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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE BRAGA

UFCD 3253
Processo de comunicação -
comportamentos comunicacionais e
comunicação pedagógica da criança
Comunicação pedagógica – interação entre
crianças

Formador: Ana Inês Cerdeira

Promover a interação entre crianças


Conflito entre crianças
O conflito faz parte do dia-a-dia das crianças, contudo, quando mal gerido, pode tornar-
se desconfortável e causar sentimentos negativos, como raiva ou medo. Quando é usado
como uma oportunidade de aprendizagem promove o desenvolvimento emocional, social,
cognitivo e comportamental: permite que a criança estimule a capacidade de pensar de
modo criativo, organizado e com foco num objetivo, que seja capaz de expressar emoções
abertamente, que desenvolva a empatia, que se sinta competente e autónoma a lidar com
as dificuldades da sua vida e que fortaleça as relações com os pares. A mediação por parte

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dos adultos é essencial para que a criança aprenda a lidar com conflitos de um modo
adequado e enriquecedor.
As crianças entram em conflito por vários assuntos. Entre os mais comuns estão:
 Posses (brinquedos, televisão)
 Poder/Ideias (querer ser a primeira; querer que a brincadeira ou o trabalho seja
feito ao seu modo)
 Relações/Integração num grupo novo (quando quer participar na
atividade/brincadeira que um grupo está a realizar)
 Brincadeiras agressivas (quando uma brincadeira que envolve agressividade
(luta de almofadas; guerras) aumenta a intensidade, as crianças começam a ficar
frustradas e irritadas e começam a magoar-se verdadeiramente)
 Acidentes (quando uma criança pisa ou empurra a outra sem intenção)
Tentar evitar o conflito ao máximo, punir as crianças, resolver o conflito por elas ou
deixá-las, em qualquer situação, resolver o conflito por si são estratégias que não
promovem a aprendizagem da gestão de conflitos. O estilo do educador para lidar com
conflitos influencia o modo como lida com os conflitos entre as crianças. É essencial que
se faça uma autoavaliação sobre o nosso modo de pensar sobre o conflito, os
comportamentos que achamos adequados para lidar com o conflito e sobre o modo como
o nosso modo de resolver conflitos está a afetar as crianças (o que estão a aprender, como
resolvem os seus conflitos sozinhas, quantidade de conflitos em que se envolvem). É
importante não esquecer ainda que gritar com as crianças é como fazer uma birra e fornece
um modelo desadequado de como lidar com conflitos.
O conflito deve ser visto como algo natural e como uma oportunidade de aprendizagem
e não como algo problemático que aborrece e ocupa tempo ao educador.
Estratégias para lidar com o conflito
1- Parar de imediato conflitos que podem pôr alguma das crianças em risco (em casos
de perda de controlo por parte de alguma criança, comportamentos perigosos ou
quando entram em conflito repetidas vezes sobre o mesmo assunto).
2- Não interferir cedo demais nos conflitos da criança: primeiro deve dar-se tempo
para que as crianças tentem negociar e resolver o conflito por si mesmas
3- Mediar o processo de resolução de problemas:
A mediação é um processo em que uma terceira pessoa se envolve com o intuito de ajudar
a resolver a disputa. O educador assume uma posição neutra, em que não julga quem está
certo ou errado (não assume posições). Apenas regula o processo, ajudando a clarificar o
problema, as posições e os sentimentos de cada criança, a definir os seus objetivos
(importante não esquecer a diferença entre o que as crianças desejam e o que necessitam),
a garantir que todas são ouvidas e compreendidas, incentiva-as a criar possíveis soluções
e garante que conseguem chegar a uma solução aceite por todas, que têm noção das
consequências da solução encontrada, que todas seguem o plano acordado e que, se
necessário, avaliam o seu progresso. O processo envolve:

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 Ajudar as crianças a acalmarem-se e regularem as suas emoções: o


stress dificulta o pensamento lógico e a escuta ativa.
 Definir o problema: É importante focar nos sentimentos de cada criança
em relação ao problema, pois permite que ganhem consciência do modo
como o seu comportamento afetou a outra criança. Por vezes, quando as
consequências do seu comportamento podem antecipar punições, as
crianças podem decidir mentir para as evitar. Deve-se relembrar a
importância de ser honesto para que o problema se resolva, assim como
para a continuação da relação e construção do caráter.
 Permitir que cada criança expresse a sua perspetiva do problema:
mostra que todas terão oportunidade de falar; permite o diálogo.
o a criança que está a falar não deve ser interrompida por nenhuma
outra criança
o pedir para falarem diretamente para a outra criança (linguagem
não-verbal)
o garantir que as crianças falam de modo assertivo, sem ofender a
outra e através de frase “Eu…” (linguagem verbal): isto permite
que tome mais consciência do problema para si e também que a
outra criança não assuma uma posição defensiva
 Pedir às crianças para parafrasear (repetir) o que a outra disse: muitas
vezes não ouve o outro, pois está mais preocupada em pensar na sua
resposta de defesa. Ao pedir à criança para repetir o que a outra disse
permite que ganhe mais consciência da sua perspetiva (empatia), faz com
que a outra criança sinta que está a ser ouvida e ajuda a acalmar os ânimos
o é importante garantir que os pontos de vista de cada criança foram
escutados e compreendidos por todas
 Guiar as crianças no processo de gerar alternativas para o problema:
Aqui deve-se incentivar as crianças a encontrar todas as soluções que
conseguirem. Mesmo que não façam muito sentido, deve-se garantir que
não são julgadas de modo ofensivo pelas outras crianças. O objetivo é
estimular o pensamento criativo e a capacidade de pensar em soluções. O
educador deve controlar-se em fornecer soluções, assim como em avaliar
e descartar soluções que pareçam ineficazes. As hipóteses encontradas
devem ser avaliadas de modo a que as crianças percebam as suas
consequências. Esta avaliação deve ser feita pelas crianças.
A capacidade para pensar em várias alternativas para resolver os conflitos está associada
às competências sociais da criança: uma criança que apenas consegue pensar em 1 ou
duas soluções tende a apresentar comportamentos sociais menos adequados do que uma
criança capaz de pensar em várias.
 Guiar no processo da escolha da solução: Todas as crianças têm de estar
de acordo com a decisão final.
 Orientar o processo de avaliação do progresso da solução, quando
necessário.

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No final o educador deve comentar a situação inicial (quando estavam com um problema
que não conseguiam resolver) e a situação final (terem sido capazes de chegar a um
acordo satisfatório para todas) e elogiar o investimento que as crianças puseram na
resolução do conflito.
A aprendizagem da resolução de conflitos é gradual. No início as crianças precisam de
muito apoio e requer tempo. Com o tempo vão sendo capazes de o fazer sozinhas.
As crianças mais novas necessitam de um maior envolvimento por parte dos educadores.
As suas capacidades de linguagem são limitadas o que leva a que usem mais estratégias
físicas do que palavras para resolver conflitos. Por isso, necessitam de maior apoio:
 a definir o problema
 pode ser necessário parafrasear por elas o que a outra disse
 pode ser necessário oferecer possíveis soluções
As crianças mais velhas têm mais capacidade e mais experiência na resolução de
conflitos, mas ainda necessitam de algum apoio por parte dos adultos. Este deve ser
equilibrado de modo a dar às crianças a autonomia necessária para o resolverem sozinhas.
Nestes casos o educador ajuda apenas a que as crianças sigam o processo de resolução de
problemas (guia).
Em qualquer um dos casos, as crianças devem acordar no problema e devem ser elas a
decidir qual a solução a utilizar. Contudo, tal como dito anteriormente, é importante que
tenham consciência das consequências da solução escolhida.
Para que este processo seja bem sucedido é importante que as crianças se sintam à vontade
com o adulto que assume o papel de mediador. Isto permite que se sinta confiantes para
se poderem expressar abertamente.
4- Em alguns casos a resposta mais apropriada por parte do educador é a de árbitro.
Aqui o educador ouve ambas as partes, avalia e decide qual está certa (quem tem
razão) e qual será a solução para o problema. Contudo, quando usada
frequentemente impede que as crianças usem o conflito como uma oportunidade
para aprender a resolvê-lo de modo independente, pondo em risco a sua
capacidade de resolver problemas em situações em que não esteja nenhum adulto
para o fazer, assim como no seu futuro como adulta.

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Bibliografia
Bara, B. G. (2010). Cognitive pragmatics: The mental processes of communication.
Cambridge, MA: MIT Press.
Desai, M. (2010). A rights-based preventative approach for psychosocial well-being in
childhood. New York, NY: Springer
Howe, C. (2010). Peer groups and children’s development. West Sussex, UK: Wiley-
Blackwell.
Kemple, K. M. (2004). Let’s be friends: Peer competence and social inclusion in early
childhood programs. New York, NY: Teachers College.

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