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Rita de Cássia Soares da Silva

Ra 8049271

Primeiro Portfólio
Políticas da Educação Básica

Trabalho apresentado ao Centro


Universitário Claretiano para a
disciplina de Políticas da Educação Básica,
como requisito parcial para obtenção de
avaliação, ministrado pelo professor: Wagner
Montanhini

São Paulo
2018
1) Apresente as principais características das políticas educacionais em cada período da
história republicana do Brasil.

No ano de 1889, o império chega ao final e se tem início ao um novo período histórico
denominado República.
O Brasil República pode ser dividido em cinco fases:
República Velha (1889-1930)
Era Vargas (1930-1945)
República Populista (1945-1964)
Ditadura Militar (1964 -1985)
Nova República (1985 – até hoje)
No período denominado como Primeira República ou República Velha, foram
empreendidas várias reformas no setor da educação, principalmente no que se conhece hoje
como Ensino Médio e Superior. As reformas realizadas no período, de alguma forma se
apresentaram preocupadas com o ensino secundário. Foram elas: Reforma Benjamin Constant
(1890); Código Epitácio Pessoa (1901); Reforma Rivadávia Correa (1911); Reforma Carlos
Maximiliano (1915); Reforma João Luiz Alves/Rocha Vaz (1925). (PALMA FILHO, 2005)

Reforma Benjamin Constant (1890)


Foi orientada pelos seguintes princípios: liberdade, laicidade e ensino gratuito para a
escola primária. A escola primária estava dividida em dois ciclos, o primeiro grau para
crianças de 7 até 13 anos e o segundo graus, para crianças de 13 até 15 anos. A escola
secundária possuía a duração de 7 anos. Já o ensino superior foi reestruturado como
politécnico, de medicina, de direito e militar.
Vale ressaltar que as escolas eram sediadas no Estado do Rio de Janeiro com uma
característica positivista. Houve também a criação do Ministério da Instrução, Correios e
Telégrafos. (CORRÊA, SARRAZES, 2013)
A proposta de Benjamin Constant, não atendia a concepção preparatória para o ensino
secundário, além de apresentar um elevado grau de intelectualismo que de acordo com os
estudiosos da época, exigia um grande potencial de aprendizagem dos alunos, provocando
desinteresse. Sendo assim, não foi implantada com sucesso e já no primeiro ano houve um
pedido de revogação da mesma. (SILVA, 1969, p. 222).
Código Epitácio Pessoa (1901)
A reforma proposta por Epitácio Pessoa, volta a acentuar as questões literárias no
currículo do ensino secundário. A mudança tinha também base, a equiparação das escolas
(particulares ou não) ao Colégio Pedro II, sob fiscalização e com caráter de uniformização do
ensino secundário nacional. Embora a reforma anunciasse uma evolução no ensino
secundário, também fracassou neste sentido, pois continuava a ser um curso preparatório para
ingresso nas Faculdades. (SILVA, 1969, p. 258).
Reforma Rivadávia Correa (1911)
No dia cinco de abril de 1911, o presidente da República promulgou a Lei Orgânica do
Ensino Superior e Fundamental, elaborada pelo ministro Rivadávia da Cunha Corrêa. Esta
reforma ficou conhecida como “a desoficialização do ensino brasileiro”. Seus principais
destaques foram: desobrigação da frequência; abolição dos diplomas; criação de exames de
admissão às Faculdades. De acordo com o previsto, essas medidas proporcionaram um
aumento dos cursos sem qualidade com uma preocupação apenas na formação do ensino
superior. Foi revogada parcialmente em 1915. (CUNHA, 1986, p. 163).
Reforma Carlos Maximiliano (1915)
Embora, ainda preocupado com a função preparatória do ensino secundário, a
Reforma Carlos Maximiliano talvez tenha sido de acordo com os estudiosos, a melhor e mais
inteligente reforma da Primeira República. Isto porque de acordo com Silva, a reforma
manteve os precedentes progressistas e que fossem conciliáveis. Desta forma, da Lei
Rivadávia, manteve-se o exame de admissão às Faculdades, do Código Epitácio Pessoa,
manteve-se o ensino seriado e a redução do currículo, da reforma Benjamim Constant
manteve-se a restrição a equiparação as escolas estaduais e os exames preparatórios. Um
outro dado relevante é que essa reforma ainda foi responsável pela junção da Escola
Politécnica, da Faculdade de Medicina e da Escola Livre de Direito, dando origem a criação
da primeira Universidade Brasileira, a Universidade do Rio de Janeiro. (PALMA FILHO,
2005)
Reforma João Luiz Alves/Rocha Vaz (1925)
Esta reforma foi um prolongamento e também uma ampliação das propostas de
Maximiliano. Pode –se dizer, que a Reforma João Luiz Alvez/Rocha Vaz preparou a
implantação do ensino secundário em série, com duração de 6 anos, sendo o sexto ano
direcionado ao estudo de Filosofia. A reforma proporcionou também ao ensino secundário,
um caráter de ensino regular, com capacidade para ir além da preparação para o ensino
superior. Ao término do 5º ano já era possível ingressar na faculdade desde que o aluno fosse
aprovado no vestibular. Vale ressaltar que essa situação só vai ser alterada a partir do Governo
Vargas. (PALMA FILHO, 2005)
O Governo de Getúlio Vargas ou a Era Vargas, é historicamente dividido em Segunda
República que foi de 1930 até 1937 e Terceira República que foi de 1937 até 1945. Neste
governo, houve uma concretização de projetos com objetivo de ampliar os direitos dos
trabalhadores, mas que na verdade favoreciam apenas as classes dominantes. (JOSETTI;
ARAÚJO, 2012). É sabido que as propostas para que direcionaram as Reformas na Educação
durante a Era Vargas, era de um ensino diferenciando com objetivo de condicionar a
obediência da classe trabalhadora e uma outra face deste ensino, totalmente direcionado a
classe burguesa. (BUFFA, 1987)
Em novembro de 1930, foi criado o Ministério da Educação e da Saúde Pública que
teve como uma das suas primeiras medidas, apresentar uma série de decretos que foram
conhecidos como a Reforma Francisco Campos, a saber: Decreto n. 19.850, que criou o
Conselho Nacional de Educação; Decreto n. 19.851, que pretendeu organizar o ensino
superior; Decreto n. 19.890, que organizava o ensino secundarista; Decreto n. 19.941, que
instituiu o ensino religioso na rede pública; Decreto n. 20.158, que tinha como proposta
organizar e regulamentar o ensino comercial. (SAVIANI, 2008).
De acordo com Boris Fausto (2001), no período de Vargas, o objetivo sempre foi
“formar uma elite mais ampla, intelectualmente mais bem preparada” (FAUSTO, 2001, p.
188). Objetivo esse possível uma vez que neste contexto o Estado, estava sem
comprometimento com um ensino que oferecesse qualidade de educação e formação, à classe
trabalhadora. O Governo Vargas tinha uma postura autoritária e a educação foi organizada “de
cima para baixo”, sem envolver a sociedade e sem propor um desenvolvimento cultural da
classe operária. A educação era uma forma de difundir os valores hierárquicos de forma
conservadora com total influência católica, haja visto a reforma n. 19.941, que institui o
ensino de religião em escolas de todo país (FAUSTO, 2001).
Em 1932, surge o Movimento dos Pioneiros da Educação, integrado por Fernando
Azevedo, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, entre outros. A proposta deste Movimento,
defendia um rompimento com o modelo de educação da época. Surgia a Escola Nova, com
um pressuposto de que o professor deveria ser um direcionador dos saberes e os alunos
deveriam ser separados pelas áreas de interesses. (SAVIANI, 2009).
A Escola Nova tinha como pretensão uma educação democratizada, fundamentada na
escola pública, gratuita, sem influência religiosa e obrigatória, sendo assim uma forma de
criar oportunidades a todos. (CORRÊA, SARRAZES, 2013).
No entanto, de acordo com Saviani (2009), a Escola Nova, demandava um aumento
significativo de gastos e apenas a elite foi contemplada com os benefícios desta proposta. Isto
posto, houve apenas a manutenção da escola para a classe dominante, onde era possível
distinguir de forma clara que havia uma formação para a classe trabalhadora focada no
trabalho manual e para a classe elitizada, focada no trabalho intelectual. (JOSETTI; ARAÚJO,
2012).
Também na Era Vargas, as propostas incluíam mudanças no ensino secundário com
uma dupla percepção, que era a de preparar para o ensino superior e para formar força de
trabalho para a indústria e para o comércio. Se insere aqui proposta do ensino dividido em
dois ciclos de cinco e dois anos. O curso de dois anos era tido como uma especialização, com
uma estrutura curricular que favorecia as classes dominantes, inclusive com uma diferença
conforme o sexo, já que a formação da mulher deveria ser condizente com as atividades do
lar. (FAUSTO, 1994).
Com a implantação o Estado Novo, o governo de Getúlio Vargas, ainda usou a
educação como uma maneira de reforçar os ideais de uma classe social única e de um sistema
econômico. Neste período, surge ainda a organização do ensino técnico, deixando em
evidência que a escola deveria formar para atuação no mercado de trabalho, ampliando e
alimentando as demandas do sistema capitalista. Surgem: a Lei Orgânica do ensino
fundamental, a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a Reforma
da Legislação para o ensino secundário e a elaboração da Lei Orgânica para o ensino
comercial. (FILHO, 2010).
Sendo assim nos cabe refletir que o grande interesse do Governo Vargas em difundir a
indústria no país, refletiu diretamente no campo da educação e consequentemente em
praticamente todas as propostas de Reforma do período.
Só é possível compreender o termo Populismo como forma de governo no Brasil, a
partir de Revolução de 1930, no contexto da crise política e do desenvolvimento econômico.
Seja pelo autoritarismo institucional da ditadura do Governo Vargas até 1945, ou pelo
autoritarismo paternalista dos líderes da então denominada democracia do pós-guerra, até
1964, que o termo toma sentido, como nos apresenta Barros (2014), quando nos diz que o
populismo foi:
“ sobretudo a expressão mais completa da emergência das classes populares no bojo
do desenvolvimento urbano e industrial verificado nesses decênios e da necessidade,
sentida por alguns dos novos grupos dominantes, de incorporação das massas ao jogo
político”. (BARROS, 1999, p. 14).

No entanto, considerando a questão cronológica e a contextualização histórica, a


ampliação do poder do Estado e o Populismo vigoraram no Brasil de 1945 até 1964. A
educação brasileira no contexto do populismo pode ser compreendida a partir do fim do
Estado Novo, quando o Ministro da Educação Clemente Mariano, apresentou o projeto de Lei
das Diretrizes e Bases da Educação em 1948. O processo de amadurecimento e as discussões
acerca deste projeto de Lei, se estendeu até 1961 e houve muita polêmica acerca do tema, já
que havia um jogo de interesses. Por um lado, os defensores da escola privada e de outro, os
defensores da escola pública, representados por Anísio Teixeira e Florestan Fernandes. Na
ocasião,

houve uma forte campanha em Defesa da Escola Pública, que culminou com o
“Manifesto dos Educadores Mais Uma Vez Convocados” (1959), assinado por
Fernando de Azevedo e mais 164 personalidades de destaque no cenário cultural
brasileiro. De resto, observa-se como a legislação sempre refletiu os interesses apenas
das classes representantes no poder (PASINATO, 2013, p. 2).

As mudanças ocasionadas, pelas Diretrizes e bases, tinham como principal


característica propostas com objetivo de oportunizar alterações na economia, na política e na
própria sociedade, diminuindo assim as diferenças sociais no país. Isto porque em análise
durante o governo Jânio Quadros a educação estava fragilizada, com aproximadamente 39,5
% de analfabetos entre 15 e 69 anos. (BOMENY, 2008).
Considerando a historicidade do populismo no campo da educação, encontramos
algumas políticas que contribuíram para reforçar o poder do líder carismático no cenário da
disputa de ideais, onde alguns defendiam a escola pública e outros a escola provada, tendo
como pano de fundo o projeto da LDB de 1961.
A o período da Ditadura Militar, teve seu início no ano de 1964 e seu término
ocorreu no ano de 1985. Podemos afirmar que foi um período complexo, que articulou sobre
o desenvolvimento do país com violência e repressão. Nos que se diz respeito a educação, o
governo militar, tanto manteve a disciplina e as pessoas disciplinadas, como buscou aumentar
a mão de obra qualificada em prol do crescimento e fortalecimento do sistema capitalista.
(SANTOS; NETO, 2010).
O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), durante o domínio dos militares,
promoveu reformas na educação, para apresentar um documento onde assegurava que o
investimento neste setor, poderia promover o aumento na produtividade e como consequência
o crescimento do país. O conteúdo apresentava um direcionamento para o ensino médio e
superior, onde: o ensino médio devia destinar-se a formação de mão de obra para o trabalho e
o ensino superior deveria formar dirigentes. (SAVIANI, 2009).
Neste período se estabelece um acordo entre o Ministério da Educação e Cultura e a
Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O objetivo
principal desta parceria seria o desenvolvimento de reformas educacionais para o Brasil. O
governo considerou praticamente todas as propostas de USAID, que recomendou de imediato
o aumento das vagas de ensino proporcionando assim mão de obra qualificada. Em resumo a
Agencia Americana, indicou o aprimoramento do ensino primário e médio, assim como
cursos de formação para os professores e reformulação das Faculdades e Universidades do
país. Todos esses projetos contavam com assessoramento técnico de americanos. (LIRA,
2010).
Durante todo esse processo, ainda se aprovou a lei n. 5.692/71, que institucionalizou
uma articulação entre o primário e o ginásio, que passou a ser compreendido como primeiro
grau com duração de 8 anos. Houve a criação de cursos profissionalizantes para o segundo
grau, além de uma tentativa em se fazer com que os alunos pagassem pelo acesso da
faculdade, de acordo com a renda da família. No entanto esta proposta não teve êxito e foi
neste período em que houve um grande crescimento das Instituições particulares. Fato este
que facilitou o ingresso de estudantes com maior poder aquisitivo nas universidades.
(SAVIANI, 2008).
Desde 1985, o Brasil vive um período denominado Nova República, que iniciou com
o governo de José Sarney em um momento histórico onde o país passava por um processo de
redemocratização sem a opressão governo militar. A Constituição de 1988 marca o início de
um processo de mudanças no cenário da educação, estabelecendo os princípios gerais da
educação onde: proclama que educação é direito de todos e dever do Estado e da família;
estabelece os princípios da educação nacional inspirados no liberalismo, na democracia e no
respeito aos direitos humanos; atribui competências ao Estado não só na oferta, mas também
no atendimento aos estudantes, a fim de manter frequência obrigatória no ensino fundamental;
determina percentuais mínimos à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
como forma de garantir financiamento à educação. (CORRÊA, SARRAZES, 2013)
Em 1996, após 8 anos de debates, foi promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, a Lei nº 9.394/96 que reorganizou o sistema escolar considerando as
mudanças do final do século passado. Sendo assim, a LDB nº 9.394/96: prevê em termos de
níveis e modalidades de ensino, que a educação brasileira esteja dividida em duas partes:
educação básica, constituída pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, e
ensino superior; cria competências aos níveis administrativos em relação à educação fixando
incumbências à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; regulamenta nova
estrutura curricular instituindo uma base nacional comum e uma parte diversificada no
currículo escolar; recomenda novo paradigma para a verificação do rendimento escolar,
incentivando a aplicação de avaliações contínuas e contextualizantes; prevê regras flexíveis
que visem à inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais à rede escolar
comum. (CORRÊA, SARRAZES, 2013)
Vale ressaltar que a LDB previa a organização de um Plano Nacional de Educação
(PNE), desenvolvido a partir da colaboração dos Estados e Municípios do país. No ano de
2001 houve a aprovação da Lei n. 10.172, que aprovou o PNE 2001/2010, onde em linhas
que: propunha acompanhamento de perto pelo Poder Legislativo e pela sociedade civil
organizada durante sua vigência; Estados, Distrito Federal e Municípios deveriam propor seus
próprios Planos de Educação em conformidade com o plano nacional; propunha aumentar o
nível de escolaridade da população, reduzindo as diferenças entre as regiões no que diz
respeito ao acesso e à permanência na escola pública; seguia o princípio constitucional e da
Lei de Diretrizes e Bases quanto à necessidade de democratização da gestão da escola pública.
As principais metas para os 10 anos: universalização do ensino e a criação de incentivos para
que todos os alunos concluíssem a educação básica; erradicação do analfabetismo; expansão
do ensino médio, buscando atingir a sua universalização; criação de sete milhões de vagas em
creches e pré-escolas; ampliação das oportunidades de acesso à educação profissional;
No governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, o decreto n. 6.094, implementa o
Plano de Metas “Compromisso todos pela Educação”, com objetivo de melhorar a qualidade
da educação básica com algumas novas metas a saber:

a) A criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que varia de zero a


10. Com base nesse indicador, o governo busca selecionar municípios que deverão receber
recursos adicionais da União e assistência técnica adicional;
b) O estabelecimento de um piso salarial nacional para os professores do ensino básico;
c) A implementação do programa Pró-Infância, que visa destinar recursos federais para a
construção de creches e pré-escolas;
d) O investimento em formação continuada de professores. Todos os professores passariam a
ter um vínculo com uma universidade, principal responsável pelos cursos de formação.
e) A criação de bolsas para estimular os jovens de até 17anos, de famílias com baixa renda e
que estão fora da escola, a voltar a estudar;
f) A modificação do sistema de crédito estudantil;
g) A realização da Provinha Brasil, um exame para avaliar a qualidade da alfabetização de
crianças das escolas públicas;
h) A organização da Olimpíada de Língua Portuguesa, a exemplo da Olimpíada de
Matemática;
i) A universalização dos laboratórios de informática para escolas públicas de 5ª a 8ª séries,
em um primeiro momento, e depois de 1ª a 4ª;
j) A ampliação do programa "Luz para Todos", possibilitando que aproximadamente 18 mil
escolas tenham acesso à energia elétrica;
k) O incentivo à produção audiovisual digital voltada para a educação de qualidade, com
investimento de R$ 70 milhões. (CORRÊA, SARRAZES, 2013)
2) Apresente as concepções de educação expressas na Constituição Federal de 1988, dos
artigos 205 a 214, com uma crítica pessoal ao final.

Como já estudado, a Constituição Federal de 1988, foi resultado de uma ação


democrática em virtude do final do período da ditadura militar. Entre os aspectos discutidos
podemos citar: o financiamento da educação, ensino religioso facultativo ou obrigatório,
escola pública e escola privada e atribuições legais levadas as instâncias federativas. No artigo
6º a Constituição garante a educação como um direito social, juntamente com trabalho,
moradia, lazer e acesso à saúde.
Os artigos 205 a 214, abordam o direito à educação. O artigo 205 propriamente dito
define que a educação é um direito de todo cidadão e um dever do Estado e da família, com
objetivo de desenvolver o indivíduo e prepara-lo para o trabalho e para o exercício da
cidadania. (BRASIL, 1998).
No artigo 208, encontramos de forma mais clara o que vem a ser o dever do estado.
Este artigo diz:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - Progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

O direito a educação é considerado também um direito público e como tal se não


ocorrer de forma efetiva, pode acarretar ação contra o Estado, como é possível identificar nos
Parágrafos 1º e 2º do Artigo 208: § 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo. § 2º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. (BRASIL, 1998).
Também nos termos da lei, o direito individual deve fazer parte do bem comum. O
artigo 206, apresenta que o ensino deverá ter como base, os seguintes princípios: I - igualdade
de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções
pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. (BRASIL, 1998).
Sobre a democratização do ensino público temos o Título III, em seus Capítulos II e
IV, que direciona a União, Estados, Distrito Federal e Municípios para atuarem e legislarem
sobre a educação de forma colaborativa. A Constituição Federal ainda entende que : o ensino
fundamental é base no papel do Estado, pois é obrigatório e gratuito; a lei prevê que ensino
fundamental terá uma estrutura curricular constituída por conteúdos que visem à "formação
da básica comum"; que a o percentual destinado à educação deve ser de 18% para a União e
pelo menos 25% aos Estados, Distrito Federal e Municípios; que o estabelecimento de um
Plano Nacional de Educação, deve ter como objetivo entre outros, erradicar o analfabetismo
no país.
Por fim a Constituição Federal de 1988, no que se diz respeito a educação abrange: a
autonomia pedagógica, administrativa e financeira das universidades; a inclusão de alunos
com necessidades educacionais especiais à rede regular de ensino; a oferta de ensino religioso
no ensino fundamental; o respeito às comunidades indígenas ao permitir a utilização de suas
línguas maternas nos processos de ensino-aprendizagem.
Conforme alguns autores apresentam, a Constituição de 1988 é um dos textos mais
completos no que se diz respeito aos direitos individuais. Em reflexão acredito que a
Constituição nos oferece uma percepção de que devemos lutar pelos nossos direitos por
intermédio de representantes legais eleitos pelo povo que devem, portanto, direcionar todo o
poder para sociedade e para o bem comum. Os artigos relacionado a educação também nos
coloca em um cenário, onde o ensino é um direito de todos e esse direito deve ser respeitado.
O direito a educação é o direito ao conhecimento e é um bem maior por assim se dizer. No
entanto essa reflexão nos leva também ao paradoxo da desigualdade vivido atualmente na
sociedade brasileira. Os alunos das classes sociais mais favorecidas acabam por preencher as
vagas nas faculdades públicas, o ensino básico e fundamental na rede privada é em
praticamente todos os sentidos superiores aos da escola pública. Já nas classes menos
favorecidas o ensino é ruim e as escola precárias, o acesso até mesmo a faculdades
particulares não é possível muitas vezes pelo alto valor das mensalidades. Sendo assim me
deparo ou nos deparamos com uma constatação de que mesmo com uma “Carta Magna”
ofereça a proteção a educação, não vivemos e estamos longe no meu entender de
presenciarmos uma educação de valor para todo cidadão brasileiro.

3) Apresente uma síntese dos principais pontos presentes na LDBEN nº 9394/96,


destacando:

a) os princípios gerais da Educação Brasileira.


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é responsável por
regulamentar a educação pública e ou privada do Brasil, desde a educação básica ao ensino
superior.
Os princípios gerais da LDB são:
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
 Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
saber;
 Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
 Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
 Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
 Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
 Valorização do profissional da educação escolar;
 Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas
de ensino;
 Garantia de padrão de qualidade;
 Valorização da experiência extraescolar;
 Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
b) Os níveis da educação no Brasil: Educação Básica e Educação Superior.
De acordo com a LDB 9394/96, a educação no Brasil é dividida em dois níveis: a educação
básica e o ensino superior.
A Educação básica é composta por:
 Educação Infantil de 0 até 5 anos
 Ensino Fundamental, dividido em anos iniciais do 1º ao 5º ano e anos finais do 6º até o
9º ano.
 Ensino Médio, que vai do 1º ao 3º ano e pode ser técnico profissionalizante, ou não.

Ensino Superior é de responsabilidade da União e pode ser ofertado pelos Estados e pelo
Municípios. É a União que autoriza e fiscaliza as Instituições privadas de ensino superior.

c) Da Educação Básica
A Educação Infantil, é o início da Educação Básica, vai dos 0 até 05 anos de idade e
tem como principal objetivo o desenvolvimento total das crianças, considerando as questões
físicas, psicológicas, intelectuais e sociais.
Com nove anos de duração e obrigatório, o Ensino Fundamental, inicia aos 06 anos de
idade e vai até os 10 anos na sua fase inicial e compreende o período dos 11 aos 14 anos, na
fase final ou anos finais. Neste período os objetivos são adaptados ao desenvolvimento
esperado para cada fase ou idade, com base no domínio da leitura e escrita, dos cálculos e
com a compreensão da vida em sociedade, das artes, cultura, economia, política e dos demais
valores importantes para a vida comum em sociedade.
A etapa final da Educação Básica é o Ensino Médio, que deve ter uma base única que
pode ser articulada com o ensino profissionalizante, com a ciência e a tecnologia como forma
de ampliar o universo cultural dos alunos. O ensino médio prevê: a consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos; a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado este
como princípio educativo, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas
condições de ocupação e aperfeiçoamento posteriores; o desenvolvimento do educando como
pessoa humana, incluindo a formação ética e estética, o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científicos e
tecnológicos presentes na sociedade contemporânea, relacionando a teoria com a prática.

d) A formação dos profissionais da educação básica


LDB nº 9394/96, se preocupa não só em manter o aluno na escola, mas também em oferecer
uma educação de qualidade, neste sentido deve ser investir na formação e na capacitação
docente e a partir de 2007, só poderão ser admitidos professores habilitados em ensino
superior. O artigo 62 da LDB, no diz:

“A formação de docentes para atuar na educação básica exigida é a de nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”.

Ao final, uma crítica pessoal a respeito do que foi lido e estudado


O presente trabalho foi de importante contribuição não só para direcionamento dos estudos
dentro da disciplina de Políticas da Educação Básica, mas ao me debruçar sobre as leituras,
pude compreender melhor a dimensão dos cenários políticos em que a educação está inserida.
Foram muitas as reflexões sobre o papel e a responsabilidade do governo, também sobre as
questões de direito à educação que estão presentes de forma clara na nossa Constituição. Mais
uma vez me deparo com os desafios da docência frente a uma sociedade desigual e que vive
um momento político frágil. Como professores devemos aprimorar nossos conhecimentos
sobre as políticas que envolvem a educação e é nossa obrigação nos posicionarmos de forma
consciente e participativa, fazendo valer o direito garantido pela Constituição. Não é uma
percepção de caminho fácil, mas com certeza necessária.
REFEERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BARROS, R. P. de; HENRIQUES, R.; MENDONÇA, R. Desigualdade e pobreza no Brasil: retrato


de uma instabilidade inaceitável. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 15, n. 42, 2000.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente – ECA. Brasília, DF. Senado Federal. Artigos 1 a 18, artigos 53 a 59,
artigos 103 a 137.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20/12/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília:
Presidência da República. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf>. Acesso em: 08 set. 2018.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF. Senado Federal.
Artigos 205 a 214.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20/12/96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília,
DF: Presidência da República. Artigos de 1 ao 7.

BUFFA, E. Educação e cidadania burguesas. In: BUFFA, E; ARROYO, M, NOSELLA, P. Educação


e cidadania: quem educa o cidadão. Editora Cortez, São Paulo: 1987.
CORRÊA, R. A.; SERRAZES, K. E. Políticas da Educação Básica. Batatais: Claretiano, 2013.
Unidades 1 e 2 (confira no Material).
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