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ESCOLA SECUNDÁRIA DO MONTE DA CAPARICA

3270- Modelos psicológicos e fases


do desenvolvimento da criança
Curso: Técnico/a de Ação Educativa (761175)
Carga Horária: 50 horas (33 aulas de 90 m + 1 aula de 30 m)

Objetivos:
 Reconhecer os fatores que influenciam o desenvolvimento da criança;
 Enunciar os modelos psicológicos do desenvolvimento da criança;
 Identificar as várias etapas do desenvolvimento infantil.

Psicologia:
- A Psicologia é a “ciência” que estuda os processos mentais (sentimentos,
pensamentos, razão) e o comportamento humano relativamente a ele próprio,
aos outros e ao mundo em geral, tentando compreender as suas estruturas
mentais.
- O termo Psicologia deriva das palavras gregas Psiquê (“alma”) e Logia
(“estudo de”).
- A Psicologia não e hoje apenas a “ciência” da alma, mas também do
comportamento e da experiência, pois o corpo e a mente não são separados, e
um exerce influência sobre o outro.
- Tem vários ramos.
1. PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
- Ramo da Psicologia que se dedica ao estudo das transformações que
ocorrem desde a fecundação ate à morte.
- A Psicologia do desenvolvimento, tem como finalidade estudar
(compreender) a interação entre os processos físicos, psicológicos e o meio
ambiente (contextos), assim como as etapas de crescimento, a partir da
conceção até ao final da vida de um sujeito.
 O que muda ao longo da vida e porquê?
 O que é inato e o que é adquirido.
A Psicologia do Desenvolvimento tem várias vertentes, mas há algumas que
são, tendencialmente, mais estudadas:

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 Desenvolvimento cognitivo: mudança nos processos de pensamento,
memória e capacidades de raciocínio.
 Desenvolvimento motor ou físico: mudanças na altura e peso,
aquisição e perda de habilidades motoras grossas e finas, etc..
 Desenvolvimento percetivo: mudanças da visão e na audição,
principalmente.
 Desenvolvimento da linguagem.
 Desenvolvimento moral.
 Desenvolvimento psicossexual.
 Desenvolvimento do comportamento social e da personalidade:
alterações no autoconceito, identidade de género, relacionamentos
interpessoais, etc..
 Desenvolvimento emocional.

Objeto de estuda da Psicologia do Desenvolvimento:


- O objetivo da psicologia do desenvolvimento é colocar como objeto de estudo
o ser humano na sua permanente evolução.
- Para isso, são abordadas nesta psicologia, a infância, a adolescência, a fase
adulta e a velhice, nos seus processos biológicos, mas também psicológicos.
- Todas as fases de desenvolvimento têm as suas características.

Bebé - construção das defesas / desenvolvimento da capacidade motora


(gatinhar, sentar, equilíbrio, andar/desenvolvimento dos 5 sentidos /
diversificação alimentar / dentição / crescimento muito rápido/exploração do
mundo através da boca…
Infância - aprender a falar / consciência da própria identidade / fase de intensa
aprendizagem através da brincadeira / exploração / novos círculos sociais /
formação de memórias / personalidade começa a definir-se / desenvolvimento
moral / capacidades físicas cada vez mais apuradas / autonomia…
Adolescência - grandes mudanças corporais / aumento da massa muscular /
facilidade em manter o peso / atração sexual / capacidade reprodutiva /
formação de caráter e da personalidade / rebeldia / conflito geracional /
capacidades cognitivas atingem o auge / questionamento das normas do adulto
/ instabilidade emocional…
Adulto - reconstituição óssea / constituição de família / maior responsabilidade
/ percurso profissional /amadurecimento / estabelecimento de relações

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estáveis / educação das próximas gerações / foi atingido o pico máximo da
forma física…
Meia-idade - perda de massa óssea / aparecimento das primeiras rugas
(flacidez da pele) / secura nos olhos / redução da capacidade de gastar calorias
e por consequência aumento de peso / menopausa/stresse / cabelos brancos /
andropausa / hipertensão / diabetes / AVC / doenças pulmonares /
arteriosclerose / perda da capacidade de focar ao perto. / Síndrome do “ninho
vazio” / aparecimento dos netos / desacelerar…
Idoso – aposentação / perda de sensibilidade dos 5 sentidos / osteoporose / a
audição é o ultimo sentido a perder antes de falecer / perda de mobilidade /
perda de massa óssea e muscular / agravação da elasticidade e hidratação da
pele / necessidade de sono reduzida / alterações em alguns processos de
memória, sobretudo de curto prazo / pode haver alguma perda de autonomia /
preparação ou antecipação da morte / o idoso é um adulto em plenos direitos.

2 - MODELOS PSICOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO

2.1 Teoria psicanalítica (Freud – 1856-1939 – Império Austríaco - Londres)


Psicanalise. Conceitos-chave
A teoria psicanalítica tem como objetivo descrever o funcionamento e
desenvolvimento da mente humana.
Esta teoria assenta nos seguintes pressupostos:
(As palavras a bold são palavras que Freud usa na sua teoria)
 O homem é influenciado pelos aspetos inconscientes da sua
personalidade;
 Estes aspetos quando emergem desencadeiam um conflito interior que
provoca um sentimento de angústia no indivíduo;
 Os mecanismos de defesa (do Ego) são processos psíquicos
mobilizados para fazer face a esta angústia;
 Este conflito pode ser caracterizado como uma luta entre duas forças
opostas, onde o que está em causa é a obtenção do prazer (“Princípio
do Prazer);
 A Líbido pode ser definida como a energia sexual que nos move em
busca do prazer, ou seja, da satisfação de um desejo (também definido
por pulsão), no sentido mais amplo e não exclusivamente genital;
 O individuo, desde o seu nascimento, move-se em direção ao mundo
com o objetivo de se relacionar e satisfazer as suas necessidades, ou
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seja, obter prazer, através de determinadas zonas corporais, também
designadas por zonas erógenas.
 A Líbido é organizada em torno dessas zonas erógenas, que vão
variando ao longo do desenvolvimento.

Objeto de estudo da psicanálise:


 O objeto de estudo da Psicanálise é o psiquismo humano, ou seja,
conjunto de características psicológicas de um individuo, ou o conjunto de
fenómenos psíquicos e processos mentais;
 É importante salientar que o objeto de estudo da Psicanálise (psiquismo
humano) não se limita à zona consciente que podemos conhecer através
da introspeção;
 Para Freud, o psiquismo humano está dividido em ”áreas distintas”, isto
é, espaços (tópicas) a que correspondem características e formas de
funcionar diferentes;
 Freud formulou duas tópicas, isto é, duas teorias sobre a constituição do
aparelho psíquico: a 1ª tópica e a 2ª tópica.

A PRIMEIRA TÓPICA:
Na primeira tópica, Freud distingue três instâncias:
-Consciente
- Subconsciente ou pré-consciente
- Inconsciente

 Para tornar mais compreensível a sua teoria, compara estas zonas a um


iceberg.
 O inconsciente seria a zona de maior dimensão do psiquismo. Ao
consciente, corresponderia apenas uma pequena zona.
 Os “materiais” do pré-consciente (ou subconsciente) podem aceder à
consciência.
 Freud atribui um grande significado à sexualidade. As pulsões e os
desejos sexuais são o material dominante do Inconsciente, que
influenciam de forma determinante o comportamento.

SEGUNDA TÓPICA:
As três estruturas que constituem a personalidade:
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Id, Ego e Superego,
Id (infra-eu)
 Zona inconsciente, primitiva, instintiva a partir da qual se formam o Ego e
o Superego;
 Existe desde o nascimento e é constituída por pulsões, instintos e
desejos completamente desconhecidos;
 Está desligado do real, não se orientando, portanto, por normas ou
princípios morais, sociais ou lógicos;
 Rege-se pelo Princípio do prazer, que tem como objetivo a realização, a
satisfação imediata dos desejos e pulsões. Grande parte destes desejos
são de natureza sexual. É o reservatório da Líbido - energia das pulsões
sexuais.

Ego (eu)
 Zona fundamentalmente consciente que se forma a partir do Id no 1º ano
de vida;
 Rege-se pelo Princípio da realidade, orientando-se por princípios
lógicos (racionais) e decidindo quais os desejos e impulsos do Id que
podem ser realizados;
 É o mediador entre as pulsões inconscientes e as exigências do meio, do
mundo real;
 Tem de gerir as pressões que recebe do Id e as que recebe do Superego.

Superego (super-eu)
 Zona do psiquismo que corresponde à interiorização das normas, dos
valores sociais e morais;
 Resulta do processo de Socialização da interiorização de modelos como
os pais, professores e outros adultos;
 É a componente ética e moral do psiquismo;
 Pressiona o Ego para controlar o Id;
 Forma-se entre os 3 e os 5 anos.
Consciente
Pré-consciente/ Superego
Ego
Inconsciente/ Id

FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL:


1. Estádio oral (0-12/ 12-18 meses)
2. Estádio Anal (18 meses - 2/3 anos)
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3. Estádio Fálico (3 anos - 5/6 anos
4. Estádio da Latência (entrada na escola- puberdade)
5. Estádio Genital (a partir da puberdade)

Fase oral

 Corresponde, mais ou menos, ao primeiro ano e meio de vida;


 Ao nascer, o órgão que a criança traz mais desenvolvido é a boca. É
através desta zona que a criança satisfaz todas as suas necessidades,
tanto alimentares como afetivas;
 Zona erógena: a boca.

Fase anal
 Estende-se do ano e meio até ao fim do uso das fraldas;
 Fase marcada pela aquisição do controlo dos esfíncteres (urinário e
anal);
 Este “treino da higiene” pode durar de 1 a 3 anos;
 Zona erógena: a anal.

Fase fálica
 Estende-se desde o fim do uso da fralda até a entrada na escola;
 A curiosidade em torno dos órgãos genitais aumenta;
 A masturbação torna-se frequente e natural;
 Surge a preocupação quanto às diferenças sexuais;
 É comum que, nesta fase a criança assuma comportamentos
exibicionistas;
 Fase caraterizada pelo aparecimento do conflito Edipiano/Electriano;
 Em ambos os géneros, verifica-se um sentimento de “inveja do pénis”;
 Zona erógena: órgãos sexuais.

Fase de latência
 Significa pausa, interrupção, interregno, intervalo;
 Vai da entrada na escola até à adolescência;
 A Líbido é canalizada para as realizações intelectuais e sociais, através
do mecanismo de defesa do Ego mais evoluído, que é a Sublimação.

Fase genital

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 A partir da adolescência;
 Estabelece-se um equilíbrio entre o amor e o Trabalho, ou seja, a Libido é
canalizada para ambos os aspetos que caraterizam a vida humana;
 O individuo obtém prazer das suas realizações profissionais e da sua
sexualidade;
 Fase em que o prazer é vivenciado de uma forma partilhada, bi-partida;
 Desenvolvem-se relações estáveis, duradouras, maduras e responsáveis.

2.2 Teoria da Maturação (Arnold Gesell – 1880-1961 – Norte Americano)


 Americano, nasceu em 1880 e faleceu em 1961, com 80 anos;
 Filho de um fotógrafo e de uma professora, começou ele próprio por
ser professor e psicólogo, tirando entretanto o curso de medicina;
 Desde cedo se interessou pelo desenvolvimento infantil: 1º pelo
atípico, e posteriormente pelo normal. Nos seus estudos, recorreu a
registos de vídeo e a espelhos unidirecionais (tipo espelho da polícia);
 Este psicólogo americano começou por estudar crianças com
dificuldade de desenvolvimento, mas cedo percebeu que é necessária
a compreensão do desenvolvimento normal para se compreender um
desenvolvimento anormal;
 Foi pioneiro na sua metodologia de observação do comportamento, e
portanto, foi um dos primeiros a implementar o estudo quantitativo
do desenvolvimento humano, do nascimento até a adolescência.
(Ou seja observou milhares de crianças);
 Realizou uma descrição detalhada do desenvolvimento da criança;
realça, com base em pesquisas rigorosas e sistemáticas, o papel do
processo de maturação no desenvolvimento;
 Gesell e seus colaboradores, caraterizam o desenvolvimento segundo
quatro dimensões comportamentais: motora, verbal, adaptativa e
social.
 Nessa perspetiva, caberia um papel decisivo às maturações: nervosa,
muscular e hormonal no processo de desenvolvimento;
 Estas sequências ou fases são relativamente estáveis e como tal, é
possível prever os comportamentos e capacidades que a criança
desenvolve em cada uma delas;
 As diferenças individuais são determinadas geneticamente e pouco se
devem à influência do meio, admitindo-se, no entanto, que cada
criança tem o seu próprio ritmo e que este aspeto pode criar margens
de variação dentro de cada faixa etária.
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PAPEL DAS INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS
 Não alterando, no entanto, o tipo de capacidades que a criança estava
programada a desenvolver;
 Podemos assim concluir que o ambiente influência o comportamento,
mas não o determina.

DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
 Gesell define o tipo de personalidade de um indivíduo tendo em conta
o seu físico ou somático;
 Segundo este autor existem 3 tipos somáticos básicos, com uma
personalidade própria.
Tipos somáticos básicos:

ENDOMORFO
 Indivíduo gordo ou roliço que se exercita para comer;
 Retira prazer, sobretudo, do que come;
 O seu lema de vida é ”viver para comer”.
MESOMORFO
 Indivíduo de ombros largos, solidamente constituído com um corpo
atlético, que come para se exercitar;
 Retira prazer da atividade competitiva;
 O seu lema de vida é ”vivo para me exercitar e competir”.
ECTOMORFO
 Indivíduo com uma estrutura delgada, aparência frágil, angulosa, de
ombros caídos, com pernas e braços finos;
 Exercita-se e come para estar atento, observar, escutar e refletir;
 O seu lema é “como para viver”.
Áreas do comportamento analisadas por Gesell dos 0 aos 5 anos:
 Motora (postura, locomoção e preensão);
 Linguagem (todas as formas de comunicação desde os gestos, sons e
palavras);
 Pessoal-social (reações individuais aos outros indivíduos e ao meio
envolvente);

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 Adaptativa (capacidade para apreender elementos significativos de
uma dada situação e de utilizar as experiências passadas e presentes
na adaptação a novas situações.

A partir dos 5 anos:


 Atividade motora (atividade corporal no seu todo);
 Higiene pessoal (alimentação, sono, banho, vestir, saúde…);
 Expressão emocional (atitudes afetivas);
 Receios e sonhos;
 Eu e o sexo;
 Relações interpessoais (com a família direta e com os seus pares);
 Hobbies e passatempos;
 Escola (desenvolvimento académico e comportamento);
 Sensibilidade moral (censuras, reações a castigos e elogios,
sentimentos do bem e do mal);
 Perspetiva filosófica (utilização do pensamento abstrato, ou seja,
capacidade de refletir sobre questões não palpáveis como: a vida e a
morte, o amor…).

FASES DO DESENVOLVIMENTO
 Para Gesell, sobretudo no 1ºano de vida, é crucial o desenvolvimento da
inteligência, da afetividade e das relações sociais;
 Qualquer perturbação nesta fase, se não for detetada atempadamente, poderá
colocar em causa o desenvolvimento de determinadas capacidades no
decorrer das fases posteriores do desenvolvimento.

2.3. Teoria do ciclo vital (Erik Erikson – 19021994 - Alemão)

 Erikson começou por analisar o desenvolvimento humano de uma perspetiva


psicanalítica;
 No entanto, desviou o foco da sua teoria do Id para o Ego e introduziu um novo
aspeto: a influência do contexto sociocultural;
 Freud falava de conflitos inconscientes;
Erikson, por sua vez, fala de crises psicossociais;
 Segundo este autor, o indivíduo, ao longo do seu ciclo de vida, vai
atravessando várias crises do ego, que lhe vão permitir (re)construir uma
noção de identidade;
 Crise, etimologicamente, significa transformação;

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 É um “momento critico”, na evolução de um indivíduo, pois corresponde ao
período mais favorável para desenvolver uma capacidade, ou de fazer uma
aquisição;
Na teoria de Erikson, pode-se traduzir no desenvolvimento de um “sentimento
de” ou “sentido de”.
A crise em Erikson
 A resolução positiva de uma crise psicossocial confere ao indivíduo um
sentimento positivo que reforça a sua noção de identidade;
 Pelo contrário, uma resolução negativa provocará sentimentos de
frustração e de fracasso, fragilizando o Ego;
 Outra das nuances que podemos encontrar, relativamente à teoria
freudiana, é que Erikson defende que estas construções de identidade, que
elaboramos desde a infância, não são totalmente fixas, ou seja, uma crise mal
resolvida pode ser parcialmente alterada em fases posteriores do
desenvolvimento;
 O ciclo de vida, segundo este autor, está dividido em 8 estádios, designados
por estádios de desenvolvimento psicossocial, ao longo do qual o autor
traça o plano de vida. Este aspeto também é designado por Princípio
epigenético (Epigénese).

Epistemologia - Ciência que estuda o conhecimento humano.

2.4 Teoria cognitiva (Jean Piaget – 1986 -1980 - Suiça)


Epistemologia genética

 Segundo esta teoria, o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre


fatores internos do individuo (biólógicos/hereditários) e fatores externos
(meio envolvente) sendo o 1º conjunto de fatores determinantes no processo
de construção do conhecimento desde as suas formas mais elementares
(esquemas sensório-motores) até aos níveis superiores (esquemas frontais);
 O ênfase dado à componente humana (à componente biológica) faz de
Piaget um maturacionista, visto que, tal como outros autores, este acredita
que o amadurecimento do organismo (maturação neurológica, muscular e
hormonal) permite uma interação cada vez mais complexa com o meio
envolvente e, por conseguinte, uma adaptação mais ajustada à realidade.

Conceitos-chave:

 Hereditariedade
 Para Piaget, a inteligência não se herda, constrói-se;
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 Ao nascer, trazemos uma série de estruturas biológicas (sensoriais e
neurológicas), que ao amadurecer e em contato com o meio, nos vão
permitir construir uma serie de estruturas mentais ou esquemas.

 Esquema
 Estrutura de pensamento ou ação que se desenvolve a partir das
estruturas biológicas do indivíduo, com o intuito de organizar e dar
respostas cada vez mais adequadas aos estímulos provenientes do
meio ambiente.

Existem esquemas simples e complexos que podem referir-se a:


 Ações motoras/comportamento (ex. esquema de sucção);
 Representações mentais/imagens interiorizadas (ex. esquema de
representação mental da mãe;
 Estratégias mentais de resolução de problemas (ex. esquemas
para a resolução de uma equação).
Estas estruturas são dinâmicas, pois vão sofrendo modificações (ao nível do
conteúdo) ao longo da vida do indivíduo, permitindo-lhe uma adaptação cada
vez mais eficaz às exigências do meio.

 Adaptação, Assimilação e Acomodação

O meio ambiente coloca o indivíduo constantemente à prova,


provocando-lhe um estado de desequilíbrio. Para fazer face a este
desequilíbrio e dar uma resposta cada vez mais adaptada às solicitações
do meio, Piaget considera que recorremos a dois processos
complementares: Assimilação e Acomodação.

SUJEITO INTERAÇÃO MEIO

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ASSIMILAÇÃO PROCESSOS
ACOMODAÇÃO
COMPLEMENTARES

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REEQUILÍBRIO

ASSIMILAÇÃO: Incorporação de um elemento novo, a um esquema já


formado. Ou seja, quando a criança tem novas experiencias
(vê/ouve/experimenta coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos
às estruturas cognitivas que já possui. (Da experiencia à mente).

ACOMODAÇÃO: Modificação dos esquemas em função da situação. Quando a


criança não consegue assimilar um novo estímulo, isto é, não existe uma
estrutura cognitiva que assimile este novo estímulo. Diante desse impasse,
restam apenas duas saídas: ou criar um novo esquema ou modificar um
esquema já existente. Ambas as ações resultam numa mudança na estrutura
cognitiva.
EQUILÍBRIO: O equilíbrio pode ser definido como um processo a partir do qual
o indivíduo organiza as suas estruturas mentais de uma forma coerente, com a
finalidade de se adaptar à realidade.

Períodos ou estágios de desenvolvimento:


 O desenvolvimento pode ser definido, segundo Piaget, como um
processo de equilibração progressiva, através do qual o indivíduo vai
organizando os estímulos a que é sujeito;
 Piaget definiu quatro estádios, correspondentes a quatro faixas etárias, e
caraterizados por determinadas aquisições mentais.
Período sensório-motor (0/2 anos)
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 Período marcado pela aquisição de esquemas sensórios-motores, que
irão permitir ao bebé uma organização inicial dos estímulos ambientais
e uma exploração deliberada do mundo exterior;
 Carateriza-se por uma inteligência sensorial, porque o bebé capta
todas as informações que recebe através dos sentidos, e motora,
porque o bebé se exprime quase exclusivamente através de
movimentos sobre o mundo/objetos;
 Egocentrismo inconsciente e integral;
 Por volta dos 9 meses, outra das aquisições deste período é a noção
de permanência do objeto, ou seja, a criança procura um objeto
escondido porque desenvolve a noção de que este continua a existir
mesmo quando não o vê.
Período pré-operatório (2/6 anos)
 Período marcado pela aquisição de esquemas simbólicos, ou seja, pela
capacidade de representar simbolicamente objetos, situações ou pessoas
de diferentes formas, tais como:
- utilizar um objeto como se fosse outro (ex. utilizar uma caixa como se
fosse um telemóvel ou um carro);
- representar uma situação (brincar Às casinhas, aos médicos, aos
bombeiros);
-utilizar a palavra para representar uma pessoa, situação ou objeto –
linguagem e símbolo;
 A aquisição da Linguagem, função semiótica (uso de símbolos para
representar a realidade);
 A função simbólica manifesta-se pela Linguagem, jogo simbólico (faz de
conta), imagem mental e desenho;
 Egocentrismo;
 Explicações animísticas: atribuir caraterísticas humanas a objetos,
animais ou plantas (ex. a boneca está com sono);
 Explicações artificialistas: atribuir causas humanas aos fenómenos
naturais (ex. a chuva é alguém que está a regar as nuvens);
 Socialmente, começa a observar-se um progressivo desligamento da
família. O interesse por crianças da mesma idade aumenta, no entanto,
nas brincadeiras observa-se que elas estão juntas, mas não interagem
verdadeiramente - monólogo coletivo e ausência de liderança.
 A linguagem:
- falar dela própria na 3ª pessoa do singular (ex. “a Ana não quer a
sopa”);
- verbalizar em voz alta o que está a fazer no decorrer de uma atividade
(ex. “o bebé está a arrumar os brinquedos”);
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 Erros ao nível da noção de conservação de quantidade, peso, massa e
volume - pensamento intuitivo (ex. dos copos com líquido, da plasticina).

Período das operações concretas (7/12anos)


 Período marcado pela aquisição de esquemas concetuais verdadeiros;
 Declínio do egocentrismo intelectual;
 Aumento do pensamento lógico sobre acontecimentos concretos;
 Aquisição da noção de conservação e de reversibilidade;
 Resolver determinadas situações sem recorrer a ações físicas;
 Ao nível da linguagem, observa-se um gradual declínio do egocentrismo;
 Socialmente, formam-se grupos, reconhecem regras e lideranças;
 Desenvolvimento do pensamento lógico: aquisição de conceitos e
capacidades de realizar operações mentais, mas apenas perante os
objetos e/ou situações;
 Capacidade de fazer seriações e classificações.

Período das operações formais (a partir dos 12 anos)


 Período marcado pela aquisição de esquemas mentais abstratos e pela
capacidade de refletir acerca do próprio processo de pensamento;
 Raciocínio hipotético-dedutivo;
 A linguagem está desenvolvida permitindo discussões lógicas e que
cheguem a conclusões.

2.4.1 Teoria cognitiva (Jerome Bruner – 1915-2016 - Americano )


Instrumentalismo evolucionista
Bruner, tal como Piaget, defendia que o desenvolvimento cognitivo se
processava através do amadurecimento do organismo (maturacionista) e da
interação do sujeito com o meio ambiente (construtivista).
O homem necessita de técnicas que lhe permitam evoluir ou desenvolver-se.
 Estas técnicas de elaboração da informação permitem ao individuo
traduzir as experiências proporcionadas pelo meio, em sistemas de

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representação que estejam ao seu dispor, tendo em conta a fase de
desenvolvimento e o contexto cultural em que se encontra;
 Para Bruner, o desenvolvimento cognitivo, ou a passagem por estas
etapas, pode ser acelerado se a criança se desenvolver num meio
cultural e linguístico rico e estimulante;
 Estes sistemas de representação correspondem às etapas do
desenvolvimento definidas por Bruner:
- Respostas motoras
- Representação icónica
- Representação simbólica

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA: respostas motoras (0/3 anos)
 A criança utiliza a ação como meio privilegiado de representação da
realidade;
 Conhece o que manipula.

2ª ETAPA: representação icónica (3/9 anos)


 A criança realiza uma representação visual da realidade;
 Utiliza as imagens que recolhe do meio exterior.

3ª ETAPA: representação simbólica (a partir dos 10 anos)


A criança representa a realidade através da linguagem.
 A manipulação dos símbolos permite não só desenvolver a capacidade
para realizar a leitura da realidade, como também para transformar essa
realidade;
 Para Bruner, o desenvolvimento cognitivo passa por uma construção
progressiva da realidade, passando pelas diferentes formas de
representação.
(Nota: teoria dos construtivistas: a realidade não existe; somos nós que a
construímos)

2.4.2 Teoria Cognitivo-social (Lev Vygotsky – 1896-1934 - Russo)


 A Aprendizagem desenvolve-se por um processo de mediação em que o
adulto assume o papel de facilitador. O desenvolvimento cognitivo

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realiza-se através das interações sociais e dos instrumentos utilizados
com o intuito de construir uma representação da realidade;
 Distingue dois tipos de instrumentos quando fala de desenvolvimento:
- instrumentos reais: canetas, papel, cadeiras...
- instrumentos simbólicos: linguagem, sistemas matemáticos, símbolos…
 Segundo Vygotsky, a criança organiza as suas experiências e constrói a
sua representação do mundo através do meio e da linguagem. (Para
Vygotsky, é a linguagem que permite que a criança desenvolva, ou seja,
é um meio de desenvolvimento).

Pressupostos que justificam as influências socioculturais:


 O desenvolvimento não pode ser separado do contexto social;
 A cultura afeta a forma como pensamos e o que pensamos;
 Cada cultura tem o seu próprio impacto;
 O conhecimento depende da experiência social.

Zona de desenvolvimento proximal (ZDP)

 Intervalo entre a resolução de problemas assistida e individual;


 Adulto assume o papel de mediador favorecendo a aprendizagem da
criança.

ZDP

Zona de Zona de
desenvolvimento desenvolvimento
atual potencial

Pensamento e linguagem

 Para Vygotsky, a Linguagem não tem apenas a função básica de


comunicação, permitindo a interação social, mas também tem a função
de organização do pensamento.

O desenvolvimento desta capacidade passa por 3 fases:


1ª Fase: linguagem social

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 Função meramente comunicativa.
2ª Fase: linguagem egocêntrica (por volta dos dois anos)
 Representa a fase de transição entre a função comunicativa e a
intelectual;
 Nesta fase, os pensamentos são oralizados no decorrer de uma
atividade, não com o intuito de interagir, mas com a finalidade de
organizar os pensamentos e solucionar determinados pensamentos;
 A curiosidade infantil é um dos aspetos mais marcantes, tal como o
enriquecimento do vocabulário.
3ª Fase: discurso interior
 Fase em que as crianças adquirem a capacidade de “pensar nas
palavras” sem necessariamente verbalizá-las;
 O pensamento nesta fase tem por função criar ligações e resolver
problemas de uma forma abstrata. Verifica-se por vezes, um
desfasamento entre aquilo que se pensa e o significado das palavras.
Esta situação leva a que o indivíduo tenha de realizar um maior esforço
na sentido de transmitir o conteúdo do seu pensamento.
Analisando estas fases, concluímos que o autor considera que o
desenvolvimento ocorre sempre a dois níveis:
Nível interpessoal: a criança em contato com o meio.
Nível intrapessoal: a criança entra em contato com ela própria.
 Vygotsky analisou ainda a esfera motivacional do pensamento,
concluindo que as nossas motivações, interesses, necessidades,
sentimentos e emoções têm uma influência preponderante no que
pensamos, no que dizemos e na forma como o dizemos.

Fatores que condicionam o desenvolvimento infantil

Hereditariedade Meio ambiente

Genética Educação
Vs Aprendizagem
Maturação

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Gesell - Pacote genético
Freud - Meio ambiente (família)

Erikson
Piaget
Bruner
Vygotsy

 Meio social;
 Tipo de família (monoparentais, homoparentais, famílias numerosas);
 Nível socioeconómico;
 Cultura;
 Contextos de educação formal;
 Política(s);
 Diferenças inter-individuais (são as diferenças que se tornam visíveis
quando vamos crescendo).

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