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ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO EM DISCO PLANO DE CORTE

ATRAVÉS DA TÉCNICA DE MOIRÉ DE PROJEÇÃO

Kelen Cristiane Cardoso* – cardokle2015@gmail.com


Inácio Maria Dal Fabbro** – inacio@feagri.unicamp.br
Jonathan Gazzola*** – jonathan.gazzola@ufscar.br

Resumo: A aplicação de métodos ópticos em projetos de elementos de máquinas e de


estruturas, tanto quanto em sistemas biológicos, tem recebido destaque na literatura cientifica
há algum tempo. Técnicas ópticas têm dado suporte às análises experimentais em situações de
carregamento estático bem como dinâmico ou ambos, exibindo características de método não
destrutivo e de alta aplicabilidade. O método óptico de moiré tem sido utilizado em
perfilometria para determinar a perfilometria de objetos, tanto quanto associados a técnicas
fotoelásticas. A literatura pertinente enfatiza que as técnicas de moiré são de fácil aplicação e
de baixo custo. Este trabalho tem por objetivo a aplicação da técnica de moiré de projeção
como metodologia de suporte para gerar modelos digitais topográficos da superfície de discos
planos. Os discos planos são elementos de máquinas largamente utilizados em arados e
plantadoras, a distribuição de deformação e tensão nesses elementos mediante as solicitações
da aplicação carece de um maior conhecimento. Para a validação do método de moiré, foram
também levados a cabo simulações por elementos finitos.
Palavras-chave: Método de moiré. Análise do esforço e da tensão. Fotoelasticidade.

Abstract: The application of optical methods in design machine elements and structures, as
well as in biological systems has been highlighted in the scientific literature for some time.
Optical techniques have provided support to the experimental analysis in static loading
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conditions as well as dynamic or both, exhibiting non-destructive method of characteristics


and high applicability. The optical method of moire has been used in profilometry to
determine profilometry both objects associated with photoelastic techniques. The literature
emphasizes that moiré techniques are easy to use and low cost. This work aims at applying the
technique of projection moiré as supporting methodology to generate topographical digital
models of flat discs surface. The flat discs are machine elements widely used in plows and
planters, the distribution of strain and stress in these elements by the application requests
lacks a greater knowledge. For the validation of the moire method, they were also carried out
simulations by finite elements.
Keywords: Moiré methods. Stress and strain analysis. Photoelasticity.

1. Introdução

Para o bom desenvolvimento de um produto, existe a necessidade de se projetar com


sucesso, o que é diferente de apenas projetar. Deve-se ter o domínio sobre numerosos pontos
de vista e experiências que não se enquadram totalmente no ramo das atividades de projetos
propriamente ditas (NIEMANN, 1971).

A ocorrência de soluções demandando análise de tensão e deformação tem se tornado


frequente nos últimos anos. Análises estáticas, dinâmicas, térmicas, magnéticas,
fluidodinâmicas, acústicas, de impacto e simulações têm encontrado auxílio nos métodos de
elementos finitos (MEF), dando suporte à análise pré-definida (CARDOSO, 2013).

O uso de técnicas ópticas na área de mecânica experimental não é recente, como revela
a literatura pertinente, em aplicações na inspeção de materiais e análise de tensões (PIRES et
al, 2002). A utilização de técnicas perfilométricas é de grande importância para diversos
segmentos da indústria, principalmente no que se refere a práticas de controle e qualidade,
modelagem matemática e diagnóstica/clínica. Na indústria, é vista como uma poderosa
ferramenta na manufatura, controle de qualidade, engenharia reversa e na modelagem dos
esforços estáticos e dinâmicos a que estão submetidos os componentes mecânicos
(MAGALHÃES JUNIOR, 2006).

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As técnicas usadas para a medição do perfil topográfico de objetos são classificadas


em dois grupos: técnicas de contato e técnicas sem contato, por Hu (2001) e Curless (2001),
citados por Lino (2002). Curless (2001) faz uma classificação semelhante à de Hu, porém
mais ampla e particulariza as técnicas ópticas, que possuem como particularidade a rapidez, o
fato de não ter contato físico com os objetos em estudo e de ser um ensaio não destrutivo
(LINO, 2002).

Hu (2001) diz que as técnicas mais comumente utilizadas devido à simplicidade e


rapidez de medição são as técnicas de moiré de sombra e projeção. As técnicas ópticas de
medição perfilométricas são ferramentas eficientes de avaliação de topografia de
componentes mecânicos. Essas técnicas têm sido aplicadas também para estudos com corpos
estáticos e, mais recentemente, impostas à situação dinâmica de carregamento. As mais
utilizadas têm sido a holografia, a fotoelasticidade clássica, a interferometria speckle e as
técnicas de moiré (GOMES et al., 2009).

A técnica de moiré é uma técnica óptica interferométrica conhecida por ser útil na
determinação de campos de deslocamento, porém as franjas têm de ser espacialmente
diferenciadas para se gerar o campo de deformações e, consequentemente, o campo de
tensões. A técnica de moiré é um magnificador de movimentos, isto é, pequenos
deslocamentos provocam grandes mudanças nas franjas e não são necessários grandes
carregamentos para provocar mudança significativa das franjas padrões (GAZZOLA et al.
2010).

Uma das vantagens das técnicas ópticas de moiré está associada à geração do campo
de deslocamento completo, sofrendo menor interferência de ruídos, sendo esses problemas
recorrentes às técnicas de fotoelasticidade clássica e à holografia (DOYLE, 2008). A técnica
de moiré é altamente viável, pois os equipamentos empregados são de baixo custo
(GAZZOLA et al. 2010).

O uso da técnica de moiré em mecânica experimental consiste em analisar a imagem


gerada através da superposição dos padrões regulares existentes (impressos ou projetados) no
objeto deformado e não deformado (PIRES et al., 2002). A caracterização experimental de
tensões por moiré conclui-se através da deformação da grade provocada pela deformação do

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elemento, e com base nessa deformação é possível caracterizar o campo de tensão através de
técnicas de processamento e análise de imagens (BASTOS, 2004).

Nishijima (1964) e Oster et al (1964) explicam as franjas de moiré considerando o


caso de dois retículos que possuam linhas equidistante espaçadas, e um deles (retículo R1),
que possui linhas paralelas ao eixo “y”, com período “p1”, é sobreposto pelo outro (retículo
R2), com linhas com período “p2” diferente de “p1”, formando um angulo θ entre as linhas
dos dois retículos. Observa-se o aparecimento de um terceiro retículo formado pela interseção
das linhas dos retículos R1 e R2.

As franjas se comportam na maioria das vezes como ondas senoidais, e a intensidade


da luz observada é a média da luz transmitida através dos retículos 1 e 2, e tem-se o centro das
franjas claras onde a luz transmitida é máxima, e o centro das franjas escuras, onde a luz
transmitida tende a zero (LINO, 2002).

Creath (1988) descreveu que o deslocamento de fase ou phase shiftin é uma técnica
interferométrica desenvolvida com o objetivo de aumentar a resolução espacial e vertical. É
utilizada para auxiliar as técnicas de moiré e projeção de grades. Ela utiliza múltiplos
interferogramas ou imagens, de 3 a 5, constituídos por grades. As fases dessas grades são
deslocadas uma fração de período entre uma imagem e outra (LINO, 2008).

O presente trabalho tem como objetivo comparar a técnica de moiré com resultados
obtidos pela análise de elementos finitos na análise do mapa de distribuição de deformação e
tensão em corpos de prova, sob solicitações de deslocamento longitudinal.

2. Material e métodos

Os ensaios fotomecânicos foram levados a cabo no Laboratório de Materiais e


Estruturas da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP, localizado na cidade de
Campinas/SP. Como corpo de prova, usou-se um disco plano de corte de 14”, espessura
3.3mm e diâmetro 360mm, usado em plantadora, que foi doado pela empresa SEMEATO,
conforme ilustra a Figura 1.

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Figura 1: Dimensões do disco plano

O arranjo experimental para o ensaio de moiré incluiu um computador para gerar as


grades de moiré e processar as imagens, uma câmara digital da marca Samsung Cam CN OS
6,4 Megapixel Full HD, com controle remoto, um projetor EPSON PowerLite X24+,
dispositivo em forma de mesa para apoio dos corpos de prova, cilindro metálico, relógio
comparador, prensa EMIC DL30000 com capacidade de carga de 300 kN com transdutor de
deslocamento embutido, e softwares Fringe Projection, ImageJ, Idrise Kilimanjaro e
Risingsun Moiré.

O cilindro metálico foi utilizado para transmitir a carga da prensa para o disco plano,
sendo posicionado entre a célula de carga e no centro do disco. O deslocamento axial do disco
foi imposto pelo deslocamento da prensa com incrementos de 1 mm em 1 mm até completar o
total de 10 mm. A Figura 2 mostra o arranjo experimental dos equipamentos para os ensaios
de carregamento.

Figura 2: Arranjo experimental para ensaio de moiré

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Dos 10 incrementos aplicados no ensaio de carregamento, foram geradas 11 imagens,


sendo a primeira sem deslocamento e as demais obtidas a cada 1mm de deslocamento até
atingir o deslocamento máximo de 10 mm. Além dessas 11, foram geradas 4 imagens, uma de
cada grade defasada de 90°, do plano de referência.

As imagens foram processadas por meio dos softwares “ImageJ”, “Idrise Kilimanjaro”
e “Risingsun Moiré”, sendo dividas em quatro etapas distintas. Na primeira etapa, um
processamento comum entre todas as imagens foi realizado pelo software ImageJ. Esse
processamento retirou a área referente ao plano de fundo da área correspondente ao corpo de
prova na imagem, ruídos da imagem e aplicação de filtros, que serviram para dar maior
contraste nas franjas padrões, conforme definido por Kuninari et al. (2008).

Na segunda etapa, foi empregado o método de subtração das imagens das quatro
imagens das grades defasadas de 90°, com cada imagem do corpo de prova submetido a cada
incremento de carga, gerando, assim, quatro imagens para cada incremento.

Na terceira etapa, foi gerado o mapa de franjas isocromáticas por meio do software
Idrise Kilimanjaro, empregando o método de processamento denominado “Subtração do
Campo Inteiro”, que é usado para determinar deformação no corpo de prova entre dois
diferentes níveis de carga, conforme descrito por Albiero et al. (2012). Na quarta etapa, usou-
se o software Risingsun Moire, com o objetivo de aumentar a resolução espacial e vertical,
descritas por Creath (1988), que utiliza múltiplos interferogramas ou imagens, de 3 a 5,
constituídos por grades.

Quando se utiliza quatro imagens deslocadas de π/2, a intensidade luminosa em cada


uma das imagens é descrita pelas equações [01] a [05]:

Nelas, a(x,y) é a intensidade luminosa do fundo em cada ponto da imagem, b(x,y) é a


intensidade de modulação em cada ponto da imagem, cosϕ é a fase a ser determinada.
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Resolvendo as quatro equações simultaneamente, pode-se obter o termo fase (cosϕ), para cada
ponto da imagem.

A fim de validar a técnica de moiré de projeção para análise qualitativa e quantitativa


de deformação em um disco plano, foi realizada uma análise de elementos finitos, a qual se
utilizou dos softwares “Pro/Engineer” e “Abaqus 6.13”. Foram adotadas as propriedades do
material SAEJ1269-42CrMo4, o módulo de elasticidade de 109GPa a 210GPa, coeficiente de
Poison de 0,27 a 0,30 e a tensão de escoamento de 1400 Mpa, como determinado pelo teste de
tração, realizado conforme a norma NBR6152 – Ensaio de tração à temperatura ambiente.

Para a simulação, foram consideradas as condições de contorno mostradas na Figura 3


a.), em que se modelou um anel como no teste físico para o apoio do disco plano. Esse
dispositivo de apoio teve sua face inferior engastada, evitando dessa forma o deslocamento
axial desse plano.

Figura 3: a.) Condições de contorno para análise em FEA. b.) 18000 elementos C3D8R (Continuum, 3-D, 8-
node, Reduced integracion)

O cilindro de deslocamento axial, assim como o anel de apoio, foi considerado como
corpo rígido; o disco plano foi modelado com 18000 elementos hexaedros lineares – C3D8R
(Continuum, 3-D, 8-node, Reduced integracion), como elementos para a análise, Figura 3 b.).

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3. Resultados e discussão

Na imagem da Figura 4, tem-se uma imagem capturada do corpo de prova com a


projeção das grades por meio do software “Fringe-Projection”. Assim como essa imagem,
foram geradas onze imagens da peça para cada milímetro de deslocamento, mais quatro
imagens da projeção das grades defasadas 90°, para o plano de referência, e uma imagem sem
projeção de grade, denominada máscara, para auxílio no processamento.

Figura 4: Projeção das grades para estudo de moiré no disco plano

Por meio do software “ImageJ”, cada imagem do corpo de prova para cada
deslocamento foi processada com as quatro imagens das grades defasadas de 90°, gerando,
assim, quatro imagens para cada deslocamento imposto. Via software “Rising-Sun Moire
V08-1”, cada conjunto de quatro imagens foi processado, gerando uma imagem para cada
deslocamento axial imposto; na Figura 5, pode-se verificar a diferença entre as imagens
devido à deformação provocada pelo deslocamento.

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Figura 5: Resultado do processamento das imagens da grade com as imagens do corpo de prova com
deslocamento axial de 0 mm a 10 mm

Como o disco plano é uma peça simétrica, verifica-se a deformação de uma forma
mais clara através da linha de leitura, ou seja, no ImageJ traça-se uma linha verificando o
perfil da peça para cada avanço de deslocamento axial – Figura 6 a.). Com a utilização da
ferramenta, “Analyze” e “Plot Profile”, tem-se a visualização do comportamento da
deformação para cada deslocamento axial, conforme mostram as imagens da Figura 6 b.), em
que se pode relacionar a distância em pixels com o diâmetro da peça em milímetros. No
entanto, não é possível relacionar os valores escala de cinza com milímetros.

Figura 6: a.) Linha traçada pelo software ImageJ para análise em linha dos deslocamentos. b.) Deslocamento
“sob a visão da ferramenta “Analyze” e “ Plot Profile” (b1) Deslocamento de 0 mm, (b2) deslocamento de 5 mm
e (b3) deslocamento de 10 mm

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As curvas fornecidas pelo ImageJ, vistas na Figura 6 b.), foram reunidas todas em um
único gráfico – Figura 7 a.), no qual foi possível verificar que o dispositivo se movimentou
durante o ensaio, o que foi comprovado pelas leituras do relógio comparador. Esse
comportamento foi verificado pois as curvas com deslocamentos de 0 mm a 3 mm
comportam-se de uma forma condizente com o deslocamento imposto e o restante das curvas
se comportaram de forma não condizente. No entanto, esse comportamento pode ser corrigido
– Figura 7 b.) – com o intuito de analisar quantitativamente o comportamento individual de
cada curva, verificando, assim, sua deformação, e consequentemente relacionar com valores
de tensão.

Figura 7: a.) Deslocamento axial para cada incremento de 1mm imposto pela prensa. b.) Deslocamento real
corrigido

De posse das equações das curvas dos perfis do corpo de prova sob a carga axial,
torna-se possível verificar o deslocamento ponto a ponto em uma linha traçada com a
utilização do “Plot Profile”.

Através das coordenadas das curvas da Figura 6 b.), e sendo o disco plano uma peça
simétrica, utilizou-se metade da linha traçada para leitura a fim de verificar a deformação
quantitativa, como pode ser visto na Figura 8. Para cada curva, obteve-se a aproximação
linear e polinomial, assim como suas respectivas equações e, assim, pôde-se verificar a
deformação na linha de leitura para cada deslocamento axial imposto.

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A Tabela 1 reúne todos os valores do comprimento do arco das curvas por


aproximação linear para cada deslocamento axial, assim como os valores de sua deformação.
O alongamento total para o deslocamento de 10 mm foi de 3.047E-01, e a deformação
específica total foi de 1.865E-03.

Figura 8: a.) Linhas de deformação medidas no raio do disco plano. b.) Aproximação linear. c.) Aproximação
polinomial

Tabela 1: Tabela de relação do comprimento dos arcos das curvas, e deformação específica para cada curva

Deslocamento [mm] Equação de Aproximação R^2 Alongamento Deformação específica


0,0 f(x) = -2E-6X - 3E-5 0.9425 0,000E+00 0,000E+00
1,0 f(x) = 0.006X +0.1059 0.9531 2,941E-03 1,800E-05
2,0 f(x) = 0.0119X + 0.1906 0.9611 1,157E-02 7,080E-05
3,0 f(x) = 0.0186X + 0.4416 0.9179 2,826E-02 1,730E-04
4,0 f(x) = 0.0245X + 0.5377 0.9290 4,903E-02 3,001E-04
5,0 f(x) = 0,0308X + 0.7154 0.9208 7,749E-02 4,742E-04
6,0 f(x) = 0.0366X + 0.8091 0.9278 1,094E-01 6,696E-04
7,0 f(x) = 0.0426X + 0.9524 0.9265 1,482E-01 9,070E-04
8,0 f(x) = 0.0484X + 1.0683 0.9280 1,913E-01 1,171E-03
9,0 f(x) = 0.0524X + 0.8102 0.9635 2,242E-01 1,372E-03
10,0 f(x) = 0.0611X + 1.5915 0.9027 3,047E-01 1,865E-03

Verifica-se que, apesar dos valores dos coeficientes de determinação apresentar


valores superiores a 90%, as curvas da Figura 8 c.) com aproximação polinomial apresentam
valores mais condizentes.

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A Tabela 2 reúne todos os valores do comprimento do arco das curvas por


aproximação polinomial de segunda ordem.

O alongamento total para o deslocamento de 10 mm foi de 3.507E-01, e a deformação


específica total foi de 2,14E-03.

Para a análise do comportamento da deformação, as imagens geradas no teste de moiré


de projeção foram processadas, depois do ImageJ, no software Idrisi Kilimanjaro. Segundo
Creath (1988) o deslocamento de fase ou phase shifting são técnicas interferométricas
desenvolvidas com o objetivo de aumentar as resoluções espaciais e verticais, utilizadas como
auxiliares as técnicas de moiré e projeção de franja. Elas utilizam múltiplos interferogramas
ou imagens, de 3 a 5, constituídos por franjas. As fases dessas franjas são deslocadas uma
fração de período entre uma imagem e outra (LINO, 2008).

Tabela 2: Tabela de relação do comprimento dos arcos das curvas, e deformação específica para cada curva

Deslocamento [mm] Equação de Aproximação R^2 Alongamento Deformação específica


0,0 0,000E+00 0,000E+00
1,0 f(x) = -3E-5X^2+0,0107X-5E-15 1 2,746E-03 1,681E-05
2,0 f(x) = -5E-5X^2+0,0203X-7E-15 1 1,202E-02 7,357E-05
3,0 f(x) = -0,0001X^2+0,038X-1E-14 1 3,833E-02 2,346E-04
4,0 f(x) = -0,0001X^2+0,0481X-2E-14 1 8,239E-02 5,042E-04
5,0 f(x) = -0,0002X^2+0,0621X-1E-14 1 7,070E-02 4,327E-04
6,0 f(x) = -0,0002X^2+0,0720X-2E-14 1 1,263E-01 7,727E-04
7,0 f(x) = -0,0003X^2+0,0844X-1E-14 1 1,022E-01 6,257E-04
8,0 f(x) = -0,0003X^2+0,0952X-2E-14 1 1,741E-01 1,066E-03
9,0 f(x) = -0,0002X^2+0,0880X-3E-14 1 2,498E-01 1,529E-03
10,0 f(x) = -0,0004X^2+0,1309X-3E-14 1 3,506E-01 2,145E-03

Nesse experimento, foram utilizadas quatro imagens deslocadas de π/2, sendo que a
intensidade luminosa em cada uma das imagens é descrita pelas equações [01] a [05].

A Figura 9 mostra os mapas de isodeformações obtidos pelo software Idrisi


Kilimanjaro, para cada deslocamento aplicado no disco plano. A imagem resultante da
diferenciação entre as franjas padrões de moiré “deformado” e “não deformado” mostra uma

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régua graduada relativa à intensidade de cores de pixel. A intensidade dos pixels pode ser
relacionada de acordo com a deformação do objeto.

A Figura 10 mostra o comportamento do deslocamento através das linhas isóclinas


obtidas pelo software ImageJ, para os deslocamentos axiais de 0 mm, 2 mm, 4 mm, 6 mm, 8
mm e 10 mm. Essas linhas demonstram o resultado qualitativo das regiões de distribuição de
deformação e, consequentemente, de tensão.

Para a análise de elementos finitos, verificou-se a força de reação no decorrer do


deslocamento axial, assim como a tensão de von mises, o deslocamento em uma linha de
leitura, com o intuito de comparar qualitativamente e quantitativamente com os resultados
apresentados pelo método de moiré.

Figura 9: Mapas de isodeformações obtidos pelo software Idrisi Kilimanjaro

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Figura 10: Mapa das linhas isoclinais para os deslocamentos de 0 mm a 10 mm

Nas imagens da Figura 11 e 12, pode-se verificar comportamento global da tensão de


von mises e da máxima principal, no plano de estudo do disco plano, para o deslocamento
parcial de 5 mm e o deslocamento final de 10 mm.

Figura 11: Tensões de Von Mises par deslocamento de 5 mm e 10 mm

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Figura 12: Tensões Máxima principal para deslocamento de 5 mm e 10 mm

Nas imagens da Figura 13, pode-se verificar o comportamento global do disco plano
para o deslocamento axial de 5 mm e 10 mm.

Figura 13: Deslocamentos em 5 mm e 10 mm

Na imagem da Figura 14, os valores de PE exibem componentes de deformação


plástica individual na máxima principal, semelhante a deformações principais, enquanto a
variável PEEQ fornece o valor de deformação plástica equivalente, semelhante à tensão
equivalente de von mises.

Nas imagens da Figura 14, percebe-se que não ocorreu deformação plástica com o
deslocamento axial de 10 mm.

No LE, Figura 15, tem-se os valores das deformações totais, deformações plásticas e
deformações elásticas. Como o disco plano não apresentou deformações plásticas, os valores
mostrados pelo coeficiente LE demostram somente as deformações elásticas que o disco
plano apresentou com o deslocamento axial de 10 mm.
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Partindo do princípio de que para o experimento de moiré analisou-se o deslocamento


em uma região tomada como linha de leitura, o mesmo deve ser visto nas simulações de
elementos finitos, ou seja, através da ferramenta “path” do Abaqus criou-se uma linha de
interesse de estudo a fim de verificar o comportamento das ações nessa linha e, assim,
comparar com o método de moiré (Figura 16).

Figura 14: Regiões de deformação plástica

Figura 15: Regiões de deformação totais

Figura 16: “Path” Linha criada para leitura de deslocamento, ferramenta do Abaqus

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Na Figura 18, pode-se verificar a aproximação linear para cada deslocamento, assim
como suas respectivas equações (Tabela 3).

Figura 17: Comportamento do deslocamento pela linha do “Path”

Figura 18: Aproximação linear para a linha de deformação no disco plano em deslocamento axial

A Tabela 3 reúne todos os valores do comprimento do arco das curvas por


aproximação linear para cada deslocamento axial, assim como os valores de sua deformação.

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Tabela 3: Tabela de relação do comprimento dos arcos das curvas, e deformação específica para cada curva

Deslocamento [mm] Equação de Aproximação R^2 Alongamento Deformação específica


0,000E+00 0,000E+00
1,0 f(x)= 0.0069x+1e-5 0.9975 3,809E-03 2,380E-05
2,0 f(x)= 0.0137x+0.003 0.9974 1,501E-02 9,384E-05
3,0 f(x)= 0.0206x+0.0114 0.9972 3,395E-02 2,122E-04
4,0 f(x)=0.0274x+0.0292 0.9969 6,005E-02 3,753E-04
5,0 f(x)=0.0341x+0.0557 0.9965 9,300E-02 5,812E-04
6,0 f(x)=0.0408x+0.091 0.9961 1,331E-01 8,320E-04
7,0 f(x)=0.0475x+0.1346 0.9957 1,804E-01 1,127E-03
8,0 f(x)=0.0541x+0.1868 0.9952 2,340E-01 1,462E-03
9,0 f(x)=0.0606x+0.2431 0.9948 2,935E-01 1,834E-03
10,0 f(x)=0.0671x+0.3073 0.9944 3,598E-01 2,249E-03

Na Figura 19 verifica-se o comportamento das curvas fornecidas pelo método de


moiré de projeção e simulações por elementos finitos, para 1 mm, 5 mm e 10 mm. As curvas
mostram-se qualitativamente e quantitativamente equivalentes; a pequena diferença no
resultado de moiré para com os dois outros métodos se dá pelo erro da distância angular entre
a projeção das grades com a recepção da imagem pela câmera fotográfica.

Figura 19: Linha de deformação entre moiré de projeção e FEA, para 1 mm, 5 mm e 10 mm de deslocamento
axial

Na Figura 20 têm-se as regiões de maiores deslocamentos das linhas isóclinas


fornecidas pelo ensaio de moiré de projeção, relacionadas de forma qualitativa com os
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resultados fornecidos pela simulação em elementos finitos para as regiões de deformação e,


consequentemente, de tensão.

Figura 20: Comparação dos resultados de moiré de projeção e elementos para os deslocamentos de 0 mm, 4 mm
e 10 mm de deslocamento axial

Na Figura 20, nota-se que as linhas isóclinas se mostram praticamente homogêneas


para o deslocamento de 0 mm, não ressaltando nenhuma região de maior ou menor topografia,
e a cor azul uniforme relata a posição indeformada do disco plano. Já para o deslocamento
axial de 4 mm, as linhas isóclinas apresentam um padrão topográfico, mostrando uma maior
concentração entre as linhas e apresentando um padrão concêntrico entre elas. Com o
aumento do deslocamento axial, o padrão de concentricidade e a maior concentração das
linhas denotam a conicidade no corpo de prova provocado pelo deslocamento axial, ficando
assim validada a relação entre as linha isóclinas fornecidas pelo experimento de moiré e os
dados qualitativos fornecidos pelo FEA.

7. Conclusões

1. Os valores encontrados de deformação específica para o deslocamento axial de 10


mm, para o método de moiré de projeção para a aproximação linear, foram de 1.865E-03, e

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ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO EM DISCO PLANO DE CORTE...

para a aproximação polinomial foram de 2,14E-03, sendo o valor encontrado por elementos
finitos de 2,249E-3.

2. A qualificação e a quantificação de deformação e de tensões geradas através da


técnica de moiré de projeção se assemelharam com a simulação por elementos finitos e com a
teoria estabelecida pela mecânica dos materiais. Na avaliação dos resultados de imagens das
linhas isocromáticas e isóclinas, podem ser verificadas as regiões de maiores concentrações de
tensão e de deformação.

8. Referências

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14/abr./ 2009.

* Kelen Cristiane Cardoso: Doutorado em Máquinas Agrícolas pela Universidade


Estadual de Campinas (2016); Mestrado em Máquinas Agrícolas pela Universidade
Estadual de Campinas (2013); e graduação em Engenharia Agrícola pela Universidade
Estadual de Campinas (2002). Docente na Faculdade Esamc Sorocaba, nos cursos de
Engenharia Mecânica, Civil e de Produção.
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ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO EM DISCO PLANO DE CORTE...

** Inácio Maria Dal Fabbro: Possui graduação em Agronomia pela Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiróz (1968), mestrado em Máquinas Agrícolas pela Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (1970) e PhD em Engenharia Agrícola –
Michigan State University (1979). Atualmente é professor titular junto à Universidade
Estadual de Campinas e diretor executivo do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher
Von Braun, em Campinas. Tem experiência em Engenharia Agrícola, com ênfase em
Propriedades Mecânicas de Materiais Biológicos, atuando principalmente nos seguintes
temas: linear and non linear elasticity and viscoelasticity, mechanics of continuum media,
finite element analysis, laser and moiré techniques and laser bios.
*** Jonathan Gazzola: Docente Adjunto A – Nível 1 – no curso de Engenharia
Ambiental da Universidade Federal de São Carlos, campus Lagoa do Sino, na área de
concentração de Resistência de Materiais e Materiais Alternativos de Construção.
Possui graduação em Engenharia Agrícola, mestrado em Engenharia Agrícola e
doutorado em Engenharia Agrícola, na área de concentração de Máquinas Agrícolas,
pela Universidade Estadual de Campinas. Apresenta pesquisas relacionadas à área de
Técnicas Ópticas e Ensaios Não Destrutivos aplicados a Comportamento Mecânico de
Materiais, Processamento Digital de Imagens, Análise de Imagens, Reconhecimento de
Padrões aplicados a Resistência de Materiais. Atualmente trabalha com pesquisas
relacionadas a Materiais Alternativos de Construção e Gestão Ambiental de Resíduos
Sólidos. Possui duas premiações internacionais (Best Paper Award) pela European
Society of Agricultural Engineers. Especialista na área de Óptica Aplicada em
Engenharia, com ênfase nos seguintes temas: Processamento digital de imagens; Ensaio
não destrutivo; Mecânica dos meios contínuos; Resistência de Materiais. Possui
experiência didática nas disciplinas: Mecânica aplicada (resistência de materiais),
Desenho assistido por computador (parametrizado e não parametrizado), Elementos de
máquinas, Mecânica dos sólidos (propriedades mecânicas dos materiais biológicos),
Projeto de máquinas agrícolas e Mecanização agrícola.

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