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Análise de Caso : “Freud Além da Alma”

Amanda Gomes (14003669) Gabriella Finatti (14151674)

Ana Júlia Pires (14034391) Isabelli França (14144109)

Beatriz Tiuman (14169825) Juliana Freire (14150304)

Carolina Jordão (14156855) Mariana Gentili (14158851)

Gabriela Lima (14125421) Priscilla Sabadin (14313241)

Tainá Tofanello (14173967)

O filme “Freud Além da Alma” (1963), dirigido por John Huston,


apresenta uma breve biografia da vida de Freud. Contudo, podemos observar que
não só sua vida é relatada, mas sim grande parte de suas teorias, as quais se
mostram muito presentes. Para introduzir o filme, são mostradas as três maiores
feridas narcísicas do ser humano: (1) A Terra não é o centro do Universo, como
evidenciado por Copérnico; (2) A espécie humana não é especial, como
evidenciado por Darwin; e (3) O homem não é senhor em sua própria casa, como
evidenciado por Freud. Essa última norteia o filme, assim como a teoria
psicanalítica, pois mostra o poder do inconsciente.
Antes de entrarmos em conceitos pontuais, é importante frisar que o
filme como um todo se apresenta pela atenção flutuante, ou seja, não se foca
em um elemento específico, mas sim no todo. Essa é a forma como o analista
deve escutar o paciente, com abstinência para não perder nenhum elemento e
entendê-lo em sua própria história, como devemos fazer ao assistir o filme.
Logo no começo é apresentado um caso de histeria, o que não era
visto como uma patologia, e sim uma encenação por parte das mulheres em
busca de atenção. O jovem Freud vê além do que lhe é apresentado e busca
demonstrar que a histeria é de fato uma condição, e não um fingimento. Neste
caso a paciente acredita ser uma rainha, simula ter uma coroa e um cetro, o que
pode ser relacionado com a volta ao eu ideal, o qual é constituído pelas
projeções paternais sobre a criança, acompanhando o indivíduo em toda sua vida.
Quando o superego é estabelecido pós resolução do complexo de édipo, esse eu
ideal gera frustrações, pois encontra na sociedade limites nessa realização. No
caso citado, a paciente possivelmente sofreu uma grande repressão de seu eu
ideal, o que acarretou nos sintomas de histeria, causando a repetição do
comportamento.
Durante todo o filme o complexo de Édipo é muito abordado, mostra-
se presente nos pacientes de Freud e nele próprio. No caso de Cecily o complexo
demorou a ser identificado, uma vez que Freud ainda estava elaborando sua
teoria. A jovem mulher relatava ter sintomas variados de origem não identificada,
o que passa a ser analisado por Freud após o afastamento do antigo analista da
garota, o Dr. Breuer. Esse se afastou pois a garota dizia ter se apaixonado pelo
médico, e ele por ela, o que configura uma situação de transferência erótica por
parte da paciente e contratransferência por parte do médico, o qual julgou ser
mais prudente se afastar do caso e passá-lo para Freud.
Quando o novo médico é apresentado para Cecily há uma resistência,
já que ela se sentia traída pelo último analista. Com o passar do tempo, a jovem
passa a apresentar com Freud a mesma relação que tinha com Breuer. O que
podemos reparar é que ela fez uma transferência da figura do pai para os
analistas, reparado quando os presenteia com cravos, flor que seu pai costumava
usar em sua lapela, ou quando lhes pede beijos de despedidas, outro costume do
pai. Sendo agora paciente de Freud, ambos abandonam o método catártico, o
qual mostrava ser ineficiente, e passam a analisar juntos os relatos de Cecily.
Nesses relatos, a garota conta que sempre teve grande
desentendimento com sua mãe. Quando era mais nova sua mãe foi viajar e a
garota realizou seu papel: trocava as flores dos vasos, ia dormir tarde e recebia
convidados, relatando ser esse o momento mais feliz de sua vida. Além disso,
conta sobre o dia em que, após receber uma bronca de sua mãe por estar usando
maquiagem, buscou conforto na figura paterna. Cecily demonstra diversos
sintomas, sendo um deles a incapacidade de beber água no copo, demonstrando
uma fixação na fase oral; depois relata não conseguir ver ou se mover e até
mesmo acreditar estar grávida.
Esses e outros relatos da garota fazem Freud elaborar a teoria do
complexo de édipo, já que a mesma estrutura era observada em outro paciente
seu e nele próprio. No caso de Hans, o complexo foi identificado mediante
hipnose, onde o paciente relatava idolatrar o pai, mas encenou o assassinato do
mesmo e a conquista da mãe para si. Freud trouxe então, em um movimento
narcísico, os casos para si: sempre teve grande desentendimento com seu pai e
buscava conforto em sua mãe. Em um momento específico, quando era um
menino, lembra-se de estar com sua mãe e o pai tirá-la do garoto. A mãe lhe
presenteou com seu bracelete, o qual guardava com carinho até a vida adulta.
Transtornado pelo caso de Hans, Freud sonha estar preso ao paciente,
o qual o arrasta para dentro de uma caverna em encontro de uma mulher. O
paciente, com características árabes no sonho, senta-se no colo da mulher e a
beija, sendo esta a mãe do analista. Nesse sonho o complexo de Édipo é
encenado por meio de mecanismos oníricos: Freud realiza um deslocamento de
seu inconsciente para a figura de Hans para atualizar seu complexo. O analista
se recorda que sua mãe costumava lhe chamar de “pequeno árabe”, o que
explica o perfil arábico de Hans em seu sonho, evidenciando a condensação
realizada no sonho.
O que Freud fez neste momento foi transformar o conteúdo manifesto
do sonho em conteúdo latente, tornando evidente o complexo de Édipo. A partir
desse momento, o analista passa a reparar que seu desentendimento com o pai
tinha uma origem na relação dualista de ódio e amor para com este. Freud
costumava dizer que seu pai tinha problemas de relações com a irmã do analista,
mas esta nem era nascida quando o desentendimento de pai e filho começou,
evidenciando uma transferência feita inconscientemente.
Após compreender a origem do desentendimento com seu pai, Freud
consegue entrar no cemitério para visitar o túmulo do pai, ato impossível antes. O
filme termina com a frase deixada, há dois mil anos, no templo de Delfos:
“Conheça a Si Próprio”, enfatizando a necessidade da busca da compreensão de
nós mesmo para uma vida equilibrada e harmoniosa, mesmo que essa
compreensão pareça inalcançável e fora de nosso controle.

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