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Curso sobre

CORROSÃO E PROTEÇÃO DE METAIS

CAPÍTULO 1

A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA


CORROSÃO

Stephan Wolynec

IBP
Rio de Janeiro, RJ
Abril 2010
Curso sobre CORROSÃO E PROTEÇÃO DE METAIS/S. Wolynec 1

CONTEÚDO

A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA CORROSÃO .......................... 2

Introdução ...................................................................................................... 2

Definição da corrosão .................................................................................... 3

Importância econômica .................................................................................. 3

Importância social .......................................................................................... 5

Contribuição da pesquisa .............................................................................. 6

Condições no Brasil ....................................................................................... 7


Curso sobre CORROSÃO E PROTEÇÃO DE METAIS/S. Wolynec 2

CAPÍTULO 1

A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA


CORROSÃO

Introdução
Para um leigo a corrosão não passa de um simples enferrujamento de
uma peça ou estrutura de aço e para combatê-la ele sabe que deve lançar mão
da pintura ou de produtos oleosos. A corrosão, no entanto, além do
enferrujamento do aço pela ação da atmosfera, engloba uma grande variedade
de outros tipos de deterioração de materiais por ação da própria atmosfera ou de
outros meios, como as águas naturais, o solo e os produtos químicos em geral.
Esta deterioração pode tomar diversas formas. Assim, por exemplo, no caso da
corrosão atmosférica do aço ela se manifesta pelo ataque generalizado do metal
e sua conversão em óxidos e hidróxidos que passam a formar a ferrugem. Em
muitos casos tem-se ataque localizado, conhecido como corrosão por pite, em
que, num período bastante curto, um recipiente ou tubulação podem sofrer
perfuração, ficando inutilizados para o uso. Este tipo de ataque é muito comum
em aços inoxidáveis e em alumínio e suas ligas. Em presença de tensões
mecânicas pode-se ter um dos mais drásticos tipos de destruição de um metal,
conhecido como corrosão-sob-tensão. Neste caso, apesar das tensões
solicitantes estarem bem abaixo do limite de resistência, ocorre um trincamento
do metal que pode conduzir à fratura e conseqüente colapso da estrutura ou
equipamento. Um dos exemplos mais conhecidos desse tipo de falha em nosso
país foi a queda da ponte sobre o rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, dez dias
após a sua conclusão1 .
A corrosão pode combinar-se com outras formas de deterioração de
materiais, acelerando o processo destrutivo, como ocorre nos casos de fadiga,
erosão, cavitação e abrasão. Em temperaturas elevadas a corrosão é, em geral,
bastante intensa e ocorre através da interação com os gases, constituindo a
oxidação, ou com sais ou óxidos fundidos, constituindo a corrosão quente ("hot
corrosion").
A lista de tipos e formas com que a corrosão se manifesta é bastante
extensa e os mecanismos envolvidos são bastante complexos e, em muitos
casos, ainda pouco conhecidos. A corrosão-sob-tensão, apesar de ser um dos
fenômenos mais intensamente investigados em corrosão, ainda está a espera de
um modelo que explique a sua ocorrência. Do mesmo modo, apesar dos grandes
avanços na tecnologia de controle da corrosão, ainda se tem muitas formas de
ataque de difícil diagnose e combate.

1
GRUNDIG, W. Boletim ABM, 14(53):473-515, out. 1958.
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Verifica-se, assim, que a corrosão, sendo um processo destrutivo, causa


danos a praticamente todos os setores da atividade humana. Mesmo em áreas
como a medicina, em que se emprega implantes metálicos, ou odontologia, em
que se usam ligas metálicas diversas na restauração dos dentes, os problemas
de corrosão são sérios. A corrosão, portanto, é importante tanto do ponto de
vista econômico como social.

Definição da corrosão
A corrosão tem sido definida de forma bastante variada, muitas vezes
enfocando apenas uma peculiaridade do fenômeno. Assim, por exemplo, uma
definição bastante popular é aquela que afirma que a corrosão é o processo
inverso da metalurgia extrativa, em que o metal retorna ao seu estado original,
ou seja, o minério do qual foi extraído. Trata-se, sem dúvida, de uma concepção
bastante limitada.
Atualmente procura-se conceituar a corrosão de maneira bastante ampla.
Assim, a corrosão pode ser definida como a destruição ou inutilização para o uso
de um material pela sua interação química ou eletroquímica com o meio em que
se encontra.
Nesta definição o conceito de corrosão é estendido a outros materiais
além dos metais, tais como plásticos, concreto, materiais cerâmicos, ficando
excluído o material madeira, para o qual o termo corrosão não é aplicado.
Esta definição, ao especificar a interação química ou eletroquímica com o
meio, exclui os processos de desgaste e deterioração por ação puramente
mecânica, tais como o desgaste abrasivo ou a fratura mecânica. No entanto, os
casos em que, além da componente mecânica, tem-se também uma ação de
natureza química ou eletroquímica, mesmo parcial, são englobados pela
corrosão.
Finalmente, a corrosão contempla desde os casos de destruição total do
material até simples manchas de superfície que inutilizam o material para uso por
razões de ordem estética.

Importância econômica
As perdas econômicas causadas pela corrosão têm sido estimadas em
diversos países. Basicamente tem-se dois tipos de custos devidos à corrosão2:
os diretos e os indiretos. Os custos diretos, por sua vez, podem ser corretivos ou
preventivos.
Os custos diretos corretivos (Cdc) referem-se aos custos de reparo ou
recolocação das estruturas ou dos equipamentos corroídos, ou de seus
componentes, tais como, tubos de condensador de caldeira, canos de

2
UHLIG, Herbert H. Corrosion and corrosion control. New York, John Wiley & Sons, 1967, p. 2.
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escapamento de automóvel, canalizações hidráulicas, oleodutos enterrados,


telhados metálicos, e outros.
Os custos diretos preventivos (Cdp) referem-se aos dispêndios com a
prevenção da corrosão pela adoção de materiais mais resistentes à corrosão,
tais como aços inoxidáveis ou ligas de alumínio, pelo emprego de proteção
superficial como pintura ou revestimentos metálicos, pelo uso da proteção
catódica, pela adição de inibidores à água, pela desumidificação dos armazéns,
entre outros. Um custo preventivo é também o superdimensionamento de uma
estrutura. O desconhecimento das velocidades de corrosão não permite uma
estimativa mais confiável da vida de um equipamento e leva a um
superdimensionamento dos seus componentes.
Não menos importantes são os custos indiretos (Cin) da corrosão. O custo
de interrupção de uma unidade produtiva em termos de produção perdida pode
ser muito maior do que o custo de reparo do componente danificado pela
corrosão. A perda de petróleo, gás ou água pela perfuração de dutos por ação da
corrosão, a perda de eficiência das caldeiras pela diminuição da transferência
térmica através dos produtos de corrosão acumulados nos tubos, a diminuição
da potência dos motores de combustão devido à corrosão dos anéis e das
paredes dos cilindros, a perda de produtos alimentícios pela contaminação com
produtos de corrosão das latas, o aumento de consumo de combustível em
veículos a álcool devido à obstrução com produtos de corrosão dos dutos do
carburador, são outros exemplos de custos indiretos da corrosão.
O custo total (Ctot) da corrosão é, portanto, a soma dos custos acima, ou
seja:
Ctot = Cdc + Cdp + Cin (1.1)
Os custos totais da corrosão podem ser diminuidos pela adoção de
medidas preventivas de corrosão, o que implica num aumento nos custos diretos
preventivos (Cdp). No entanto, estas medidas tem reflexos positivos sobre os
outros dois tipos de custos (Cdc e Cin), diminuindo-os de forma a provocar no final
uma diminuição no valor de Ctot.
As diversas estimativas dos custos da corrosão feitas em vários países3
estão indicadas na Tabela 1.1. Na penúltima coluna este custo está indicado em
termos percentuais do Produto Bruto Nacional (PBN), enquanto na última coluna
estão indicados os valores (em %) dos custos que poderiam ser evitados pela
adoção do conhecimento existente e das técnicas comprovadas de combate à
corrosão.
Estas estimativas mostram, portanto, que a corrosão custa anualmente
aos países cerca de 3 a 4% do seu PBN e que aproximadamente 20% deste
custo poderiam ser evitados. Além disso, nota-se que os custos indiretos são

3
BENNETT, L.H.; KRUGER, J.; PARKER, R.L.; PASSAGLIA, E.; REIMANN, C.; RUFF, A.W.;
YAKOWITZ, H. & BERMAN, E.B. Economic effects of metallic corrosion in the United States.
Part 1. NBS, Washington, 1978. pp. 2-8 (NBS Special Publication 511-1).
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aproximadamente da mesma ordem de grandeza dos custos diretos, o que


sugere que os custos diretos corretivos são menores que os custos indiretos.
A adoção desses índices ao caso brasileiro, cujo PBN é da ordem de US$
1 trilhão (2006), mostra que a corrosão consome anualmente cerca de 35 bilhões
de dólares e que a adoção de conhecimentos tecnológicos atualmente
disponíveis para combater a corrosão representaria uma economia de
aproximadamente 7,5 bilhões de dólares.

Tabela 1.1 - Estimativas de custo da corrosão em diversos


países. Ref. (3).

Custo Evitáveis
País Ano % PBN
US$bilhões (%)

Índia 1960/61 0,32 - -

Alemanha 1968/69 6,0 3,0 25


Ocidental

URSS 1969 6,7 2,0 -

Reino Unido 1969/70 3,2 3,5 23

Austrália 1973 0,55* 1,5 -

Japão 1976/77 9,2* 1,8 -

EUA 1975 70,0 4,2 15


(*) não inclui os custos indiretos

Um outro aspecto econômico que deve ser ressaltado é o da conservação


de recursos naturais, principalmente os energéticos. Sabe-se que na produção
dos metais, além dos minérios, são utilizados também recursos energéticos e
água. A corrosão, portanto, implica num gasto apreciável desses recursos. Não
menos importante é a conservação do esforço humano que é gasto no projeto e
reconstrução do equipamento ou estrutura corroída e que poderia ficar disponível
para outros propósitos.

Importância social
Do ponto de vista social a corrosão é importante principalmente no que se
refere a fatores de segurança. Muitos acidentes ocorrem por falha imprevisível
por corrosão de componentes de equipamentos industriais (caldeiras, vasos de
pressão, etc), de meios de transporte (automóvel, avião, etc), ou de estruturas
(ponte, edifício, etc). Assim, muitas vidas já foram perdidas ou danificadas em
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conseqüência de inadequado controle de corrosão. O fatídico acidente da Vila


Socó, em Cubatão, SP, no qual centenas de pessoas morreram em
conseqüência de incêndio provocado pelo vazamento de gasolina de um
oleoduto, constitui-se num dos mais dramáticos exemplos de dano causado pela
corrosão.

Danos à saúde também podem advir da corrosão nos casos em que o


metal atacado contamina a água ou os alimentos. Acredita-se que a incidência
de saturnismo entre os antigos romanos era bastante acentuada devido ao
extensivo emprego de canalizações e utensílios de chumbo.
Socialmente a corrosão pode ter efeitos muito sérios sobre a economia
popular. Em geral a vida útil da maioria dos bens adquiridos pela população
(automóveis, eletrodomésticos, móveis, etc) é ditada pela sua resistência à
corrosão. Enquanto o corpo principal se mantiver em boas condições, esses
bens podem normalmente ser recuperados através de reparos e substituição de
seus componentes. No entanto, quando esse corpo fica inutilizado pela corrosão,
a recuperação se torna economicamente inviável e o produto é, via de regra,
sucatado. Muitas vezes, por falha de projeto ou produção, ou ainda, segundo
alguns, até intencionalmente, a proteção contra a corrosão é inadequada e o
produto fica inutilizado num tempo relativamente curto. Nessas condições, o
usuário sofre um considerável prejuízo, pois o fabricante normalmente não
fornece nenhuma garantia nesse sentido. A garantia de seis meses a um ano
que é tradicionalmente dada não pode ser confundida com uma garantia contra a
corrosão, pois neste caso trata-se de um problema de durabilidade e não tem
cabimento uma vida útil de um automóvel, por exemplo, de apenas um ano.

Contribuição da pesquisa
A pesquisa certamente tem desempenhado um papel relevante no
desenvolvimento da tecnologia de controle da corrosão. Ela tem propiciado o
desenvolvimento de novos materiais resistentes à corrosão, de novos métodos
de proteção contra a corrosão e de novos métodos em projetos que minimizam a
incidência da corrosão. Assim, nos últimos anos têm havido consideráveis
avanços no desenvolvimento de polímeros, ligas para trabalho a elevada
temperatura, aços inoxidáveis, ligas de alumínio, ligas a base de níquel, ligas a
base de cobre, e materiais cerâmicos. Em termos de proteção têm-se observado
o aparecimento de novos métodos de aplicação de revestimentos protetores, de
numerosos tipos de inibidores, e um contínuo aperfeiçoamento nas técnicas de
proteção catódica. Quanto ao projeto, métodos foram desenvolvidos que ajudam
a proteger contra a corrosão-sob-tensão, corrosão em frestas, cavitação-
corrosão e erosão-corrosão.
Passaglia4, ao analisar os diversos levantamentos de custos da corrosão,
colocou e discutiu duas perguntas: (1) qual seria o PBN sem o desenvolvimento

4
PASSAGLIA, Elio. The economic effects of corrosion research. Corrosion, 35(3):i-ii, Mar. 1979.
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da tecnologia de controle da corrosão? (2) por que o custo da corrosão é uma


constante em torno de 3 a 4% do PBN ?
Para a primeira pergunta, que considera fácil, Passaglia analisa três
setores industriais que, na opinião dele, não existiriam ou seriam
substancialmente diferentes sem os avanços no controle da corrosão ocorridos
nos últimos 70 anos. Trata-se da indústria aeronáutica, do sistema de
distribuição de gases e líquidos por adutoras, e da energia nuclear. Assim, sem o
motor a jato, cuja existência somente se tornou viável graças ao
desenvolvimento de ligas de elevada temperatura resistentes à corrosão, o
transporte aéreo não seria senão uma pálida imagem da indústria que hoje
contribui com 5% para o PBN dos Estados Unidos (em 1950 esta contribuição
era de apenas 0,5%) e que emprega cerca de 300 mil pessoas. As adutoras de
gás e petróleo não seriam possíveis sem os avanços interligados entre os
revestimentos de tubulações de aço e a proteção catódica. A energia nuclear,
por seu lado, seria impossível sem os significativos avanços no controle da
corrosão que lhe são imprescindíveis tanto do ponto de vista operacional como
de segurança.
A resposta para a segunda pergunta é mais difícil. Segundo Passaglia a
razão para o custo da corrosão ser uma constante em torno de 3 a 4% do PBN é
a de que não existe um esforço de pesquisa adequado para resolver problemas
de corrosão em tecnologias já estabelecidas. O grosso do esforço é dirigido para
resolver problemas das tecnologias novas em desenvolvimento e este esforço
vai somente até o ponto de tornar s nova tecnologia aceitável. Desse modo, para
diminuir o custo da corrosão seria necessário aumentar a pesquisa em corrosão,
porém este aumento tem que ser dirigido para a melhoria da tecnologia já
existente. Além disso, é necessário aumentar a transferência da tecnologia e a
disseminação da informação para aumentar a utilização do conhecimento já
disponível.

Condições no Brasil
O esforço de pesquisa em corrosão no Brasil é ainda relativamente
pequeno. No entanto, 30 anos atrás ele era praticamente nulo. O
desenvolvimento observado nesse período foi bastante promissor. Assim,
atualmente desenvolve-se pesquisa em corrosão em diversas instituições de
ensino superior, como a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de
Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a
Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) e a Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP); em
instituições de pesquisa tecnológica, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo S.A. (IPT), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o
Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN); e em laboratórios de pesquisa de
empresas, como o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás
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(CENPES) e o Centro de Pesquisas Elétricas da Eletrobrás (CEPEL). Além da


pesquisa, as instituições de ensino superior mencionadas têm formado
pesquisadores em corrosão através de cursos de pós-graduação a nível de
mestrado e doutorado.
Além da pesquisa, houve também nesse período um considerável
aumento nos esforços de disseminação do conhecimento sobre a corrosão. A
criação da Associação Brasileira de Corrosão (ABRACO) em 1968 e da
Associação Brasileira de Tratamento de Superfície (ABTS) em 1973 teve um
efeito significativo nesse sentido. Estas associações passaram a constituir-se
num foco de interação entre o setores produtivos e de pesquisa e, através de
simpósios, encontros, congressos, exposições, cursos e palestras têm procurado
disseminar o conhecimento sobre a corrosão e dos meios para seu combate.
Não menos importante tem sido a sua atuação no campo de normalização. Além
dessas associações outras instituições e associações têm promovido cursos de
corrosão e tratamento de superfície. Um passo importante foi a instituição da
cadeira de corrosão nos cursos de graduação de engenharia metalúrgica e de
materiais. Algum esforço, porém ainda pequeno, também tem sido feito no
sentido de produzir publicações sobre a corrosão.
Um fato que merece ser destacado é o esforço de pesquisa e
desenvolvimento conjunto que foi levado a cabo no Brasil pelo setor produtivo e
as entidades de pesquisa para viabilizar o carro a álcool. No início da década de
80 o futuro do carro a álcool estava seriamente ameaçado pelos problemas de
corrosão provocados pelo combustível etílico no sistema de alimentação,
principalmente no carburador. Tentativas de se encontrar no exterior soluções
para estes problemas foram totalmente infrutíferas. Os esforços de pesquisa e
desenvolvimento locais foram compensados em 1982, culminando com o
revestimento do carburador com níquel químico, o que deu ao veículo a álcool
condições de desempenho competitivas com as do veículo a gasolina.
Apesar desse desenvolvimento promissor da pesquisa e disseminação de
conhecimento sobre a corrosão, os esforços desenvolvidos no Brasil para a
diminuição dos custos da corrosão estão muito aquém do desejável. Mesmo no
desenvolvimento de novas tecnologias, como aquela enfrentada na substituição
da gasolina por outras formas alternativas de combustível, ocorreu o fenômeno
preconizado por Passaglia, isto é, o esforço foi somente até o ponto de tornar a
nova tecnologia aceitável. Atualmente, a pesquisa da corrosão pelo álcool
carburante é praticamente nula, apesar dos conhecimentos básicos dessa
corrosão serem ainda muito precários.
Assim, uma intensificação no Brasil da pesquisa em corrosão,
principalmente nas áreas de tecnologias já estabelecidas, poderá certamente
trazer dividendos vultosos ao país. A disseminação dos conhecimentos já
existentes permitirá uma melhor conscientização sobre as possibilidades e as
vantagens de se adotar as soluções mais adequadas ao combate da corrosão,
permitindo que se firme a engenharia da corrosão, atualmente muito incipiente e
instável neste país. A investigação da corrosão, por sua vez, não pode ser posta
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de lado, pois uma boa parte dos problemas enfrentados têm caráter local e não
existe para os mesmos uma solução de prateleira. Assim, por exemplo, são
numerosos os problemas de corrosão enfrentados na construção civil, que estão
associados a materiais, clima e tecnologias locais. Mais ainda, a investigação é
uma componente importante de motivação na formação de pessoal
especializado em corrosão, sem o qual será impossível levar avante qualquer
programa de combate à corrosão, tanto nas áreas de tecnologias novas como
velhas.

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