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Abstract: The application of optical methods in design machine elements and structures, as
well as in biological systems has been highlighted in the scientific literature for some time.
Optical techniques have provided support to the experimental analysis in static loading
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ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO EM DISCO PLANO DE CORTE...
1. Introdução
O uso de técnicas ópticas na área de mecânica experimental não é recente, como revela
a literatura pertinente, em aplicações na inspeção de materiais e análise de tensões (PIRES et
al, 2002). A utilização de técnicas perfilométricas é de grande importância para diversos
segmentos da indústria, principalmente no que se refere a práticas de controle e qualidade,
modelagem matemática e diagnóstica/clínica. Na indústria, é vista como uma poderosa
ferramenta na manufatura, controle de qualidade, engenharia reversa e na modelagem dos
esforços estáticos e dinâmicos a que estão submetidos os componentes mecânicos
(MAGALHÃES JUNIOR, 2006).
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A técnica de moiré é uma técnica óptica interferométrica conhecida por ser útil na
determinação de campos de deslocamento, porém as franjas têm de ser espacialmente
diferenciadas para se gerar o campo de deformações e, consequentemente, o campo de
tensões. A técnica de moiré é um magnificador de movimentos, isto é, pequenos
deslocamentos provocam grandes mudanças nas franjas e não são necessários grandes
carregamentos para provocar mudança significativa das franjas padrões (GAZZOLA et al.
2010).
Uma das vantagens das técnicas ópticas de moiré está associada à geração do campo
de deslocamento completo, sofrendo menor interferência de ruídos, sendo esses problemas
recorrentes às técnicas de fotoelasticidade clássica e à holografia (DOYLE, 2008). A técnica
de moiré é altamente viável, pois os equipamentos empregados são de baixo custo
(GAZZOLA et al. 2010).
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elemento, e com base nessa deformação é possível caracterizar o campo de tensão através de
técnicas de processamento e análise de imagens (BASTOS, 2004).
Creath (1988) descreveu que o deslocamento de fase ou phase shiftin é uma técnica
interferométrica desenvolvida com o objetivo de aumentar a resolução espacial e vertical. É
utilizada para auxiliar as técnicas de moiré e projeção de grades. Ela utiliza múltiplos
interferogramas ou imagens, de 3 a 5, constituídos por grades. As fases dessas grades são
deslocadas uma fração de período entre uma imagem e outra (LINO, 2008).
O presente trabalho tem como objetivo comparar a técnica de moiré com resultados
obtidos pela análise de elementos finitos na análise do mapa de distribuição de deformação e
tensão em corpos de prova, sob solicitações de deslocamento longitudinal.
2. Material e métodos
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O cilindro metálico foi utilizado para transmitir a carga da prensa para o disco plano,
sendo posicionado entre a célula de carga e no centro do disco. O deslocamento axial do disco
foi imposto pelo deslocamento da prensa com incrementos de 1 mm em 1 mm até completar o
total de 10 mm. A Figura 2 mostra o arranjo experimental dos equipamentos para os ensaios
de carregamento.
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As imagens foram processadas por meio dos softwares “ImageJ”, “Idrise Kilimanjaro”
e “Risingsun Moiré”, sendo dividas em quatro etapas distintas. Na primeira etapa, um
processamento comum entre todas as imagens foi realizado pelo software ImageJ. Esse
processamento retirou a área referente ao plano de fundo da área correspondente ao corpo de
prova na imagem, ruídos da imagem e aplicação de filtros, que serviram para dar maior
contraste nas franjas padrões, conforme definido por Kuninari et al. (2008).
Na segunda etapa, foi empregado o método de subtração das imagens das quatro
imagens das grades defasadas de 90°, com cada imagem do corpo de prova submetido a cada
incremento de carga, gerando, assim, quatro imagens para cada incremento.
Na terceira etapa, foi gerado o mapa de franjas isocromáticas por meio do software
Idrise Kilimanjaro, empregando o método de processamento denominado “Subtração do
Campo Inteiro”, que é usado para determinar deformação no corpo de prova entre dois
diferentes níveis de carga, conforme descrito por Albiero et al. (2012). Na quarta etapa, usou-
se o software Risingsun Moire, com o objetivo de aumentar a resolução espacial e vertical,
descritas por Creath (1988), que utiliza múltiplos interferogramas ou imagens, de 3 a 5,
constituídos por grades.
Resolvendo as quatro equações simultaneamente, pode-se obter o termo fase (cosϕ), para cada
ponto da imagem.
Figura 3: a.) Condições de contorno para análise em FEA. b.) 18000 elementos C3D8R (Continuum, 3-D, 8-
node, Reduced integracion)
O cilindro de deslocamento axial, assim como o anel de apoio, foi considerado como
corpo rígido; o disco plano foi modelado com 18000 elementos hexaedros lineares – C3D8R
(Continuum, 3-D, 8-node, Reduced integracion), como elementos para a análise, Figura 3 b.).
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3. Resultados e discussão
Por meio do software “ImageJ”, cada imagem do corpo de prova para cada
deslocamento foi processada com as quatro imagens das grades defasadas de 90°, gerando,
assim, quatro imagens para cada deslocamento imposto. Via software “Rising-Sun Moire
V08-1”, cada conjunto de quatro imagens foi processado, gerando uma imagem para cada
deslocamento axial imposto; na Figura 5, pode-se verificar a diferença entre as imagens
devido à deformação provocada pelo deslocamento.
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Figura 5: Resultado do processamento das imagens da grade com as imagens do corpo de prova com
deslocamento axial de 0 mm a 10 mm
Como o disco plano é uma peça simétrica, verifica-se a deformação de uma forma
mais clara através da linha de leitura, ou seja, no ImageJ traça-se uma linha verificando o
perfil da peça para cada avanço de deslocamento axial – Figura 6 a.). Com a utilização da
ferramenta, “Analyze” e “Plot Profile”, tem-se a visualização do comportamento da
deformação para cada deslocamento axial, conforme mostram as imagens da Figura 6 b.), em
que se pode relacionar a distância em pixels com o diâmetro da peça em milímetros. No
entanto, não é possível relacionar os valores escala de cinza com milímetros.
Figura 6: a.) Linha traçada pelo software ImageJ para análise em linha dos deslocamentos. b.) Deslocamento
“sob a visão da ferramenta “Analyze” e “ Plot Profile” (b1) Deslocamento de 0 mm, (b2) deslocamento de 5 mm
e (b3) deslocamento de 10 mm
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As curvas fornecidas pelo ImageJ, vistas na Figura 6 b.), foram reunidas todas em um
único gráfico – Figura 7 a.), no qual foi possível verificar que o dispositivo se movimentou
durante o ensaio, o que foi comprovado pelas leituras do relógio comparador. Esse
comportamento foi verificado pois as curvas com deslocamentos de 0 mm a 3 mm
comportam-se de uma forma condizente com o deslocamento imposto e o restante das curvas
se comportaram de forma não condizente. No entanto, esse comportamento pode ser corrigido
– Figura 7 b.) – com o intuito de analisar quantitativamente o comportamento individual de
cada curva, verificando, assim, sua deformação, e consequentemente relacionar com valores
de tensão.
Figura 7: a.) Deslocamento axial para cada incremento de 1mm imposto pela prensa. b.) Deslocamento real
corrigido
De posse das equações das curvas dos perfis do corpo de prova sob a carga axial,
torna-se possível verificar o deslocamento ponto a ponto em uma linha traçada com a
utilização do “Plot Profile”.
Através das coordenadas das curvas da Figura 6 b.), e sendo o disco plano uma peça
simétrica, utilizou-se metade da linha traçada para leitura a fim de verificar a deformação
quantitativa, como pode ser visto na Figura 8. Para cada curva, obteve-se a aproximação
linear e polinomial, assim como suas respectivas equações e, assim, pôde-se verificar a
deformação na linha de leitura para cada deslocamento axial imposto.
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Figura 8: a.) Linhas de deformação medidas no raio do disco plano. b.) Aproximação linear. c.) Aproximação
polinomial
Tabela 1: Tabela de relação do comprimento dos arcos das curvas, e deformação específica para cada curva
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Tabela 2: Tabela de relação do comprimento dos arcos das curvas, e deformação específica para cada curva
Nesse experimento, foram utilizadas quatro imagens deslocadas de π/2, sendo que a
intensidade luminosa em cada uma das imagens é descrita pelas equações [01] a [05].
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régua graduada relativa à intensidade de cores de pixel. A intensidade dos pixels pode ser
relacionada de acordo com a deformação do objeto.
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Nas imagens da Figura 13, pode-se verificar o comportamento global do disco plano
para o deslocamento axial de 5 mm e 10 mm.
Nas imagens da Figura 14, percebe-se que não ocorreu deformação plástica com o
deslocamento axial de 10 mm.
No LE, Figura 15, tem-se os valores das deformações totais, deformações plásticas e
deformações elásticas. Como o disco plano não apresentou deformações plásticas, os valores
mostrados pelo coeficiente LE demostram somente as deformações elásticas que o disco
plano apresentou com o deslocamento axial de 10 mm.
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Figura 16: “Path” Linha criada para leitura de deslocamento, ferramenta do Abaqus
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Na Figura 18, pode-se verificar a aproximação linear para cada deslocamento, assim
como suas respectivas equações (Tabela 3).
Figura 18: Aproximação linear para a linha de deformação no disco plano em deslocamento axial
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Tabela 3: Tabela de relação do comprimento dos arcos das curvas, e deformação específica para cada curva
Figura 19: Linha de deformação entre moiré de projeção e FEA, para 1 mm, 5 mm e 10 mm de deslocamento
axial
Figura 20: Comparação dos resultados de moiré de projeção e elementos para os deslocamentos de 0 mm, 4 mm
e 10 mm de deslocamento axial
7. Conclusões
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para a aproximação polinomial foram de 2,14E-03, sendo o valor encontrado por elementos
finitos de 2,249E-3.
8. Referências
ALBIERO, D.; LOURENÇO, L. S.; BERALDO, A. L.; RODRIGUES, S.; DAL FABBRO, I.
M.; MACIEL, A. J. S. Determination of wood specimens using isostrain patterns
generated for moiré technique. Revista Brasileira de Engenharia de Biossistemas, v. 1, p.
15-24, 2007.
BASTOS, L. F.; TAVARES, J. M. R. S. Um sistema de ferramentas de processamento e
análise de imagens de moiré: apresentação. In: 5° Encontro Nacional de Análise de
Tensões e Mecânica Experimental, Coimbra, 21-23/janeiro, 2004.
CARDOSO, K. C. Aplicação de técnicas ópticas de moiré na determinação da
distribuição de tensão e deformação em elementos de máquinas. 113p. Dissertação de
mestrado em Engenharia Agrícola – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade
Estadual de Campinas, 2013.
CURLESS, B. SIGGRAPH 99 Course on 3D Photography: Overview of Active Vision
Techniques. Disponível em: <www.cs.cmu.edu/~seitz/course/SIGG99/slides/curless-
active.pdf>. Acessado em: maio de 2011.
CREATH, Katherine. Phase-Measurement Interferometry Techniques. In: WOLF, Emil
Progress in Optics XXVI, ed. Amsterdam: North Holland Publ., p. 349-393, 1988.
DAL FABRO, I. et al. Mechanical behavior of sugarcane stalks under diametrical
compression assisted by a moiré optical technique. Proceedings... Adana: ITAFE v.1, p.
234-236, 2005.
DOYLE, J. F. Hybrid Methods. Springer Handbook of Solid Mechanics. ed. Sharpe, New
York, 2008.
GAZZOLA, Jonathan. Análise da técnica óptica de moiré como método fotomecânico
para qualificação e quantificação de tensões. 126p. Tese de Doutorado em Engenharia
Agrícola – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, 2013.
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** Inácio Maria Dal Fabbro: Possui graduação em Agronomia pela Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiróz (1968), mestrado em Máquinas Agrícolas pela Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (1970) e PhD em Engenharia Agrícola –
Michigan State University (1979). Atualmente é professor titular junto à Universidade
Estadual de Campinas e diretor executivo do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher
Von Braun, em Campinas. Tem experiência em Engenharia Agrícola, com ênfase em
Propriedades Mecânicas de Materiais Biológicos, atuando principalmente nos seguintes
temas: linear and non linear elasticity and viscoelasticity, mechanics of continuum media,
finite element analysis, laser and moiré techniques and laser bios.
*** Jonathan Gazzola: Docente Adjunto A – Nível 1 – no curso de Engenharia
Ambiental da Universidade Federal de São Carlos, campus Lagoa do Sino, na área de
concentração de Resistência de Materiais e Materiais Alternativos de Construção.
Possui graduação em Engenharia Agrícola, mestrado em Engenharia Agrícola e
doutorado em Engenharia Agrícola, na área de concentração de Máquinas Agrícolas,
pela Universidade Estadual de Campinas. Apresenta pesquisas relacionadas à área de
Técnicas Ópticas e Ensaios Não Destrutivos aplicados a Comportamento Mecânico de
Materiais, Processamento Digital de Imagens, Análise de Imagens, Reconhecimento de
Padrões aplicados a Resistência de Materiais. Atualmente trabalha com pesquisas
relacionadas a Materiais Alternativos de Construção e Gestão Ambiental de Resíduos
Sólidos. Possui duas premiações internacionais (Best Paper Award) pela European
Society of Agricultural Engineers. Especialista na área de Óptica Aplicada em
Engenharia, com ênfase nos seguintes temas: Processamento digital de imagens; Ensaio
não destrutivo; Mecânica dos meios contínuos; Resistência de Materiais. Possui
experiência didática nas disciplinas: Mecânica aplicada (resistência de materiais),
Desenho assistido por computador (parametrizado e não parametrizado), Elementos de
máquinas, Mecânica dos sólidos (propriedades mecânicas dos materiais biológicos),
Projeto de máquinas agrícolas e Mecanização agrícola.
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