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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE DIREITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO DO ESTADO

Curso: DIREITO ADMINISTRATIVO II


Professor: Marcos Augusto Perez

SEMINÁRIO: Processo Administrativo.

NOME DO ALUNO:
Anderson Correia Csiszar

NÚMERO USP: 5663660


GRUPO: 11

Leia os documentos jurídicos para o seminário: decisão, nota técnica e parecer


jurídico. 

(1) A partir dos documentos analisados, identifique que tipo de processo
administrativo encontra-se exemplificado e qual o regime jurídico a que
está submetido.

Tendo em vista que:

(i) não há conflito de interesses no processo;


(ii) o processo apresenta somente diversidade de interesses;
(iii) que o processo licitatório foi estabelecido sob a égide da Lei
12.462/11 que instituiu o Regime Diferenciado de Contratações
Públicas – RDC; e
(iv) que o Artigo 44 a Lei 12.462/11 institui que – “As normas
referentes à anulação e revogação das licitações previstas no art.
49 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, aplicar-se-ão às
contratações realizadas com base no disposto nesta Lei”.

Podemos afirmar que se trata de um processo administrativo enquadrado


na classificação de “Processos decisórios não normativos e de Gestão”,
submetido ao regime jurídico da Lei 12.462/11 e a Lei 8.666/93 nos casos
expressamente previstos na Lei 12.462/11.
(2) Enumere os princípios gerais da Lei 9.784/1999 e diga se entende que
esses princípios devem ser observados e se foram observados no caso
analisado.

A Lei 9.784/99 foi instituída com o objetivo de regular o processo


administrativo no âmbito da Administração Pública Federal e tem seus
princípios expressos no Artigo 2º da referida Lei:

“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência”.

Todos os princípios supracitados deveriam ser observados antes da


revogação do certame licitatório RDC 03/2013-EPL, exceto o princípio da
ampla defesa e do contraditório, pois o a licitação foi revogada por
ocorrência de fato superveniente (o adiamento sine die do Edital de
Concessão nº001/2012, determinado por ato unilateral da Agência
Nacional de Transportes Terrestres – ANTT), o que tornou o contrato
inexequível. Atento ainda para o fato da Súmula 473/STF explicitar que a
Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, ou revoga-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, mas hão de ser respeitados os direitos adquiridos. No caso
discutido não havia direito algum adquirido pelos participantes do certame,
não havia litígio e nem acusação, pois o processo licitatório não havia
sequer sido homologado e o fato superveniente observado para o
cancelamento do certame não partiu de nenhum dos participantes, o que
torna inaplicável o princípio do contraditório e da ampla defesa pois o
Artigo 5º (...) LV da Constituição Federal dispõe que – “Aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerente”.
O primeiro colocado no certame sequer havia sido declarado vencedor,
pois ainda não havia sido homologada a licitação, portanto não era titular
de nenhum direito e detinha mera expectativa de direito, não se podendo
falar em ofensa ao contraditório e à ampla defesa, previstos no § 3º do
artigo 49 da Lei nº 8.666/93 ou na carta magna.
Entendo que a determinação de abertura do prazo de cinco dias úteis para
que as licitantes apresentassem recursos administrativos ao despacho
decisório de revogação da licitação atendeu ao princípio da ampla defesa,
contraditório, garantindo o direito aos participantes contestarem o fato
superveniente que causou a revogação da licitação.

Veja ainda que Marçal Justen Filho e Diógenes Gasparini sustentem que,
no caso de anulação ou revogação da licitação, aplicam-se as garantias
do contraditório e da ampla defesa e que previamente à revogação
deve a autoridade superior comunicar ao vencedor da licitação dessas
intenções, para que este, no prazo razoável que lhe for concedido,
manifeste, exercendo o contraditório e a ampla defesa, o que for do seu
interesse. A prática da revogação sem o atendimento dessas exigências é
ilegal. No caso estudado não havia, no momento da revogação da
licitação, nenhum participante declarado como vencedor do certame.

(3) O processo analisado tem uma fase de instrução? Justifique.

O Artigo 29 da Lei 9.784/99 dispõe que as atividades de instrução


destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de
decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável
pelo processo.
No processo analisado, verificamos que o Despacho Decisório de
Revogação de Licitação foi promovido de ofício pela Administração
Pública, porém contou com fase de instrução constituída dos seguintes
atos:
(i) razões de fato e de direito expostas na Nota Técnica nº
01/CEL/2013;
(ii) razões de fato e de direito expostas no Parecer Jurídico
nº169/2013; e
(iii) decisão contida na Ata de Reunião de Diretoria realizada em 10
de setembro de 2013.

(4) No processo analisado há participação de interessados? Há contraditório?


Há igualdade de armas? Que interessados em tese poderiam participar?
Da decisão caberia recurso administrativo?

Até a publicação do Despacho Decisório de Revogação de Licitação não


houve a participação de nenhum interessado, porém o contraditório foi
garantido, uma vez que a decisão da Administração determinou a abertura
de prazo de cinco dias úteis para que as licitantes apresentassem recursos
administrativos ao despacho decisório de revogação da licitação. Também
há igualdade de armas, pois em caso de insucesso no recurso administrativo
ou mesmo antes dele, cabe aos participantes da licitação o acesso à tutela
jurisdicional efetiva que assegura a todos a paridade de armas perante a
jurisdição administrativa e o direito de propor e produzir todas as provas
que possam ser potencialmente úteis à demonstração da procedência de
suas alegações, em igualdade de condições com o adversário.
Quanto aos interessados, nesse caso, nos termos do Artigo 9º, II, da Lei
9.784/99 são:

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses


que possam ser afetados pela decisão a ser adotada.

Portanto todos os participantes do processo licitatório são interessados no


caso.

Por fim, da decisão proferida caberia recurso administrativo, e que constou


na decisão tomada no Despacho Decisório de Revogação de Licitação, pois
o Artigo 56 da Lei 9.784/99 dispõe que:

“Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de


legalidade e de mérito.
§1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade
superior”.

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