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UFCD 3253
Processo de comunicação -
comportamentos comunicacionais e
comunicação pedagógica da criança
Comunicação pedagógica – interação entre
crianças
Processo de comunicação - comportamentos comunicacionais e comunicação pedagógica da criança – interação entre crianças
INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE BRAGA
dos adultos é essencial para que a criança aprenda a lidar com conflitos de um modo
adequado e enriquecedor.
As crianças entram em conflito por vários assuntos. Entre os mais comuns estão:
Posses (brinquedos, televisão)
Poder/Ideias (querer ser a primeira; querer que a brincadeira ou o trabalho seja
feito ao seu modo)
Relações/Integração num grupo novo (quando quer participar na
atividade/brincadeira que um grupo está a realizar)
Brincadeiras agressivas (quando uma brincadeira que envolve agressividade
(luta de almofadas; guerras) aumenta a intensidade, as crianças começam a ficar
frustradas e irritadas e começam a magoar-se verdadeiramente)
Acidentes (quando uma criança pisa ou empurra a outra sem intenção)
Tentar evitar o conflito ao máximo, punir as crianças, resolver o conflito por elas ou
deixá-las, em qualquer situação, resolver o conflito por si são estratégias que não
promovem a aprendizagem da gestão de conflitos. O estilo do educador para lidar com
conflitos influencia o modo como lida com os conflitos entre as crianças. É essencial que
se faça uma autoavaliação sobre o nosso modo de pensar sobre o conflito, os
comportamentos que achamos adequados para lidar com o conflito e sobre o modo como
o nosso modo de resolver conflitos está a afetar as crianças (o que estão a aprender, como
resolvem os seus conflitos sozinhas, quantidade de conflitos em que se envolvem). É
importante não esquecer ainda que gritar com as crianças é como fazer uma birra e fornece
um modelo desadequado de como lidar com conflitos.
O conflito deve ser visto como algo natural e como uma oportunidade de aprendizagem
e não como algo problemático que aborrece e ocupa tempo ao educador.
Estratégias para lidar com o conflito
1- Parar de imediato conflitos que podem pôr alguma das crianças em risco (em casos
de perda de controlo por parte de alguma criança, comportamentos perigosos ou
quando entram em conflito repetidas vezes sobre o mesmo assunto).
2- Não interferir cedo demais nos conflitos da criança: primeiro deve dar-se tempo
para que as crianças tentem negociar e resolver o conflito por si mesmas
3- Mediar o processo de resolução de problemas:
A mediação é um processo em que uma terceira pessoa se envolve com o intuito de ajudar
a resolver a disputa. O educador assume uma posição neutra, em que não julga quem está
certo ou errado (não assume posições). Apenas regula o processo, ajudando a clarificar o
problema, as posições e os sentimentos de cada criança, a definir os seus objetivos
(importante não esquecer a diferença entre o que as crianças desejam e o que necessitam),
a garantir que todas são ouvidas e compreendidas, incentiva-as a criar possíveis soluções
e garante que conseguem chegar a uma solução aceite por todas, que têm noção das
consequências da solução encontrada, que todas seguem o plano acordado e que, se
necessário, avaliam o seu progresso. O processo envolve:
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No final o educador deve comentar a situação inicial (quando estavam com um problema
que não conseguiam resolver) e a situação final (terem sido capazes de chegar a um
acordo satisfatório para todas) e elogiar o investimento que as crianças puseram na
resolução do conflito.
A aprendizagem da resolução de conflitos é gradual. No início as crianças precisam de
muito apoio e requer tempo. Com o tempo vão sendo capazes de o fazer sozinhas.
As crianças mais novas necessitam de um maior envolvimento por parte dos educadores.
As suas capacidades de linguagem são limitadas o que leva a que usem mais estratégias
físicas do que palavras para resolver conflitos. Por isso, necessitam de maior apoio:
a definir o problema
pode ser necessário parafrasear por elas o que a outra disse
pode ser necessário oferecer possíveis soluções
As crianças mais velhas têm mais capacidade e mais experiência na resolução de
conflitos, mas ainda necessitam de algum apoio por parte dos adultos. Este deve ser
equilibrado de modo a dar às crianças a autonomia necessária para o resolverem sozinhas.
Nestes casos o educador ajuda apenas a que as crianças sigam o processo de resolução de
problemas (guia).
Em qualquer um dos casos, as crianças devem acordar no problema e devem ser elas a
decidir qual a solução a utilizar. Contudo, tal como dito anteriormente, é importante que
tenham consciência das consequências da solução escolhida.
Para que este processo seja bem sucedido é importante que as crianças se sintam à vontade
com o adulto que assume o papel de mediador. Isto permite que se sinta confiantes para
se poderem expressar abertamente.
4- Em alguns casos a resposta mais apropriada por parte do educador é a de árbitro.
Aqui o educador ouve ambas as partes, avalia e decide qual está certa (quem tem
razão) e qual será a solução para o problema. Contudo, quando usada
frequentemente impede que as crianças usem o conflito como uma oportunidade
para aprender a resolvê-lo de modo independente, pondo em risco a sua
capacidade de resolver problemas em situações em que não esteja nenhum adulto
para o fazer, assim como no seu futuro como adulta.
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Bibliografia
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Cambridge, MA: MIT Press.
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Howe, C. (2010). Peer groups and children’s development. West Sussex, UK: Wiley-
Blackwell.
Kemple, K. M. (2004). Let’s be friends: Peer competence and social inclusion in early
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