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Escola de Engenharia
de Segurança em Obra –
Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Pedro Miguel da Costa Real Coordenação
UMinho | 2015
setembro de 2015
Universidade do Minho
Escola de Engenharia
Dissertação de Mestrado
Mestrado em Engenharia Civil
setembro de 2015
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
AGRADECIMENTOS
É com elevada consideração que agradeço ao meu orientador, Prof. João Pedro Couto
(Universidade do Minho), à minha supervisora Eng.ª Ana Rita Costa (EDP) e ao Eng.º Tiago
Ferreira (EDP), aos colegas da equipa da empreitada, pelo apoio, conhecimento e tempo que
me concederam, permitindo assim a realização desta dissertação.
Agradeço à minha esposa Sandra Neves e à minha filha Francisca Neves de Real, toda a
paciência, apoio e tempo que permitiram que lhes roubasse para poder concretizar esta
dissertação, que já perseguia alguns anos.
iii
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
RESUMO
Os sistemas dependem por vezes mais das pessoas envolvidas, do que das empresas que
representam, pois manipulam os sistemas às suas interpretações. A atividade do Coordenador
de Segurança em Obra “depende” da interpretação, percepção e da gestão dos intervenientes
da Entidade Executante.
Tendo por base que a CSO pode ter critérios de análise e interpretação subjetiva é essencial e
desenvolveu-se uma metodologia, baseado na legislação específica e experiencia do autor,
que permite uma orientação no terreno, a fim de averiguar as condições de segurança e saúde
em obra, para o cumprimento das obrigações e responsabilidades inerentes à função e ao
sistema proposto nesta dissertação, apoiado no caso de estudo apresentado.
Os objetivos principais desta dissertação passam por apresentar uma metodologia de gestão de
coordenação de segurança em fase de obra, onde serão apresentadas ferramentas de apoio à
gestão, com recurso a um caso de estudo.
v
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
ABSTRACT
Fatalities indicators by sector of activity in Portugal and abroad, leaving no doubt point to the
construction industry, as the sector with the highest number of deaths associated with the
work.
Safety management at work in Portugal is a complex activity, great persistence is required to
achieve acceptable levels of security in contracts, often fighting with economic and cultural
difficulties of the population and businesses.
The systems rely sometimes more people involved than the companies they represent, because
they manipulate the system to their interpretations. The Safety Coordinator activity in work
"depends" on the interpretation, perception and management of Performer entity involved.
The exercise of safety coordination activity in the construction stage in Portugal is a high
activity responsibility there be relevant to the preparation of this thesis. It is intended this
way, share the experience and address the content developed in this area of knowledge, a clear
and objective manner.
Based on the safety coordination, may have criteria for analysis and subjective interpretation
is essential and has developed a methodology, based on specific legislation and author of
experience, which allows an orientation on the ground in order to ascertain the safety and
health conditions at work, for the fulfillment of the obligations and responsibilities inherent to
the function and system proposed in this work, supported by the case study presented.
Throughout this dissertation, we intend to observe the partial unfolding of CSO activity,
with some scenarios chosen for its development.
The main objectives of this thesis undergo present a security coordination management
methodology in the construction phase, which will be presented tools to support management,
using a case study.
vii
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ..............................................................................................................iii
RESUMO ................................................................................................................................... v
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
ix
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
4.3.10 Assegurar que a EE tome as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro
seja reservado a pessoas autorizadas ................................................................................ 37
5.2 Regras definidas pela Lei, a implementar antes do início dos trabalhos ................... 52
5.3 Regras definidas pelo DO, antes do início dos trabalhos .......................................... 53
5.4.1 Metodologia definida pelo CSO, antes do início dos trabalhos ......................... 58
5.4.3.2 Furação com recurso a máquina de perfuração designada por “Jumbo” .... 66
xii
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
xiii
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
xiv
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
ÍNDICE DE FIGURAS
xv
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 53 – Esquema implementado com recurso aos sinais sonoros a efetuar antes do
rebentamento (Fonte: PES Mota Engil) ................................................................................... 76
Figura 54 – “Blast Box”, caixa de controlo dos rebentamentos com painel de controlo (Fonte
EDP) ......................................................................................................................................... 76
Figura 55 – Implementação de ventilação (Fonte: EDP) ......................................................... 78
Figura 56 – Ventilação após rebentamento no interior do túnel (Fonte: EDP) ........................ 78
Figura 57 – Medidor multigás IBRID MX6 ............................................................................. 79
Figura 58 – Monitorização dos gases no interior do túnel após o rebentamento com explosivos
(Fonte: EDP) ............................................................................................................................. 80
Figura 59 – Registo da monitorização dos gases no interior do túnel (Fonte: EDP) ............... 80
Figura 60 – Rega dos escombros (Fonte: EDP) ....................................................................... 81
Figura 61 – Rega dos escombros (Fonte: EDP) ....................................................................... 81
Figura 62 – Remoção do escombro proveniente do rebentamento com recurso a giratória com
grade de proteção no vidro dianteiro (Fonte: EDP). ................................................................. 82
Figura 63 – Remoção do escombro proveniente do rebentamento com recurso a Dumpers
(Fonte: EDP). ............................................................................................................................ 82
Figura 64 - Catalisador assinalado na giratória no túnel (Fonte: EDP) .................................... 82
Figura 65 – Catalisador assinalado no Dumper no túnel (Fonte: EDP) ................................... 82
Figura 66 – Saneamento mecânico, reduz a exposição do trabalhador à queda de materiais
(Fonte: EDP). ............................................................................................................................ 83
Figura 67 – Saneamento manual dos escombros do túnel com recurso a plataforma elevatória
(Fonte: EDP). ............................................................................................................................ 83
Figura 68 – Saneamento manual do escombro com recurso a proteção anti queda de materiais
[32] ........................................................................................................................................... 84
Figura 69 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte: EDP) ............................................. 85
Figura 70 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte: EDP) ............................................. 85
Figura 71 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP) .............................................................. 87
Figura 72 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP) .............................................................. 87
Figura 73 – Esquema dos alvos topográficos que constituem as secções de convergência e
identificação das cordas. (Fonte: Geoárea, 2015) [35] ............................................................. 88
Figura 74 – Secção de Convergência da 1.ª fase de escavação, composta por 3 alvos
topográficos. (Fonte: Geoárea, 2015) [35] ............................................................................... 88
xvii
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
xviii
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 98 – Pontos Moveis Betão e zonas refúgio trabalhadores, sinalizado (Fonte EDP). [45].
.................................................................................................................................................. 96
Figura 99 – Separação da zona de circulação rodoviária da pedonal (Fonte EDP).................. 97
Figura 100 – Ventilação para fazer a renovação do ar interior do túnel (Fonte EDP) ............. 97
Figura 101 – Capacete de proteção [38]. .................................................................................. 97
Figura 102 – Calçado de proteção com palmilha e biqueira de aço [38]. ................................ 97
Figura 103 – Colete refletor [38]. ............................................................................................. 98
Figura 104 – Uniforme de trabalho [38]................................................................................... 98
Figura 105 – Arnês de segurança (risco de quedas em altura) [38]. ........................................ 98
Figura 106 – Auriculares (risco de ruido ocupacional) [38]. ................................................... 98
Figura 107 – Mascara de proteção (risco de inalação de poeiras e gases) [38]. ....................... 98
Figura 108 – Óculos de proteção (risco de projeção de partículas) [38]. ................................. 98
Figura 109 – Luvas de proteção mecânica (risco de corte) [38]. ............................................. 99
Figura 110 – Luvas de proteção química (ex: risco de queimaduras) [38]. ............................. 99
Figura 111 – Máscara de respiração semi facial (para proteção contra poeiras e gases) [38].. 99
Figura 112 – Máscara de respiração semi facial “FFP3” (aplicáveis a trabalhos em túneis) [38].
.................................................................................................................................................. 99
Figura 113 – Existência de água nas frentes de trabalho (Fonte EDP) .................................... 99
Figura 114 – Verificação dos equipamentos antes de iniciar o seu trabalho (Fonte EDP) .... 100
Figura 115 – Iluminação rotativa de alerta e luz de marcha atrás (Fonte EDP) ..................... 100
Figura 116 – Utilização indevida de escadas de mão ou equipamento de trabalho (Fonte EDP).
................................................................................................................................................ 100
Figura 117 – Utilização de plataformas de trabalho com recurso a arnês de segurança
amarrado ao cesto da plataforma (Fonte EDP) ....................................................................... 100
Figura 118 – Avaliação dos níveis de ruído ocupacional (Fonte EDP).................................. 102
xix
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela com acidentes mortais segundo a consequência e o setor de atividade ........ 1
Tabela 2 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2002 a 2007 em Portugal e no Estrangeiro ............................................................................... 15
Tabela 3 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2008 a 2011 em Portugal e no Estrangeiro ............................................................................... 16
Tabela 4 – Dados com acidentes mortais por área setor de atividade ...................................... 17
Tabela 5 – Ferramenta proposta para verificação da implementação das medidas preconizadas
na metodologia e parcialmente no caso estudo ........................................................................ 48
Tabela 6 – Máximos admissíveis de acordo com a NP 1796:2014 [29] .................................. 79
Tabela 7 – Implementação das medidas preconizadas na metodologia e no caso estudo ...... 102
xxi
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
1 INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento
A indústria da construção, tem-nos demonstrado ao longo dos últimos 20 anos, que continua a
ser o setor de atividade que mais acidentes mortais provoca, sendo por isso considerado uma
atividade de elevado risco para todos os seus intervenientes.
De seguida apresenta-se a tabela n.º1, onde podemos constatar que a construção desde 1990
que é o setor de atividade económica com mais acidentes mortais, deixando a indústria
transformadora para segundo plano.
A evolução da legislação, sobre esta temática da construção civil, do qual ainda temos em
vigor o regulamento de segurança no trabalho na construção civil desde 1958 (DL n.º41821)
[2].
Em 1995, através da diretiva estaleiros 92/57/CE, do Conselho, de 24 de Junho [3], que foi
transposta para o DL 155/1995 [4], e que permitia que a coordenação de segurança em fase de
obra pertencesse aos quadros da entidade executante, situação que se revelava promíscua e
delicada, uma vez que a gestão de segurança dependia da sua hierarquia interna.
1
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Pretende-se portanto, alertar para esta problemática e apresentar uma metodologia que
demonstre a implementação das obrigações do CSO através do DL 273/2003, no exercício da
atividade da coordenação de segurança e saúde em fase de obra (CSO), com autonomia e
independência, sem que a entidade executante possa interferir hierarquicamente, conforme
acontecia anteriormente com o DL 155/95.
2
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O caso de estudo será desenvolvido apenas de forma parcial na atividade de execução do túnel
do DCC da barragem de Caniçada, apresentando uma metodologia, técnicas e ferramentas
utilizadas para acompanhar atividade.
Desta forma o autor pretende criar valor científico, para a comunidade de engenharia, ou com
esta relacionada, apresentando um caso de estudo na execução parcial do DCC,
nomeadamente um troço em túnel, recorrendo à implementação de um sistema e sua
exemplificação.
Como o nosso país carece de alguma informação sobre esta temática especifica, a intenção é
permitir melhorar o desempenho atual e futuro, de especialistas desta área de atuação, sejam
de pequena, médias ou grandes empresas.
Espera-se que esta dissertação possa, de alguma forma, contribuir para o avanço do
conhecimento sobre evolução das metodologias ou sistemas de gestão da coordenação de
segurança em fase de obra.
Recorre-se a um SGCSO e à sua implementação, dos quais sabemos de antemão que não
controlamos comportamentos e atitudes, apenas tentamos definir padrões ou formas de estar
no trabalho, impondo regras, sensibilizando os envolvidos, estabelecendo punições e prémios
personalizados, tentando por um lado evitar a ocorrência e recorrências de incidentes (de
acordo com a norma NP 4397:2008 [6], os acidentes estão incluídos no termo incidente) aos
envolvidos e, por outro lado, premiar os que de forma contínua cumprem as regras definidas.
Tentando apresentar melhorias encontradas durante o processo de investigação e elaboração
da presente dissertação.
Desde a promulgação da diretiva estaleiros em 1995, que posteriormente foi transposta para o
DL 273/2003, mantendo as prescrições mínimas de segurança, conduziu-nos para uma nova
abordagem na segurança e saúde na construção, envolvendo todos os intervenientes, nas
diferentes fases do processo (concepção, execução e exploração), tendo instituído o exercício
da coordenação de segurança.
Considerando o decréscimo da atividade atual da construção em Portugal, esta temática da
segurança no trabalho tem evoluído no setor. Contudo constata-se que a sinistralidade laboral
na construção não teve a diminuição que seria de esperar e mantém-se como o setor de
3
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
atividade com maior número de acidentes mortais em Portugal [fonte Autoridade para as
Condições do Trabalho (ACT) 2015].
Esta dissertação visa contribuir para a clarificação das obrigações do CSO, tentando traduzir
as atividades a desenvolver, promovendo e facilitando a interpretação da sua implementação.
Tendo por base o estado da arte realizado no âmbito desta temática, o autor pretende
apresentar um sistema de gestão de coordenação de segurança e a sua operacionalização no
terreno. O principal objetivo desta dissertação é contribuir para o aperfeiçoamento do
exercício da função do coordenador de segurança na gestão de uma empreitada.
Com base no conhecimento sobre este tema, pretende-se potenciar a melhoria do desempenho
da atividade de gestão da coordenação de segurança e saúde, avaliando a respetiva
operacionalização numa obra com especiais particularidades e em que são protagonistas
profissionais de empresas com reconhecida experiência.
4
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
1.3 Metodologia
Tendo em vista o cumprimento dos objetivos propostos fez-se uma pesquisa bibliográfica que
culminou numa reduzida quantidade de estudos sobre a temática em análise.
Contudo, como abordagem inicial foi efetuada uma triagem da documentação disponível
sobre o tema e realizadas pesquisas bibliográficas mais aprofundadas, através da
documentação apresentada na bibliografia.
A recolha e análise detalhada da bibliografia teve como principal objetivo melhorar o grau de
conhecimento em relação aos sistemas de gestão de coordenação de segurança na fase de
execução da obra [6].
O caso de estudo também foi abordado com base nos elementos existentes e disponibilizados
em obra, tendo em consideração os fatores de relevo para o caso de estudo.
O autor pretende dar cumprimento ao DL 273/2003, nos seus principais artigos associados à
CSO, nomeadamente no Art.º19 e no n.º 5 do respetivo Anexo III.
No Capitulo VII – São apresentadas as várias referências bibliográficas, que serviram de base
para orientar de forma adequada análise e implementação do tema proposto;
No Capitulo VIII – O autor apresenta nos anexos desta dissertação, alguns exemplos de
técnicas e ferramentas utilizadas.
6
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
2 APRESENTAÇÃO DA EMPREITADA
A barragem da caniçada [49] apresentada a seguir na figura n.2 foi executada na década de 50,
contudo por exigências da legislação nacional em vigor, nomeadamente do Regulamento de
Segurança de Barragens (RSB) que foi transposto através do DL 344/2007 de 15 Outubro [7],
fez com que o DO elabora-se estudos com o objetivo de verificar os critérios de projecto dos
órgãos de segurança da barragem. Após análise, concluiu-se que a capacidade de descarga do
DCC existente seria insuficiente para garantir a não excedência do atual NMC1, situado à cota
(153,00). O DO concluiu ainda que, em certos casos, o nível da albufeira pode ultrapassar a
cota de topo da guarda do coroamento da barragem, contudo, decidiu-se construir um DCC.
1
NMC – Nível Máximo de Cheias
7
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O DCC consiste na execução de um túnel com cerca de 200 metros com capacidade de vazão
de 2062m3/s. Trata-se de um túnel de seção variável com soleira desde a cota (134.3) à cota
(98.35). O Túnel tem dois troços retos com inclinações entre os 77% e os 10%, conforme
podemos ver na figura n.4 a seguir apresentada.
2
A comporta Stoney é uma comporta de rolamento, geralmente com paramento vertical plano e que se movimenta em suas guias ou peças
fixas sob fluxo hidráulico, utilizando uma cadeia de rolos de eixos horizontais independente do tabuleiro. Esta cadeia de rolos se movimenta
por meio de uma polia livre e um cabo que tem uma extremidade fixada na comporta e outra extremidade fixada a um ponto elevado no pilar.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O túnel é revestido com betão armado em toda a sua extensão, tendo um septo central no
prolongamento do pilar que separa os dois vãos da estrutura de entrada. Na figura n.º5
apresentada abaixo podemos verificar a implantação da empreitada.
9
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Na figura n.º7 pode-se observar um corte das duas comportas do túnel, do edifício de
comando e do local de armazenagem das comportas aquando das operações de manutenção.
Para a construção desta estrutura, foi necessária a construção de uma ensecadeira que
posteriormente será demolida.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
A data de início dos trabalhos da empreitada, ocorreu a 24/02/2014, estando previstos 988
dias contínuos e 707 dias de calendário, até à sua conclusão prevista para 30/09/2016. A
empreitada tem o valor previsto de 30.993.420€.
11
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
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3 ESTADO DO CONHECIMENTO
O setor da construção civil tem sido ao longo dos anos, um dos setores de atividade mais
castigado com acidentes mortais [1].
Face à necessidade de reduzir os riscos profissionais nos setores com maior sinistralidade
laboral, foi previsto em Fevereiro de 2001 a revisão e o aperfeiçoamento das normas
específicas de segurança no trabalho no setor da construção civil e obras públicas, bem como
o reforço dos meios e da atividade de fiscalização neste e noutros setores mais afetados pela
incidência de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
13
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O papel da CSO, na execução da obra, assume grande importância, na medida em que visa a
minimizar e controlar os riscos a que os trabalhadores se possam expor. Para que a função do
CSO seja eficaz, há necessidade, por parte de quem a exerce, de estar habilitado e de possuir
experiência na área, pois só assim será possível garantir uma maior eficácia na prevenção dos
riscos profissionais.
O CSO representa e dá a cara pelo DO durante a empreitada, sendo no CSO que o DO delega
a responsabilidade para o desenvolvimento das atividades em segurança, que este dê
cumprimento ao PSS e seu desenvolvimento, de modo que não haja acidentes, mas não iliba o
DO as suas responsabilidades, conforme art.º do DL 273/2003.
Contudo a regulação da atividade do CSO ainda não está definida, tendo existido em Junho de
2009, através do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, um projecto de decreto-lei
[10] para apreciação que visava regular o exercício da actividade de CSO na Construção, que
o tornou público, tentando estabelecer, normas reguladoras da autorização do exercício da
actividade de CSO, e das condições de reconhecimento dos respectivos cursos de formação
profissional.
Foi criado um grupo de trabalho composto por uma comissão executiva e uma comissão de
acompanhamento, integrando representantes de vários serviços do referido ministério, bem
como do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, e ainda, representantes
dos parceiros sociais do sector e das respectivas ordens dos engenheiros, dos arquitectos e
outras associações profissionais [10].
Este projeto de lei, ainda não foi avante, por ter criado descontentamento nos intervenientes
diretos e indirectos, promovia desvalorização da experiência profissional e das habilitações
reconhecidas nos termos da legislação em vigor, pelo que não este projeto de lei não levado
avante.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
De seguida apresentam-se as tabelas n.º2, n.º3, n.º4 exemplificativas dos acidentes de trabalho
mortais, comparando com o setor de atividade mais gravoso, que demonstram que a
construção civil, continua a ser o setor de atividade mais penalizado em Portugal e também no
estrangeiro.
Tabela 2 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2002 a 2007 em Portugal e no Estrangeiro
15
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Percebe-se que o setor de atividade mais afetado pelos acidentes mortais é a construção civil,
que abrange praticamente 1/3 dos acidentes apresentados nas tabelas n.º2, n.º3 e n.º4, que
abrangem cerca de 12 anos de histórico. Sabendo que na tabela n.º 1 foram espelhados cerca
de 19 anos de acidentes mortais, apresentando a mesma tendência, infelizmente muitas
famílias ficam incompletas, muitas vezes sem outro rendimento associado. A indústria
transformadora coloca-se no 2º lugar do setor de atividade que também apresenta números de
mortalidade altos.
Tabela 3 – Dados com acidentes de trabalho mortais por atividade económica entre os anos
2008 a 2011 em Portugal e no Estrangeiro
16
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Na tabela n.º3, mantem-se a tendência, uma vez que a construção se mantém na linha da
frente, e continuamos a notar a necessidade de intervenção superior, sejam do ACT, dos
ministérios que tutelam a obras, da tecnologia utilizada, dos equipamentos, da formação, dos
sistemas, enfim, algo temos que fazer para que este tipo de situações seja minimizado.
Não se pode deixar de registar que parece existir uma tendência de redução dos números, não
se consegue fazer a ponte da alteração da Lei ou seja do DL 155/95 para o DL 273/2003,
mas seria interessante poder fazer essa relação, contudo sabemos que tem havido um
decréscimo da construção nestes últimos anos.
B Indústrias Extrativas 4 3
C Indústrias Transformadoras 28 9
F Construção 41 13
H Transportes e Armazenagem 10 5
L Actividades Imobiliárias 0 1
P Educação 0 0
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CAE ignorada 4 1
Total 135 52
(Informação atualizada a 29/05/15, site do ACT) [12]
Com a entrada em vigor do DL 273/2003 deixou-se para trás alguma cumplicidade que
poderia existir entre o empreiteiro e o coordenador de segurança em fase de obra (DL 155/95),
pois este podia fazer parte dos quadros do construtor ou ser contratado pelo mesmo, podendo
existir de alguma forma conflito de interesses.
Dá-se início a um novo conceito no âmbito da atividade da gestão de segurança por parte dos
empreiteiros e dos donos de obra, assim como no comportamento dos “novos” coordenadores
de segurança. Estes terão que se adaptar à nova realidade, ou seja, sem qualquer dependência
do construtor e com poderes de intervenção direta na execução dos trabalhos, principalmente
por incumprimentos das condições de segurança e saúde no trabalho.
Uma vez que não existe qualquer regulamentação que modere o exercício da atividade da
coordenação de segurança e saúde na construção, são os donos de obra que vão impondo
através dos cadernos de encargos as competências mínimas de formação de base [13] que os
elementos da equipa de CSO devem possuir. Frequentemente os donos de obra impõem
através dos concursos, requisitos o nível da formação de base, da formação específica e da
experiencia profissional em obras, número de obras realizadas do tipo e de um determinado
valor.
A atuação do CSO baseia-se e fundamenta-se nos Princípios Gerais de Prevenção (PGP) [14],
assim como se devem basear os Coordenadores de Segurança em Projeto (CSP), para o bom
desempenho da sua atividade profissional. O CSP é uma das figuras que surgem com o DL
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Atualmente, de acordo com a Lei 3/2014 de 28 de Janeiro [15] no seu art.º n.º15, os PGP’s
são 11, sendo que desde 1991 através do DL 441/91 [16], posteriormente transposto para a
Lei n.º 102/2009 que visava a “planificação da prevenção como um sistema coerente que
integre a evolução técnica, a organização do trabalho, as condições do trabalho, as relações
sociais e a influência dos fatores ambientais”. Atualmente os fatores ambientais são bastante
tidos em consideração e passaram a ter um peso maior do que até então.
Pretende-se portanto, apresentar uma metodologia (ver capitulo n.º4) com as técnicas e
ferramentas apresentadas no capítulo n.º5 e anexo 8 da presente dissertação, que apoie os
Coordenadores de Segurança e Saúde em obra, na forma como poderão desempenhar as suas
funções, garantindo o cumprimento das obrigações legais imposta pelo DL 273/2003.
Conforme referido a opção por esta temática justifica o que se propõe e está relacionado com
a pouca bibliografia disponível sobre sistemas de coordenação de segurança e saúde em obra
e formas de implementação, tentando esta dissertação ser mais um documento que possa
ajudar o Coordenador de Segurança e Saúde em fase de obra no exercício das suas funções.
Deste modo torna mais difícil a tarefa da coordenação de segurança em fase de obra,
aumentando ao desafio que se lhes impõe por falta de exemplos, esperando que este
documento, venha contribuir para clarificar ou promover melhorias em alguns aspetos do
processo.
Em Espanha a CSO, tem uma ferramenta legal designada por “livro de incidências” para
controlar o DPSS. É um livro com folhas duplicadas e é atribuído pelo colégio profissional,
como se fosse a nossas ordens dos engenheiros, ao técnico que acompanha a empreitada, no
fundo o CSO que validou o DPSS.
Este livro fica com o CSO e funciona como se fosse o nosso livro de obra, em que se vai
registado o que vai ocorrendo em obra, mas neste caso sobre matéria de prevenção e
segurança.
19
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Como se prevê o livro serve para exercer pressão para que a entidade executante cumpra com
o que está definido quer no PSS, DPSS, legislação em vigor e contrato da empreitada.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Neste capítulo pretende-se apresentar uma metodologia para o exercício da função do CSO e
da sua equipa de técnicos de segurança (quando existente), daí que se vai desenvolver uma
sequência de tarefas essenciais para a sua atividade, cumprindo as obrigações legais referidas,
no DL 273/2003 e da NP 4397/2008 [17]
Os documentos tipo a utilizar na implementação deste sistema, devem ter por base os
apresentados no Anexo 8. Naturalmente carecem da adaptação à realidade da obra e seus
intervenientes, possibilitando sempre o desenvolvimento dos mesmos, na perspetiva da
melhoria continua.
No seguimento do concurso proposto pelo DO, onde este define afetação e o número de
técnicos de segurança pretendido para acompanhar a empreitada, nos seus ciclos completos de
trabalho. Dando resposta a essa proposta apresentamos 3 técnicos de segurança a fim de
permitir acompanhar os trabalhos 24h por dia.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
A forma como é desenvolvida a CSO, vai depender sempre da tipologia da empreitada e das
afetações que o DO entende necessárias no processo de concurso, muitas vezes mal
dimensionadas, lamentavelmente não existe suporte legal para estas opções.
A metodologia agora proposta deverá ser adotada pelos técnicos pertencentes à equipa da
CSO em obra.
A equipa de CSO utiliza documentos específicos na sua atividade [18], que não deixam de ser
orientativos. Ao longo da dissertação, o autor vai apresentar alguns documentos, sendo que os
mesmos são apresentados de forma sucinta no Anexo 8. De forma resumida o autor apresenta
alguns documentos, nomeadamente:
Parecer sobre validação técnica do PSS (não aplicável, a entrada em obra foi posterior
ao inicio dos trabalhos);
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
De seguida, apresenta-se um exemplo na figura n.º11 de um arquivo que pode ser utilizado e
ajustado às necessidades específicas de cada empreitada e respetivos donos de obra.
O autor pretende apresentar neste ponto, quais as ações que o CSO deve executar no
cumprimento das suas obrigações, conforme previstas no n.º2 do art.º19 do DL 273/2003.
23
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Para a elaboração da CPAE, a ser enviada à ACT antes do início dos trabalhos, cabe ao CSO
desenvolver algumas ações no sentido de apoiar o DO:
Solicitar as declarações dos diversos intervenientes em fase de obra no PSS (DTE, DF,
CSO e GS da EE), ver modelo do CSO no anexo 8.1;
Juntar todos os elementos e remeter para o DO, para que este oficialize ao ACT a
divulgação dos intervenientes em obra, a sua localização e respetivas datas previsíveis
de intervenção na empreitada.
No final da empreitada, o CSO poderá enviar à ACT carta de comunicação de finalização das
atividades de CSO.
Em seguida apresenta-se na figura n.º13 o fluxograma que evidência como o autor propõe que
seja feita a gestão da CPAE.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Inicio
Assinatura do contrato
Sim
Elaborar a Declaração
do CSO e Fisc (quando - Declarações CSO + Fisc
aplicável) e enviar ao - Carta Obrigações DO
DO juntamente com
Carta Obrigações DO
Solicitar ao DO
comprovativo de envio
da CP à ACT
Assegurar que a EE
tenha cópia da CP e
comprovativo de envio
Não
Alíneas a) à i) Alterações na CP Alínea j)
Recepção provisória da
obra ou interrupção da
nossa prestação de
serviço
Fim
O CSO deverá analisar o DPSS de acordo com o estipulado no art.º n.º 11 e anexos II do D.L.
273/2003, e verificar se o documento se encontra em condições de ser validado tecnicamente,
seja esta validação parcial ou total. As validações parciais acabam por ser as mais importantes,
uma vez que estão ligadas com a consignação da obra de acordo com o n.º4 do art.º n.º12 do
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Validação Técnica Parcial do DPSS (de acordo com o n.º2 do art.º12 do DL 273/2003) [46]:
Efetuar a análise de elementos, tendo como base o definido em PSS (fase de projeto) e
legislação aplicável (D.L. 273/2003 nos seus Anexos II e III);
Evidenciar a análise de elementos e enviar as propostas de alterações, através de
elaboração de pareceres, enviados por email ou outra forma de registo, e/ou anotações
nos documentos de trabalho rubricados e datados, para a EE;
Após o CSO verificar essas correções (efetuadas no DPSS pela EE), o CSO deve
efetuar a validação técnica da versão final dos elementos objeto de análise através de
parecer, com recurso a email ou outra forma de registo.
Deve efetuar em simultâneo a assinatura no DPSS final, podendo ou não rubricar
todas as folhas deste, como se tratasse da escritura de uma casa em que se rubricam
todas as páginas desta ou assinam só a folha de rosto do DPSS.
Este documento (DPSS) pode ser efetuado com base em vários critérios, dependendo
das metodologias do DO. Seguidamente o autor apresenta algumas metodologias com
base na sua experiencia:
Opção 1: Por vezes o DPSS é todo numerado (ex: 1/120 paginas) desde a
primeira folha até à última, ficando em cada folha 5/120 páginas,…, 20/120
(…) até às 120/120 páginas.
Opção 2: Por vezes o DPSS é lacrado e envolvido com fio de cânhamo para
que não seja adulterado. Nestes casos o DO pede dois exemplares do DPSS,
sendo um exemplar considerado fechado e o outro DPSS um documento de
trabalho.
Pode-se considerar como conteúdo mínimo para a validação técnica do primeiro DPSS a
apresentação de elementos de prevenção adequados para as primeiras atividades do Plano de
Trabalhos em vigor, no qual se deve incluir uma planta de estaleiro e, por exemplo, apresentar
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Inicio
Receber o DPSS
Verificar/Analisar a
documentação entregue no âmbito
do Desenvolvimento do Plano de
Segurança e Saúde (DPSS)
A Entidade Executante dá
Conhecimento do DPSS aprovado à
sua cadeia de Subcontratação
Fim
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O CSO deve acompanhar e verificar a coordenação das atividades das empresas e dos
trabalhadores independentes que interferem no estaleiro, tendo em vista a prevenção dos
riscos profissionais.
29
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Inicio
Registo Controlo de
Verificar documentação dos
Trabalhadores
trabalhadores
Registo Controlo de
Verificar documentação das
Entidades Empregadoras
Entidades Empregadoras
Registo Controlo de
Verificar documentação de
Equipamentos
Equipamentos
Verificar condição de
segurança das actividades
em curso ou a iniciar
Auto de Suspenção
Email/Carta/Fax
Identificação de situação Tomada de medidas no Emissão de documento descrevendo a
Sim
irregular grave local descrevendo a situação situação detectada
Não Conformidade
Não
Envio à EE/EF/DO do
Relatório de Inspecção
Aleatória
Fim
Após efetuar o levantamento em obra, das situações alvo de verificação ou inspeção, serão
verificadas em estaleiro/escritório os respetivos documentos/registos/constatações, assim
como a documentação existe, se encontra controlada e atualizada.
30
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
31
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
A coordenação do controlo da correta aplicação dos métodos de trabalho é uma obrigação dos
4 (quatro) intervenientes na empreitada: DO, CSO, EF e EE.
A EE desenvolve ação principal, uma vez que geralmente os sistemas de segurança descritos
no PSS prevêem um sistema de autocontrolo da EE. A CSO deve monitorizar as condições de
segurança e assim verificar a implementação das medidas previstas nos documentos de
prevenção. A CSO deve, de acordo com a legislação, coordenar, controlar e promover as suas
próprias ações de controlo. A fiscalização deve colaborar com a implementação e controlo das
medidas de segurança em obra. Cabendo ao DO aprovar as atividades a desenvolver e
monitorizar as atividades dos diversos intervenientes no estaleiro.
Planta de estaleiro;
Comunicação prévia;
Índices de sinistralidade;
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Controlo de Alcoolemia;
Equipamentos em obra;
Trabalhadores em obra;
Acessos da obra;
Sinalização;
Simulacros em obra;
Plano emergência;
Responsabilidades de verificação;
Definição de amostragens;
Entre as atividades de controlo que devem ser desenvolvidas pela CSO, destacam-se:
4.3.6 Auditoria à EE
As auditorias à EE e ao seu SGS, podem ser realizadas pela CSO ou por equipa externa à obra
designada pela CSO ou pelo DO, cumprindo a seguinte regulamentação: NP EN ISO 9001,
NP 4397/OSHA 18001.
As auditorias à EE podem ser definidas pelo DO ou pelo CSO (ex: trimestrais, semestrais,
anuais), não impedindo que sejam realizadas com outra periodicidade, desde que acordada
entre os intervenientes na empreitada.
As auditorias abrangem um campo de ação que vai desde a auditoria documental até à
verificação em obra da implementação do SGS da EE.
Em auditora, a EE deve prestar todas as informações que lhe sejam solicitadas, devendo
participar nas reuniões de abertura e de fecho da auditoria com todos os elementos
convocados ou relevantes para o melhor desenrolar da auditoria;
Os documentos a utilizar para efeitos de auditoria deverão ser definidos no plano de auditoria,
que deverá ser enviado aos intervenientes em obra (ex: DO, EF, EE, CSO) com antecedência
adequada à data da realização da auditoria (5 a 10 dias uteis antes da data prevista).
34
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
As NC poderão ser abertas no decurso, quer de uma auditoria, quer no âmbito do trabalho
diário da atuação da CSO (normalmente levantadas em situações graves/risco).
Sempre que a CSO considerar que uma situação apresenta gravidade considerável (que requer
ações corretivas imediatas) ou que embora de menor gravidade corresponda a uma situação de
reincidência (pelo menos 2 a 3 chamadas de atenção anteriores), elaborar-se-á um Registo de
NC, utilizando o modelo tipo (ver anexo 8.11).
Depois da EE definir as ações corretivas a implementar para eliminar as causas da NC, envia-
as para a CSO, para que este proceda à sua análise com vista à realização de comentários com
solicitação de correções (caso entenda que as mesmas são insuficientes) ou da aceitação para
o encerramento das ações propostas (caso julgue serem suficientes).
É responsabilidade da CSO:
Analisar as ações corretivas propostas pela EE, validar ou rejeitar justificando a sua
decisão;
Comunicar ao DO quais as ações definidas e a sua validação técnica;
Avaliar a eficácia das ações corretivas implementadas;
Proceder ao encerramento da não conformidade detetada.
35
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
No caso de se verificar que mesmo após a implementação das ações corretivas persistem
dúvidas relativamente à garantia de eficácia o processo deverá ser revisto.
Divulgar por escrito (ata de reunião ou email) a validação e aprovação dos elementos
do DPSS;
O instrumento a utilizar para registo das atividades da CSO deverá ser toda a documentação
gerada pelo sistema de gestão de informação definido na empreitada, nomeadamente:
36
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Implementar uma estrutura que sirva de plano de arquivo (ex: suporte digital e papel);
É essencial para o bom desempenho das funções da CSO ter o apoio do DO e para que tal
funcione é importante sensibilizá-lo das suas obrigações no âmbito do art.º n.º 17 do DL 273.
O papel do DO é assegurado pelo gestor do empreendimento, uma vez que a diretiva
estaleiros atribui deveres ao DO durante todo o processo de construir, desde que formula a
encomenda do projeto, até à relação pós entrega da obra ou venda com o cliente final do
produto, reconhecendo-o como o primeiro responsável na cadeia hierárquica de
responsabilidades do sistema de segurança.
O CSO deve, nos primeiros contactos com o DO, informá-lo das suas obrigações no âmbito
do D.L. 273/2003, no seu art.º n.º17, destacando que é ele o responsável pela definição da
afetação e dos meios previstos para o desempenho da função e que deve dar conhecimento por
escrito do PSS aprovado (e suas atualizações) à EE.
Para evidenciar o cumprimento desta obrigação, o CSO deve desenvolver as seguintes ações:
Juntamente com a declaração de nomeação da CSO, enviar para DO, email ou outro
sistema de registo igualmente eficaz com as obrigações do DO;
Na medida em que não existe legislação que defina o que deve ser considerado acidente grave
(recomendável acidentes com baixa superior a 3 dias), o CSO deve, juntamente com a EE e o
DO, definir no arranque da obra o que será considerado acidente grave e consequentemente
quais os acidentes que serão objeto de aplicação desta alínea da legislação.
38
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Caso se trate de um acidente mortal ou um acidente que o CSO entenda que seja de
particular relevância, deverá ser desenvolvida a recolha dos depoimentos das
testemunhas. Esta ação pode ser realizada em conjunto com o DO;
39
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Inicio
Definição, junto da EE e
do DO, dos critérios da
adopção de acidentes
graves
Acidente de Trabalho
Grave e/ou Mortal
Não houve
comunicação Houve comunicação
Convocar Reunião
Extraordinária de
Segurança da Obra /
Empreitada
Solicitar a EE a entrega do
Relatório de Análise do
Relatório de Análise de Acidente
Acidente
de Trabalho no máximo em 5
dias úteis
Fim
40
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Informar o DO que este pode recusar a receção provisória da obra, caso a EE não
entregue todos os documentos previstos na CTO;
41
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
A CSO deve ter uma equipa de TS (Técnico de Segurança no Trabalho) ajustada à empreitada
ou seja aos trabalhos, à mão-de-obra prevista, aos prazos de execução (ex: prever existência
de turnos), contudo esta definição é efetuada pelo DO no concurso, da qual se espera que
tenha dimensionado de forma equilibrada a equipa da CSO. Nem sempre os donos de obra
têm a sensibilidade necessária para avaliar este ponto, nem existe bibliografia que permita um
dimensionamento das equipes de técnicos pertencentes à CSO.
Os TS não podem confundir as suas funções com as do CSO, uma vez que estão mais ligados
a execução do sistema, sendo de uma forma geral técnicos da entidade executante [19] , ainda
que neste caso pertença à equipa da CSO.
Os TS, afetos à empreitada terão, entre outras funções, que garantir o cumprimento das
diretrizes do PSS, do caderno de encargos, das regras do DO e do CSO, garantindo o
cumprimento das seguintes atividades efetuadas pela EE:
43
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
g. Elaborar registos diários (RAS ver anexo 8.9.2) do acompanhamento em obra, das
situações que carecem de melhorias nas frentes de trabalho e das boas práticas.
Verificando e acompanhando a soluções implementadas;
h. Emitir alertas (email) caso se constatem situações graves;
i. Acompanhar a evolução dos trabalhos atendendo sempre aos princípios gerais de
prevenção, desde a Lei 102/2009 [8], e atualmente através da Lei 3/2014, DPSS e seu
desenvolvimento (ex: cumprir com o estipulado no PES das atividades);
j. Caso detetem alguma situação em que possa estar algum trabalhador em situação de
perigo eminente, devem mandar o trabalhador sair do local e posteriormente informar a
EE e CSO, para adoção de medidas corretivas.
k. Procurar a eliminação de perigos e riscos, pelo acompanhamento atuante e critico no
desenvolvimento da empreitada;
l. Participar nas auditorias ao sistema de gestão de segurança da EE;
m. Participar e elaborar relatórios, das inspeções conjuntas efetuadas à obra da equipa da
CSO (ver anexo 8.9.3), com um representante da EF/DO e EE;
n. Periodicamente deve controlar os equipamentos/máquinas antes da entrada em obra,
participando no preenchimento efetuado em simultâneo através do impresso da EE
apresentado no anexo 8.6,
o. Cumprir e fazer cumprir a política de segurança do empreendimento (EDP);
p. Emitir pareceres internos (emails) sobre subempreiteiros, máquinas, equipamentos e
trabalhadores para o CSO;
q. No acompanhamento dos trabalhos promover o estabelecido no DPSS junto da
EE/EF/DO;
r. Promover o correto cumprimento das regras estabelecidas pelo CSO e das ordens
estabelecidas pela EDP;
s. Apoiar o CSO na definição dos pontos de paragem dos PMP’s/RMP’s para as
verificações aleatórias na frente de trabalho.
t. Participar ativamente nas reuniões de Coordenação de Segurança;
u. Recomendar a emissão de não conformidade (ex: ver anexo 8.11) ao CSO, caso detete
situações de incumprimento dos documentos de prevenção (ex: requisitos Caderno de
Encargos, processos construtivos, materiais, equipamentos, DPPSS e legislação em
vigor);
v. Analisar as propostas de ações corretivas da EE às respostas aos relatórios e às NC;
44
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
w. Verificar pontualmente o correto preenchimento dos RMP’s (ver anexo 8.13) por parte da
EE;
x. Efetuar o controlo aleatório dos documentos dos subempreiteiros e trabalhadores
independentes, máquinas/equipamentos e trabalhadores (ex: RIA ver no anexo 8.9.1);
y. Garantir em conjunto com o CSO, arquivo atualizado de documentação do PSS e SGCSO.
Os documentos listados, resultam das obrigações impostas pelo PSS, da experiencia do autor
e são indicativos [18], podendo ser utilizados outros que se verifiquem necessários ao
desenvolvimento de uma obra, nomeadamente:
Ata de reunião de comissão de segurança e saúde em obra,
Ata de reunião de coordenação de segurança em obra,
Minuta da comunicação prévia de abertura de estaleiro,
Minuta da declaração de aceitação de funções do CSO,
Mapa de gestão de não conformidades de segurança,
Relatório de atividade diária de segurança (RAS),
Relatório de inspeção aleatória documental (RIA),
Relatório de inspeção conjunta com todos intervenientes (RIC),
Relatório de análise de causas do acidente de trabalho,
Índices de sinistralidade,
Minuta de Pareceres CSO,
Registo de não conformidades de segurança,
Plano de arquivo,
Lista de rubricas e assinaturas,
Relatório mensal de atividade de segurança,
Plano de auditoria de segurança.
Ficha de auditorias de segurança,
Relatório de auditoria de segurança,
Nos nossos dias com a evolução tecnologia, os sistemas e as suas metodologias, têm uma
duração relativamente curta e permitem constantes melhorias em todo tipo de sistemas de
45
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
gestão. Numa primeira fase os sistemas de gestão eram em versão em papel, atualmente
existem sistemas com aplicações informatizadas, que diminuem a margem de erro ou
esquecimento, dos técnicos no terreno e da gestão de segurança. As tendências apontam cada
vez mais nesse sentido.
Daí que não esquecendo a gestão do sistema apresentado, o “ciclo de Shewhart” conhecido
como um modelo de melhoria continua (ex: modelo PDCA), permite-nos ciclicamente
percorrer os processos dos sistemas.
Este modelo é conhecido por ser uma ferramenta de gestão, utilizada por muitas empresas
espalhadas pelo mundo, pois tem como principal objetivo “a melhoria contínua”, sendo ainda
hoje um modelo implementado por exemplo pela “Toyota”.
O objetivo principal é tornar os sistemas de gestão mais simples, e mais objetivos, tentando
alcançar um nível de gestão célere e melhor a cada dia que vai passando.
Apresenta-se de seguida na figura n.º 16, um fluxograma de atuação do modelo PDCA, que
permite de forma simples, verificar as 4 fases do sistema de gestão implementado e a forma
possível de monitorizar o sistema de forma a melhorá-lo e revê-lo, sempre que se detetarem
possíveis melhorias ou erros no sistema implementado.
O Ciclo PDCA [47] tem como ponto de partida o planeamento de uma ação, originando uma
sequência de ações com intuito de verificar se o que foi planeado foi executado (ex: aplicado
46
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
aos PES, no SGCSO), verificando-o constantemente. Estas ações levam o gestor do sistema
(ex: CSO) a desenvolver oportunidades de melhoria do sistema.
Este modelo é circular e giratório (sempre no mesmo sentido) e deve parar a cada ciclo
completo (a cada 4 fases). Só depois de voltar a planear ou refazer o sistema é que deve
reiniciar as 4 fases do sistema.
A gestão da CSO deve considerar este método para os seus modelos e para os da EE (ex:
DPSS, PES, execução de atividades, gestão documental, entre outros) pois todos os sistemas,
devem prever a melhoria contínua. O modelo PDCA é um exercício que a gestão deve fazer
constantemente, ou seja, sempre que vê (no terreno) ou analisa (no escritório parte
documental) uma atividade, deve considerar os 4 períodos ou fatores de análise.
47
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
No dia-a-dia, numa ligação entre o procedimento de segurança que foi aprovado ou previsto e
o que esta a ser executado, lembrando que mesmo assim podem existir outras formas que à
partida serão mais seguras, que inicialmente previstas ou que não tinham sido consideradas ou
não estavam disponíveis na altura em que se pensou nelas, daí a necessidade de estar
constantemente a verificar o que foi planeado, com o verificado e o executado, daí devemos
agir e solicitar alterações ou melhorias. Este sistema é mais evidente e usado nas auditorias
aos sistemas de gestão, pois são a base que sustenta as auditorias, considerando-as como uma
oportunidade de melhoria.
Na gestão dos sistemas de segurança, seja da CSO ou da EE, o objetivo é o mesmo e passa
por identificar os riscos, eliminá-los se possível, minimizá-los e controlá-los, pois a meta é
comum a todos os intervenientes na empreitada: zero acidentes!
Desta forma apresenta-se a tabela n.º 5 que prevê várias verificações quer da metodologia
quer do caso de estudo.
Documentação C NC NA Observações
Plano de Segurança e Saúde está disponível
na obra?
Foi dado conhecimento do PSS aos
subempreiteiros e trabalhadores
independentes?
Foi comunicado à ACT as actualizações à
comunicação prévia.
48
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Relatório mensal
Realização de simulacros
Realização de auditórias
Não conformidades
Monitorização de gases
Existência de sinalização
Existência de ventilação
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
5.1 Introdução
Neste enquadramento será enunciada a atividade associada ao trabalho alvo de estudo parcial
“o túnel”, sabendo que nesta data o autor apenas vai apresentar os trabalhos da meia secção
superior do túnel.
51
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Contudo não quis deixar passar sem fazer referência, o facto da EDP Produção ter por regra,
antes do início dos trabalhos do túnel, promover uma missa com o padre local, conforme
podemos verificar nas figuras n.º 18 e 19, com todos os intervenientes em obra e população
local, dando a conhecer à população a empreitada numa perspetiva pedagógica. Esta tem
como finalidade abençoar o Túnel e todos os que lá vão trabalhar (alguns trabalhadores são
locais), daí a Santa Barbara estar sempre presente em todos os trabalhos de túneis, uma vez
que é a padroeira dos mineiros.
Figura 18 – Missa realizada antes do início dos trabalhos no DCC Figura 19 – Padre da freguesia abençoar a Santa Barbara e todos
(túnel), na Barragem da Caniçada (Fonte EDP). que nela vão trabalhar (Fonte EDP).
5.2 Regras definidas pela Lei, a implementar antes do início dos trabalhos
De acordo com o art.º n.º7 do D.L. 273/2003, todos os trabalhos considerados de riscos
especiais, têm que ser alvo de Procedimento Específico de Segurança (PES). Ou seja das
atividades aplicáveis ao nosso caso de estudo “Escavação subterrânea”, identificaram-se os
seguintes riscos:
“a) Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento ou de queda
em altura, particularmente agravados pela natureza da actividade ou dos meios utilizados, ou
do meio envolvente do posto, ou da situação de trabalho, ou do estaleiro;
52
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Daí o autor considerar haver necessidade de ser elaborado um PES para a atividade alvo de
estudo, de acordo com as alíneas a), b), g), h), i) e j) do presente diploma, por estar exposta
aos riscos especiais acima identificados (ver PES no anexo 8.10).
O DO, de acordo com o caderno de encargos, define algumas condições que são
extremamente importantes para a melhoria e acompanhamento das condições de segurança no
trabalho na empreitada, passando o autor a transmitir de seguida as que entende serem as mais
relevantes:
53
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 21 – Capacete cinzento - Direção obra (Fonte Figura 22 – Capacete branco – CSO/DO/EF (Fonte
EDP) EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 23 – Capacete laranja – Visitante em obra (Fonte Figura 24 – Capacete azul – Condutor manobrador
EDP) (Fonte EDP)
Figura 25 – Simulacro realizado em obra (Fonte EDP) Figura 26 – Simulacro realizado em obra (Fonte
EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
3
Em audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família, o presidente da Federação Interamericana do Coração,
Sérgio Timerman, alertou que 85% das mortes súbitas no País acontecem por arritmia cardíaca e, portanto, poderiam ser evitadas com o uso
de um desfibrilador. Fonte: (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/59627.html)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 29 - Catalisador nos equipamentos dentro do túnel Figura 30 – Catalisador nos equipamentos dentro do
(Fonte EDP) túnel (Fonte EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Contudo e conforme transmitido no ponto 5.1. desta dissertação, apenas vai ser alvo de estudo
a atividade de execução da escavação subterrânea da seção superior do túnel. Para que seja
possível realizar esta atividade é necessário garantir a qualidade do ar interior do túnel. Esta
deve permitir que os trabalhadores realizem as suas tarefas sem correrem riscos para a sua
saúde.
O CSO definiu um conjunto de regras, com base na sua experiência e na metodologia referida
de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.3 e 4.3.4, que a EE tem que aplicar,
antes do início dos trabalhos, de forma a controlar de forma expedita as empresas, os
equipamentos / máquinas e os trabalhadores, nomeadamente:
58
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
59
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
4. O CSO prevê de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.4., que sejam
realizados registos de monitorização de segurança periódicos/aleatórios em conjunto
com a EE, no cumprimento do PES de cada atividade de trabalho. No anexo 8.13 é
apresentado um exemplo de um RMP da escavação subterrânea.
5. O CSO prevê de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.3., que sejam
realizados registos de controlo documental aleatórios, no mínimo 1 vez por mês
(ajustável à entrada de mão de obra ou equipamentos em obra) para realizar a
monitorização do sistema de gestão de segurança da EE, sempre em conjunto (EE e
elemento da equipa da CSO), de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.5
e 4.3.9. De acordo com as ações necessárias detetadas a EE tem um prazo curto de
resposta / evidência das constatações a corrigir, caso contrário é solicitada a paragem
da fonte /causa da anomalia.
O exemplo de preenchimento de um relatório de inspeção documental encontra-se
espelhado no anexo 8.9.1.
6. O CSO prevê que sejam realizados relatórios diários da atividade de segurança, que
são enviados diariamente para a EE a fim de estes efetuarem as retificações e
evidenciarem em relatório próprio, de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto
4.3.5. e 4.3.9. O exemplo de preenchimento de um relatório diário da atividade de
segurança encontra-se espelhado no anexo 8.9.2.
7. O CSO prevê que seja realizada uma visita mensal conjunta à obra, sobre a qual é
realizado um relatório designado de inspeção conjunta a fim de realizar a
monitorização do sistema de gestão de segurança da EE, sempre em conjunto
(EE/EF/CSO/DO), sendo atribuído um prazo de resposta com evidências das
melhorias, de acordo com o estipulado no capítulo 4 no ponto 4.3.5. e 4.3.9.. De
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Após análise do PES por parte do CSO (e sua equipa) ao PES, este poderá ter necessidade de
ser melhorado, neste caso o CSO deve enviar um email ou outra forma de registo, com o
conteúdo que pretende que seja alterado, para corrigir ou para incluir no documento.
A EE analisa as propostas e caso concorde com a solicitação da CSO deve corrigir o PES, de
modo a assegurar que todos os riscos, condicionalismos e medidas preventivas sejam
conhecidos e planeados. Desta forma, assegura-se que aquando da realização da formação aos
trabalhadores, estes ficam conhecedores de toda a informação relativa à atividade lhes seja
integralmente transmitida.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Após a EE ter melhorado o documento, o CSO deve efetuar nova análise ao PES, e, caso
esteja em condições de ser validado tecnicamente pelo CSO.
Esta validação técnica é enviada para o DO por email ou outro sistema de registo, com um
parecer do CSO, em conjunto com o PES devidamente assinado pelas partes envolvidas (EE e
CSO).
Após esta formalização o DO, pode e deve fazer a mesma análise que o CSO efetuou ao PES,
e caso concorde efetua a sua aprovação, enviando um email ou outro sistema de registo de
aprovação do mesmo (com a sua designação, seja um n.º, um nome ou conjunto dos dois) para
a EE com conhecimento ao CSO e EF.
A partir deste momento a EE deve dar formação à gestão da empreitada, aos trabalhadores
envolvidos na atividade e depois iniciar os trabalhos em obra, uma vez que já foram
transmitidos os riscos e medidas preventivas aos envolvidos na atividade (ex: direção técnica,
encarregados, trabalhadores). A EE deve cumprir com o estipulado no PES, e caso pretenda
alterar alguma situação deve propor a revisão do documento.
A atividade tem que vir descrita no plano semanal de trabalhos, onde evidencia que tem PES
para executar atividade prevista, conforme transmitido no capitulo 4.3.4 e apresentado no
modelo no anexo 8.12., caso contrario o trabalho não pode ser executado.
62
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
A escavação subterrânea, na seção corrente, será realizada em duas fases distintas, na primeira
será executada a escavação da parte superior (abóbada) e posteriormente a parte inferior dos
hasteais e soleira.
Este método envolve as seguintes etapas [21], que mais à frente são explicadas com mais
detalhe:1 - Implantação topográfica na frente de trabalho;
2 – Furação do maciço rochoso com recurso a “Jumbo”;
3 – Carregamento da frente do túnel com explosivos;
4 – Rebentamento da frente do túnel;
5 - Ventilação do túnel para renovação e monitorização do ar interior;
6 - Rega e remoção dos escombros resultantes do rebentamento;
7- Saneamento mecânico e manual;
8 - Aplicação de pregagens e revestimento com betão projetado.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
já executou análise de riscos do PES previamente ao início dos trabalhos e fez a sua validação
conforme referido no capítulo 4.3.2. (ver modelo no anexo 8.3).
A segurança na execução deste tipo de obras está em grande parte relacionada com o
conhecimento detalhado do tipo de terreno e do seu comportamento à escavação, sendo muito
importante haver sondagens dos terrenos [22].
Pelo que devem ser garantidas a compatibilização dos trabalhos entre si,
nomeadamente: deve-se garantir que o dimensionamento das pegas de fogo é cuidado
de forma a que não ultrapasse os limites permitidos das vibrações para a barragem,
uma vez que estamos encostados a ela,
Garantir acessos adequados,
Garantir a iluminação,
Sinalização visível,
O funcionamento adequado dos equipamentos de trabalho,
Controlar que estejam no local apenas os equipamentos necessários à execução das
atividades,
Uso de epi’s,
Caminhos diferenciados,
Ventilação a funcionar garantindo a renovação e qualidade do ar e monitorizando-o,
Coordenar a paragem dos trabalhos quando se efetuar os rebentamentos (afastamento
superior a 200m do local),
Garantir o saneamento das paredes do túnel,
Garantir o bom estado de utilização das plataformas de trabalhos.
Posto isto, vai-se dar início à descrição das atividades que o do caso de estudo abrange.
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Figura 36 – Marcação topográfica da frente escavação Figura 37 – Marcação topográfica da frente escavação
para aplicação do plano de fogo, com auxiliar de para aplicação do plano de fogo, com topografo
topografia na plataforma elevatória, com recurso a arnês devidamente equipado com os EPI’s obrigatórios (Fonte
de segurança devidamente amarrado ao cesto conforme EDP)
manual do equipamento (Fonte EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Nas figuras n.º36 e n.º37 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo
com o referido.
Figura 38 – Exemplo de um Plano de fogo para a furação Figura 39 – Plano furação tipo da escavação com
do túnel com recurso a explosivos (Fonte EDP) explosivos, varia a localização da caldeira [23]
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Figura 40 – Furação do túnel com recurso a Jumbo de 3 Figura 41 – Furação do túnel com recurso a Jumbo de 1
braços (Fonte EDP) braço (Fonte EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Nas figuras 38 a 41 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo com o
previsto no PES da escavação subterrânea e contenções primárias aprovado, apresentado no
anexo 8.10.
A construção do túnel com recurso a explosivos foi a solução adotada, por razões da
geometria da construção, das características geológicas/geotécnicas do maciço encontrado e
das suas dimensões.
Quando a furação é realizada com recurso ao equipamento de perfuração automática
anteriormente referido, minimiza-se os riscos do furo ficar com irregularidades no seu
carregamento, permitindo que o trabalho subsequente seja realizado com menos problemas
(ex: carregamento de explosivos é mais seguro, e por sua vez o furo não impõe falhas no
rebentamento).
Esta atividade designada por “Charging” ou carregamento (conforme ponto n.º 3 da figura
n.º35) começa assim que terminam todas as tarefas anteriores na frente de trabalho e quando o
plano de fogo é aprovado pela EF em parceria com o DO, uma vez que é necessário alertar a
centro de produção Cávado-Lima para monitorizar a barragem sempre que exista um
rebentamento em obra, a fim de aferir se a estrutura da barragem não fica debilitada face às
vibrações transmitidas pelos rebentamentos às estruturas da barragem (ex: açude e barragem
propriamente dita).
68
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O carregamento é então iniciado conforme definido no diagrama / plano de fogo (de acordo
com a figura n.º 38 anteriormente apresentada), dimensionado para o avanço que se pretende.
Figura 42 – Carregamento com recurso a explosivos Figura 43 – Carregamento com recurso a emulsão do
na frente do túnel (Fonte EDP) túnel, conforme plano de fogo aprovado pela EF (Fonte
EDP)
Após um curto período do carregamento a emulsão sofre uma pequena reação e expande-se na
sua totalidade, só depois é que se ligam os detonadores eletrónicos (detonador protegido por
um sistema eletrónico, pois a inflamação do filamento percorrido por uma corrente elétrica, só
acontece quando um fusível (chip) contido no detonador dá informação que aquela peça com
um código único pode disparar) aos furos carregados, recorrendo aos ligadores que atribuem
uma determinada temporização (esta vem definida no próprio plano de fogo).
Os detonadores utilizados são do tipo eletrónicos, sendo considerados os mais seguros que se
pode utilizar nos dias de hoje. Consideram-se intrinsecamente seguros, pois são insensíveis a
correntes espúrias e o sistema é defendido por um chip que só pode ser acionado por uma
determinada “blast box” ou caixa iniciadora/promove o rebentamento, que recebe informação
69
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Pretende-se realçar, que os operadores de fogo devem ter cédula profissional de acordo com o
n.º 3 do art.º n.º 85.º do Decreto-Lei n.º 162/90 [24], que faz referência a “que a manipulação
e emprego de produtos explosivos só podem fazer-se por pessoal habilitado com cédula de
operador”, assim como também é referido no capítulo IV, n.º1 do art.º 30 do DL 376/84 [25].
Apresenta-se de seguida um modelo de uma cédula de operador de fogo nas figuras n.º 44 e
n.º45 abaixo apresentadas.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
comportamento social, a fim de perceber se é uma pessoa de bem, que não se envolve em
conflitos, e só posteriormente é que o trabalhador vai realizar o exame de aptidão à cédula de
fogo (a aprovação ou não no exame é condição sine qua non para a obtenção da referida
cédula).
Apresenta-se de seguida na figura n.º46 um trecho do manual de qualidade, ambiente e
segurança da EE, onde faz referência ao uso de explosivos ser exclusivo para encartados.
Figura 46 – Carregamento com recurso a explosivos na frente do túnel (Fonte: Mota Engil)
72
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Nas figuras 42 e 43 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo com o
previsto no PES da escavação subterrânea e contenções primárias aprovado, apresentado no
anexo 8.10.
O momento que permite o avanço do túnel chega agora ao seu culminar com rebentamento,
designado por “Blasting” (conforme ponto n.º 4 da figura n.º35). Não antes de se garantir
todos os procedimentos de segurança, nomeadamente:
O rebentamento não pode ser efetuado sem que o Centro de produção da EDP informe que
podem proceder ao rebentamento, este circuito de informação é transmitido para a obra. O
DO, em caso afirmativo (isto é, de não existir qualquer condicionalismo transmitido do centro
de produção) transmite à EE que pode dar o rebentamento. Logo que esteja pronta a pega de
fogo, inicia-se o processo de evacuação da frente, lembrando que devem cumprir com os
horários pré-definidos, colocar a sinalização na frente de trabalho, fechar o acesso, dar os
toques de informação de rebentamento audíveis, avisar a vizinhança e proteger a pega de
projeções, quando necessário.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 47 – Ligação dos explosivos entre si com recurso Figura 48 – Proteção superficial da boca do túnel para
aos detonadores eletrónicos para rebentamento e proceder ao rebentamento (Fonte EDP)
respetivo avanço do túnel (Fonte EDP)
Figura 49 – Sinalização de perigo zona de rebentamento Figura 50 – Evacuação dos trabalhadores cumprindo a
de explosivos (Fonte EDP) distância de segurança 200m (Fonte EDP)
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Figura 51 – Rebentamento com recurso a explosivos [26] Figura 52 – Rebentamento com recurso a explosivos
(Fonte: EDP)
Nas figuras 44 a 49 é possível verificar que a atividade está a desenvolver-se de acordo com o
previsto no PES da escavação subterrânea e contenções primárias aprovado, apresentado no
anexo 8.10.
Para que o rebentamento aconteça são adotadas algumas medidas, que se apresentam de
seguida:
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Após cumprimento destes pressupostos, é dada ordem de fogo pelo responsável das operações
via rádio e/ou telemóvel (em caso de falha do rádio) e acionado o detonador por pessoa
habilitada com cédula de operador de explosivos.
Figura 53 – Esquema implementado com recurso aos sinais sonoros a efetuar antes do rebentamento (Fonte: PES Mota Engil)
Figura 54 – “Blast Box”, caixa de controlo dos rebentamentos com painel de controlo (Fonte EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Claro que devido à libertação de gases dos explosivos e para manter as condições da
qualidade do ar no interior do túnel, é necessário renovar o ar do túnel, recorrendo a um
sistema de ventilação, que foi previamente dimensionado de forma a garantir a velocidade de
retorno do ar, entre 0,5 m/s e 1,5 m/s, de acordo com DL 162/1990[24] .
No que se refere à velocidade do ar, de acordo com o definido no art.º 77.º do DL162/90, em
trabalhos subterrâneos deve estar compreendida entre 0,2m/s e 8m/s, pelo que o sistema de
ventilação tem que cumprir este princípio.
Após a garantia de que o rebentamento ocorreu e não existem riscos associados aos
explosivos são libertados gases perigosos (exemplos: monóxido de carbono, metano, dióxido
de carbono, fumos nitrosos) que provocam uma atmosfera perigosa [28], factor pelo é
fundamental o processo de monitorização da qualidade do ar interior do túnel.
Contudo, deve ser garantido o cumprimento dos valores limites de exposição definidos na
legislação, resumidos na tabela n.3 que a seguir se apresenta:
78
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No que diz respeito ao O2, deve-se garantir que não passa abaixo de 19,5% nem acima de
23,5% do volume de O2. Será efetuada a evacuação dos trabalhadores sempre que os valores
de O2 estiverem acima ou abaixo dos limites referidos.
Apresenta-se na figura n.º57 o equipamento que é utilizado para efetuar a monitorização dos
gases no interior do túnel.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 58 – Monitorização dos gases no interior do túnel Figura 59 – Registo da monitorização dos gases no interior
A rega do escombro a seguir apresentada na figura n.º 60 e 61, desempenha duas funções
importantes no que diz respeito às poeiras, primeiro diminui a sua propagação e segundo a
água elimina a possibilidade de rebentamento acidental das emulsões (explosivos) porque a
torna inócua.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 60 – Rega dos escombros (Fonte: EDP) Figura 61 – Rega dos escombros (Fonte: EDP)
Este processo (apresentado nas figuras n.º62 e 63) promove a remoção e transporte do
material sobrante e é designado por “Mucking” (conforme ilustrado ponto n.º 6 da figura
n.º35), sendo caracterizado por remover o material oriundo do rebentamento e posteriormente
transportado para a escombreira. Como já se referiu anteriormente, os equipamentos que
circulam dentro do túnel devem estar munidos de catalisadores (ver figuras n.º64 e 65). Na
escavação, a mudança brusca para material de pior qualidade, por exemplo devido à
existência de falhas, pode provocar abatimento, deslizamento, soterramentos ou
esmagamentos, mesmo que não aconteçam acidentes ou incidentes poderá haver a
necessidade de alterar o processo construtivo [30]. Citando Terzaghi “…a geologia, mais que
qualquer outro factor, determina o grau de dificuldade e o custo de uma obra subterrânea.”
[31].
81
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 64 - Catalisador assinalado na giratória no túnel Figura 65 – Catalisador assinalado no Dumper no túnel
(Fonte: EDP) (Fonte: EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Após a remoção dos escombros inicia-se a “Scaling” ou seja o saneamento (conforme ponto
n.º 7 da figura n.º35), pode ser manual ou com recurso a máquina com martelo a auxiliar o
saneamento. Para que os restantes processos de trabalho dentro do túnel não sejam
condicionados à existência de pedras em risco de queda nos trabalhadores, é necessário
identificá-las e removê-las logo que possível, por forma a evitar queda de materiais sobre
máquinas, ou ainda mais grave, sobre trabalhadores. Na figura n.º66 e 67 apresentam-se as
duas metodologias adotadas para sanear o túnel. Na figura n.º68 apresentamos uma solução de
proteção para a queda eventual de materiais, situação não implementada em obra,
Figura 66 – Saneamento mecânico, reduz a exposição do Figura 67 – Saneamento manual dos escombros do túnel
trabalhador à queda de materiais (Fonte: EDP). com recurso a plataforma elevatória (Fonte: EDP).
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Apresenta-se uma solução alternativa na figura n.68, cuja plataforma elevatória contém
proteção anti queda de matérias, com pala mais curta de forma a permitir a proximidade com
o local a sanear, devido ao tamanho vara para sanear.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 69 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte: Figura 70 – Colocação de pregagens tipo swellex (Fonte:
EDP) EDP)
Posicionar a plataforma elevatória fora do alcance dos materiais que estão a manusear.
Apenas manter na cesta do equipamento de elevação, a carga para o qual está
dimensionado pelo fabricante do equipamento e o número máximo de trabalhadores.
Utilização do arnês de segurança preso à cesta do equipamento de elevação (figura 69).
Utilizar preferencialmente meios mecânicos em detrimento do manual.
4
Pregagens tipo swellex - O funcionamento destas baseia-se na resistência conferida pela fricção entre a pregagem e o maciço rochoso em
contacto com a mesma, estas foram desenvolvidas pela Atlas Copco [33] entre 1977 e 1980. A pregagem entra em funcionamento após a
expansão do tubo de aço, até entrar em contacto com o maciço rochoso, funcionando assim por fricção. Esta expansão deve-se à introdução
de água a grande pressão, cerca de 30 MPa, no interior do tubo.
85
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O MES foi utilizado na Áustria entre os anos 50 e 60, tendo o nome sido “apelidado” como
NATM no XIII Colóquio de Geomecânica, em Salzburgo, em 1962 [34] com objetivo de o
distinguir do antigo método adotado da Áustria.
Rabcewicz, descreveu em 1964, que o método “abrange aplicação de uma faixa fina de betão
projetado no suporte da escavação o mais depressa possível, de forma a criar um arco auxiliar,
sendo a deformação do terreno uma função do tempo até se atingir o equilíbrio” evitando a
descompressão do terreno.
A aplicação do betão projetado, conforme se pode verificar através das figuras n.º 71 e 72,
designada por “Shotcreting” é efetuada com recurso a equipamento de projetar betão,
conforme ponto n.º 8 da figura n.º35 evidenciado nas figuras n.º71 e 72. Sendo o betão
projetado um dos suportes mais utilizados na construção de tuneis, e tem uma ação de
confinamento. Aplicação de sucessivas camadas de betão projetado, associados rede metálica
ou às fibras metálicas, são consideradas uma metodologia favorável no controlo das
convergências em túneis [23], sendo que empreitada temos uma equipa que acompanha estes
trabalho e os monitoriza.
86
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 71 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP) Figura 72 – Betão projeção com fibras (Fonte: EDP)
87
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 73 – Esquema dos alvos topográficos que Figura 74 – Secção de Convergência da 1.ª fase de
constituem as secções de convergência e identificação escavação, composta por 3 alvos topográficos. (Fonte:
das cordas. (Fonte: Geoárea, 2015) [35] Geoárea, 2015) [35]
Estes acompanhamentos são fundamentais para que todos os intervenientes estejam atentos e
alertados para a melhor metodologia de contenção/avanço tipo do túnel e da gestão de
eventuais cedências das estruturas da empreitada. Caso sejam emitidos alertas, a CSO é
avisada de imediato.
A coordenação dos trabalhos, conforme referido no capítulo 4 no ponto 4.3.5., é uma das
partes que requer muita atenção por parte de todos os intervenientes em obra, pois por vezes
88
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 77 – Sobreposição de atividades (Fonte EDP) Figura 78 – Sobreposição de atividades (Fonte EDP)
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 79 – Controlo de entradas no estaleiro central com Figura 80 – Registo de entradas/saída dos trabalhadores no
recurso a cancelas automáticas (Fonte EDP). estaleiro central com recurso ao sistema de “Bastão”
(Fonte EDP). [36] [37]
No túnel o controlo é efetuado por cada trabalhador, sendo cada um responsável pela
colocação do seu cartão (cartões numerados por trabalhador) no painel, quando entra um
trabalhador coloca o cartão como estando “dentro” e depois quando sai do túnel coloca o
cartão no painel no lado de “fora”, conforme apresentado na figura n.º 82.
90
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 81 – Registo de entrada no estaleiro secundário (Fonte Figura 82 – Controlo de entradas/saídas no túnel (Fonte
EDP) EDP).
Para que nas situações de emergência, conforme referido na alínea i) do n.º1 do art.º 11 e no
n.º 10 do anexo II do DL 273/2003, seja possível aceder ao túnel rapidamente, estas devem
estar constantemente ligadas (sempre hajam trabalhos), garantindo iluminação de emergência
necessária para aceder às frentes de trabalho para apoio aos trabalhadores e à emergência
médica, seja para socorro ou para evacuação.
Apresenta-se de seguida, as figuras n.º 83 e 84, que espelham a iluminação existente nos
acessos ao túnel e no seu interior.
91
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 83 – Iluminação rodoviária e pedonal dos acessos Figura 84 – Iluminação no interior do túnel, sendo que a cada
ao túnel (Fonte EDP). 25m existe uma lâmpada de emergência (Fonte EDP).
Para que nas situações de emergência exista iluminação e meios de comunicação com o
exterior do túnel, devem garantir a existência de meios que permitam que a emergência
chegue às frentes de trabalho, seja recorrendo a radio de comunicações ou a telemóveis, pelo
que podemos constatar algumas dessas situações através das figuras n.º85 e 86.
Figura 85 – Iluminação de emergência, com recurso a gerador Figura 86 – Radio no interior do túnel para garantir
(Fonte EDP). [32] comunicações de emergência com o exterior do túnel
(Fonte EDP).
Nas zonas de circulação pedonal, sejam exteriores (ver figura n.87) ao túnel ou interiores (ver
figura n.88), são de facto um factor relevante na perspectiva da organização e emergência,
pois permite a diferenciação através da delimitação física dos possíveis veículos de
emergência medica ou bombeiros.
92
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 87 – Zona de refúgio pedonal à passagem de Figura 88 – Caminhos diferenciados: pedonal e rodoviário,
equipamentos (Fonte EDP). e caminhos de cabos separados (ex: Tubagem de
eletricidade por cima e agua por baixo) no hasteal (Fonte
EDP).
Para que os meios de alerta e socorro de emergência médica funcionem, periodicamente são
realizadas visitas dos bombeiros locais à obra (assim como com a equipa de enfermeiros
presentes no posto medico da obra), a fim de conhecerem os locais definidos como pontos de
reunião/encontro e os diferentes estados e acessos da obra.
Quando há uma ocorrência, o alerta dos meios de socorro é emitido pela gestão de segurança
da EE, que por sua vez se desloca ao posto médico para encaminhar o enfermeiro de serviço,
munido com os equipamentos abaixo apresentados, para o local da ocorrência. Este está
localizado dentro do estaleiro social da obra e trabalha sempre de acordo com os horários dos
trabalhos a executar em obra (24h por dia, caso seja esse o horário praticado). O posto médico
está provido com os equipamentos necessários de forma a garantir o suporte básico de vida
O posto médico tem vários meios de socorro, conforme podemos constatar através das figuras
n. º89 à n.º92.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 89 – Desfibrilador existente no posto médico (Fonte Figura 90 – Mala de 1ºos socorros existente no posto
EDP). médico” (Fonte EDP).
Figura 91 – Botija de Oxigénio existente no posto médico Figura 92 – Maca rígida existente no posto médico (Fonte
(Fonte EDP). EDP).
O posto médico tem disponíveis EPI’s (ver figura n. 93), para a sua equipa de enfermeiros e
uma lista de telefone com contatos de emergência (ver figura n. 94) ao qual recorre para
transmitir informações relevantes aos intervenientes em obra ou à emergência medica INEM
e aos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho.
Periodicamente os bombeiros de Vieira do Minho vêm fazer uma visita à obra para se
manterem atualizados com os novos acessos, a fim de se prepararem para a emergência, caso
seja necessário.
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 93 – Enfermeiro equipado para entrar em obra e fazer Figura 94 – Contactos de emergência presentes no posto
o socorro à vítima. (Fonte EDP). médico (Fonte EDP).
Sinalização
A condição que estabelece que a sinalização de segurança [45]. é uma componente importante
de prevenção de acidentes de trabalho, nessa medida, deve estar associada aos processos e
métodos de organização do trabalho, onde se espelham as medidas de segurança, sejam
coletivas ou individuais [38].
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Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 95 – Alerta à população dos horários de fogo (Fonte Figura 96 – Alerta aos trabalhadores que vai haver
EDP). [39] rebentamento, não se aproximar da zona (Fonte EDP).
Proteções colectivas, são apresentadas os designados “guarda corpos” na figura 97, as zonas
de refúgio sinalizadas e delimitadas por “guarda corpos”, conforme figura n.º98.
Figura 97 – Guarda corpos (tracejado a branco e vermelho) Figura 98 – Pontos Moveis Betão e zonas refúgio
(Fonte EDP). trabalhadores, sinalizado (Fonte EDP). [45].
96
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 99 – Separação da zona de circulação rodoviária da Figura 100 – Ventilação para fazer a renovação do ar
pedonal (Fonte EDP) interior do túnel (Fonte EDP)
Refere-se ainda algumas proteções coletivas, como sendo a organização e limpeza das frentes
de trabalho, ligações terra das instalações eléctricas, avisos sonoros e luminosos dos
equipamentos [40].
Sabe-se que os EPI’s não evitam acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção
coletiva, pois estes apenas evitam ou diminuem lesões que podem decorrer de acidentes [38].
EPI’s Obrigatórios:
1.
Figura 101 – Capacete de proteção [38]. Figura 102 – Calçado de proteção com palmilha e biqueira
de aço [38].
97
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 103 – Colete refletor [38]. Figura 104 – Uniforme de trabalho [38].
Figura 105 – Arnês de segurança (risco de quedas em altura) Figura 106 – Auriculares (risco de ruido ocupacional)
[38]. [38].
Figura 107 – Mascara de proteção (risco de inalação de poeiras Figura 108 – Óculos de proteção (risco de projeção de
e gases) [38]. partículas) [38].
98
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Figura 109 – Luvas de proteção mecânica (risco de corte) [38]. Figura 110 – Luvas de proteção química (ex: risco de
queimaduras) [38].
Figura 111 – Máscara de respiração semi facial (para proteção Figura 112 – Máscara de respiração semi facial “FFP3”
contra poeiras e gases) [38]. (aplicáveis a trabalhos em túneis) [38].
99
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Devem ser verificados todos os equipamentos antes de entrar em obra, conforme referido no
capítulo n.º4 no ponto 4.3.5, a fim de confirmar o seu estado atual de manutenções e das
condições de segurança. Esta verificação inicial deve ser efetuada com o mecânico em
parceria com os TS, garantindo que os sistemas de segurança dos equipamentos funcionam
adequadamente. De seguida apresentam-se as figuras n.º 114 à 117 que são exemplificativas
dessas verificações nos equipamentos.
Figura 114 – Verificação dos equipamentos antes de iniciar Figura 115 – Iluminação rotativa de alerta e luz de marcha
o seu trabalho (Fonte EDP) atrás (Fonte EDP)
Figura 116 – Utilização indevida de escadas de mão ou Figura 117 – Utilização de plataformas de trabalho com
equipamento de trabalho (Fonte EDP). recurso a arnês de segurança amarrado ao cesto da
plataforma (Fonte EDP)
100
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
5.4.3.22 Ruído
Na empreitada são avaliados trimestralmente os níveis de ruido, conforme figura n.º 118, de
acordo com o Decreto-Lei n.º 182/2006 [42], relativa às prescrições mínimas de segurança e
de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos
(ruído). Este diploma, veio revogar a anterior legislação sobre esta matéria (Decreto-Lei n.º
72/92 [43] e o Decreto Regulamentar n.º 9/92 [44], ambos de 28 de Abril). De acordo com o
plano de monitorização de ruído ocupacional previsto em PSS e seu DPSS.
101
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Na sequência do apresentado no capítulo 4 no ponto 4.3.18, serve a tabela n.º7 para de forma
sucinta apresentar os elementos mais relevantes da metodologia, não sendo aqui explorada a
questão da verificação do PES apresentado no caso de estudo, uma vez que este consta do
anexo n.º 8.10, para consulta.
Documentação C NC NA Observações
Plano de Segurança e Saúde estão De acordo com o D.L 273/2003 art.º 11 e
disponíveis na obra?
X anexo II
Foi dado conhecimento dos mesmos a
De acordo com o Ponto 4.3.4 (ver anexo
subempreiteiros e trabalhadores X 8.4)
independentes?
De acordo com o ponto 4.3.1, ver anexo
A CPAE encontra-se afixada no estaleiro? X 8.2.
102
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
O estaleiro possui vias de circulação De acordo com o ponto 4.3.10, ver figura
devidamente definidas e assinaladas?
X 99
EPC C NC NA Observações
De acordo com o ponto 5.4.3.17 (ver
Existência de sinalização X figuras 95 e 96)
Existem guarda-corpos colocados a De acordo com o ponto 5.4.3.17 (ver
90cm, 45cm e 15cm de altura
X figuras 97 e 98)
Existência de caminhos pedonais De acordo com o ponto 5.4.3.17 (ver
diferenciados dos rodoviários
X figuras 99)
De acordo com o ponto 5.4.3.5 (ver
Existência de ventilação X figuras 56)
Existência de monitorização do ar no De acordo com o ponto 5.4.3.6 (ver
interior do túnel
X figuras 57, 58, 59 e 100)
Existência de monitorização do ruido De acordo com o ponto 5.4.3.22 (ver
ocupacional
X figuras 118)
EPI C NC NA Observações
De acordo com o PSS e ponto 5.3 (ver
Existem EPI`s para visitantes? X Figura 23)
Os trabalhadores utilizam os EPI`s De acordo com o PSS (ver figuras 36 e
obrigatórios
X 60)
103
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
Com a ferramenta apresentada na tabela n.7, consegue-se constatar de forma ágil os requisitos
maiores da metodologia e do caso prático, não esquecendo a melhoria continua das
metodologias, dos sistemas, das ferramentas e técnicas.
104
Coordenação de Segurança em Obra – Metodologia, Técnicas e Ferramentas
6 CONCLUSÕES
Ao concluir este trabalho, o autor acredita ter conseguido cumprir com os requisitos
necessários para a elaboração da presente dissertação. Sabe-se que esta tónica é complexa
para ser toda tratada num documento com esta abrangência, sem se poder alongar na
quantidade de informação.
Desta forma, ficou claro o método de escavação sequencial (MES), para quem não está
familiarizado com ele, através do caso de estudo apresentado.
Este trabalho não foi de fácil realização, por ser um tema que não está muito explorado e que
se revela um pouco sombrio, talvez pelas responsabilidades associadas e a ausência de uma
perfil de competências e formação para os coordenadores de segurança de obra e de projeto.
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O autor considera ter conseguido contribuir para transmitir e elucidar os colegas de profissão
no exercício das funções e responsabilidades do coordenador de segurança na fase de obra, e as
formas de verificação de algumas situações utilizando as ferramentas apresentadas nos
exemplos práticos.
Poderia ser efetuada uma investigação aos acidentes de trabalho ocorridos antes da entrada em
vigor do DL 273/2003 e depois da sua implementação até aos dias de hoje, comparando dados
estatísticos e recolher conclusões, saber se para já valeu a pena exercer atividade de
coordenação de segurança nas obras de Portugal.
Para desenvolvimentos futuros, para além do que já foi transmitido, poderá estudar-se a
integração dos sistemas de gestão de coordenação de segurança em obra, e que este englobe a
Fiscalização, considerando um sistema de gestão integrado, uma vez que nesta empreitada,
essa gestão é independente e exclusiva da coordenação de segurança em obra.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[8] - Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 3/2014, de 28 de
Janeiro
[9] - FERNANDES, Maria, ALFREDO Soeiro, PEDRO Lopes, JORGE Fonte: Ordem dos
Engenheiros – Analise do perfil de competências da coordenação de segurança na construção.
[10] - Fontes: Projecto de Decreto – Lei que regula o exercício da actividade da Coordenação
em matéria de Segurança e Saúde na Construção - Boletim do Trabalho e Emprego - Separata
– Nº2
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[12] - Acidentes mortais por área setor de atividade, (Informação atualizada a 29/05/15, site
do ACT)
[14a] - ALVES Dias, Luís: Coordenação de Segurança e Saúde na Construção, IST, Lisboa,
2002
[19] - SANTOS, José; BATISTA, Maria; PALOS, Fátima; ROXO, Manuel – “Guias Práticos
de Coordenação de Segurança e Saúde no Trabalho dos Empreendimentos da Construção”,
ACT, Lisboa, 2011
[20] - Tender, Manuel; “Guia orientativo para a prevenção de acidentes de trabalho e doenças
profissionais em obras subterrâneas realizadas com método de escavação sequencial”,
Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2014
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[22] – Ferreira, Paulo; GOMEZ, José – “Construção de Tuneis em segurança para terceiros”
[26] - Guidelines for good Occupational Health and Safety practice in Tunnel Construction:
ITA Group Health and Safety in Works; Lausanne, 2008
[32] - Safe Working in Tunneling - For Tunnel Workers and First Line Supervision – AITES
Association Internationale des tunnels et de L’Espace Souterrain and ITA – International
Tunneling and Underground Space Association (financed by BG BAU and ITA)
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[35] - www.geoarea.pt/
[36] - Martin Vogel and Dr. Med. Irene Kunz- Vondracek; Safety and Health in long deep
Tunneling – Lessons Learned on Swiss transalpine tunnel projects, World Tunnel Congress
2013, Geneva, 2013
[37] – ENGDAHL, Sture – “Health and safety principles, laws and responsibilities, 2013
[41] - Portaria390/2002 de 11/04, Promoção da saúde, que concorram para a redução efectiva
do consumo excessivo ou o abuso e o consumo inoportuno de bebidas alcoólicas.
[43] - Decreto-Lei n.º 72/92, Estabelece o quadro geral de protecção dos trabalhadores contra
os riscos decorrentes da exposição ao ruído durante o trabalho, aplicando-se todas as
empresas, estabelecimentos e serviços, incluindo a administração pública.
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[46] - DIAS, Luís Alves e FONSECA, Manuel: Plano de Segurança e Saúde na Construção,
IDICT/IST, Lisboa, 1996
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8 ANEXOS
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Caso se constate a falta de algum documento a EE deve enviar as evidencias (ex: por email)
dentro do prazo estipulado.
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Apresento de seguida uma parte de um exemplo de RIC realizado pela CSO, lembramos que
neste documento deve constar as pessoas presentes na visita e o prazo definido de resposta ao
mesmo.
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O plano de trabalhos semanal abaixo apresentado, representa um modelo que inclui uma
projeção quinzenal de trabalhos e espelha na coluna da direita os PES associados às atividades
que se prevêem executar nos 15 dias seguintes. Caso não exista PES associado a atividade de
risco especial, esta não pode ser realizada de acordo com o art.º 7 do DL 273/2003.
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Na figura apresentada faz referência ao fato de ser recomendado pelo manual do equipamento
a utilização do arnês de segurança amarrado a ponto específico do cesto da plataforma.
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Apresentamos de seguida a planta de estaleiro organizada por zonas, com controlo de portaria,
sinalização, caminhos identificados, estaleiro social, dormitórios, localização grua torre, entre
outros.
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