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RESUMO
ABSTRACT
Cultura Material
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cotidianidade das culturas humanas, ou seja, aquilo que lhes dê uma
“identidade”, um “caráter” único.
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Arqueologia, Cultura Material e Evolução Humana
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Estas pessoas, em cada área do conhecimento, procuraram pesquisar
o passado geocronológico, com a finalidade de buscar mais informações
sobre os ancestrais ou criaturas que fossem seus contemporâneos. Com o
passar do tempo, muitas mudanças ocorreram, graças ao grande número de
pesquisadores (acadêmicos ou não), pela grande quantidade de evidências
encontradas e laboratórios com aparato técnico para análise das mesmas; isso
fez com que vários trabalhos dos séculos anteriores fossem revistos, pois a
luz da época, devido à falta de informações e tecnologia, os achados eram
mal interpretados. A partir daí a cultura material passou a ter lugar de
destaque na pesquisa arqueológica, onde a variabilidade artefatual era
investigada por meio da coleta e descrição dos objetos e relacionando-os a
uma tipologia e classificação, fazendo uso de diferentes categorias teóricas
e analíticas: estilo e função, causas simbólicas e utilitárias, fatores
tecnológicos e culturais, etc. Para o estudo sobre o desenvolvimento da
ancestralidade e evolução humana, a Arqueologia pode fazer o uso da
paleoantropologia (paleo, derivando do grego Palaios que significa: antigo
e velho e Antropologia conceituada como: “o estudo cientifico da espécie
humana, dentro de sua origem, evolução, costume, instituições, etc.) e a
partir do seu uso, teria como ferramentas de trabalho, os estudos de primatas
e de fósseis de hominídeos e procurando entender quais eram os mecanismos
que condicionaram aos antigos ancestrais evoluírem, como se adaptaram,
como se relacionaram entre si e com o meio ambiente a sua volta. O grande
desafio da Arqueologia seria o de sugerir interpretações, respondendo a
seguinte questão: Como que algumas criaturas simiescas, adquiriam
características humanas? De que forma isso foi evoluindo ao longo dos anos?
Quais as relações da cultura material com esta evolução?
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Réplicas de hominídeos, do Museu Natural do RJ. Foto: Alexandre
Farias, 2015.
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o aperfeiçoamento das técnicas, criou-se a possibilidade de fabricação de
artefatos em uma maior escala, maior precisão e melhor refinamento.
Podemos destacar cinco tipos de indústrias líticas ou modos: Acheuliense,
Musteriense, Olduvaiense, Paleolítico Superior e Neolítico.
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A cultura Perigordiense marca o início do Paleolítico Superior. Ele é
dividido em três fases: a primeira fase (ou inicial) chamada
Châtelperroniense; A segunda fase ou evoluído, chamado Gravetense; e a
terceira fase ou Perigordiense Superior. Originou-se na cultura Musteriense,
mais conhecida como Paleolítico Médio. Ele foi desenvolvido
principalmente na França e na metade norte da Espanha na fase final e
também na Bélgica e na Espanha. É uma indústria em transição entre o
Mousteriense e do Paleolítico Superior. Realizou-se entre 36.000 e 32.000
A.P., aproximadamente, ao fim de uma fase de clima quente. O nome desse
período vem a partir do sitío de nome do Grotte des Fées, Châtelperron, na
França. Ficou caracterizado pelo Homo Neanderthal e se desenvolveu em
um período frio, dominado por espécies como o rinoceronte e as renas,
aliadas a uma vegetação extensa de pinheiros e carvalhos. A deterioração do
clima ocasionou a substituição de florestas por uma cobertura vegetal e
arbustos. O achado lítico mais importante encontrado nesse período é a faca
de Châtelperron.
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Posteriormente, na década de 1950, Robert Broom e seu então
ajudante John T. Robinson realizaram diversas escavações na África do Sul,
mais precisamente nas cavernas Sterkfontein, Kromdraai e Swartkrans.
Durante suas pesquisas, encontraram diversos indícios de que os
australopitecíneos produziram cultura material. Em 1957 puderam defender
esta hipótese com segurança, pois acharam artefatos líticos e remanescentes
de Australopithecus no mesmo estrato. Em 1996, na Etiópia, foram
encontrados remanescentes de um hominídeo que foi posteriormente
batizado de Australopithecus Garhi. Esta nova espécie de australopitecíneos
teria habitado o continente africano há 2,5 milhões de anos atrás e sua
anatomia sugere que foi um ancestral direto do gênero Homo. Próximo aos
remanescentes do Australopithecus Garhi foram encontradas lascas de
pedras e ossos de animais apresentando marcas de corte e percussão.
Nenhuma outra espécie de hominídeo foi encontrada próxima a estes
achados, mas ainda assim a autoria dos artefatos é questionada. Para os que
defendem que os australopitecíneos não produziram e nem utilizaram
ferramentas, os primeiros hominídeos a desenvolverem cultura material
teriam sido os Homo Habilis. Estes, que também são considerados os
primeiros integrantes do gênero Homo, povoaram o continente africano há
aproximadamente 2,4 milhões de anos. Anatomicamente, se diferenciavam
dos australopitecíneos por possuírem uma caixa craniana maior, dentes
molares menores e uma face menor e menos projetada para frente. A alcunha
recebida, que significa “homem habilidoso”, remete exatamente à sua
habilidade em produzir ferramentas. Alguns remanescentes de Homo Habilis
foram encontrados pela primeira vez pelo casal Louis Leakey e Mary Leakey
em escavações realizadas na Garganta de Olduvai, norte da Tanzânia. No
mesmo local foram encontradas uma grande quantidade e variedade de
artefatos líticos. Esta intensa produção de ferramentas atribuídas aos Homo
Habilis ficou conhecida como indústria olduvaiense, em referência a
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localidade. A referida indústria é um marco nos estudos acerca da cultura
material dos ancestrais humanos. Os artefatos da indústria olduvaiense,
constituídos principalmente de basalto e quartzito, possuem uma
variabilidade razoável de formas, tamanhos e funções, chegando a receber
uma extensa classificação nos anos 1970. Por terem sido achados
acompanhados de grande quantidade de restos faunísticos que apresentavam
marcas de corte, pode-se inferir que uma de suas principais atribuições era o
esquartejamento de carcaças de animais. Dessa forma, é possível deduzir que
o Homo Habilis consumiu carne de maneira regular. A cultura material
desenvolvida pelo Homo Habilis permite que se compreenda não só seus
hábitos alimentares, mas diversos aspectos de seu estilo de vida e até
relacionamentos sociais. Steven Mithen aponta que “as descobertas de
blocos de pedras em lugares afastados das fontes de matéria-prima e as séries
incompletas de estilhaço de lascamento em sítios arqueológicos são
consideradas evidência de que o Homo Habilis podia prever a distribuição
de recursos”. Com isso, defende que ele realizava um mapeamento mental
da distribuição de matérias-primas, sendo capaz de prever a utilização de
artefatos nas suas atividades de subsistência.
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seria possível tal grau de desenvolvimento e cooperação sem o
acompanhamento de uma linguagem também sofisticada.
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Esta superação tecnológica dos primeiros homens modernos seria uma
das razões apontadas para a gradual extinção do homem de Neandertal, mas
pairam dúvidas em relação ao advento da indústria chatelperronense
(aproximadamente 35.000 A.C), no que diz respeito a autoria dos seus
artefatos. Quando se compara as ferramentas e adornos feitos pelos
Neandertais e pelos Homo Sapiens, pesquisadores puderam constatar um
grau semelhante de desenvolvimento. A inteligência e o desenvolvimento da
competência técnica dos Neandertais originaram questionamentos sobre a
fabricação dos artefatos: se os Neandertais seriam os autores isolados dos
materiais simbólicos da cultura chatelperronense ou se seria uma produção
influenciada pelo contato cultural com os primeiros homens modernos que
apareceram no Oriente Médio e, posteriormente, na Europa.
Conclusão
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Bibliografia
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