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3. O AUTOR.................................................................................................. 10
4. A OBRA..................................................................................................... 14
5. Exercícios............................................................................................ 35
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morte e vida severina
JOÃO CABRAL DE
MELO NETO
Morte e vida severina
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Morte e vida severina
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João Cabral de Melo Neto
3. O AUTOR
público passou a diplomata de carreira, aos 25 anos de idade. Por essa época,
João Cabral já havia lançado os livros de poemas Pedra do sono, Os três mal-amados
e O engenheiro (obra custeada pelo poeta, editor e descobridor de Graciliano
Ramos, Augusto Frederico Schmidt). Nesta mesma obra, podemos notar a forte
influência recebida do poeta e engenheiro pernambucano Joaquim Cardozo.
Estabilizado em seu emprego, casou-se com Stella Maria Barbosa de Oli-
veira, neta de Rui Barbosa, com quem teve 4 filhos.
Com uma prensa manual, editou, em pequenas tiragens, vários poetas,
dentre eles, Manuel Bandeira (seu primo) e Vinícius de Moraes.
Como diplomata, passou a viver em diversos países, dentre eles, Inglater-
ra, Senegal, Paraguai, Equador, Honduras, mas foi na Espanha que João Cabral
de Melo Neto inspirou-se (palavra esta que não fazia parte do seu dicionário)
para a construção de seus melhores poemas, principalmente aqueles referentes
a Sevilha:
Com a morte de sua mulher em 1986, após 40 anos de união, contraiu se-
gundas núpcias com a poeta Marly de Oliveira, autora da obra Retrato.
Em 1990, já com fama de maior poeta vivo da literatura nacional, aposentou-
se de suas funções diplomáticas, passando a residir no Rio de Janeiro.
João Cabral de Melo Neto morreu em 1999, aos 79 anos de idade, cercado
de glórias, tendo sido enterrado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras,
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É muitas vezes
o pardo e pobre
papel de embrulho;
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Morte e vida severina
É de outras vezes
de carta aérea,
leve de nuvem.
Mas é no papel,
no branco asséptico,
que o verso rebenta.
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João Cabral de Melo Neto
4. A OBRA
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Morte e vida severina
Quanto à concepção
No início da década de 50, João Cabral de Melo Neto foi denunciado por
subversão e acusado de ser comunista, o que lhe valeu perder, temporaria-
mente, a condição de diplomata, passando, então, a residir em Recife. Por essa
época, encontrou a teatróloga Maria Clara Machado, que, juntamente com o
seu pai, o contista Aníbal Machado, havia fundado o famoso Teatro Tablado.
Neste encontro, Maria Clara Machado encomendou a João Cabral um auto
de Natal para que ela dirigisse a sua montagem e supervisão. Assim nascia
Morte e vida severina (ou Auto de natal pernambucano), um texto sob encomenda.
Surpreendentemente, a peça foi devolvida, não interessando à diretora. Como
João Cabral estava em vias de publicar a sua antologia poética, um tanto fina
ainda, resolveu tirar todas as marcações comuns numa peça de teatro, deixando
somente o poema, utilizando-o, dessa maneira, para engrossar o futuro livro.
Numa entrevista concedida a Antônio Carlos Secchin, João Cabral de
Melo Neto confessou:
Esse texto não poderia ser mais denso. Era obra para teatro, encomendada por Ma-
ria Clara Machado. Foi a coisa mais relaxada que escrevi. Pesquisei num livro o folclore
pernambucano, publicado no inicio do século, de autoria de Pereira da Costa. Eu era
consciente de que não tinha tendência para teatro, não sabia criar diálogos no sentido de
polêmica. Meus diálogos vão sempre na mesma direção, são paralelos. Observe o episódio
das pessoas defronte do cadáver: todos trazem uma imagem para a mesma coisa. A cena
do nascimento, com outras palavras, está em Pereira da Costa, “Compadre, que na relva
está deitado” é a transposição desse folclorista, pois no Capibaribe há lama, e não grama.
“Todo céu e a terra lhe cantam louvor” também é literal do antigo pastoril pernambucano.
O louvor das belezas do recém-nascido e os presentes que ganha existem no pastoril. As
duas ciganas estão em Pereira da Costa, mas uma era otimista e a outra pessimista. Eu
só alterei as belezas e os presentes, e pus as duas ciganas pessimistas. Com Morte e vida
severina, quis prestar uma homenagem a todas as literaturas ibéricas. Os monólogos do
retirante provêm do romance castelhano. A cena do enterro na rede é do folclore catalão.
O encontro com os cantadores de incelenças é típico do Nordeste. Não me lembro se a
mulher da janela é de origem galega ou se está em Pereira da Costa. A conversa com
Severino antes de o menino nascer obedece ao modelo da tenção galega.
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Auto: peça de caráter religioso.
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João Cabral de Melo Neto
Veja o que diz o poeta Geir Campos em seu Pequeno dicionário de arte poética,
com relação às rimas toantes e consoantes:
Toantes – também chamadas assoantes, são as rimas em que é obrigatória
a correspondência sonora da última vogal tônica e das que se lhe seguem.
Consoantes – são as rimas em que há correspondência da última vogal
tônica e de todos os sons e letras que se lhe seguem no final do verso.
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Morte e vida severina
Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
Rimas
se não vale mais saltar consoantes
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga...
***
Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei Rimas
toantes
e às vezes até festiva
Minha poesia é social na medida em que é nordestina, em que fala da minha experiência
de nordestino, de menino de engenho. Eu nunca pretendi fazer poesia social. Meu desafio sem-
pre foi o de pensar na forma poética: como fazer um poema narrativo sem cair no romanceiro
e não crônica? Agora, como a situação do Nordeste mudou muito pouco, continua a ser de
uma extrema injustiça, então esses textos acabam tendo um sentido político de denúncia, que
infelizmente ainda é atual. Hoje, no Nordeste, existe uma espécie de modernização aparente
em algumas regiões. Mas o povo continua muito sofrido. Hoje eu percebo que a televisão, por
exemplo, tem uma força muito grande, que antes não tinha. No essencial, porém, o Nordeste
continua a ser aquele cenário desolado de onde saem os retirantes.
Pelos três primeiros temas elencados acima, é possível perceber que João Ca-
bral seguiu a linha dos autores nordestinos da geração de 30, que, em chocantes e
dolorosos romances, souberam como ninguém traçar a saga dos retirantes. São eles:
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João Cabral de Melo Neto
tempo e espaço
Em Morte e vida severina, pode-se considerar o tempo como atual, já que,
como disse o próprio poeta, nada mudou no Nordeste com relação à seca.
Com relação ao espaço, isto é, o local (ou os locais) onde se passa a história,
têm-se:
Caatinga, região formada por pequenas árvores espinhosas que perdem
as folhas durante a seca.
Agreste, campo não cultivado, rude, rústico, áspero, tosco, severo, hirsuto.
Zona da Mata, região fértil, propícia para o plantio da cana-de-açúcar.
Recife, em especial o mangue, região em que predomina o lamaçal e se
pratica a pesca de camarão, siri e caranguejo.
***
Agora afinal cheguei
nessa terra que diziam.
Como ela é uma terra doce
para os pés e para a vista.
***
Mas não senti diferença
entre o Agreste e a Caatinga,
e entre a Caatinga e aqui a Mata
a diferença é a mais mínima.
***
– E a língua seca de esponja
que tem o vento terral
veio enxugar a umidade
do encharcado lamaçal.
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Morte e vida severina
Foco narrativo
Como ja vimos, a obra está estruturada em 18 cenas, distribuídas em monólo-
gos e diálogos. Desse modo, percebemos que a primeira pessoa predomina no texto.
Em alguns trechos, é Severino quem fala, como se observa na primeira cena:
– Severino, retirante,
jamais o cruzei a nado;
quando a maré está cheia
vejo passar muitos barcos, Note o discurso de Seu José.
barcaças, alvarengas,
muitas de grande calado.
ENREDO
Morte e vida severina está estruturado em 18 cenas, distribuídas em monólo-
gos e diálogos. Da primeira à décima quarta cena, os monólogos e os diálogos se
alternam. A partir da décima quinta até a décima sétima cena, em que Severino
não participa, só há diálogos. Na décima oitava cena, acontece o monólogo de
seu José mestre carpina, finalizando a obra.
Vamos, então, ao resumo de cada cena, exemplificando-a com trechos do
poema:
Na 1ª cena (primeiro monólogo), Severino se apresenta ao leitor antes de
começar a sua retirada com destino à cidade de Recife, isto é, da seca para o
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João Cabral de Melo Neto
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Morte e vida severina
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João Cabral de Melo Neto
A uma certa distância, ouve uma cantoria. Em sua inocência, Severino chega
a acreditar que ali pode estar acontecendo uma festa. É a presença da esperança
do sertanejo, mesmo que fugaz.
– Finado Severino,
quando passares em Jordão
e os demônios te atalharem
perguntando o que é que levas...
– Dize que levas cera,
capuz e cordão
mais a Virgem da Conceição.
Finado Severino,
etc...
– Dize que levas somente
coisas de não:
fome, sede, privação.
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João Cabral de Melo Neto
(...)
E se pela última vez
me permite perguntar:
não existe outro trabalho
para mim neste lugar?
Como aqui a morte é tanta,
só é possível trabalhar
nessas profissões que fazem
da morte ofício ou bazar.
imagine que outra gente
de profissão similar,
farmacêuticos, coveiros,
doutor de anel no anular,
remando contra a corrente
da gente que baixa ao mar,
retirantes às avessas,
sobem do mar para cá.
só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
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Morte e vida severina
(...)
Decerto a gente daqui
jamais envelhece aos trinta
nem sabe da morte em vida,
vida em morte, severina;
e aquele cemitério ali,
branco na verde colina,
decerto pouco funciona
e poucas covas aninha.
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João Cabral de Melo Neto
Parece ser esse o pior momento de Severino: numa terra onde tudo é verde
e os rios correm com sua água vitalícia, a morte se apresenta tão viva quanto na
caatinga. Resolve, então, apressar a sua viagem e chegar o mais rapidamente a seu
destino, a cidade do Recife. E assim, nesta 9ª cena (quinto monólogo ), Severino
justifica o porquê de sua retirada aos leitores:
– Eu também, antigamente,
fui do subúrbio dos indigentes,
e uma coisa notei
que jamais entenderei:
essa gente do Sertão
que desce para o litoral, sem razão,
fica vivendo no meio da lama,
comendo os siris que apanha;
pois bem: quando sua morte chega,
temos de enterrá-los em terra seca.
– Na verdade, seria mais rápido
e também muito mais barato
que os sacudissem de qualquer ponte
dentro do rio e da morte.
– O rio daria a mortalha
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e também o acompanhamento
que levaria com passo lento
o defunto ao enterro final
a ser feito no mar de sal.
– E não precisava dinheiro,
e não precisava coveiro,
e não precisava oração
e não precisava inscrição.
– Mas o que se vê não é isso:
é sempre nosso serviço
crescendo mais cada dia;
morre gente que nem vivia.
– Esse povo lá de riba
de Pernambuco, da Paraíba,
que vem buscar no Recife
poder morrer de velhice,
encontra só aqui chegando
cemitérios esperando.
– Não é viagem o que fazem,
vindo por essas caatingas, vargens;
aí está o erro:
vêm seguindo seu próprio enterro.
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Morte e vida severina
a solução é apressar
a morte a que se decida
e pedir a este rio,
que vem também lá de cima,
que me faça aquele enterro
que o coveiro descrevia:
caixão macio de lama,
mortalha macia e líquida,
coroas de baronesa
junto com flores de aninga,
e aquele acompanhamento
de água que sempre desfila
(que o rio, aqui no Recife,
não seca, vai toda a vida).
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João Cabral de Melo Neto
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Morte e vida severina
Nesta 14ª cena (sétimo diálogo), temos, na voz dos moradores dos mocambos,
a transformação mágica do cenário com o nascimento da criança: tudo o que enfeia
ou lembra a pobreza do mangue dá lugar a um ambiente digno de se viver.
(...)
– Todo o céu e a terra
lhe cantam louvor
e cada casa se torna
num mocambo sedutor.
– Cada casebre se torna
no mocambo modelar
que tanto celebram os
sociólogos do lugar.
– E a banda de maruins
que toda noite se ouvia
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João Cabral de Melo Neto
Até mesmo a água turva, escura, do Capibaribe nesta noite sublime tornar-
se-ia cristalina a ponto de espelhar um céu estrelado. Há também que se ressaltar
a referência que João Cabral faz ao sociólogo e romancista pernambucano Gilberto
Freyre, autor de Mocambos e sobrados e Casa grande & senzala. Em 1926, Gilberto
Freyre (1900-1987) havia promovido no Recife o primeiro encontro de regiona-
listas nordestinos, com o intuito de discutir a seca e os problemas decorrentes
dela, que afetavam, principalmente, os severinos.
Na 15ª cena (oitavo diálogo), moradores do mangue, tal como os três reis
magos, ofertam presentes aos pais e ao recém-nascido.
Num gesto de solidariedade, vêm trazendo, cada qual com sua pobreza,
as mais diferentes oferendas: caranguejos, leite materno, papel de jornal, água
de bica, canário-da-terra, bolacha-d’água, cachaça etc. Notem a bem-humorada
troca que há nos quatro últimos versos do fragmento:
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Morte e vida severina
Finda a montagem do presépio, seu José, mestre carpina, volta-se para Se-
verino, que se manteve à margem de toda a celebração, para tentar responder-lhe
a pergunta que ficou suspensa durante todo esse tempo: a melhor saída não seria
o suicídio? Nesta 18ª cena (oitavo monólogo) temos a justificativa do título dado
à obra, Morte e vida severina, isto é, vida, mesmo sendo mais uma vida severina,
é de qualquer forma vida e vale a pena ser vivida:
– Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é,
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Morte e vida severina
5. Exercícios
1. Fuvest-SP
É correto afirmar que no poema dramático Morte
e vida severina, de João Cabral de Melo Neto:
a) a sucessão de frustrações vividas por Severino
faz dele um exemplo típico de herói moderno,
cuja tragicidade se expressa na rejeição à cul-
tura a que pertence.
b) a cena inicial e a final dialogam de modo a
indicar que, no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das con-
vicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina.
c) o destino que as ciganas preveem para o recém-nascido é o mesmo que Severi-
no já cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho
e pela retirada.
d) o poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autos me-
dievais, valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os caracterizam.
e) o “auto de natal” acaba por definir-se não exatamente no sentido religioso, mas
como reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria
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natureza.
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João Cabral de Melo Neto
2. UFPE
Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil entender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
João Cabral de Melo Neto. Morte e vida severina.
b) Invertendo a ordem dos dois fatos capitais da vida humana, mostra-nos o poeta
que, na condição “severina”, a morte é a única e verdadeira libertação.
c) O poeta dramatiza a trajetória de Severino, usando o seu nome como adjetivo
para qualificar a sublimação religiosa que consola os migrantes nordestinos.
d) Severino, em sua migração, penitencia-se de suas faltas e encontra o sentido
da vida na confissão final que faz a seu José, mestre carpina.
e) O poema narra as muitas experiências da morte, testemunhadas pelo migran-
te, mas culmina com a cena de nascimento, signo resistente da vida nas mais
ingratas condições.
4. Fuvest-SP
Decerto a gente daqui
Jamais envelhece aos trinta
Nem sabe da morte em vida,
Vida em morte, severina.
João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina
6. UFMG-MG
Sobre o adjetivo severina, da expressão Morte e vida Severina que intitula a peça
de João Cabral de Melo Neto, todas as alternativas estão certas, exceto:
a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados, lutam contra o sistema
latifundiário que oprime o camponês.
b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens materiais e de afeti-
vidade.
c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca escorraça do sertão e o
latifúndio escorraça da terra.
d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres marginalizados determi-
nada pela morte.
e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se repetem física e espiritualmente,
sem condições concretas de mudança.
7.
Com relação à obra Morte e vida severina, assinale a alternativa incorreta:
a) Quanto ao número de sílabas poéticas, o poeta deu preferência aos versos
redondilhos maiores.
b) Quanto à estrutura, a obra é formada por monólogos e diálogos, à maneira
dos romanceiros medievais.
c) João Cabral optou por uma linguagem coloquial, já que os personagens são
gente humilde e sem escolaridade.
d) João Cabral sofreu influência dos autos pastoris de Juan Del Encina, teatrólogo
espanhol que sucedeu Gil Vicente.
e) O personagem Severino, ao se despersonalizar, passa a representar o coletivo,
isto é, os sertanejos desvalidos.
8.
João Cabral de Melo Neto se aproxima dos autores da geração de 30 do Moder-
nismo, mas foi _______________________________ o autor com quem ele mais
se identificou. O nome que preenche a lacuna é:
a) Graciliano Ramos.
b) José Lins do Rego.
c) Rachel de Queirós.
d) José Américo de Almeida.
e) Jorge Amado.
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Morte e vida severina
9. PUC-RS
O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.
A estrofe acima ilustra a assertiva de que a poesia de João Cabral de Melo Neto
revela rigor _______________ e preocupação com o ____________________.
a) técnico – problema social.
b) semântico – fazer poético.
c) estilístico – ambiente regional.
d) formal – momento político.
e) métrico – conflito estético.
10.
Com relação à obra Morte e vida severina, responda às questões:
a) Explique o título acima.
b) Severina pode ser um substantivo e um adjetivo. Por quê?
c) Por que o subtítulo Auto de natal pernambucano?
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João Cabral de Melo Neto
GABARITO
1. E 2. A 3. E mais uma vida severina, a vida acaba se
4. E 5. D 6. A sobrepondo à morte.
7. D 8. A 9. A b) Severina pode ser nome próprio como tam-
bém severidade, rudeza, miséria.
10.
c) Porque se trata da metáfora do nascimento
a) Em sua retirada, Severino se depara a todo de Jesus Cristo, o que caracteriza a funda-
instante com a morte, fazendo com que, já mentação religiosa do texto, justificando a
no Recife, a ideia do suicídio povoe a sua identificação como Auto de Natal.
mente, entretanto, com o nascimento de
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