Вы находитесь на странице: 1из 68

Anuário Brasileiro do

2015
Brazilian Vegetable Yearbook
ISSN 2178-0897

997721780897122
Qualidade total
Desenvolvido para atender todas as necessidades
nutricionais das culturas de hortifrúti, de forma
eficiente e na medida certa, o Programa Nutricional
Yara oferece os nutrientes necessários para que sua
lavoura possa expressar o máximo potencial produtivo
e o maior retorno para o seu negócio.

Para saber mais, acesse: www.yarabrasil.com.br


Inor Ag. Assmann

1
expediente
Publishers and Editors

Anuário Brasileiro de Hortaliças 2015


Editor: Romar Rudolfo Beling; editor assistente: Igor Müller;
textos: Cleiton Evandro dos Santos, Benno Bernardo Kist, Cleonice de Carvalho,
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
Erna Regina Reetz, Igor Müller, Romar Rudolfo Beling e Heloísa Poll; supervisão:
CNPJ 04.439.157/0001-79
Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila,
Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900,
Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de
Santa Cruz do Sul, RS
empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado;
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila;
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado;
E-mail: redacao@editoragazeta.com.br
catalogação e tabelas: Sadraque Lenz Veiga; marketing: Raul Dreyer,
comercial@editoragazeta.com.br
Maira Trojan Bugs, Gabriela Kaempf, Ana Paula Knak e Tainara Bugs;
Site: www.editoragazeta.com.br
supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes;
impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).

ISSN 2178-0897

Ficha

A636
Anuário brasileiro de hortaliças 2015 / Cleiton Evan-
dro dos Santos ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul :
Editora Gazeta Santa Cruz, 2015.
68 p. : il.

ISSN 1808-3439

1. Horticultura – Brasil. 2. Hortaliças. I. Santos,


Cleiton Evandro dos.

CDD : 635
CDU : 635

Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197

É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.


Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.

2
sumário

Sílvio Ávila
Summary

04 Apresentação Introduction
08 PANORAMA Panorama
22 AS PRINCIPAIS Main Vegetables
54 PERFIL Profile
62 EVENTOS Events

3
apresentação
Introduction
Todos os dias sentimos fome. Por mais óbvio que
soe, essa constatação tem profundo impacto em nos-
sa rotina. Talvez com nada mais na vida um ser huma-
no se preocupe tanto do que com a próxima refei-

A todo
ção, ainda que muitas vezes de maneira inconscien-
te. E cada vez que uma pessoa sente fome, cada vez
que se ocupa da próxima refeição, ela pensa, mesmo
que não se dê conta disso, em alguma hortaliça. No
prato da próxima refeição seguramente estará algum
tipo de hortaliça, provavelmente várias delas. Só isso

vapor
já dá dimensão da importância delas em nossa vida,
e de seu papel em favor da saúde e da sobrevivência.
No Brasil, para que nossa próxima refeição dis-
ponha de boas e variadas hortaliças, milhões de
hectares, nas diversas regiões do País, são cultiva-
dos com centenas de espécies. Algumas, como ba-
tata, batata doce, mandioca, cenoura (em plena co-
lheita na foto que ilustra essa apresentação), toma-
te, cebola, alho, folhosas, dentre outras, movimen-

4
tam cadeias que, sozinhas, estão entre as de maior alcançam. O Brasil, por ora, segue em nível bem in-
Produto Interno Bruto (PIB). ferior, entre 90 a 100 gramas por dia, o que demons-
Ou seja: hortaliças não fazem bem apenas à saú- tra quanto ainda precisamos avançar no terreno nu-
de. Promovem movimento financeiro que impulsiona tricional. Os elementos presentes num prato variado
o progresso, inserindo localidades numa pujante cor- (e colorido) oferecem à pessoa energia e bem-estar
rente que alimenta o mundo, graças às exportações. para cada dia.
Ainda que sua importância na socioeconomia seja O Anuário Brasileiro de Hortaliças 2015, ao di-
evidente – e crescente –, é na alimentação que elas mensionar o cenário da produção e da comerciali-
se impõem. Entidades como a Organização Mundial zação das principais espécies no País, tem a expec-
da Saúde (OMS), bem como profissionais de Medici- tativa de lembrar quanto esses alimentos fazem bem
na, reforçam quanto uma refeição variada em hortali- ao País. Fazem bem à balança comercial, e fazem um
ças é benéfica ao organismo. A orientação da OMS é bem imenso à qualidade de vida, ao proporcionar a
para que se consuma cerca de 400 gramas de horta- cada um a energia para que persiga a realização de
liças por dia, índice que, efetivamente, muitos países seus sonhos.

Sílvio Ávila

5
In full swing
Every day we feel hungry. No matter how bles, among so many others, move supply cials recommend at least 400 grams of veg-
obvious it may sound, this ascertainment im- chains of their own, and weigh heavily on etables a day, a rate that, effectively, lots of
pacts deeply upon our daily routine. Maybe the Gross Domestic Product in the nation- countries comply with. For now, Brazil is
there is nothing else in the life of human be- al economy. still lagging behind, from 90 to 100 grams
ings that causes more concern than their own That is to say: vegetables are not only a day, which attests to what extent we still
meals, although frequently occurring uncon- good to people’s health, but they play a fun- need to make progress towards our nutri-
sciously. And whenever someone feels hun- damental role in the survival process. They tional needs. All elements present in a var-
gry, whenever someone worries about their promote financial movements that drive the ied dish (even in different colors) are a
next meal, they think, even without coming progress in several regions throughout Bra- source of energy and well-being in our ev-
to grips with it, about some kind of vegeta- zil, inserting these localities into a lush net- eryday lives
ble, probably about several types of vegeta- work that feeds the world, thanks to ship- The 2015 Brazilian Vegetable Yearbook,
bles. This is enough to measure their dimen- ments abroad. in its effort to feature the scenario of the
sion in our lives, and of their role on behalf Although their role in socioeconom- production and commercialization of the
of our health and survival. ic terms is evident, and on a rising trend, it main species throughout the Country, ex-
The fact is, in Brazil, if our next meal is is in our food needs that the argument on pects to remind people to what extent these
to include healthy and varied vegetables, behalf of vegetables gets imposing. Inter- foods are good for the Country. They are
millions of hectares, in the most remote ar- national entities, like the World Health Or- part of the trade balance, and are good for
eas around the Country, are cultivated si- ganization (WHO), as well as profession- quality of life, providing each and every
multaneously with hundreds of different al healthcare providers, are unanimous in consumer with the strength to pursue their
species. Some, like Irish potatoes, sweet po- strengthening the benefits that a meal rich most cherished dreams.
tatoes, cassava, carrots, garlic, leafy vegeta- in a variety of vegetables offers. WHO offi- Happy reading!
Sílvio Ávila

6
www.brasilexport.gov.br

Conheça o Guia de Comércio Exterior e Investimento – Brasil Export, site do


Governo Federal que reúne, em um único espaço, as informações de mais de dez portais
dedicados ao assunto.

Acesse, entre muitos outros itens:


os principais dados sobre comércio exterior e investimento, ferramentas de apoio a
empresários e oportunidades de negócios;
informações de sites nacionais e internacionais;
link de acesso ao Portal Siscomex, que integra os diversos sistemas operacionais de
exportação e importação;
tira-dúvidas on-line – Comex responde –, com o apoio de 23 órgãos que atuam na área.

Ministério da Ministério do
Agricultura, Pecuária Ministério das Desenvolvimento, Indústria
e Abastecimento Relações Exteriores e Comércio Exterior
PANORAMA
Panorama

O colorido das hortaliças colhidas no Brasil dá o dução de alimentos imprescindíveis para uma dieta
Novos hábitos
tom das expectativas de produtores das mais diversas balanceada, prevenção de doenças e melhor qualida-
alimentares regiões do País. Mesmo com dificuldades, a exemplo de de vida, entidades trabalham de forma incansável
têm estimulado da crise hídrica verificada em São Paulo em 2014, o para que a tendência de crescimento seja constante.
a procura setor segue e intensifica o trabalho em busca de ce- Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
por legumes nários e safras ainda melhores. Entre as boas notícias ca (IBGE) revelam, por sua vez, que ainda há muito
e verduras está o aumento do consumo médio de verduras, le- trabalho pela frente. Atualmente, os brasileiros con-
no Brasil, gumes e frutas, ano a ano. somem, por dia, 132 gramas de frutas, verduras e le-
Aliada a novos hábitos alimentares, a procura pe- gumes. O valor é inferior à metade do consumo mé-
aquecendo um
los alimentos, considerados de extrema importân- dio de 400 gramas por dia recomendado pela Orga-
mercado que cia nos cardápios, tem crescido cerca de 60% ao ano, nização Mundial da Saúde (OMS).
ainda tem muito conforme indicam associados da Associação dos Pro- Em artigo, Ricardo Lopes, presidente da Aphor-
potencial dutores e Distribuidores de Hortifrútis do Estado de tesp, sinaliza a expectativa de que haja aumento
São Paulo (Aphortesp), que possui rede de mais de do consumo em 2015, tanto no verão quanto no
700 produtores parceiros. inverno. “Para isso, a associação não
Visto que a horticultura desempenha papel fun- mede esforços, com
damental para a sociedade, com a pro-

Sinal

8
Inor Ag. Assmann
a disseminação de boas práticas agrícolas nas la- de muito dos produtores.
vouras e a garantia de qualidade na mesa dos con- Conforme o executivo, a produção em 2014,
sumidores”, afirma. 95% direcionada às Centrais de Abastecimento
Apesar de algumas carências, em termos de (Ceasas), pode ser considerada bastante satisfató-
apoio governamental, a cadeia de hortaliças tem so- ria, porém com algumas surpresas, como o valor
mado bons números de produção. De acordo com da caixa de 20 quilos de tomate, que chegou a R$
Waldir de Lemos, presidente da Associação Comer- 200,00. Atualmente, São Paulo, Rio de Janeiro, Mi-
cial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio nas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina
(Acegri) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva têm sido os principais responsáveis pelo bom
de Hortaliças, vinculada ao Ministério da Agricultu- desempenho do setor.

e
ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a pro-
dução de hortaliças no Brasil

rd
ainda depen-

ve

9
Green signal
The color of the vegetables harvested in Brazil the production of vegetables in Brazil depends a
New eating
hints at the expectations of the farmers through- lot on the producers.
habits have out the Country. Although facing difficulties, like According to the official, in 2014, all produce
encouraged the the water supply crisis in São Paulo in 2014, the sent to the Food Supply Centers (Ceasas), can be
consumption sector never stops in its pursuit of even better sce- considered as quite satisfactory, however, with
of legumes and narios and crops. Among the good news is the some surprises, like the price of a box of tomatoes,
vegetables in soaring consumption of legumes, vegetables and which fetched as much as R$ 200. Currently, São
Brazil, driving fruit, year after year. Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito San-
Along with new eating habits, the search for to, Paraná and Santa Catarina are the main players
a market whose
food considered to be of extreme importance on in the good performance of the sector.
potential has the menus has risen 60 percent a year, according
not yet been to figures released by the associated members of
sufficiently the São Paulo State Association of Fruit and Veg-
explored etable Producers and Distributors (Aphortesp),
which comprises a network of upwards of 700 ru-
ral producers.
In light of the fundamental role played by hor-
ticulture for society, with the production of food
that is indispensable for a balanced diet, disease
prevention and better quality of life, entities are
sparing no effort towards turning this upward
trend into a never ending initiative. Data furnished
by the Brazilian Institute of Geography and Statis-
tics (IBGE) reveal, in turn, that there is still much
work ahead. Currently, Brazilians are consuming
132 grams of fruit, legumes and vegetables a day.
This is less than half of the average consumption
of 400 grams recommended by the World Health
Organization (WHO).
In an article, Ricardo Lopes, president of the
Aphortesp, signals possible consumption increas-
es in 2015, both in summer and winter. “To this
end, the association is sparing no efforts, with the
dissemination of good agricultural practices and
assurance of good quality on the dining tables of
all consumers”, he says.
In spite of some shortages, in terms of gov-
ernment support, the vegetable supply chain has
been celebrating promising production figures.
According to Waldir de Lemos, president of the As-
sociation of Producers and Users of Ceasa Grande
Rio (Acegri) and of the Sectoral Chamber of the
Vegetables Supply Chain, linked with the Ministry
of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa),

10
MUITO MAIS
Embora o consumo de hortaliças e de fru-
tas esteja em ascensão, ainda é preciso elevar
PASSEIO NA HORTA ­— Walk in the garden
mais os números. De acordo com levantamen-
Cenário da horticultura no Brasil
to do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
Produção total 19,62 milhões de hortaliças
tística (IBGE), divulgado em janeiro de 2015,
Área 656.730 mil hectares apenas 37,3% dos brasileiros, maiores de 18
Empregos 2,4 milhões anos, consomem cinco porções diárias de hor-
Quantidade mão de obra 65.783.150 homens/dia taliças, recomendação da Organização Mun-
Valor produção – Fazenda R$ 14,21 bilhões dial da Saúde (OMS).
Valor produção – Ceasa (atacado) R$ 26,84 bilhões Segundo a pesquisa, legumes e verduras são
Valor produção – Consumidor R$ 53,49 bilhões mais procurados pelas mulheres no momento
Fonte: 2º Levantamento de Dados Socioeconômicos da Cadeia Produtiva de de se alimentar. Enquanto 39,4% do público fe-
Hortaliças no Brasil – ABCSEM, 2012.
minino as inclui nas refeições, os homens repre-
sentam 34,8%. A procura desses alimentos tam-
bém é maior entre aqueles que têm 60 anos ou

Inor Ag. Assmann


mais, somando 40,1% do público.
Já entre as regiões, o Centro-Oeste consome
mais, com 43,9%, seguido do Sudeste (42,8%),
do Norte (36,6%) e do Sul (34,2%). O pior índice
foi constatado no Nordeste, com 28,2%.

MUCH MORE
Although fruit and vegetable consumption
are on a rising trend, there is still need for push-
ing up the numbers. According to a survey by
the Brazilian Institute of Geography and Sta-
tistics (IBGE), published in January 2015, only
37.3 percent of the Brazilian people, over 18
years old, consume five portions of vegetables
a day, recommended by the World Health Orga-
nization (WHO).
According to the survey, women are more
likely than men to consume vegetables at their
meals. While 39.4% of the women include vege-
tables in their meals, men represent only 34.8%.
People over 60 equally show more interest in
vegetables, totaling 40.1%.
Among the Brazilian regions, the Center-
West is the leader in consumption, with 43.9%,
followed by the Southeast (42.8%), the North
(36.6%) and the South (34.2%). The Northeast
presents the lowest percentage, 28.2%.

11
12
Inor Ag. Assmann
Às margens
do Ipiranga
Em São Paulo, na região Sudeste, está o grande Em outras culturas, contudo, os demais estados
Segmentos
berço das hortaliças produzidas em território nacio- registram maior produção. No caso do alho, a região
como verduras, nal. Das propriedades agrícolas, ganham a mesa não Sul responde por quase 40% da produção brasilei-
legumes frutos, apenas dos paulistas, mas de consumidores de to- ra, dividida entre os estados do Rio Grande do Sul,
bulbos raízes e dos os cantos do País e, também, do mundo. A horti- de Santa Catarina e do Paraná. Já 80% da produção
tubérculos fazem cultura é, hoje, um dos principais braços do agrone- nacional de tomate industrial suplementar está em
de São Paulo a gócio paulista, sendo um dos ramos que mais gera Goiás. Mais informações sobre as principais hortali-
grande fronteira empregos. De acordo com o Cadastro Geral de Em- ças colhidas no Brasil (alho, batata, batata-doce, ce-
pregados e Desempregados (Caged) são três a seis bola, cenoura, folhosas, mandioca e tomate) podem
da produção de
pessoas beneficiadas por hectare. ser conferidas no capítulo a seguir deste Anuário.
hortaliças no País Os membros da Associação dos Produtores e
Distribuidores de Hortifrútis do Estado de São Pau- NA RAIZ Outro cultivo de expressão no Brasil é
lo (Aphortesp), por exemplo, produzem mais de 10 a mandioca. No biênio 2013/14, a produção média
milhões de folhosas por mês. Do montante, 40% são brasileira, para indústria e para mesa, foi de 22 mi-
de alface crespa, lisa e americana. Por falar em alface, lhões de toneladas por ano. A maior parte da produ-
sua produção anual também surpreende. Em 2013, ção é destinada à indústria de farinha, amido e ou-
a produção chegou a mais de 14 milhões de pés, tros. Em São Paulo, que responde por 4% do total
com aumento crescente a cada ano. brasileiro, em 2013 a área cultivada de mandioca de
Por esses feitos, e muitos outros, São Paulo é mesa foi de 11.942 hectares. No ano seguinte, hou-
considerado o principal produtor em três grupos: ve aumento de 1,2%.
verduras, legumes frutos, bulbos raízes e tubérculos. Conforme o Instituto Econômico Agrícola (IEA),
O Estado é importante produtor de folhosas, batata, a produtividade, por sua vez, diminuiu 5%, e ficou
cebola e tomate, que também são cultivadas nas ou- em 16,3 toneladas por hectare. Para 2015, a expec-
tras regiões brasileiras, com exceção do Norte. De tativa é de queda na produção devido à redução do
acordo com o Instituto Econômico Agrícola (IEA), cultivo de áreas novas, decorrentes das condições
no total, as 40 principais espécies cultivadas por pau- climáticas desfavoráveis e dos baixos preços pratica-
listas ocupam área superior a 400 hectares. dos pelos intermediários.

13
Inor Ag. Assmann

On the margins
of the Ipiranga
The Southeastern region in São Paulo is home prising. In 2013, it amounted to 14 million plants,
Segments like
to the huge cradle of vegetables produced in the with yearly increases.
vegetables, national territory. The dining tables and consum- For these deeds, and lots of others, São Paulo
legumes, fruit, ers of São Paulo and the world benefit from the ru- is the leading producer in three modalities: vege-
bulbs and tubers ral properties in this region. Horticulture is, nowa- tables, legumes, bulbs or tubers. The State is a big
turn São Paulo days, one of the main arms of that State’s agribusi- producer of leafy greens, potatoes, onions and to-
into the great ness, and is one of the sectors that generates the matoes, which are equally cultivated in many other
frontier in the biggest number of job opportunities. According regions throughout Brazil, with the exception of the
to the General Register of Employed and Unem- North. According to the Agricultural Economy insti-
production of
ployed Workers (Caged), three to six people are tute (AEI), in all, the 40 main species cultivated by
horticultural employed per hectare. São Paulo farmers occupy an area of 400 hectares.
produce in the The members of the São Paulo Association of In other crops, the other states register big-
Country Horticulture and Fruit Producers and Distributors ger production volumes. In the case of garlic, the
(Aphortesp), for example, produce upwards of 10 South accounts for almost 40% of the Brazilian
million leafy vegetable plants a month. Of this total, production, split into the States of Rio Grande do
40% are curly, smooth and American lettuce. With Sul, Santa Catarina and Paraná. On the other hand,
regard to lettuce, its annual production is also sur- 80 percent of our national tomato crop is pro-

14
duced in Goiás. More information about the veg- DE FORA
etables produced in Brazil (garlic, potato, sweet Muitos estados brasileiros buscam desenvolver a horticultura. Dificuldades téc-
potato, onion, carrot, leafy greens, cassava and nicas, falta de capacitação e questões climáticas, em diversos casos, comprometem
tomato) can be checked in the chapter that fol- a evolução. No Mato Grosso, por exemplo, somente 42,7% das hortaliças é de pro-
lows in this Yearbook. dução local. Para abastecer a mesa da população, o restante dos hortifrutigranjeiros
provém de importação, conforme pesquisa da Secretaria de Estado de Desenvolvi-
AT THE ROOT Cassava is a really relevant crop mento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso (Sedraf-MT).
in Brazil. In the 2013/14 growing seasons, aver- Nesse Estado, o clima é um dos fatores que limita a produção, o que o impede de
age production in Brazil, for the industry and din- competir com outras unidades do Centro-Sul do Brasil em segmentos como batata,
ing table, reached 22 million tons a year. The bulk vagem, cebola, tomate e alho. Entretanto, o Mato Grosso se mostra autossuficiente
of the crop is destined for the flour and starch in- em folhosas, maxixe, jiló e quiabo, produtos mais perecíveis.
dustry, among other destinations. In São Paulo,
which accounts for 4% of Brazil’s entire produc- FROM ABROAD
tion volumes, in 2013, the area devoted to cassa- Many states in Brazil are inclined to develop horticultural activities. Technical
va amounted to 11,942 hectares. In the following difficulties, lack of qualification and climate related problems, in several instances,
year, production was up 1.2%. compromise the evolution. In Mato Grosso, for example, only 42.7% of the vegeta-
According to sources of the Agricultural Econ- bles come from local farms. The rest of the vegetables and legumes, according to the
omy Institute (AEI), productivity, in turn, dropped Mato Grosso State Secretariat of Rural Development and Family Farming (Sedraf-
5%, and remained at 16.3 tons per hectare. For MT), are imported.
2015, the expectation is for further crop size re- In that State, the climate is one of the limiting factors, making it difficult to com-
ductions due to smaller planted areas, where the pete with other production units in the Center-South, in segments like potatoes,
blame goes to climate adversities and low prices green beans, onion, tomatoes and garlic. However, Mato Grosso is self-sufficient in
practiced by middlemen. leafy greens, maxixe, egg-plant and okra, all perishable produce.
15
Um mundo
de sabores
Na comissão de frente dos bufês em restauran- mate (3.873.985 toneladas), cebola (1.519.022 t),
Brasil tem
tes, nos pratos coloridos e cheios de sabor, nas gôn- melão (575.386 t) e melancia (575.386 t), quatro
posição de dolas dos supermercados, na qualidade de vida das cinco principais espécies.
destaque na daqueles que os apreciam sem moderação. Lá es- Em relação justamente às espécies, a Ásia cor-
produção tão elas, saborosas, cheias de vida e ávidas por fa- responde a mais de 60% da produção mundial. Em
mundial, com zer parte do dia a dia de milhares de consumidores 2013, por exemplo, o mundo produziu 163,9 mi-
participação no mundo todo. As hortaliças produzidas no Brasil, lhões de toneladas de tomate, e 85,8 milhões de to-
expressiva por sua vez, têm ganho, ano a ano, lugar especial na neladas de cebola, sendo que os asiáticos responde-
mesa, na vida e na lista de produtos que fazem a ale- ram por 60,5% e 66,8% desse montante, respectiva-
em tomate e
gria do cenário agrícola mundial. mente, de acordo com a FAO.
cebola, além Apesar da carência de dados atualizados, notícias Entre as hortaliças mais consumidas, a China
de constituir oriundas de diversas fontes dão conta de que a hor- mantém-se como principal produtor. A Índia e os
um grande ticultura tem muitas coisas boas a contar. De acordo Estados Unidos também surgem como líderes de
consumidor com levantamento da Organização das Nações Uni- determinadas culturas, caso de tomate e cebola,
das para Alimentação e Agricultura (FAO), de 2012, ocupando os segundo e terceiro lugares no ranking
o Brasil está entre os 10 maiores produtores de to- pela FAO, respectivamente.

16
A world
of tastes
The frontline in all buffet restaurants, in col- of tomatoes (3,873,985 tons), onions (1,519,022 t),
Brazil occupies
ored dishes and delicious taste, on the supermar- melons (575,386 t) and watermelons (575,386 t),
a prominent ket shelves, in the quality of life of those who ap- four of the five major species.
position preciate them with moderation. There they are, de- Specifically with regard to the species, Asia ac-
in global licious, full of life and eager to be a part of the ev- counts for upwards of 60 percent of global produc-
production, eryday life of thousands of consumers in the world. tion. For example, in 2013, the world produced
with an Vegetables produced in Brazil, in turn, have, year af- 163.9 million tons of tomatoes, and 85.8 million
expressive share ter year, won a special place at the dining table, in tons of onions, and the Asian farmers accounted for
the life and on the list of the products that are an in- 60.5% and 66.8% of this total, respectively, accord-
in tomatoes and
tegral part of the global agricultural scenario. ing to FAO officials.
onions, and is In spite of the deficiency of updated figures, Among the most consumed vegetables, China
equally a huge news coming from different sources suggests that continues as leading producer. India and the Unit-
consumer horticulture has a lot of good things in store. Ac- ed States are equally leaders in the consumption of
cording to a survey by the Food and Agriculture Or- certain vegetables, tomatoes and onions, for exam-
ganization of the United Nations (FAO), of 2012, In ple, occupying the second and third positions on
the world, Brazil is one of the 10 biggest producers FAO’s list, respectively.

Robispierre Giuliani
DEVORADORES —
­ Devouring
Produção mundial de hortaliças em 2013
Hortaliça Produção (milhões t)
Tomate 163,9
Melancia 109,3
Cebola 85,8
Cenoura 37,2
Melão 29,5
Fonte: Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO).

17
Mares nunca
dantes navegados A exportação brasileira na área da olericultura da fruta, não prejudicada pela crise hídrica enfren-
Pequeno volume
representa apenas cerca de 1,5% da produção, con- tada, além de terem mencionado a possível melho-
ainda registrado tando ainda no cálculo a fruta mais representativa ria da demanda europeia e a influência da antecipa-
na exportação na venda externa (também considerada olerácea), ção do final da safra espanhola.
de produtos o melão. Uma vez incluída a mandioca no total do Outra fruta olerácea incluída no comércio exter-
hortícolas revela volume produtivo, a relação ainda é mais baixa, de no da horticultura, e que sempre aparece na dian-
o vasto campo 0,7%. A constatação dimensiona o quanto se pode teira, a melancia, ficou em níveis semelhantes aos
de exploração avançar em termos de mercado externo, como al- de 2013, com algum decréscimo (4,2%). No qua-
ternativa de colocação dos produtos, e o quanto dro de 2014 aparece em terceiro lugar, após a man-
de mercado
isso significa desafio permanente para o setor. dioca, que agora teve o complemento do derivado
para o segmento Entre 2013 e 2014, o embarque de produ- “amido modificado”, justamente o de maior peso
brasileiro tos hortícolas brasileiros não se alterou muito, as- na exportação da cultura. Do total de 35,5 mil tone-
sim como tem ocorrido com o mercado europeu, ladas referentes à planta, 29,5 mil correspondem a
principal importador, que ainda se ressente da cri- este item, 5,9 mil à fécula e apenas 20 toneladas à
se econômica dos últimos anos. Foi registrado pe- raiz. No entanto, houve redução de 14,7% nos nú-
queno aumento (de 2,5%) no volume total exporta- meros de 2014, assim como na fécula (4,2%), embo-
do, enquanto na receita o acréscimo ficou em 1,1%. ra para essa se espera aumento em 2015.
O principal produto exportado, o melão, teve com- Entre os produtos olerícolas com maior pre-
portamento semelhante (2,8% de incremento na sença na exportação, o movimento de 2014 mos-
quantidade e no valor) e, para tanto, agentes do se- trou crescimento expressivo exatamente na cultu-
tor observam influência do dólar mais valorizado. ra mais importada, a batata-inglesa. O acréscimo em
Por outro lado, já com os dados do período nor- relação ao ano anterior passou de 300%, em espe-
mal de exportação de melão, entre agosto e março, cial no produto “fresco ou refrigerado”, o que, por
o Centro de Estudos Avançados em Economia Apli- certo, se deu em função do aumento da produção
cada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), ocorrido na safra. Além deste, ainda que em núme-
verificou crescimento de 12,7% no volume vendi- ros absolutos humildes, o tomate (o preparado e
do na temporada 2014/15. Pesquisadores da equipe em forma de molhos) e a cenoura tiveram incre-
Hortifruti repararam que o desempenho foi favore- mento representativo, assim como sementes diver-
cido tanto pela alta do dólar quanto pela qualidade sas, de bom valor.
Inor Ag. Assmann

18
Seas never
before navigated
Brazilian olericulture sales represent only about ment, ranking as first in the exports of this crop. Of
Small volume
1.5 percent of the entire production, and this num- the total of 35.5 thousand tons regarding the plant,
of vegetable ber includes the most representative fruit that is 29.5 thousand correspond to this item, 5.9 thou-
exports reveals shipped abroad (also considered to be an olericul- sand tons to fecula and only 20 thousand tons to
the vast market ture species), the melon. If cassava is included in the root. However, there was a reduction of 14.7%
that remains to the total production volume, the relation goes fur- in the 2014 numbers, as well as in fecula (4.2%), al-
be explored by ther down, 0.7%. This ascertainment dimensions to though the latter is expected to make a recovery in
the Brazilian what extent the foreign market remains to be ex- 2015.
plored, as an alternative for the farmers to sell their Among the olericulture products, with a bigger
segment
crops, whilst coming as a permanent challenge for presence in exports, businesses in 2014 expand-
the sector. ed greatly regarding the most imported crop, Irish
From 2013 to 2014, the shipment of Brazil- potatoes. Compared to the previous year, exports
ian olericulture produce suffered no changes, just were up 300%, particularly “fresh and refrigerated
like what has happened in the European market, potatoes”, which, for sure, happened by virtue of
main importer, which is still resenting the econom- the bigger crop. Besides this fruit, though in very
ic downturn of the past years. A small percentage small numbers, tomatoes (prepared as juice) and
(2.5%) has been registered in exports, while reve- carrots had a representative increase in exports, as
nue from exports soared only 1.1%.The main prod- well as various seeds, of high value.
uct that was exported, the melon, showed a similar
behavior (up 2.8% in quantity and revenue) and, to O QUE VAI — Produce shipped abroad
this end, sector agents refer to the influence by the Exportação de hortaliças de 2014
now valued dollar. Produto US$ Kg
On the other hand, with the numbers of the nor- Melão 151.817.079 196.850.024
mal melon export period on hand, from August to Mandioca 41.824.922 35.519.452
March, the Center for Applied Studies on Advanced Melancia 16.490.896 30.682.363
Economics (Cepea), of the University of São Pau- Batata-inglesa 4.337.222 9.387.400
lo (USP), detected an increase of 12.7% in volumes Milho-doce 10.364.170 8.598.920
sold in the 2014/15 growing season. Researchers Tomate 6.269.543 4.911.812
of the Hortifruti team ascertained that the perfor- Ervilha 4.410.673 4.135.159
mance was favored by the higher value of the dol- Cond./temperos 14.212.120 3.774.279
lar and the quality of the fruit, not affected by wa- Cenoura 1.911.982 3.351.150
ter shortages over the period, besides referring to Batata-doce 2.283.067 2.657.960
a possible revitalization of European demand and Cascas 1.362.825 1.323.651
the influence of the anticipation of the end of the Cebola 671.193 1.093.085
crop in Spain. Mostarda 585.978 631.072
Another olericulture fruit included in the for- Sementes diversas 15.198.920 560.954
eign trade of vegetables, and always occupying a Beterraba 239.197 148.772
leading position, the watermelon, suffered slight Outros 9.334.197 4.206.530
changes from the 2013 levels, down 4.2%. In the Total 281.313.984 307.835.052
2014 picture, it ranks as third, coming after cassava, Fonte: MDIC/Aliceweb. Elaboração: Anuário
Brasileiro de Hortaliças.
which has now added its “modified starch” comple-

19
Inor Ag. Assmann

Sotaques na mesa
O comércio internacional de hortaliças ainda é do produto natural, suprida com maior oferta na-
Importação
bastante desfavorável ao Brasil, que importa qua- cional. Já na “preparada/conservada”, ou pré-frita
de hortaliças se três vezes mais do que exporta. Em 2014, ocor- congelada, que representa a maior parcela da im-
diminuiu 15% reu melhora nesta situação, mas a dependência per- portação, ainda houve aumento, justificado pelos
em 2014 em manece muito forte. O volume importado recuou pesquisadores do Cepea com a crescente deman-
relação ao ano 15% em relação ao anterior, quando havia superado da do produto, por questões como a praticidade.
anterior, mas a marca de 1 milhão de toneladas, e 12% no valor Iniciativas internas neste aspecto ainda não aten-
setor ainda pago, que ultrapassara então a US$ 1 bilhão. O dó- dem à necessidade.
lar mais alto e aumentos da produção nacional con- Também cresceu um pouco a aquisição externa
continua
tribuíram para este resultado. de batata-semente, como já ocorrera no ano ante-
dependente de O maior recuo de importação ocorreu na ce- rior, talvez, segundo o Cepea, em razão de maior
muitos produtos bola, sempre entre os três principais produtos tra- valorização do mercado doméstico in natura, e mes-
externos zidos de outros países. A redução chegou a 42,5% mo para destinação à desejada produção industrial.
na quantidade e 55,6% nos dispêndios, mes- Já no alho, a diminuição registrada na importação
mo que no segundo semestre ainda se registras- possivelmente tenha ocorrido por menor oferta ex-
se grande ingresso de produto europeu. Segun- terna e por maior custo. Na mandioca, por sua vez,
do o Centro de Estudos Avançados em Economia houve aumento de importação, particularmente de
Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo fécula, onde se inseriram lotes que foram negocia-
(USP), ocorreu menor entrada de cebola argenti- dos no ano anterior.
na no início do ano, mesmo com grande dispo- Redução significativa ainda aconteceu na com-
nibilidade de produto e moeda menos valorizada pra estrangeira de tomate sob diversas formas (35%,
naquele país. O fato foi devido à maior oferta no ao mesmo tempo em que ocorreu maior exporta-
Sul do Brasil em comparação com o ano anterior. ção), ervilha (19%) e lentilha (17%), entre outros.
As outras duas culturas olerícolas representa- Por outro lado, mais algumas hortaliças tiveram ele-
tivas na importação do setor também tiveram nú- vação nas importações, embora sejam menos repre-
meros menores em 2014: menos 5,7% no alho e sentativas no total. É o caso de morango, pepino,
menos 1,8% na batata-inglesa, que continua lide- cogumelo e trufa. No total, o volume de hortaliças
rando as compras do exterior. A pequena redu- adquirido no exterior em 2014 atingiu 860 mil to-
ção na batata deu-se em função da menor entrada neladas, a custo de US$ 963 milhões.

20
Dining
table accents
The international vegetable trade is still rather the University of São Paulo (USP), at the beginning
Vegetable
unfavorable to Brazil, which imports three times of the year, onion imports from Argentina suffered
imports were as much as the country exports. In 2014, the situa- a reduction, in spite of the huge crop in that coun-
down 15% in tion improved a little, but dependence on purchas- try and the low value of its currency, the peso. It oc-
2014 from the es from abroad is strong. The volume imported was curred because onion supplies in South Brazil were
previous year, down 15% from the previous year, when it had ex- considerably up, compared to the previous year.
but the sector is ceeded one million tons, and 12% in money shelled The other two olericulture crops, representative
still dependent out in imports, which had exceeded US$ 1 billion. in imports of the sector, also experienced declines
The valued dollar and soaring national production in 2014: garlic imports were down 5.7% and Irish
on many
had a say in this result. potatoes, 1.8%, but the latter continues leading pur-
products from The biggest drop in imports occurred with on- chases from abroad. The small reduction in potato
abroad ions, which have always been one of the three most imports was due to smaller purchases of fresh pota-
imported products brought in from abroad. The re- toes, due to higher national supply. But regarding
duction reached 42.5% in quantity and 55.6% in “prepared/conserved” potatoes, pre-fried and fro-
revenue, although huge amounts of onions were zen, which represent the biggest share in imports,
purchased from the European countries in the sec- there was an increase in purchases from abroad,
ond half of the year. According to the Center for Ap- and the credit, according to Cepea researchers, goes
plied Studies on Advanced Economics (Cepea), of to the soaring demand for the product, for practical-
ity reasons. Domestic initiatives on that score do not
O QUE VEM — Imports yet meet people’s needs.
Importação de hortaliças em 2014 Seed potato purchases from abroad were also
Produto US$ Kg slightly up, following on the heels of the previous
Batata-inglesa 393.115.494 321.502.371 year, maybe, according to Cepea sources, by vir-
Alho 174.174.577 169.035.608 tue of the higher value of the domestic market of
Cebola 52.671.226 155.723.565 fresh produce and even for meeting the needs of
Ervilha 32.201.139 43.206.350 the much desired industrial production. With re-
Tomate 43.677.677 41.279.206 gard to garlic, the receding imports may possibly re-
Mandioca 25.997.162 37.484.008 sult from tighter foreign offer or from higher prices.
Lentilha 9.037.664 13.798.102 Imports of cassava, in turn, went up, especially fec-
Sementes diversas 101.995.509 11.397.907 ula purchases, which include batches negotiated in
Morango 15.126.605 8.652.463 the previous year.
Grão-de-bico 7.344.642 7.262.807 Significant reduction also occurred with purchas-
Cond./temperos 21.282.834 5.304.312 es of tomatoes, in different preparations, from abroad
Mostarda 6.489.783 3.895.427 (35%, while exports soared), peas (19%) and lentils
Pepino 2.372.631 2.573.902 (17%), among others. On the other hand, some oth-
Cogumelo/trufa 7.823.981 2.303.937 er vegetables experienced bigger purchases from
Aspargo 6.731.007 2.220.311 abroad, although being less representative if the to-
Outros 62.991.218 36.572.024 tal is considered. It is the case of strawberries, cu-
Total 963.033.149 860.392.776 cumbers, mushrooms and truffle. In all, the volume
Fonte: MDIC/Aliceweb. Elaboração: Anuário of vegetables purchased abroad in 2014 reached 860
Brasileiro de Hortaliças.
thousand tons, worth US$ 963 million.

21
as principais
Sílvio Ávila

ALHO • Garlic

Só sorrisos
Depois de um ano de 2014 que ficou entre o Produtores de Alho (Anapa), torce para que se con-
Produtores
ruim e o bom para os produtores brasileiros de firme em 2015 a remuneração de 15% a 20% acima
brasileiros de alho, 2015 tem tudo para ser o período de recupe- da obtida no período anterior, elevando o valor da
alho devem ração do setor. O cenário é formado pela redução caixa de 10 quilos do produto para patamar entre
ser favorecidos de cultivo dos dois principais fornecedores mun- R$ 50,00 e R$ 60,00. Na safra de 2014, os valores
com a redução diais – quebra de 20% na Argentina e de 12% na médios recebidos ficaram em R$ 45,00 pela caixa,
da colheita China –, aliada à alta dos preços internacionais e à empatando com o custo médio de produção.
dos principais valorização do dólar no cenário interno. A expecta- A multiplicação vegetativa do alho, por meio
tiva é de que no primeiro semestre de 2015 os pre- de bulbilhos ou dentes, e a condução da lavoura,
fornecedores
ços, em reais, pagos aos plantadores nacionais, tra- praticamente toda manual, faz com que a cultura
e o aumento gam bom retorno financeiro. tenha alto custo de produção. As maiores despe-
dos preços O engenheiro agrônomo Marco Antônio Luci- sas são com serviços mecânicos, irrigação e trans-
internacionais ni, presidente de honra da Associação Nacional dos porte de mão de obra, com 29,3% do total, segui-

22
suprir as suas necessidades de consumo, que em
2014, conforme dados da Anapa, chegaram a 288
mil toneladas. Nesse mesmo período, o plantio
de alho atingiu a marca de 93,8 mil toneladas, em
área plantada de 9.670 hectares. Os números fo-
ram levantados pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE), divulgados no Levanta-
mento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA),
de abril de 2015.
O presidente de honra da entidade, Marco An-
tônio Lucini, destaca que a produção nacional
perdeu espaço a partir de 1993, quando o alho
chinês começou a entrar no Brasil. Naquela épo-
ca, o plantio atingia 18 mil hectares, sendo Santa
Catarina, com 4,4 mil hectares, o maior produtor.
Atualmente, os catarinenses cultivam 2.155 hecta-
res, tendo como referência os campos nos entor-
nos de Curitibanos. Outra região importante de
plantio é a Serra Gaúcha. Já o Cerrado, com des-
taque para Cristalina (GO), Alta Paranaíba e São
Gotardo (MG) e Chapada Diamantina (BA), pro-
duzem o alho que necessita de choque frio em câ-
maras frigoríficas, por ser área de clima quente.
Nos últimos cinco anos, a área plantada de
alho no Brasil ficou estabilizada. Na safra de 2014,
os maiores produtores em extensão foram Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Minas Ge-
rais. Em volume destacaram-se, pela ordem, Goi-
ás, Minas Gerais e Santa Catarina. Conforme Lu-
cini, as produtividades médias cresceram entre
2010 e 2014, passando de 9,91 toneladas por hec-
tare para 10,77 toneladas por hectare.

DEPENDENTE DE IMPORTAÇÕES
O Brasil é bastante dependente do alho que vem de fora. Em 2002, foram im-
das das ações manuais, com 28%, e do alho-se- portadas 80 mil toneladas do produto, volume que foi aumentando a cada ano. Em
mente, com 18,33%. 2013, as compras aproximaram-se de 180 mil toneladas, conforme acompanha-
O presidente da Anapa lembra que no Sul os mento da Secretaria de Comério Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desen-
valores desembolsados são menores, isso porque volvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já em 2014 houve redução, de 5,7%, fe-
o plantio acontece em pequenas propriedades fa- chando em 169,035 mil toneladas.
miliares, com os agricultores usando semente pró- Desde 2005 a China, que produz 87% do alho do mundo, conforme a Orga-
pria. Por outro lado, o alho cultivado no Cerrado nização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), tem se mantido
dos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia possui como a principal fornecedora para o Brasil. Em 2014, o país asiático foi responsá-
custo maior, mas também com mais produtivida- vel pelo repasse de cerca de 60% do total adquirido, seguido pela Argentina, com
de. Nessas regiões, o clima é mais propício e ocor- pouco mais de 30%. O presidente de honra da Anapa lembra que a oferta argenti-
re uso de irrigação. na tem se mantido estável, dominando entre dezembro e março. Com exceção de
abril, quando há similaridade, nos demais meses o alho chinês predomina no mer-
CORRENDO ATRÁS O Brasil está longe de cado brasileiro.

23
Just smiles
After a year like 2014, which ranged from bad Garlic’s vegetative propagation, through bulbs
Brazilian garlic
to good for the Brazilian garlic producers, 2015 and cloves, and field management, almost entirely
producers are poses every condition to turn into a period of re- manual, increases the production cost of this crop.
supposed to covery for the sector. The scenario stems from Biggest expenses come from mechanical services,
take advantage the two main global suppliers – 20-percent small- irrigation and labor transportation, representing
of the smaller er crop in Argentina and 12-percent in China –, 29% of the total, followed by manual chores, with
crops in the along with the high international prices and the 28%, and seed garlic, with 18.33%.
countries of the higher value of the dollar in the domestic scenar- Anapa president recalls that in the South ex-
io. The expectation for the first half of 2015 is for penses are smaller, as garlic is produced in small
main suppliers
remunerative farm gate prices, bringing in good fi- family farms, with the farmers using their own
and of soaring nancial returns. seed. On the other hand, the production cost of
international Agronomic engineer Marco Antônio Lucini, the garlic produced in the Cerrado regions in the
prices honorary president of the National Association of States of Goiás, Minas Gerais and Bahia has a big-
Garlic Producers (Anapa), is very excited about a ger production cost, but is equally more produc-
confirmation, in 2015, of the 15% to 20% increase tive. In these regions, climate conditions are more
in the prices, compared to the previous year, with favorable and much irrigation is used.
a 10-kg box fetching from R$ 50 to R$ 60. In the
2014 crop year, average prices per box remained LAGGING BEHIND Brazil is still a long way
at R$ 45, in line with the production cost. from producing enough garlic for its own con-

24
sumption, which, in 2014, according to Anapa of- lic in Brazil has remained stable. In the 2024 grow-
ficials, reached 288 thousand tons. During this ing season, the largest producer in area were the
same period, plantings amounted to 93.8 thou- states of Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás
sand tons, on a planted area of 9,670 hectares. and Minas Gerais. In volume, the highlights were
These numbers were furnished by the Brazilian Goiás, Minas Gerais and Santa Catarina. According
Institute of Geography and Statistics (IBGE), and to Lucini, average productivities made strides from
published in the Systematic Agricultural Produc- 2010 to 2014, from 9.91 tons per hectare to 10.77
tion Survey (LSPA), in April 2015. tons per hectare.
The honorary president, Marco Antônio Luci-
ni, says that our national garlic plantations began DEPENDENT ON IMPORTS
to lose ground as of 1993, when Chinese garlic be- Brazil still depends a lot on garlic from abroad. In 2002, imports of the product
gan to reach Brazilian markets. Back then, the plant- reached 80 thousand tons, a volume that continued soaring year after year. In 2013,
ed area comprised some 18 thousand hectares, and purchases reached 180 thousand tons, according to figures released by the Secre-
Santa Catarina was the leading producer, with 4.4 tariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry
thousand hectares. Nowadays, the farmers of that and Foreign Trade (MDIC). In 2014, there was a decrease in imports, of 5.7%, total-
state grow about 2,155 hectares, mostly around the ing 169.035 thousand tons.
surroundings of a town known as Curitibanos. An- Since 2005, China, which produces 87% of all garlic in the world, according to
other relevant garlic growing region is Serra Gaú- the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), has been the
cha. In the Cerrado regions, the municipalities of major supplier of Brazil. In 2014, the Asian country was responsible for about 50%
Cristalina (GO), Alta Paranaíba, São Gotardo (MG) of the Country’s total garlic imports, followed by Argentina, with little more than
and Chapada Diamantina (BA), produce a type of 30%. The honorary president of Anapa recalls that garlic supplies from Argenti-
garlic that needs a thermal shock in refrigerated na have remained stable, mostly from December to March. With the exception of
chambers, because of the warm climate. April, when both countries supply almost the same amounts, throughout the other
Over the past five years, the area planted to gar- months Chinese garlic predominates in the Brazilian market.

Inor Ag. Assmann


DENTES À MOSTRA
Baring teeth
Raio-X (Produção brasileira)
Ano 2014 2015
Toneladas 93.826 94.715
Hectares 9.670 9.253
Kg/ha 9.703 10.236
Fonte: LSPA/IBGE.

BALANÇA COMERCIAL
Trade balance
Exportação
Ano 2013 2014
US$ 33.591 43.095
Kg 12.451 12.580
Importação
Ano 2013 2014
US$ 223.490.238 174.174.577
Kg 179.264.732 169.035.608
Fonte: Secex.

25
as principais
Inor Ag. Assmann

batata • Potato

Entre altos e baixos


Um dos fatores fundamentais para a produção plantada com a cultura no Brasil fica em 100.000 a
Produção de
brasileira de batata, que ocorre durante o ano todo 110.000 hectares por ano. A produção anual varia en-
batata, que no País, é o clima. Em 2014, esse fator principal con- tre 3,1 a 3,7 milhões de toneladas, com rendimento
ocorre ao seguiu ser o vilão em uma safra, e o mocinho em ou- médio de cerca de 33 toneladas por hectare. “É con-
longo do ano tra. Neste mesmo ano, a área de cultivo foi estimada senso que a fonte mais correta, no caso da batata e de
todo no Brasil, em 131.538 hectares pelo Levantamento Sistemático outras hortaliças, é o Centro de Estudos Avançados
vem oscilando da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro em Economia Aplicada (Esalq), da Universidade de
entre maior ou de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2015, a previ- São Paulo (USP)”, indica.
são, em abril, era de que o plantio cairia para 125.856 De acordo com Popp, em 2014, a área plantada
menor oferta
hectares. Mas os dados do órgão público são diferen- cresceu quase 5% em relação ao ano anterior. “Mas o
em virtude tes dos apurados por outras fontes. setor não parece ter produzido mais”, avalia. Na safra
das condições Um deles é o consultor Paulo Popp, da Consulto- das águas e secas, colhida entre dezembro de 2013
climáticas ria Agrícola, de Curitiba (PR). Sua experiência na área e junho de 2014, o rendimento foi muito mais bai-
da batata já soma 30 anos. Conforme Popp, a área xo devido à inconstância do clima, com calor e chu-

26
NÃO DEVE DIMINUIR
A produção de batata fresca ocorre o ano todo no
Brasil. Se não tiver sementes, o produtor pode pro-
curar em outra região, que esteja plantando. “É mui-
to difícil fazer uma previsão exata porque o sistema
todo é muito maleável”, esclarece o consultor Paulo
Popp, da Consultoria Agrícola. Em outros países, as
condições são muito mais definidas. O plantio ocorre
em uma única época, o produtor só faz produto para
consumo ou semente, e não os dois. “É claro que há
outros fatores que influenciam, mas o Brasil tem con-
dição muito peculiar na atividade”, compara.
Na avaliação de Popp, até junho de 2015, a con-
firmação era de que a área plantada não seria re-
duzida. Os campos plantados no início do ano so-
freram com problemas climáticos e diminuíram um
pouco. O plantio também não deve crescer demais
devido às limitações de crédito e à descapitalização
de grande parte dos produtores. Mas havia semen-
te suficiente para atender à demanda. “Além disso,
a batata quase sempre prevalece como alternativa e
expectativa de rentabilidade sobre outras culturas
irrigadas, como feijão ou cebola”, informa.
Para o consultor, os rendimentos no Brasil en-
contram-se em nível relativamente satisfatório para
um país tropical. Nas regiões (como o Sul do País)
e épocas (primavera/verão) em que não se usa irri-
gação, a variação de rendimento é grande. “Boa irri-
gação ou boa distribuição de água ao longo do ciclo
é fundamental no resultado de produção”, salien-
ta. O obtido na safra de inverno, sob irrigação, prin-
cipalmente de pivôs é satisfatório. Também contri-
buem para isso o uso de tecnologia, a mudança de
variedades e a melhoria na qualidade da semente.

vas mal-distribuídas e poucas. Na região do cerrado, foi muito boa em regiões do cerrado na Bahia, e ain-
em Minas Gerais e Goiás, os resultados foram fracos da em Goiás, no Oeste de Minas Gerais e em Vargem
durante todo este período, causando alta de preços Grande (São Paulo).
e pouca oferta de produto. Essa situação estendeu-se Em 2013, na média do ano e durante um longo
até o início da colheita da safra de inverno, entre ju- período, os preços de mercado foram muito favorá-
lho e outubro de 2014, que teve altas produtividades veis, despertando o interesse dos produtores. “Há
e preços muito baixos. detalhes importantes no sistema de produção de ba-
Novamente, o clima afetou o período das águas tatas no Brasil”, aponta o consultor. Geralmente, a se-
e secas do ciclo 2014/15, com excesso de chuvas em mente é produzida pelo agricultor. A variedade mais
algumas áreas e falta em outras. Repetiu-se o cená- plantada no País, cerca de 65% do total, é a Ágata.
rio de pouca oferta e preço baixo. O consultor obser- Essa semente é muito rápida na brotação, permitin-
va que as condições foram melhores e os rendimen- do mais rapidez na decisão de plantar mais ou menos
tos mais elevados durante parte dos meses de março, área, além de considerar a disponibilidade de área e
abril e maio de 2014. Já a colheita de inverno de 2014 de crédito para os insumos.

27
Bouncing
up and down
One of the fundamental factors for the produc- bles is the Center for Applied Studies on Advanced
Production
tion of potatoes in Brazil, which occurs all year round Economics (Cepea), of the University of São Paulo
of potatoes, in the entire Country, is the climate. In 2014, this ma- (USP)”, he concedes.
which occurs jor factor was the real villain in one season, but the According to Popp, in 2014, the planted area
all year round hero in the other. During the same year, the cultivat- soared almost 5% over the previous year. “However,
in Brazil, has ed area was estimated at 131,538 hectares by the Sys- it looks as if the sector has not produced more”, he
been oscillating tematic Agricultural Production Survey (LSPA), con- says. In the rainy and dry crop, harvested from De-
between big and ducted by the Brazilian Institute of Geography and cember 2013 and June 2014, performance was very
Statistics (IBGE). For 2015, for forecast, in April, was low due to erratic climate conditions, with warm
small supplies
for plantings to drop to 125,856 hectares, but the temperatures and scattered rainfall. In the cerra-
by virtue of the numbers released by the public organ differ from the do region, in Minas Gerais and Goiás, the results
erratic climate numbers collected by other sources. were very low during this entire period, with low
conditions One of them is consultant Paulo Popp, from Agri- supplies pushing up prices. This situation suffered
cultural Consultancy Services, based in Curitiba (PR). no changes until the beginning of the winter crop,
He has been involved with the area of potatoes for from July to October, in 2014, characterized by high
30 years. According to Popp, the area planted to the productivity and low prices.
crop in Brazil remains at 100,000 to 110,000 hect- Again, the climate affected the rainy and dry peri-
ares a year. Annual production ranges from 3.1 to 3.7
million tons, with average yields of 33 tons per hect-
are. “It is common belief that the most reliable source
of information regarding potatoes and other vegeta-

POR SAFRA — Per season


A produção de batata no Brasil
Batata Safra 2014 Safra 2015 Variação
Produção (toneladas)
(1ª safra) 1.672.601 1.659.713 -0,77
(2ª safra) 1.124.935 1.102.020 -2,04
(3ª safra) 947.149 752.781 -20,52
Total 3.744.685 3.514.514
Área colhida (hectare)
(1ª safra) 62.963 63.045 0,13
(2ª safra) 40.273 39.989 -0,71
(3ª safra) 28.302 22.822 -19,36
Total 131.538 125.856
26.565 26.326 -0,90
Rendimento médio 27.933 27.558 -1,34
33.466 32.985 -1,44
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)/ Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) – Abril 2015.

28
ods of the 2014/15 growing season, with excessive rainfall more clearly defined. Plantings occur in one period only,
in some regions and dry spells in other areas. It was a re- and farmers produce potatoes either for consumption or
peat of the low supply and low prices scenario. The consul- for seed, never for both purposes. “Of course, there are
tant observes that the conditions were better and remuner- other factors that have an influence, but Brazil’s conditions
ation was higher during periods in March, April and May in this activity are very peculiar”, he compares.
2014. The 2014 winter crop was abundant in regions of the In Popp’s evaluation, up until June 2015, there was a
cerrado in Bahia, and also in Goiás, Western Minas Gerais confirmation that the planted are would suffer no reduc-
and in Vargem Grande (São Paulo). tion. The potato fields planted at the beginning of the year
In 2013, considering the average of the year and dur- were ill affected by climate problems and were slightly jeop-
ing a long period, market prices were very favorable, arous- ardized. Plantings are equally not likely to soar considerably
ing farmers’ interest. “There are important details in Bra- because of the lack of credit lines for cash-strapped farmers.
zil’s potato growing system”, the consultant says. As a rule, However, there was enough seed to meet demand. “Fur-
seeds are produced by the farmers themselves. The most thermore, potatoes usually come in as an alternative crop,
planted variety in Brazil, accounting for about 65% of the while farmers expect profits from other irrigated crops, like
total, is Ágata. This seed sprouts rapidly, leading to fast de- beans and onions”, he says.
cisions as to the area to be planted, besides taking into con- For the consultant, the performance of the potato crops
sideration the availability of areas and credit lines for inputs. in Brazil reach a relatively satisfactory level for a tropical
country. In regions (like South Brazil) and periods (spring-
NOT LIKELY TO GO DOWN time and summer) with no irrigation, there is a big vari-
The production of fresh potatoes occurs all year round ation in performance. “Good irrigation or good distribu-
in Brazil. If farmers run out of seeds, they can find them in tion of water over the entre cycle is of fundamental impor-
other regions, where potatoes are grown. “It is very diffi- tance for the result of the crop”, he insists. The irrigated
cult to estimate exact numbers because the entire system is winter crops, through central pivots, have satisfactory re-
very flexible”, clarifies consultant Paulo Popp, of Agricultur- sults. Contributions to this end equally come from technol-
al Consultancy Service. In other countries, conditions are ogy, change of varieties and better seed quality.

Inor Ag. Assmann

29
as principais
batata-DOCE • Sweet Potato

Longo alcance
O cultivo de batata-doce tem se mantido está- dem produzir até 60 toneladas de raiz por hectare,
Produção
vel nas últimas safras brasileiras, ficando próximo em lavouras conduzidas de forma correta”, destaca
brasileira
de 500 mil toneladas. A produção somou 505,3 o agrônomo Luis Antônio Suita de Castro, pesquisa-
de batata- mil toneladas em 2013, de acordo com a pesquisa dor da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS).
doce ainda é Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Em sua avaliação, ainda precisa melhorar o sis-
considerada Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse tema de produção da cultura, com a adequação de
baixa, mas é o dado nacional mais recente. No mesmo ano, práticas como preparo correto do solo, adubação,
pode evoluir, a área plantada ocupou 39,3 mil hectares, com re- utilização de mudas de alta sanidade, uso de cul-
estimulada cuo de quase mil hectares. O volume e a produti- tivar registrada, mecanização da lavoura, processo
pelas inúmeras vidade média registraram acréscimos sobre os re- e armazenamento pós-colheita. As novas cultivares
possibilidades sultados de 2012. desenvolvidas nos últimos cinco anos pela Embrapa
que a cultura A produção atual é baixa considerando-se a ca- também contribuíram para o aumento da produtivi-
oferece pacidade produtiva das novas cultivares de batata- dade média nacional.
-doce lançadas pela Embrapa. “Essas variedades po- Conforme Castro, as novas Beuregard, BRS Amé-
Inor Ag. Assmann

30
lia, BRS Cuia e BRS Rubissol são bem mais produ- cio, isso estimula o produtor a plantar mais e a me-
tivas que o material crioulo tradicionalmente usado lhorar o desempenho da lavoura.
pelos agricultores. Além disso, é incentivado o uso
de mudas de alta sanidade produzidas por viveiris- DESEMPENHO Em 2013, os principais estados
tas credenciados no Ministério da Agricultura, Pecu- produtores, em ordem decrescente, foram Rio Gran-
ária e Abastecimento (Mapa). O rendimento ainda de do Sul (166,6 mil toneladas), São Paulo (71,4 mil
foi favorecido pela conscientização do produtor e toneladas), Sergipe (44,3 mil toneladas), Minas Ge-
dos órgãos de pesquisa sobre o potencial da cultura rais (30,1 mil toneladas) e Paraná (30,8 mil tonela-
como fonte de renda, alimento e transformação na das). A maior produtividade média por hectare, de
alimentação animal, além do grande potencial na 38,8 toneladas, foi obtida no Mato Grosso, com plan-
produção de agroenergia. tio de 221 hectares. A exportação de batata-doce to-
O agrônomo estima que a área plantada tenha talizou 2.657.960 quilos em 2014, o equivalente a
se ampliado no País, em decorrência do aumento US$ 2.283.067,00 conforme dados da Secretaria de
do consumo e do valor de mercado do produto. Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desen-
“Indiretamente, os meios de comunicação estão in- volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
dicando o consumo de batata-doce quando men- Apresentou pequeno aumento no volume e recuo na
cionam que atletas, artistas e modelos utilizam o ali- receita, em relação ao ano anterior.
mento em dietas orientadas”, observa. Outra cons-
tatação é a melhoria da qualidade do produto ofer- TÁ NA MESA
tado ao consumidor. Além de incentivar o comér- O principal uso da batata-doce continua sendo
na alimentação humana, sem explorar variações,
como a fabricação de chips e granulados. “O po-
tencial para a produção de etanol, álcool fino far-
macêutico, ração animal e farinhas biofortificadas é
bastante grande”, destaca o pesquisador Luis Antô-
nio Suita de Castro, da Embrapa Clima Temperado.
Acrescenta que há tecnologia e matéria-prima dis-
ponível para todos esses segmentos. Só falta acionar
os setores para colocarem as linhas de produção em
ação, em seu entender.
“Todo o álcool fino de batata-doce utilizado na
indústria farmacêutica nacional é importado”, enfa-
tiza. No início de 2015, a Embrapa registrou as cul-
tivares BRS Fepagro Viola e BRS Gaita para a produ-
ção de etanol, devido à alta produtividade e à con-
centração de amido. “Uma tonelada de cana-de-açú-
car produz 80 litros de etanol, e a mesma quantida-
de de batata-doce rende 158 litros”, compara.
A cada dia, o uso da batata-doce como matéria-
-prima na agroenergia está se tornando realidade no
Brasil. Têm se destacado os polos dos estados de To-
cantins, Bahia e Rio Grande do Sul. Neste sentido, a
produção de etanol amiláceo deverá ampliar os plan-
tios incentivando a mecanização das lavouras, o que
permitirá que áreas maiores sejam cultivadas, associa-
das a cultivares altamente produtivas. “A tendência é
que a cultura prospere cada vez mais, considerando-
-se que a planta pode ser aproveitada de forma inte-
gral, da raiz às folhas”, projeta Castro.

31
Inor Ag. Assmann

Far-reaching
The sweet potato crop has remained stable over could produce up to 60 tons per hectare, in fields
Sweet potato
the past growing season in Brazil, with about 500 managed appropriately “, says agronomist Luis An-
production thousand tons. The crop reached 505.3 thousand tônio Suita de Castro, researcher with Embrapa
in Brazil is tons in 2013, according to the Municipal Agricultur- Temperate Climate, in Pelotas (RS).
still small, but al Production Survey (PAM), conducted by the Bra- In his view, what still needs to be improved is
could evolve, zilian Institute of Geography and Statistics (IBGE. the crop’s production system, with the adoption of
stimulated by This is the latest national statistical number. In the practices like correct soil preparation, fertilization,
the countless same year, the planted area occupied 39.3 thousand healthy seedlings, registered cultivars, field mecha-
hectares, down almost one thousand hectares from nization, post-harvest processing and warehousing.
opportunities
the previous year. Volume and productivity were The new cultivars developed over the past five years
this crop offers up, compared to the 2012 results. by Embrapa have equally contributed towards the
At present, production is low, considering the higher national average productivity rates.
productive capacity of the new sweet potato cul- According to Castro, the new cultivars Beure-
tivars launched by Embrapa. “The new varieties gard, BRS Amélia, BRS Cuia and BRS Rubissol are

32
ON THE TABLE
Sweet potatoes are mostly used as human food,
without exploring such variations as chips and granules.
“Sweet potatoes offer a vast potential for the production
of ethanol, pharmaceutical alcohol, animal feed and bio-
enhanced flours”, says Luis Antônio Suita de Castro, of
Embrapa Temperate Climate. He adds that there is tech-
nology and raw material available for all these segments.
The only thing to do is to wait for the sectors to start their
production lines, he understands.
“Fine alcohol from sweet potatoes, utilized by the
pharmaceutical industry, is imported”, he says. In early
2015, Embrapa registered cultivars BRS Fepagro Viola
and BRS Gaita for the production of ethanol, due to their
high productivity and starch content. “A ton of sugarcane
produces 80 liters of ethanol, and the same amount of
sweet potatoes generates 158 liters”, he compares.
Every day, the use of sweet potatoes as raw mate-
rial for agro-energy is turning into reality in Brazil. The
highlights are the production hubs in the states of To-
cantins, Bahia and Rio Grande do Sul. Within this con-
test, the production of starch-based-ethanol is expected
to increase plantings, whilst encouraging field mechani-
zation moves, allowing for bigger areas, highly produc-
tive, to be cultivated, associated with highly productive
cultivars. “The trend is for the crop to continue making
strides, considering that the plant can be used entirely,
from its roots to the leaves”, Castro projects.

also more productive than the traditional creole enhanced quality of the product offered to con-
varieties used in the past. Furthermore, the use of sumers. Besides encouraging sales, this induces
healthy seedlings is encouraged, produced in nurs- the farmers to devote more land to the crop and
eries accredited by the Ministry of Agriculture, Live- improve their field performance.
stock and Food Supply (Mapa). Productivity was
equally favored by the awareness of farmers and PERFORMANCE In 2013, the main sweet po-
research organs on the potential of the crop as a tato growing states, in descending order, were as
source of income, food and transformation of ani- follows: Rio Grande do Sul (166.6 thousand tons),
mal food, besides its huge potential in the produc- São Paulo (71.4 thousand tons), Sergipe (44.3 thou-
tion of agro-energy. sand tons), Minas Gerais (30.1 thousand tons) and
The agronomist has it that the planted area has Paraná (30.8 thousand tons). The highest average
expanded throughout the Country, as a result of productivity per hectare, of 38.8 tons, was achieved
rising consumption and higher market value. “In- in Mato Grosso, on an area of 221 hectares. Sweet
directly, the means of communication are rec- potato exports totaled 2,657,960 kilograms in 2014,
ommending the consumption of sweet potatoes equivalent to US$ 2,283,067.00 according to data
when they mention that athletes, artists and fash- from the Secretariat of Foreign Trade (Secex), of
ion models include sweet potatoes in their diets, the Ministry of Development, Industry and Foreign
in line with the recommendations of their diet ad- Trade (MDIC). The volume was higher, but revenue
visors”, he observes. Another ascertainment is the shrank a little, compared to the previous year.

33
as principais
CEBOLA • Onion

Tudo vai bem


Os produtores brasileiros de cebola tiveram boa ciclo, que começou em novembro de 2014, foram de
Preços
remuneração na safra de 2014. Eles haviam investi- R$ 1,20 pelo quilo da cebola na roça, com custos esti-
obtidos pelos do mais, aumentando a área plantada em 4,51%, mas mados em R$ 0,62 por quilo, em média.
produtores problemas climáticos em algumas importantes regi- Na Bahia, tendo como referência o município de
de cebola em ões de cultivo resultaram em perdas consideráveis. Irecê, a baixa oferta nacional colaborou para elevar
2014 ficaram Uma menor importação do bulbo também colabo- as cotações. A colheita da safra de 2014 começou em
acima do custo, rou para a redução da oferta, o que elevou os preços março de 2015, sendo que em abril o valor médio
em virtude pagos aos agricultores. pago pelo quilo do bulbo foi de R$ 1,55, com cus-
Números apurados pelo Instituto Brasileiro de to estimado de R$ 0,42 por quilo. A análise do Cepea
de perdas
Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Levanta- mostra que o clima foi bom nessa região, com chuvas
na lavoura mento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), di- isoladas. Além disso, os produtores utilizam técnicas
e da menor vulgado em abril de 2015, mostram que a produção eficientes de irrigação, o que colaborou para o regis-
importação do nacional de cebola teve leve queda, de 0,55%, em tro de produtividade alta, de 90 toneladas por hecta-
bulbo 2014, fechando em 1,601 milhão de toneladas. A área re. Produtores de São Paulo e das áreas de cerrado
plantada foi de 57.946 hectares; e o rendimento mé- também tiverem boa remuneração.
dio, de 27.944 quilos por hectare.
Conforme acompanhamento feito pelo Centro de VISITA ESTRANGEIRA Em
Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), 2014, as importações brasilei-
da Universidade de São Paulo (USP), o Sul foi a re- ras de cebola tiveram recuo
gião que mais sofreu com perdas na safra 2014, prin-
cipalmente o Rio Grande do Sul, com relatos de des-
carte de até 30% da produção, por excesso de chuva
e de oferta. Já Ituporanga, maior produtor nacional,
e Lebon Régis, ambos municípios de Santa Catarina,
conseguiram concluir a temporada, em abril de 2015,
com baixa oferta e elevadas cotações na venda do bul-
bo. Na média dos três estados sulistas, os preços do

FREIO NAS IMPORTAÇÕES


O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), Antô-
nio Carlos Pagano, produtor em Tavares (RS), defende que sejam estabelecidas me-
didas de proteção ao produto nacional, como a adoção de taxas para entrada do
bulbo importado. “Não somos contra as importações, mas de outubro a março te-
mos produto para abastecer o mercado, e deveriam ser reduzidas as aquisições”,
enfatiza.
Pagano destaca que essas questões estão em discussão na Câmara Setorial da
Cadeia Produtiva de Hortaliças, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento (Mapa), órgão da qual o presidente da Anace participa como membro titu-
lar. Outro assunto importante para o setor, segundo ele, é que seja estipulado pre-
ço mínimo para a cebola. “É preciso garantia, pois o custo para produzir é muito
alto, principalmente pela mão de obra, que é muito cara”, conclui.

34
de 42,54% na quantidade e de 55,58% nos valores de- da Europa. Segundo o estudo do Cepea, de julho a
sembolsados. Mesmo assim, ainda foram adquiridas setembro foram adquiridas 35,981 mil toneladas do
155,723 mil toneladas do bulbo. Os dados são da Se- bulbo daquele continente, o equivalente a 1.200 hec-
cretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério tares de plantio no Brasil. As compras, somadas à
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. grande oferta nacional, baixaram as cotações, que fi-
O acompanhamento do setor, realizado pelo Ce- caram abaixo do custo de produção em alguns esta-
pea/USP, mostra que a Argentina, tradicional forne- dos. Em 2013, no mesmo período, foram adquiridas
cedora de cebola para o Brasil, enviou menos pro- 8,3 mil toneladas.
duto em 2014, no comparativo com o ano anterior, De janeiro a abril de 2015, as importações tive-
mesmo com o peso menos valorizado perante o real ram significativo aumento, quando comparadas com
e com a oferta alta no país vizinho. A menor entrada os primeiros quatro meses de 2014. Conforme acom-
deve-se à maior quantidade de cebola colhida nos es- panhamento do Secex, foram internalizadas 96,5 mil
tados do Sul. toneladas, contra 43,7 mil toneladas no ano anterior.
No segundo semestre de 2014, quando era espe- O motivo apontado pelos analistas do Cepea para a
rada baixa nas importações, aconteceu um fenôme- menor oferta de cebola nacional é a redução da área
no atípico, a expressiva entrada de cebola de países cultivada e a baixa produtividade.

Robispierre Giuliani

35
Everything is alright
Brazilian onion farmers fetched good prices for gram, on average.
Prices fetched
their crop in the 2014 growing season. They had In Bahia, where the reference is the municipal-
by the onion made bigger investments, increased the planted ity of Irecê, low national supplies had a say in the
farmers in area by 4.51%, but weather problems in some im- higher quotes. The harvest of the 2014 crop started
2014 exceeded portant growing regions resulted into considerable in March 2015, and in April average prices per kilo-
production losses. A reduction in imports of the vegetable had gram had reached R$ 1.55, with a production cost
costs, by virtue also a say in the smaller supply, which made farm estimated at R$ 0.42 per kilogram. Cepea analysis
of the smaller gate prices pick up steam. attests to the favorable climate conditions around
Numbers ascertained by the Brazilian Institute the region, with scattered rainfalls. Furthermore,
crop and
of Geography and Statistics (IBGE), through the the farmers are equipped with efficient irrigation
reduced imports Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA), systems, which was a factor in the high productiv-
released in April 2015, point to a slight decrease in ity rates, some 90 tons per hectare. Farmers in São
the national onion crop, about 0.55%, in 2014, to- Paulo and Cerrado regions also fetched good pric-
taling 1.601 million tons. The planted area reached
57,946 hectares, with average yields of 27,944 kilo-
grams per hectare.
According to follow-up studies, by the Center
for Applied Studies on Advanced Economics (Ce-
pea), of the University of São Paulo (USP), the South
was the region most severely hit by crop losses, in
2014, particularly the State of Rio Grande do Sul,
where, according to reports, up to 30% of the crop
had to be discarded due to excessive rain and exces-
sive supply. On the other hand, Ituporanga, lead-
ing national producer, and Lebon Régis, both mu-
nicipalities in Santa Catarina, managed to bring the
2015 season to a close with low supplies and high
prices for the bulbs. On average, the three southern
states, where sales started in November 2014, pric-
es remained at R$ 1.20 per kilogram in the field,
with production costs estimated at R$ 0.62 per kilo-

BRAKES ON IMPORTS
The president of the National Association of Onion Producers (Anace), Antônio
Carlos Pagano, farmer in Tavares (RS), maintains that there is need for measures that
protect the national producers, like tariffs on imported onion. “We are not against im-
ports, but from October to March we will have enough onions to supply the domestic
market, and acquisitions should be kept under strict control”, he argues.
Pagano has it that these questions are being debated at the Sectoral Chamber of
the Vegetables Supply Chain, of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Sup-
ply (Mapa), an organ at which the president of Anace is an effective member. Anoth-
er relevant subject for the sector, according to him, is the need for a minimum price
for onions. “Assurance is needed, because production costs are high, especially labor
costs, which are a decisive factor”, he concludes.

36
es for their onions. ports were expected, an atypical phenomenon hap-
pened, expressive purchases of onion from Europe-
VISIT FROM ABROAD In 2014, Brazilian on- an countries. According to a study by Cepea, from
ion imports were down, 42.54% in quantity and July through September, 35.981 thousand tons of
55.58% in values shelled out. Even so, purchases onions were acquired from this continent, equiva-
from abroad amounted to 155.723 thousand tons. lent to a planted area of 1,200 hectares in Brazil.
These figures come from the Secretariat of Foreign The purchases, added to the huge national sup-
Trade (Secex), of the Ministry of Development, In- plies, made prices plummet to below production
dustry and Foreign Trade. costs in some states. In 2013, during the same peri-
A close watch on the sector, conducted by Ce- od, 8.3 thousand tons were acquired.
pea/USP, shows that Argentina, traditional supplier From January to April 2015, imports rose con-
of onions to Brazil, exported a smaller amount of siderably, compared to the first four months in
the crop to Brazil in 2014, compared to the previ- 2014. According to Secex figures, 96.5 thousand
ous year, in spite of the devalued peso against the tons were brought in from abroad, against 43.7
real, although harvesting a huge crop. The smaller thousand tons in the previous year. The reasons, ac-
imports from Argentina result from a bigger onion cording to Cepea analysts, lie in the smaller nation-
crop harvested in the southern states of Brazil. al supplies, reduction in the planted area and low
In the second half of 2014, when lower im- productivity rates.

Inor Ag. Assmann


DESCASCANDO A CEBOLA
Peeling onions
Produção brasileira
Ano 2014 2015
Toneladas 1.601.767 1.531.031
Hectares 57.946 54.935
Kg/ha 27.944 27.900
Fonte: LSPA/IBGE.

EM CAMADAS — In layers
Balança comercial
Exportação
Ano 2013 2014
US$ 1.192.519 671.193
Kg 3.610.414 1.093.085
Importação
Ano 2013 2014
US$ 118.577.697 52.671.226
Kg 271.040.851 155.723.565
Fonte: Secex.

37
Inor Ag. Assmann

as principais
CENOURA • Carrot

Tem que ralar


Considerada uma das cinco principais horta- vorável no Sudeste e no Centro-Oeste, depois de
Clima e preços
liças consumidas pelo brasileiro, a cenoura regis- uma seca histórica em 2014, é a causa. Tais regi-
médios do trou menor produção nos principais polos de cul- ões concentram o abastecimento de grandes cen-
atacado afetam tivo do Brasil na temporada de 2014, levando-se tros de consumo.
levemente a em conta as duas safras anuais. Isso por interfe- Os preços de venda são considerados rentáveis,
área produtiva rência dos dois principais fatores determinantes superando os custos de produção, mas não em ní-
do tubérculo na tomada de decisão do produtor e no desem- veis que garantam investimentos significativos para
nas principais penho das lavouras: o clima e os valores de co- modernização dos sistemas produtivos e ampliação
mercialização, bastante instáveis ao longo do ano. de área, o que também ampliaria a oferta de cenou-
regiões
Em 2015, com a safra de inverno semeada – ra e poderia derrubar as cotações. A relação entre
produtoras para ser colhida a partir de agosto –, a expecta- oferta e demanda está equilibrada, o que deverá as-
e impedem tiva do setor é de leve recuperação, para patama- segurar mais um ano de preços estáveis para o pro-
investimentos res próximos aos de 2012 e 2013. O clima mais fa- duto de boa qualidade.

38
Em 2015, até maio, a comercialização foi marca-
da pela maior oferta de produto de menor qualida-

Divulgação
de, resultante do clima mais chuvoso em algumas
regiões, o que exigiu dos varejistas a busca de ce-
nouras até mesmo no Sul, o que não é usual, onde
havia disponibilidade e qualidade superior. Minas
Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná e Bahia são os gran-
Qualidade
des produtores. O consumo brasileiro é considera- nunca é demais
do bastante baixo, cerca de quatro quilos por ha- O sistema de produção de cenoura no Brasil tem predominância no uso de
bitante ao ano. Ainda assim, o País é autossuficien- variedades híbridas, de alto rendimento, especialmente na safra de inverno. Ag-
te e só importa cenouras processadas. Em 2014, a naldo Carvalho, pesquisador da Embrapa Hortaliças, do Distrito Federal, expli-
importação somou 506,7 toneladas, enquanto a ex- ca que é cada vez menor o uso das tradicionais variedades de polinização livre,
portação chegou a 3,35 mil toneladas. A receita so- ou aberta, que já representam menos de 20% da área cultivada nos polos pro-
mou US$ 1,9 milhão. dutores, com ênfase na safra de verão.
Isso faz com que a meta dos programas de melhoramento genético seja de-
DESEMPENHO Em 2014, depois de três anos senvolver cultivares híbridas de alto rendimento agronômico, com raízes lisas,
produzindo cerca de 780 mil toneladas de cenou- resistentes ao rachamento, com coloração alaranjada forte e tamanho homogê-
ra, computadas as que passam por sistemas oficiais neos e maior presença de betacarotenos (pró-vitamina A). Além disso, as culti-
de distribuição, como as Centrais de Abastecimen- vares precisam ter resistência e/ou tolerância a doenças, vírus, bactérias e nema-
to e similares, a Embrapa Hortaliças fechou área to- tóides, e um processo de germinação rápido e uniforme, O próximo passo é
tal de 24.560 hectares de lavouras, registrando que- desenvolver cultivares mais resistentes à seca, entre outros estresses, o que de-
da de 5,5% em relação aos 26 mil hectares de 2013. manda tempo e investimentos, devido às complexas características da planta.
As duas safras nestes polos totalizaram 760,32 O mercado brasileiro é formado em 90% pelo consumo in natura, embora
mil toneladas, queda de 2,5% em volume, ameniza- existam vários processamentos difundidos no País e no mundo. Por isso, a ex-
da pelo crescimento de 3% em produtividade, para pectativa é de que as alternativas ganhem o gosto do consumidor, cada vez mais
30,96 toneladas por hectare. Segundo a Organiza- ávido por produtos de manejo rápido e prático. Uma das potenciais chances de
ção das Nações Unidas para a Agricultura e Alimen- o mercado aumentar está no melhoramento genético.
tação (FAO), o mundo produziu 35,6 milhõe de to- Mesmo sendo alimento saudável, nutritivo, composto por complexos vita-
neladas em 2013, em 1,18 milhão de hectares, com mínicos importantes, os pesquisadores enfrentam o desafio de produzir varie-
média de 30,2 toneladas por hectare. dades de cenoura mais doces e saborosas, principalmente no verão, caracterís-
No Brasil, as áreas de maior produção, em mu- ticas muito valorizadas em outros países. Este pode ser um fator de abertura do
nicípios polos como São Gotardo (MG), alcançam mercado internacional, mas visa ampliar o consumo interno, que é de quatro
rendimento médio superior a 50 caixas de 29 quilos quilos por habitante ao ano.
por hectare. Em algumas lavouras de alta tecnolo-
gia, a média pode superar a 90 caixas de 29 quilos. BENEFICIAMENTO Uma das característica marcantes de evolução do mer-
Mas há também plantio de baixa tecnologia, para cado brasileiro é o beneficiamento. Caixas de madeira gradualmente foram
consumo nas propriedades ou comercialização em substituídas pelas de papelão, não reutilizáveis, mais higiênicas, e que não mal-
feiras de pequenos produtores em todo o Brasil, de tratam as cenouras no transporte e na armazenagem. Aliás, o transporte frigo-
difícil contabilização. rificado ganhou grandes dimensões como forma de conservação da qualidade.
Nas áreas de produção comercial predomina a Alguns agricultores, além de depositarem as raízes sobre uma lona térmica no
colheita mecanizada, em grande escala. O custo e a caminhão frigorífico, adotam a lavagem com água gelada para a conservação, o
falta de mão de obra são a principal causa desse pa- que amplia a vida de prateleira do legume.
norama, que tende a ser ampliado. Nas proprieda- A manutenção de um estoque suficiente para atender de 10 a 15 dias de
des de plantio para subsistência e comercialização fluxo, em câmara fria, tornou-se estratégia de grandes produtores para man-
em pequena escala, o arranquio ainda é manual. As terem o fluxo de oferta e entrega. “Dependendo da época, as chuvas podem
máquinas de colheita vêm sendo melhoradas nos atrapalhar a colheita e o agricultor precisa atender seus contratos com os
últimos anos para se tornarem mais eficientes, pois compradores. O estoque mantém o equilíbrio da comercialização”, ressalta
o uso da colheita mecanizada em escala só come- Agnaldo Carvalho.
çou no Brasil há pouco mais de cinco anos.

39
Much stamina needed
Considered to be one of the five most con- climate in the Southeast and Center-West, after
Climate
sumed vegetables in Brazil, the carrot crop re- a historical drought in 2014, is the main cause.
and average ceded in most production hubs in Brazil, in the These regions concentrate the supply for huge
wholesale 2014 growing season, taking into consideration consumer centers.
prices slightly the two annual crops. It happened as a result Sales prices are seen as remunerative, out-
affect the area of the interference of two determining factors doing the production costs, but not at levels big
devoted to the in the decision taking moment and the perfor- enough to leverage significant investments for
crop in all major mance of the fields: the climate and sales prices, modernizing production systems and promoting
rather unstable over the year. area expansions, which would equally increase
growing regions
In 2015, with the winter crop totally seed- carrot supplies and could make prices plummet.
in Brazil, ed – to be harvested as of August -, the expec- The supply and demand relation is in balance, a
and impair tation of the sector is for a slight recovery, close fact that should ensure one more year of satisfac-
investments to the 2012 and 2013 levels. The more favorable tory prices for good quality carrots.
Sílvio Ávila

40
In 2015, by May, sales were characterized
by big supplies but deficient in quality, result-

Divulgação
ing from bad climate conditions, excessive pre-
cipitation in some regions, forcing the retailers
to purchase their carrots from the South, a fact
that is unusual, but quality was the real factor.
Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná and Bahia Never too
are the leading producers. Carrot consumption
in Brazil is viewed as rather low, about four kilo-
much quality
grams per person as year. Even so, the Country The Brazilian carrot growing system is predominantly focused on hybrid va-
is self-sufficient and only imports processed car- rieties, productive, particularly in the winter crop. Agnaldo Carvalho, Embra-
rots. In 2014, carrot imports amounted to 506.7 pa Vegetables researcher, based in the Federal District, explains that traditional
tons, while exports reached 3.35 thousand tons. and open pollinated varieties are increasingly losing ground, and now account
Revenue remained at US$ 1.9 million. for less than 20% of the areas devoted to carrots in the producing hubs, espe-
cially in the summer crop.
PERFORMANCE In 2014, after three years in This induces the genetic enhancement programs to develop hybrid cultivars
a row with a crop of 780 thousand tons of car- of high agronomic performance with smooth roots, crack resistant, deep orange
rots, only the ones that pass through official dis- color, homogenous in size and with a bigger content of Beta Carotenes (pro-vi-
tribution systems are factored in, like the Distri- tamin A). Furthermore, the cultivars must be resistant/tolerant to diseases, virus-
bution Centrals and similar posts, Embrapa Veg- es, bacteria and nematodes, and have a fast and uniform germination process.
etables detected a total area of 24,560 hectares The following step consists in developing cultivars resistant to drought condi-
devoted to carrots, down 5.5% from the 26 thou- tions, among other stresses, which demands time and investments, due to the
sand hectares in 2013. plant’s complex characteristics.
The two crops in these hubs totaled 760.32 The preference of the Brazilian market, 90%, is for fresh carrots, although
thousand tons, down 2.5% in volume, cush- several types of carrot processing methods are common in Brazil and the world.
ioned by the 3-percent increase in productivity, That is why, it is expected that the alternatives please consumers, increasingly
to 30.96 thousand tons per hectare. According eager for products of fast and practical management.one of the potential chanc-
to the Food and Agriculture Organization of the es for the market to increase lies in genetic enhancement.
United Nations (FAO), the world produced 35.6 Even being food that is healthy, nutritious, consisting of relevant vitamin
million tons in 2013, in 1.18 million hectares, complexes, researchers are facing the challenge to come up with sweeter and
with an average of 30.2 tons per hectare. more delicious varieties, especially in summer, highly valued characteristics in
In Brazil, the areas where the biggest produc- other countries. It could be a factor that paves the way for the international mar-
tion volumes are harvested, in hub municipali- ket, but is focused on expanding the domestic market, consisting of only four
ties like São Gotardo (MG), yields reach upwards kilograms per person a year.
of fifty boxes, of 29 kilograms, per hectare. But
there are equally plantings where low technolo- PROCESSING One of the remarkable characteristics that attest to the evo-
gy prevails, for consumption on the farm or sales lution of the Brazilian Market consists in processing. Wooden boxes were grad-
in fairs of small scale farmers, all over Brazil, and ually replaced with cardboard boxes, non-reusable, more hygienic, and do not
these numbers are difficult to factor in. harm the carrots during transport and warehousing time. By the way, frozen
In commercial production areas, mech- transportation gained momentum as a manner to conserve quality. Some farm-
anized harvesting predominates, on a large ers, besides placing the root over a thermal canvas in the refrigerated truck,
scale. The cost and the lack of labor are the rinse the carrots with iced water for conservation purposes, supposed to ex-
main cause for this panorama, which tends to pand the shelf life of the legume.
be expanded. In farms where subsistence crops The maintenance of a stock big enough to meet a flow of 10 to 15 days, in a
prevail, or sales on a small scale, harvest is done cool chamber, has turned into a strategy employed by big commercial produc-
manually. Harvesting machines have been im- ers to keep the offer and delivery flow. “Depending on the period of the year,
proving over the past years and are now more rainy days are likely to jeopardize harvest operations, but the farmers need to
efficient, as mechanized harvesting only started make good on their contracts with the buyers”, says Agnaldo Carvalho.
in Brazil five years ago.

41
Inor Ag. Assmann

as principais
FOLHOSAS • Leafy Greens

42
Cinturão verde
No amplo panorama da produção brasileira de gráfica é maior. Esta também é a forma de abasteci-
Produtores
hortaliças, as inúmeras espécies classificadas no ni- mento que domina no mundo todo.
de folhosas cho das folhosas dão um show à parte. Extrema- No período mais quente do ano, as folhosas per-
das principais mente apreciadas na mesa da população, essas va- dem qualidade, tamanho e produtividade, mesmo
regiões riedades fazem bem à saúde e, além disso, promo- nas regiões tradicionais de cultivo. A comercializa-
produtoras vem regiões inteiras. No País, as principais folho- ção vira uma corrida contra o tempo. A região me-
de São Paulo sas produzidas e consumidas são alface, rúcula, al- tropolitana de São Paulo, por exemplo, é abastecida
registraram meirão, agrião, couve de folha e repolho, que al- pela produção concentrada nas regiões agrícolas de
guns classificam como folha. A mais consumida pe- Mogi das Cruzes e de Sorocaba. As duas foram con-
perdas de
los brasileiros é a alface. A espécie engloba os tipos templadas em 1970 por amplo programa de finan-
volume, crespa, lisa, americana mimosa e romana. Destas, a ciamento (o chamado Pro-várzea), que subsidiou
qualidade e preferência é pela crespa. Em média, o ciclo de pro- a drenagem e a regularização das áreas de várzea.
rentabilidade dução das folhosas completa-se em 50 dias, poden- “As áreas de produção de hortaliças folhosas são pe-
em 2014 do variar para mais ou para menos de acordo com quenas e de cultivo consolidado”, destaca a Compa-
a época do ano, a variedade e o manejo da proprie- nhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Pau-
dade. lo (Ceagesp), em documento de fevereiro de 2015.
Como essas plantas deterioram-se rapidamen- Na ocasião, de acordo com a Ceagesp, a situação
te, as regiões que mais as produzem são aquelas dos horticultores paulistas de folhosas era dramáti-
situadas próximas aos grande centros consumido- ca. Eles precisam atender às exigências ambientais
res, chamadas de cinturão verde, e que circundam de manter Área de Proteção Ambiental (APA), Área
as grandes capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Proteção Permanente (APP), Área de Proteção e
de Janeiro e Belo Horizonte. A maior demanda está Recuperação de Mananciais (APRM) e Cadastro Am-
justamente nas grandes cidades, em especial nas ca- biental Rural (CAR). Além disso, enfrentavam a ame-
pitais da região Sudeste, onde a densidade demo- aça de lacração das bombas de irrigação pelos fiscais
dos governos federal e municipal, e ainda a escas-
sez de água. Esse problema foi contornado median-
te acordo com o setor público local.

TENDÊNCIAS Pesquisa da Ceagesp com pro-


dutores, técnicos e comerciantes apontou os prin-
cipais efeitos da seca de 2014 no fornecimento de
hortaliças folhosas em São Paulo. Conforme os en-
trevistados, a seca provocou queda de cerca de 10%
no volume ofertado de hortaliças folhosas. O calor,
maior do que o normal, causou prejuízos à qualida-
de, ao tamanho e à produtividade, e elevou os cus-
tos de produção. A expectativa era de piora com a
chegada dos meses tradicionalmente secos, e de in-
segurança sobre a possibilidade de plantio. A previ-
são de queda chegava a 30% a 40% na área planta-
da. Muitos produtores estão deixando a horticultu-
Inor Ag. Assmann

ra por insegurança. Não sabiam se não seriam impe-


didos de plantar por restrições legais, em especial
na Bacia do Rio Tietê, na região de Mogi das Cruzes.

43
Green belt
In the vast panorama of Brazil’s vegetable produc- ral Register (CAR, in the Portuguese acronym). Fur-
Producers of
tion, the countless species that fit into the category of thermore, they are facing the threat of having their ir-
leafy greens in all leafy greens, are a real show. Extremely appreciated by rigation pumps sealed by municipal and federal in-
major vegetable consumers everywhere, these varieties are good for spectors, and what makes things even worse is water
producing the health and, additionally, promote entire regions. In shortage. The problem has been solved through an
regions in São the Country, the most common leafy greens produced agreement with the local government.
Paulo registered and consumed are lettuce, rucola, chicory, watercress,
losses in volume, kale and cabbage, classified as leaves by many farmers. TRENDS A survey of farmers, technicians and
Lettuce is the most consumed leafy green in Brazil. The
quality and
species encompasses the following types: curly, soft
profitability in green, American and Roman. The preference is by far
2014 for curly lettuce. On average, the production cycle of
the leafy vegetables lasts for 50 days, and could vary to
more or less, according to the period of the year, the va-
riety and farm management.
As these plants deteriorate rapidly, the regions
where they are normally produced are the surround-
ings of the big Brazilian capital cities, like São Pau-
lo, Rio de Janeiro and Belo Horizonte. There is very
strong demand in big cities, especially in the capital
cities in the /southeast, where demographic density is
high. The same holds true for the entire world.
During the warm periods of the year, leafy greens
deteriorate in quality, size and productivity, even in
the traditional growing regions. Sales turn out to be
a real race against time. The metropolitan region of
São Paulo, for example, is supplied by the crops con-
centrated in the agricultural regions of Mogi das Cru-
zes and Sorocaba. In the 1970s, both regions were
chosen for a vast financial program (the so-called
pro-meadow program), which subsidized all drain-
age works and the necessary documentation for the
meadowlands. “The areas devoted to the production
of leafy greens are small but with consolidated culti-
vation”, say sources of the General Warehousing So-
ciety of São Paulo (Ceagesp), in a document released
in February 2015.
On that occasion, according to Ceagesp sources,
the situation of the leafy vegetable producers in São
Paulo was dramatic. They needed to comply with en-
vironmental requirements that include the preser-
vation of “Environment Protection Areas (EPA), Per-
manent Protection Areas (PPA), Water Recovery and
Protection Areas (WRPA) and the Environmental Ru-

44
merchants conducted by Ceagesp officials detect- the arrival of the traditionally dry months, giving
ed the main effects of the drought in 2014 on the rise to uncertainties over possible plantings. The
supply of leafy greens in São Paulo. According to drop in production was estimated at 30% to 40%
the interviewees, the drought caused a 10-percent in planted area. Many farmers have quit horticul-
drop in the volume of leafy greens. The above nor- ture for possible insecure outcomes. They did not
mal warm temperatures affected quality, size and know if they would be prevented from planting
productivity, pushing up production costs. The for legal reasons, especially in the Tietê River Ba-
expectation had been for further problems with sin, in the Mogi das Cruzes region.

Inor Ag. Assmann

45
Inor Ag. Assmann

as principais
mandioca • Cassava

46
Questão de raiz
Ciclos de problemas em produção e preços nança e de gestão da cadeia produtiva”.
Nova crise
se repetem na importante cultura da mandio- Depois da redução produtiva ocorrida em
no setor da ca, que se coloca entre as principais do Bra- 2013, com forte estiagem no Nordeste e no
mandioca no sil e, uma vez inserida na olericultura, produz Norte, houve investimentos para aumentar a
Brasil reforça mais do que a soma de todas as outras juntas. oferta, o que acabou gerando excesso e, logo,
o ponto Atualmente, passa novamente por período de queda na remuneração. O Centro do Estudos
fundamental aumento de produção, com uma consequente Avançados em Economia Aplicada (Cepea),
de uma maior queda dos preços, o que, na avaliação de Car- da Universidade de São Paulo (USP), regis-
los Estevão Leite Cardoso, pesquisador da Em- trou entre 18 e 22 de maio de 2015 a menor
governança e da
brapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Al- cotação do produto desde setembro de 2006.
integração dos mas (BA), e presidente da Sociedade Brasileira Produtores do Paraná (segundo maior Estado
elos na cadeia de Mandioca, “é uma situação recorrente, que na cultura) e do Mato Grosso do Sul realiza-
produtiva tem muito a ver com a falta de maior gover- ram protestos no ano por receberem valores
abaixo do custo de produção.
Integrante também da Câmara Setorial do
EM BUSCA DE VALOR segmento no País, Cardoso observa que são
Produção de iguarias, como beijus tradicionais e coloridos, biscoitos, sopas, min- muito fáceis a entrada e a saída na produ-
gaus, tortas e pães, agregam renda para o agricultor familiar, como ocorre na Bahia, ção e, com isso, ocorrem frequentes distor-
em casos isolados e cooperativos de produtores. A Cooperativa Mista Agropecuária ções, que revelam a necessidade de maior in-
do Sudoeste (Coopasub), região tradicional em derivados da mandioca de Vitória da tegração entre os elos produtivo e processa-
Conquista, iniciou com 108 integrantes em 2005 e hoje reúne mais de 2.300 agricul- dor. “Se não for resolvida ou amenizada esta
tores. “Melhorou muito a vida dos cooperados na comercialização dos produtos”, diz questão, vai haver dificuldades em crescer e
Izaltiene Rodrigues, presidente desde a fundação. aproveitar as oportunidades que se apresen-
Especificamente na agregação de valor, um dos focos e desafios da pesquisa diz tam”, diz o pesquisador. Avanços são apon-
respeito à demanda industrial de amidos modificados. Para tanto, a Embrapa Man- tados na cultura no mundo, e há iniciativas
dioca e Fruticultura busca melhorias, em parceria com a Cooperativa de Produtores diferenciadas no Brasil, que já foi o primei-
de Amido de Mandioca do Estado da Bahia (Coopamido) e com a Associação Técni- ro produtor e hoje está em terceiro ou quar-
ca das Indústrias da Mandioca do Paraná (Atimop). Ainda no Paraná, no evento Show to lugar, mas tem condições de manter posi-
Rural Coopavel, em fevereiro de 2015, a Embrapa lançou novas variedades de polpa ção de destaque.
amarela, por meio da unidade Cerrados, de Planaltina (DF), para atender à preferên- A Organização das Nações Unidas para a
cia do mercado de mandioca de mesa. Alimentação e Agricultura (FAO) constata que
A região Nordeste, onde a cultura tem grande relevância, ainda recebe atenção a produção total de mandioca cresceu 60%
quanto à disponibilidade de mudas com resistência a seca, doenças e pragas. A Em- desde 2000, e prevê novo aumento durante
brapa Mandioca e Fruticultura e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São esta década. “Outrora considerada alimento
Francisco e Parnaíba (Codevasf ), mantêm o Projeto Reniva – Rede de Multiplicação e dos pobres, emergiu como cultura polivalen-
Transferência de Materiais Propagativos com Qualidade Genética e Fitossanitária, que te para o século 21, que responde às prio-
deve atingir os estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí e Maranhão. ridades dos países em desenvolvimento, às
Em relação ao mercado, em 2015, diante de impasses de comercialização, com ex- tendências da economia global e aos desafios
cedente na produção, industriais do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, da mudança climática”, diz documento da
reunidos no início do ano, viram saída na exportação. João Eduardo Pasquini, presi- instituição. A Embrapa reitera a importância
dente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), obser- dessa hortaliça na segurança alimentar, e, as-
vou condições propícias para tanto na fécula, cujo mercado local está em baixa e que sim, na saúde, como alternativa de carboidra-
poderia se beneficiar do dólar alto. De fato, o Cepea já levantou em fevereiro aumen- to para celíacos, além de ressaltar movimen-
to de 49% em relação ao volume exportado no mesmo mês de 2014. tos no País para agregação de valor.

47
A question of root
Cycles of problems in production and prices are plies, which ended up generating surpluses, and
One more crisis
surfacing again and again in the valuable cassava plummeting remuneration. The Center for Applied
in the cassava crop, one of the most important in Brazil and, once Studies on Advanced Economics (Cepea), of the
sector in Brazil inserted into olericulture, produces more than the University of São Paulo (USP), registered the lowest
strengthens the sum of all the other crops. Nowadays, cassava is quote from May 18 to May 22, 2015, since Septem-
fundamental again experiencing a period of soaring production, ber 2006. Farmers in Paraná, second-largest produc-
question with a consequent drop in prices, a fact that, Car- er of the crop, and from Mato Grosso do Sul or-
of better los Estevão Leite Cardoso, researcher with Embra- ganized protests because of lower than production
pa Cassava and Fruit Farming, based in Cruz das Al- cost prices.
governance
mas (BA), and president of the Brazilian Cassava So- A member of the segment’s Sectoral Chamber
and of the ciety, views as a recurrent situation, which has a lot in the Country, Cardoso observes that it is very easy
integration to do with the lack of governance and management to start and stop producing cassava and, therefore,
of the supply of the supply chain”. distortions frequently happen, and they point to
chain links After the falling production volumes in 2013, the need for tighter integration between the pro-
due to the severe drought in the North and North- ductive and processing links. “If this question is not
east, investments were made to boost cassava sup- solved or mitigated, there will be difficulties in mak-
Inor Ag. Assmann

48
ing progress and taking advantage of the opportuni- SEEKING VALUE
ties that arise”, the researcher argues. In the world, Production of delicacies, like traditional and colored beijus, biscuits, soups, mush, pies
the crop is making strides, and there are differenti- and bread, are a source of income for family farmers, just like what happens in Bahia, in in-
ated initiatives in Brazil, which once was the lead- dividual instances and cooperatives. Mixed Tenure Agricultural Cooperative in the South-
ing producer but now ranks as third of fourth big- east (Coopasub), traditional region in Vitória da Conquista, famous for its cassava based
gest producer, but has it all to remain in a promi- products, started with 108 members in 2005, and now this number has risen to 2,300 farm-
ers. “The life of the cooperative members has improved considerably once they started sell-
nent position.
ing their produce”, says Izaltiene Rodrigues, president since its foundation.
The Food and Agriculture Organization of the
Specifically in terms of value added products, one of the targets and challenges of the
United Nations (FAO) ascertains that the cassava research teams has to do with industrial demand for modified starches. To this end, Embra-
crops around the world have risen 6% since 2000, pa Cassava and Fruit Farming seeks improvements, jointly with the Bahia State Cooperative
and foresees new increases throughout the decade. of Cassava Starch Producers (Coopamido) and with the Paraná State Technical Association
“In the past, considered to be food for poor people, of Cassava Industries (Atimop). Equally, in Paraná, at the Show Rural Coopavel, in February
in the 21st century it turned into a multi-purpose 2015, Embrapa launched new yellow pulp varieties, through the Cerrados unit, in Planalti-
crop, which meets the needs of developing coun- na (DF), in line with the preference for this type of cassava that is prepared in the kitchen.
tries, in line with global trends and the challenges The region of the Northeast, where the crop plays a relevant role, is given special heed
of possible climate changes”, according to the in- with regard to the availability of seedlings resistant to drought conditions, diseases and pests.
stitution’s document. Embrapa insists on the im- Embrapa Cassava and Fruit Faming and the São Francisco and Parnaíba Valleys Development
portance of this crop for food safety purposes and Company (Codevasf), are running the Reniva Project – Network for the Multiplication and
equally for its health properties, particularly as a Transference of Propagation Materials with Genetic and Phytosanitary Quality, which are sup-
posed to reach the states of Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí and Maranhão.
source of carbohydrate for celiac sufferers, besides
With regard to the market, in 2015, in view of commercialization bottlenecks, induced
being a value added factor in the Country.
by surpluses, industries in Paraná, São Paulo and Mato Grosso do Sul, at a meeting early
this year, saw a way out in exports. João Eduardo Pasquini, president of the Brazilian Associ-
ation of Cassava Starch Producers (Abam), saw favorable conditions both for fecula, whose
local market is on a downtrend but could take advantage of the high value of the dollar. As a
matter of fact, Cepea officials detected an increase of 49% in February, compared to the vol-
umes shipped abroad in the same month in 2014.

RAÍZES CULTURAIS — Cultural roots


Altos e baixos da mandioca brasileira
Anos Área (ha) Produção (t) Valor (R$ mil)
2013 1.525.918 21.484.218 10.130.512
2014 1.570.580 23.142.091 7.346.000
2015 1.634.378 24.322.486 7.241.000
Fonte: IBGE
TERRA DE MANDIOCA — Land of cassava
Principais Estados/2015 Produção (t) % s/2014
Pará 5.453.052 10,95
Paraná 4.088.254 7,16
Bahia 2.096.390 -1,78
Maranhão 1.786.318 10,31
São Paulo 1.325.559 -6,78
Mato Grosso do Sul 968.000 10,87
Fonte: IBGE/LSPA – Estimativa abril 2015
NEGÓCIOS COM O MUNDO — Business around the world
Comércio externo 2014 ( Volume - Kg )
Produto Exportação Importação
Raízes 20.627 6.078.610
Fécula 5.976.904 23.616.958
Amidos modificados 29.521.921 7.688.440
Fonte: Aliceweb/MDIC.

49
Inor Ag. Assmann

as principais
TOMATE • Tomato

50
O preferido
das massas
A produção brasileira de tomate é mais do que su- atrelado a dois fatores. No início do plantio, em feve-
Tomates
ficiente para abastecer o mercado interno, tanto que reiro de 2014, os produtores estavam desanimados,
produzidos as importações relacionadas a itens à base do fruto pela alta incidência de viroses na lavoura, por con-
para a indústria são incipientes. O setor, de maneira geral, não conhe- ta do clima seco e quente, e plantaram menos. Em
abastecem com ce crise. As vendas ao consumidor, principalmente de seguida, em março, o grande volume de chuvas em
folga o mercado produtos atomatados, prontos para o consumo, se- Goiás dificultou as atividades de campo, levando ao
interno, onde guem estáveis, acompanhando a capacidade de pro- recuo da semeadura. A produção total da safra 2014
houve aumento cessamento das indústrias. é estimada pela Abratop em 1,4 milhão de toneladas.
As empresas que beneficiam o tomate industrial, Com relação à safra 2015, o Conselho Mundial
no consumo
matéria-prima para molhos, extratos e polpas, têm se dos Processadores de Tomate (WPTC, na sigla em in-
de molhos e adaptado ao baixo crescimento da economia nacio- glês), que compreende 95% de todo o fruto transfor-
redução no nal. O vice-presidente da Associação Brasileira da Ca- mado no mundo, estima que o Brasil terá recuo de
extrato deia Produtiva do Tomate Industrial (Abratop), enge- 0,4% na produção, fechando em 1,394 milhão de to-
nheiro agrônomo Rafael de Rezende Santana, desta- neladas, sobre 2014.
ca que em 2015 algumas indústrias entraram em fa-
lência ou recuperação judicial. “Em contrapartida, IMPORTAÇÕES RECUAM As compras de produ-
outras fábricas estão produzindo apenas polpa, su- tos atomatados de outros países caíram em 2014. Nú-
prindo o espaço das que fecharam”, enfatiza. meros apurados pela Secretaria de Comércio Exte-
O aumento da demanda pelos produtos indus- rior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimen-
trializados de tomates no Brasil deu-se pela migra- to, Indústria e Comércio Exterior, mostram que fo-
ção do consumo do extrato, para molho refogado e ram adquiridas 41,279 mil toneladas, 34,92% menos
molhos saborizados, que levam menos polpa e mais do que em 2013, com desembolso de US$ 43,677 mi-
água. “Como as vendas desses segmentos cresceram, lhões, recuo de 26,26% em relação ao ano anterior.
acabou se estabelecendo equilíbrio”, comenta. O vice-presidente da Abratop, Rafael de Rezende
Conforme Rafael, as indústrias têm feito investi- Santana, explica que o tomate colhido no início da
mentos para reduzir custos e aumentar a produtivi- safra, quando as temperaturas são mais frias, não fica
dade. Na parte de campo, a preocupação é com o tão concentrado quanto os frutos do restante do ci-
teste de novas cultivares e com o uso de agroquími- clo, pois muitas vezes ainda estão verdes. “Sendo as-
cos mais eficientes. Lembra que algumas empresas sim, é necessário importar polpa de melhor qualida-
estão realizando melhorias no recebimento da ma- de para fazer os blends”, informa. Lembra que gran-
téria-prima e na contenção de gastos com energia, des cadeias de fast-food também adquirem a polpa
água e resíduos. no exterior.
Quanto à produção de tomate para processamen-
to, estimativas do Centro de Estudos Avançados em
MÃO NA MASSA — Rolling up the sleeve
Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São
Raio-X do tomate - Produção brasileira
Paulo (USP), mostram que houve pequena retração da
Ano 2014 2015
área cultivada em 2014, em torno de 1% sobre o pe-
Toneladas 4.291.160 3.557.623
ríodo anterior. Goiás, responsável por 70% de todo o
abastecimento do fruto rasteiro destinado à indústria, Hectares 65.146 56.714
foi o Estado onde houve a maior diminuição. Kg/ha 65.942 62.749
Fonte: LSPA/IBGE.
O Cepea apurou que esse comportamento esteve

51
A favorite
with the people
The production of tomatoes in Brazil is more than penses on energy, water and waste.
Tomatoes
enough to supply the domestic market, so much so As to the production of tomatoes for processing
produced for that imports of items based on the vegetable are neg- purposes, estimates by the Center for Applied Studies
the industry ligible. The sector, in general, is not experiencing any on Advanced Economics (Cepea), of the University of
are enough crisis. Sales to consumers, particularly tomato-based São Paulo (USP), show that the area devoted to toma-
to supply the products, ready to eat, continue stable, in line with the toes in 2014 suffered a slight reduction of about 1%
domestic processing capacity of the industries. over the previous year. The state of Goiás, responsible
market, The companies that process tomatoes, raw material for 70% of all tomato supplies to the industry, experi-
for sauces, extracts and pulps, have adapted to the low enced the biggest reduction.
where the
growth rates of our national economy. The vice presi- According to Cepea sources, this behavior was
consumption of dent of the Brazilian Association of the Industrial Tomato chained to two other factors. In the early planting pe-
sauces has gone Supply Chain (Abratop), agronomic engineer Rafael de riod, in February 2014, the growers were feeling very
up while extract Rezende Santana, says that in 2015 some industries went discouraged because of virus disease outbreaks, due to
consumption bankrupt and others filed for judicial recovery. “On the warm and dry climate conditions, and reduced their
receded other hand, some factories are only producing pulp, fill- plantings. Then, in March, the huge amount of rain
ing the gap of those that shut down”, he explains.
Soaring demand for tomato-based industrialized
products in Brazil stems from the migration of the con-
sumers from extracts to tomato gravy and seasoned to-
mato sauce, with less pulp and more water. “As sales
of these segments rose, a balance was the natural out-
come”, he comments.
According to Rafael, the industries have made in-
vestments to reduce costs and boost productivity. At
farm level, there is great concern with tests of new cul-
tivars and with the use of more powerful pesticides.
He recalls that some companies have been improving
their tomato receiving departments, whilst cutting ex-

VERMELHOU — Went red


Balança comercial do tomate
Exportação
Ano 2013 2014
US$ 1.334.774 6.269.543
Kg 1.079.931 4.911.812
Importação
Ano 2013 2014
US$ 59.238.272 43.677.677
Kg 63.429.018 41.279.206
Fonte: Secex.

52
throughout the state impaired most farm activities, cle, as they are still green in many instances. “As things
leading to smaller seeded areas. The total production are, there is need to import pulp of better quality for
of the 2014 growing season is estimated by Abratop the blends”, he explains. He recalls that huge retail net-
at 1.4 million tons. works equally purchase pulp abroad. 
With regard to the 2015 season, the World Pro-
cessing Tomato Council (WPTC), which compris- E TOMATE DE MESA
es 95% of all tomatoes processed in the world, esti- Conforme o Cepea, a área de tomate da temporada de verão 2013/14 fechou
mates that Brazil will experience a reduction of 0.4% em 89 milhões de pés, 4,2% acima do período anterior. O aumento foi observado
in the volume of the tomato crop, compared to 2014, em lavouras de São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. A ele-
totaling 1.394 million tons.  vação foi creditada aos altos preços praticados no ciclo 2012/13, e só não foi maior
pela dificuldade de obtenção de mão de obra. Entre novembro de 2013 e maio de
2014, a caixa de 22 quilos valia, em média, R$ 32,16, 44% superior ao valor estima-
IMPORTS RECEDE Purchases of tomato-based
do pelos produtores para cobrir os gastos com a cultura.
products from other countries dropped in 2014. Num-
Na temporada de 2015, a colheita do tomate passou a ganhar ritmo a partir de
bers ascertained by the Secretariat of Foreign Trade
maio, garantindo o abastecimento interno. Mesmo com mais praças disponibilizan-
(Secex), an organ of the Ministry of Development, In- do o fruto, os analistas do Cepea acreditam que as cotações não devem ser reduzi-
dustry and Foreign Trade (MDIC), attest that purchas- das, pois as temperaturas mais baixas tendem a diminuir a maturação, mantendo a
es from abroad amounted to 41.279 thousand tons, oferta moderada. Outro fator é a baixa produtividade obtida em algumas regiões,
down 34.92% from 2013, at a cost of US$ 43.677 mil- por conta da incidência de viroses.
lion, down 26.26% from the previous year. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio
Abratop vice-president Rafael de Rezende Santana do Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), divulgado em abril de
explains that tomatoes harvested early in the season, 2015, a safra de tomates (mesa e industrial) deve recuar 17,09% em 2015 com rela-
when temperatures are colder, are not as concentrated ção ao ano anterior, fechando em 3,557 milhões de toneladas. A estimativa da área
as the fruits harvested in the remaining days of the cy- apurada teve recuo de 12,94%, tendo sido plantados 56.714 hectares.

AND TABLE TOMATOES 


According to Cepea sources, the tomato area in the
2013/14 summer season totaled 89 million plants, up
4.2% from the previous season. This increase was ascer-
tained on farms in São Paulo, Santa Catarina, Espírito
Santo and Rio Grande do Sul. The credit of this increase
goes to the high prices practiced in the 2012/13 growing
season, and it was not bigger only because of the difficul-
ty in hiring labor. From November 2013 to May 2014 a
22-kg box sold for R$ 32.16, up 44% estimated by the
farmers for covering their production costs.
In the 2015 growing season, tomato harvesting be-
gan to pick up steam as of May, meeting the domestic
needs. Although more locations are supplying toma-
toes, Cepea analysts believe that the quotes will not be
reduced, once lower temperatures tend to extend the
maturation period, keeping supply at moderate levels.
Another factor is the low productivity rates in some re-
gions, stemming from virus disease outbreaks.
According to the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE),through their Systematic Agricul-
tural Survey, released in April 2015,the tomato crop
(both table and industrial tomatoes) is supposed to de-
crease by 17.09% in 2015, compared to the previous
Inor Ag. Assmann

year, totaling 3.557 million tons. The reduction in area


is estimated at 12.94%, with planted hectares amount-
ing to 56,714.

53
PERFIL
Profile
Inor Ag. Assmann

A horta vai mudarA cadeia das hortaliças no Brasil está na imi- do inviabilizado pela falta de água para irrigação”.
Uma série de
nência de sofrer, em poucos anos, mudança radi- Em decorrência, com as quebras acentuadas nas
desafios aguarda cal – e certamente definitiva – em suas formas e colheitas, o custo das hortaliças para o consumi-
pela produção em seu modelo de produção. A necessária moder- dor final se eleva, e este migra para outros alimen-
de hortaliças, nização, em busca de produtividade, cada vez mais tos. “Vemos os índices de consumo estagnar ou di-
em nome de qualidade e variedade, e, em especial, da potencia- minuir, em parte pelo custo final, em parte porque
eficiência e lização dos recursos naturais, financeiros e huma- continuamos com problemas de estabilidade na
potencialização, nos, deve levar o segmento a alterar de maneira oferta”, ressalta. “É uma cadeia que continua com
drástica seu perfil. A opinião é do agrônomo Paulo sérios problemas organizacionais, e eles devem ser
com alterações
César Tavares de Melo, com 40 anos de atuação no resolvidos sob pena de inviabilizar o cultivo ao pro-
drásticas em setor, como professor na Escola Superior de Agri- dutor em várias regiões”.
toda a cadeia cultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade Diante do quadro, Paulo César entende que a
de São Paulo (USP), sediada em Piracicaba. Por vá- própria academia, na formação de especialistas e
rios anos também presidiu a Associação Brasileira técnicos, precisará se atualizar de forma constan-
de Horticultura (ABH). te. “A gente precisa correr para tirar a defasagem
Entre os pontos críticos que, na avaliação de em áreas nas quais não evoluímos”, diz. “Produzir
Paulo César, sinalizam para a necessária e urgente mais com menos é o mandamento”, comenta, citan-
mudança estão o forte déficit hídrico que, nas últi- do as limitações em mão de obra, clima, pragas, do-
mas safras, tem comprometido a produção agrícola, enças, recursos hídricos, dentre outros, como obs-
incluindo várias espécies de hortaliças, em diferen- táculos à agricultura. “Insisto que devemos formar
tes regiões. “A seca sempre era flagelo à agricultura agrônomos e técnicos capazes de solucionar entra-
no Nordeste, mas agora se estende ao Sudeste e ao ves completamente diferentes de tudo o que vimos
Sul”, frisa. “O cultivo de cenoura em Irecê, na Bahia, até hoje”, afirma. “Não podemos mais, de maneira
por exemplo, grande polo nessa espécie, está fican- alguma, continuar fazendo como fazíamos”.

54
Changes to
the vegetable
garden underway The vegetable supply chain in Brazil is about and the South”, he adds. “Carrot cultivations in
A series of
to undergo, in few years, radical changes – and Irecê, State of Bahia, for example, relevant hub of
challenges are certainly definitive –in its manners and produc- this species, are becoming unviable because there
faced by the tion model. The much needed modernization, in is no water available for irrigation “.
production search of productivity, requiring more quality and As a result, with huge crop frustrations, con-
of vegetables, variety, and, in particular, maximum use of the sumer prices of vegetables rise considerably, forc-
in the name natural, human and financial resources should in- ing the consumers to migrate to other types of
of efficiency duce the segment to implement drastic changes to food. “We can witness consumption rates stagnate
its profile. This is what agronomist Paulo César Ta- or decrease, partly because of the final price, or
and potential
vares de Melo thinks. He has been involved with because supply problems continue”, he explains.
benefits, with the sector for 40 years, as a professor at the Luiz “It is a supply chain that is facing serious organiza-
drastic changes de Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the tional problems, and they should be solved, oth-
in the supply University of São Paulo (USP), based in Piracicaba. erwise it will become unviable for the farmers to
chain For several years, he also presided over the Brazil- produce vegetables in various regions “.
ian Horticultural Association (BHA) In light of this picture, Paulo César under-
The critical topics, which, in Paulo César’s stands that the academy itself, whilst qualify-
view, signal the necessary and urgent change, in- ing specialists and technicians, should modern-
clude severe water shortages, which, over the past ize itself on a constant basis. “We must hurry to
crops have jeopardized agriculture in general, in- fill the gaps in areas where we have reached a
cluding several vegetable species, in different re- stagnation point”, he warns. “To produce more
gions. “Drought conditions have always caused se- with less, is the commandment”, he comments,
vere damage to agriculture in the Northeast, but citing the limitations regarding labor needs, cli-
now they have equally been hitting the Southeast mate problems, pests, diseases, water resourc-
es, among others, as serious obstacles to agricul-
ture. “It is my belief that we should qualify tech-
nicians and agronomists capable of solving bot-
tlenecks never witnessed before” he declares.
“By no means, should we continue doing things
the way we used to do them”.
Inor Ag. Assmann

55
Inor Ag. Assmann

56
Uma vida saudável
começa aqui As hortaliças inserem-se de maneira cada vez mais Nordeste. Já a região amazônica, no Norte, tende a
Presidente da
efetiva – e valiosa – na rotina das populações brasileira consumir mais tomates ou batatas, fáceis de conservar
ABH defende e mundial. Essa é a impressão da presidente da Associa- por mais tempo. No Nordeste ainda são consumidos
o hábito das ção Brasileira de Horticultura (ABH), Tiyoko Nair Hojo em larga escala itens como abóbora ou maxixe, cuja
refeições ricas Rebouças, agrônoma que há 33 anos leciona a discipli- oferta regional é plena. Datas especiais, como Natal, es-
em hortaliças na de Olerícolas na Universidade Estadual do Sudoeste timulam o consumo de espécies como tomate, ou fes-
como forma da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista (BA). tividades religiosas, no Nordeste, abrem espaço para o
de aproveitar Em seu entender, à medida em que a expectativa quiabo, no tradicional caruru.
de vida se amplia, as pessoas buscam, ao natural, for-
seus benefícios
mas de assegurar saúde e bem-estar. “Nos dois casos, SÓ FAZ BEM A presidente da ABH, Tiyoko Nair
nutricionais hortaliças são fundamentais, e insubstituíveis”, ressalta. Hojo Rebouças, tem participado de eventos e realiza-
e também “Não adiantaria chegar a idade avançada com proble- do visitas em outros países a fim de conhecer a reali-
medicinais mas de saúde ou obesidade. Quem quer qualidade de dade de produção e de consumo de hortaliças e fru-
vida precisa ingerir hortaliças, que, entre outros benefí- tas. Por conta dessas vivências, conclui que a inserção
cios, ajudam a prevenir inúmeras doenças”. de hortaliças na dieta da população à medida em que
Tiyoko confirma que, a curto e médio prazos, o esta valoriza a saúde e o bem-estar é um caminho sem
consumo de hortaliças tende a seguir estável no Bra- volta. A Organização das Nações Unidas para Agricul-
sil, ou com crescimento lento. Mas constata que mu- tura e Alimentação (FAO) aconselha a ingestão de pelo
danças culturais estão ocorrendo, em parte por campa- menos 400 gramas de hortaliças por dia, por seus be-
nhas de esclarecimento, e também por programas jun- nefícios ao organismo. Muitos países atingem a meta.
to a novas gerações, em especial na escola. A presiden- Já no Brasil, os índices ainda figuram ao redor de 90
te da ABH refere que a presença da mulher no merca- a 100 gramas.
do de trabalho promoveu mudanças na forma de se “Como se trata de média, e sabemos que o Sul e o
alimentar, com reflexos na forma de aproveitamento Sudeste já têm o hábito formado, significa que no Nor-
das hortaliças. Famílias fazem mais refeições fora de deste e no Norte certamente ainda estamos bem abai-
casa. “Porém, tanto nas redes de fast-food quanto nos xo disso”, frisa. “Eis uma realidade que, para o bem de
restaurantes a quilo as hortaliças seguem presentes, nossa população, cumpre alterar de forma urgente”.
com diversas formas de preparo, e com ampla gama Tiyoko lembra que, além do papel nutricional, como
de opções”, menciona. fontes de fibras, que facilitam a formação do bolo ali-
Em termos regionais, os hábitos culturais de con- mentar, as hortaliças têm importantes propriedades
sumo em parte estão relacionados à própria disponi- medicinais. “Cada espécie tem peculiaridades que são
bilidade. O clima quente do Nordeste ou o frio no Sul só dela, como fonte de sais, vitaminas e fibras”, men-
inviabilizam a produção de determinada espécie. “De- ciona.
vemos levar em conta ainda a sazonalidade, quando E uma das grandes vantagens das hortaliças na ali-
a oferta de alguns itens é dificultada”, cita. Ao mesmo mentação, segundo Tiyoko, está no preço mais aces-
tempo, a conservação de produtos in natura ou a pere- sível. “Basta ver que um quilo de batata custa em tor-
cibilidade em virtude do transporte por grandes distân- no de R$ 5,00, e isso já falando em valor alto, quando
cias igualmente interferem na preferência ou nas ten- um quilo de carne sai por mais de R$ 20,00”, compa-
dências de demanda. ra. “Só temos a ganhar com as hortaliças. E temos a ga-
Assim, por exemplo, folhosas dependem da adap- nhar cada vez mais, quanto mais as incorporarmos em
tação de cultivares resistentes ao calor para cultivo no nossos hábitos alimentares”, sentencia.

57
Inor Ag. Assmann

58
A healthy lifestyle
starts herep Vegetables are gradually and effectively making it to in the Northeast. In the Amazon region, to the North,
BHA president
the daily routine of the Brazilian and global population. the trend is for the consumption of potatoes and toma-
suggests This is the impression of the president of the Brazilian toes, easy to keep for long periods. In the Northeast,
the habit of Horticultural Association (BHA), Tiyoko Nair Hojo Re- there is large-scale consumption of pumpkins or max-
meals rich in bouças, agronomist who has been teaching the subject ixe, in the local language, always in great supply. Spe-
vegetables as a ‘Olericulture’ at the State University in Southeast Bahia cial occasions, like Christmas, encourage the consump-
manner to take (Uesb), in Vitória da Conquista (BA). tion of such species as tomatoes, while religious festiv-
advantage of She understands that, as life expectancy is rising, ities, in the Northeast, pave the way for okra, prepared
people will naturally look for manners to preserve as traditional caruru.
their nutritional
their health and well-being. “In both cases, vegetables
and medicinal play a fundamental and irreplaceable role”, she stress- IT DOES GOOD BHA president Tiyoko Nair Hojo
benefits es. “It is no use getting old in poor health conditions or Rebouças has attended events and visited other coun-
overweight. Those who seek quality of life need to in- tries to learn about the reality of vegetable and fruit
gest vegetables, which, among other benefits, ward off production and consumption. Building on these ex-
lots of ailments “. periences, she concluded that the insertion of vegeta-
Tiyoko confirms that, in the short and medium run, bles in the diet of the population, as long as people
the consumption of vegetables in Brazil is not likely to value food and their well-being, is a path of no return.
suffer changes, or will improve only slightly. But she The Food and Agriculture Organization of the United
also ascertains that there are cultural changes under- Nations (FAO) recommends the ingestion of at least
way, in part as a result of awareness campaigns, and 400 grams of vegetables a day, for their health benefits.
specific programs for the new generations, especially Many countries have already accomplished the target.
in schools. The BHA president has it that the presence But in Brazil, the consumption of vegetables remains at
of the women in the workplace has triggered chang- about 90 to 100 grams.
es in the eating habits, with reflections on the man- “As this refers to an average amount, and we know
ner to take advantage of vegetables. Families are eat- that most people in the South and Southeast are more
ing out more frequently. “However, both in fast food advanced on this score, it means that in the North and
outlets and common restaurants, vegetables are always Northeast we are still lagging behind the 90 to 100
there, in different preparations, and in a vast array of grams”, she comments. “This is a reality that, for the ben-
options”, she comments. efit of our population, should urgently be changed.” Ti-
In regional terms, the cultural eating habits are, in yoko recalls that, besides the nutritional role, as a source
a way, related to the availability of the vegetables. The of fiber, which facilitate the formation of the esophagus
warm climate in the Northeast and cold weather in the food bolus, vegetables have relevant medicinal proper-
South make it impossible to grow certain species. “We ties. “Each species has peculiarities of their own, like a
should equally take into consideration the seasonal fac- source of salts, vitamins and fibers”, she adds.
tor, when some items are difficult to get”, she argues. And one of the great benefits of vegetables, accord-
In the meantime, the conservation of fresh products, ing to Tiyoko, lies in their more affordable prices. “One
or the damage they suffer while being transported over kilogram of potatoes sells for about R$ 5, when prices
long distances, equally interfere with the trends or pref- are high, and a kilogram beef sells for R$ 20”, she com-
erences when it comes to demand. pares. “Vegetables are all but beneficial. The more they
As things are, for example, leafy vegetables depend are part of our eating habits, the more we benefit from
on the adaptation of resistant cultivars to the climate them”, she concludes.

59
Hortaliça
com passaporte
“Antigamente, trabalhávamos muito e ganháva- tos a pagar um pouco mais por alface, tomate e bata-
Produtores
mos pouco. Hoje isso mudou, nossa mercadoria tem ta – para ficar em três exemplos – produzidos segun-
estão agregando mais valor”. O depoimento orgulhoso do agricul- do as boas práticas agrícolas. Além da certificação ofi-
valor com tor Paulo César Flores de Brito, do chamado Cintu- cial do ministério para os orgânicos, criada por lei em
diferentes níveis rão Verde de Natal (RN), ajuda a traduzir o impacto 2003, existem diferentes normas e selos, que vão des-
de certificação, da produção certificada de hortaliças, que deve con- de a GlobalGAP, consolidada no mundo todo, até os
mas o País tinuar crescendo no Brasil na esteira de um mercado sistemas criados por grandes redes de varejo, como
ainda está atrás cada vez mais exigente. Brito faz parte de um grupo Carrefour e Pão de Açúcar.
de 30 famílias que, em 2014, conseguiu, no Ministé- De acordo com Daniel Velloso, diretor da Santec
em relação a
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Auditoria, no Brasil, representa as principais certifi-
vizinhos como a certificação dos orgânicos que produzem e que cadoras globais, nos últimos anos vem crescendo a
Argentina e hoje são comercializados por até três vezes mais em procura por certificação. Ainda assim, o País está atrás
Chile relação à época do cultivo convencional. de vizinhos como Argentina e Chile. “Hoje, são cerca
A certificação de hortaliças começou a virar assun- de 500 produtores brasileiros com certificado Global-
to no Brasil no fim dos anos 1990, mas por exigência GAP, ao passo que na Argentina são 1.500 e no Chi-
do mercado externo. Aos poucos, porém, o mesmo le mais de 2 mil”, compara. A tendência, analisa, é
foi acontecendo nos supermercados e nas feiras de que esse movimento cresça nos próximos anos. “No
todo o País. Os consumidores mostraram-se dispos- início, só quem exportava buscava a certificação. Um
exemplo é o gengibre do Espírito Santo, muito ex-
portado para os Estados Unidos. Mas hoje isso está
Inor Ag. Assmann

mudando e quem produz para o mercado interno


também está de olho na certificação e na agregação
de valor, que vem como consequência imediata”.
Velloso comenta que selos e normas funcionam
como um passaporte das hortaliças, assegurando que
a produção chegue mais longe e valendo mais. Além
disso, o consumidor recebe, na embalagem, um ates-
tado de que aquele produto foi cultivado com cui-
dados sociais e ambientais. “No mercado doméstico,
a certificação é voluntária para a produção conven-
cional. No caso dos orgânicos, o selo é exigido por
lei”, resume. Segundo Ming Liu, coordenador execu-
tivo do projeto Organics Brasil, já são 13 mil unida-
des produtivas certificadas pelo Mapa. O crescimen-
to de 2013 para 2014 foi da ordem de 30%. “E vamos
continuar crescendo em 2015, apesar da instabilida-
de econômica. Orgânico com selo é bom para o pro-
dutor e para o consumidor, que está cada vez mais
atento a isso”, afirma o representante do projeto que
representa no mundo a produção orgânica nacional
de frutas e hortaliças.

60
Vegetable
with a passport
“In the past, we used to work hard and earn lit- ample is ginger in Espírito Santo, much exported to
Producers
tle. Now things have changed, our crop fetches big- the United States. Now it is changing and those who
are adding ger value”. This proud statement by farmer Paulo produce for the domestic market also keep an eye
value with César Flores de Brito, of the so-called Green Belt of on certification and added value, which comes as an
different levels Natal (RN), hints at the impact of certified vegetable immediate consequence”.
of certification, production, which is supposed to continue making Velloso comments that labels and standards
but the Country strides in Brazil on the heels of an ever more dis- work like a passport for the vegetables, ensuring
is still lagging cerning market. Brito is a member of a group of 30 long distance shipments, whilst fetching higher
families who, in 2014, managed to receive from the prices. Furthermore, for consumers, packaging con-
behind our
Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply veys a certificate attesting that the product was cul-
neighbors (Mapa), the certification of the organic vegetables tivated within the realm of social and environmen-
Argentina and they produce, and now fetch as much as three times tal cares. “In the domestic market, certification is on
Chile better prices compared to their conventional culti- a volunteer basis for conventional production. In
vations in the past. case of the organic crops, the label is required by
The certification of vegetables began to gain mo- law”, he summarizes. According to Ming Liu, execu-
mentum in Brazil in the late 1990s, as a request by tive coordinator of the Organics Brazil project, now
the international markets. Gradually, however, the there are 13 productive units that have been certi-
same requirements began to surface in the super- fied by the Mapa. From 2013 to 2014, certifications
markets and fairs around the Country. Consumers soared 30%. “And we will continue soaring through-
signaled their intention to pay a little more for let- out 2015, despite the economic downturn. Organ-
tuce, tomatoes and potatoes –just to cite three ex- ic produce with a label is good for the farmers and
amples – produced in compliance with good ag- for the consumers, who are getting more and more
ricultural practices. Besides the official certifica- concerned about it”, says the representative of the
tion by the Ministry of Agriculture for organic veg- project who represents our national organic pro-
etables, created by Law in 2003, there are different duction of fruit and vegetables in the world.
standards and labels, which range from GlobalGAP,
consolidated in the current scenario, to the systems
created by the big retail networks, like Carrefour Inor Ag. Assmann
and Pão de Açúcar.
According to Daniel Velloso, director of Santec
Auditoria, which in Brazil represents all major glob-
al certifying bodies, over the past years, applications
for certification labels have been rising. Even so, the
Country is lagging behind our neighbors Argentina
and Chile. “Currently, some 500 Brazilian farmers
have been granted the GlobalGAP certificate, whilst
in Argentina there are 1,500 and in Chile, more than
2 thousand”, he compares. He has it that the trend
is for this move to grow even further over the next
years.” At the beginning, only those farmers who ex-
ported their vegetables pursued certification. An ex-

61
EVENTOS EVENTOS
Events
Inor Ag. Assmann

Novidades
para todos
Uma das grandes oportunidades para a busca de sos, fórum e palestras voltados para técnicos, produ-
22ª Hortitec,
novidades nas cadeias produtivas ligadas a flores, tores, investidores, professores e estudantes.
em junho, e frutas, hortaliças e florestas está na 22ª Hortitec – Outra importante cadeia produtiva tem encontro
Seminário Exposição de Horticultura, Cultivo Protegido e Cul- marcado em Piracicaba (SP), nos dias 15 e 16 de se-
Nacional do turas Intensivas. Consolidada como a maior e mais tembro de 2015, para o 6º Seminário Nacional de To-
Tomate de Mesa, importante mostra do setor no Brasil e na América mate de Mesa. O evento, anual, se propõe a compar-
em setembro, Latina, será realizada de 17 a 19 de junho de 2015, tilhar informações sobre os avanços tecno-científicos,
são importantes em Holambra (SP). as tendências e os desafios para a cultura. Entre os as-
A exposição acontece no Pavilhão da Expoflora, suntos a serem abordados durante o seminário estão:
encontros
em área de 30 mil metros quadrados, contando com manejo de pragas e doenças, técnicas de cultivo em
das cadeias a participação de 430 empresas, que devem gerar ne- ambiente protegido e em condições de campo, me-
produtivas gócios na ordem de R$ 80 milhões. Os esperados 27 canização das operações de cultivo, adubação, uso ra-
brasileiras mil visitantes terão à disposição novidades em se- cional de insumos, marketing para alavancar consu-
mentes, bulbos, mudas, fertilizantes, irrigação, ferra- mo, comercialização e distribuição, entre outros.
mentas, estufas, embalagens, vasos, telas, substratos, O Congresso Brasileiro de Tomate Industrial –
climatização, biotecnologia, assessoria técnica e co- Feira de Produtos e Negócios, cuja 7ª edição aconte-
mércio exterior, além de literatura específica e produ- ceu em novembro de 2014, em Goiânia (GO), ainda
tos importados. Constam da programação minicur- não tem data definida para 2015.

62
Countless
novelties
One of the great opportunities in pursuit of nov- courses, forums, lectures for technicians, producers,
22nd Hortitec,
elties throughout the supply chains that deal with investors, schoolmasters and students.
in June, and flowers, fruit, vegetables and forests is the 22nd Another relevant supply chain has scheduled a
National Hortitec – Horticulture, Protected Cultivation and gathering in Piracicaba (SP), on 15 – 16 Septem-
Table Tomato Intensive Crops Exhibition. Consolidated as the big- ber 2015, for the 6th National Table Tomato Semi-
Seminar, in gest and most important showcase of the sector in nar. The traditional event, held every year, aims to
September, Brazil and Latin America, it has been scheduled for share information on new scientific breakthroughs,
are important 17 – 19 June 2015, in Holambra (SP). trends and challenges of the crop.
Expoflora Pavilion is the venue of the exhibition, Among the subjects to be addressed during the
gatherings of
covering an area of 30 thousand square meters, with seminar, the following are of note: pest and disease
the Brazilian the participation of 430 companies, and expected to management, protected cultivation techniques and
supply chains generate businesses of about R$ 80 million. Some 27 field conditions, mechanization of cultivation oper-
thousand visitors are expected, and they will have a ations, fertilization, rational use of inputs, market-
chance to learn about innovations in seeds, bulbs, ing to leverage consumption, sales and distribution,
seedlings, fertilizers, irrigation, equipment, green- among others.
houses, packaging, vases, new types of mesh, grow- The Brazilian Industrial Tomato Process – Busi-
ing media, acclimation, biotechnology, technical ad- ness and Products Fair, whose 7th edition took
visory and foreign trade, besides specific literature place in November 2014, in Goiânia (GO), is going
and imported products. The program features mini to take place before the end of 2015.

Inor Ag. Assmann

63
Inor Ag. Assmann

PARA MARCAR NA AGENDA 6º Seminário Nacional


de Tomate de Mesa
To mark on the agenda Data: 15 e 16 de setembro de 2015
Local: Piracicaba (SP)
Hortitec 2015 Fone: (62) 3241 3939
Data: 17 a 19 de junho de 2015 E-mail: tomate@wineventos.com.br
Local: Holambra (SP) Site: www.tomatedemesa.com.br
Fone: (19) 3802 4196
E-mail: contato@rbbeventos.com.br 10º Encontro Brasileiro
Site: www.hortitec.com.br de Hidroponia
Data: 17 e 18 de setembro de 2015
Local: Florianópolis (SC)
Fone: 48 4052 8089
E-mail: contato@encontrohidroponia.com.br
Site: www.encontrohidroponia.com.br

64
Tomate protegido por muito tempo em
uma só aplicação. Se você acha impossível,
está na hora de conhecer Durivo®.
Aumente suas expectativas. Com Durivo®, você pode mais.
Chegou Durivo®, o inseticida da Syngenta que elimina as pragas em
apenas uma aplicação no solo durante a fase do plantio. Assim, ele protege
a sua lavoura e prepara o seu tomate para um crescimento saudável
durante todo o seu ciclo de desenvolvimento. Se você quer aumentar
suas expectativas com as colheitas, use Durivo®.
54.932 – 11/2014. © Syngenta, 2015.

Вам также может понравиться