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Prontuário Revelando os Bastidores dos Atendimentos Psicológicos à Queixa Escolar

Encaminhamentos
- Problemas de Comportamento e de Aprendizagem
- PRINCIPAIS QUEIXAS: atitudes agressivas, apatia, dificuldades na leitura e na escrita,
dificuldades de atenção, impulsividade.
- Pesquisa a formação de psicólogos com relação à queixa escolar, especialmente as práticas
de atendimento à queixa escolar ensinadas nos cursos de graduação em Psicologia. (Ano de
1996)

A Pesquisa
- Realizada a análise dos prontuários de atendimento à queixa escolar em clínicas-escola de
quatro cursos de Psicologia, na cidade de São Paulo.
- A análise do conteúdo dos prontuários permitiu-nos verificar:
1 - O referencial teórico adotado pelo psicólogo supervisor do atendimento psicológico
2 - A abordagem dada à queixa escolar
3 - Os instrumentos utilizados para o levantamento de dados a respeito da queixa escolar
4 - Os encaminhamentos realizados pelo psicólogo.

Resultados
- A maioria das entrevistas utiliza roteiros centrados na história de vida da criança (parto,
nascimento, doenças, processo de desenvolvimento, acontecimentos traumáticos tais como
separação dos pais, hospitalização, quedas, por exemplo), em antecedentes de problemas
mentais na família, bem como em aspectos referentes à situação socioeconômica familiar.
- Não possibilita a construção de uma imagem da criança encaminhada
- Soma de informações: andou aos 2 anos, teve convulsão, gravidez indesejada, etc.
- O “modelo de entrevista” utilizado impede, portanto, que o psicólogo recupere a
particularidade do caso atendido, a diversidade que, sem dúvida, existe entre as crianças
com diferentes queixas escolares.
- Relatórios muito parecidos.
- A entrevista inicial deveria ter um caráter interventivo, de atendimento breve, para que o
cliente se veja implicado no processo de compreensão de suas necessidades.
- Exemplo da abordagem fenomenológico-existencial

Relatórios de 1996
- Os relatórios finais de atendimento dos casos de queixa escolar chegam basicamente ao
mesmo diagnóstico:
CRIANÇAS → Atendimento em ludoterapia
PAIS → Atendimento psicoterápico
LAUDOS PSICOLÓGICOS PARA ESCOLA
Respostas da turma de 9° Período de Psicologia no Simulado ENADE - 2018

Investigar Origem daNÚMERO


queixa DE CITACÕES DA PROPOSTA
Inserção do Psicólogo na escola
Culpabilização do pai
Culpabilização da mãe
Projeto com brincadeiras
Trabalho com grupos de crianças
Orientação de Pais
Enc. Atend. Individual
Trabalho com Bullyng
Trabalho com professores
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Os instrumentos de medida na avaliação diagnóstica


- Os testes são o principal instrumento de avaliação no psicodiagnóstico infantil de
problemas escolares.
- Os testes de inteligência, de maneira geral, utilizam itens que têm muitas de suas respostas
baseadas em informações escolares.
- Jonas, a partir dos três meses de escolarização, foi encaminhado para uma Classe Especial
para Deficientes Mentais. No processo de diagnóstico realizado por aluna de quinto ano do
curso de Psicologia, sob supervisão, em uma das clínicas-escola pesquisada, foi aplicada a
Escala Wechsler de Inteligência, sendo o seu diagnóstico o seguinte:
“Jonas apresentou um rendimento muito baixo em todos os sub-testes, ficando sempre na
média esperada para uma criança de 5 anos”
Mas a longa convivência da aluna com essa criança, durante as sessões lúdicas, não
confirmou essa defasagem apontada pelo instrumento de medida de inteligência, chegando o
mesmo psicólogo a afirmar, depois de alguns meses de contato com a criança:
“Vemos a necessidade de uma melhor investigação nesse caso,
pois supomos que Jonas seja pseudo-deficiente mental.”

O Processo de Escolarização Ignorado


- A relação que se estabelece entre psicólogo e cliente parte do que acontece “aqui e agora”.
Todo o processo de escolarização da criança encaminhada não é trazido para o atendimento
psicológico, é negado, é omitido, criando uma leitura fragmentada e simplista das causas
dos problemas escolares.
- Os prontuários analisados revelam que a hipótese central do psicólogo sobre o
encaminhamento que chega até ele, via escola, é a de que a criança é portadora de um
problema emocional com origens na relação familiar.
- Testes HTP, CAT, Desenho da Família
- A relação professor-aluno constrói-se no dia a dia da sala de aula e que pode mobilizar
sentimentos e criar novas possibilidades de representação da criança sobre si mesma e sobre
a escola
- A escola é historicamente construída, cuja complexidade transcende a relação professor-
aluno.
- Problemas emocionais graves existem. Mas não recaem sobre a maciça maioria de
crianças das nossas escolas (públicas e privadas)
- Mesmo que tais problemas aconteçam, as experiências recentes mostram a importância do
espaço pedagógico como um elemento estruturante do psiquismo e promotor de relações
mais saudáveis.
- Simplesmente afirmar para o professor que o seu aluno apresenta um distúrbio emocional,
em geral, paralisa a ação pedagógica.
- As visitas escolares ainda são consideradas pelo estagiário (e seu supervisor) muito mais
como um dado a ser acrescentado a respeito da criança.

O Caso de Rogério
Uma criança de 7 anos, Rogério segundo relata sua mãe: « foi à escola mas a
professora não o queria, tentaram por uma semana e foi retirado. Durante essa semana que
permaneceu na escola andava por baixo das cadeiras. A professora escrevia na lousa e ele
logo apagava, todos os alunos prestavam atenção nele, menos na aula, por isso foi
convidado a se retirar ».
- Com apenas uma semana de aula, esse aluno é considerado como uma criança impossível
de ser controlada. Nenhuma das perguntas que vêm em seguida na entrevista de triagem
esclarecem o que se passou na escola, ou levanta hipóteses a respeito da impossibilidade de
permanência dessa criança em sala de aula. Antes de entender mais detalhadamente o que se
passou na relação escolar, ou ainda perguntar à mãe se essa atitude também ocorre em casa e
em que condições, por exemplo, essa criança foi encaminhada para o neurologista.
- Não consideraram qualquer aspecto a respeito da história de escolarização dessa criança.
- Que expectativas levava para os primeiros dias de aula? Como era a escola que o recebeu?
- Não se discutiram questões relativas à inconstitucionalidade da exclusão dessa criança da
escola, e os direitos dos pais e da criança
- A quem recorrer num caso em que a escola se nega a manter a matrícula de um aluno em
idade escolar?
- Concepção de que o problema está no aluno, em seu psiquismo e em suas relações impede
que tais direitos básicos sejam considerados e inseridos no atendimento psicológico.
O Caso de Arthur
Artur, um adolescente de 12 anos que cursava a segunda série. Com histórias
sucessivas de repetência, é um aluno que, segundo sua mãe, “ainda gosta da escola”. Aos
três anos, teve uma encefalite e embora não apresente sequelas, foi encaminhado pela escola
para atendimento psicológico. Em seu prontuário, Artur escreve a seguinte frase « Eu sitou
pedito para saber poque eu nau cosigo misai bei na sicola ».
Embora esse aluno traga um pedido explícito – quer saber porque não se sai bem na
escola – mais uma vez o seu pedido foi frustrado, pois contrariamente ao que deseja, o seu
psicodiagnóstico afirma:
- “Artur está comprometido intelectualmente devido a suas questões afetivas. Não consegue
se desenvolver intelectualmente pois apresenta dificuldades emocionais, no sentido de
paralisar toda e qualquer produção.”
- Na continuidade do diagnóstico, a psicóloga (aluna do quarto ano de Psicologia e sua
supervisora) analisa as dificuldades de elaboração de conflitos relacionados com as figuras
parentais. No caso de M., foram aplicados a Escala Wechsler de Inteligência - WISC, o
Teste de Apercepção Temática-Infantil - C.A.T. e Casa, Árvore, Pessoa - H.T.P.; como de
praxe, o adolescente foi encaminhado para psicoterapia e os pais para terapia familiar.

Laudos
O desconhecimento do que acontece na escola faz com que muitos psicólogos deem
pouca importância à força do laudo psicológico no meio educacional.

- Modelo teórico predominante em relação às crianças que apresentam dificuldades de


escolarização: uma concepção que entende a queixa escolar como um problema individual
ou familiar, pertencente à criança encaminhada e à sua família, no qual a escola tem pouca
ou nenhuma parcela de participação.
- A causa da queixa escolar, na maioria das práticas psicológicas, é entendida como um
problema de âmbito emocional que se revela no início do processo de escolarização em
função dos desafios apresentados nessa etapa do desenvolvimento da criança.
- Desconsiderar a produção do fracasso no conjunto de relações do processo de
escolarização, dificulta propor ações que venham a modificar, pelo menos minimamente, as
relações escolares.
- Os pais, de maneira geral, chegam ao psicólogo convencidos de que seus filhos sejam
portadores de alguma problema por não aprenderem a ler e escrever.
- O discurso da escola vai paulatinamente sendo assimilado pelos pais, depositando sobre o
aluno a incapacidade para o aprendizado.
- E aqueles pais que ainda não estão convencidos da incapacidade de seus filhos ou dos
problemas emocionais e cognitivos ou o fazem no decorrer do processo psicodiagnóstico ou
são considerados pelos psicólogos como “resistentes ao tratamento”.
Diante de uma queixa escolar, não questionar a origem do encaminhamento, não considerá-
la na prática de atendimento, apesar das melhores intenções que possam ter os psicólogos, é
participar do processo de exclusão escolar de nossas crianças e adolescentes.

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