Pública
resolveu revogar a licitação.
Acerca do tema, assinale a afirmativa correta.
A) A Administração Pública pode revogar a licitação, por qualquer motivo,
principalmente por ilegalidade, não havendo direito subjetivo da Companhia X ao
contrato.
B) A revogação depende da constatação de ilegalidade no curso do procedimento e,
nesse caso, não pode ser decretada em prejuízo da Companhia X, que já se sagrou
vencedora.
C) A revogação, fundada na conveniência e na oportunidade da Administração
Pública, deverá sempre ser motivada e baseada em fato superveniente ao início da
licitação.
D) Quando a Administração lança um edital e a ele se vincula, somente será
possível a anulação do certame em caso de ilegalidade, sendo-lhe vedado, pois,
revogar a licitação.
Comentário: Em caso de ilegalidade, a licitação deve ser anulada e não
revogada. Com isso, já descartamos as opções “a” e “b”. A revogação, por sua
vez, é feita pela própria Administração, baseada em juízo de conveniência e
oportunidade. A Lei 8.666/93 permite que a licitação seja revogada em duas
hipóteses:
▪ por razões de interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta, ou seja, fatos novos que tenham ocorrido em momento
posterior ao início da licitação (art. 49).
▪ quando o adjudicatário convocado não assinar o termo de contrato ou
não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos no edital (art. 64, §2º).
Como se nota, a alternativa “c” se encaixa na primeira hipótese acima, daí
o gabarito. O erro da opção “d” é que não é vedado à Administração revogar a
licitação, pois há essa permissão na Lei 8.666/93.
Gabarito: alternativa “c”

37. (Cespe – MPTCDF 2013) Nos casos de desfazimento do processo licitatório,


mesmo quando o procedimento não tiver sido concluído nem gerado direitos
subjetivos a qualquer dos licitantes, dá-se aplicabilidade ao dispositivo da Lei

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n.o 8.666/1993 que garante a observância dos princípios do contraditório e da ampla


defesa
Comentário: Segundo a Lei de Licitações, a anulação e a revogação –
hipóteses de desfazimento da licitação – exigem o contraditório e a ampla
defesa. Todavia, a jurisprudência do STJ e do STF é no sentido de que, no
caso de revogação, o contraditório é desnecessário quando a licitação ainda
está em andamento, pois ainda não gerou direitos subjetivos aos licitantes. O
direito de defesa só é imprescindível no caso de a licitação já ter sido
homologada. A título ilustrativo, vejamos trecho da decisão do STF no AI
228.554-4:
Ora, antes da homologação da licitação, não exsurge aos concorrentes nenhum
direito subjetivo capaz de impedir a revogação da abertura do processo licitatório,
por óbvia conveniência pública, superveniente à desistência de todos os concorrentes
menos um, nem tampouco alguma lesão patrimonial, de que se irradiasse direito a
indenização. Nessas circunstâncias, em que com a revogação nada sofreu a esfera
dos direitos e interesses privados, não havia lugar para observância de
contraditório e ampla defesa, inerentes à cláusula constitucional do justo processo
da lei (due process of law), cujo alcance está em impedir ação arbitrária e lesiva do
Estado.
Gabarito: Errado

38. (Cespe – Polícia Federal 2013) A licitação, após a adjudicação, não pode ser
anulada pela administração pública, em razão do princípio da segurança jurídica.
Comentário: A licitação pode sim ser anulada após a adjudicação e
mesmo após a assinatura do contrato, daí o erro. Nesta última hipótese, a
anulação da licitação provoca a nulidade do contrato (art. 49, §2º).
Já a revogação da licitação, por outro lado, não pode ocorrer depois de
assinado o contrato (pode após a adjudicação, mas não após a assinatura do
contrato).
Gabarito: Errado

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

CONCEITO

De forma simples, pode-se conceituar o contrato administrativo da


seguinte forma18:

Contrato administrativo: ajuste firmado entre a Administração


Pública e um particular, regulado basicamente pelo direito público, e tendo
por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interesse
público.

O ponto chave dessa definição está na parte que diz que os contratos
administrativos são “regulados basicamente pelo direito público”.
Afinal, só o fato de o Estado ser sujeito na relação contratual não
serve, isoladamente, para caracterizar o contrato administrativo. O
mesmo deve ser dito em relação ao objeto: é que não só os contratos
administrativos, mas também os contratos privados da Administração
devem ter, fatalmente, um objetivo que traduza o interesse público.
Assim, tais elementos (sujeito e objeto) têm que ser sempre
conjugados com o regime jurídico, este sim o elemento marcante e
diferencial dos contratos administrativos, nos quais a Administração
Pública atua na qualidade de Poder Público, dotada, por isso, de
prerrogativas características de direito público (supremacia).

CLÁUSULAS EXORBITANTES

As cláusulas exorbitantes, também denominadas de cláusulas de


privilégio, são as prerrogativas de direito público conferidas pela lei à
Administração na relação do contrato administrativo, dotando-a de uma
posição de supremacia em relação à parte contratada19.
A doutrina aponta a presença de cláusulas exorbitantes como a
principal característica dos contratos administrativos. Afinal, tais cláusulas
são chamadas “exorbitantes” justamente porque extrapolam aquilo que
existe, aquilo que seria admitido no direito comum 20 . Nos contratos de
direito privado, celebrados entre particulares, as partes estão em situação

18 Carvalho Filho (2014, p. 175)


19 Carvalho Filho (2014, p. 193).
20 Alexandrino e Paulo (2014, p. 540).

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A lei, portanto, confere à Administração o direito de exigir que o


contratado se submeta às alterações impostas nesses limites, ao mesmo
tempo em que comina ao contratado a obrigação de aceita-las. Não se
submetendo às alterações, o contratado é considerado como
descumpridor do contrato, dando margem a que a Administração rescinda
o ajuste, atribuindo-lhe culpa pela rescisão.
Da mesma forma, em regra, a Administração não pode impor
alterações além dos limites da lei. Com efeito, nenhum acréscimo ou
supressão poderá exceder os referidos limites, salvo as supressões
resultantes de acordo celebrado entre os contratantes (art. 65, §2º,
II). Veja que a lei admite a extrapolação dos limites apenas para as
supressões (e não para os acréscimos!), e desde que haja acordo entre as
partes. Nesse caso, como há acordo, não se trata de alteração unilateral,
ou seja, não é exemplo de cláusula exorbitante.
A possibilidade de alteração unilateral do contrato pela Administração
abrange apenas as chamadas cláusulas regulamentares, de execução
ou de serviço, que são aquelas que dispõem sobre o objeto do contrato e
seu modo de execução, isto é, sobre como o contrato será executado
(ex: quantidades contratadas, tipo de serviço a ser desempenhado).
Por outro lado, as denominadas cláusulas econômico-financeiras
nunca podem ser modificadas unilateralmente. Tais cláusulas são as que
estabelecem a relação entre as obrigações do contratado e a remuneração
devida pela Administração, isto é, o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, o qual deve ser mantido durante toda execução do ajuste.
Aliás, essa impossibilidade de alteração unilateral da equação
econômico-financeira do contrato está prevista de forma expressa no
art. 58, §1º da Lei 8.666/1993, segundo o qual “as cláusulas econômico-
financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado”. Ademais, no art. 65,
§6º, a lei prevê que “em havendo alteração unilateral do contrato que
aumente os encargos do contratado, a Administração deverá
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro
inicial”.
Assim, na hipótese de alteração unilateral, “as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual” (art. 58, §2º). E essa previsão da lei decorre
diretamente da Constituição Federal (art. 37, XXI), que exige, nos

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processos de licitação para obras, serviços, compras e alienações, a


manutenção das “condições efetivas da proposta”.
Por exemplo: suponha que a Administração tenha adquirido
100 bens, comprometendo-se a pagar R$ 100,00, portanto, R$ 1,00 por
bem. A lei permite (art. 65, §1º) que a Administração acresça ou diminua
as quantidades contratadas em até 25%, sendo obrigatória a observância
por parte do contratado, desde que se mantenha o necessário equilíbrio
econômico-financeiro. Dessa forma, se a Administração, no lugar de
100 bens, quiser o fornecimento de 125 bens, a empresa contratada ficará
obrigada a fornecê-los; entretanto, a fim de preservar o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, a remuneração devida pela
Administração passará de R$ 100,00 para R$ 125,00 23 . O mesmo
raciocínio se aplica na hipótese de redução unilateral do objeto do
contrato.
Perceba, no exemplo, que se o valor total devido pela Administração
após a alteração unilateral continuasse o mesmo previsto inicialmente
(R$ 100,00), haveria quebra do equilíbrio econômico-financeiro do ajuste,
em desfavor do contratado, visto que cada bem estaria saindo a R$ 0,80
(R$ 100,00 ÷ 125 bens), e não mais a R$ 1,00, como na equação
financeira original.
Registre-se que a alteração do equilíbrio econômico-financeiro só
pode ocorrer se houver prévia concordância do contratado.
Prosseguindo. No caso de supressão unilateral de obras, bens ou
serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local
dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos
de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos,
podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes
da supressão, desde que regularmente comprovados (art. 65, §4º). Tal
regra prevista na lei é uma forma de preservar o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato nos casos em que o contratado já havia se
mobilizado para prestar os serviços suprimidos pela Administração.
Por fim, abre-se um parêntese para registrar que a lei admite
alteração do contrato de comum acordo entre as partes (não se trata de
cláusula exorbitante, portanto) nos seguintes casos (art. 65, II):

23 Nesse exemplo, estamos desconsiderando eventuais atualizações do valor inicial do contrato. Mas não

se esqueça de que o limite de acréscimos e supressões (25% ou 50%, conforme o caso) incide sobre o
valor inicial atualizado do contrato.

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Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
(...)
II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;


b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial
atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de
fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária
e extracontratual.

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39. (Cespe – OAB 2010) Acerca do contrato administrativo, assinale a opção


correta.
a) Mediante acordo entre as partes, pode a supressão de um objeto contratado ser
superior a 25% do valor atualizado do contrato.
b) O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos que se fizerem nas obras, serviços, compras ou reforma de edifício, até
o limite de 25% do valor inicial atualizado do contrato.
c) Em atenção ao princípio da supremacia do interesse público, a majoração dos
encargos do contratado advinda de alteração unilateral do contrato não implica o
restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro inicial.
d) A responsabilidade do contratado pela reparação ou correção dos vícios
encontrados no objeto contratado somente ocorrerá se houver previsão expressa
nesse sentido no contrato firmado entre a administração pública e o fornecedor.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA, nos termos do art. 65, §2º da Lei 8.666/93:
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no
parágrafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
Portanto, é possível sim a supressão do contrato em patamares
superiores a 25%, desde que por comum acordo (não se trata de cláusula
exorbitante, portanto). Por outro lado, é importante esclarecer que o mesmo
não se aplica aos acréscimos contratuais, que só poderão atingir 25% ou 50%,
conforme o caso. Nem mesmo por acordo entre as partes os acréscimos
poderão superar tais limites.
b) ERRADA. O limite de 25% é aplicável somente nos contratos de obras,
serviços ou compras; nos contratos de reforma de edifício ou de equipamento,
o limite é de 50. Está previsto no art. 65, §1º da Lei 8.666/93:
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular
de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por
cento) para os seus acréscimos.

c) ERRADA. Conforme o art. 65, §6º da Lei 8.666/93, “em havendo


alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a

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Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-


financeiro inicial”.
d) ERRADA. Tal responsabilidade do contratado está prevista no art. 69
da Lei 8.666/93, portanto, prescinde de previsão no instrumento do contrato:
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir,
às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem
vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Gabarito: alternativa “a”

40. (FGV – OAB 2010) Uma das características dos contratos administrativos é a
“instabilidade” quanto ao seu objeto que decorre
(A) do poder conferido à Administração Pública de alterar, unilateralmente, algumas
cláusulas do contrato, no curso de sua execução, na forma do artigo 58, inciso I da
Lei n. 8.666/93, a fim de adequar o objeto do contrato às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado.
(B) da possibilidade do contratado (particular) alterar, unilateralmente, a qualquer
tempo, algumas cláusulas do contrato, no curso de sua execução, de forma a
atender aos seus próprios interesses em face das prerrogativas da Administração
Pública.
(C) do poder conferido à Administração Pública de alterar, unilateralmente, algumas
cláusulas do contrato, no curso de sua execução, na forma do artigo 58, inciso I da
Lei n. 8.666/93, a fim de adequar o objeto do contrato aos interesses do contratado
(particular) em face das prerrogativas da Administração Pública.
(D) de não haver qualquer possibilidade de alteração do objeto do contrato
administrativo, quer pela Administração Pública, quer pelo contratado (particular),
tendo em vista o princípio da vinculação ao edital licitatório, do qual o contrato e seu
objeto fazem parte integrante; e o princípio da juridicidade, do qual aquele primeiro
decorre.
Comentários:
a) CERTA. O regime jurídico dos contratos administrativos confere à
Administração a prerrogativa de modificá-los, em ajuste unilateral para melhor
adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado. A alteração unilateral do contrato é uma das chamadas cláusulas
exorbitantes, que colocam a Administração em posição de supremacia em
relação ao contratado, e está prevista no art. 58, I, da Lei 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de

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interesse público, respeitados os direitos do contratado;

b) ERRADA. Não existe a possibilidade de que o particular contratado


altere unilateralmente as cláusulas do contrato. As cláusulas exorbitantes, que
distinguem os contratos administrativos dos contratos privados, favorecem a
Administração, com vistas ao melhor atendimento do interesse público.
c) ERRADA. Como visto no art. 58, I acima transcrito, a possibilidade de
alteração unilateral do contrato por parte da Administração tem como objetivo
a “melhor adequação às finalidades de interesse público”, e não atender aos
interesses do contratado.
d) ERRADA. A Lei 8.666/93 permite que o objeto do contrato, dentro de
certos limites, seja modificado tanto de forma unilateral pela Administração,
hipótese em que seria uma cláusula exorbitante, como em decorrência de
comum acordo entre as partes.
Gabarito: alternativa “a”

41. (FGV – OAB 2013) Determinada construtora sagra-se vencedora numa


licitação para a reforma do hall de acesso de uma autarquia estadual. O contrato foi
assinado no dia 30 de abril, com duração até 30 de outubro daquele mesmo ano.
Iniciada a execução do contrato, a Administração constata a necessidade de
alteração no projeto original, a fim de incluir uma rampa de acesso para deficientes
físicos. Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
A) A alteração do projeto, pela Administração, autoriza a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro, mas não a prorrogação do prazo de entrega da obra.
B) A alteração do projeto, pela Administração, autoriza a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro e também a prorrogação do prazo de entrega da obra.
C) Os concorrentes que perderam a licitação podem questionar a validade da
alteração, exigindo a realização de novo procedimento licitatório para a totalidade da
obra.
D) Os concorrentes que perderam a licitação podem questionar a validade da
alteração, exigindo a realização de novo procedimento licitatório para a construção
da rampa de acesso para deficientes físicos.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A Administração poderia tanto alterar o prazo de entrega da
obra, para adequação do projeto, como também poderia promover a revisão
das cláusulas econômico-financeiras do ajuste para que se mantenha o
equilíbrio contratual.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:

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I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor
adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo
ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

b) CERTA. Conforme comentado no item anterior.


c) ERRADA. A possibilidade de alteração do objeto do contrato, dentro de
certos limites, está prevista no art. 58, I e 65, I da Lei 8.666/93, de modo que
não haveria razão para se questionar a validade da alteração narrada no
comando da questão, exceto se tal alteração ultrapassasse o limite de
acréscimo de 25% previsto na Lei 8.666, informação que não é dada pela
banca.
d) ERRADA. Caso a alteração do projeto para construção da rampa
estiver dentro do limite de 25% previsto na Lei 8.666/93, não haverá
necessidade de nova licitação, bastando fazer um aditamento ao contrato
original.
Gabarito: alternativa “b”

42. (ESAF – CGU 2012) A coluna I, abaixo, traz as características de três


instrumentos jurídicos utilizados para a recomposição da equação econômico-
financeira. Já a coluna II traz a nomenclatura desses institutos. Correlacione as
colunas I e II para, ao final, assinale a sequência correta para a coluna I.

a) 1 / 2 / 3
b) 3 / 1 / 2

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c) 2 / 1 / 3
d) 1 / 3 / 2
e) 3 / 2 / 1
Comentário: Revisão, reajuste e repactuação não são a mesma coisa. A
relação correta é a seguinte:
✓ Repactuação: solução aplicável apenas para os contratos de serviços
contínuos, que venham a ser objeto de renovação, de forma a garantir a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em face da
variação dos custos contratuais (principalmente custos trabalhistas). Deve
haver previsão para tanto no instrumento convocatório.
✓ Revisão: consiste em análise realizada ordinária e extraordinariamente,
destinada a reestabelecer a relação original entre encargos e vantagens,
independentemente de previsão contratual. Resume-se numa comparação
entre as situações existentes em dois momentos distintos.
✓ Reajuste: envolve uma previsão contratual de indexação da remuneração
devida ao particular a um determinado índice (ex: índice de inflação), de
modo a promover a alteração do preço periodicamente de acordo com a
variação do referido índice.
Gabarito: alternativa “b”

RESCISÃO UNILATERAL

O art. 58, II da Lei 8.666/1993 confere à Administração a


prerrogativa de rescindir unilateralmente os contratos administrativos,
sempre que verificadas as hipóteses enumeradas no seu art. 78, incisos I
a XII e XVII, dentre elas o descumprimento injustificado de cláusulas
contratuais por parte do contratado, a respectiva decretação de falência e
mesmo razões de interesse público, de alta relevância e amplo
conhecimento, além da ocorrência de caso fortuito ou de força maior,
regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
Quando a rescisão unilateral decorrer de irregularidades imputadas
ao contratado, deve ser precedida de processo administrativo em que se
assegure o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Falaremos mais sobre rescisão contratual mais a frente, quando
abordarmos as hipóteses de extinção do contrato.

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FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO

Trata-se de prerrogativa (na verdade, um poder-dever) que exige


seja a execução do contrato acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração, especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição (art. 67).
Nos termos da Lei 8.666/1993, o representante da Administração
anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a
execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização
das faltas ou defeitos observados ou, se as decisões ultrapassarem sua
competência, solicitá-las a seus superiores (art. 67, §1º).
De sua parte, o contratado deverá manter preposto, aceito pela
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na
execução do contrato (art. 68). Esse preposto representará o contratado
perante a fiscalização da Administração.
O não atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora
enseja rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuízo das
sanções cabíveis.
Por fim, é importante ressaltar que a fiscalização efetuada pela
Administração não exclui a responsabilidade do contratado pelos danos
causados a terceiros decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
contrato (art. 70).

43. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e


fiscalizada por representante da administração designado especialmente para tal,
não sendo permitida a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição, por se tratar de atividade típica do Estado.
Comentário: A questão está errada, pois, nos termos do art. 67 da Lei
8.666/1993, é permitida a contratação de terceiros para subsidiar o fiscal do
contrato designado pela Administração:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Gabarito: Errado

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44. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela


fiscalização na interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais
elementos de projeto, bem como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado
para eximir a contratada da responsabilidade pela execução dos serviços e obras.
Comentário: O quesito está errado, nos termos do art. 70 da Lei
8.666/1993:
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o
acompanhamento pelo órgão interessado.

Ou seja, a fiscalização ou o acompanhamento efetuado pelo agente


público designado pela Administração (atividades que, na questão, a banca
ilustrou como um auxílio na interpretação de documentos e na condução dos
trabalhos) não afasta a responsabilidade do contratado pela execução dos
serviços e obras.
Gabarito: Errado

APLICAÇÃO DE SANÇÕES

A Administração também possui a prerrogativa de aplicar sanções de


natureza administrativa ao contratado, caso este deixe de cumprir total
ou parcialmente o objeto do contrato. As sanções que podem ser
aplicadas pela Administração são:

▪ Advertência (art. 87, I).

▪ Multa, por atraso na execução do contrato (art. 86) ou na forma prevista no


instrumento convocatório ou no contrato (art. 87, I).

▪ Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de


contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos
(art. 87, III).
▪ Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública (art. 87, IV).

A pena de multa pode ser aplicada cumulativamente com qualquer


uma das outras. Por outro lado, é vedada a acumulação das demais
sanções entre si.
As multas aplicadas pela Administração poderão ser descontadas
diretamente das garantias oferecidas pelo contratado, desde que
prestada mediante caução em dinheiro ou título público; se a garantia não

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45. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar


com a administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não
admite reabilitação.
Comentário: A questão está errada. Nos termos do art. 87, IV da Lei
8.666/1933, a empresa declarada inidônea para licitar com a Administração
poderá ser reabilitada após dois anos da aplicação dessa sanção, sempre que
o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes. Vejamos:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade,
que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso
anterior.
Gabarito: Errado

46. (Cespe – TCU 2010) A sanção de suspensão temporária de participação em


licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não
superior a dois anos pode ser aplicada aos profissionais que tenham sofrido
condenação definitiva por praticar, de forma dolosa, fraude fiscal no recolhimento de
quaisquer tributos.
Comentário: O quesito está correto. Em regra, as sanções de advertência,
multa, suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar, e a declaração de inidoneidade são aplicadas ao contratado em
razão da inexecução total ou parcial do contrato (Lei 8.666/1993, art. 87, caput).
Todavia, nos termos do art. 88 da lei, as sanções suspensão temporária
de participação em licitação e impedimento de contratar e a declaração de
inidoneidade, especificamente, também podem ser aplicadas às empresas ou
aos profissionais que, em razão dos contratos administrativos firmados com a
Administração Pública:

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se apuram as faltas cometidas pelo contratado (ii) após a rescisão do contrato,


para possibilitar a continuidade dos serviços antes prestados pela empresa
que era parte no ajuste desfeito.
Gabarito: Certo

EXIGÊNCIA DE GARANTIAS

A fim de assegurar o fiel cumprimento do contrato, assim como para


facilitar o ressarcimento dos prejuízos causados pela eventual inexecução
do ajuste, a Administração poderá exigir garantias junto ao contratado.
A possibilidade de exigência de garantia do contrato por parte da
Administração também é vista pela doutrina como cláusula exorbitante,
uma vez que não encontra paralelo nos contratos privados firmados entre
particulares.
Em regra, a exigência ou não de garantia é decisão discricionária
da Administração. Porém, para que possa ser exigida, deve haver
previsão expressa no instrumento convocatório da licitação (edital),
nos termos do art. 56 da Lei 8.666/1993:

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde


que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

Vale lembrar que a garantia, quando exigida, é cláusula necessária


(obrigatória) no contrato administrativo (art. 55, III).
Caberá ao contratado optar por uma das modalidades de garantia
previstas na lei (art. 56, §1º). Perceba: a Administração, de forma
discricionária, decide acerca da exigência ou não de garantia. Caso decida
pela exigência, caberá ao contratado escolher por uma das modalidades
de garantia previstas na lei, quais sejam:
▪ Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública

▪ Seguro-garantia
▪ Fiança bancária

A garantia em caução pode ser constituída em espécie ou em títulos


da dívida pública, desde que emitidos sob a forma escritural, mediante
registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
pelo Banco Central e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda (art. 56, §1º, I).

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liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.

Portanto, à Administração, caso entenda necessário, cabe exigir a


garantia; ao contratado, cabe optar por uma das modalidades previstas na lei.
Gabarito: Errado

49. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para
a execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
Comentário: A questão está errada. A prestação de garantia pelo
particular não é obrigatória para a execução de contratos administrativos.
Podem existir contratos administrativos cuja execução não é coberta por
nenhuma garantia prestada pelo contratado, daí o erro. Na verdade, a
Administração poderá, a seu critério, exigir garantia para assegurar o
cumprimento do contrato. Para tanto, deve prever tal exigência de forma
expressa no instrumento convocatório da licitação. É claro que, se a
Administração, no uso do seu poder discricionário, exigir a constituição de
garantia, aí sim o contratado será obrigado a optar por uma das modalidades
previstas na lei, quais sejam, caução, seguro ou fiança bancária (o contratado
deverá optar por uma, mas não deixar de escolher alguma).
Gabarito: Errado

RESTRIÇÕES À OPOSIÇÃO DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO

Nos contratos de direito privado, uma parte só estará obrigada a


cumprir com suas obrigações caso a outra parte também cumpra. Em
outras palavras, caso uma parte esteja inadimplente, a outra parte não
precisa continuar cumprindo com suas obrigações.
A esse descumprimento das obrigações contratuais em razão do
inadimplemento da outra parte dá-se o nome de oposição da exceção
do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus).
“Exceção”, no caso, tem o sentido de “defesa”, oposta justamente pela
parte que é chamada a cumprir suas obrigações no momento em que a
outra parte está inadimplente com suas próprias obrigações.
Nos contratos administrativos, contudo, não funciona bem assim. A
lei restringe a possibilidade de o particular opor a exceção do contrato não
cumprido em desfavor da Administração.

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Com efeito, nos termos do art. 78, XV da Lei 8.666/1993, no caso de


não pagamento por parte da Administração Pública, somente após
90 dias de atraso é que o particular contratado pode demandar a
rescisão do contrato administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos
serviços, após notificação prévia.
Ou seja, apenas após 90 dias sem receber pelos bens ou serviços já
entregues ou executados é que o particular poderá opor a exceptio non
adimpleti contractus. Antes desse prazo, o contratado não pode recusar-
se ao cumprimento do objeto do contrato.
Para fins de clareza, vejamos o teor do dispositivo:

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:


(...)
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos
pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou
parcelas destes, já recebidos ou executados, SALVO em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao
contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações
até que seja normalizada a situação;

Detalhe é que a exceção do contrato não cumprido não é irrestrita


(afinal, pode ser oposta após 90 dias). Porém, em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o particular
não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de
atraso de pagamento superior a 90 dias.
O fundamento dessa prerrogativa da Administração também é o
princípio da continuidade dos serviços públicos, pois ela assegura a
continuidade da execução das obras, do fornecimento dos bens ou da
prestação dos serviços dos contratos mesmo que a Administração fique
sem pagar por isso.
Por fim, cumpre anotar que, no caso de inadimplemento do
particular, a Administração sempre pode opor imediatamente a exceptio
non adimpleti contractus e, automaticamente, suspender os pagamentos a
ele devidos, sem prejuízo das demais sanções previstas na lei e no
contrato.

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DURAÇÃO DOS CONTRATOS

De regra, o prazo dos contratos administrativos não pode ultrapassar


a vigência dos respectivos créditos orçamentários.
Como os créditos orçamentários tem duração de um ano, os
contratos administrativos, como regra geral, também deverão ter duração
anual.
A Lei 8.666/1993 veda a celebração de contratos por prazo
indeterminado (art.57, §3º).
Essa regra de que os contratos não podem ser firmados por prazos
indeterminados é absoluta na Lei 8.666/1993, não apresentando
exceções. Entretanto, a regra que estabelece que os contratos
administrativos devem coincidir com o orçamento é geral, admitindo uma
série de exceções, ou seja, existem contratos cuja vigência pode
ultrapassar o ano civil. São eles (art. 57):
▪ Contratos de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se
houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto
no ato convocatório (art. 57, I). Nesse caso, a doutrina majoritária
aponta que os contratos poderão ser prorrogados até o máximo de
quatro anos, isso se o instrumento convocatório tiver feito referência à
possibilidade de prorrogação.
▪ Contratos de prestação de serviços a serem executados de forma
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
vantajosas para a administração, limitada a 60 meses (art. 57, II). Esse
prazo, em caráter excepcional, poderá ser prorrogado por mais 12
meses (quando atinge o total de 72 meses), devendo essa prorrogação
adicional ser devidamente justificada, sendo exigida, ainda, autorização da
autoridade superior (art. 57, §4º);

▪ Contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de


informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 meses
após o início da vigência do contrato (art. 57, IV);

▪ Contratos celebrados nas hipóteses de licitação dispensável previstas nos


incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter
vigência por até 120 meses, caso haja interesse da administração27.

27 Art. 24. É dispensável a licitação:


IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos
em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

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▪ Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites
permitidos por esta Lei;
▪ Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua
ocorrência;

▪ Omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive


quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo
das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

Por fim, ressalte-se que a decisão administrativa para a prorrogação


do contrato (dentro das hipóteses legais listadas acima) constitui
atividade discricionária e, como tal, não assegura ao contratado o
direito subjetivo à manutenção do ajuste.

50. (FGV – OAB 2015) O Município C está elaborando edital de licitação para a
contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse
contrato, assinale a afirmativa correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito
orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48
meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente
enquanto não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,
limitada a sessenta meses.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O serviço de limpeza predial é um serviço de prestação
continuada. Segundo o art. 57, II da Lei 8.666/93, os contratos de prestação de
serviços a serem executados de forma contínua poderão ter a sua duração
prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços
e condições mais vantajosas para a administração, limitada a 60 meses.
b) ERRADA. Como afirmado acima, o contrato poderá ser prorrogado por
até 60 meses, em regra. Esse prazo, em caráter excepcional, poderá ser
prorrogado por mais 12 meses (quando atinge o total de 72 meses), devendo
essa prorrogação adicional ser devidamente justificada, sendo exigida, ainda,

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autorização da autoridade superior (Lei 8.666/93, art. 57, §4º).


c) ERRADA. A Lei 8.666/1993 veda a celebração de contratos por prazo
indeterminado (art.57, §3º).
d) CERTA. Nos termos do art. 57, II da Lei 8.666/93.
Gabarito: alternativa “d”

51. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos
relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática
devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.
Comentário: O quesito está errado. Em regra, os contratos
administrativos devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários (um exercício financeiro, de janeiro a dezembro, em regra).
Porém, a lei admite algumas exceções, listadas em seu art. 57, dentre elas os
contratos relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 meses após o
início da vigência do contrato.
Gabarito: Errado

52. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser


prorrogados, é vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de
vigência indeterminado.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 57, §2º da Lei
8.666/1993:
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

De fato, mesmo nas exceções em que a lei permite prorrogar a duração


do contrato por prazo superior à vigência dos créditos orçamentários, o
período de prorrogação deve ser sempre determinado (até 4 anos, 48 meses,
60 meses, 120 meses, conforme o caso).
Gabarito: Certo

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EXTINÇÃO DO CONTRATO

O contrato pode se extinguir por uma das seguintes formas:


▪ Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo
▪ Impossibilidade material ou jurídica

▪ Anulação
▪ Rescisão

A extinção natural por cumprimento do objeto ocorre, por


exemplo, quando o serviço contratado foi realizado, o bem foi fornecido e
o preço foi pago pela Administração, ficando as partes satisfeitas.
Cumpridas regularmente as obrigações, ocorrerá a extinção normal do
contrato.
Já a extinção natural pelo término do prazo ocorre naqueles
contratos que preveem um lapso de tempo para que as obrigações
perdurem, fixando um termo final. É o caso, por exemplo, de um
contrato de fornecimento de merenda escolar pelo período de um ano;
ultrapassado esse prazo, e satisfeitas as obrigações de ambas as partes, o
contrato é extinto de pleno direito.
A extinção por impossibilidade material ocorre quando algum fato
constitui óbice intransponível para a execução das obrigações ajustadas,
normalmente quando há o desaparecimento do objeto (ex: incêndio
em prédio da Administração objeto de contrato de reforma).
Por sua vez, a extinção por impossibilidade jurídica se dá no caso
de perda das condições jurídicas em que o contrato foi firmado,
geralmente em decorrência do falecimento ou falência do contratado
(ex: falência da empresa contratada ou falecimento do advogado
contratado). Perceba que, nesse caso, a causa da extinção do contrato é o
seu caráter intuiutu personae, que impede a transferência a terceiros das
obrigações do contratado falecido ou falido.
Em seguida, vamos estudar em tópicos distintos as duas formas “não
naturais” de extinção do contrato administrativo: anulação e rescisão.

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ANULAÇÃO

A anulação do contrato ocorre em razão de ilegalidade, a exemplo


de vícios de forma (ex: contrato verbal quando não tiver por escopo
pequenas compras), de competência, ausência de licitação prévia etc.
A anulação pode ser realizada pela própria Administração Pública, de
ofício ou provocada, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação,
sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.
A declaração de nulidade do contrato administrativo produz efeitos
retroativos (ex tunc), impedindo, assim, os efeitos jurídicos que ele
deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos (art. 59).
Assim, caso a ilegalidade tenha ocorrido ainda na licitação, os efeitos
da anulação retroagem até aquela etapa, declarando-se, de regra, a
nulidade de todos os atos subsequentes e do próprio contrato. Aliás, o
art. 49, §2º dispõe expressamente que “a nulidade do procedimento
licitatório induz à do contrato”. Consequentemente, havendo nulidade no
processo licitatório, nulo será o contrato.
A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data da anulação e por
outros prejuízos regularmente comprovados (art. 59, parágrafo único). Tal
regra visa a evitar o enriquecimento sem causa por parte da
Administração, tendo ela recebido um bem ou um serviço sem pagar por
ele. Entretanto, se o contratado for responsável pela ilegalidade e o
contrato for anulado por isso, o contratado deixará de ter direito a
indenização.
O contratado tem direito a indenização caso a
nulidade do contrato for imputável apenas à
Administração. Tal direito não lhe é devido caso
ele tenha contribuído para a ilegalidade.

A doutrina prega que a anulação do contrato deve ser precedida de


procedimento administrativo em que se assegure ao contratado ampla
defesa. Ademais, ensina que o ato que declarar a nulidade do contrato
deve ser expressamente motivado.

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53. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das


nulidades, segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a
declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente, impedindo
os efeitos jurídicos que ele deveria produzir e desconstituindo os já produzidos, o
que isenta inteiramente a administração pública do dever de indenizar o contratado.
Comentário: Em se tratando de ilegalidade verificada nos contratos de
que é parte, a Administração tem o poder-dever de declarar a sua nulidade,
com efeito retroativo, impedindo os efeitos jurídicos que eles ordinariamente
deveriam produzir, além de desconstituir os já produzidos. Se a ilegalidade for
imputável apenas à própria Administração (ou seja, se foi ela quem deu causa
à ilegalidade), sem qualquer contribuição do contratado, este terá que ser
indenizado pelos prejuízos sofridos, daí o erro. Apenas na hipótese de o
particular ter sido o causador da nulidade é que o dever de indenizar deixa de
existir. É o que está previsto no art. 59 da Lei 8.666/1993:
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Detalhe é que a expressão “outros prejuízos regularmente comprovados”,


contida no dispositivo, assegura ao contratado o direito à indenização dos
denominados danos emergentes, isto é, aqueles que realmente se originaram
da execução parcial do contrato (projetos, vistorias, pareceres técnicos,
viagens etc.). Frise-se, contudo, que a lei não prevê indenização a título de
lucros cessantes (indenização baseada no valor estimado do lucro que o
contratado teria com a execução do contrato, e deixará de obter em razão da
anulação), embora essa possibilidade seja reconhecida pela doutrina e pela
jurisprudência28.
Gabarito: Errado

54. (FGV – OAB 2011) Sendo o contrato administrativo nulo, é correto afirmar que
(A) a declaração de nulidade não opera retroativamente, obrigando o contratado a
indenizar a Administração pelos danos por esta sofridos.
(B) seu reconhecimento não exonera a Administração do dever de indenizar o

28 STJ - EREsp 737741 / RJ

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contratado de boa-fé, por tudo o que este houver executado e por outros prejuízos
comprovados
(C) a declaração não opera retroativamente, respeitando o direito adquirido ao
término do contrato, caso tenha o contratado iniciado sua execução.
(D) que essa nulidade só produzirá efeitos se o contrato for de valor superior a 100
(cem) salários mínimos, caso o contratado tenha iniciado a sua execução.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. É justamente o contrário: a declaração de nulidade produz
efeitos retroativos e obriga a Administração a indenizar o contratado pelos
danos por ele sofridos, contanto que não lhe seja imputável (Lei 8.666/93, art.
59).
b) CERTA, nos termos do art. 59, parágrafo único da Lei 8.666/93:
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar
o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada
e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja
imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

c) ERRADA. Como visto, a nulidade do contrato produz efeitos


retroativos, impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
d) ERRADA. A nulidade pode ser declarada em contratos de qualquer
valor.
Gabarito: alternativa “b”

55. (ESAF – CGU 2012) Determinada municipalidade firmou contrato de prestação


de serviços com a empresa "W". A contratação ainda vigia quando foi declarada
nula, após o Tribunal de Contas competente para fiscalizar o Município ter apontado
vício insanável ante a ausência de prévia licitação.
Acerca da situação fática acima narrada, assinale a opção correta.
a) Quando houve a declaração de nulidade, as prestações resolveram-se de parte a
parte, sendo dever de cada um suportar os próprios prejuízos.
b) O contratado faz jus à indenização dos prejuízos ainda que tenha concorrido para
a nulidade.
c) O ente público não poderá deixar de efetuar o pagamento pelos serviços
prestados, ou pelos prejuízos decorrentes do encerramento antecipado da avença.

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d) O custo da desmobilização não deve integrar os danos emergentes porquanto já


pago nas parcelas iniciais do contrato
e) Não há que se falar em indenização do contratado pelos lucros cessantes, sendo
devida apenas a reparação pelos danos emergentes regularmente comprovados.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Nos termos do art. 59, parágrafo único da Lei 8.666/1993, “a
nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros
prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa”.
b) ERRADA. Caso tenha concorrido para a nulidade, e apenas nesta
hipótese, o contratado não faz jus à indenização pelo encerramento antecipado
do contrato (Lei 8.666/1993, art. 59, parágrafo único).
c) CERTA, nos termos do art. 59, parágrafo único, acima transcrito.
Lembrando que o dever de indenizar os serviços efetivamente prestados pelo
contratado evita o enriquecimento sem causa da Administração.
d) ERRADA. Os danos emergentes são aqueles gastos efetivamente
incorridos pelo contratado em decorrência da execução parcial do contrato,
dentre os quais se inclui o custo da desmobilização.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados
nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,
desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização
escrita e fundamentada da autoridade competente.
2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem
que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente
comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.

e) ERRADA. A Lei 8.666/1993 não prevê indenização a título de lucros


cessantes (indenização baseada no valor estimado do lucro que o contratado
teria com a execução do contrato, e deixará de obter em razão da anulação).
Todavia, essa possibilidade é reconhecida pela doutrina e pela jurisprudência,

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Por outro lado, a rescisão por causa imputável ao contratado pode


gerar: a assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; a ocupação
provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao
objeto do contrato (na hipótese de serviços essenciais); a execução da
garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores
das multas e indenizações a ela devidos; e a retenção dos créditos
decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração (art. 80).
Por fim, ressalte-se que a rescisão contratual será formalmente
motivada e deve ser assegurado ao particular o contraditório e a ampla
defesa (art. 78, parágrafo único).

56. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que, na execução de determinada obra


pública, o contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à
administração. Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão
do contrato após obter autorização judicial em ação proposta com essa finalidade
específica.
Comentário: Nos termos do art. 78, V da Lei 8.666/1993, constitui motivo
para a rescisão do contrato a “paralisação da obra, do serviço ou do
fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração”. Trata-
se de uma das hipóteses que fundamentam a rescisão unilateral por parte da
Administração, uma das cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos.
No geral, qualquer inadimplemento do ajuste por parte do contratado, com ou
sem culpa, constitui motivo para a rescisão unilateral. Detalhe é que a
Administração pode promover a rescisão unilateral sem precisar obter
autorização judicial, daí o erro.
Gabarito: Errado

57. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de
certame licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a
administração pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital
ou no contrato. Nessa situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo
estipulado e com estrita observância aos critérios de qualidade impostos
contratualmente, não poderá a administração rescindir o contrato unilateralmente,
visto que não se configura hipótese de prejuízo ou descumprimento de cláusulas
contratuais.

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Comentário: O quesito está errado, pois a subcontratação (sempre


parcial) só é permitida se houver previsão expressa no edital e no contrato.
Além disso, a subcontratação deve estar dentro do limite admitido, em cada
caso, pela Administração. Se não for observada alguma dessas três condições
cumulativas, a subcontratação é ilegal, o que é motivo para a rescisão
unilateral do contrato, nos termos do art. 78, VI da Lei 8.666/1993.
Gabarito: Errado

58. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha
celebrado contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão
público. Nessa situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a
substituição da garantia de execução, o contrato poderá ser alterado
unilateralmente.
Comentário: Durante a execução do contrato, a Administração não pode
exigir, unilateralmente, a alteração da garantia, daí o erro. A troca só é possível
se houver acordo entre as partes, nos termos do art. 65, II, “a” da Lei 8.666:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
(...)
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

Gabarito: Errado

*****

Ufa, finalmente terminamos!

Bons estudos!

Erick Alves

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Fiscalização ▪ Realizada por representante designado, permitida a contratação de terceiros para auxílio.
pela ▪ Poderá determinar o que for necessário à regularização dos problemas observados ou, se
Administração as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores.

▪ Garante a continuidade dos serviços essenciais.


Ocupação
▪ Hipóteses: (i) como medida cautelar; e (ii) após a rescisão do contrato.
temporária
▪ Incide sobre bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao contrato.

Restrições à ▪ Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode demandar a rescisão do contrato
oposição da administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
exceção do ▪ Em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o
contrato não particular não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso de
cumprido pagamento superior a 90 dias.

DURAÇÃO DOS CONTRATOS


▪ O prazo dos contratos não pode ser indeterminado.
▪ Regra: prazo restrito aos créditos orçamentários (no mesmo exercício).
▪ Exceções:
o Projetos incluídos no PPA -> máximo de 4 anos
o Serviços de execução continuada -> Até 60 meses e excepcionalmente por mais 12 meses
o Aluguel equipamentos e programas informática -> até 48 meses
o Segurança nacional e inovação tecnológica (licitação dispensável) -> até 120 meses

EXTINÇÃO DO CONTRATO
▪ Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo.
▪ Impossibilidade material ou jurídica.
▪ Anulação (ex tunc): dever de indenizar o contratado, exceto de este tiver contribuído para a ilegalidade.
▪ Rescisão (ex nunc): unilateral, amigável ou judicial

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – Polícia Federal 2014) Cabe privativamente à União legislar acerca de


normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos estados, do DF e dos municípios.

2. (Cespe – MDIC 2014) As compras, sempre que possível, deverão, entre outras
exigências, submeter-se a condições de aquisição e pagamento específicas do setor
público.

3. (FGV – OAB 2013) A Administração Pública estadual pretende realizar uma licitação
em modalidade não prevista na legislação federal.
Nesse caso, é correto afirmar que
A) a intenção é viável, pois o Estado tem ampla competência para legislar sobre licitações.
B) a intenção somente é viável caso seja realizada a combinação de modalidades de
licitação já previstas na Lei n. 8.666/93.
C) a intenção não é viável por expressa vedação da Lei n. 8.666/93.
D) a intenção é viável por expressa autorização da Lei n. 8.666/93.

4. (Cespe – TJ/CE 2014) Obra cujo valor de referência constante do projeto básico seja
de R$ 650.000,00 deve ser licitada, conforme disposto na Lei n.º 8.666/1993, por
a) concorrência ou convite.
b) concorrência, obrigatoriamente.
c) tomada de preços, obrigatoriamente.
d) tomada de preços ou concorrência.
e) tomada de preços ou convite.

5. (Cespe – CADE 2014) De acordo com a legislação vigente, as modalidades de


licitação são a concorrência, a tomada de preços, o concurso, o convite, o leilão e o pregão.
Em uma licitação, é permitido combinar duas ou mais formas de licitação.

6. (Cespe – MDIC 2014) Caso a administração pública convoque, por meio de convite,
dez empresas do mesmo ramo do objeto a ser licitado para contratação de determinado
serviço, e, por desinteresse de alguns convidados, apenas uma empresa apresente
proposta, a administração poderá prosseguir com o certame, desde que justifique
devidamente o fato e as circunstâncias especiais.

7. (Cespe – OAB 2010) Mauro, chefe do setor de compras de um órgão do Instituto


Nacional do Seguro Social, recebeu pedido de abertura de procedimento licitatório para a
aquisição de grande quantidade dos seguintes itens: impressoras, cartuchos para
impressoras, monitores LCD e licença para uso de sistema operacional a ser utilizado nos
computadores da autarquia. A solicitação estava de acordo com todas as normas aplicáveis,
incluindo-se a justificativa do quantitativo e da necessidade dos referidos itens.

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Antes de promover a abertura de qualquer procedimento de compra, Mauro procedeu a
análise técnico-econômica e concluiu que a compra dos cartuchos para impressoras, se
realizada separadamente da dos demais itens, implicaria uma ampliação da concorrência,
sem perda da economia de escala. Constatou, também, que era a terceira vez no ano que a
administração encaminhava pedido para a compra de cartuchos para impressora.
Por fim, verificou que a estimativa do valor total que seria gasto na contratação era de R$
700.000,00.
De acordo com os dados apresentados nessa situação hipotética, Mauro deve promover a
abertura de
a) concorrência, pois o valor a ser gasto é substancioso e os produtos e serviços de
informática não podem ser caracterizados como serviços comuns.
b) pregão, sendo preferencial a sua utilização na forma presencial.
c) convite para a elaboração de ata de registro de preços para a aquisição de cartuchos de
impressoras e de concorrência para a compra dos demais itens solicitados.
d) dois pregões eletrônicos, um para a elaboração de ata de registro de preços para a
aquisição de cartuchos de impressoras e outro para a compra dos demais itens solicitados.

8. (FGV – OAB 2017) A Administração Federal irá realizar sucessivos contratos de


compra de produtos de papelaria, de uso contínuo nos órgãos para os quais os bens estão
destinados. Para tanto, pretende fazer uso dos mecanismos legais que melhor atendam ao
princípio da eficiência. No caso, acerca da modalidade de licitação a ser adotada, assinale a
afirmativa correta.
A) É cabível a utilização do regime diferenciado de contratações públicas (RDC).
B) Deverá ser utilizada a modalidade leilão para cada uma das compras a contratar.
C) É possível o processamento das compras pelo sistema de registro de preços, mediante a
utilização da modalidade pregão.
D) É obrigatória a utilização da modalidade convite, independentemente do valor orçado.

9. (FGV – OAB 2013) Em um pregão presencial promovido pela União, foram abertas as
propostas de preço, constatando-se que o licitante “M” ofereceu preço de R$ 10.000,00; “N”,
o preço de R$ 10.001,00; “O” ofertou R$ 10.150,00; “P”, o preço de R$ 10.500,00; “Q”
apresentou proposta de R$ 10.999,99 e “R”, por fim, ofereceu R$ 12.000,00.
Diante da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
A) Devem ser classificados para a fase de lances verbais os licitantes “M”, “N”, “O”, “P” e
“Q”, uma vez que ofereceram a proposta mais baixa e as propostas com preço até dez por
cento superiores àquela.
B) Para a fase de lances verbais, somente devem ser classificados os licitantes “M”, “N”, “O”
e “P”, uma vez que ofereceram a proposta mais baixa e as três outras melhores propostas.
C) Todos os licitantes devem ser classificados para a próxima fase, uma vez que restringir a
participação de algum deles significaria ofensa ao caráter competitivo da licitação.

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D) A Administração deve realizar média de todos os preços ofertados e poderão participar
da fase seguinte os licitantes com propostas inferiores a esta média e aqueles que
aceitarem reduzir seu preço para este limite.

10. (Cespe – MDIC 2014) A administração pública pode utilizar-se da modalidade pregão
para vender equipamentos eletrônicos oriundos de contrabando apreendidos em uma
operação de fiscalização deflagrada pela Receita Federal do Brasil.

11. (Cespe – Polícia Federal 2014) O termo de referência é o documento usado na


modalidade pregão presencial e eletrônico para serviços comuns de engenharia, e pode ser
comparado ao projeto básico exigido pela Lei de Licitações e Contratos.

12. (Cespe – MJ 2013) Em um processo licitatório, é possível criar uma combinação de


concurso com técnica e preço, desde que expressamente prevista em edital.

13. (Cespe – CNJ 2013) Faltando seis dias úteis da sessão de abertura de habilitação da
licitação, na modalidade concorrência, para execução de obra de engenharia, cujo critério é
menor preço, orçada pela administração pública em R$ 1 milhão, um dos licitantes
protocolou pedido de impugnação, alegando as seguintes irregularidades:
- devido ao valor orçado, deveria ser utilizada a modalidade tomada de preços;
- devido ao vulto da obra, os critérios de licitação deveriam ser técnica e preço;
- por ser uma licitação nacional, empresas estrangeiras deveriam ser proibidas de participar.
De acordo com essa situação hipotética e conforme a Lei 8.666/1993, julgue o item que se
segue.
O tipo de licitação técnica e preço, citado no pedido de impugnação, não se aplica nessa
licitação.

14. (Cespe – CADE 2014) A dispensa da licitação ocorre quando há inviabilidade de


competição, isto é, inexigibilidade de licitar.

15. (FGV – OAB 2014) Diante das chuvas torrenciais que destruíram o telhado do prédio
de uma Secretaria de Estado, o administrador entende presentes as condições para a
dispensa de licitação com fundamento no Art. 24, IV, da Lei nº 8.666/1993 (contratação
direta quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros
bens, públicos ou particulares).
Submete, então, à Assessoria Jurídica a indagação sobre a possibilidade de contratação de
empresa de construção civil de renome nacional para a reconstrução da estrutura afetada
do edifício.
Sobre as hipóteses de contratação direta, assinale a afirmativa correta.
A) As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação não exigem justificativa de preço,
porque são casos em que a própria legislação entende inconveniente ou inviável a
competição pelas melhores condições de contratação.

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B) A dispensa de licitação, assim como a de inexigibilidade, não prescinde de justificativa de
preço, uma vez que a autorização legal para não licitar não significa possibilidade de
contratação por preços superiores aos praticados no mercado.
C) Apenas as hipóteses de dispensa de licitação (e não as situações de inexigibilidade)
exigem justificativa de até porque a inexigibilidade significa que somente uma pessoa pode
ser contratada, o que afasta possibilidade de discussão quanto ao preço.
D) A dispensa de licitação não exige justificativa de preço, pois a própria lei prevê,
taxativamente, que não se faça licitação nas hipóteses elencadas; na inexigibilidade, a
justificativa de preço é inafastável, diante do caráter exemplificativo do Art. 25 da Lei.

16. (Cespe – Suframa 2014) Se determinado município, para realizar festividade em


razão do aniversário da cidade, decidir pela contratação de bandas compostas por
renomados artistas nacionais, a contratação desses artistas poderá dar-se mediante
inexigibilidade de licitação.

17. (Cespe – Polícia Federal 2013) Trabalhos relativos à defesa de causas judiciais são
considerados serviços técnicos profissionais especializados.

18. (Cespe – Suframa 2014) Caso o objeto da contratação seja serviço técnico
profissional especializado, será inexigível a licitação, desde que a empresa contratada
possua notória especialização e o objeto seja singular.

19. (Cespe – MDIC 2014) Caso pretenda comprar um medicamento produzido por apenas
uma indústria farmacêutica, utilizado para tratar doença tropical típica em algumas regiões
brasileiras, o responsável pelo setor de compras de um hospital público deverá considerar
inexigível a licitação.

20. (Cespe – CADE 2014) O instituto do credenciamento, tratado em lei, é uma solução
para as situações nas quais a licitação se mostra inadequada, como é o caso de serviço
médico.

21. (Funiversa – SAPeJUS/GO 2015) Segundo a Lei n.º 8.666/1993, assinale a


alternativa que apresenta licitação inexigível.
a) Nos casos de guerra.
b) Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo.
c) Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração.
d) Nos casos de grave perturbação da ordem.
e) Para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais
de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização
requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres.

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22. (Cespe – CADE 2014) Caso um equipamento integrante do patrimônio do CADE não
tenha utilização previsível, ele poderá ser vendido a outra entidade da administração pública
sem a realização de licitação.

23. (Cespe – Suframa 2014) Caso, em razão de fortes chuvas em determinado município,
uma represa se rompa e ocasione alagamento em alguns bairros, e, em razão desse fato, o
governo local decrete estado de calamidade pública, poderá o município valer-se da
inexigibilidade de licitação para realizar obras de reparo da represa e evitar novos
alagamentos.

24. (Cespe – MTE 2014) Caso o MTE pretenda celebrar contrato de prestação de serviços
com organização social devidamente qualificada para atividade contemplada no contrato de
gestão, a licitação será dispensável.

25. (Cespe – MTE 2014) Considere que um município tenha interesse em celebrar
contrato de programa com outro ente da Federação, ou com entidade de sua administração
indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado
em contrato de consórcio público. Nessa situação, a licitação será dispensável.

26. (Cespe – PGE/BA 2014) Desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado, é possível a dispensa de licitação para a aquisição, por secretaria
estadual de planejamento, de bens produzidos por autarquia estadual que tenha sido criada
para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei n.º 8.666/1993.

27. (Cespe – Polícia Federal 2014) Considere que determinado órgão da administração
pública pretenda adquirir equipamentos de informática no valor de R$ 5.000,00. Nesse caso,
o referido órgão tem a opção discricionária de realizar licitação ou proceder à aquisição
direta mediante dispensa de licitação, em razão do baixo valor dos equipamentos.

28. (Cespe – CADE 2014) Todos os casos de dispensa de licitação devem ser
formalizados pelos órgãos que a processam.

29. (FGV – OAB 2013) Nenhuma proposta foi apresentada na licitação promovida por
uma autarquia federal para a aquisição de softwares de processamento de dados. Com
relação a esse caso, assinale a afirmativa correta.
A) Um novo procedimento licitatório deve ser realizado no prazo de até 180 dias do término
do procedimento anterior.
B) A hipótese é de licitação dispensada, ainda que ela possa ser repetida sem prejuízo para
a Administração.
C) A hipótese é de inexigibilidade de licitação, desde que a contratação se faça no prazo de
até 180 dias do término do procedimento anterior.
D) A contratação direta é admitida, se a licitação não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração.

30. (FGV – OAB 2014) A Agência Reguladora de Serviços Públicos autarquia do Estado
ABC, identificou um imóvel, no centro da cidade XYZ (capital do Estado) capaz de receber

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as instalações de sua nova sede. O proprietário do imóvel, quando procurado, demonstrou
interesse na sua alienação pelo preço de avaliação da Administração Pública.
Considerando a disciplina legislativa a respeito do tema, assinale a opção correta.
A) É possível a compra de bem imóvel pela Administração, dispensada a licitação no caso
de as necessidades de instalação e localização condicionarem a sua escolha.
B) Não é possível a celebração de contrato de compra e venda, pois a única forma de
aquisição de bem imóvel pelo Estado é a desapropriação.
C) É possível a compra de bem imóvel pela Administração, mas tal aquisição deve ser,
obrigatoriamente licitação, na modalidade de concorrência.
D) É possível a compra de bem imóvel pela Administração, mas tal aquisição deve ser,
obrigatoriamente, precedida de licitação, na modalidade de leilão.

31. (FGV – OAB 2015) Após celebrar contrato de gestão com uma organização social, a
União pretende celebrar, com a mesma organização, contrato de prestação de serviços para
a realização de atividades contempladas no contrato de gestão. Com base na hipótese
apresentada, assinale a afirmativa correta.
(A) É obrigatória a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação de
serviços.
(B) É dispensável a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação de
serviços.
(C) É inexigível a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação de
serviços.
(D) Não é possível celebrar contrato de prestação de serviços com entidade qualificada
como organização social.

32. (ESAF – Ministério da Fazenda 2012) Acerca da dispensa de licitação em razão da


pessoa a ser contratada, analise as questões a seguir, assinalando verdadeiro(V) ou
falso(F) ao final de cada assertiva. Concluída a análise, assinale a opção que contenha a
sequência correta.
( ) Apenas a administração pública direta, autarquias e fundações públicas poderão
contratar bens ou serviços sob o fundamento do art. 24, VIII da Lei n. 8.666/93, sem a
devida licitação.
( ) As previsões de dispensa de licitação constantes dos incisos VIII e XVI do art. 24 da Lei
n. 8.666/93 referem-se tanto às entidades que desenvolvam atividade econômica, quanto às
prestadoras de serviços públicos.
( ) É circunstância necessária para caracterizar a excepcionalidade da contratação direta de
instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino, ou
do desenvolvimento institucional que haja pertinência entre o objeto da contratação e o ramo
de atividade da entidade.
a) V, V, V
b) F, F, F

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c) F, V, V
d) V, F, F
e) V, F, V

33. (ESAF – CGU 2012) Determinado órgão pertencente à estrutura da União é


participante de registro de preços regularmente processado para a aquisição de papel A4.
A despeito do registro da ata resultante do certame acima referido, o citado órgão resolve
promover licitação na modalidade de Pregão para a contratação de papel A4.
A respeito do caso hipotético acima narrado, indique a opção correta.
a) Não é lícito ao órgão promover nova licitação para a contratação de objeto constante da
ata de registro de preços da qual seja participante.
b) Independentemente do preço ofertado, o órgão estará obrigado a contratar como licitante
vitorioso na segunda licitação, posto que não realizada pelo sistema de registro de preços.
c) Caso o preço ofertado pelo licitante vitorioso na segunda licitação seja o mesmo preço
registrado em ata, terá preferência na aquisição o licitante cujo preço consta registrado em
ata.
d) Para fins de aplicação do art. 70 do Decreto n. 3.931/2001, não basta cotejar somente os
preços respectivamente ofertados na segunda licitação e os registrados em ata, sendo
necessário analisar as condições das propostas, a fim de buscar a existência de igualdade
de condições.
e) O órgão público está obrigado a mencionar, no termo de referencia da segunda licitação,
a existência de ata de registro de preços da qual faça parte e que conte com o mesmo
objeto então licitado.

34. (FUNIVERSA – SEPLAG/DF 2011) As chuvas que causaram as situações de


tragédias e mortes na região serrana do Rio de Janeiro tiveram como consequência a
decretação do estado de calamidade pública.
Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.
a) Uma vez ocorrido o desastre de grandes proporções e com a finalidade de salvar vidas,
pode o administrador público efetivar contrato com dispensa de licitação antes da sua
declaração formal, tendo em vista o princípio da eficiência.
b) A verificação de que a conduta do administrador é considerada desidiosa e de que outra
em sentido contrário poderia ter evitado todo aquele drama tem como resultado o
impedimento da Administração de poder servir-se da dispensa de licitação, por calamidade
pública, já que ela própria deu causa a tal situação.
c) A dispensa de licitação nessas circunstâncias pode abranger bens de conteúdo não
econômico, como o bem-estar, a justiça e a dignidade, dado o conteúdo exemplificativo da
expressão "outros bens" do artigo 24 da Lei n.º 8.666/1993.
d) Além dos requisitos legais, a contratação por calamidade pública exige a fundamentação
do preço, tendo em vista o disposto na Lei n.º 8.666/1993, com manutenção da coerência
em relação à situação e ao contrato firmado.

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e) Nas situações de calamidade, não é possível falar-se em contrato provisório.

35. (FGV – OAB 2011) A revogação da licitação pressupõe


(A) mero juízo de conveniência e oportunidade da Administração, podendo se dar a
qualquer tempo.
(B) mero juízo de conveniência e oportunidade da Administração, podendo ocorrer até antes
da assinatura do contrato.
(C) prévia, integral e justa indenização, podendo, por isso, se dar por qualquer motivo e a
qualquer tempo.
(D) razões de interesse público decorrentes de fato superveniente, devidamente
comprovado, pertinente e suficiente para justificar essa conduta.

36. (FGV – OAB 2014) A União licitou, mediante concorrência, uma obra de engenharia
para construir um hospital público. Depois de realizadas todas as etapas previstas na Lei n.
8.666/93, sagrou-se vencedora a Companhia X. No entanto, antes de se outorgar o contrato
para a Companhia X, a Administração Pública resolveu revogar a licitação.
Acerca do tema, assinale a afirmativa correta.
A) A Administração Pública pode revogar a licitação, por qualquer motivo, principalmente por
ilegalidade, não havendo direito subjetivo da Companhia X ao contrato.
B) A revogação depende da constatação de ilegalidade no curso do procedimento e, nesse
caso, não pode ser decretada em prejuízo da Companhia X, que já se sagrou vencedora.
C) A revogação, fundada na conveniência e na oportunidade da Administração Pública,
deverá sempre ser motivada e baseada em fato superveniente ao início da licitação.
D) Quando a Administração lança um edital e a ele se vincula, somente será possível a
anulação do certame em caso de ilegalidade, sendo-lhe vedado, pois, revogar a licitação.

37. (Cespe – MPTCDF 2013) Nos casos de desfazimento do processo licitatório, mesmo
quando o procedimento não tiver sido concluído nem gerado direitos subjetivos a qualquer
dos licitantes, dá-se aplicabilidade ao dispositivo da Lei n.o 8.666/1993 que garante a
observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa.

38. (Cespe – Polícia Federal 2013) A licitação, após a adjudicação, não pode ser anulada
pela administração pública, em razão do princípio da segurança jurídica.

39. (Cespe – OAB 2010) Acerca do contrato administrativo, assinale a opção correta.
a) Mediante acordo entre as partes, pode a supressão de um objeto contratado ser superior
a 25% do valor atualizado do contrato.
b) O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos
que se fizerem nas obras, serviços, compras ou reforma de edifício, até o limite de 25% do
valor inicial atualizado do contrato.

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c) Em atenção ao princípio da supremacia do interesse público, a majoração dos encargos
do contratado advinda de alteração unilateral do contrato não implica o restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
d) A responsabilidade do contratado pela reparação ou correção dos vícios encontrados no
objeto contratado somente ocorrerá se houver previsão expressa nesse sentido no contrato
firmado entre a administração pública e o fornecedor.

40. (FGV – OAB 2010) Uma das características dos contratos administrativos é a
“instabilidade” quanto ao seu objeto que decorre
(A) do poder conferido à Administração Pública de alterar, unilateralmente, algumas
cláusulas do contrato, no curso de sua execução, na forma do artigo 58, inciso I da Lei n.
8.666/93, a fim de adequar o objeto do contrato às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado.
(B) da possibilidade do contratado (particular) alterar, unilateralmente, a qualquer tempo,
algumas cláusulas do contrato, no curso de sua execução, de forma a atender aos seus
próprios interesses em face das prerrogativas da Administração Pública.
(C) do poder conferido à Administração Pública de alterar, unilateralmente, algumas
cláusulas do contrato, no curso de sua execução, na forma do artigo 58, inciso I da Lei n.
8.666/93, a fim de adequar o objeto do contrato aos interesses do contratado (particular) em
face das prerrogativas da Administração Pública.
(D) de não haver qualquer possibilidade de alteração do objeto do contrato administrativo,
quer pela Administração Pública, quer pelo contratado (particular), tendo em vista o princípio
da vinculação ao edital licitatório, do qual o contrato e seu objeto fazem parte integrante; e o
princípio da juridicidade, do qual aquele primeiro decorre.

41. (FGV – OAB 2013) Determinada construtora sagra-se vencedora numa licitação para
a reforma do hall de acesso de uma autarquia estadual. O contrato foi assinado no dia 30 de
abril, com duração até 30 de outubro daquele mesmo ano. Iniciada a execução do contrato,
a Administração constata a necessidade de alteração no projeto original, a fim de incluir uma
rampa de acesso para deficientes físicos. Com base na hipótese sugerida, assinale a
afirmativa correta.
A) A alteração do projeto, pela Administração, autoriza a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro, mas não a prorrogação do prazo de entrega da obra.
B) A alteração do projeto, pela Administração, autoriza a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro e também a prorrogação do prazo de entrega da obra.
C) Os concorrentes que perderam a licitação podem questionar a validade da alteração,
exigindo a realização de novo procedimento licitatório para a totalidade da obra.
D) Os concorrentes que perderam a licitação podem questionar a validade da alteração,
exigindo a realização de novo procedimento licitatório para a construção da rampa de
acesso para deficientes físicos.

42. (ESAF – CGU 2012) A coluna I, abaixo, traz as características de três instrumentos
jurídicos utilizados para a recomposição da equação econômico-financeira. Já a coluna II

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traz a nomenclatura desses institutos. Correlacione as colunas I e II para, ao final, assinale a
sequência correta para a coluna I.

a) 1 / 2 / 3
b) 3 / 1 / 2
c) 2 / 1 / 3
d) 1 / 3 / 2
e) 3 / 2 / 1

43. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e fiscalizada
por representante da administração designado especialmente para tal, não sendo permitida
a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição, por
se tratar de atividade típica do Estado.

44. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela fiscalização na
interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais elementos de projeto, bem
como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado para eximir a contratada da
responsabilidade pela execução dos serviços e obras.

45. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não admite reabilitação.

46. (Cespe – TCU 2010) A sanção de suspensão temporária de participação em licitação


e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a dois anos
pode ser aplicada aos profissionais que tenham sofrido condenação definitiva por praticar,
de forma dolosa, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos.

47. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em casos de faltas contratuais por parte do
contratado, é assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execução do contrato,

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de modo a garantir a continuidade de um serviço público considerado essencial à
sociedade.

48. (Cespe – TCU 2013) Visando resguardar o adequado cumprimento do contrato


administrativo, a administração pública deve indicar e exigir, entre as opções legalmente
previstas, a garantia a ser prestada pelo particular contratado para executar obras, serviços
e compras no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.

49. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para a
execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.

50. (FGV – OAB 2015) O Município C está elaborando edital de licitação para a
contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse contrato,
assinale a afirmativa correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito
orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48 meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente enquanto
não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a
sessenta meses.

51. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos relativos
ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática devem ter duração
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.

52. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser prorrogados, é
vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de vigência indeterminado.

53. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das nulidades,
segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que ele deveria
produzir e desconstituindo os já produzidos, o que isenta inteiramente a administração
pública do dever de indenizar o contratado.

54. (FGV – OAB 2011) Sendo o contrato administrativo nulo, é correto afirmar que
(A) a declaração de nulidade não opera retroativamente, obrigando o contratado a indenizar
a Administração pelos danos por esta sofridos.
(B) seu reconhecimento não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado de
boa-fé, por tudo o que este houver executado e por outros prejuízos comprovados.
(C) a declaração não opera retroativamente, respeitando o direito adquirido ao término do
contrato, caso tenha o contratado iniciado sua execução.

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(D) que essa nulidade só produzirá efeitos se o contrato for de valor superior a 100 (cem)
salários mínimos, caso o contratado tenha iniciado a sua execução.

55. (ESAF – CGU 2012) Determinada municipalidade firmou contrato de prestação de


serviços com a empresa "W". A contratação ainda vigia quando foi declarada nula, após o
Tribunal de Contas competente para fiscalizar o Município ter apontado vício insanável ante
a ausência de prévia licitação.
Acerca da situação fática acima narrada, assinale a opção correta.
a) Quando houve a declaração de nulidade, as prestações resolveram-se de parte a parte,
sendo dever de cada um suportar os próprios prejuízos.
b) O contratado faz jus à indenização dos prejuízos ainda que tenha concorrido para a
nulidade.
c) O ente público não poderá deixar de efetuar o pagamento pelos serviços prestados, ou
pelos prejuízos decorrentes do encerramento antecipado da avença.
d) O custo da desmobilização não deve integrar os danos emergentes porquanto já pago
nas parcelas iniciais do contrato.
e) Não há que se falar em indenização do contratado pelos lucros cessantes, sendo devida
apenas a reparação pelos danos emergentes regularmente comprovados.

56. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que, na execução de determinada obra pública, o
contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à administração.
Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão do contrato após obter
autorização judicial em ação proposta com essa finalidade específica.

57. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de certame
licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a administração
pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital ou no contrato. Nessa
situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo estipulado e com estrita observância
aos critérios de qualidade impostos contratualmente, não poderá a administração rescindir o
contrato unilateralmente, visto que não se configura hipótese de prejuízo ou
descumprimento de cláusulas contratuais.

58. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha celebrado
contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão público. Nessa
situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a substituição da garantia de
execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.
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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.

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