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V – HORIZONTES E DESAFIOS DA FILOSOFIA

p. 274
1. Considere o texto de José Luís Peixoto.

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:


o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
J. L. Peixoto, A Criança em Ruínas, Quetzal, 2012.

Sugestões de questões para introduzir o debate a propósito do sentido.


1.1. Poderemos falar em sentido sem os outros? Porquê?
1.2. O que significa ter/não ter sentido?
1.3. Que papel desempenha a consciência da finitude na procura de sentido?
1.4. Que papel desempenha a consciência de ser com os outros na procura de sentido?

p. 279

1. Considere a imagem e respetiva legenda.

Imagem captada pela fotógrafa norte-americana Micah Albert. Premiada no concurso World Press Photo
2012, a fotografia foi tirada numa lixeira de Nairobi, capital do Quénia.

Sugestões de questões para introduzir o debate a propósito do sentido.


1.1. Temos obrigações éticas face aos menos favorecidos do planeta?
1.2. É capaz de apontar exemplos do poderia ser para si um bom projeto ético, de acordo com a
perspetiva de Singer?

p. 279

1. Considere a imagem e respetiva legenda.

Campanha criativa da cidade de Denver, no Estado do Colorado (EUA), cujo objetivo é promover a
poupança de água (use apenas o que precisa). A ética surge nas nossas vidas de forma muito comum e
quotidiana. Por exemplo, podemos agir eticamente enquanto consumidores, poupando recursos e/ou
preferindo produtos amigos do ambiente.

Sugestões de questões para introduzir o debate a propósito do sentido.


1.1. Que deveres éticos temos enquanto consumidores?
1.2. O que significa agir eticamente do ponto de vista ambiental?

p. 279

1. Leia atentamente a notícia que se segue.

Os imigrantes que trabalham nas obras das infraestruturas para o Mundial de Futebol de 2022, no Qatar,
são tratados “como gado”, revela um relatório da Amnistia Internacional.
O documento – O Lado Negro da Imigração: o setor da construção no Qatar antes do Campeonato
Mundial de Futebol – surge uma semana depois de o presidente da Federação Internacional de Futebol
(FIFA), Joseph Blatter, ter estado no Qatar e de dizer, após um encontro com as autoridades do país,
que «está tudo no bom caminho» quanto aos direitos dos trabalhadores.
Uma grande investigação do jornal britânico The Guardian tinha denunciado que os imigrantes eram
tratados como escravos. O relatório da Amnistia vem corroborar o que era dito na reportagem do
Guardian.
«É imperdoável que um dos países mais ricos do mundo submeta os imigrantes a esta forma brutal de
exploração, que os prive dos seus salários e que os deixe à sua sorte para sobreviverem», disse o
secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty. «A nossa investigação indica que há um elevado
nível de exploração no setor da construção no Qatar. A FIFA tem o dever de dizer publicamente que não
tolera este abuso dos direitos humanos na construção dos projetos relacionados com o Mundial.»
Os investigadores da Amnistia foram ao Qatar várias vezes entre outubro de 2012 e março de 2013,
observaram as condições de trabalho e de vida dos imigrantes e fizeram muitas entrevistas para chegar
às suas conclusões: os trabalhadores vivem em pavilhões superpovoados, não têm acesso a água
corrente, estão expostos ao lixo e muitos não podem desistir daquele trabalho porque têm, para com os
empregadores, dívidas que pagam através dos seus salários (o custo das viagens para o Qatar e da
alimentação).
São os empregadores que ficam com os passaportes dos trabalhadores quando estes entram no Qatar.
Por isso, estão “presos” a contratos que os condenam a uma «forma moderna de escravatura», escreve
a Amnistia Internacional no relatório que concluiu que os operários sofrem de «danos psicológicas
graves»; e alguns suicidaram-se. De acordo com um documento obtido pelo Guardian para a
reportagem «Os escravos do Mundial do Qatar», publicada em setembro, entre 4 de junho e 8 de agosto
morreram 44 trabalhadores, todos nepaleses. Mais de metade morreu de ataque cardíaco e de acidentes
no trabalho.
«Por favor, há alguma maneira de sair daqui? Estamos a enlouquecer», perguntou um nepalês que
trabalha há sete meses no Qatar sem receber e que estava proibido, pelo contrato, de sair do Qatar por
mais três meses. Muitos trabalhadores são mandados embora no fim dos contratos ou quando o
empregador quer, sem qualquer pagamento. O relatório relata casos de imigrantes que só foram
autorizados a sair do Qatar depois de assinarem, em frente a funcionários do Governo, documentos a
dizer que tinham sido pagos quando não o foram.
A exaustão foi um fator de peso nestas mortes, apesar de a lei do Qatar dizer que uma jornada de
trabalho não pode ter mais de dez horas e que no verão (quando as temperaturas sobem aos 50 graus)
é proibido trabalhar entre as 11h30 e as 15h. A falta de segurança também é um problema; a Amnistia
relata que em muitas zonas de construção os operários não têm sequer capacetes para se proteger. Os
sindicatos ocidentais que reagiram à notícia estimaram que há o risco de quatro mil pessoas morrerem
na construção dos estádios do Mundial 2022.
O Qatar tem a mais alta taxa de imigrantes e estes trabalham na sua esmagadora maioria em serviços
domésticos ou nos serviços mais baixos, como a construção civil. Para a construção dos estádios e das
infraestruturas do Mundial de 2022, recrutou mais 1,5 milhões de pessoas e 40% delas são nepaleses;
também há trabalhadores de outras zonas da Ásia, por exemplo do Bangladesh.
A Amnistia encontrou um encarregado de obra que trata os operários que tem a seu cargo por
“animais”. É contado o caso de um grupo de trabalhadores encarregados de levar mantimentos a uma
zona em construção - o documento refere que é no complexo onde deverá ser a sede da FIFA durante o
Mundial - que denunciou ser vítima de abusos e que contou ser tratado “como gado”.
As denúncias do Guardian e as advertências dos sindicatos levaram a FIFA a reagir e o seu presidente
anunciou que iria visitar o Qatar e avaliar o que se passava. Blatter encontrou-se com o emir, Tamim bin
Hamad bin Khalifa al-Thani, e no final disse ter ficado descansado com o que lhe foi apresentado e
anunciou que o Mundial do Qatar vai ser “espetacular”.
Mas, perante este relatório, a Federação Internacional de Futebol teve de reagir. «A FIFA espera que
quem organiza os torneios e as competições também tenha o maior respeito pelos direitos humanos»,
lê-se num comunicado do organismo. O texto lembra que foram dadas a Blatter garantias de que as leis
do trabalho «estavam a ser melhoradas» e termina com um desejo: «O Mundial 2020 vai ter um efeito
muito positivo no Qatar e no próprio Médio Oriente e será uma grande oportunidade para esta região
descobrir o futebol como uma plataforma para que ocorram mudanças na sociedade, incluindo a
melhoria da legislação do trabalho e dos direitos dos imigrantes.»

A. G. Ferreira, «Relatório da Amnistia: trabalhadores imigrantes no Qatar são tratados "como gado"»,
Público em linha, 18-11-2013, in http://www.publico.pt/mundo/noticia [consultado a 18-2-2014].

Sugestões de questões para introduzir o debate a propósito do sentido.


1.1. Coloque-se na posição de dirigente da FIFA. O que seria viver uma vida eticamente refletida face à
situação descrita? Porquê?
1.2. Coloque-se na posição de um jogador de futebol selecionado para o Mundial do Qatar. O que seria
viver uma vida eticamente refletida considerando o caso descrito? Porquê?
1.3. Coloque-se na posição de um adepto de futebol que pensa participar no Mundial do Qatar. O que
seria viver uma vida eticamente refletida considerando o caso descrito? Porquê?

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