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Universidade do Minho

Escola de Engenharia

Pedro Miguel da Costa Real

Coordenação de Segurança em Obra –


Metodologia, Técnicas e Ferramentas

de Segurança em Obra –
Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Pedro Miguel da Costa Real Coordenação
UMinho | 2015

setembro de 2015
Universidade do Minho
Escola de Engenharia

Pedro Miguel da Costa Real

Coordenação de Segurança em Obra –


Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Dissertação de Mestrado
Mestrado em Engenharia Civil

Trabalho efectuado sob a orientação do


Professor Doutor João Pedro Pereira Maia Couto

setembro de 2015
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

AGRADECIMENTOS

É com elevada consideração que agradeço ao meu orientador, Prof. João Pedro Couto
(Universidade do Minho), à minha supervisora Eng.ª Ana Rita Costa (EDP) e ao Eng.º Tiago
Ferreira (EDP), aos colegas da equipa da empreitada, pelo apoio, conhecimento e tempo que
me concederam, permitindo assim a realização desta dissertação.

Agradeço à minha esposa Sandra Neves e à minha filha Francisca Neves de Real, toda a
paciência, apoio e tempo que permitiram que lhes roubasse para poder concretizar esta
dissertação, que já perseguia alguns anos.

Um beijinho muito carinhoso e obrigado por estarem presentes no meu dia-a-dia.

O trabalho mutila, provoca enfermidades e em alguns casos mata…


Não por fatalidade, mas por negligência
Não por ausência de normas, mas pela sua violação
Não por pobreza, mas por falta de prevenção
(OIT)
“Cada pessoa é responsável por sua própria segurança e pela segurança de outros
que possam ser afetados por suas ações”
(Alves Dias, 2004)

“A morte de um homem é uma tragédia. A morte de milhões é uma estatística.”


(Stalin dirigindo-se a Churchill em Potsdam, 1945)

“Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!”


(Filosofia Kaizen ou seja melhoria continua)

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

RESUMO

Os indicadores de acidentes mortais por setores de atividade em Portugal e no estrangeiro,


apontam sem deixar dúvidas para a construção civil, como o setor com maior número de
mortes associadas ao trabalho.

A gestão de segurança no trabalho em Portugal é uma atividade complexa, sendo necessária


muita persistência para conseguir níveis de segurança aceitáveis nas empreitadas, combatendo
muitas vezes com as dificuldades económicas e culturais da população e das empresas.

Os sistemas dependem por vezes mais das pessoas envolvidas, do que das empresas que
representam, pois manipulam os sistemas às suas interpretações. A atividade do Coordenador
de Segurança em Obra “depende” da interpretação, percepção e da gestão dos intervenientes
da Entidade Executante.

O exercício da atividade de coordenação de segurança na fase de obra em Portugal é uma


atividade de elevada responsabilidade daí ser relevante a elaboração da presente dissertação.

Pretende-se desta forma, partilhar a experiência e abordar os conteúdos desenvolvidos nesta


área do conhecimento, duma forma clara e objectiva.

Tendo por base que a CSO pode ter critérios de análise e interpretação subjetiva é essencial e
desenvolveu-se uma metodologia, baseado na legislação específica e experiencia do autor,
que permite uma orientação no terreno, a fim de averiguar as condições de segurança e saúde
em obra, para o cumprimento das obrigações e responsabilidades inerentes à função e ao
sistema proposto nesta dissertação, apoiado no caso de estudo apresentado.

Ao longo desta dissertação, pretende-se observar o desenrolar parcial da atividade do CSO,


com alguns cenários escolhidos para o desenvolvimento da mesma.

Os objetivos principais desta dissertação passam por apresentar uma metodologia de gestão de
coordenação de segurança em fase de obra, onde serão apresentadas ferramentas de apoio à
gestão, com recurso a um caso de estudo.

Palavras-chave: Coordenação, segurança, sistemas, metodologia, ferramentas e tuneis.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

ABSTRACT

Fatalities indicators by sector of activity in Portugal and abroad, leaving no doubt point to the
construction industry, as the sector with the highest number of deaths associated with the
work.
Safety management at work in Portugal is a complex activity, great persistence is required to
achieve acceptable levels of security in contracts, often fighting with economic and cultural
difficulties of the population and businesses.

The systems rely sometimes more people involved than the companies they represent, because
they manipulate the system to their interpretations. The Safety Coordinator activity in work
"depends" on the interpretation, perception and management of Performer entity involved.

The exercise of safety coordination activity in the construction stage in Portugal is a high
activity responsibility there be relevant to the preparation of this thesis. It is intended this
way, share the experience and address the content developed in this area of knowledge, a clear
and objective manner.

Based on the safety coordination, may have criteria for analysis and subjective interpretation
is essential and has developed a methodology, based on specific legislation and author of
experience, which allows an orientation on the ground in order to ascertain the safety and
health conditions at work, for the fulfillment of the obligations and responsibilities inherent to
the function and system proposed in this work, supported by the case study presented.

Throughout this dissertation, we intend to observe the partial unfolding of CSO activity,
with some scenarios chosen for its development.

The main objectives of this thesis undergo present a security coordination management
methodology in the construction phase, which will be presented tools to support management,
using a case study.

Keywords: Coordination, security, systems, methodologies, tools, tunnels

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ..............................................................................................................iii

RESUMO ................................................................................................................................... v

ABSTRACT ............................................................................................................................. vii

LISTA DE SIGLA / ABREVIATURAS .................................................................................xiii

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................ xv

ÍNDICE DE TABELAS .......................................................................................................... xxi

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Enquadramento ............................................................................................................ 1

1.2 Âmbito e objetivos ....................................................................................................... 4

1.3 Metodologia ................................................................................................................. 5

1.4 Organização e estrutura ............................................................................................... 6

2 APRESENTAÇÃO DA EMPREITADA ........................................................................... 7

2.1 Apresentação da empreitada ........................................................................................ 7

2.2 Apresentação dos intervenientes na empreitada ........................................................ 12

3 ESTADO DO CONHECIMENTO ................................................................................... 13

3.1 Coordenação de Segurança e Saúde em Portugal ...................................................... 13

4 SISTEMA DE GESTÃO DE CSSO................................................................................. 21

4.1 Documentação utilizada pela CSO ............................................................................ 22

4.2 Plano de arquivo ........................................................................................................ 23

4.3 Metodologia para exercício da CSO .......................................................................... 23

4.3.1 Gestão da comunicação prévia da abertura do estaleiro (CPAE) ....................... 24

4.3.2 Validação técnica do DPSS ................................................................................ 25

4.3.3 Verificar a coordenação das atividades, das empresas e dos trabalhadores


independentes que intervêm no estaleiro .......................................................................... 29

4.3.4 Promover e verificar o cumprimento do PSS ..................................................... 31

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.5 Coordenar o controlo da correta aplicação dos métodos de trabalho ................ 32

4.3.6 Auditoria à EE .................................................................................................... 34

4.3.7 Gestão de não-conformidades (NC) ................................................................... 35

4.3.8 Promover a divulgação de informações sobre riscos profissionais e a sua


prevenção ......................................................................................................................... 36

4.3.9 Registar as atividades de coordenação em matéria de segurança e saúde ......... 36

4.3.10 Assegurar que a EE tome as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro
seja reservado a pessoas autorizadas ................................................................................ 37

4.3.11 Informar o DO sobre as suas responsabilidades no âmbito do DL 273/2003, de


29 de Outubro................................................................................................................... 38

4.3.12 Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro ...................... 38

4.3.13 Integrar na compilação técnica da obra (CTO) os elementos decorrentes da


execução da obra .............................................................................................................. 41

4.3.14 Elaboração de relatórios mensais ....................................................................... 42

4.3.15 Acompanhamento dos Técnicos de Segurança na fase de Obra ........................ 43

4.3.16 Documentos de apoio ao SGCSO ...................................................................... 45

4.3.17 Revisão do SGCSO ............................................................................................ 45

4.3.18 Ferramenta de apoio ao SGCSO ........................................................................ 48

5 CASO DE ESTUDO – EXECUÇÃO DO DESCARREGADOR DE CHEIAS


COMPLEMENTAR (TÚNEL) ................................................................................................ 51

5.1 Introdução .................................................................................................................. 51

5.2 Regras definidas pela Lei, a implementar antes do início dos trabalhos ................... 52

5.3 Regras definidas pelo DO, antes do início dos trabalhos .......................................... 53

5.4 Metodologia, Técnica e Ferramenta da CSO na execução do Túnel ........................ 57

5.4.1 Metodologia definida pelo CSO, antes do início dos trabalhos ......................... 58

5.4.2 Elaboração de PES da escavação subterrânea.................................................... 61

5.4.3 Metodologia adotada para a Escavação Subterrânea ......................................... 62

5.4.3.1 Implantação topográfica da furação............................................................ 64


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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

5.4.3.2 Furação com recurso a máquina de perfuração designada por “Jumbo” .... 66

5.4.3.3 Carregamento com explosivos da frente do túnel ....................................... 68

5.4.3.4 Rebentamento da frente do túnel ................................................................. 73

5.4.3.5 Ventilação do túnel...................................................................................... 77

5.4.3.6 Monitorização Gases ................................................................................... 78

5.4.3.7 Rega dos escombros .................................................................................... 80

5.4.3.8 Remoção dos escombros ............................................................................. 81

5.4.3.9 Saneamento mecânico e manual ................................................................. 83

5.4.3.10 Aplicação de pregagens tipo Swellex.......................................................... 85

5.4.3.11 Projeção de betão com fibras no túnel ........................................................ 86

5.4.3.12 Instrumentação e observação de estruturas ................................................. 87

5.4.3.13 Coordenar o controlo da correto aplicação dos métodos de trabalho ......... 88

5.4.3.14 Controlo de entradas/ saídas em obra e no túnel ......................................... 89

5.4.3.15 Acessos exteriores e interiores do túnel ...................................................... 91

5.4.3.16 Meios de emergência e socorro ................................................................... 93

5.4.3.17 Equipamentos de proteção coletiva ............................................................. 95

5.4.3.18 EPI’s no Túnel ............................................................................................. 97

5.4.3.19 Agua nas frentes de trabalho ....................................................................... 99

5.4.3.20 Equipamentos de trabalho e apoio ............................................................ 100

5.4.3.21 Monitorização Poeiras ............................................................................... 101

5.4.3.22 Ruído ......................................................................................................... 101

5.4.3.23 Ferramenta de apoio ao SGCSO ............................................................... 102

6 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 105

6.1 Considerações finais ................................................................................................ 105

6.2 Desenvolvimentos futuros ....................................................................................... 106

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 107

[49] - Documentos Consultados autorizados pela EDP: ........................................................ 111


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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8 ANEXOS ....................................................................................................................... 113

8.1 Declaração tipo de CSO .......................................................................................... 114

8.2 Comunicação Previa ................................................................................................ 115

8.3 Validação Técnica ................................................................................................... 116

8.4 Declaração tipo de adesão ao PSS........................................................................... 117

8.5 Modelo de subempreiteiros ..................................................................................... 118

8.6 Relatório de recepção de equipamentos .................................................................. 119

8.7 Dístico de equipamento verificado .......................................................................... 120

8.8 Cartão de trabalhador autorizado ............................................................................ 120

8.9 Técnicas e Ferramentas utilizadas pela CSO .......................................................... 121

8.9.1 Relatório de Inspeção Aleatória (RIA) ............................................................ 121

8.9.2 Relatório de atividade das condições de segurança (RAS) .............................. 122

8.9.3 Relatório de inspeção conjunta (RIC) .............................................................. 124

8.10 Plano Especifico de Segurança (PES) ................................................................. 126

8.11 Não conformidade ............................................................................................... 127

8.12 Plano semanal de trabalhos .................................................................................. 128

8.13 Registo de monitorização e prevenção ................................................................ 129

8.14 Manual parcial da plataforma elevatória ............................................................. 130

8.15 Planta de Estaleiro ............................................................................................... 131

8.16 Planta de Emergência .......................................................................................... 132

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

LISTA DE SIGLA / ABREVIATURAS

ACT Autoridade para as Condições de Trabalho


CSP Coordenador de segurança em projeto
CSO Coordenador de segurança em obra
CPAE Comunicação prévia abertura de estaleiro
CTO Compilação Técnica Obra
DO Dono da Obra
DEF Diretor da equipa de Fiscalização
DTE Diretor técnico empreitada
DPSS Desenvolvimento do Plano de segurança e saúde
DL Decreto-Lei
EE Entidade Executante ou Empreiteiro
EDP Eletricidade de Portugal
EF Equipa de Fiscalização
EPI Equipamentos de protecção individual
EA Equipa Auditora
FBS Formação básica de segurança
GPS Global Positioning System
MES Método sequencial de escavação
NATM New Austrian Tunneling Method
NC Não Conformidade
NP Norma Portuguesa
NMC Nível máximo cheia
Mpa Unidade medida em Megapascals
PDCA Ciclo de Shewhart
PES Procedimento específico de segurança
PMP Plano de monitorização e prevenção
PSS Plano de segurança e saúde
RAS Relatório de atividades de segurança
RIA Relatório de inspecção aleatória (documental)
RIC Relatório de inspecção conjunta
RMP Registo de monitorização e prevenção
RSB Regulamento de segurança de barragens

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SGCSO Sistema de gestão coordenação de segurança em obra


SGS Sistema de gestão de segurança
TSST Técnicos de segurança e saúde no trabalho
Valor Limite de Exposição (expressos em partes de agente por milhão de partes de ar,
VLE
em volume ou ppm)
WES Waterways experiment station

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Enquadramento da Barragem da Caniçada em Parada do Bouro (Fonte EDP) [49] 2


Figura 2 – Descarregadores existentes da Barragem da Caniçada em Parada do Bouro, 2014
[49] ............................................................................................................................................. 7
Figura 3 – Perfil do eixo do rio da Barragem da Caniçada (fonte EDP) .................................... 8
Figura 4 – Perfil do DCC da Barragem da Caniçada (fonte EDP) ............................................. 9
Figura 5 – Planta do DCC da Barragem da Caniçada (Fonte EDP) ........................................... 9
Figura 6 – Comportas e Servomotores (Fonte EDP) ................................................................ 10
Figura 7 – Corte Transversal - Comportas (Fonte EDP) .......................................................... 10
Figura 8 – Estrutura de saída em trampolim (Fonte EDP) ....................................................... 11
Figura 9 – Planeamento macro da empreitada (Fonte EDP) .................................................... 11
Figura 10 – Equipa prevista da CSO ........................................................................................ 21
Figura 11 – Exemplo de arquivo da CSO ................................................................................. 23
Figura 12 – Fluxograma da comunicação prévia de abertura de estaleiro ............................... 25
Figura 13 – Fluxograma de análise, validação e aprovação do DPSS ..................................... 28
Figura 14 – Fluxograma de atuação da CSO desenvolvido pelo autor adaptado à obra .......... 30
Figura 15 – Fluxograma da atuação em caso de acidente grave .............................................. 40
Figura 16 – Ciclo PDCA, para reavaliar os sistemas de gestão implementados ...................... 46
Figura 17 – Implantação do DCC da Barragem da Caniçada (Fonte EDP) ............................. 51
Figura 18 – Missa realizada antes do início dos trabalhos no DCC (túnel), na Barragem da Caniçada
(Fonte EDP). ............................................................................................................................. 52
Figura 19 – Padre da freguesia abençoar a Santa Barbara e todos que nela vão trabalhar (Fonte
EDP). ........................................................................................................................................ 52
Figura 20 – Passaporte de segurança (Fonte - Instituto da Soldadura e Qualidade) ................ 54
Figura 21 – Capacete cinzento - Direção obra (Fonte EDP) .................................................... 54
Figura 22 – Capacete branco – CSO/DO/EF (Fonte EDP) ...................................................... 54
Figura 23 – Capacete laranja – Visitante em obra (Fonte EDP) .............................................. 55
Figura 24 – Capacete azul – Condutor manobrador (Fonte EDP) ............................................ 55
Figura 25 – Simulacro realizado em obra (Fonte EDP) ........................................................... 55
Figura 26 – Simulacro realizado em obra (Fonte EDP) ........................................................... 55
Figura 27 – Posto médico em obra (Fonte EDP) ...................................................................... 56
Figura 28 – Desfibrilador portátil presente em obra (Fonte EDP) ........................................... 56

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 29 - Catalisador nos equipamentos dentro do túnel (Fonte EDP) ................................ 57


Figura 30 – Catalisador nos equipamentos dentro do túnel (Fonte EDP) ................................ 57
Figura 31 – Estrutura de saída do túnel (Fonte EDP) .............................................................. 57
Figura 32 – Dístico colocado no equipamento em conformidade (Fonte EDP) ...................... 59
Figura 33 – Dístico colocado no equipamento em conformidade (Fonte EDP) ...................... 59
Figura 34 – Cartão de identificação colocado no capacete (Fonte EDP)................................. 59
Figura 35 – Esquema do método de escavação sequencial (MES) [20] .................................. 63
Figura 36 – Marcação topográfica da frente escavação para aplicação do plano de fogo, com
auxiliar de topografia na plataforma elevatória, com recurso a arnês de segurança
devidamente amarrado ao cesto conforme manual do equipamento (Fonte EDP) .................. 65
Figura 37 – Marcação topográfica da frente escavação para aplicação do plano de fogo, com
topografo devidamente equipado com os EPI’s obrigatórios (Fonte EDP) ............................. 65
Figura 38 – Exemplo de um Plano de fogo para a furação do túnel com recurso a explosivos
(Fonte EDP) ............................................................................................................................. 66
Figura 39 – Plano furação tipo da escavação com explosivos, varia a localização da caldeira
[23] ........................................................................................................................................... 66
Figura 40 – Furação do túnel com recurso a Jumbo de 3 braços (Fonte EDP) ........................ 67
Figura 41 – Furação do túnel com recurso a Jumbo de 1 braço (Fonte EDP) ......................... 67
Figura 42 – Carregamento com recurso a explosivos na frente do túnel (Fonte EDP)............ 69
Figura 43 – Carregamento com recurso a emulsão do túnel, conforme plano de fogo aprovado
pela EF (Fonte EDP) ................................................................................................................ 69
Figura 44 – Cédula de operador de explosivos ........................................................................ 70
Figura 45 – Verso da cédula de operador de explosivos.......................................................... 70
Figura 46 – Carregamento com recurso a explosivos na frente do túnel (Fonte: Mota Engil) 71
Figura 47 – Ligação dos explosivos entre si com recurso aos detonadores eletrónicos para
rebentamento e respetivo avanço do túnel (Fonte EDP) .......................................................... 74
Figura 48 – Proteção superficial da boca do túnel para proceder ao rebentamento (Fonte EDP)
.................................................................................................................................................. 74
Figura 49 – Sinalização de perigo zona de rebentamento de explosivos (Fonte EDP) ........... 74
Figura 50 – Evacuação dos trabalhadores cumprindo a distância de segurança 200m (Fonte
EDP) ......................................................................................................................................... 74
Figura 51 – Rebentamento com recurso a explosivos [26] ...................................................... 75
Figura 52 – Rebentamento com recurso a explosivos (Fonte: EDP) ....................................... 75
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 53 – Esquema implementado com recurso aos sinais sonoros a efetuar antes do
rebentamento (Fonte: PES Mota Engil) ................................................................................... 76
Figura 54 – “Blast Box”, caixa de controlo dos rebentamentos com painel de controlo (Fonte
EDP) ......................................................................................................................................... 76
Figura 55 – Implementação de ventilação (Fonte: EDP) ......................................................... 78
Figura 56 – Ventilação após rebentamento no interior do túnel (Fonte: EDP) ........................ 78
Figura 57 – Medidor multigás IBRID MX6 ............................................................................. 79
Figura 58 – Monitorização dos gases no interior do túnel após o rebentamento com explosivos
(Fonte: EDP) ............................................................................................................................. 80
Figura 59 – Registo da monitorização dos gases no interior do túnel (Fonte: EDP) ............... 80
Figura 60 – Rega dos escombros (Fonte: EDP) ....................................................................... 81
Figura 61 – Rega dos escombros (Fonte: EDP) ....................................................................... 81
Figura 62 – Remoção do escombro proveniente do rebentamento com recurso a giratória com
grade de proteção no vidro dianteiro (Fonte: EDP). ................................................................. 82
Figura 63 – Remoção do escombro proveniente do rebentamento com recurso a Dumpers
(Fonte: EDP). ............................................................................................................................ 82
Figura 64 - Catalisador assinalado na giratória no túnel (Fonte: EDP) .................................... 82
Figura 65 – Catalisador assinalado no Dumper no túnel (Fonte: EDP) ................................... 82
Figura 66 – Saneamento mecânico, reduz a exposição do trabalhador à queda de materiais
(Fonte: EDP). ............................................................................................................................ 83
Figura 67 – Saneamento manual dos escombros do túnel com recurso a plataforma elevatória
(Fonte: EDP). ............................................................................................................................ 83
Figura 68 – Saneamento manual do escombro com recurso a proteção anti queda de materiais
[32] ........................................................................................................................................... 84
Figura 69 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte: EDP) ............................................. 85
Figura 70 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte: EDP) ............................................. 85
Figura 71 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP) .............................................................. 87
Figura 72 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP) .............................................................. 87
Figura 73 – Esquema dos alvos topográficos que constituem as secções de convergência e
identificação das cordas. (Fonte: Geoárea, 2015) [35] ............................................................. 88
Figura 74 – Secção de Convergência da 1.ª fase de escavação, composta por 3 alvos
topográficos. (Fonte: Geoárea, 2015) [35] ............................................................................... 88

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 75 – Alvo Prismático colocado na superfície do terreno, na zona de influência do túnel


(Fonte: Geoárea, 2015) [35] ..................................................................................................... 88
Figura 76 – Sismómetro colocado no coroamento da barragem, para controlo de vibrações
(Fonte: Geoárea, 2015) [35] ..................................................................................................... 88
Figura 77 – Sobreposição de atividades (Fonte EDP) ............................................................. 89
Figura 78 – Sobreposição de atividades (Fonte EDP) ............................................................. 89
Figura 79 – Controlo de entradas no estaleiro central com recurso a cancelas automáticas
(Fonte EDP). ............................................................................................................................ 90
Figura 80 – Registo de entradas/saída dos trabalhadores no estaleiro central com recurso ao
sistema de “Bastão” (Fonte EDP). [36] [37] ............................................................................ 90
Figura 81 – Registo de entrada no estaleiro secundário (Fonte EDP) ..................................... 91
Figura 82 – Controlo de entradas/saídas no túnel (Fonte EDP). .............................................. 91
Figura 83 – Iluminação rodoviária e pedonal dos acessos ao túnel (Fonte EDP). ................... 92
Figura 84 – Iluminação no interior do túnel, sendo que a cada 25m existe uma lâmpada de
emergência (Fonte EDP). ......................................................................................................... 92
Figura 85 – Iluminação de emergência, com recurso a gerador (Fonte EDP). [32] ................ 92
Figura 86 – Radio no interior do túnel para garantir comunicações de emergência com o
exterior do túnel (Fonte EDP). ................................................................................................. 92
Figura 87 – Zona de refúgio pedonal à passagem de equipamentos (Fonte EDP). ................. 93
Figura 88 – Caminhos diferenciados: pedonal e rodoviário, e caminhos de cabos separados
(ex: Tubagem de eletricidade por cima e agua por baixo) no hasteal (Fonte EDP). ............... 93
Figura 89 – Desfibrilador existente no posto médico (Fonte EDP). ........................................ 94
Figura 90 – Mala de 1ºos socorros existente no posto médico” (Fonte EDP). ........................ 94
Figura 91 – Botija de Oxigénio existente no posto médico (Fonte EDP). ............................... 94
Figura 92 – Maca rígida existente no posto médico (Fonte EDP). .......................................... 94
Figura 93 – Enfermeiro equipado para entrar em obra e fazer o socorro à vítima. (Fonte EDP).
.................................................................................................................................................. 95
Figura 94 – Contactos de emergência presentes no posto médico (Fonte EDP). .................... 95
Figura 95 – Alerta à população dos horários de fogo (Fonte EDP). [39] ................................ 96
Figura 96 – Alerta aos trabalhadores que vai haver rebentamento, não se aproximar da zona
(Fonte EDP). ............................................................................................................................ 96
Figura 97 – Guarda corpos (tracejado a branco e vermelho) (Fonte EDP). ............................. 96

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 98 – Pontos Moveis Betão e zonas refúgio trabalhadores, sinalizado (Fonte EDP). [45].
.................................................................................................................................................. 96
Figura 99 – Separação da zona de circulação rodoviária da pedonal (Fonte EDP).................. 97
Figura 100 – Ventilação para fazer a renovação do ar interior do túnel (Fonte EDP) ............. 97
Figura 101 – Capacete de proteção [38]. .................................................................................. 97
Figura 102 – Calçado de proteção com palmilha e biqueira de aço [38]. ................................ 97
Figura 103 – Colete refletor [38]. ............................................................................................. 98
Figura 104 – Uniforme de trabalho [38]................................................................................... 98
Figura 105 – Arnês de segurança (risco de quedas em altura) [38]. ........................................ 98
Figura 106 – Auriculares (risco de ruido ocupacional) [38]. ................................................... 98
Figura 107 – Mascara de proteção (risco de inalação de poeiras e gases) [38]. ....................... 98
Figura 108 – Óculos de proteção (risco de projeção de partículas) [38]. ................................. 98
Figura 109 – Luvas de proteção mecânica (risco de corte) [38]. ............................................. 99
Figura 110 – Luvas de proteção química (ex: risco de queimaduras) [38]. ............................. 99
Figura 111 – Máscara de respiração semi facial (para proteção contra poeiras e gases) [38].. 99
Figura 112 – Máscara de respiração semi facial “FFP3” (aplicáveis a trabalhos em túneis) [38].
.................................................................................................................................................. 99
Figura 113 – Existência de água nas frentes de trabalho (Fonte EDP) .................................... 99
Figura 114 – Verificação dos equipamentos antes de iniciar o seu trabalho (Fonte EDP) .... 100
Figura 115 – Iluminação rotativa de alerta e luz de marcha atrás (Fonte EDP) ..................... 100
Figura 116 – Utilização indevida de escadas de mão ou equipamento de trabalho (Fonte EDP).
................................................................................................................................................ 100
Figura 117 – Utilização de plataformas de trabalho com recurso a arnês de segurança
amarrado ao cesto da plataforma (Fonte EDP) ....................................................................... 100
Figura 118 – Avaliação dos níveis de ruído ocupacional (Fonte EDP).................................. 102

xix
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela com acidentes mortais segundo a consequência e o setor de atividade ........ 1
Tabela 2 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2002 a 2007 em Portugal e no Estrangeiro ............................................................................... 15
Tabela 3 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2008 a 2011 em Portugal e no Estrangeiro ............................................................................... 16
Tabela 4 – Dados com acidentes mortais por área setor de atividade ...................................... 17
Tabela 5 – Ferramenta proposta para verificação da implementação das medidas preconizadas
na metodologia e parcialmente no caso estudo ........................................................................ 48
Tabela 6 – Máximos admissíveis de acordo com a NP 1796:2014 [29] .................................. 79
Tabela 7 – Implementação das medidas preconizadas na metodologia e no caso estudo ...... 102

xxi
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

1 INTRODUÇÃO

1.1 Enquadramento

A indústria da construção, tem-nos demonstrado ao longo dos últimos 20 anos, que continua a
ser o setor de atividade que mais acidentes mortais provoca, sendo por isso considerado uma
atividade de elevado risco para todos os seus intervenientes.

De seguida apresenta-se a tabela n.º1, onde podemos constatar que a construção desde 1990
que é o setor de atividade económica com mais acidentes mortais, deixando a indústria
transformadora para segundo plano.

Tabela 1 – Tabela com acidentes mortais segundo a consequência e o setor de atividade

Fonte: INE, IP, Portugal, 2012 [1]

A evolução da legislação, sobre esta temática da construção civil, do qual ainda temos em
vigor o regulamento de segurança no trabalho na construção civil desde 1958 (DL n.º41821)
[2].

Em 1995, através da diretiva estaleiros 92/57/CE, do Conselho, de 24 de Junho [3], que foi
transposta para o DL 155/1995 [4], e que permitia que a coordenação de segurança em fase de
obra pertencesse aos quadros da entidade executante, situação que se revelava promíscua e
delicada, uma vez que a gestão de segurança dependia da sua hierarquia interna.

1
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Posteriormente, através da entrada em vigor do DL 273/2003 [5], a gestão da coordenação de


segurança em obra (CSO) saiu da alçada da entidade executante e passou para alçada e
responsabilidade do dono da obra, que por sua vez, contrata empresas especializadas para o
auxiliar nesta gestão, pois na maioria dos casos não tem pessoas com estas competências nos
seus quadros. A partir desta data e até aos dias de hoje, passou a CSO a ser autónoma e
independente, conseguindo gerir mais e melhor as questões da segurança no trabalho na
construção.

Pretende-se portanto, alertar para esta problemática e apresentar uma metodologia que
demonstre a implementação das obrigações do CSO através do DL 273/2003, no exercício da
atividade da coordenação de segurança e saúde em fase de obra (CSO), com autonomia e
independência, sem que a entidade executante possa interferir hierarquicamente, conforme
acontecia anteriormente com o DL 155/95.

Pretende-se desta forma aproveitar o facto de o autor desempenhar funções de CSO, na


empreitada do “Descarregador de Cheias Complementar (DCC)” na Barragem da Caniçada,
em curso (cujo dono da obra é a EDP), que se situa nos concelhos de Parada do Bouro e de
Vieira do Minho (Gerês), para apresentar a tese de mestrado cujo tema é a “Coordenação de
Segurança e Saúde em Obra – Metodologia, técnicas e ferramentas utilizadas”.

Figura 1 – Enquadramento da Barragem da Caniçada em Parada do Bouro (Fonte EDP) [49]

2
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

O caso de estudo será desenvolvido apenas de forma parcial na atividade de execução do túnel
do DCC da barragem de Caniçada, apresentando uma metodologia, técnicas e ferramentas
utilizadas para acompanhar atividade.

Desta forma o autor pretende criar valor científico, para a comunidade de engenharia, ou com
esta relacionada, apresentando um caso de estudo na execução parcial do DCC,
nomeadamente um troço em túnel, recorrendo à implementação de um sistema e sua
exemplificação.

Como o nosso país carece de alguma informação sobre esta temática especifica, a intenção é
permitir melhorar o desempenho atual e futuro, de especialistas desta área de atuação, sejam
de pequena, médias ou grandes empresas.

Espera-se que esta dissertação possa, de alguma forma, contribuir para o avanço do
conhecimento sobre evolução das metodologias ou sistemas de gestão da coordenação de
segurança em fase de obra.

Recorre-se a um SGCSO e à sua implementação, dos quais sabemos de antemão que não
controlamos comportamentos e atitudes, apenas tentamos definir padrões ou formas de estar
no trabalho, impondo regras, sensibilizando os envolvidos, estabelecendo punições e prémios
personalizados, tentando por um lado evitar a ocorrência e recorrências de incidentes (de
acordo com a norma NP 4397:2008 [6], os acidentes estão incluídos no termo incidente) aos
envolvidos e, por outro lado, premiar os que de forma contínua cumprem as regras definidas.
Tentando apresentar melhorias encontradas durante o processo de investigação e elaboração
da presente dissertação.

Desde a promulgação da diretiva estaleiros em 1995, que posteriormente foi transposta para o
DL 273/2003, mantendo as prescrições mínimas de segurança, conduziu-nos para uma nova
abordagem na segurança e saúde na construção, envolvendo todos os intervenientes, nas
diferentes fases do processo (concepção, execução e exploração), tendo instituído o exercício
da coordenação de segurança.
Considerando o decréscimo da atividade atual da construção em Portugal, esta temática da
segurança no trabalho tem evoluído no setor. Contudo constata-se que a sinistralidade laboral
na construção não teve a diminuição que seria de esperar e mantém-se como o setor de

3
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

atividade com maior número de acidentes mortais em Portugal [fonte Autoridade para as
Condições do Trabalho (ACT) 2015].

Esta dissertação visa contribuir para a clarificação das obrigações do CSO, tentando traduzir
as atividades a desenvolver, promovendo e facilitando a interpretação da sua implementação.

1.2 Âmbito e objetivos

Tendo por base o estado da arte realizado no âmbito desta temática, o autor pretende
apresentar um sistema de gestão de coordenação de segurança e a sua operacionalização no
terreno. O principal objetivo desta dissertação é contribuir para o aperfeiçoamento do
exercício da função do coordenador de segurança na gestão de uma empreitada.

No âmbito da Coordenação de Segurança e Saúde em obra, enquadrada pela legislação em


vigor, pretende-se propor uma metodologia que controle as atividades em obra, recorrendo
aos procedimentos definidos no sistema de gestão dando origem a uma ferramenta de
avaliação da conformidade e aplicabilidade das medidas de segurança tendo em consideração
a especificidade da atividade na empreitada desenvolvida neste caso de estudo.

No caso da presente dissertação será abordado um sistema de gestão, aplicado ao caso de


estudo do “Descarregador de cheias complementar” (DCC), que poderá servir como base para
aplicação noutras obras com a mesma especificidade.

Pretende-se elencar de um modo resumido e objetivo todas as prescrições preconizadas a


nível legislativo e normativo, enquadradas no âmbito da segurança no trabalho, tendo como
objetivo a proteção dos trabalhadores, tanto a nível individual como a nível coletivo
minimizando ou eliminando os perigos e consequentemente prevenir lesões, doenças e
incidentes relacionados com o trabalho, numa perspetiva de melhoria contínua.

Com base no conhecimento sobre este tema, pretende-se potenciar a melhoria do desempenho
da atividade de gestão da coordenação de segurança e saúde, avaliando a respetiva
operacionalização numa obra com especiais particularidades e em que são protagonistas
profissionais de empresas com reconhecida experiência.

4
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

1.3 Metodologia

Tendo em vista o cumprimento dos objetivos propostos fez-se uma pesquisa bibliográfica que
culminou numa reduzida quantidade de estudos sobre a temática em análise.

Contudo, como abordagem inicial foi efetuada uma triagem da documentação disponível
sobre o tema e realizadas pesquisas bibliográficas mais aprofundadas, através da
documentação apresentada na bibliografia.

A recolha e análise detalhada da bibliografia teve como principal objetivo melhorar o grau de
conhecimento em relação aos sistemas de gestão de coordenação de segurança na fase de
execução da obra [6].

O caso de estudo também foi abordado com base nos elementos existentes e disponibilizados
em obra, tendo em consideração os fatores de relevo para o caso de estudo.

O período temporal da realização da dissertação coincidiu com a execução parcial do


descarregador de cheias complementar (túnel com cerca de 12m de diâmetro e 200m de
comprimento), no segundo semestre do 5º Ano do Curso do Mestrado Integrado em
Engenharia Civil.

O autor pretende dar cumprimento ao DL 273/2003, nos seus principais artigos associados à
CSO, nomeadamente no Art.º19 e no n.º 5 do respetivo Anexo III.

Para o desenvolvimento da dissertação, foi necessário executar um determinado conjunto de


atividades, tendo por base os objetivos e metodologias estabelecidas. Deste modo a
metodologia utilizada foi o faseamento a seguir apresentado:

 Fase 0 – Pesquisa bibliografia específica da área da segurança em túneis e dos


sistemas de gestão de segurança de coordenação de segurança e saúde;
 Fase I - Introdução ao tema da coordenação de segurança e saúde;
 Fase II - Apresentação da empreitada e seus intervenientes;
 Fase III - Apresentação do estado do conhecimento da coordenação de segurança e
saúde em Portugal;
 Fase IV - Sistema de gestão de segurança da coordenação de segurança e saúde em
fase de obra, recorrendo a uma metodologia, técnicas e ferramentas;
5
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Fase V - Caso de estudo, recorrendo ao sistema de gestão da CSO aplicável à execução


parcial do Túnel;
 Fase VI - Conclusões;
 Fase VII – Referencias bibliográficas;
 Fase VIII - Anexos;

1.4 Organização e estrutura

Esta dissertação está dividida em 8 capítulos.

No Capitulo I - Introdução breve de enquadramento ao tema da coordenação de segurança e


saúde e da empreitada alvo de estudo;

No Capitulo II - Apresentação da empreitada alvo de estudo e seus intervenientes;

No Capitulo III - Apresentação do estado do conhecimento da coordenação de segurança e


saúde em Portugal, recorrendo fundamentalmente à legislação em vigor e referência ao setor
de atividade com maior número de acidente mortais em Portugal;

No Capitulo IV – Aplicação da uma metodologia de coordenação de segurança e saúde


desenvolvida no capítulo V, recorrendo a técnicas e ferramentas propostas pelo autor;

No Capitulo V- Apresenta-se um caso de estudo, em que é descrita uma parte do processo


construtivo do túnel recorrendo a parte da metodologia apresentada no capítulo IV, usando
técnicas e ferramentas utilizadas como exemplos práticos;

No Capitulo VI – O autor apresenta as suas conclusões e reflexões sobre o tema, tentando


descrever algumas melhorias a serem adotadas no futuro;

No Capitulo VII – São apresentadas as várias referências bibliográficas, que serviram de base
para orientar de forma adequada análise e implementação do tema proposto;

No Capitulo VIII – O autor apresenta nos anexos desta dissertação, alguns exemplos de
técnicas e ferramentas utilizadas.

6
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

2 APRESENTAÇÃO DA EMPREITADA

2.1 Apresentação da empreitada

A barragem da caniçada [49] apresentada a seguir na figura n.2 foi executada na década de 50,
contudo por exigências da legislação nacional em vigor, nomeadamente do Regulamento de
Segurança de Barragens (RSB) que foi transposto através do DL 344/2007 de 15 Outubro [7],
fez com que o DO elabora-se estudos com o objetivo de verificar os critérios de projecto dos
órgãos de segurança da barragem. Após análise, concluiu-se que a capacidade de descarga do
DCC existente seria insuficiente para garantir a não excedência do atual NMC1, situado à cota
(153,00). O DO concluiu ainda que, em certos casos, o nível da albufeira pode ultrapassar a
cota de topo da guarda do coroamento da barragem, contudo, decidiu-se construir um DCC.

Daí que surge a necessidade de executar a presente “Empreitada de Construção do DCC”,


sendo de particular importância o facto de se tratar de uma obra inserida numa barragem
existente, que será alvo desta dissertação. O dono da obra é a EDP – Gestão da Produção de
Energia, S.A..

Figura 2 – Descarregadores existentes da Barragem da Caniçada em Parada do Bouro, 2014 [49]

A Barragem da Caniçada [49] localiza-se no Rio Cávado, a jusante da Barragem da


Salamonde, situada nos concelhos de Parada do Bouro e de Vieira do Minho (Gerês) e a cerca

1
NMC – Nível Máximo de Cheias
7
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

de 45km de Braga. A obra decorre de um aproveitamento hidroelétrico que está em


exploração e que a sua integridade não pode ser afetada de maneira nenhuma. Trata-se de uma
barragem de betão, do tipo abóbada de dupla curvatura com altura máxima de 76m. O
coroamento está à cota (153.5) e tem uma extensão de 196m.

Com esta intervenção pretende-se construir um descarregador de cheias complementar ao


atualmente existente que é materializado por quatro orifícios de seção retangular equipados
com comportas do tipo “Stoney” 2 e que se localizam na zona central do corpo da barragem,
junto ao coroamento. A água descarregada a jusante é lançada em jato livre e a dissipação de
energia conseguida com a existência de um açude que permite criar um colchão de
amortecimento, conforme se pode verificar na figura n.º3 a seguir apresentada.

A insuficiência da capacidade do descarregador de cheias atual, para garantir o NMC (153.0)


resultou na necessidade da construção de um descarregador de cheias complementar.

Figura 3 – Perfil do eixo do rio da Barragem da Caniçada (fonte EDP)

A intervenção localiza-se na margem esquerda da barragem e compreende o seguinte:

O DCC consiste na execução de um túnel com cerca de 200 metros com capacidade de vazão
de 2062m3/s. Trata-se de um túnel de seção variável com soleira desde a cota (134.3) à cota
(98.35). O Túnel tem dois troços retos com inclinações entre os 77% e os 10%, conforme
podemos ver na figura n.4 a seguir apresentada.

2
A comporta Stoney é uma comporta de rolamento, geralmente com paramento vertical plano e que se movimenta em suas guias ou peças
fixas sob fluxo hidráulico, utilizando uma cadeia de rolos de eixos horizontais independente do tabuleiro. Esta cadeia de rolos se movimenta
por meio de uma polia livre e um cabo que tem uma extremidade fixada na comporta e outra extremidade fixada a um ponto elevado no pilar.
8
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 4 – Perfil do DCC da Barragem da Caniçada (fonte EDP)

O túnel é revestido com betão armado em toda a sua extensão, tendo um septo central no
prolongamento do pilar que separa os dois vãos da estrutura de entrada. Na figura n.º5
apresentada abaixo podemos verificar a implantação da empreitada.

Figura 5 – Planta do DCC da Barragem da Caniçada (Fonte EDP)

A estrutura de entrada localiza-se na margem esquerda da barragem, a montante da mesma. É


do tipo frontal, com dois vãos iguais (cerca de 8.75m de largura cada um) separados por um
septo. Estes vãos serão obturados por duas comportas de serviço do tipo segmento
manobradas por servomotores, conforme se pode verificar na figura n.º6 a seguir apresentada.

9
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 6 – Comportas e Servomotores (Fonte EDP)

Na figura n.º7 pode-se observar um corte das duas comportas do túnel, do edifício de
comando e do local de armazenagem das comportas aquando das operações de manutenção.

Figura 7 – Corte Transversal - Comportas (Fonte EDP)

Para a construção desta estrutura, foi necessária a construção de uma ensecadeira que
posteriormente será demolida.

10
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

A estrutura de saída é uma estrutura em trampolim, sendo a descarga de água a jusante do


leito feita por dissipação de energia no ar e impacto no leito do rio. A parte final desta
estrutura é materializada por um canal a céu aberto com cerca de 56m de comprimento sendo
que nos últimos 26m descreve uma curva conforme podemos ver na figura n.º8 abaixo
apresentada.

Figura 8 – Estrutura de saída em trampolim (Fonte EDP)

A data de início dos trabalhos da empreitada, ocorreu a 24/02/2014, estando previstos 988
dias contínuos e 707 dias de calendário, até à sua conclusão prevista para 30/09/2016. A
empreitada tem o valor previsto de 30.993.420€.

De forma sucinta apresenta-se na figura n.º9 o planeamento da empreitada através do


“Diagrama de Gantt”. Relativamente aos trabalhos do túnel propriamente dito, podemos
verificar que se iniciaram a 1/07/14 e prevê-se a sua conclusão a 1/01/16.

Figura 9 – Planeamento macro da empreitada (Fonte EDP)

11
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

2.2 Apresentação dos intervenientes na empreitada

Na empreitada do Descarregador de Cheias Complementar estão presentes as seguintes


empresas:

Dono da Obra: EDP - Gestão de Produção de Energia, S.A.

A EDP desenvolve algumas atividades em obra, as quais incluem serviços de supervisão do


contrato, projeto parcial, supervisão segurança, supervisão de qualidade, supervisão de
ambiente, supervisão de geologia, gestão do risco, monitorização e instrumentação.

Projetista: Aqualogus (projeto parcial da empreitada)

Fiscalização: Afaplan - Planeamento e Gestão de Projectos, S.A.

Prevê o acompanhamento e gestão da qualidade, do ambiente, da geologia, da topografia, da


monitorização e instrumentação.

Coordenação de Segurança em Obra: Consulgal, Consultores de Engenharia e Gestão, S.A.

Prevê a gestão e acompanhamento da segurança e saúde em fase de obra

Entidade Executante (EE) ou Empreiteiro: Mota Engil S.A.

Construtor contratado pelo DO para executar a obra, cumprindo o previsto no projeto em


condições de qualidade, custo, prazos e segurança.

12
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

3 ESTADO DO CONHECIMENTO

3.1 Coordenação de Segurança e Saúde em Portugal

O setor da construção civil tem sido ao longo dos anos, um dos setores de atividade mais
castigado com acidentes mortais [1].

Em Portugal as condições de segurança e saúde no trabalho desenvolvido em estaleiros


temporários ou móveis, são muitas vezes precárias, certamente que dependem da dimensão
das obras e das empresas, contudo têm-se vindo a notar muitas melhorias, naturalmente nas
grandes obras, sejam particulares ou públicas, consequentemente nas grandes empresas com
maiores responsabilidades sociais. Nota-se que os subempreiteiros que os acompanham,
evoluíram e começam a ter um nível de segurança no trabalho mais apropriado.

Naturalmente, quanto mais quantidade de trabalho existir, maior é exposição ao risco e


maiores serão os números dos acidentes mortais, estando na origem de um número alarmante
de acidentes de trabalho mortais.

Face à necessidade de reduzir os riscos profissionais nos setores com maior sinistralidade
laboral, foi previsto em Fevereiro de 2001 a revisão e o aperfeiçoamento das normas
específicas de segurança no trabalho no setor da construção civil e obras públicas, bem como
o reforço dos meios e da atividade de fiscalização neste e noutros setores mais afetados pela
incidência de acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Desta forma, o DL 273/2003 transpôs, para o ordenamento jurídico português, a Diretiva


92/57/CEE do Conselho, de 24 de Junho, que contém as prescrições mínimas de segurança e
de saúde a aplicar aos estaleiros temporários ou móveis - diretiva estaleiros temporários ou
móveis, que vem definir um conjunto de regras e procedimentos que deverão ser retificados
pelos intervenientes em obra, desde a fase de projeto até à sua conclusão.

Considera-se de extrema importância que todos os intervenientes (desde DO, projectistas,


CSOP, CSO, DTE, gestores de segurança, técnicos de segurança, aos trabalhadores) tenham

13
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

conhecimento dos princípios gerais de prevenção de acordo com o art.º15 do DL 102/2009 de


10 Setembro [8], pois podem salvar-se vidas. Estes devem ser coordenados pelos CSO [9].

O papel da CSO, na execução da obra, assume grande importância, na medida em que visa a
minimizar e controlar os riscos a que os trabalhadores se possam expor. Para que a função do
CSO seja eficaz, há necessidade, por parte de quem a exerce, de estar habilitado e de possuir
experiência na área, pois só assim será possível garantir uma maior eficácia na prevenção dos
riscos profissionais.

O CSO representa e dá a cara pelo DO durante a empreitada, sendo no CSO que o DO delega
a responsabilidade para o desenvolvimento das atividades em segurança, que este dê
cumprimento ao PSS e seu desenvolvimento, de modo que não haja acidentes, mas não iliba o
DO as suas responsabilidades, conforme art.º do DL 273/2003.

Contudo a regulação da atividade do CSO ainda não está definida, tendo existido em Junho de
2009, através do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, um projecto de decreto-lei
[10] para apreciação que visava regular o exercício da actividade de CSO na Construção, que
o tornou público, tentando estabelecer, normas reguladoras da autorização do exercício da
actividade de CSO, e das condições de reconhecimento dos respectivos cursos de formação
profissional.

Foi criado um grupo de trabalho composto por uma comissão executiva e uma comissão de
acompanhamento, integrando representantes de vários serviços do referido ministério, bem
como do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, e ainda, representantes
dos parceiros sociais do sector e das respectivas ordens dos engenheiros, dos arquitectos e
outras associações profissionais [10].

Este projeto de lei, ainda não foi avante, por ter criado descontentamento nos intervenientes
diretos e indirectos, promovia desvalorização da experiência profissional e das habilitações
reconhecidas nos termos da legislação em vigor, pelo que não este projeto de lei não levado
avante.

14
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

De seguida apresentam-se as tabelas n.º2, n.º3, n.º4 exemplificativas dos acidentes de trabalho
mortais, comparando com o setor de atividade mais gravoso, que demonstram que a
construção civil, continua a ser o setor de atividade mais penalizado em Portugal e também no
estrangeiro.

Tabela 2 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2002 a 2007 em Portugal e no Estrangeiro

Fonte: GEE/ME acidentes de trabalho, 2012 [11]

15
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Percebe-se que o setor de atividade mais afetado pelos acidentes mortais é a construção civil,
que abrange praticamente 1/3 dos acidentes apresentados nas tabelas n.º2, n.º3 e n.º4, que
abrangem cerca de 12 anos de histórico. Sabendo que na tabela n.º 1 foram espelhados cerca
de 19 anos de acidentes mortais, apresentando a mesma tendência, infelizmente muitas
famílias ficam incompletas, muitas vezes sem outro rendimento associado. A indústria
transformadora coloca-se no 2º lugar do setor de atividade que também apresenta números de
mortalidade altos.

Tabela 3 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2008 a 2011 em Portugal e no Estrangeiro

16
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Fonte: GEE/ME acidentes de trabalho, 2012 [11]

Na tabela n.º3, mantem-se a tendência, uma vez que a construção se mantém na linha da
frente, e continuamos a notar a necessidade de intervenção superior, sejam do ACT, dos
ministérios que tutelam a obras, da tecnologia utilizada, dos equipamentos, da formação, dos
sistemas, enfim, algo temos que fazer para que este tipo de situações seja minimizado.
Não se pode deixar de registar que parece existir uma tendência de redução dos números, não
se consegue fazer a ponte da alteração da Lei ou seja do DL 155/95 para o DL 273/2003,
mas seria interessante poder fazer essa relação, contudo sabemos que tem havido um
decréscimo da construção nestes últimos anos.

Tabela 4 – Dados com acidentes mortais por área setor de atividade

Secção do CAE Designação 2014 2015

A Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca 19 11

B Indústrias Extrativas 4 3

C Indústrias Transformadoras 28 9

D Eletricidade, Gás, Vapor, Água Quente e Fria e Ar Frio 0 0

E Captação, Tratamento e Distribuição de Água;


1 1
Saneamento, Gestão de Resíduos e Despoluição

F Construção 41 13

Comércio por grosso e a retalho; Reparação de veículos


G 9 5
automóveis e motociclos

H Transportes e Armazenagem 10 5

I Alojamento, restauração e similares 3 0

J Actividades de Informação e de Comunicação 0 1

K Actividades Financeiras e de Seguros 1 0

L Actividades Imobiliárias 0 1

Actividades de Consultoria, Científicas, Técnicas e


M 1 1
Similares

N Actividades Administrativas e dos Serviços de Apoio 9 1

Administração Pública e Defesa; Segurança Social


O 2 0
Obrigatória

P Educação 0 0

Q Actividades de Saúde Humana e Apoio Social 1 0

17
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Actividades Artísticas, de Espectáculos, Desportivas e


R 0 0
Recreativas

S Outras Actividades de Serviços 2 0

Actividades das Famílias Empregadoras de Pessoal


T Doméstico e Actividades de Produção das Famílias para 0 0
Uso Próprio
Actividades dos Organismos Internacionais e Outras
U 0 0
Instituições Extraterritoriais

CAE ignorada 4 1

Total 135 52
(Informação atualizada a 29/05/15, site do ACT) [12]

Com a entrada em vigor do DL 273/2003 deixou-se para trás alguma cumplicidade que
poderia existir entre o empreiteiro e o coordenador de segurança em fase de obra (DL 155/95),
pois este podia fazer parte dos quadros do construtor ou ser contratado pelo mesmo, podendo
existir de alguma forma conflito de interesses.

No entanto o presente DL faz uma alteração substancial, retira o ónus do empreiteiro de


contratar o coordenador de segurança e saúde e passa essa obrigação para o dono da obra e
não exonera o DO das suas responsabilidades.

Dá-se início a um novo conceito no âmbito da atividade da gestão de segurança por parte dos
empreiteiros e dos donos de obra, assim como no comportamento dos “novos” coordenadores
de segurança. Estes terão que se adaptar à nova realidade, ou seja, sem qualquer dependência
do construtor e com poderes de intervenção direta na execução dos trabalhos, principalmente
por incumprimentos das condições de segurança e saúde no trabalho.

Uma vez que não existe qualquer regulamentação que modere o exercício da atividade da
coordenação de segurança e saúde na construção, são os donos de obra que vão impondo
através dos cadernos de encargos as competências mínimas de formação de base [13] que os
elementos da equipa de CSO devem possuir. Frequentemente os donos de obra impõem
através dos concursos, requisitos o nível da formação de base, da formação específica e da
experiencia profissional em obras, número de obras realizadas do tipo e de um determinado
valor.

A atuação do CSO baseia-se e fundamenta-se nos Princípios Gerais de Prevenção (PGP) [14],
assim como se devem basear os Coordenadores de Segurança em Projeto (CSP), para o bom
desempenho da sua atividade profissional. O CSP é uma das figuras que surgem com o DL

18
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

273/2003, ou seja, a figura de CSP, deve coordenar as diferentes especialidades tendo em


consideração os princípios gerais de prevenção na execução das atividades, devendo
compatibilizar as diferentes especialidades, nunca esquecendo as fases de exploração e
manutenção do “as built”.

Atualmente, de acordo com a Lei 3/2014 de 28 de Janeiro [15] no seu art.º n.º15, os PGP’s
são 11, sendo que desde 1991 através do DL 441/91 [16], posteriormente transposto para a
Lei n.º 102/2009 que visava a “planificação da prevenção como um sistema coerente que
integre a evolução técnica, a organização do trabalho, as condições do trabalho, as relações
sociais e a influência dos fatores ambientais”. Atualmente os fatores ambientais são bastante
tidos em consideração e passaram a ter um peso maior do que até então.

Pretende-se portanto, apresentar uma metodologia (ver capitulo n.º4) com as técnicas e
ferramentas apresentadas no capítulo n.º5 e anexo 8 da presente dissertação, que apoie os
Coordenadores de Segurança e Saúde em obra, na forma como poderão desempenhar as suas
funções, garantindo o cumprimento das obrigações legais imposta pelo DL 273/2003.

Conforme referido a opção por esta temática justifica o que se propõe e está relacionado com
a pouca bibliografia disponível sobre sistemas de coordenação de segurança e saúde em obra
e formas de implementação, tentando esta dissertação ser mais um documento que possa
ajudar o Coordenador de Segurança e Saúde em fase de obra no exercício das suas funções.

Deste modo torna mais difícil a tarefa da coordenação de segurança em fase de obra,
aumentando ao desafio que se lhes impõe por falta de exemplos, esperando que este
documento, venha contribuir para clarificar ou promover melhorias em alguns aspetos do
processo.

Em Espanha a CSO, tem uma ferramenta legal designada por “livro de incidências” para
controlar o DPSS. É um livro com folhas duplicadas e é atribuído pelo colégio profissional,
como se fosse a nossas ordens dos engenheiros, ao técnico que acompanha a empreitada, no
fundo o CSO que validou o DPSS.

Este livro fica com o CSO e funciona como se fosse o nosso livro de obra, em que se vai
registado o que vai ocorrendo em obra, mas neste caso sobre matéria de prevenção e
segurança.

19
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

O livro no final da empreitada é entregue à entidade inspectora de trabalho estatal,


comparando com a nossa realizada seria entregue ao nosso ACT.

Como se prevê o livro serve para exercer pressão para que a entidade executante cumpra com
o que está definido quer no PSS, DPSS, legislação em vigor e contrato da empreitada.

20
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4 SISTEMA DE GESTÃO DE CSSO

Neste capítulo pretende-se apresentar uma metodologia para o exercício da função do CSO e
da sua equipa de técnicos de segurança (quando existente), daí que se vai desenvolver uma
sequência de tarefas essenciais para a sua atividade, cumprindo as obrigações legais referidas,
no DL 273/2003 e da NP 4397/2008 [17]

Os documentos tipo a utilizar na implementação deste sistema, devem ter por base os
apresentados no Anexo 8. Naturalmente carecem da adaptação à realidade da obra e seus
intervenientes, possibilitando sempre o desenvolvimento dos mesmos, na perspetiva da
melhoria continua.

No caso de estudo a atividade de CSO é independente da Fiscalização. Atualmente, esta


separação de funções (EF da CSO) começa a ser uma realidade visível, em particular nas
empreitadas a cargo da EDP Produção.

No seguimento do concurso proposto pelo DO, onde este define afetação e o número de
técnicos de segurança pretendido para acompanhar a empreitada, nos seus ciclos completos de
trabalho. Dando resposta a essa proposta apresentamos 3 técnicos de segurança a fim de
permitir acompanhar os trabalhos 24h por dia.

As relações hierárquico-funcionais entre os membros da equipa são definidas conforme


apresentado abaixo na figura n.º10:

Figura 10 – Equipa prevista da CSO

21
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

A forma como é desenvolvida a CSO, vai depender sempre da tipologia da empreitada e das
afetações que o DO entende necessárias no processo de concurso, muitas vezes mal
dimensionadas, lamentavelmente não existe suporte legal para estas opções.

A metodologia agora proposta deverá ser adotada pelos técnicos pertencentes à equipa da
CSO em obra.

4.1 Documentação utilizada pela CSO

A equipa de CSO utiliza documentos específicos na sua atividade [18], que não deixam de ser
orientativos. Ao longo da dissertação, o autor vai apresentar alguns documentos, sendo que os
mesmos são apresentados de forma sucinta no Anexo 8. De forma resumida o autor apresenta
alguns documentos, nomeadamente:

 Declaração CSO tipo (ver anexo 8.1);

 Comunicação Prévia da Abertura do Estaleiro tipo (ver anexo 8.2);

 Parecer sobre validação técnica do PSS (não aplicável, a entrada em obra foi posterior
ao inicio dos trabalhos);

 Parecer sobre validação técnica do PES (ver anexo 8.3);

 Declaração de adesão ao PSS (ver anexo 8.4);

 Modelo de análise e aprovação de empresas/subempreiteiros (ver anexo 8.5)

 Modelo de verificação dos equipamentos de maior porte (ver anexo 8.6)

 Modelos de acompanhamento da CSO, nomeadamente:

o Verificação aleatória documental a empresas, trabalhadores e máquinas (ver


anexo 8.9.1),

o Acompanhamento diário da atividades da obra (ver anexo 8.9.2),

o Inspeções conjunta à obra com os diversos intervenientes em obra (ver anexo


8.9.3).

 Modelo de Não conformidades;

 Modelo de apresentação de subempreiteiros.

22
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.2 Plano de arquivo

A equipa de CSO deverá desenvolver um plano de arquivo organizado que satisfaça as


necessidades do PSS e da empreitada.

Recomenda-se a existência de um registo fotográfico estruturado por frentes de trabalho,


datado e no qual conste quem foi o técnico que verificou a situação.

De seguida, apresenta-se um exemplo na figura n.º11 de um arquivo que pode ser utilizado e
ajustado às necessidades específicas de cada empreitada e respetivos donos de obra.

Figura 11 – Exemplo de arquivo da CSO

4.3 Metodologia para exercício da CSO

O autor pretende apresentar neste ponto, quais as ações que o CSO deve executar no
cumprimento das suas obrigações, conforme previstas no n.º2 do art.º19 do DL 273/2003.

23
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.1 Gestão da comunicação prévia da abertura do estaleiro (CPAE)

O CSO deve apoiar o dono da obra na elaboração e atualização da CPAE.

Para a elaboração da CPAE, a ser enviada à ACT antes do início dos trabalhos, cabe ao CSO
desenvolver algumas ações no sentido de apoiar o DO:

 Utilizar modelo de CPAE definida no PSS ou o definido no DL 273/2003 no seu art.º


n.º15.º (ver modelo no anexo 8.2, não será explorado no capitulo 5);

 Solicitar à EE os elementos essenciais para preenchimento da CPAE;

 Solicitar ao DO as declarações da fase de projeto (diversos autores de projeto e CSP);

 Solicitar as declarações dos diversos intervenientes em fase de obra no PSS (DTE, DF,
CSO e GS da EE), ver modelo do CSO no anexo 8.1;

 Juntar todos os elementos e remeter para o DO, para que este oficialize ao ACT a
divulgação dos intervenientes em obra, a sua localização e respetivas datas previsíveis
de intervenção na empreitada.

 Mensalmente verificar com a EE a movimentação de subempreiteiros em obra e


atualizar de acordo com a alínea j) do art.º n.º 15.º do DL 273/2003;

 Verificar se existe alteração em outras alíneas e atualizar em 48 horas. Caso haja


alteração dos elementos da equipa intervenientes, assegurar que a nova CPAE vá
acompanhada de novos intervenientes;

 Enviar a CPAE atualizada para o DO e solicitar que este envie à ACT;

 Solicitar ao DO cópia da CP atualizada e comprovativo de envio à ACT, a fim de ser


afixado em obra pela EE.

No final da empreitada, o CSO poderá enviar à ACT carta de comunicação de finalização das
atividades de CSO.

Em seguida apresenta-se na figura n.º13 o fluxograma que evidência como o autor propõe que
seja feita a gestão da CPAE.

24
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Inicio

Assinatura do contrato

Prazo Empreitada superior


a 30 dias e, em qualquer
momento utilização simultâneo
de 20 trabalhadores

Somatório dos dias de trabalho


prestado por cada um dos
Sim trabalhadores superior a 500

Sim

Apoiar o Dono da Obra - Comunicação Prévia de


na elaboração da Abertura de Estaleiro
Comunicação Prévia

Elaborar a Declaração
do CSO e Fisc (quando - Declarações CSO + Fisc
aplicável) e enviar ao - Carta Obrigações DO
DO juntamente com
Carta Obrigações DO

Solicitar ao DO
comprovativo de envio
da CP à ACT

Assegurar que a EE
tenha cópia da CP e
comprovativo de envio

Garantir que a EE afixe


cópia da CP em local
visível do estaleiro

Não
Alíneas a) à i) Alterações na CP Alínea j)

Apoiar o DO no envio das Apoiar o DO no envio das - Comunicação Prévia


alterações da CP à ACT em alterações da CP à ACT actualizada
até 48 horas mensalmente

Recepção provisória da
obra ou interrupção da
nossa prestação de
serviço

Enviar para ACT com - Carta de Termino das


cópia ao DO da carta de Actividades
Término das Actividades

Fim

Figura 12 – Fluxograma da comunicação prévia de abertura de estaleiro

4.3.2 Validação técnica do DPSS

O CSO deverá analisar o DPSS de acordo com o estipulado no art.º n.º 11 e anexos II do D.L.
273/2003, e verificar se o documento se encontra em condições de ser validado tecnicamente,
seja esta validação parcial ou total. As validações parciais acabam por ser as mais importantes,
uma vez que estão ligadas com a consignação da obra de acordo com o n.º4 do art.º n.º12 do

25
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

D.L. 273/2003, e consequentemente o início da contagem do prazo da empreitada. As


restantes validações acontecerão ao longo do desenvolvimento da obra.

Validação Técnica Parcial do DPSS (de acordo com o n.º2 do art.º12 do DL 273/2003) [46]:

 Efetuar a análise de elementos, tendo como base o definido em PSS (fase de projeto) e
legislação aplicável (D.L. 273/2003 nos seus Anexos II e III);
 Evidenciar a análise de elementos e enviar as propostas de alterações, através de
elaboração de pareceres, enviados por email ou outra forma de registo, e/ou anotações
nos documentos de trabalho rubricados e datados, para a EE;
 Após o CSO verificar essas correções (efetuadas no DPSS pela EE), o CSO deve
efetuar a validação técnica da versão final dos elementos objeto de análise através de
parecer, com recurso a email ou outra forma de registo.
 Deve efetuar em simultâneo a assinatura no DPSS final, podendo ou não rubricar
todas as folhas deste, como se tratasse da escritura de uma casa em que se rubricam
todas as páginas desta ou assinam só a folha de rosto do DPSS.
 Este documento (DPSS) pode ser efetuado com base em vários critérios, dependendo
das metodologias do DO. Seguidamente o autor apresenta algumas metodologias com
base na sua experiencia:
Opção 1: Por vezes o DPSS é todo numerado (ex: 1/120 paginas) desde a
primeira folha até à última, ficando em cada folha 5/120 páginas,…, 20/120
(…) até às 120/120 páginas.

Opção 2: Por vezes o DPSS é lacrado e envolvido com fio de cânhamo para
que não seja adulterado. Nestes casos o DO pede dois exemplares do DPSS,
sendo um exemplar considerado fechado e o outro DPSS um documento de
trabalho.

Opção 3: Por vezes os DPSS são documentos fechados num determinado


espaço temporal (ex: em cada 3 meses de obra deve a EE apresentar um DPSS,
para as atividades que julgam fazer naquele período), de acordo com o plano de
trabalhos definidos, fazendo ciclicamente. Neste caso é recomendável que ao
fim de cada 2 meses, esteja já a ser entregue o próximo DPSS de 3 meses, para
que num mês seja possível ser analisado (ex: CSO/EF/DO), debatido pelos
26
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

intervenientes (ex: EE/CSO/EF/DO), corrigido (ex: EE) e novamente


verificado (CSO/EF), a fim de ser finalmente validado tecnicamente e enviado
para aprovação do DO.
Muitas vezes a EE não conseguiria planear os trabalhos com 3 meses de
antecedência (ex: a EE ainda não tem conhecimento de qual o subempreiteiro
que vai executar determinada atividade, por sua vez não sabe qual o método
construtivo que vai ser aplicado, consequentemente não consegue avaliar os
riscos e recomendar medidas preventivas).

Opção 4: Sendo que a situação mais usual é existir o original do DPSS no


empreiteiro e uma cópia no DO/CSO ou vice-versa, dependendo dos critérios
do DO. Este documento deve ser mantido intacto.

Claro que como o DPSS é interpretado como sendo um documento dinâmico e


evolutivo [3], não parece prático/ágil que o DPSS seja “lacrado” ou tenha espaços
temporais definidos, pois dificulta imenso o trabalho de todos os intervenientes no
processo de execução, analise e validação, pelo que optaria pela opção 4, pois
considera que esta é a opção mais razoável, sensata e coerente.
 O CSO deve transmitir ao DO, através de parecer recorrendo a email ou outra forma
de registo igualmente eficaz, a validação técnica dos elementos objeto de análise.
 Finalmente o DO deve comunicar aprovação do DPSS à EE, por carta, email ou outro
tipo de registo igualmente eficaz, com conhecimento aos restantes intervenientes na
empreitada.
 Após esta comunicação à EE, começa a contar o prazo da empreitada. A EE deve
iniciar o processo de divulgação e formação a todos os intervenientes na empreitada
(ex: direção da obra, encarregados, trabalhadores, subempreiteiros e trabalhadores
independentes, caso existam), de modo a transmitir fundamentalmente os riscos das
atividades e as medidas preventivas, não esquecendo os condicionalismos locais e os
procedimentos de emergência adotar para os cenários tipo previstos.

Pode-se considerar como conteúdo mínimo para a validação técnica do primeiro DPSS a
apresentação de elementos de prevenção adequados para as primeiras atividades do Plano de
Trabalhos em vigor, no qual se deve incluir uma planta de estaleiro e, por exemplo, apresentar
27
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

algumas atividades, começando usualmente pela desmatação/decapagem do terreno do


estaleiro, montagem de estaleiro, movimento de terras, entre outros.

Apresenta-se de seguida na figura n.º12 um fluxograma onde se espelha o que se transmitiu


acima sobre a análise, validação e aprovação do DPSS seja parcial ou total.

Inicio

Receber o DPSS

Verificar/Analisar a
documentação entregue no âmbito
do Desenvolvimento do Plano de
Segurança e Saúde (DPSS)

Conforme Não Conforme

Parecer do CSO / Parecer do CSO /


Validação Análise

Dono da Obra Aprova e A Entidade Executante


Comunica às seguintes rectifica e complementa o
entidades: CSO; EE e EF. documento e remete ao
CSO

A Entidade Executante dá
Conhecimento do DPSS aprovado à
sua cadeia de Subcontratação

Inicio dos trabalhos / consignação

Implementação do DPSS para a


Execução da Obra

Acompanhamento dos Trabalhos pela


Fiscalização e CSO

Fim

Figura 13 – Fluxograma de análise, validação e aprovação do DPSS

28
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.3 Verificar a coordenação das atividades, das empresas e dos


trabalhadores independentes que intervêm no estaleiro

O CSO deve acompanhar e verificar a coordenação das atividades das empresas e dos
trabalhadores independentes que interferem no estaleiro, tendo em vista a prevenção dos
riscos profissionais.

Como tal o CSO deverá desenvolver algumas ações, nomeadamente:

 Efetuar inspeções aleatórias temporais à documentação das empresas,


equipamentos/máquinas e trabalhadores (ver anexo 8.9.1).

A documentação das empresas segue o apresentado no anexo 8.5.

A documentação dos equipamentos/máquinas, segue o apresentado no anexo 8.6, esta


verificação é realizada pela EE, mas que pode ser acompanhada pela equipa da CSO
(ex: técnicos de segurança da equipa da CSO);

Para a documentação dos trabalhadores, a CSO verifica aleatoriamente se a EE


controla, e mantem atualizados os documentos destes, ver anexo 8.9.2.

 Garantir o cumprimento das definições/metodologias em PES relacionados com as


atividades a desenvolver na empreitada (ver anexo 8.10);

 Verificar a divulgação efetuada pela EE a empresas e/ou trabalhadores independentes


do conteúdo do PSS, atendendo à natureza da atividade a desenvolver pela empresa
e/ou trabalhador independentes (ver anexo 8.4).

 Verificar que não estão a ser realizadas atividades sobrepostas ou incompatíveis no


mesmo raio de ação, seja de trabalhadores ou equipamentos/maquinas (ex: atividades
sobrepostas ou na mesma prumada).

As atividades a desenvolver durante uma inspeção aleatória apresentam-se sintetizadas na


figura n.º14 a seguir apresentada:

29
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Inicio

Convocar EE para visita à


obra com carácter inspectivo

Registo Controlo de
Verificar documentação dos
Trabalhadores
trabalhadores

Registo Controlo de
Verificar documentação das
Entidades Empregadoras
Entidades Empregadoras

Registo Controlo de
Verificar documentação de
Equipamentos
Equipamentos

Verificar condição de
segurança das actividades
em curso ou a iniciar
Auto de Suspenção

Email/Carta/Fax
Identificação de situação Tomada de medidas no Emissão de documento descrevendo a
Sim
irregular grave local descrevendo a situação situação detectada

Não Conformidade
Não

Elaboração do Relatório de Relatório de Inspecção


Inspecção Aleatória e envio à Aleatória
EE/EF/DO

Envio à EE/EF/DO do
Relatório de Inspecção
Aleatória

Fim

Figura 14 – Fluxograma de atuação da CSO desenvolvido pelo autor adaptado à obra

Após efetuar o levantamento em obra, das situações alvo de verificação ou inspeção, serão
verificadas em estaleiro/escritório os respetivos documentos/registos/constatações, assim
como a documentação existe, se encontra controlada e atualizada.

30
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Pode ser atribuído um prazo de resolução para a EE responder/evidenciar os documentos


necessários que não foram apresentados na inspeção à obra, principalmente aqueles
documentos que carecem de atualização constante. Caso se detetem situações de perigo
iminente para os trabalhadores, estes devem ser retirados de imediato do local de risco,
sensibiliza-los e corrigir, providenciando as proteções coletivas aplicáveis e, caso estas não se
revelem suficientes ou adequadas, recorrer a proteções individuais.

4.3.4 Promover e verificar o cumprimento do PSS

A promoção e verificação do cumprimento do DPSS, aponta para o acompanhamento


contínuo das atividades, das melhorias no âmbito da segurança e da verificação da adequação
das medidas latentes no referido documento. Das principais atividades, destacam-se:

 Garantir que esteja contemplado no DPSS, os seguintes elementos: projeto de


estaleiro, plano de acessos, circulação e sinalização; plano de emergência; lista de
condicionalismos; contactos emergência, procedimentos específicos de segurança
(PES, ainda que possa ser designado de plano de trabalhos com risco especial PTRE),
primeiros socorros, vedação de estaleiro e seu controlo;

 Efetuar reuniões de segurança (ex: atas de obra ou de produção, coordenação de


segurança, comissão de segurança e saúde, coordenação de projeto), com
periodicidade acordada, ajustado às necessidades da empreitada;

 Definir circuito de comunicação/informação para divulgação do constante em DPSS, a


todos os intervenientes em obra;

 Garantir que esteja definido um Plano de Trabalhos, contendo a identificação e a


duração das atividades a desenvolver na empreitada, cujas atividades com riscos
especiais terão que ser objeto de PES. Podemos recorrer a um modelo tipo o
apresentado no anexo 8.12, onde existe uma previsão quinzenal dos trabalhos e onde
são apresentados os PES, aplicáveis às atividades que pretendem executar naquele
período de tempo.

31
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.5 Coordenar o controlo da correta aplicação dos métodos de trabalho

A coordenação do controlo da correta aplicação dos métodos de trabalho é uma obrigação dos
4 (quatro) intervenientes na empreitada: DO, CSO, EF e EE.

A EE desenvolve ação principal, uma vez que geralmente os sistemas de segurança descritos
no PSS prevêem um sistema de autocontrolo da EE. A CSO deve monitorizar as condições de
segurança e assim verificar a implementação das medidas previstas nos documentos de
prevenção. A CSO deve, de acordo com a legislação, coordenar, controlar e promover as suas
próprias ações de controlo. A fiscalização deve colaborar com a implementação e controlo das
medidas de segurança em obra. Cabendo ao DO aprovar as atividades a desenvolver e
monitorizar as atividades dos diversos intervenientes no estaleiro.

A CSO, no inico da empreitada, deve promover reuniões com os intervenientes (EE), no


sentido de esclarecer as atividades de controlo.

Nas reuniões com a EE deverão ser abordados os seguintes aspetos:

 Planeamento dos trabalhos previstos;

 Planeamento das atividades não previstas e que necessitam de PES;

 Necessidades de atuação ou melhorias nas frentes de trabalho;

 Planta de estaleiro;

 Apresentação de empresas ou atualização de documentação;

 Comunicação prévia;

 Necessidades de formação aos trabalhadores aplicáveis aos trabalhos de risco especial


em curso;

 Formação básica de segurança ou passaportes de segurança;

 Debate e registos de acidentes de trabalhos;

 Debate e registos de incidentes de trabalhos (mais significativos);

 Índices de sinistralidade;

 Saúde e medicina no trabalho (ficha de aptidão medica);

32
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Controlo de Alcoolemia;

 Equipamentos em obra;

 Trabalhadores em obra;

 Acessos da obra;

 Sinalização;

 Controlo e registo de acessos ao estaleiro;

 Garantia das condições de higiene e saúde do estaleiro da empreitada;

 Simulacros em obra;

 Plano emergência;

 Cumprimento dos prazos predefinidos sobre as respostas acordadas;

 Conteúdo do relatório mensal da EE;

 Periodicidade de registos das atividades;

 Pontos de Paragem no início das atividades;

 Responsabilidades de verificação;

 Definição de amostragens;

Entre as atividades de controlo que devem ser desenvolvidas pela CSO, destacam-se:

 Auditorias ao sistema de gestão de segurança da EE;

 Inspeções Aleatórias documentais (ex: verificação da documentação de 2 ou 3


empresas, 2 a 4 equipamentos/maquinas, 2 a 4 trabalhadores), estas podem ser
realizadas semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, ajustado com a quantidade
de mão-de-obra existente e rotação dos trabalhadores em obra (ex: ver modelo
apresentado no anexo 8.9.1);

 Inspeções diárias às frentes de trabalho, recorrendo a relatórios diários das atividades


em curso (ver modelo apresentado no anexo 8.9.2);

 Inspeções conjuntas (ex: pressupõe no mínimo a participação da EE e CSO, sendo


recomendado que participem todos os intervenientes em obra, no mínimo uma vez por
mês) às frentes de trabalho, ver modelo apresentado no anexo 8.9.3;
33
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Verificação dos registos constantes no relatório mensal da EE, sejam o controlo de


alcoolemia, das ações de formação, dos registos de segurança das atividades, da
verificação de estaleiro (esta pode ser realizada em conjunto com a CSO), tratamento
dos acidentes de trabalho, entre outros.

4.3.6 Auditoria à EE

As auditorias à EE e ao seu SGS, podem ser realizadas pela CSO ou por equipa externa à obra
designada pela CSO ou pelo DO, cumprindo a seguinte regulamentação: NP EN ISO 9001,
NP 4397/OSHA 18001.

As auditorias à EE podem ser definidas pelo DO ou pelo CSO (ex: trimestrais, semestrais,
anuais), não impedindo que sejam realizadas com outra periodicidade, desde que acordada
entre os intervenientes na empreitada.

As auditorias abrangem um campo de ação que vai desde a auditoria documental até à
verificação em obra da implementação do SGS da EE.

Em auditora, a EE deve prestar todas as informações que lhe sejam solicitadas, devendo
participar nas reuniões de abertura e de fecho da auditoria com todos os elementos
convocados ou relevantes para o melhor desenrolar da auditoria;

A EE deve disponibilizar à Equipa Auditora (EA) as instalações da obra e toda a


documentação no âmbito da Gestão de Segurança.

Posteriormente, caberá à EA a aprovação das medidas corretivas propostas pela EE às


constatações identificadas durante a auditoria. O CSO deve informar a EA das alterações ou
correções implementadas pela EE.

Os documentos a utilizar para efeitos de auditoria deverão ser definidos no plano de auditoria,
que deverá ser enviado aos intervenientes em obra (ex: DO, EF, EE, CSO) com antecedência
adequada à data da realização da auditoria (5 a 10 dias uteis antes da data prevista).

34
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.7 Gestão de não-conformidades (NC)

As NC poderão ser abertas no decurso, quer de uma auditoria, quer no âmbito do trabalho
diário da atuação da CSO (normalmente levantadas em situações graves/risco).

Sempre que a CSO considerar que uma situação apresenta gravidade considerável (que requer
ações corretivas imediatas) ou que embora de menor gravidade corresponda a uma situação de
reincidência (pelo menos 2 a 3 chamadas de atenção anteriores), elaborar-se-á um Registo de
NC, utilizando o modelo tipo (ver anexo 8.11).

A EE deve fazer o tratamento da NC, nomeadamente:

 Identificar e descrever as causas;


 Propor as ações corretivas a implementar para eliminar as causas;
 Identificar o responsável pela implementação da proposta de ação corretiva;
 Definir em acordo com o CSO, o prazo para implementação da proposta de ação
corretiva;
 Desenvolver dentro do prazo acordado as ações corretivas;
 Providenciar a implementação de ações para eliminar as causas reais e/ou potenciais
das não conformidades;
 Manter informados os intervenientes da empreitada (ex: DO, EF, EA, CSO).

Depois da EE definir as ações corretivas a implementar para eliminar as causas da NC, envia-
as para a CSO, para que este proceda à sua análise com vista à realização de comentários com
solicitação de correções (caso entenda que as mesmas são insuficientes) ou da aceitação para
o encerramento das ações propostas (caso julgue serem suficientes).

É responsabilidade da CSO:

 Analisar as ações corretivas propostas pela EE, validar ou rejeitar justificando a sua
decisão;
 Comunicar ao DO quais as ações definidas e a sua validação técnica;
 Avaliar a eficácia das ações corretivas implementadas;
 Proceder ao encerramento da não conformidade detetada.

35
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

A CSO, após ter comprovado a implementação de todas as ações corretivas, procederá ao


fecho das NC, após avaliação da eficácia das ações corretivas implementadas.

No caso de se verificar que mesmo após a implementação das ações corretivas persistem
dúvidas relativamente à garantia de eficácia o processo deverá ser revisto.

4.3.8 Promover a divulgação de informações sobre riscos profissionais e a


sua prevenção

Esta obrigação prende-se, em grande parte, ao desenvolvimento adequado do Plano de


Formação normalmente previsto no PSS. Entre as principais ações a empreender pela CSO,
destaca-se:

 Verificar se no PSS existe metodologia de divulgação do desenvolvimento do PSS


aprovado;

 Caso não exista metodologia definida, reunir com o DO, EE e EF e definir


metodologia de divulgação;

 Divulgar por escrito (ata de reunião ou email) a validação e aprovação dos elementos
do DPSS;

 Analisar o Plano de Formação elaborado pela EE e assegurar que estejam previstas,


para além da formação (acolhimento, específica, emergência, contínua, reciclagem,
passaportes de segurança ou formação básica de segurança) metodologias de
divulgação de informação sobre riscos profissionais;

 Sempre que entender necessário o CSO deve solicitar à EE os registos de formação;

 Assegurar a afixação na vitrina da obra informação sobre segurança (ex: junto ao


refeitório, na entrada do dormitórios, nos balneários, nas portarias, nas salas de
formação, entre outros locais).

4.3.9 Registar as atividades de coordenação em matéria de segurança e


saúde

O instrumento a utilizar para registo das atividades da CSO deverá ser toda a documentação
gerada pelo sistema de gestão de informação definido na empreitada, nomeadamente:

36
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Ata de reunião (ex: produção ou de obra, coordenação de segurança, comissão de


segurança ou de projeto);

 Registar em livro de obra (quando aplicável) ou sistema de gestão de informação


definido na empreitada;

 Implementar uma estrutura que sirva de plano de arquivo (ex: suporte digital e papel);

 Assegurar que fatos relevantes estejam registados no sistema de gestão de informação


definido na empreitada, nomeadamente acidentes em obra, abertura de não
conformidades, incidentes, alterações de responsáveis em obra ou seja assuntos
relevantes.

 Garantir os registos e respostas da EE aos Relatórios de Inspeção Aleatórias


documentais (RIA’s, ver anexo 8.9.1), das visitas realizadas à obra através dos
Relatórios de Atividade de Segurança (RAS, ver anexo 8.9.2) de forma diária ou quase
diária (caso não haja situações relevantes não se faz o relatório), e os Relatórios de
Inspeção Conjunta (RIC’s, ver anexo 8.9.3) que são realizados com os vários
intervenientes na empreitada pelo menos mensalmente.

4.3.10 Assegurar que a EE tome as medidas necessárias para que o acesso


ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas

O cumprimento desta obrigação prende-se, com o preconizado na alínea i) do art.º n.º 19 do


D.L. 273/2003, a implementação de um projeto de estaleiro e o respetivo plano de controlo de
acessos eficaz (ex: por vezes não é fisicamente exequível).

 Garantir o cumprimento do projeto de estaleiro, verificando que os limites da obra


estejam definidos e fisicamente delimitados;

 Assegurar o cumprimento do projeto de estaleiro (ex: na entrada deve ter sinalização


de proibição de entrada de pessoas estranhas, uso obrigatório de EPI, queda de
materiais, limite de velocidades, entre outros);

 Assegurar que haja um método eficaz (registos) de controlo de acesso à obra;

 Lembrar periodicamente, que os acessos em obra devem manter-se sempre


fechados/controlados durante as noites, feriados e fins-de-semana;
37
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.11 Informar o DO sobre as suas responsabilidades no âmbito do DL


273/2003, de 29 de Outubro

É essencial para o bom desempenho das funções da CSO ter o apoio do DO e para que tal
funcione é importante sensibilizá-lo das suas obrigações no âmbito do art.º n.º 17 do DL 273.
O papel do DO é assegurado pelo gestor do empreendimento, uma vez que a diretiva
estaleiros atribui deveres ao DO durante todo o processo de construir, desde que formula a
encomenda do projeto, até à relação pós entrega da obra ou venda com o cliente final do
produto, reconhecendo-o como o primeiro responsável na cadeia hierárquica de
responsabilidades do sistema de segurança.

O CSO deve, nos primeiros contactos com o DO, informá-lo das suas obrigações no âmbito
do D.L. 273/2003, no seu art.º n.º17, destacando que é ele o responsável pela definição da
afetação e dos meios previstos para o desempenho da função e que deve dar conhecimento por
escrito do PSS aprovado (e suas atualizações) à EE.

Para evidenciar o cumprimento desta obrigação, o CSO deve desenvolver as seguintes ações:

 Juntamente com a declaração de nomeação da CSO, enviar para DO, email ou outro
sistema de registo igualmente eficaz com as obrigações do DO;

 Sempre que necessário, reforçar em ata de reunião, as obrigações do DO,


nomeadamente a de assegurar a divulgação do PSS e suas atualizações.

4.3.12 Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro

Na medida em que não existe legislação que defina o que deve ser considerado acidente grave
(recomendável acidentes com baixa superior a 3 dias), o CSO deve, juntamente com a EE e o
DO, definir no arranque da obra o que será considerado acidente grave e consequentemente
quais os acidentes que serão objeto de aplicação desta alínea da legislação.

No caso da ocorrência de um acidente grave ou mortal, a CSO deverá implementar as


seguintes ações:

 Elaborar um relatório de análise de causas do acidente;

38
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Assegurar que a EE e o Empregador suspenderam os trabalhos de forma a garantir o


local do acidente se mantêm inalterável;

 Assegurar que as entidades envolvidas respeitem os prazos previstos no DL 273/2003


(art.º n.º24) para comunicação à ACT. A primeira obrigação de comunicar o acidente à
ACT é da Entidade Empregadora. Caso esta não comunique, cabe à EE fazê-lo e ainda
caso a mesma não participe, deve ser o DO a comunicar o acidente à ACT, respeitando
os seguintes prazos:

0- 24 Horas após o acidente Entidade Empregadora


0- 24 Horas após o acidente Entidade Executante
24-48 Horas após o acidente Dono da Obra

 Caso se trate de um acidente mortal ou um acidente que o CSO entenda que seja de
particular relevância, deverá ser desenvolvida a recolha dos depoimentos das
testemunhas. Esta ação pode ser realizada em conjunto com o DO;

 A EE deve apresentar no prazo máximo de 5 dias uteis após a data do acidente, um


relatório de investigação do acidente, análise de causas e respetivas medidas
preventivas (caso sejam aplicáveis), e entregar à CSO, DO e à EF;

 A CSO deve elaborar relatório de investigação do acidente independente e entregar ao


DO (definir com DO o prazo de entrega, caso não esteja previsto no PSS). O relatório
só deve ser entregue após análise do relatório de investigação entregue pela EE;

 Convocar, (caso se justifique) uma reunião extraordinária de segurança da empreitada,


de modo a ser analisado o acidente ocorrido.

 Na situação do trabalhador acidentado permanecer de baixa por um longo período, a


EE deverá enviar à CSO, DO e à EF, no final de cada mês, a evolução do estado de
saúde do acidentado e previsão do seu regresso ao trabalho.

39
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

As ações indicadas encontram-se esquematizadas na figura n.º15 a seguir apresentada:

Inicio

Definição, junto da EE e
do DO, dos critérios da
adopção de acidentes
graves

Acidente de Trabalho
Grave e/ou Mortal

Assegurar que a EE impeça o acesso


de pessoas, máquinas e materiais ao
local de acidente, com excepção dos
meios de socorro e assistência às
vitimas

Verificar que a Entidade Verificar se a Entidade


Executante comunique Empregadora do sinistrado Registo de Participação
Não houve
ocorrência do Acidente à ACT efectuou a comunicação da à ACT
comunicação
ocorrência do acidente à ACT no
no máximo em 24 horas
máximo em 24 horas
Houve
comunicação

Não houve
comunicação Houve comunicação

Assegurar que o Dono da Obra


Solicitar a EE a entrega do Registo de Acidente de
efectua a comunicação da Houve
Registo de Acidente de Trabalho Trabalho
ocorrência do Acidente à ACT comunicação
no máximo em 24 horas
no máximo em 48 horas

Convocar Reunião
Extraordinária de
Segurança da Obra /
Empreitada

Solicitar a EE a entrega do
Relatório de Análise do
Relatório de Análise de Acidente
Acidente
de Trabalho no máximo em 5
dias úteis

Elaborar Relatório de Relatório de Investigação


Investigação de do Acidente
Acidente

Envio ao Dono da Obra, do


Relatório de Investgação do
Acidente

Fim

Figura 15 – Fluxograma da atuação em caso de acidente grave

40
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.13 Integrar na compilação técnica da obra (CTO) os elementos


decorrentes da execução da obra

O DL 273/2003 prevê, para além do PSS e da CPAE, a elaboração e desenvolvimento da


CTO. Este é um documento importante e compila os elementos que devem ser tomados em
consideração nas intervenções de exploração posteriores à conclusão da obra. Sendo da
responsabilidade do DO elaborar e ou mandar elaborar a CTO, pois esta deve ser iniciada
durante a fase de projeto pelo CSP e depois, ao longo da obra, deve ser desenvolvida e
complementada com elementos fornecidos pela EE, decorrentes da execução dos trabalhos. O
CSO deve organizar estes elementos e integrá-los na CTO.

Entre as principais ações a desenvolver pelo CSO, salienta-se:

 Verificar se existe e se foi incluída nos elementos do concurso da EE a CTO da fase de


Projeto;

 Caso não esteja disponível, solicitar ao DO a CTO em suporte de papel e digital;

 Verificar quais os elementos/documentos que a CTO exige;

 Reunir com a EE e DO para definir se há outros documentos a serem entregues pela


EE para serem incluídos na CTO;

 Entregar o suporte papel e ou digital da CTO ao DO;

 Promover reuniões sistemáticas com a EE para garantir o desenvolvimento da CTO e


verificar se a EE está a criar os anexos da CTO definidos;

 Receber a CTO da parte da EE e analisar os documentos entregues, elaborar parecer,


caso esta não esteja passível de aceitação;

 Informar o DO que este pode recusar a receção provisória da obra, caso a EE não
entregue todos os documentos previstos na CTO;

 Quando a CTO estiver em conformidade devem formalizar e validar tecnicamente a


entrega da CTO junto do DO e dar conhecimento aos intervenientes (EF e EE) da
aceitação da mesma, permitindo assim efetuar a receção provisória da obra.

41
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.14 Elaboração de relatórios mensais

A CSO deve elaborar mensalmente, um relatório resumo das atividades acompanhadas em


obra e enviar para o DO, onde será fornecida toda a informação relevante em matéria de
segurança e saúde no trabalho, cumprindo assim com a sua obrigação legal de acordo com
alínea j) do art.º n.º19 do D.L. 273/2003, de informar o DO da evolução da empreitada.

O relatório deverá ser adaptado às exigências do DO de acordo com as orientações do caderno


de encargos da empreitada, contudo apresentamos os elementos que julgo serem os mais
relevantes relacionados com atividade mensal da CSO, nomeadamente:

- Relatórios de acções de segurança,


- Reuniões de coordenação de segurança,
- Reuniões de comissão de segurança e saúde,
- Reuniões de coordenação de projeto da empreitada,
- Auditorias,
- Comunicação prévia,
- Plano de segurança e saúde e seu desenvolvimento,
- Ações de Formação / Sensibilização,
- Controlo de Alcoolémia;
- Planos de Sinalização de Trânsito Temporários,
- Não Conformidades,
- Índices de Sinistralidade,
- Exercícios de Resposta a Emergência,
- Compilação Técnica da Obra,
- Conclusões
Anexos:
I – Relatório do sistema de gestão da segurança no trabalho da EE,
II – Relatórios de ações de controlo de segurança (ex: RIA, RAS, RIC),
III – Pareceres Emitidos pela CSO,
IV – Atas de reunião de projeto, de produção ou obra, de coordenação de segurança e de
comissão de segurança e saúde,
V – Não Conformidade,
VI – Relatório de incidentes/acidentes e simulacros.
42
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

4.3.15 Acompanhamento dos Técnicos de Segurança na fase de Obra

A CSO deve ter uma equipa de TS (Técnico de Segurança no Trabalho) ajustada à empreitada
ou seja aos trabalhos, à mão-de-obra prevista, aos prazos de execução (ex: prever existência
de turnos), contudo esta definição é efetuada pelo DO no concurso, da qual se espera que
tenha dimensionado de forma equilibrada a equipa da CSO. Nem sempre os donos de obra
têm a sensibilidade necessária para avaliar este ponto, nem existe bibliografia que permita um
dimensionamento das equipes de técnicos pertencentes à CSO.

Os TS não podem confundir as suas funções com as do CSO, uma vez que estão mais ligados
a execução do sistema, sendo de uma forma geral técnicos da entidade executante [19] , ainda
que neste caso pertença à equipa da CSO.

Os TS, afetos à empreitada terão, entre outras funções, que garantir o cumprimento das
diretrizes do PSS, do caderno de encargos, das regras do DO e do CSO, garantindo o
cumprimento das seguintes atividades efetuadas pela EE:

a. Fazer cumprir as regras estabelecidas no PSS, DPSS e PES a todos os intervenientes em


obra, fazendo registos dos seus atos em relatório específicos já anteriormente
transmitidos;
b. Avaliar os riscos associados à execução da obra e apoiar na definição das medidas de
prevenção adequadas, aquando da análise do DPSS, apresentando ao CSO sugestões para
o desenvolvimento e as adaptações do mesmo;
c. Apoiar na análise dos PES para os trabalhos que impliquem riscos especiais, assegurando
que os subempreiteiros, trabalhadores independentes e os representantes dos
trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho que trabalhem no estaleiro
tenham conhecimento dos mesmos;
d. Colaborar com o CSO, bem como tentar fazer cumprir e fazer respeitar por parte dos
intervenientes, subempreiteiros e trabalhadores independentes as diretivas daquele;
e. Verificar as medidas existentes com vista a garantir uma adequada organização e gestão
do estaleiro, incluindo a organização do sistema de emergência;
f. Verificar e registar se estão garantidas as medidas necessárias para que o acesso ao
estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

43
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

g. Elaborar registos diários (RAS ver anexo 8.9.2) do acompanhamento em obra, das
situações que carecem de melhorias nas frentes de trabalho e das boas práticas.
Verificando e acompanhando a soluções implementadas;
h. Emitir alertas (email) caso se constatem situações graves;
i. Acompanhar a evolução dos trabalhos atendendo sempre aos princípios gerais de
prevenção, desde a Lei 102/2009 [8], e atualmente através da Lei 3/2014, DPSS e seu
desenvolvimento (ex: cumprir com o estipulado no PES das atividades);
j. Caso detetem alguma situação em que possa estar algum trabalhador em situação de
perigo eminente, devem mandar o trabalhador sair do local e posteriormente informar a
EE e CSO, para adoção de medidas corretivas.
k. Procurar a eliminação de perigos e riscos, pelo acompanhamento atuante e critico no
desenvolvimento da empreitada;
l. Participar nas auditorias ao sistema de gestão de segurança da EE;
m. Participar e elaborar relatórios, das inspeções conjuntas efetuadas à obra da equipa da
CSO (ver anexo 8.9.3), com um representante da EF/DO e EE;
n. Periodicamente deve controlar os equipamentos/máquinas antes da entrada em obra,
participando no preenchimento efetuado em simultâneo através do impresso da EE
apresentado no anexo 8.6,
o. Cumprir e fazer cumprir a política de segurança do empreendimento (EDP);
p. Emitir pareceres internos (emails) sobre subempreiteiros, máquinas, equipamentos e
trabalhadores para o CSO;
q. No acompanhamento dos trabalhos promover o estabelecido no DPSS junto da
EE/EF/DO;
r. Promover o correto cumprimento das regras estabelecidas pelo CSO e das ordens
estabelecidas pela EDP;
s. Apoiar o CSO na definição dos pontos de paragem dos PMP’s/RMP’s para as
verificações aleatórias na frente de trabalho.
t. Participar ativamente nas reuniões de Coordenação de Segurança;
u. Recomendar a emissão de não conformidade (ex: ver anexo 8.11) ao CSO, caso detete
situações de incumprimento dos documentos de prevenção (ex: requisitos Caderno de
Encargos, processos construtivos, materiais, equipamentos, DPPSS e legislação em
vigor);
v. Analisar as propostas de ações corretivas da EE às respostas aos relatórios e às NC;
44
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

w. Verificar pontualmente o correto preenchimento dos RMP’s (ver anexo 8.13) por parte da
EE;
x. Efetuar o controlo aleatório dos documentos dos subempreiteiros e trabalhadores
independentes, máquinas/equipamentos e trabalhadores (ex: RIA ver no anexo 8.9.1);
y. Garantir em conjunto com o CSO, arquivo atualizado de documentação do PSS e SGCSO.

4.3.16 Documentos de apoio ao SGCSO

Os documentos listados, resultam das obrigações impostas pelo PSS, da experiencia do autor
e são indicativos [18], podendo ser utilizados outros que se verifiquem necessários ao
desenvolvimento de uma obra, nomeadamente:
 Ata de reunião de comissão de segurança e saúde em obra,
 Ata de reunião de coordenação de segurança em obra,
 Minuta da comunicação prévia de abertura de estaleiro,
 Minuta da declaração de aceitação de funções do CSO,
 Mapa de gestão de não conformidades de segurança,
 Relatório de atividade diária de segurança (RAS),
 Relatório de inspeção aleatória documental (RIA),
 Relatório de inspeção conjunta com todos intervenientes (RIC),
 Relatório de análise de causas do acidente de trabalho,
 Índices de sinistralidade,
 Minuta de Pareceres CSO,
 Registo de não conformidades de segurança,
 Plano de arquivo,
 Lista de rubricas e assinaturas,
 Relatório mensal de atividade de segurança,
 Plano de auditoria de segurança.
 Ficha de auditorias de segurança,
 Relatório de auditoria de segurança,

4.3.17 Revisão do SGCSO

Nos nossos dias com a evolução tecnologia, os sistemas e as suas metodologias, têm uma
duração relativamente curta e permitem constantes melhorias em todo tipo de sistemas de

45
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

gestão. Numa primeira fase os sistemas de gestão eram em versão em papel, atualmente
existem sistemas com aplicações informatizadas, que diminuem a margem de erro ou
esquecimento, dos técnicos no terreno e da gestão de segurança. As tendências apontam cada
vez mais nesse sentido.

Daí que não esquecendo a gestão do sistema apresentado, o “ciclo de Shewhart” conhecido
como um modelo de melhoria continua (ex: modelo PDCA), permite-nos ciclicamente
percorrer os processos dos sistemas.

Este modelo é conhecido por ser uma ferramenta de gestão, utilizada por muitas empresas
espalhadas pelo mundo, pois tem como principal objetivo “a melhoria contínua”, sendo ainda
hoje um modelo implementado por exemplo pela “Toyota”.

O objetivo principal é tornar os sistemas de gestão mais simples, e mais objetivos, tentando
alcançar um nível de gestão célere e melhor a cada dia que vai passando.

Apresenta-se de seguida na figura n.º 16, um fluxograma de atuação do modelo PDCA, que
permite de forma simples, verificar as 4 fases do sistema de gestão implementado e a forma
possível de monitorizar o sistema de forma a melhorá-lo e revê-lo, sempre que se detetarem
possíveis melhorias ou erros no sistema implementado.

Figura 16 – Ciclo PDCA, para reavaliar os sistemas de gestão implementados

O Ciclo PDCA [47] tem como ponto de partida o planeamento de uma ação, originando uma
sequência de ações com intuito de verificar se o que foi planeado foi executado (ex: aplicado

46
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

aos PES, no SGCSO), verificando-o constantemente. Estas ações levam o gestor do sistema
(ex: CSO) a desenvolver oportunidades de melhoria do sistema.

Este modelo é circular e giratório (sempre no mesmo sentido) e deve parar a cada ciclo
completo (a cada 4 fases). Só depois de voltar a planear ou refazer o sistema é que deve
reiniciar as 4 fases do sistema.

Passo a descrever de forma sucinta os passos e a designação do modelo “PDCA”, sabendo


que as ações se iniciam na ordem apresentada pelas próprias siglas:

 P = Plan (planeamento): Estabelecer metas, identificar os elementos causadores do


problema (ex: riscos ou equipamentos nas atividades) que impede o alcance das metas
esperadas (ex: zero acidentes). É preciso analisar os fatores que influenciam este
problema, bem como identificar as suas possíveis causas. O CSO deve definir um plano
de ação eficiente (ex: substituir o equipamento por um menos perigoso).
 D = Do (fazer, executar): É necessário realizar todas as atividades que foram previstas e
planeadas dentro do plano de ação (ex: executar o trabalho de acordo com o definido no
PES ou PSS).
 C = Check (verificar): Após planear (ex: aprovação do PSS ou PES) e implementar, o
CSO deve acompanhar e avaliar sistematicamente os resultados obtidos, com a execução
das atividades confrontando-as com o planeado (ex: cumprir sempre com o definido no
PES, plano de emergência, entre outros).
 A = Act (ação): Nesta etapa é preciso tomar as providências estipuladas nas avaliações e
relatórios sobre os processos (ex: cumprir com o estabelecido, caso contrário existe a
necessidade de parar trabalhos, levantar NC). Se necessário, o CSO deve traçar novos
planos de ação (ex: revisão ao PES) para melhoria da segurança, visando sempre a
minimização dos riscos ou falhas e encarar naturalmente o aperfeiçoamento dos processos
de trabalho da empreitada.

A gestão da CSO deve considerar este método para os seus modelos e para os da EE (ex:
DPSS, PES, execução de atividades, gestão documental, entre outros) pois todos os sistemas,
devem prever a melhoria contínua. O modelo PDCA é um exercício que a gestão deve fazer
constantemente, ou seja, sempre que vê (no terreno) ou analisa (no escritório parte
documental) uma atividade, deve considerar os 4 períodos ou fatores de análise.

47
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

No dia-a-dia, numa ligação entre o procedimento de segurança que foi aprovado ou previsto e
o que esta a ser executado, lembrando que mesmo assim podem existir outras formas que à
partida serão mais seguras, que inicialmente previstas ou que não tinham sido consideradas ou
não estavam disponíveis na altura em que se pensou nelas, daí a necessidade de estar
constantemente a verificar o que foi planeado, com o verificado e o executado, daí devemos
agir e solicitar alterações ou melhorias. Este sistema é mais evidente e usado nas auditorias
aos sistemas de gestão, pois são a base que sustenta as auditorias, considerando-as como uma
oportunidade de melhoria.

Na gestão dos sistemas de segurança, seja da CSO ou da EE, o objetivo é o mesmo e passa
por identificar os riscos, eliminá-los se possível, minimizá-los e controlá-los, pois a meta é
comum a todos os intervenientes na empreitada: zero acidentes!

4.3.18 Ferramenta de apoio ao SGCSO

Pretende-se apresentar uma ferramenta que auxilie o CSO na abordagem à metodologia


proposta neste capítulo, aliada ao caso de estudo que vai ser apresentado no capítulo n.º5.

Desta forma apresenta-se a tabela n.º 5 que prevê várias verificações quer da metodologia
quer do caso de estudo.

Tabela 5 – Ferramenta proposta para verificação da implementação das medidas preconizadas


na metodologia e parcialmente no caso estudo

Documentação C NC NA Observações
Plano de Segurança e Saúde está disponível
na obra?
Foi dado conhecimento do PSS aos
subempreiteiros e trabalhadores
independentes?
Foi comunicado à ACT as actualizações à
comunicação prévia.

A CPAE encontra-se afixada no estaleiro?

Existe planta de emergência?

Existe registo de empreiteiros e


trabalhadores independentes?

48
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Planos de trabalho semanal

Registo de controlo aleatório documental


(RIA)
Relatórios diários da actividade de
segurança (RAS)

Relatório de inspecção conjunta (RIC)

Relatório mensal
Realização de simulacros

Realização de auditórias

Os trabalhadores receberam formação sobre


regras de segurança?

Existe um registo das reuniões de


segurança?

Não conformidades

Monitorização de gases

Analise dos acidentes graves

Elaboração do Procedimento Especifico de


Segurança (PES)
Estaleiro C NC NA Observações
O estaleiro encontra-se devidamente
delimitado? (vedado).
O estaleiro encontra-se sinalizado
conformidade com o Plano de Segurança e
Saúde?
Existe termo de responsabilidade da
instalação eléctrica?
O estaleiro possui vias de circulação
devidamente definidas e assinaladas?
EPC C NC NA Observações

Existência de sinalização

Existem guarda-corpos colocados a 90cm,


45cm e 15cm de altura

Existência de caminhos pedonais


diferenciados dos rodoviários

Existência de ventilação

Existência de monitorização da qualidade


do ar interior do túnel
Existência de monitorização do ruido
ocupacional
EPI C NC NA Observações
Existem EPI`s para visitantes?
49
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Os trabalhadores utilizam os EPI`s


obrigatórios
Os trabalhadores utilizam os EPI`s de
acordo com a actividade
Os trabalhadores utilizam os capacetes de
acordo com as cores definidas
Máquinas C NC NA Observações
As máquinas possuem todos os dispositivos
de sinalização e alarme? (aviso marcha-
atrás, pirilampo, extintor)
Todas as máquinas possuem protecção do
operador?
Todas as máquinas são operadas por
profissionais qualificados ou com
experiência?
Todas as máquinas que trabalham no
interior do Túnel possuem catalisador
Todas as máquinas possuem a
documentação legal
Legenda: C-Conforme; NC- Não conforme e NA: Não aplicável

50
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

5 CASO DE ESTUDO – EXECUÇÃO DO DESCARREGADOR DE


CHEIAS COMPLEMENTAR (TÚNEL)

5.1 Introdução

Neste capítulo, pretende-se apresentar a implementação do sistema de gestão de CSO


proposto no capítulo 4, contudo apenas numa parte das atividades que permitem executar o
túnel do DCC, uma vez que na presente data o mesmo ainda se encontra em execução.

Pretende-se demonstrar as atividades a desenvolver pelo CSO, na execução parcial do túnel


propriamente dito, recorrendo a metodologias, técnicas e ferramentas para controlar a
execução das atividades, apoiando-se no DPSS (nos arts.º n.º7 e n.º11.º e nos Anexo II e III do
DL 273/2003), nomeadamente nos Procedimentos Específicos de Segurança (PES),
necessários de acordo com o art.º 7 do DL 273/2003.

Apresenta-se de seguida na figura n.º17 a implantação e localização da empreitada.

Figura 17 – Implantação do DCC da Barragem da Caniçada (Fonte EDP)

Neste enquadramento será enunciada a atividade associada ao trabalho alvo de estudo parcial
“o túnel”, sabendo que nesta data o autor apenas vai apresentar os trabalhos da meia secção
superior do túnel.

51
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Fazendo o enquadrando do sistema tipo de gestão de coordenação de segurança, apresentado


no capítulo 4, o autor vai apresentar no estudo de caso, a sequência das atividades que
competem ao CSO de acordo com o n.º 2 do art.º n.º 19.º e n.º 5 do Anexo III do DL 273/2003,
considerando atividade de “Escavação Subterrânea” propriamente dita.

Contudo não quis deixar passar sem fazer referência, o facto da EDP Produção ter por regra,
antes do início dos trabalhos do túnel, promover uma missa com o padre local, conforme
podemos verificar nas figuras n.º 18 e 19, com todos os intervenientes em obra e população
local, dando a conhecer à população a empreitada numa perspetiva pedagógica. Esta tem
como finalidade abençoar o Túnel e todos os que lá vão trabalhar (alguns trabalhadores são
locais), daí a Santa Barbara estar sempre presente em todos os trabalhos de túneis, uma vez
que é a padroeira dos mineiros.

Figura 18 – Missa realizada antes do início dos trabalhos no DCC Figura 19 – Padre da freguesia abençoar a Santa Barbara e todos
(túnel), na Barragem da Caniçada (Fonte EDP). que nela vão trabalhar (Fonte EDP).

5.2 Regras definidas pela Lei, a implementar antes do início dos trabalhos

De acordo com o art.º n.º7 do D.L. 273/2003, todos os trabalhos considerados de riscos
especiais, têm que ser alvo de Procedimento Específico de Segurança (PES). Ou seja das
atividades aplicáveis ao nosso caso de estudo “Escavação subterrânea”, identificaram-se os
seguintes riscos:
“a) Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento ou de queda
em altura, particularmente agravados pela natureza da actividade ou dos meios utilizados, ou
do meio envolvente do posto, ou da situação de trabalho, ou do estaleiro;

52
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

b) Que exponham os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos susceptíveis de causar


doenças profissionais;(….)
g) Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;
h) Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem riscos derivados
de atmosferas explosivas;
i) De montagem e desmontagem de elementos prefabricados ou outros, cuja forma, dimensão
ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
j) Que o dono da obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de segurança
fundamentadamente considere susceptíveis de constituir risco grave para a segurança e
saúde dos trabalhadores.”.

Daí o autor considerar haver necessidade de ser elaborado um PES para a atividade alvo de
estudo, de acordo com as alíneas a), b), g), h), i) e j) do presente diploma, por estar exposta
aos riscos especiais acima identificados (ver PES no anexo 8.10).

5.3 Regras definidas pelo DO, antes do início dos trabalhos

O DO, de acordo com o caderno de encargos, define algumas condições que são
extremamente importantes para a melhoria e acompanhamento das condições de segurança no
trabalho na empreitada, passando o autor a transmitir de seguida as que entende serem as mais
relevantes:

 Os compromissos expressos na Política de Segurança e no Código de Ética da EDP


reforçam a necessidade de promover uma cultura de boas práticas no âmbito da
prevenção e segurança no trabalho, para atingir de forma sustentada o objetivo “zero
acidentes”. Na persecução deste objetivo, a EDP adotou a exigência de uma
“Formação Básica em Segurança” (FBS) para todos os intervenientes na empreitada
(ver cartão tipo na figura n.º20, que evidência ter realizado a formação). A FBS visa
assegurar aos trabalhadores os conhecimentos suficientes para reconhecerem e se
protegerem dos riscos associados ao meio onde irão desenvolver a sua atividade. Esta
formação, com uma duração mínima de 14 horas, inclui matérias como, direitos e
responsabilidades em segurança e saúde no trabalho, práticas de trabalho seguro,
ergonomia e controlo de riscos no local de trabalho.

53
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

O autor ressalva, que em Portugal poucos DO impõem esta formação de segurança.


Em alguns países europeus foram criados forma criados modelos idênticos a esta FBS
(exemplos da Irlanda – Irlanda- Safe Pass, em Espanha é a Tarjeta profissional de
construcción), sendo que nalguns destes países para entrar nos estaleiros esta formação
é obrigatória.
No caso espanhol ainda acresce o facto de todos os trabalhadores terem formação
específica, entre 10 a 70 horas, sobre os trabalhos que vão desenvolver, situação
em nada igual ao nosso país, pois não existe formação mínima obrigatória.

Figura 20 – Passaporte de segurança (Fonte - Instituto da Soldadura e Qualidade)

 O DO obriga à utilização de cores específicas nos capacetes, permitindo identificar as


chefias de imediato nas frentes de trabalho, apresento alguns exemplos através das
figuras n.º21 a n.º 24:

Figura 21 – Capacete cinzento - Direção obra (Fonte Figura 22 – Capacete branco – CSO/DO/EF (Fonte
EDP) EDP)

54
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 23 – Capacete laranja – Visitante em obra (Fonte Figura 24 – Capacete azul – Condutor manobrador
EDP) (Fonte EDP)

 O DO obriga a que existam 30 conjuntos de EPI’s (desde calçado de segurança,


capacetes e coletes refletores) para visitantes da obra.

 O DO obriga a realização de simulacros semestrais em obra, conforme podemos


verificar nas figuras n.º25 e n.º26 abaixo apresentadas. O autor ressalva, que em
Portugal poucos DO impõem esta medida de emergência. Desta forma os bombeiros
ficam familiarizados com a obra, com os pontos de encontro e acompanhamento da
evolução dos acessos às frentes de trabalho. Trazem a experiência e alertam para
situações relevantes para um melhor, mais rápido e eficaz socorro às vítimas. Este
procedimento reduz o tempo do socorro às frentes de trabalho e aos seus sinistrados,
pode valer a(s) vida(s).

Figura 25 – Simulacro realizado em obra (Fonte EDP) Figura 26 – Simulacro realizado em obra (Fonte
EDP)

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 A EDP audita os seus subcontratados e verifica o funcionamento dos sistemas de


gestão de segurança da EE e da CSO, recorrendo a auditorias semestrais realizadas por
entidades externas.
 O Posto médico, apresentado na figura n.º27, funciona de acordo com o horário da
empreitada, usualmente 24 horas por dia. O autor ressalva, que em Portugal poucos
DO disponibilizam esta resposta imediata à emergência. Este procedimento já terá
salvo com certeza a vida de trabalhadores, bem haja EDP.

Figura 27 – Posto médico em obra (Fonte EDP)

 A existência de um desfibrilador3 no posto médico, apresentado na figura n.º28, a fim


de prestar socorro adequado para paragem cardio-respiratórias. O autor ressalva, quem
em Portugal poucos DO disponibilizam esta resposta imediata à emergência. Este
procedimento já terá poupado a vida de alguns trabalhadores, um bem haja à EDP.

Figura 28 – Desfibrilador portátil presente em obra (Fonte EDP)

3
Em audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família, o presidente da Federação Interamericana do Coração,
Sérgio Timerman, alertou que 85% das mortes súbitas no País acontecem por arritmia cardíaca e, portanto, poderiam ser evitadas com o uso
de um desfibrilador. Fonte: (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/59627.html)
56
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 O DO define que os equipamentos no interior do túnel estão obrigados a estar


equipados com catalisador, pelo que apresentamos de seguida as figuras n.º29 e 30
como exemplos.

Figura 29 - Catalisador nos equipamentos dentro do túnel Figura 30 – Catalisador nos equipamentos dentro do
(Fonte EDP) túnel (Fonte EDP)

5.4 Metodologia, Técnica e Ferramenta da CSO na execução do Túnel

O autor pretende evidenciar a implementação da metodologia proposta no capítulo n.º4, que


pode ser realizada pelos CSO nas suas empreitadas, cumprindo a legislação em vigor.
Apresenta-se de seguida a figura n.º31 que demonstra a saída do túnel.

Figura 31 – Estrutura de saída do túnel (Fonte EDP)

57
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Contudo e conforme transmitido no ponto 5.1. desta dissertação, apenas vai ser alvo de estudo
a atividade de execução da escavação subterrânea da seção superior do túnel. Para que seja
possível realizar esta atividade é necessário garantir a qualidade do ar interior do túnel. Esta
deve permitir que os trabalhadores realizem as suas tarefas sem correrem riscos para a sua
saúde.

5.4.1 Metodologia definida pelo CSO, antes do início dos trabalhos

O CSO definiu um conjunto de regras, com base na sua experiência e na metodologia referida
de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.3 e 4.3.4, que a EE tem que aplicar,
antes do início dos trabalhos, de forma a controlar de forma expedita as empresas, os
equipamentos / máquinas e os trabalhadores, nomeadamente:

1. A EE deve apresentar a documentação dos subempreiteiros (de acordo com o capitulo


4 no ponto 4.3.3) para análise da EF/CSO e aprovação do DO, só depois de aprovado
o subempreiteiro pode entrar em obra (ver modelo tipo no anexo 8.5).

2. A EE deve verificar e controlar a documentação necessária e legal dos


equipamentos/máquinas (de acordo com o capitulo 4 no ponto 4.3.3 e 4.3.9) antes
destas entrarem em obra (ver modelo tipo no anexo 8.6). Devem complementar essa
verificação no terreno, a fim de verificar o estado físico e funcional do equipamento de
acordo com o seu manual.

Após essa confirmação a EE, deve colocar um dístico no equipamento/máquina (deve


estar legível e colado no vidro do equipamento ou máquina, de forma a que seja
visível e não obstrua a operação do manobrador, ver figura n.º 32 e n.º33) a referir que
o equipamento está em conformidade e que já pode trabalhar, caso contrário deve
colocar no equipamento dístico “não conforme” e o mesmo não pode trabalhar até
regularização da situação.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 32 – Dístico colocado no equipamento em Figura 33 – Dístico colocado no equipamento em


conformidade (Fonte EDP) conformidade (Fonte EDP)

De acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.3., a EE deve verificar e


controlar a documentação dos trabalhadores e só após estes terem a documentação
legal em condições, acrescida das formações de acolhimento e específica da atividade
(havendo risco especial), do plano de emergência, é que lhes é atribuído cartão de
identificação, conforme figura n.º 34 (deve estar legível e colado ao capacete) para
entrar em obra, caso contrário será convidado a sair da obra.

Figura 34 – Cartão de identificação colocado no capacete (Fonte EDP)

Desta forma os intervenientes em obra, conseguem de forma simples e eficaz, perceber


se está algum trabalhador em obra, que não tenha sido controlado pela EE ou seja que
não tenha cartão de identificação visível no capacete.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

3. O CSO prevê de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.4 a entrega de um


plano de trabalhos semanal onde este apresente as atividades a executar, fazendo
referencias aos PES para as atividades a realizar. A EE deve enviar o referido plano no
final da semana para a semana seguinte, antes do início dos trabalhos (ver modelo no
anexo 8.12).

4. O CSO prevê de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.4., que sejam
realizados registos de monitorização de segurança periódicos/aleatórios em conjunto
com a EE, no cumprimento do PES de cada atividade de trabalho. No anexo 8.13 é
apresentado um exemplo de um RMP da escavação subterrânea.

5. O CSO prevê de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.3., que sejam
realizados registos de controlo documental aleatórios, no mínimo 1 vez por mês
(ajustável à entrada de mão de obra ou equipamentos em obra) para realizar a
monitorização do sistema de gestão de segurança da EE, sempre em conjunto (EE e
elemento da equipa da CSO), de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.5
e 4.3.9. De acordo com as ações necessárias detetadas a EE tem um prazo curto de
resposta / evidência das constatações a corrigir, caso contrário é solicitada a paragem
da fonte /causa da anomalia.
O exemplo de preenchimento de um relatório de inspeção documental encontra-se
espelhado no anexo 8.9.1.

6. O CSO prevê que sejam realizados relatórios diários da atividade de segurança, que
são enviados diariamente para a EE a fim de estes efetuarem as retificações e
evidenciarem em relatório próprio, de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto
4.3.5. e 4.3.9. O exemplo de preenchimento de um relatório diário da atividade de
segurança encontra-se espelhado no anexo 8.9.2.

7. O CSO prevê que seja realizada uma visita mensal conjunta à obra, sobre a qual é
realizado um relatório designado de inspeção conjunta a fim de realizar a
monitorização do sistema de gestão de segurança da EE, sempre em conjunto
(EE/EF/CSO/DO), sendo atribuído um prazo de resposta com evidências das
melhorias, de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.5. e 4.3.9.. De
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

acordo com as ações necessárias detetadas a EE tem um prazo curto de resposta /


evidência das constatações a corrigir, caso contrário é solicitado “parar” a fonte
/causa da anomalia.
O exemplo de um relatório de inspeção conjunta elaborado pela CSO e com um outro
modelo de resposta da EE encontra-se espelhado no anexo 8.9.3.

8. De acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.4 e 4.3.9, o CSO em sede de


reunião de coordenação de segurança solicita à EE o planeamento das atividades com
um mês de antecedência, de forma a solicitar apresentação de PES atempadamente,
sem que exista a necessidade de impedir o inicio dos trabalhos por falta de PES
aprovados.

5.4.2 Elaboração de PES da escavação subterrânea

Na sequência do art.º n.º7.º do DL 273/2003 anteriormente apresentado, a EE deve então


elaborar um PES para a atividade alvo de estudo “Escavação subterrânea”. Após a elaboração
deve formalizar a sua entrega, para análise do CSO e restantes elementos da sua equipa. Este
procedimento deve seguir a orientação/índice definida no PSS de projeto, contudo caso o
CSO entenda que o mesmo seja complementado com a inclusão de algum
“campo/assunto/tema” na sua estrutura, deve sugerir à EE.

Após análise do PES por parte do CSO (e sua equipa) ao PES, este poderá ter necessidade de
ser melhorado, neste caso o CSO deve enviar um email ou outra forma de registo, com o
conteúdo que pretende que seja alterado, para corrigir ou para incluir no documento.

A EE analisa as propostas e caso concorde com a solicitação da CSO deve corrigir o PES, de
modo a assegurar que todos os riscos, condicionalismos e medidas preventivas sejam
conhecidos e planeados. Desta forma, assegura-se que aquando da realização da formação aos
trabalhadores, estes ficam conhecedores de toda a informação relativa à atividade lhes seja
integralmente transmitida.

Caso a EE entenda que a mesma solicitação não é adequada deve esclarecer/transmitir ao


CSO que aquela situação não irá ocorrer ou não se aplica.

61
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Após a EE ter melhorado o documento, o CSO deve efetuar nova análise ao PES, e, caso
esteja em condições de ser validado tecnicamente pelo CSO.

Esta validação técnica é enviada para o DO por email ou outro sistema de registo, com um
parecer do CSO, em conjunto com o PES devidamente assinado pelas partes envolvidas (EE e
CSO).

Após esta formalização o DO, pode e deve fazer a mesma análise que o CSO efetuou ao PES,
e caso concorde efetua a sua aprovação, enviando um email ou outro sistema de registo de
aprovação do mesmo (com a sua designação, seja um n.º, um nome ou conjunto dos dois) para
a EE com conhecimento ao CSO e EF.

A partir deste momento a EE deve dar formação à gestão da empreitada, aos trabalhadores
envolvidos na atividade e depois iniciar os trabalhos em obra, uma vez que já foram
transmitidos os riscos e medidas preventivas aos envolvidos na atividade (ex: direção técnica,
encarregados, trabalhadores). A EE deve cumprir com o estipulado no PES, e caso pretenda
alterar alguma situação deve propor a revisão do documento.

Nesta sequência e para a realização da escavação subterrânea do descarregador de cheias


complementar (túnel), foi elaborado um PES (que se encontra em anexo 8.6), que foi
analisado e validado pelo CSO e aprovado pelo DO.

A atividade tem que vir descrita no plano semanal de trabalhos, onde evidencia que tem PES
para executar atividade prevista, conforme transmitido no capitulo 4.3.4 e apresentado no
modelo no anexo 8.12., caso contrario o trabalho não pode ser executado.

Posteriormente, acompanha-se no terreno a execução da atividade e implementação, de


acordo com o previsto no PES agora aprovado, fazendo referência ao apresentado no capítulo 4.

5.4.3 Metodologia adotada para a Escavação Subterrânea

No seguimento da metodologia apresentada no capítulo n.º 4, pretende-se fazer a ponte de


ligação com o caso de estudo, ou seja a execução parcial do túnel, sendo este espelhado na
verificação da execução da atividade alvo de estudo, partindo do princípio que não serão
espelhadas todas as referências apresentadas no capítulo n.º4, pois não se consegue
implementar tudo numa só dissertação.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Na figura n.35, apresentam-se os 8 passos do processo construtivo, necessários à realização da


escavação subterrânea, sendo que os diversos passos vão sendo descritos conforme se vai
efectuando a descrição da atividade e as respectivas medidas implementadas.

A escavação subterrânea, na seção corrente, será realizada em duas fases distintas, na primeira
será executada a escavação da parte superior (abóbada) e posteriormente a parte inferior dos
hasteais e soleira.

Figura 35 – Esquema do método de escavação sequencial (MES) [20]

Este método envolve as seguintes etapas [21], que mais à frente são explicadas com mais
detalhe:1 - Implantação topográfica na frente de trabalho;
2 – Furação do maciço rochoso com recurso a “Jumbo”;
3 – Carregamento da frente do túnel com explosivos;
4 – Rebentamento da frente do túnel;
5 - Ventilação do túnel para renovação e monitorização do ar interior;
6 - Rega e remoção dos escombros resultantes do rebentamento;
7- Saneamento mecânico e manual;
8 - Aplicação de pregagens e revestimento com betão projetado.

Na sequência da metodologia adotada, a CSO monitoriza o método construtivo previsto, pelo


que o autor vai fazer a descrição e acompanhamento da atividade de estudo. Nesta fase a CSO

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

já executou análise de riscos do PES previamente ao início dos trabalhos e fez a sua validação
conforme referido no capítulo 4.3.2. (ver modelo no anexo 8.3).

A segurança na execução deste tipo de obras está em grande parte relacionada com o
conhecimento detalhado do tipo de terreno e do seu comportamento à escavação, sendo muito
importante haver sondagens dos terrenos [22].

Naturalmente antes de se iniciar qualquer atividade é fundamental verificar os


condicionalismos que atividade envolve e o seu enquadramento no local.

 Pelo que devem ser garantidas a compatibilização dos trabalhos entre si,
nomeadamente: deve-se garantir que o dimensionamento das pegas de fogo é cuidado
de forma a que não ultrapasse os limites permitidos das vibrações para a barragem,
uma vez que estamos encostados a ela,
 Garantir acessos adequados,
 Garantir a iluminação,
 Sinalização visível,
 O funcionamento adequado dos equipamentos de trabalho,
 Controlar que estejam no local apenas os equipamentos necessários à execução das
atividades,
 Uso de epi’s,
 Caminhos diferenciados,
 Ventilação a funcionar garantindo a renovação e qualidade do ar e monitorizando-o,
 Coordenar a paragem dos trabalhos quando se efetuar os rebentamentos (afastamento
superior a 200m do local),
 Garantir o saneamento das paredes do túnel,
 Garantir o bom estado de utilização das plataformas de trabalhos.

Posto isto, vai-se dar início à descrição das atividades que o do caso de estudo abrange.

5.4.3.1 Implantação topográfica da furação

A frente de trabalho requer a marcação topográfica (conforme ponto n.º 1 da figura


n.º35) de acordo com o plano de fogo, recorrendo à topografia (ex: laser e estação
total), com recurso a uma plataforma elevatória, que deve estar devidamente
estabilizada, e em que o auxiliar de topografia deve amarrar o chicote do arnês de

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

segurança à plataforma elevatória (ver manual parcial no anexo 8.16), conforme


definido no PES. A topografia define os locais de acordo com o definido no plano de
fogo.

Figura 36 – Marcação topográfica da frente escavação Figura 37 – Marcação topográfica da frente escavação
para aplicação do plano de fogo, com auxiliar de para aplicação do plano de fogo, com topografo
topografia na plataforma elevatória, com recurso a arnês devidamente equipado com os EPI’s obrigatórios (Fonte
de segurança devidamente amarrado ao cesto conforme EDP)
manual do equipamento (Fonte EDP)

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:


 Avaliação prévia do local onde vai realizar o trabalho verificar a existência de acessos e
plataformas e que não existe risco de rolamento de materiais.
 Preparação de acessos e plataformas de trabalho.
 Suspensão total de todos os trabalhos aquando da realização dos trabalhos de desmonte
de rocha, com recurso a explosivos a céu aberto nesta frente de trabalho.
 Os trabalhadores têm que se dirigir para os pontos de reunião previstos na Planta de
emergência (figura anexo 8.15 e 8.16).
 Compatibilização dos trabalhos de forma a evitar a ocorrência de atividades
simultâneas, a diferentes níveis no mesmo alinhamento vertical,
 Quando for necessário utilizar a plataforma elevatória garantir a utilização de arnês de
segurança preso à plataforma de acordo com o manual do equipamento.
 No caso de necessidade de utilização de andaimes, verificar que o mesmo se encontra
aprovado para utilização (dístico de aprovação de andaime).

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Utilização de EPI’s obrigatórios acrescido arnês quando necessário.

Nas figuras n.º36 e n.º37 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo
com o referido.

5.4.3.2 Furação com recurso a máquina de perfuração designada por “Jumbo”

Relativamente ao processo construtivo previsto “Drilling” ou seja perfuração (conforme


ponto n.º 2 da figura n.º35), consiste na furação da frente de escavação, esta é realizada com
recurso ao equipamento previsto designado por “Jumbo” e com auxílio de uma plataforma
elevatória (de acordo com manual apresentado parcialmente no anexo 8.16), esta deve estar
devidamente estabilizada, na sequência do que está descrito no PES aprovado. A furação é
efetuada com recurso a um sistema de arrefecimento da broca de furação, com recurso a via
húmida, o que permite minimizar a emissão de poeiras.

Figura 38 – Exemplo de um Plano de fogo para a furação Figura 39 – Plano furação tipo da escavação com
do túnel com recurso a explosivos (Fonte EDP) explosivos, varia a localização da caldeira [23]

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 40 – Furação do túnel com recurso a Jumbo de 3 Figura 41 – Furação do túnel com recurso a Jumbo de 1
braços (Fonte EDP) braço (Fonte EDP)

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:

 Não permitir a permanência dos trabalhadores no raio de ação dos braços de


equipamento de perfuração, nem estar posicionado junto à frente do maciço
que está a ser furado.
 Trabalhar sempre a partir da zona já saneada e com contenção primária de
avanço já executada de acordo com a avaliação geológica/ geotécnica para
minimizar o risco de queda de blocos em cima de trabalhadores ou
equipamento.
 Fazer inspecções regulares ao túnel escavado para detectar alguma
possibilidade de desprendimento de blocos ou pedras e/ou zonas
eventualmente instáveis.
 Garantir a contenção imediata de zonas instáveis delimitando e restringindo
o acesso apenas a pessoas autorizadas.
 Verificação e manutenção adequada dos componentes dos martelos e das
mangueiras sobre pressão, assim como os acessórios de ligação.

 Utilizar luvas para amortecer vibrações durante o uso do martelo


pneumático.
 Fazer a rotação dos trabalhadores que estão a executar a furação com
martelo pneumático.
 Furação realizada por via húmida para minimizar a emissão de poeiras.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Avaliar e inspeccionar a frente escavada para verificar se há detonações


falhadas.
 É expressamente proibido o carregamento e furação de furos anteriores.
 Na mudança de vara manual, o manobrador da máquina só executa a rotação
do mecanismo após comprovar que os trabalhadores que o apoiam já
retiraram as mãos para fora das partes ativas do órgão a ser accionado.
 Utilização de arnês de segurança amarrado ao cesto do equipamento de
elevação de pessoas (ver figura 41).
 Apoiar os materiais na plataforma de modo a não serem os trabalhadores a
carregar os mesmos.
 Utilizar os equipamentos de transporte adequados às cargas a transportar

Nas figuras 38 a 41 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo com o
previsto no PES da escavação subterrânea e contenções primárias aprovado, apresentado no
anexo 8.10.

5.4.3.3 Carregamento com explosivos da frente do túnel

A construção do túnel com recurso a explosivos foi a solução adotada, por razões da
geometria da construção, das características geológicas/geotécnicas do maciço encontrado e
das suas dimensões.
Quando a furação é realizada com recurso ao equipamento de perfuração automática
anteriormente referido, minimiza-se os riscos do furo ficar com irregularidades no seu
carregamento, permitindo que o trabalho subsequente seja realizado com menos problemas
(ex: carregamento de explosivos é mais seguro, e por sua vez o furo não impõe falhas no
rebentamento).
Esta atividade designada por “Charging” ou carregamento (conforme ponto n.º 3 da figura
n.º35) começa assim que terminam todas as tarefas anteriores na frente de trabalho e quando o
plano de fogo é aprovado pela EF em parceria com o DO, uma vez que é necessário alertar a
centro de produção Cávado-Lima para monitorizar a barragem sempre que exista um
rebentamento em obra, a fim de aferir se a estrutura da barragem não fica debilitada face às
vibrações transmitidas pelos rebentamentos às estruturas da barragem (ex: açude e barragem
propriamente dita).

68
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

O carregamento é então iniciado conforme definido no diagrama / plano de fogo (de acordo
com a figura n.º 38 anteriormente apresentada), dimensionado para o avanço que se pretende.

O explosivo é aplicado conforme fotografia n.º42 e é utilizado na frente de trabalho com a


emulsão a granel, que é transportado para a frente de trabalho com recurso a camião, com um
depósito em cima, que por sua vez bombeia a emulsão para dentro dos furos e ao mesmo
tempo faz a mistura com outros componentes que a torna mais eficaz e explosiva, conforme
podemos constatar na fotografia n.º43 a seguir apresentada.

Figura 42 – Carregamento com recurso a explosivos Figura 43 – Carregamento com recurso a emulsão do
na frente do túnel (Fonte EDP) túnel, conforme plano de fogo aprovado pela EF (Fonte
EDP)

Após um curto período do carregamento a emulsão sofre uma pequena reação e expande-se na
sua totalidade, só depois é que se ligam os detonadores eletrónicos (detonador protegido por
um sistema eletrónico, pois a inflamação do filamento percorrido por uma corrente elétrica, só
acontece quando um fusível (chip) contido no detonador dá informação que aquela peça com
um código único pode disparar) aos furos carregados, recorrendo aos ligadores que atribuem
uma determinada temporização (esta vem definida no próprio plano de fogo).

Os detonadores utilizados são do tipo eletrónicos, sendo considerados os mais seguros que se
pode utilizar nos dias de hoje. Consideram-se intrinsecamente seguros, pois são insensíveis a
correntes espúrias e o sistema é defendido por um chip que só pode ser acionado por uma
determinada “blast box” ou caixa iniciadora/promove o rebentamento, que recebe informação
69
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

de um determinado aparelho de comando no qual este reconhece o seu / data “logger” ou


registo dados padrão / personalizado. Além disso permite disparos remotos (à distância), até 2
km, protegendo o homem que procede ao disparo de projeções.
Devem ser cumpridos os horários de fogo pré definidos, de acordo com o sinal apresentado
na figura n.º 95.

Pretende-se realçar, que os operadores de fogo devem ter cédula profissional de acordo com o
n.º 3 do art.º n.º 85.º do Decreto-Lei n.º 162/90 [24], que faz referência a “que a manipulação
e emprego de produtos explosivos só podem fazer-se por pessoal habilitado com cédula de
operador”, assim como também é referido no capítulo IV, n.º1 do art.º 30 do DL 376/84 [25].
Apresenta-se de seguida um modelo de uma cédula de operador de fogo nas figuras n.º 44 e
n.º45 abaixo apresentadas.

Figura 44 – Cédula de operador de explosivos Figura 45 – Verso da cédula de operador de explosivos

A cédula de operador de substâncias explosivas, apresentada na figura acima, tem validade de


5 anos, conforme referido no n.º7 do art.º30 do DL 376/84.
Esta situação é muito relevante e de salientar, uma vez que para se cumprir com esta descrição
todos os envolvidos nesta operação, devem ter cédula de operador de explosivos, seja para o
transporte, armazenamento, para a preparação das cargas, para o enchimento dos furos, para o
carregamento, para as ligações e para o rebentamento devem ter a cédula referida.

O processo de obtenção das cédulas de operador é um pouco moroso (ex: mínimo de 2 a 3


meses). Entre outras etapas, compreende a investigação individual que o departamento
policial tem de levar a cabo relativamente aos pretensos encartados, para averiguar o seu

70
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

comportamento social, a fim de perceber se é uma pessoa de bem, que não se envolve em
conflitos, e só posteriormente é que o trabalhador vai realizar o exame de aptidão à cédula de
fogo (a aprovação ou não no exame é condição sine qua non para a obtenção da referida
cédula).
Apresenta-se de seguida na figura n.º46 um trecho do manual de qualidade, ambiente e
segurança da EE, onde faz referência ao uso de explosivos ser exclusivo para encartados.

Figura 46 – Carregamento com recurso a explosivos na frente do túnel (Fonte: Mota Engil)

Carregamento da frente de escavação, com recurso a emulsão a granel e detonadores


eletrónicos.
Os trabalhos realizam-se com recurso a plataforma de trabalho e os trabalhadores têm que
usar arnês devidamente amarrados ao cesto da plataforma. Apresentamos uma parte de um
manual de uma plataforma elevatória/cesto (de acordo com manual apresentado parcialmente
no anexo 8.16), que deve estar devidamente estabilizada, na sequência do que está descrito no
PES aprovado.

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:


 Devem trabalhar sempre a partir da zona já saneada e com contenção primária de
avanço já executada de acordo com a avaliação geológica/ geotécnica para minimizar
o risco de queda de blocos em cima de trabalhadores ou equipamento.
 Fazer inspecções regulares ao túnel escavado para detectar alguma possibilidade de
desprendimento de blocos ou pedras e/ou zonas eventualmente instáveis.
 Garantir sempre, de acordo com a equipa de geologia, a frente com a contenção
primária de avanço colocada.
 Fazer inspecções regulares ao túnel escavado para detetar alguma possibilidade de
desprendimento de blocos ou pedras.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Garantir a contenção imediata de zonas instáveis delimitando e restringindo o acesso


apenas a pessoas autorizadas.
 Não deixar sem contenção primária, uma frente cujo maciço se encontra muito
deteriorado e em risco de derrocada, nomeadamente nas zonas de falha.
 Na utilização do cesto da multifunções para apoio à actividade, respeitar a carga
máxima estabelecida pelo fabricante e o número máximo de trabalhadores.
 Utilização de arnês de segurança amarrado ao cesto do equipamento de elevação de
pessoas.
 Acondicionar correctamente os materiais garantindo a respectiva estabilidade de forma
organizada, mantendo livres e desimpedidos os acessos e caminhos de circulação.
 Transportar os detonadores e cordões detonantes separado do resto dos explosivos.
 Acondicionar correctamente os explosivos e respectivos acessórios na frente de
trabalho apenas imediatamente antes da sua aplicação.
 Antes do início do carregamento deverá ser garantido que no local só se encontram
pessoas autorizadas e habilitadas.
 Movimentar e manusear os explosivos e acessórios conforme indicação do
responsável de fogo, respeitando as fichas de dados de segurança do produto.
 Garantir que as ligações ao disparador só se fazem no momento da detonação
mantendo até lá os fios em curto-circuito.
 É proibido durante o carregamento e manuseamento dos explosivos utilizar objectos
cortantes em aço ou outros objectos que possam provocar faíscas, fumar ou fazer lume.
 O atacamento será feito com varas de madeira ou PVC (material não susceptível de
provocar faíscas).
 Toda a operação de carregamento, ligação da pega, detonação e inspecção de
detonações falhadas, é executado pelo operador de substâncias explosivas
devidamente credenciado e com experiência para executar esta actividade.
 Após o carregamento, o operador de explosivos juntamente com o encarregado
(também encartado) de frente, farão uma verificação final meticulosa do trabalho
executado no sentido de detetar e corrigir qualquer defeito ou omissão que possa pôr
em causa a explosão total ou parcial da pega.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 O encarregado de frente, o operador de explosivos e o técnico de segurança


certificam-se que todos os trabalhadores se encontram de fora do túnel e seja
respeitando o perímetro de segurança na frente livre do túnel.
 O acesso será balizado fisicamente por corrente de PVC e sinalização de interdição de
acesso.
 Garantir um trabalhador vigilante que garanta a interdição de acesso ao túnel durante a
detonação (num raio de 200m).

Nas figuras 42 e 43 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo com o
previsto no PES da escavação subterrânea e contenções primárias aprovado, apresentado no
anexo 8.10.

5.4.3.4 Rebentamento da frente do túnel

O momento que permite o avanço do túnel chega agora ao seu culminar com rebentamento,
designado por “Blasting” (conforme ponto n.º 4 da figura n.º35). Não antes de se garantir
todos os procedimentos de segurança, nomeadamente:

O rebentamento não pode ser efetuado sem que o Centro de produção da EDP informe que
podem proceder ao rebentamento, este circuito de informação é transmitido para a obra. O
DO, em caso afirmativo (isto é, de não existir qualquer condicionalismo transmitido do centro
de produção) transmite à EE que pode dar o rebentamento. Logo que esteja pronta a pega de
fogo, inicia-se o processo de evacuação da frente, lembrando que devem cumprir com os
horários pré-definidos, colocar a sinalização na frente de trabalho, fechar o acesso, dar os
toques de informação de rebentamento audíveis, avisar a vizinhança e proteger a pega de
projeções, quando necessário.

73
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 47 – Ligação dos explosivos entre si com recurso Figura 48 – Proteção superficial da boca do túnel para
aos detonadores eletrónicos para rebentamento e proceder ao rebentamento (Fonte EDP)
respetivo avanço do túnel (Fonte EDP)

Figura 49 – Sinalização de perigo zona de rebentamento Figura 50 – Evacuação dos trabalhadores cumprindo a
de explosivos (Fonte EDP) distância de segurança 200m (Fonte EDP)

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 51 – Rebentamento com recurso a explosivos [26] Figura 52 – Rebentamento com recurso a explosivos
(Fonte: EDP)

Nas figuras 44 a 49 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo com o
previsto no PES da escavação subterrânea e contenções primárias aprovado, apresentado no
anexo 8.10.

Para que o rebentamento aconteça são adotadas algumas medidas, que se apresentam de
seguida:

 Cumprir com um perímetro de segurança adequado (mínimo 200m), do qual serão


evacuados, com a devida antecedência, trabalhadores, equipamentos e pessoas
estranhas à obra. O perímetro de segurança poderá abranger toda a exploração do
estaleiro, incluindo a vizinhança. (ex: caminhos de circulação rodoviária, pedonais,
habitações), para locais protegidos, como pontos de reunião ou de encontro definidos
na planta de estaleiro e planta de emergência (apresentados no anexo 8.15 e 8.16),
criteriosamente selecionados.
 Todos os acessos ao interior deste perímetro serão impedidos por sinaleiros
identificados ou em último caso pelo responsável pelo disparo, procedendo-se ao corte
das vias de circulação internas e externas previstas no perímetro de segurança.
 Após terem sido verificadas as condições de segurança no perímetro estabelecido,
engenheiro de frente, encarregado de frente e técnico de segurança, iniciam a
sinalização sonora de início de pega (3 sinais sonoros longos, 2 sinais sonoros longos

75
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

após 5minutos e 1 sinal sonoro longo após 30 segundos), ligando-se de imediato o


circuito ao detonador.

Após cumprimento destes pressupostos, é dada ordem de fogo pelo responsável das operações
via rádio e/ou telemóvel (em caso de falha do rádio) e acionado o detonador por pessoa
habilitada com cédula de operador de explosivos.

Figura 53 – Esquema implementado com recurso aos sinais sonoros a efetuar antes do rebentamento (Fonte: PES Mota Engil)

O responsável pelo rebentamento verifica no painel de controlo dos detonadores eletrónicos,


se o rebentamento foi ou não completo.

Figura 54 – “Blast Box”, caixa de controlo dos rebentamentos com painel de controlo (Fonte EDP)

76
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

De seguida o operador de fogo vai à frente de trabalho verificar se deteta algum


local/detonador que possa não ter rebentado, e caso não tenha rebentado algum, não é dado o
último sinal sonoro a dizer que o rebentamento foi concluído pelo que o perímetro de
segurança se mantém, até à resolução da situação.
Existem várias soluções para tentar remover o explosivo de um tiro falhado, nomeadamente:
 Tentar ligar o explosivo ou detonador novamente e proceder a novo rebentamento;
 Limpar o furo com recurso a ar comprimido;
 Limpar o furo com recurso agua;
 Limpar o furo com material não metálico, preferencialmente uma vara de madeira,
cuja ponta tenha um parafuso sem fim (tipo “saca rolhas”) de forma a tentar enroscar
no explosivo e assim conseguir retirá-lo do furo (tipo retirar a rolha do gargalo de uma
garrafa);
Caso não sejam detetados tiros falhados, o encartado transmite via rádio/telemóvel que podem
dar a frente como livre e em condições de se prosseguir os trabalhos ou seja é dado o último
toque a libertar a frente de trabalho e assim todos os trabalhadores podem regressar para a
frente de trabalho.

5.4.3.5 Ventilação do túnel


Após o rebentamento dos explosivos, inicia-se a “Ventilation” (conforme ponto n.º 5 da
figura n.º35) colocando-se o ventilador a funcionar durante 15 minutos e conforme a
visibilidade da renovação do ar e da sua monitorização, será dada permissão para iniciar os
processos seguintes.
Um sistema de prevenção eficaz, que evite a exposição dos trabalhadores aos diferentes
contaminantes garante uma salvaguarda da saúde dos mesmos [27].

77
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 56 – Ventilação após rebentamento no interior


Figura 55 – Implementação de ventilação (Fonte: EDP)
do túnel (Fonte: EDP)

Claro que devido à libertação de gases dos explosivos e para manter as condições da
qualidade do ar no interior do túnel, é necessário renovar o ar do túnel, recorrendo a um
sistema de ventilação, que foi previamente dimensionado de forma a garantir a velocidade de
retorno do ar, entre 0,5 m/s e 1,5 m/s, de acordo com DL 162/1990[24] .

No que se refere à velocidade do ar, de acordo com o definido no art.º 77.º do DL162/90, em
trabalhos subterrâneos deve estar compreendida entre 0,2m/s e 8m/s, pelo que o sistema de
ventilação tem que cumprir este princípio.

5.4.3.6 Monitorização Gases

Após a garantia de que o rebentamento ocorreu e não existem riscos associados aos
explosivos são libertados gases perigosos (exemplos: monóxido de carbono, metano, dióxido
de carbono, fumos nitrosos) que provocam uma atmosfera perigosa [28], factor pelo é
fundamental o processo de monitorização da qualidade do ar interior do túnel.

Contudo, deve ser garantido o cumprimento dos valores limites de exposição definidos na
legislação, resumidos na tabela n.3 que a seguir se apresenta:

78
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Tabela 6 – Máximos admissíveis de acordo com a NP 1796:2014 [29]

Agente VLE - MP Efeitos biológico Situação de trabalhos

CO 25 ppm Carboxihemoglobinemia Remoção do escombro

CO2 5000 ppm Asfixia Remoção do escombro

NO2 3 ppm Irritação TRS, Trato Respiratório Explosivos


Inferior

NO 50 ppm Afetação Sistema Nervoso Central Explosivos


Efeito Hematológico
Lesão embrio-fetal

Sílica 0,025mg/m3 Fibrose pulmonar Perfuração


Cancro do pulmão Escavação

No que diz respeito ao O2, deve-se garantir que não passa abaixo de 19,5% nem acima de
23,5% do volume de O2. Será efetuada a evacuação dos trabalhadores sempre que os valores
de O2 estiverem acima ou abaixo dos limites referidos.

Apresenta-se na figura n.º57 o equipamento que é utilizado para efetuar a monitorização dos
gases no interior do túnel.

Figura 57 – Medidor multigás IBRID MX6

Em função dos resultados obtidos poderá haver necessidade de aumentar o tempo de


ventilação para renovação do ar no túnel. Na figura n.º58 abaixo é possível verificar a

79
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

realização da monitorização estabelecida em obra. A Técnica de Segurança e saúde trabalho


recorreu a uma máscara com proteção especifica para túneis. Esta classificação está
relacionada com os níveis de desempenho de filtragem e que significa “Filtering Face Piece”
(FFP3) ou seja máscara descartável sem manutenção e cujas características definem que a
máscara filtra 99% de partículas sólidas e liquidas, durante o procedimento de monitorização,
que é registado conforme se pode verificar no modelo apresentado na figura n.º59, ficando
este registo afixado à entrada do túnel.

Figura 58 – Monitorização dos gases no interior do túnel Figura 59 – Registo da monitorização dos gases no interior

após o rebentamento com explosivos (Fonte: EDP) do túnel (Fonte: EDP)

O sistema de ventilação e renovação do ar no interior do túnel, deveria ser automático e a


monitorização, devia transmitir os dados para um painel, que nos indica-se os valores da
monitorização, transmitindo o verde se estivesse ok, e o vermelho se não pudéssemos entrar ().

5.4.3.7 Rega dos escombros

A rega do escombro a seguir apresentada na figura n.º 60 e 61, desempenha duas funções
importantes no que diz respeito às poeiras, primeiro diminui a sua propagação e segundo a
água elimina a possibilidade de rebentamento acidental das emulsões (explosivos) porque a
torna inócua.

80
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 60 – Rega dos escombros (Fonte: EDP) Figura 61 – Rega dos escombros (Fonte: EDP)

Atividade está a desenvolver-se de acordo com o previsto no PES da escavação subterrânea e


contenções primárias aprovado, apresentado no anexo 8.10.

5.4.3.8 Remoção dos escombros

Este processo (apresentado nas figuras n.º62 e 63) promove a remoção e transporte do
material sobrante e é designado por “Mucking” (conforme ilustrado ponto n.º 6 da figura
n.º35), sendo caracterizado por remover o material oriundo do rebentamento e posteriormente
transportado para a escombreira. Como já se referiu anteriormente, os equipamentos que
circulam dentro do túnel devem estar munidos de catalisadores (ver figuras n.º64 e 65). Na
escavação, a mudança brusca para material de pior qualidade, por exemplo devido à
existência de falhas, pode provocar abatimento, deslizamento, soterramentos ou
esmagamentos, mesmo que não aconteçam acidentes ou incidentes poderá haver a
necessidade de alterar o processo construtivo [30]. Citando Terzaghi “…a geologia, mais que
qualquer outro factor, determina o grau de dificuldade e o custo de uma obra subterrânea.”
[31].

81
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 62 – Remoção do escombro proveniente do Figura 63 – Remoção do escombro proveniente do


rebentamento com recurso a giratória com grade de proteção rebentamento com recurso a Dumpers (Fonte: EDP).
no vidro dianteiro (Fonte: EDP).

Figura 64 - Catalisador assinalado na giratória no túnel Figura 65 – Catalisador assinalado no Dumper no túnel
(Fonte: EDP) (Fonte: EDP)

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:


 Equipamento de combustão com filtro catalítico em bom estado de funcionamento;
 Garantir a ventilação do túnel;
 Inexistência de trabalhadores no raio de ação dos equipamentos.
 Acondicionar correctamente o escombro, na caixa do equipamento de transporte
assentando as pedras para evitar a sua queda durante o transporte.
 O equipamento deve possuir grelha de protecção frontal.

82
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

 Durante a remoção do escombro, proceder à observação contínua da escavação com o


objectivo de detetar eventuais calos, zonas com má fracturação e possíveis restos de
explosivos.
 Em caso de descoberta de explosivos deverá ser interrompido de imediato os trabalhos
e a circulação.
 Balizar, sinalizar e assegurar a guarda da zona e informar o técnico responsável pelos
trabalhos e a direcção de obra.

Atividade está a desenvolver-se de acordo com o previsto no PES da escavação subterrânea e


contenções primárias aprovado, apresentado no anexo 8.10.

5.4.3.9 Saneamento mecânico e manual

Após a remoção dos escombros inicia-se a “Scaling” ou seja o saneamento (conforme ponto
n.º 7 da figura n.º35), pode ser manual ou com recurso a máquina com martelo a auxiliar o
saneamento. Para que os restantes processos de trabalho dentro do túnel não sejam
condicionados à existência de pedras em risco de queda nos trabalhadores, é necessário
identificá-las e removê-las logo que possível, por forma a evitar queda de materiais sobre
máquinas, ou ainda mais grave, sobre trabalhadores. Na figura n.º66 e 67 apresentam-se as
duas metodologias adotadas para sanear o túnel. Na figura n.º68 apresentamos uma solução de
proteção para a queda eventual de materiais, situação não implementada em obra,

Figura 66 – Saneamento mecânico, reduz a exposição do Figura 67 – Saneamento manual dos escombros do túnel
trabalhador à queda de materiais (Fonte: EDP). com recurso a plataforma elevatória (Fonte: EDP).

83
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:


 O saneamento será iniciado após a confirmação do rebentamento da pega completa, e
da ventilação/renovação do ar na frente de trabalho;
 Durante a realização do saneamento mecânico estará presente na frente de trabalho, o
condutor manobrador que opera o equipamento de trabalho com grelha de protecção
frontal.
 Posicionar a plataforma elevatória fora do alcance dos blocos que estão a ser saneados.
 Apenas manter na cesta do equipamento de elevação, a carga para o qual está
dimensionado pelo fabricante do equipamento e o número máximo de trabalhadores.
 Utilização do arnês de segurança preso à cesta do equipamento de elevação (figura 67).
 Utilizar preferencialmente meios mecânicos em detrimento do saneamento manual.

A atividade está a desenvolver-se de acordo com o previsto no PES da escavação subterrânea


e contenções primárias aprovado, apresentado no anexo 8.10.

Apresenta-se uma solução alternativa na figura n.68, cuja plataforma elevatória contém
proteção anti queda de matérias, com pala mais curta de forma a permitir a proximidade com
o local a sanear, devido ao tamanho vara para sanear.

Figura 68 – Saneamento manual do escombro com recurso a


proteção anti queda de materiais [32]

84
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

5.4.3.10 Aplicação de pregagens tipo Swellex

O método consiste na aplicação de pregagens tipo “swellex 4 ” conforme a definição dos


parâmetros de projeto, designada por “Bolting” (conforme apresentado no ponto n.º 8 da
figura n.º35).
Para a colocação das swellex, conforme apresentado nas figuras n.º 69 e 70, são realizados
furos no maciço rochoso com as profundidades necessárias ao comprimento efetivo destas.
Os furos deverão ser limpos de todos os fragmentos de rocha solta procedendo-se de seguida à
sua colocação.
Com recurso a bomba apropriada, é injetada água a alta pressão na pregagem, provocando a
expansão do tubo de aço que adere à superfície do furo.

Figura 69 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte: Figura 70 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte:
EDP) EDP)

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:

 Posicionar a plataforma elevatória fora do alcance dos materiais que estão a manusear.
 Apenas manter na cesta do equipamento de elevação, a carga para o qual está
dimensionado pelo fabricante do equipamento e o número máximo de trabalhadores.
 Utilização do arnês de segurança preso à cesta do equipamento de elevação (figura 69).
 Utilizar preferencialmente meios mecânicos em detrimento do manual.

4
Pregagens tipo swellex - O funcionamento destas baseia-se na resistência conferida pela fricção entre a pregagem e o maciço rochoso em
contacto com a mesma, estas foram desenvolvidas pela Atlas Copco [33] entre 1977 e 1980. A pregagem entra em funcionamento após a
expansão do tubo de aço, até entrar em contacto com o maciço rochoso, funcionando assim por fricção. Esta expansão deve-se à introdução
de água a grande pressão, cerca de 30 MPa, no interior do tubo.
85
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

A atividade está a desenvolver-se de acordo com o previsto no PES de execução de pregagens


aprovado, contudo este não foi introduzido em anexo, devido ao número de páginas
necessárias, pelo que não foi apresentado no anexo 8.10.

5.4.3.11 Projeção de betão com fibras no túnel

Os métodos de escavação convencionais eram a forma mais económica de realizar escavações


subterrâneas em solos rochosos, onde a escavação por meios manuais não era exequível.

O MES foi utilizado na Áustria entre os anos 50 e 60, tendo o nome sido “apelidado” como
NATM no XIII Colóquio de Geomecânica, em Salzburgo, em 1962 [34] com objetivo de o
distinguir do antigo método adotado da Áustria.

Rabcewicz, descreveu em 1964, que o método “abrange aplicação de uma faixa fina de betão
projetado no suporte da escavação o mais depressa possível, de forma a criar um arco auxiliar,
sendo a deformação do terreno uma função do tempo até se atingir o equilíbrio” evitando a
descompressão do terreno.

A aplicação do betão projetado, conforme se pode verificar através das figuras n.º 71 e 72,
designada por “Shotcreting” é efetuada com recurso a equipamento de projetar betão,
conforme ponto n.º 8 da figura n.º35 evidenciado nas figuras n.º71 e 72. Sendo o betão
projetado um dos suportes mais utilizados na construção de tuneis, e tem uma ação de
confinamento. Aplicação de sucessivas camadas de betão projetado, associados rede metálica
ou às fibras metálicas, são consideradas uma metodologia favorável no controlo das
convergências em túneis [23], sendo que empreitada temos uma equipa que acompanha estes
trabalho e os monitoriza.

86
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 71 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP) Figura 72 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP)

Recomendações, para atividade ou medidas preventivas:

 Posicionar o manobrador fora do raio de ação da projeção das fibras;


 Garantir a utilização de mascara FFP3, conforme figura n.º58;
 Garantir a utilização dos EPI’s obrigatórios.

A atividade está a desenvolver-se de acordo com o previsto no PES de betão projetado


aprovado, contudo este não foi introduzido em anexo, devido ao número de páginas
necessárias, pelo que não foi apresentado no anexo 8.10.

5.4.3.12 Instrumentação e observação de estruturas

Para monitorização e acompanhamento do comportamento das estruturas, existe um sistema


de observação que é constituído pelo plano de instrumentação e plano de observação, os quais
são monitorizados e sempre que se aproximem dos valores de alerta, é efetuada informação
aos responsáveis da Fiscalização e da CSO.

Dispositivos e metodologia de observação


Passa-se a apresentar alguns exemplos de aplicação de dispositivos de observação no caso de
estudo:

87
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 73 – Esquema dos alvos topográficos que Figura 74 – Secção de Convergência da 1.ª fase de
constituem as secções de convergência e identificação escavação, composta por 3 alvos topográficos. (Fonte:
das cordas. (Fonte: Geoárea, 2015) [35] Geoárea, 2015) [35]

Figura 75 – Alvo Prismático colocado na superfície do Figura 76 – Sismómetro colocado no coroamento da


terreno, na zona de influência do túnel (Fonte: Geoárea, barragem, para controlo de vibrações (Fonte: Geoárea,
2015) [35] 2015) [35]

Estes acompanhamentos são fundamentais para que todos os intervenientes estejam atentos e
alertados para a melhor metodologia de contenção/avanço tipo do túnel e da gestão de
eventuais cedências das estruturas da empreitada. Caso sejam emitidos alertas, a CSO é
avisada de imediato.

5.4.3.13 Coordenar o controlo da correto aplicação dos métodos de trabalho

A coordenação dos trabalhos, conforme referido no capítulo 4 no ponto 4.3.5., é uma das
partes que requer muita atenção por parte de todos os intervenientes em obra, pois por vezes

88
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

podem ser menosprezados e criar problemas adicionais desnecessários. É, portanto, necessária


uma atenção redobrada para que situações conforme as reportadas abaixo, não aconteçam em
obra. No caso a seguir apresentado a EE não cumpriu com o estipulado, tendo sido
determinada a paragem de um dos equipamentos (ex: o do nível superior) de cada uma das
figuras seguintes (ver figuras n.º 77 e 78) de forma a eliminar a sobreposição de tarefas e
consequentemente o risco de queda de materiais sobre os trabalhadores situados no nível
inferior.

É fundamental haver coordenação e planeamento na execução de todas as tarefas em obra.

Figura 77 – Sobreposição de atividades (Fonte EDP) Figura 78 – Sobreposição de atividades (Fonte EDP)

5.4.3.14 Controlo de entradas/ saídas em obra e no túnel

A EE deve garantir o cumprimento do controlo e registo das entradas em obra, conforme


referido no capítulo 4 no ponto 4.3.10. e visível nas figuras n.º79 a 82, cumprindo o disposto
no n.º2 do anexo II do DL 273/2003, seja no estaleiro central ou nos estaleiros secundários
(neste caso, designados por estrutura de entrada, estrutura de saída e escombreira), estes têm
que ser controlados.
No anexo 8.15, apresenta-se uma planta de estaleiro geral, que reflecte toda a empreitada nas
suas diferentes vertentes, estaleiro social, estaleiros de frente, vias rodoviárias, portarias,
escritórios, dormitórios, refeitórios, entre outros.

89
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

No estaleiro central existe um sistema eletrónico de controlo, realizado através de bastões


(figura n.º 80) que fazem o registo direto para um computador que controla e regista as
entradas e saídas em obra.
Nos estaleiros secundários o sistema de registo e controlo funciona com recurso a registo em
papel (figura n.º 81), registando os trabalhadores através dos seus números de registo na
empreitada, sempre que entrem e saiam da obra. É crucial garantir que todos os acessos aos
estaleiros se mantêm fechados sempre que não haja trabalhos a decorrer, para que não sejam
invadidos por terceiros.

Figura 79 – Controlo de entradas no estaleiro central com Figura 80 – Registo de entradas/saída dos trabalhadores no
recurso a cancelas automáticas (Fonte EDP). estaleiro central com recurso ao sistema de “Bastão”
(Fonte EDP). [36] [37]

No túnel o controlo é efetuado por cada trabalhador, sendo cada um responsável pela
colocação do seu cartão (cartões numerados por trabalhador) no painel, quando entra um
trabalhador coloca o cartão como estando “dentro” e depois quando sai do túnel coloca o
cartão no painel no lado de “fora”, conforme apresentado na figura n.º 82.

90
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 81 – Registo de entrada no estaleiro secundário (Fonte Figura 82 – Controlo de entradas/saídas no túnel (Fonte
EDP) EDP).

5.4.3.15 Acessos exteriores e interiores do túnel

A EE deve garantir os acessos às frentes de trabalho, de acordo com o estipulado no capítulo


n.º4 nos pontos 4.3.4., 4.3.5, 4.3.8,conforme disposto na alínea c) do n.º 1 do art.º22 do DL
273/2003, onde se apresentam os acessos da obra (ver acessos na planta existente no anexo
8.15), neste caso iluminados a fim de se ter uma maior percepção dos acessos existentes, seja
dentro ou fora do túnel.

Para que nas situações de emergência, conforme referido na alínea i) do n.º1 do art.º 11 e no
n.º 10 do anexo II do DL 273/2003, seja possível aceder ao túnel rapidamente, estas devem
estar constantemente ligadas (sempre hajam trabalhos), garantindo iluminação de emergência
necessária para aceder às frentes de trabalho para apoio aos trabalhadores e à emergência
médica, seja para socorro ou para evacuação.

Apresenta-se de seguida, as figuras n.º 83 e 84, que espelham a iluminação existente nos
acessos ao túnel e no seu interior.

91
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 83 – Iluminação rodoviária e pedonal dos acessos Figura 84 – Iluminação no interior do túnel, sendo que a cada
ao túnel (Fonte EDP). 25m existe uma lâmpada de emergência (Fonte EDP).

Para que nas situações de emergência exista iluminação e meios de comunicação com o
exterior do túnel, devem garantir a existência de meios que permitam que a emergência
chegue às frentes de trabalho, seja recorrendo a radio de comunicações ou a telemóveis, pelo
que podemos constatar algumas dessas situações através das figuras n.º85 e 86.

Figura 85 – Iluminação de emergência, com recurso a gerador Figura 86 – Radio no interior do túnel para garantir
(Fonte EDP). [32] comunicações de emergência com o exterior do túnel
(Fonte EDP).

Nas zonas de circulação pedonal, sejam exteriores (ver figura n.87) ao túnel ou interiores (ver
figura n.88), são de facto um factor relevante na perspectiva da organização e emergência,
pois permite a diferenciação através da delimitação física dos possíveis veículos de
emergência medica ou bombeiros.

92
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 87 – Zona de refúgio pedonal à passagem de Figura 88 – Caminhos diferenciados: pedonal e rodoviário,
equipamentos (Fonte EDP). e caminhos de cabos separados (ex: Tubagem de
eletricidade por cima e agua por baixo) no hasteal (Fonte
EDP).

5.4.3.16 Meios de emergência e socorro

Para que os meios de alerta e socorro de emergência médica funcionem, periodicamente são
realizadas visitas dos bombeiros locais à obra (assim como com a equipa de enfermeiros
presentes no posto medico da obra), a fim de conhecerem os locais definidos como pontos de
reunião/encontro e os diferentes estados e acessos da obra.

Quando há uma ocorrência, o alerta dos meios de socorro é emitido pela gestão de segurança
da EE, que por sua vez se desloca ao posto médico para encaminhar o enfermeiro de serviço,
munido com os equipamentos abaixo apresentados, para o local da ocorrência. Este está
localizado dentro do estaleiro social da obra e trabalha sempre de acordo com os horários dos
trabalhos a executar em obra (24h por dia, caso seja esse o horário praticado). O posto médico
está provido com os equipamentos necessários de forma a garantir o suporte básico de vida

O posto médico tem vários meios de socorro, conforme podemos constatar através das figuras
n. º89 à n.º92.

93
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 89 – Desfibrilador existente no posto médico (Fonte Figura 90 – Mala de 1ºos socorros existente no posto
EDP). médico” (Fonte EDP).

Figura 91 – Botija de Oxigénio existente no posto médico Figura 92 – Maca rígida existente no posto médico (Fonte
(Fonte EDP). EDP).

O posto médico tem disponíveis EPI’s (ver figura n. 93), para a sua equipa de enfermeiros e
uma lista de telefone com contatos de emergência (ver figura n. 94) ao qual recorre para
transmitir informações relevantes aos intervenientes em obra ou à emergência medica INEM
e aos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho.
Periodicamente os bombeiros de Vieira do Minho vêm fazer uma visita à obra para se
manterem atualizados com os novos acessos, a fim de se prepararem para a emergência, caso
seja necessário.

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 93 – Enfermeiro equipado para entrar em obra e fazer Figura 94 – Contactos de emergência presentes no posto
o socorro à vítima. (Fonte EDP). médico (Fonte EDP).

No anexo 8.15 e 8.16 são apresentadas, respetivamente, a planta de estaleiro e a planta de


emergência a título de exemplo, conforme apresentado no capítulo n.º4 no ponto 4.3.5.

5.4.3.17 Equipamentos de proteção coletiva

De seguida o autor apresenta algumas proteções coletivas, referidas no capítulo n.º4 no


ponto 4.3.5., implementadas em obra para que sirvam de exemplo, nomeadamente:

Sinalização

A condição que estabelece que a sinalização de segurança [45]. é uma componente importante
de prevenção de acidentes de trabalho, nessa medida, deve estar associada aos processos e
métodos de organização do trabalho, onde se espelham as medidas de segurança, sejam
coletivas ou individuais [38].

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 95 – Alerta à população dos horários de fogo (Fonte Figura 96 – Alerta aos trabalhadores que vai haver
EDP). [39] rebentamento, não se aproximar da zona (Fonte EDP).

Proteções colectivas, são apresentadas os designados “guarda corpos” na figura 97, as zonas
de refúgio sinalizadas e delimitadas por “guarda corpos”, conforme figura n.º98.

Figura 97 – Guarda corpos (tracejado a branco e vermelho) Figura 98 – Pontos Moveis Betão e zonas refúgio
(Fonte EDP). trabalhadores, sinalizado (Fonte EDP). [45].

Apresentam-se os caminhos pedonais diferenciados dos rodoviários na figura n.º99 e a


ventilação do túnel apos um rebentamento com a renovação do ar na figura n.º100.

96
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 99 – Separação da zona de circulação rodoviária da Figura 100 – Ventilação para fazer a renovação do ar
pedonal (Fonte EDP) interior do túnel (Fonte EDP)

Refere-se ainda algumas proteções coletivas, como sendo a organização e limpeza das frentes
de trabalho, ligações terra das instalações eléctricas, avisos sonoros e luminosos dos
equipamentos [40].

5.4.3.18 EPI’s no Túnel

No interior do túnel devem utilizar os equipamentos de proteção individuais obrigatórios,


acrescidos do EPI’s recomendados, conforme apresentados nas figuras n.º 101 até à n.º112.

Sabe-se que os EPI’s não evitam acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção
coletiva, pois estes apenas evitam ou diminuem lesões que podem decorrer de acidentes [38].

EPI’s Obrigatórios:

1.

Figura 101 – Capacete de proteção [38]. Figura 102 – Calçado de proteção com palmilha e biqueira
de aço [38].

97
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 103 – Colete refletor [38]. Figura 104 – Uniforme de trabalho [38].

Figura 105 – Arnês de segurança (risco de quedas em altura) Figura 106 – Auriculares (risco de ruido ocupacional)
[38]. [38].

Figura 107 – Mascara de proteção (risco de inalação de poeiras Figura 108 – Óculos de proteção (risco de projeção de
e gases) [38]. partículas) [38].

98
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 109 – Luvas de proteção mecânica (risco de corte) [38]. Figura 110 – Luvas de proteção química (ex: risco de
queimaduras) [38].

Figura 111 – Máscara de respiração semi facial (para proteção Figura 112 – Máscara de respiração semi facial “FFP3”
contra poeiras e gases) [38]. (aplicáveis a trabalhos em túneis) [38].

5.4.3.19 Agua nas frentes de trabalho

Disponibilidade de água para os trabalhadores nas frentes de trabalho, conforme se pode


verificar na figura n.º113, de acordo com o art.º6 alínea g) do DL 390/2002 de 11/04 [41].

Figura 113 – Existência de água nas frentes de trabalho


(Fonte EDP)

99
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

5.4.3.20 Equipamentos de trabalho e apoio

Devem ser verificados todos os equipamentos antes de entrar em obra, conforme referido no
capítulo n.º4 no ponto 4.3.5, a fim de confirmar o seu estado atual de manutenções e das
condições de segurança. Esta verificação inicial deve ser efetuada com o mecânico em
parceria com os TS, garantindo que os sistemas de segurança dos equipamentos funcionam
adequadamente. De seguida apresentam-se as figuras n.º 114 à 117 que são exemplificativas
dessas verificações nos equipamentos.

Figura 114 – Verificação dos equipamentos antes de iniciar Figura 115 – Iluminação rotativa de alerta e luz de marcha
o seu trabalho (Fonte EDP) atrás (Fonte EDP)

Figura 116 – Utilização indevida de escadas de mão ou Figura 117 – Utilização de plataformas de trabalho com
equipamento de trabalho (Fonte EDP). recurso a arnês de segurança amarrado ao cesto da
plataforma (Fonte EDP)

100
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

5.4.3.21 Monitorização Poeiras

As avaliações das poeiras devem ser efetuadas trimestralmente, de forma a minimizar as


consequências destas na saúde dos trabalhadores. Naturalmente que todos os intervenientes se
preocupam com estas avaliações e, mediante, os seus resultados podem ser necessárias
intervenções específicas para as combater. As avaliações têm em conta a concentração de
poeiras totais e respiráveis, e o teor de sílica.

De acordo com o estabelecido no Decreto-Lei n.º 162/90 [24], a concentração máxima


permitida de poeiras respiráveis reflete-se:
Para % de sílica <6% - 5mg/m3
Para % de sílica entre 6% e 25% - 2mg/m3
Para % de sílica> 25% - 1mg/m3
Máximo admissível de poeiras de sílica livre – 0,025 mg/ m3 (NP 1796).

Para as poeiras considera-se (NP 1796):

3 mg/m3 para partículas respiráveis


10 mg/m3 para partículas inaláveis
Máximo admissível para concentração de poeiras totais – 2 mg/m3.

Atividade está a desenvolver-se de acordo com o previsto no plano de monitorização Plano de


Avaliação da Qualidade do Ar para a escavação subterrânea, conforme previsto no DPSS.

5.4.3.22 Ruído

Na empreitada são avaliados trimestralmente os níveis de ruido, conforme figura n.º 118, de
acordo com o Decreto-Lei n.º 182/2006 [42], relativa às prescrições mínimas de segurança e
de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos
(ruído). Este diploma, veio revogar a anterior legislação sobre esta matéria (Decreto-Lei n.º
72/92 [43] e o Decreto Regulamentar n.º 9/92 [44], ambos de 28 de Abril). De acordo com o
plano de monitorização de ruído ocupacional previsto em PSS e seu DPSS.

101
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Figura 118 – Avaliação dos níveis de ruído ocupacional (Fonte EDP)

5.4.3.23 Ferramenta de apoio ao SGCSO

Na sequência do apresentado no capítulo 4 no ponto 4.3.18, serve a tabela n.º7 para de forma
sucinta apresentar os elementos mais relevantes da metodologia, não sendo aqui explorada a
questão da verificação do PES apresentado no caso de estudo, uma vez que este consta do
anexo n.º 8.10, para consulta.

Tabela 7 – Implementação das medidas preconizadas na metodologia e no caso estudo

Documentação C NC NA Observações
Plano de Segurança e Saúde estão De acordo com o D.L 273/2003 art.º 11 e
disponíveis na obra?
X anexo II
Foi dado conhecimento dos mesmos a
De acordo com o Ponto 4.3.4 (ver anexo
subempreiteiros e trabalhadores X 8.4)
independentes?
De acordo com o ponto 4.3.1, ver anexo
A CPAE encontra-se afixada no estaleiro? X 8.2.

Nos casos em que a comunicação prévia De acordo com o ponto 4.3.1


é obrigatória esta encontra-se afixada no X
estaleiro? Não foi alvo do caso de estudo, encontra-
se no anexo 8.2
De acordo com o Ponto 4.3.4
Existe planta de emergência? X
(ver anexo 8.16)
Existe registo de empreiteiros e De acordo com o Ponto 4.3.3 (Ver anexo
trabalhadores independentes?
X 8.5)
De acordo com o ponto 4.3.4 (ver anexo
Planos de trabalho semanal X 8.12)
Registo de controlo aleatório documental De acordo com o Ponto 4.33 (ver anexo
(RIA)
X 8.9.1)

102
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Relatórios diários da actividade de De acordo com os pontos 4.3.5 e 4.3.9


segurança (RAS)
X (ver anexo 8.9.2)
De acordo com os pontos 4.3.5 e 4.3.9
Relatório de inspecção conjunta (RIC) X (ver anexo 8.9.3)
Relatório mensal X De acordo com o ponto 4.3.14
De acordo com o PSS e 5.3.(ver Figuras
Realização de simulacros X
25 e 26)
De acordo com o ponto 4.3.6
Realização de auditórias X
Não foi alvo de estudo
Os trabalhadores receberam formação De acordo com o ponto 4.3.8 ( ver
sobre regras de segurança?
X Figura n.º 20)
Existe um registo das reuniões de De acordo com o Ponto 4.3.4
segurança?
X
Não foi alvo de estudo
De acordo com o ponto 4.3.7 (Ver anexo
Não conformidades X 8.11)
Não foi alvo de estudo
De acordo com o ponto 5.4.3.6 (Ver
Monitorização de gases X figuras 58 e 59)
De acordo com o 4.3.11 e art.º24 do DL
Analise dos acidentes graves X 273/2003, Não foi alvo do caso de estudo
Elaboração do Procedimento Especifico De acordo com o D.L 273/2003 art.º 7
de Segurança (PES)
X ver anexo 8.12
Estaleiro C NC NA Observações
O estaleiro encontra-se devidamente De acordo com o ponto 4.3.10,(ver figura
delimitado? (vedado).
X 79 e ver anexo8.15
O estaleiro encontra-se sinalizado
De acordo com o ponto 4.3.10 e ver
conformidade com o Plano de Segurança X anexo8.15
e Saúde?
Existe termo de responsabilidade da
instalação eléctrica?
X Não foi alvo deste estudo

O estaleiro possui vias de circulação De acordo com o ponto 4.3.10, ver figura
devidamente definidas e assinaladas?
X 99
EPC C NC NA Observações
De acordo com o ponto 5.4.3.17 (ver
Existência de sinalização X figuras 95 e 96)
Existem guarda-corpos colocados a De acordo com o ponto 5.4.3.17 (ver
90cm, 45cm e 15cm de altura
X figuras 97 e 98)
Existência de caminhos pedonais De acordo com o ponto 5.4.3.17 (ver
diferenciados dos rodoviários
X figuras 99)
De acordo com o ponto 5.4.3.5 (ver
Existência de ventilação X figuras 56)
Existência de monitorização do ar no De acordo com o ponto 5.4.3.6 (ver
interior do túnel
X figuras 57, 58, 59 e 100)
Existência de monitorização do ruido De acordo com o ponto 5.4.3.22 (ver
ocupacional
X figuras 118)
EPI C NC NA Observações
De acordo com o PSS e ponto 5.3 (ver
Existem EPI`s para visitantes? X Figura 23)
Os trabalhadores utilizam os EPI`s De acordo com o PSS (ver figuras 36 e
obrigatórios
X 60)

103
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Os trabalhadores utilizam os EPI`s de De acordo com o PSS (ver figuras 42 e


acordo com a actividade
X 58)
Os trabalhadores utilizam os capacetes de De acordo com o PSS e ponto 5.3 (Ver
acordo com as cores definidas
X figuras 21,22,23 e 24)
Máquinas C NC NA Observações
As máquinas possuem todos os
dispositivos de sinalização e alarme? X De acordo com o PSS, ver figura 115
(aviso marcha-atrás, pirilampo, extintor)
Todas as máquinas possuem protecção De acordo com o PSS ver figura114 da
do operador?
X cabine equipamento
Todas as máquinas são operadas por
profissionais qualificados ou com X De acordo com o PSS ver figura 72
experiência?
Todas as máquinas que trabalham no De acordo com o PSS (Ver Figuras 64 e
interior do Túnel possuem catalisador
X 65)
Todas as máquinas possuem a De acordo com o ponto 4.3.3 (ver anexo
documentação legal
X 8.6 e figuras 32 e 33)
Legenda: C-Conforme; NC- Não conforme e NA: Não aplicável

Com a ferramenta apresentada na tabela n.7, consegue-se constatar de forma ágil os requisitos
maiores da metodologia e do caso prático, não esquecendo a melhoria continua das
metodologias, dos sistemas, das ferramentas e técnicas.

104
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

6 CONCLUSÕES

6.1 Considerações finais

Ao concluir este trabalho, o autor acredita ter conseguido cumprir com os requisitos
necessários para a elaboração da presente dissertação. Sabe-se que esta tónica é complexa
para ser toda tratada num documento com esta abrangência, sem se poder alongar na
quantidade de informação.

Relativamente aos objetivos, o autor empenhou-se e considera que se conseguiu transmitir e


divulgar uma metodologia que é transparente e exequível na grande maioria dos casos de
obras de construção civil em Portugal.

Apresentou-se uma metodologia aliada a algumas ferramentas e técnicas de verificação para o


acompanhamento das atividades, que de forma transparente se pode constatar nos diversos
modelos apresentados e figuras ao longo de todo o documento.

Desta forma, ficou claro o método de escavação sequencial (MES), para quem não está
familiarizado com ele, através do caso de estudo apresentado.

A obra do Descarregador de cheias complementar é uma obra complexa e difícil, pelas


condicionantes do relevo que dificultam os acessos e criação de plataformas de trabalho,
criando situações de difícil resolução, combatidas no dia-a-dia em obra.

Este trabalho não foi de fácil realização, por ser um tema que não está muito explorado e que
se revela um pouco sombrio, talvez pelas responsabilidades associadas e a ausência de uma
perfil de competências e formação para os coordenadores de segurança de obra e de projeto.

No futuro, espera-se que se definam as formações para os coordenadores de segurança e as


suas competências, espreitando ao sistema espanhol de registo das ocorrências no “livro de
incidências” que no final da obra é entregue ao “ACT” Espanhol, que poderá dar força e
exercer pressão aos empreiteiros e aos donos de obra, para que não abusem das condições de
segurança no trabalho.

105
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Internacionalmente, já existem aplicações informáticos que dão apoio à gestão e à


coordenação de segurança, com ligação “direta” ao sistema, permitindo acompanhar a
execução da obra e os passos que são dados, sejam boas praticas ou não conformidades.

A metodologia apresentada para efetuar a gestão da coordenação de segurança, pode sempre


ser melhorada e ajustada a cada empreitada, tendo em consideração o volume de trabalhos,
equipas envolvidas, plano de trabalhos, carga de mão-de-obra, equipamentos, e a dimensão
das equipas de gestão de segurança da EE e da coordenação de segurança e saúde em fase de
obra.

O autor considera ter conseguido contribuir para transmitir e elucidar os colegas de profissão
no exercício das funções e responsabilidades do coordenador de segurança na fase de obra, e as
formas de verificação de algumas situações utilizando as ferramentas apresentadas nos
exemplos práticos.

Poderia ser efetuada uma investigação aos acidentes de trabalho ocorridos antes da entrada em
vigor do DL 273/2003 e depois da sua implementação até aos dias de hoje, comparando dados
estatísticos e recolher conclusões, saber se para já valeu a pena exercer atividade de
coordenação de segurança nas obras de Portugal.

6.2 Desenvolvimentos futuros

Para desenvolvimentos futuros, para além do que já foi transmitido, poderá estudar-se a
integração dos sistemas de gestão de coordenação de segurança em obra, e que este englobe a
Fiscalização, considerando um sistema de gestão integrado, uma vez que nesta empreitada,
essa gestão é independente e exclusiva da coordenação de segurança em obra.

Não se pode deixar de fazer referência à função e responsabilidade dos coordenadores de


segurança em projeto, pois espera-se que futuramente se empenhem no seu cumprimento
cabal e profissional, pois muitas das vezes os erros originam acidentes mortais, e algures uma
criança fica sem Pai, é muito grave e deve-se pensar mais e melhor no projeto, sem pressas!

Em obra apercebemo-nos disso todos os dias, e se os princípios gerais de prevenção


estivessem presentes nas suas mentes, muitas situações podiam ser resolvidas ainda no projeto.

106
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] – Estatística de acidentes de trabalho - Fonte: INE, IP, Portugal, 2012

[2] - Decreto 41821, de 11 de Agosto de 1958 - Aprova o Regulamento de Segurança do


Trabalho na Construção Civil.

[3] - Directiva do Conselho nº92/57/CEE, de 24 de Junho de 1992, relativa às prescrições


mínimas de segurança e saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis.

[4] - Decreto-Lei nº155/1995, de 1 de Julho - transpõe para a ordem jurídica interna a


Directiva do Conselho nº92/57/CEE, de 24 de Junho de 1992, relativa às prescrições mínimas
de segurança e saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis.

[5] - Decreto-Lei nº273/2003, de 29 de Outubro- transpõe para a ordem jurídica interna a


Directiva do Conselho nº92/57/CEE, de 24 de Junho de 1992, relativa às prescrições mínimas
de segurança e saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis.

[6] - NP 4397:2008: A normalização portuguesa apresenta os Sistemas de Gestão de


Segurança e Saúde no Trabalho, 2008

[7] - Regulamento de Segurança de Barragens (RSB) que foi transposto através do DL


344/2007 de 15 Outubro

[8] - Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 3/2014, de 28 de
Janeiro

[9] - FERNANDES, Maria, ALFREDO Soeiro, PEDRO Lopes, JORGE Fonte: Ordem dos
Engenheiros – Analise do perfil de competências da coordenação de segurança na construção.

[10] - Fontes: Projecto de Decreto – Lei que regula o exercício da actividade da Coordenação
em matéria de Segurança e Saúde na Construção - Boletim do Trabalho e Emprego - Separata
– Nº2

[11] - Fonte: GEE/ME acidentes de trabalho, 2012

107
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

[12] - Acidentes mortais por área setor de atividade, (Informação atualizada a 29/05/15, site
do ACT)

[13] - RODRIGUES, Fernanda – “Formação dos Coordenadores de Segurança e Saúde na


Construção” “Dissertação, Universidade do Minho, Guimarães, 1999

[14] – TEIXEIRA, José M. Cardoso: “Coordenação de Segurança e Saúde da fase de


construção”, Universidade do Minho- Departamento de Engenharia Civil, Guimarães, 2002

[14a] - ALVES Dias, Luís: Coordenação de Segurança e Saúde na Construção, IST, Lisboa,
2002

[15] - Lei 3/2014 de 28 de Janeiro - Procede à segunda alteração ao regime jurídico da


promoção da segurança e saúde no trabalho, aprovado pela Lei n.º 102/2009 de 10 de
Setembro cuja primeira alteração foi introduzida pela Lei nº 42/2012 de 28 de Agosto.

[16] - Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro – Princípios que visam promover a


segurança, higiene e saúde no trabalho.

[17] - Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho Segundo a Norma OHSAS


18001/NP 4397:2003

[18] FARIA, José - “Gestão de Obras e Segurança” Dissertação de Mestrado; Faculdade de


Engenharia do Porto, Universidade do Porto; Porto, 2010

[19] - SANTOS, José; BATISTA, Maria; PALOS, Fátima; ROXO, Manuel – “Guias Práticos
de Coordenação de Segurança e Saúde no Trabalho dos Empreendimentos da Construção”,
ACT, Lisboa, 2011

[20] - Tender, Manuel; “Guia orientativo para a prevenção de acidentes de trabalho e doenças
profissionais em obras subterrâneas realizadas com método de escavação sequencial”,
Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2014

[21] - BARBOSA, Pedro; Dissertação de Mestrado -”Avaliação de riscos em tuneis


rodoviários extensos e maciços rochosos”; Faculdade de Engenharia do Porto, Universidade
do Porto; Porto, 2008

108
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

[22] – Ferreira, Paulo; GOMEZ, José – “Construção de Tuneis em segurança para terceiros”

[23] – BASTOS, Mário José Nascimento – “A geotecnia na concepção, projeto e execução de


tuneis em maciços rochosos”, Dissertação, Instituto Superior Técnico, Lisboa, 1998

[24] - Decreto-Lei n.º 162/90, de 22 de Maio, Estabelece o Regulamento Geral de Segurança e


Saúde no Trabalho nas Minas

[25] – DL 376/84 de 30/10, O Regulamento dos Estabelecimentos de Fabrico e de


Armazenagem de Produtos Explosivos

[26] - Guidelines for good Occupational Health and Safety practice in Tunnel Construction:
ITA Group Health and Safety in Works; Lausanne, 2008

[27] – CABRAL, Fernando; VEIGA, Rui – “Higiene, Segurança, Saúde e Prevenção de


Acidentes de Trabalho” Unidade 8 – Higiene do Trabalho, Verlag Dashofer – Edições
profissionais, Lda., Lisboa, 2001

[28] - DAVIES, V.J.; TOMASIN, K. – “Construction Safety Handbook”, Tomas Telford,


London, 1996.

[29] - NP 1796:2014-pt: A normalização Portuguesa apresenta uma nova edição da NP 1796 -


Valores Limite e índices biológicos de Exposição a agentes químicos

[30] - JUSTO, João Lourenço – “Obras subterrâneas: Impermeabilizações e drenagens


associadas”, Dissertação de Mestrado, Instituto Superior Técnico, Lisboa, 2004

[31] - MELÂNO, Frederico – “Capitulo 2 – Reconhecimento Geológico e Geotécnico”


Apontamentos da Unidade curricular de obras subterrâneas, ISEL, Lisboa, 2008.

[32] - Safe Working in Tunneling - For Tunnel Workers and First Line Supervision – AITES
Association Internationale des tunnels et de L’Espace Souterrain and ITA – International
Tunneling and Underground Space Association (financed by BG BAU and ITA)

[33] - http://www.Atlas Copco.com

109
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

[34] – Stipek, Wolfgang; Galler, Robert; Bauer, Manfred. 50 years of NATM-experience


reports. ITA – Áustria, 2012

[35] - www.geoarea.pt/

[36] - Martin Vogel and Dr. Med. Irene Kunz- Vondracek; Safety and Health in long deep
Tunneling – Lessons Learned on Swiss transalpine tunnel projects, World Tunnel Congress
2013, Geneva, 2013

[37] – ENGDAHL, Sture – “Health and safety principles, laws and responsibilities, 2013

[38] – Associação Empresarial de Portugal – “Manual de Formação: Higiene e Segurança no


Trabalho” Programa de Formação - PME

[39] - Decreto-Lei n.º 141/95, de 14 de Junho – Estabelece as prescrições mínimas para a


sinalização de segurança e de saúde no trabalho.

[40] - BRAZIL, Luíz Augusto Damesco – Dicas de prevenção de acidentes e doenças no


trabalho” SESI –SEBRAE: Saúde e segurança no Trabalho, Brasília – (2005)

[41] - Portaria390/2002 de 11/04, Promoção da saúde, que concorram para a redução efectiva
do consumo excessivo ou o abuso e o consumo inoportuno de bebidas alcoólicas.

[42] - Decreto-Lei n.º 182/2006, Revoga o DR 9/92 Relativa às prescrições mínimas de


segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos
agentes físicos (ruído).

[43] - Decreto-Lei n.º 72/92, Estabelece o quadro geral de protecção dos trabalhadores contra
os riscos decorrentes da exposição ao ruído durante o trabalho, aplicando-se todas as
empresas, estabelecimentos e serviços, incluindo a administração pública.

[44] - Decreto-Regulamentar n.º 9/92, Regulamenta o Decreto-Lei n.º 72/92, de 28 de Abril


protecção dos trabalhadores contra os riscos devidos à exposição ao ruído durante o trabalho.

[45] – VEIERA, Luis; -“Sinalização de Segurança no Trabalho – Conhecer e Cumprir!”


Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (ISHST); Lisboa, 2006

110
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

[46] - DIAS, Luís Alves e FONSECA, Manuel: Plano de Segurança e Saúde na Construção,
IDICT/IST, Lisboa, 1996

[47] - Ciclo de Shewhart - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_PDCA

[48] - Series cronológicas do gabinete de estratégia e estudo do ministério da economia


2002/2011

[49] - Documentos Consultados autorizados pela EDP:


Elementos contratuais da empreitada de construção do “Descarregador Complementar de
Cheias” na Barragem da Caniçada do Dono Obra (EDPP), estes foram devidamente
autorizados para consulta, desde planos de trabalhos, cronogramas de recursos (ex:
equipamentos, mão de obra), caderno de encargos, projetos de execução, memória descritiva,
plano de segurança e saúde, entre outros relevantes da empreitada, Parada do Bouro – Gerês,
2014-2016.

111
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

112
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8 ANEXOS

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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.1 Declaração tipo de CSO

114
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.2 Comunicação Previa

115
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.3 Validação Técnica

116
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.4 Declaração tipo de adesão ao PSS

117
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.5 Modelo de subempreiteiros

118
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.6 Relatório de recepção de equipamentos

119
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.7 Dístico de equipamento verificado

8.8 Cartão de trabalhador autorizado

120
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.9 Técnicas e Ferramentas utilizadas pela CSO

8.9.1 Relatório de Inspeção Aleatória (RIA)

Verificação documental tipo a empresas e trabalhadores independentes

Verificação documental tipo aos trabalhadores

Verificação documental tipo equipamentos/máquinas

Caso se constate a falta de algum documento a EE deve enviar as evidencias (ex: por email)
dentro do prazo estipulado.

121
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.9.2 Relatório de atividade das condições de segurança (RAS)

Apresenta-se de seguida um exemplo de relatório efetuado pela CSO

122
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Apresenta-se de seguida uma parte de um exemplo de uma resposta da EE ao RAS da CSO.

123
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.9.3 Relatório de inspeção conjunta (RIC)

Apresento de seguida uma parte de um exemplo de RIC realizado pela CSO, lembramos que
neste documento deve constar as pessoas presentes na visita e o prazo definido de resposta ao
mesmo.

124
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

Apresento de seguida uma parte de um exemplo de uma resposta da EE ao RIC, dentro do


prazo definido de resposta.

125
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.10 Plano Especifico de Segurança (PES)

126
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.11 Não conformidade

Exemplo de um incumprimento por falta de controlo de entradas / saídas em obra

127
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.12 Plano semanal de trabalhos

O plano de trabalhos semanal abaixo apresentado, representa um modelo que inclui uma
projeção quinzenal de trabalhos e espelha na coluna da direita os PES associados às atividades
que se prevêem executar nos 15 dias seguintes. Caso não exista PES associado a atividade de
risco especial, esta não pode ser realizada de acordo com o art.º 7 do DL 273/2003.

128
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.13 Registo de monitorização e prevenção

O registo apresentado demonstra a verificação periódica/aleatória/acordada que a CSO efetua


com a EE no acompanhamento da atividade em curso na empreitada.

129
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.14 Manual parcial da plataforma elevatória

Na figura apresentada faz referência ao fato de ser recomendado pelo manual do equipamento
a utilização do arnês de segurança amarrado a ponto específico do cesto da plataforma.

130
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.15 Planta de Estaleiro

Apresentamos de seguida a planta de estaleiro organizada por zonas, com controlo de portaria,
sinalização, caminhos identificados, estaleiro social, dormitórios, localização grua torre, entre
outros.

131
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas

8.16 Planta de Emergência

Apresentamos de seguida a planta de emergência, onde se apresentam os acessos e respetivos


pontos de encontro, com as coordenadas GPS incluídas.

132

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