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“MAURÍCIO DE OLIVEIRA”
BACHARELADO EM MÚSICA – HABILITAÇÃO EM CLARINETA
VITÓRIA
2017
FABRÍCIO COSTA PINTO
VITÓRIA
2017
iii
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Gonçalves dos Santos
Faculdade de Música do Espírito Santo
Orientador
______________________________________________
Prof. Me. Marcelo Trevisan Gonçalves
Faculdade de Música do Espírito Santo
______________________________________________
Prof. Me. Ricardo Lepre
Faculdade de Música do Espírito Santo
iv
DEDICATÓRIA
Aos meus pais pelo carisma e compreensão que tornou sonhos em realidade.
AGRADECIMENTOS
Ao Ensino Musical Karla que contribuiu a todo instante para a conquista desta
produção.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA iv
AGRADECIMENTOS v
SUMÁRIO vii
1 INDRODUÇÃO 8
2 QUEM FOI MAURÍCIO DE OLIVEIRA? 11
2.1 NA RÁDIO ESPÍRITO SANTO - PRI-9 16
2.2 VARSÓVIA, POLÔNIA 17
2.3 A VIDA PROFISSIONAL DO MÚSICO MAURÍCIO DE OLIVEIRA 18
3 O CHORO CANÇÃO CONTANDO ESTRELAS 21
3.1 A HISTÓRIA DA COMPOSIÇÃO DE CONTANDO ESTRELAS 22
3.1.1 O FILHO TIÃO DE OLIVEIRA 23
3.1.2 O ENCONTRO COM WALDIR AZEVEDO 23
3.2 COMPARAÇÃO ENTRE CONTANDO ESTRELAS E PEDACINHOS DO CÉU 25
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 28
5 REFERÊNCIAS 30
ANEXOS 31
ANEXO A – Manuscrito Contando Estrelas 32
ANEXO B – Contando Estrelas (partitura do Songbook) 33
ANEXO C – Pedacinhos do Céu 35
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1 INDRODUÇÃO
Maurício de Oliveira foi músico muito ativo não apenas no cenário musical
capixaba, mas também se tornou conhecido em âmbito nacional e com passagem
relevante pelo exterior. Ele está sendo reconhecido através de importante premiação
na década de 1950 - o segundo lugar no 5º Festival Mundial da Juventude
(CALIXTE, 2001, p. 56-57).
Baseado na vida e na obra de Maurício de Oliveira e sua relação entre o
choro e a composição, o presente trabalho tem como objetivo principal explicitar, em
9
1
Clóvis Gomes – diretor artístico da Rádio Espírito Santo a ingressar na emissora. Clóvis Gomes foi
quem levou Maurício de Oliveira e seu irmão José Oliveira para conhecer a Rádio. Clóvis Gomes que
Tião de Oliveira conheceu era irmão de Rubens Gomes (nota do aluno).
11
2
Jornalista e escritor capixaba, durante mais de cinco décadas se dedicou ao jornalismo, rádio,
literatura, pintura e música. Foi produtor cultural, diretor de teatro e também diretor de redação do
jornal A Gazeta. Publicou duas dezenas de livros entre biografias ficções e Haicais, além de ter
comandado desde 1958 o programa “O Som do Jazz”. Disponível em <http://g1.globo.com/espirito-
santo/noticia/2013/12/morre-aos-78-anos-o-jornalista-e-escritor-marien-calixte-no-es.html>. Acesso
em: 01 de dez de 2016.
3
Prosaico adj. 1. Da, ou semelhante ou relativo à prosa. 2. Trivial, vulgar. (AURÉLIO, 1989, p. 413).
12
Nossa casa era alegre, sempre tínhamos música. Foi à casa do meu avô e
do meu pai, ali nasceram e viveram. Meu tio José Inácio e meu irmão José
tocavam violão. Meu pai gostava de música, de dançar, e chegamos a ter
um xenofone, um aparelho para tocar discos. Às vezes, aparecia gente
importante, o Adelpho Monjardim, o Wilson Freitas. O Porto das Pedreiras
fez história na história da cidade (OLIVEIRA apud CALIXTE, 2001, p. 31).
Apesar dos desejos do pai de ver seu filho Maurício um homem do mar, o
menino não demonstrava muita desenvoltura no manuseio dos remos em seus
passeios na baleeira “Flor da Penha” e seguia firme com pensamentos voltados para
a música (CALIXTE, 2001, p. 32).
Maurício compreendeu, logo cedo, que era difícil a vida dependente do bom
humor do mar e dos peixes. A música estava na sua alma e também no
sonho de sua realização pessoal. Ao contrário dos peixes, a música só
dependeria dele mesmo (CALIXTE, 2001, p. 32).
Com tanta música a minha volta, resolvi aos seis anos aprender a tocar um
instrumento. E o primeiro foi o cavaquinho que era tocado muito bem pelo
meu primo Alfredo, também um bom bandolinista. A partir dessa decisão,
passei a chatear o Alfredo, acordando-o todos os dias bem cedo para me
ensinar a tocar o instrumento. [...] resolvi seguir o conselho do meu irmão, o
também violonista José de Oliveira, trocando o cavaquinho pelo violão,
instrumento que ele achava ia me dar maior futuro (SILVA, 1986, p. 29).
14
Figura 2 - Foto da casa de Maurício. Fonte: Livro O Pescador de Sons de Marien Calixte (p. 37,
2001).
4
Fabiano Mayer é violonista, pós-graduado em Educação e professor de Performance no Violão da
Faculdade de Música do Espírito Santo Maurício de Oliveira (OLIVEIRA, 2015).
16
5
Clóvis Gomes – diretor artístico da Rádio Espírito Santo a ingressar na emissora. Clóvis Gomes foi
quem levou Maurício de Oliveira e seu irmão José Oliveira para conhecer a Rádio. Clóvis Gomes que
Tião de Oliveira conheceu era irmão de Rubens Gomes (nota do aluno).
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Figura 3 - O deputado Clóvis Stenzel saúda Maurício no aeroporto. Duarte Júnior e Djalma Juarez
Magalhães à esquerda. Fonte: O Pescador de Sons (2001).
Hélio Mendes fez nos anos 50, 60 e 70 o que não se consegue fazer hoje
[início dos anos 2000]. Ele organizou um trio e, depois, o conjunto, com oito
músicos e cantores, deixou um extraordinário legado de sete discos long-
playings gravados no Rio de Janeiro, além de um compacto duplo. Fazer
isso seria hoje, puro heroísmo – afirma Maurício de Oliveira ao lembrar os
anos durante os quais ele tocou com Hélio Mendes (MAURÍCIO apud
CALIXTE, 2001, p. 65).
Calixte (2001, p. 65) ainda afirma que Maurício e Hélio Mendes “foram os
mais influentes músicos em todo cenário da música popular produzida no Espírito
Santo”.
Integrando o Conjunto Hélio Mendes, Maurício venceu vários prêmios
dedicados à música popular no Brasil, dentre eles, é importante citar, o Prêmio6
Estácio de Sá7, como “conjunto revelação em disco elepê”, que foi entregue no ano
de 1963 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano surgiam grandes
revelações da música brasileira que foram agraciadas com o mesmo Prêmio como:
Hebe Camargo, Os Cariocas (arranjos vocais), Jorge Ben (cantor revelação) e Elis
Regina (cantora revelação) (CALIXTE, 2001, p. 65).
Conforme Calixte (2001, p. 65), as histórias de Maurício e Hélio Mendes se
convergem em vários momentos, desde o ano de nascimento em 1925 (com
separação de apenas quatro dias), a vida dele dedicada à música, e o grande amor
pelas terras e costumes capixabas. Certamente teriam grande sucesso, caso
tivessem aceitado os diversos convites recebidos para atuarem em centros de
referência musical no Brasil como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Entretanto, Maurício dizia que:
6
Criado pelo jornalista Claribalde Passos, do jornal “Correio da Manhã” (CALIXTE, 2001, p. 65).
7
Fundador da cidade do Rio de Janeiro (CALIXTE, 2001, p. 65).
20
Por volta de 1950 eu me lembro de que compus uma música que, ao ser
tocado num programa de rádio, atraiu a atenção do então Governador do
Estado, Jones dos Santos Neves. Esse governo, que segundo minha
opinião movimentou realmente a capital e o Estado, estavam fazendo o
aterro da Esplanada da Capixaba. Achei isso muito bom e compus um
choro que se chamou Esplanada.
8
Dilermando Reis foi violonista e compositor brasileiro. Nasceu em Guaratinguetá no dia 22 de
setembro de 1916 no Rio de Janeiro e faleceu no dia 2 de janeiro de 1977. (Nota do aluno).
21
violonista capixaba para todo o país foi à gravação, em dois LP’s, da obra completa
para violão de Heitor Villa-Lobos, proeza esta inédita para a época e que tornou-se
possível através de um convite da gravadora Odeon, do selo London (CALIXTE,
2001, p. 95). A gravação desses dois últimos discos lhe rendeu o prêmio “mais
importante de sua vida profissional [...] o título de melhor intérprete de músicas de
Villa-Lobos” (REVISTA CAPIXABA, 1969, p. 50).
Depois de uma vida inteira dedicada à música, diabético e passando por
tratamento contra o Mal de Alzheimer, Maurício de Oliveira não resistiu a problemas
cardíaco e faleceu aos 84 anos de idade no dia 01 de setembro de 2009, às 15h30
minutos na cidade de Vitória/ES (GAZETA ON LINE, 2009).
Nos dias atuais, Maurício é bastante lembrado pela sua importância para a
música capixaba, o que pode ser observada em álbuns de grandes músicos
capixabas como no disco Alma Capixaba, gravado em 2013 pelo pianista e
compositor Pedro Alcântara e que conta com obras como o baião Ardiloso e a
premiada Canção da Paz, “melodia que melhor representa a tradição musical do
Espírito Santo” (NEVES, 2015, p. 115).
9
Raimundo Machado nascido em Minas Gerais em 1961, ele vive no Espírito Santo desde os 10
anos de idade. Formado em economia, mas apaixonado pela música, já se apresentou ao lado de
importantes músicos como: Henrique Cazes, Raphael Rabello, Paulo Sérgio Santos, Joel
Nascimento, Altamiro Carrilho, Yamandú Costa, entre outros (SANTOS, 2014, p. 20).
23
único dos quatro filhos de Maurício (três deles chegaram a aprender música com o
pai) que tomou a música como profissão e seguiu a carreira do pai músico.
Tião de Oliveira conta que pretendia mesmo era seguir a carreira de jogador
de futebol, até o momento em que se viu envolvido na nova atividade assim como se
identificou com a arte e os dogmas do pai Maurício. Tião conta que começou a
estudar música aos doze anos de idade sob orientação do pai e se arrepende por
começar a estudar música tão tarde:
Eu passei a tocar ao lado dele [Maurício] mais tarde. [...]. Comecei a tocar
em alguns grupos musicais de dança de Matinê porque eu era muito garoto
e não podia ficar até tarde da noite [...]. Então eu comecei a tocar com
esses grupos até mais tarde, pegando um pouquinho de “manha”, de
cancha, para depois ele [Maurício] mesmo me convidar para tocar
(OLIVEIRA, 2017).
10
O mestre Waldir Azevedo (1923 - 1980) foi um músico e compositor carioca com presença
internacional, foi uma personalidade que expandiu o gênero choro além de transformar o cavaquinho
num instrumento solista de roda de choro. Ele divulgou o cavaquinho em rodas de choro
principalmente tocando peças de sua autoria. (Nota do autor)
25
Tião de Oliveira conta que Waldir gostou tanto da música de Maurício que
pediu a partitura de Contando Estrelas e disse que gostaria de gravá-la em seu
próximo disco. Infelizmente, ao regressar para casa (em Brasília), Waldir acabou
falecendo e não pôde realizar o sonho de Maurício em ver seu choro gravado pelo
seu maior ídolo no choro, Waldir Azevedo (OLIVEIRA, 2017).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS
BENNET, Roy. Forma e Estrutura na Música. Tradutor Luiz Carlos Cseko. 2. Ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 80 p., il.
CALIXTE, M. Maurício de Oliveira: o pescador de sons. Vitória: Cidade Alta, 2001.
14 p., il.
DINIZ, André. Almanaque do Choro: a história do chorinho, o que ouvir, o que ler,
onde curtir. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 24 p., il.
FIUSA, V. S. Harmonia Vocal: 1º ano. 1980. 34 p., il.
GAZETA ON LINE. Luto no Espírito Santo: morre Maurício de Oliveira. Vitória,
2009. Disponível em: <http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/09/124854-
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2018.
MED, Bohumil. Teoria da Música. 4. Ed. Brasília: Musimed, 1996. 420 p., il.
OLIVEIRA, M. Songbook Maurício de Oliveira: Clássico e popular. Revisão Tião
de Oliveira e Evandro Marendaz. Vitória, Gráfica e Editora GSA, 2015. 222 p., il.
PAIVA, M. Gramática em Exercícios. Brasília: Alumnus, 2012. 24 p., il.
PINTO, A. G. O Choro. Rio de Janeiro: Funarte, 2009. 212 p., il.
RAUTA, M. Reminiscências do Choros nº 10 de Heitor Villa-Lobos na
Sinfonietta nº 4 de Marcelo Rauta: um estudo comparativo. Vitória: Fames, 2012.
75 p., il.
REVISTA CAPIXABA. Vitória: Artenova, ano 3, n. 27, maio 1969. Ver. mensal. 67 p.
SANTOS, E. G. A Vida e a Obra do Maestro Antônio Paulo: edição, revisão e
análise de gravações da valsa Clarinete Vaiando e do choro Bigode na Farra.
Vitória: FAMES, 2014. 10 p., il.
SILVA, O. Música Popular Capixaba, 1900 – 1980. Vitória: Dec-Sedu, 1986. 64 p.
SILVA, S. G. Manual de Normas para Produção de Trabalhos Acadêmicos na
Graduação e Pós-Graduação. Rio de Janeiro: SENAI, 2005. 50 p., il.
TERSARIOL, A. Língua e comunicação. São Paulo: Li-bra, 1979. 299 p., il.
31
ANEXOS
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