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PROCESSO Nº 0125120-45.2017.8.05.0001

ÓRGÃO: 1ª TURMA RECURSAL DO SISTEMA DOS JUIZADOS

CLASSE: RECURSO INOMINADO

RECORRENTE: ANA LUCIA DA SILVA

ADVOGADO: EDUARDO RODRIGUES DE SOUZA

RECORRIDO: BANCO BMG S A

ADVOGADO: -----

ORIGEM: 5ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO)

RELATORA: JUÍZA NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO


INOMINADO. DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO VINCULADOS A
CARTÃO DE CRÉDITO COM RESERVA DE MARGEM CONSIGNÁVEL (RMC).
REVELIA DECRETADA. REFINANCIAMENTO DO DÉBITO COM DESCONTO DO
MÍNIMO EM FOLHA. DÍVIDA INFINDÁVEL. ABUSIVIDADE E ONEROSIDADE
EXCESSIVA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE SE PREVALECEU DA
FRAQUEZA E IGNORÂNCIA DO CONSUMIDOR EM VISTA DE SUA SITUAÇÃO
DE VULNERABILIDADE (ART. 39, INCISOS IV E X, DO CDC). CONVERSÃO
SUBSTANCIAL DO NEGÓCIO JURÍDICO PARA A MODALIDADE DE
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO TRADICIONAL PROMOVIDA PELO M.M. JUÍZO
¿A QUO¿. PRECEDENTES DESTA TURMA QUE ENTENDE PELA
INOCORRÊNCIA DE DANOS MORAIS E PELA NULIDADE DO CONTRATO.
RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE.

1. Incontroversa a tese autoral de que almejava contratar um empréstimo


consignado tradicional e lhe foi imposto um cartão de crédito com reserva
de margem consignável. A acionada foi decretada revel, sendo-lhe aplicada
a pena de confissão ficta quanto aos fatos alegados na peça incoativa.
Inteligência do art. 20 da lei 9.099/95.

2. O juízo de primeiro grau promoveu a conversão substancial do negócio


jurídico para a modalidade de empréstimo consignado tradicional. Este
colegiado possui entendimento a respeito da nulidade contratual, não se
revelando a melhor técnica processual a conversão substancial do negócio
jurídico.

3. O contrato bancário referente a cartão de crédito consignado em folha


de pagamento leva, mensalmente, ao refinanciamento do restante da
dívida, com acréscimo de encargos não discriminados na avença, o que
torna tal modalidade extremamente onerosa e lesiva ao consumidor, vez
que, apesar dos descontos realizados em sua conta, a dívida aumenta sem
qualquer proporcionalidade.

4. De acordo com a Circular nº 3.549/11 do BACEN, equipara-se o cartão


de crédito consignado às demais operações tradicionais de crédito pessoal
consignado, modalidade introduzida pela Lei 13.172/2015.

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5. A atitude abusiva praticada sem sequer instruí-lo de que a avença


firmada entre as partes se tratava de contrato de cartão de crédito com
desconto em benefício previdenciário (e não de empréstimo consignado),
por si só, gera abalo psicológico, que se caracteriza como dano moral,
porém, esta relatora é vencida pelo entendimento da maioria do colegiado
que entende pela não configuração dos danos morais.

6. Incabível a devolução em dobro dos valores eis que os descontos foram


feitos com base em contrato válido até ser contestado, porém, em respeito
ao princípio do NON REFORMATIO IN PEJUS a decisão será mantida em tal
ponto.

RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. SENTENÇA REFORMADA PARA


DETERMINAR A NULIDADE DO CONTRATO.

RELATÓRIO

Aduz a parte Autora que celebrou contratação de crédito pessoal na modalidade


consignado. Aduz que posteriormente descobriu se tratar de contrato de cartão de crédito com reserva de
margem consignável (RMC).

Informa que não obstante seja descontado mensalmente valor de seu benefício
previdenciário, a dívida somente aumenta, declarando que não fora informado adequadamente sobre a
natureza da contratação e suas condições. Informa ainda que nunca realizou compras no cartão, porém
lhe são cobrados juros típicos de cartão de crédito, muito mais altos que os do contrato de empréstimo
consignado.

A parte ré, não obstante devidamente citada, não compareceu na audiência


realizada em 23.10.2017.

A sentença objurgada decretou a revelia da acionada e julgou procedente em parte


o pedido autoral, determinando a conversão do negócio para a modalidade de empréstimo consignado
tradicional e devolução em dobro dos valores pagos a maior. Não entendeu configurados os danos morais.

Insatisfeita, recorreu a parte acionante, requerendo a declaração de nulidade e


extinção do contrato e arbitramento de indenização por danos morais.

Não foram oferecidas contrarrazões pelo réu.

VOTO

Com a devida vênia ao entendimento esposado, a sentença proferida merece


parcial reforma.

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Não restou demonstrado que a parte autora fora esclarecida de que o contrato
celebrado foi na modalidade de cartão de crédito consignado, com descontos em seu benefício. Vale
registro que diante da revelia decretada e da pena de confissão ficta, crível a narrativa autoral de que
buscou empréstimo consignado tradicional, porém, de forma fraudulenta lhe fora imposto cartão de crédito
na modalidade consignada.

Inicialmente, mostra-se necessário um breve histórico da evolução da normatização


do crédito consignado no Brasil.

A Lei 10.820, publicada em 17 de dezembro de 2003, como conversão da Medida


Provisória nº 130/2003, sendo depois alterada pontualmente pela Lei 10.953/2004, dispõe sobre a
autorização para desconto de prestações em folha de pagamento, instituindo um sistema de consignação
do empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil, celebrado pelo empregado para descontos em
sua folha de pagamento, criando o mercado de crédito consignado no Brasil.

Acrescente-se que a Lei 10.953/2004 incluiu no texto da Lei 10.820, de 17 de


dezembro de 2003, o teto de desconto em folha de pagamento em de 30%.

Assim, após a Lei 10.953/2004, a cronologia normativa do crédito consignado no


Brasil foi marcada por outras quatro mudanças: 1) a Lei 13.097, de 2015; 2) a Lei 13.172, de 2015; 3) a
Lei 13.183, de 2015 e, por fim, 4) a Medida Provisória 719, de 29 de março de 2016.

A Lei 13.172, de 2015, dispõe sobre descontos de 5% exclusivamente para


amortização de despesas com cartão de crédito, ao argumento falacioso de substituir dívidas com juros
mais altos por outras com juros menores.

Aparentemente, ¿trata-se de um pequeno ajuste no sistema introduzido pela


possibilidade de se efetuarem descontos em folha de pagamento, para permitir a retenção no salário e nas
verbas resilitórias não somente dos valores referentes aos empréstimos, financiamentos e operações de
arrendamento mercantil, concedidos por instituições financeiras e sociedades de arredamento, como foi
assegurada com a Lei 10.820 de 2003, mas também dos valores devidos com cartões de crédito. Os
agentes do mercado, ao que parece, não se contentam com as mudanças. Em 29 de março de 2016, nova
Medida Provisória, nº 719, reformularia o sistema de garantias creditícias em favor das instituições
financeiras. A exposição de motivos da MP sublinha que a inadimplência dos pagamentos decorre de
fatores alheios á vontade dos trabalhadores, diante da rotatividade do mercado de trabalho e da dispensa
1
imotivada ¿.

Ressalte-se que a referida Medida Provisória 719, de 29 de março de 2016, sugeriu


a utilização parcial do saldo da conta vinculada e da multa rescisória do FGTS como garantia adicional
contra a inadimplência, ocorrida quando da rescisão do contrato de trabalho. Sugere a introdução do
parágrafo sexto no artigo primeiro da lei 10.820/2003, que suspendeu a garantia de impenhorabilidade
dos saldos do FGTS assegurada no parágrafo 2º, art. 2º, da lei 8.036/1990, que regulamenta o FGTS,

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direito fundamental, previsto no art. 7º, inciso III, da Constituição Federal.

Analisando o histórico das modificações e as reformulações propostas constata-se


que, sob a perspectiva de aumentar o acesso ao crédito, as normas editadas colocam em risco a saúde
financeira dos consumidores, endividando-os.

Nenhum destes diplomas contém normas específicas sobre descontos das


consignações, consistindo esta omissão em deixar o consumidor à deriva quanto à proteção legal e
esclarecimentos sobre os descontos em seu rendimento.

A mais danosa normatização para o consumidor vem na sofisticada Lei


2
13.172/2015 que amplia o desconto de 30% para 35%, sendo que deste total 5% será destinada a
dívidas contraídas por meio de cartão de crédito consignado.

Estas leis justificam a finalidade da concessão do crédito consignado com o acesso


ao crédito com redução de juros, mas, em suas consequências há a oferta indiscriminada de crédito e o
endividamento de consumidores que podem contratar quando já não têm mais margem consignável à sua
disposição.

3
Maria Paula Costa Bertran Munõz chama atenção para as formas de oferta de
crédito direcionadas unicamente para a obtenção de lucro, sem a análise da capacidade de pagamento ou
solvabilidade do tomador. Afirma que as instituições que concedem crédito têm na honradez e na
dignidade, tradicionalmente associadas à pontualidade no pagamento de dívidas, um capital simbólico, que
elas se apropriam sistematicamente para montar uma publicidade de concessão de crédito e persuadir o
consumidor à sua aceitação. A honradez e a dignidade recebem novo desenho nas publicidades e
comunicações institucionais dos ofertantes de crédito, como um condutas expectáveis e obteníveis,
omitindo dos consumidores os riscos da destruição deste estado com a oferta de crédito sem caráter.

Afirma a autora que, no conteúdo destas publicidades, as instituições de crédito se


utilizam de conceitos como capacidade de organização para saldar dívidas e autocontrole para o consumo,
como virtudes de conduta, mas, ao mesmo tempo, levam ao consumidor idéias de facilidade de
pagamento, criam necessidades que o consumidor muitas vezes não tem, ¿em meticuloso preparo de
persuasão dos atendentes de telemarketing que atuam em nome das instituições financeiras. O longo,
4
mais revelador excerto , é material didático da formação de atendentes, para venda de crédito consignado
para aposentados e pensionistas¿.

Consultando o referido manual constata-se não haver nenhum sentido de cuidado,


aconselhamento ou oferta consciente de crédito, mas uma total despreocupação com os riscos da
recuperação individual dos empréstimos; o texto deixa claro que, a depender do momento econômico
pode ser um grande negócio emprestar para quem não poderiam ser destinatários do crédito.

O parâmetro é o aumento de volume nas concessões, porque, ¿se interessa aos

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ofertantes de crédito aumentar o volume de empréstimo concedidos ¿ porque o mercado não oferece
melhores oportunidades de ganhos em outro país ou em outro setor econômico ¿ eles estimularão a
demanda enviando propostas a muitos destinatários (inclusive aqueles que, pelo critério que valoriza ¿mau
caratismo¿ em termos canônicos, não deveriam receber ofertas de contratação), convidarão por telefone
antigos inadimplentes a adquirem mais crédito, ou aumentarão os limites de cheque especial, cartão de
crédito, crédito consignado, mesmo que o consumidor não tenha saldado dívidas ou em nada tenha
modificado sua renda. Em contrapartida, se interessa aos ofertantes de crédito diminuírem sua atuação
junto aos indivíduos ou junto a um determinado grupo de indivíduos, as ofertas explicitas serão suspensas
e os limites dos mecanismos de endividamento, como cheque especial, cartão de crédito, ou empréstimo
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pessoal, serão reduzidos ou suspensos¿ .

Destaca-se, assim, a incoerência na conduta das ofertas dos fornecedores de


crédito porque, ao se apropriarem da idéia do ¿capital simbólico¿ utilizando-se da propaganda e
comunicação institucional para sugerir ao consumidor a facilidade de alcançar um comportamento
escorreito, a exemplo de capacidade de organização para saldar débitos, o objetivo é se eximir de
responsabilidade das futuras conseqüências de situações de lesão, onerosidade excessiva, manifesta
desproporção entre as obrigações, endividamento do consumidor.

São, assim, condutas que refletem total desapreço quanto aos riscos de
endividamento do consumidor. O consumidor, devido a sua vulnerabilidade e pouco entendimento sobre as
manipulações do mercado de consumo, se sente inapto, socialmente excluído e responsável único por sua
inadimplência.

Daí porque, depois de conquistarem os consumidores, exigem deles a


responsabilidade solitária de lidar sozinhos com estes deveres de autocontrole para o consumo, ter
capacidade de organização para saldar débitos, numa transferência de responsabilidades para o
consumidor vulnerável ou hipervulnerável, depois que caíram em desgraça financeira celebrando negócios
jurídicos onerosos, excessivamente lesivos, contendo obrigações desproporcionais, terminando por
atribuir-lhes a responsabilidade pelas ¿escolhas erradas¿. Tudo acontece depois que o consumidor já
pagou boa parte de seu débito e já garantiu o lucro às instituições.

Estes comportamentos das instituições estão diretamente ligados à boa


oportunidade de negócio quando da oferta de crédito, não havendo por parte delas qualquer preocupação
com o destino do consumidor, que, na maioria dos casos, não tem condições de pleitear e receber aquele
crédito sem comprometer seu mínimo existencial.

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Karen Rick Danilevicz Bertocello ensina que a teoria do mínimo existencial tem
natureza normativa, interpretativa e dogmática. É normativa devido ao fato de que não se importa com a
explicação de fenômenos, mas com a concretização, a eficácia e a validade do mínimo existencial. É
interpretativa por projetar consequências sobre a interpretação dos direitos fundamentais. E é dogmática,
porque busca concretizar os direitos fundamentais a partir de suas fontes legislativas e jurisprudenciais.

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Claudia Lima Marques sobre o desconto em folha de pagamento pontua:

"Note-se que os tribunais faz pouco consideraram o desconto em folha como


possível, mas desconsideraram uma prática que existe na França e que me parece importante aqui
mencionar: assim como para os funcionários públicos há que se reservar também para o consumidor um
mínimo existencial para viver durante aquele mês, assim no caso de desconto este deve conhecer um
limite. O outro aspecto importante é que há uma responsabilidade do Banco ou financeira ao conceder o
crédito, que é um dever de informar, de aconselhar o cliente e não de se aproveitar de sua torpeza,
analfabetismo ou situação de necessidade."

Alias, a concessão de crédito a pessoas negativadas se tornou uma forma específica


de emprestar dinheiro, um nicho de mercado, como se constata da já mencionada lei 13.172/2015, que
alterou a lei 10.820/2003, a lei 8.213/1991 e a lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais),
para autorizar desconto em folha de pagamento de débito de cartão de crédito.

Ainda que existam sítios institucionais, a exemplo do da FEBRABAN e o Programa


¿Consumidor Consciente¿ da Mastercard para países da América Latina e Caribe, incutindo a ideia de
planejamento de despesas, não se pode desprezar que os motivos do superendividamento são
multifatoriais e complexos, e que as normatizações que alargaram o poder de concessão de crédito
consignado não só aumentaram a vulnerabilidade do consumidor como transformaram a vida, o trabalho e
o salário em mercadoria. Houve enfraquecimento das rendas e endividamento das famílias em nome da
lógica do capitalismo.

Sem sombra de dúvida, as ações do mercado e a legislação que legitimaram a


concessão de crédito ao consumidor, pensionista ou não, ainda que tragam aparência de benefícios como
juros baixos e maior parcelamento, podem até tornar as prestações mais baixas, mas as conseqüências
serão o endividamento das famílias de baixa renda e a elasticidade de dívidas que se tornarão infindáveis
e impagáveis.

Denominando o crédito consignado como tradição inventada pelo mercado


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brasileiro, SILVA, CAVALLAZZI e LIMA sugerem ¿papel ativo do intérprete do Direito na contenção dos
poderes do mercado pela força da aplicação dos direitos fundamentais dos trabalhadores e consumidores
com a definição de sua existência e liberdade salarial¿.

Em outro trabalho, observam Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva e


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Rosangela Lunardelli Cavallazzi sobre o fenômeno da mercantilização da vida, a mercadorização e
remercantilização do trabalho, chamando atenção para o ¿conflito entre a ¿força normativa da
constituição¿ e a ¿força normativa do capital financeiro¿. Segundo as autoras, ¿este necessita moldar o
funcionamento do Estado para garantir, em primeiro lugar, os direitos dos credores da dívida pública,
secundarizando a dívida do Estado com os credores dos direitos sociais e fundamentais (GENRO,
2016,p.23)¿. Concluem afirmando que ¿os arranjos normativos na estrutura jurídica do mercado de

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crédito consignado devem ser compreendidos como reformas típicas de políticas de austeridade e de
reforço das garantias aos novos mercados abertos com os recentes processos de mercadificação,
financeirização, administração e manipulação de crises, com redistribuições via Estado, descritos por David
Harvey como mecanismos de acumulação por espoliação nos tempos presentes¿.

Sustentam, ainda, que ¿a expansão do mercado e das proteções aos setores


financeiro e creditício pela via do crédito consignado, embora iniciada a partir de especificações
relacionadas à reestruturação do mercado de consumo e do trabalho brasileiro para um projeto de inclusão
social moldado entre 2003/2013, deve ser compreendida como expressão da hegemonia do capitalismo
financeiro e dos reforços ao mercado mundial de crédito pós crise mundial de 2009¿.

Não se está aqui a pregar banimento do crédito consignado dada sua importância
para a sociedade de consumo contemporânea, mas chama-se atenção para a necessidade de subsunção
da situação fática de cada consumidor endividado ao texto legal de modo que em sede de avaliação
judicial que não passa somente pela avaliação do inadimplemento do que se deve, mas sim, a limitação e
adequação das parcelas devidas a um patamar razoável que permita ao endividado e sua família uma vida
digna, como se afirmou, porque vida impossível se ter uma vida digna e estar superendividado.

A lembrança da conceituação do fenômeno do superendividamento se mostra


apropriada para ampliar a compreensão das conseqüências da concessão de crédito sem os cuidados
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devidos. Claudia Lima Marques diz o seguinte:

"O superendividamento pode ser definido como impossibilidade global do devedor-


pessoa física, consumidor, leigo e de boa-fé, de pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo
(excluídas as dívidas com Fisco, oriunda de delitos e de alimentos). Este estado é um fenômeno social e
jurídico, a necessitar algum tipo de saída ou solução pelo Direito do Consumidor, a exemplo do que
aconteceu com a falência e concordata no Direito da Empresa, seja o parcelamento, os prazos de graça, a
redução dos montantes, dos juros, das taxas, e todas as demais soluções possíveis para que possa pagar
ou adimplir todas ou quase todas as suas dívidas, frente a todos os credores, fortes e fracos, com
garantias ou não. Estas soluções, que vão desde a informação e o controle da publicidade, direito de
arrependimento, para prevenir o superendividamento, assim como para tratá-lo são fruto dos deveres de
informação, cuidado e principalmente de cooperação e lealdade oriundas da boa-fé para evitar a ruína do
parceiro (exceção da ruina), que seria esta sua "morte civil", exclusão do mercado de consumo ou sua
"falência" civil com o superendividamento

(...)

Desde 1995, alerto que este fenômeno instala-se também em países emergentes e que o Direito brasileiro
está sendo chamado a dar uma resposta justa e eficaz a esta realidade complexa, principalmente se
devemos distinguir superendividamento de pobreza em nosso país. A massificação do acesso ao crédito,
que se observa nos últimos 5 (cinco) anos ¿ basta citar os novos 50 milhões de clientes bancários! -, a

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forte privatização dos serviços essenciais e públicos, agora acessíveis a todos, com qualquer orçamento,
mas dentro das duras regras do mercado, a nova publicidade agressiva sobre crédito popular, a nova força
dos meios de comunicação de massa e a tendência de abuso impensado do crédito facilitado e ilimitado no
tempo e nos valores, inclusive com descontos em folha e de aposentados, pode levar o consumidor e sua
família a um estado de superendividamento. Como explicamos antes é uma crise de solvabilidade e de
liquidez, que facilmente resulta em exclusão total do mercado de consumo, parecendo uma nova espécie
de "morte civile", a "morte do homo economicus"(...).

Assim, o crédito rotativo proposto na modalidade de cartão de crédito, ainda que


preveja juros mais baixos que os cartões de crédito tradicionais, têm seu adimplemento difícil e se tornar
infindável se o consumidor precisar de outros financiamentos, pois está cada vez mais comprometendo
sua renda. Por esta razão, não deveriam ser legitimados para oferta ao consumidor.

A Desembargadora Gaúcha JUDITH DOS SANTOS MOTTECY, no voto que se


transcreve, deixa clara a existência de outras questões a serem consideradas quando do exame pedido de
revisão dos contratos de consignação:

"Embora a manutenção da dignidade em si mesma não seja quantificável,


dependendo de inúmeras variáveis, o patamar aceitável de disponibilidade do salário para pagamento de
parcelas contratuais deve ser aquele previsto na Lei 10.820/03, ou seja, 30% dos rendimentos, subtraídos
os descontos obrigatórios. Tal patamar revela-se razoável e impede que o consumidor, por inúmeras
razões, e ainda que não se trate de impossibilidade superveniente, mas de endividamento decorrente de
inúmeras contratações, prescindíveis ou imprescindíveis, resulte privado do mínimo necessário para
sobreviver, juntamente com sua família, de maneira digna. Evita-se, com isso, o superendividamento do
consumidor, que merece pronta e adequada solução do Poder Judiciário, mediante cotejo da relação
jurídica estabelecida e o princípio da dignidade da pessoa humana, de modo que o cumprimento daquela,
tal como estipulado, não afronte o princípio basilar do Estado Democrático Brasileiro."(...) (TJRS ¿
apelação ¿ JSM Nº 70028647659 2009/Cível).

Neste sentido, há outras decisões que consideram este tipo de contratação abusiva
ante o desconhecimento do consumidor sobre sua onerosidade excessiva. Confira-se:

AGRAVO INTERNO. MODIFICAÇÃO C/C DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE


CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. DESCONTO
MÍNIMO DA FATURA MENSAL. DÍVIDA INSOLÚVEL. ABUSO E ONEROSIDADE
EXCESSIVOS. ERRO SUBSTANCIAL. DEVOLUÇÃO DA PARTE INCONTROVERSA.
MATÉRIA JÁ ANALISADA. AUSÊNCIA DE ELEMENTO NOVO. DESPROVIMENTO. I -
Inequívoca a relação de consumo travada entre os litigantes fazendo incidir as
normas protetivas contempladas pela Lei nº 8.078/90, nos termos do enunciado da
Súmula 297/STJ. II - A modalidade contratual mostra-se extremamente onerosa e
lesiva ao consumidor se a dívida, mesmo com os descontos mensais realizados,
aumenta de forma vertiginosa com o passar do tempo. Por expressa imposição
contratual o banco está autorizado a deduzir automaticamente da folha de
pagamento do consumidor valor correspondente ao mínimo da fatura, todavia,
abatidos os encargos de financiamento, o valor principal da dívida é mensalmente
refinanciado, porque acrescido de juros exorbitantes. III - Tratando-se de contrato

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de adesão, cabe à parte que redige as cláusulas consignar com clareza, todas as
obrigações assumidas pelos contratantes sob pena de atentar contra os princípios
contratuais da transparência e da informação. IV - Agravo desprovido. (TJ-GO - AC:
03115342820148090137, Relator: DES. BEATRIZ FIGUEIREDO FRANCO, Data de
Julgamento: 15/03/2016, 3A CAMARA CIVEL, Data de Publicação: DJ 2000 de
04/04/2016).

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATAÇÃO DE CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO.


RELAÇÃO DE CONSUMO. INDUÇÃO DO CONSUMIDOR A CONTRATAR CARTÃO DE
CRÉDITO CONSIGNADO SOB A APARÊNCIA DE CELEBRAÇÃO DE MÚTUO. CONDUTA
ABUSIVA. CLÁUSULAS OMISSAS, CONFUSAS E QUE TRAZEM PREVISÃO DE
DESCONTO EM CONTRACHEQUE POR PERÍODO INDETERMINADO. NULIDADE.
RECONHECIMENTO DO EMPRÉSTIMO NOS MOLDES OFERTADOS AO CONSUMIDOR.
COBRANÇA INDEVIDA E INJUSTIFICADA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANO MORAL.
OCORRÊNCIA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO VERIFICADA. 1. A discussão referente à
contratação de cartão de crédito consignado perante instituição financeira, quando
o usuário do serviço acreditava estar procedendo à celebração de um mútuo,
configura relação de consumo. Hipótese que se amolda ao Enunciado nº 297 da
Súmula do Colendo Superior Tribunal de Justiça. 2. Configura conduta abusiva da
instituição financeira induzir o consumidor a contratar cartão de crédito consignado
sob a aparência da celebração de contrato de empréstimo. As cláusulas omissas e
confusas, bem como as que determinem o desconto no contracheque do
consumidor por período indeterminado são nulas, uma vez que violam a boa-fé e
estabelecem obrigações abusivas, nos termos do art. 51, inc. IV, do Código de
Defesa do Consumidor. Deve ser reconhecida a contratação de empréstimo nos
moldes ofertados ao consumidor, sendo que os descontos procedidos em valor
superior ao necessário para quitação do mútuo são indevidos e injustificados. Por
isso, devem ser restituídos em dobro, nos termos do art. 42, parágrafo único, do
CDC. 3. Resta configurado dano moral na conduta da instituição financeira que
realiza descontos indevidos no contracheque de consumidor induzido a contratar,
por meio de cartão de crédito, operação de crédito consignado sob a aparência da
celebração de negócio de mútuo. 4. Se verificado que a parte não procedeu à
alteração da verdade dos fatos, não é possível a condenação por litigância de má-fé
nos termos do art. 80, inc. II, do Código de Processo Civil.5. Recurso conhecido e
provido.
(Acórdão n.1077977, 20160310126430APC, Relator: ALVARO CIARLINI 3ª TURMA
CÍVEL, Data de Julgamento: 21/02/2018, Publicado no DJE: 02/03/2018. Pág.:
519/526).

CONSUMIDOR. DECLARATÓRIA DE INDÉBITO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO


ASSOCIADO AO CARTÃO DE CRÉDITO. VALOR MÍNIMO DEBITADO POR TEMPO
INDETERMINADO. REVISÃO DO CONTRATO. CLÁUSULA ABUSIVA. VANTAGEM
EXAGERADA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. FALTA DE INFORMAÇÃO CLARA E
ADEQUADA. DEVOLUÇÃO EM DOBRO. DECADÊNCIA E PREOSCRIÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. SENTENÇA MANTIDA. 1. A hipótese dos autos se alinha ao
entendimento sufragado no colendo Superior Tribunal de Justiça que, nos casos de
relação contratual em que se discute a legitimidade da cobrança, a pretensão à
repetição do indébito não se amolda à hipótese do art. 206, § 3º, IV, do Código
Civil, que trata do enriquecimento sem causa. Precedentes STJ: AgRg no REsp
1504037/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 28/04/2015, DJe 01/06/2015 e AgRg no REsp 1019495/MT, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 19/04/2016, DJe 29/04/2016. Prejudiciais
afastadas. 2. O art. 6º, III, do Código de Defesa do Consumidor, aplicável aos
contratos bancários, inclusive por força do verbete 297 da Súmula do Superior
Tribunal de Justiça, impõe à instituição financeira o dever de informar ao
consumidor sobre todas as características importantes a respeito do financiamento
do crédito ofertado, para que este possa contratar sabendo exatamente o que está
contratando. 3. O contrato de cartão de crédito consignado por prazo
indeterminado, nos moldes defendidos pela instituição financeira recorrente, com o
desconto, diretamente nos vencimentos ou proventos do consumidor, de valor fixo

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reservado para o pagamento de juros e encargos de refinanciamento do valor total


da dívida, gera lucro exorbitante à instituição financeira e torna a dívida impagável,
com evidente prejuízo ao consumidor. 4. Recurso conhecido e improvido. (Acórdão
n.1054532, 00036831420168070002, Relator: LEILA ARLANCH 7ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 18/10/2017, Publicado no DJE: 26/10/2017. Pág.: Sem
Página Cadastrada.).

Ora, ainda que o consumidor tenha efetivamente lido e assinado o contrato de


adesão, verifica-se claramente que o fornecedor violou deveres fundamentais no âmbito do sistema
consumerista: o de informação, de cuidado e de aconselhamento, todos deveres anexos ao Princípio da
Boa-fé, previsto no Código de Defesa do Consumidor (art.4º, III, CDC) e Código Civil (art. 421).

O fornecedor, ao deixar de prestar a informação adequada acerca do serviço que


estava sendo contratado, aproveitou-se da inexperiência e ignorância do consumidor, o que configura
desrespeito a um dos direitos básicos previsto no art. 6º, III, do CDC:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

O consumidor foi, em verdade, induzido a erro substancial, já que algumas


informações lhe foram ocultadas a exemplo dos impactos a longo prazo em seu benefício.
Tendo apenas o objetivo de celebrar um contrato de empréstimo, o consumidor, através da
manipulação ou da ocultação de informações, acabou por contratar cartão de crédito
consignado nunca desejado. Assim, restou efetivamente configurada, no caso, prática abusiva
capitulada no art. 39, IV, do Código de Defesa do Consumidor.

Art.39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas


abusivas:

(...)

IV ¿ prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua


idade, saúde, conhecimento ou condição social, par impingir-lhe seus produtos ou
serviços;

O juízo de primeiro grau promoveu a conversão substancial do negócio jurídico para


a modalidade de empréstimo consignado tradicional. Este colegiado possui entendimento a respeito da
nulidade contratual, não se revelando a melhor técnica processual a conversão substancial do negócio
jurídico.A atitude abusiva praticada sem sequer instruí-lo de que a avença firmada entre as partes se
tratava de contrato de cartão de crédito com desconto em benefício previdenciário (e não de empréstimo
consignado), por si só, gera abalo psicológico, que se caracteriza como dano moral, porém, esta relatora é
vencida pelo entendimento da maioria do colegiado que entende pela não configuração dos danos morais.

Incabível a devolução em dobro dos valores eis que os descontos foram feitos com

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base em contrato válido até ser contestado, porém, em respeito ao princípio do NON REFORMATIO IN
PEJUS a decisão será mantida em tal ponto.

Diante do exposto, VOTO no sentido deDAR PROVIMENTO PARCIAL AO


RECURSO para REFORMAR A SENTENÇA, declarando-se a nulidade do contrato impugnado, devendo
ser cancelados os descontos no benefício previdenciário da parte autora e a liberação da margem
consignável, no prazo de 15 dias, sob pena de ulta diária no valor de R$ 50,00. Mantidos os demais
termos da sentença. Sem custas e honorários, eis que vencedor o recorrente.

Salvador, Sala das Sessões, em 25 de fevereiro de 2019.

NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS

Juíza Relatora

ACÓRDÃO

Realizado julgamento do recurso do processo acima epigrafado, a PRIMEIRA


TURMA, composta dos Juízes de Direito, NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ, SANDRA SOUSA DO NASCIMENTO MORENO,decidiu, à unanimidade
de votos,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO para REFORMAR A SENTENÇA, declarando-se a
nulidade do contrato impugnado, devendo ser cancelados os descontos no benefício previdenciário da
parte autora e a liberação da margem consignável, no prazo de 15 dias, sob pena de ulta diária no valor
de R$ 50,00. Mantidos os demais termos da sentença. Sem custas e honorários, eis que vencedor o
recorrente.

Salvador, Sala das Sessões, em 25 de fevereiro de 2019.

NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS

Juíza Relatora

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1SILVA, Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da; Cavallazzi, Rosangela Lunardelli. A


mercantilização da vida, as desproteções do trabalho e do crédito consignado: os
arranjos normativos recentes. Revista de Direito do Consumidor. Vol 106.ano 25.p.
411-444. São Paulo: RT, jul-ago. 2016, p. 421.

2A Medida Provisória 681, de 10.07.2015, específica sobre crédito consignado,


convertida na Lei 13.172/2015, teve como fundamento a contenção do mercado de
crédito e substituir dívidas com juros mais caros por encargos menores.

3MUÑOZ, Maria Paulo Bertran. Crédito e Caráter: uma análise do discurso moral.
Revista de Direito do Consumidor.vol.105.ano 25.p.177-202.São Paulo:RT, maio-
jun.2016.

4Disponível em https://pt.slideshare.net/AldreyMorenoVendrami/roteiro-
vendacrditoconsignado-mundocallcenter. Acesso em 02 de junho de 2018.

5MUÑOZ, Maria Paulo Bertran. Crédito e Caráter: uma análise do discurso moral.
Revista de Direito do Consumidor.vol.105.ano 25.p.177-202.São Paulo:RT, maio-
jun.2016.

6BERTONCELLO, Karen Rick Danilevicz. Superendividamento do Consumidor: Mínimo


Existência - Casos Concretos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. p.67-68.

7MARQUES, Cláudia Lima. Sugestões para uma lei sobre o tratamento do


superendividamento de pessoas físicas em contratos de crédito ao consumo:
proposições com base em pesquisa empírica de 100 casos no Rio Grande do Sul.
Revista de Direito do Consumidor, ano 14, n. 55, julho - setembro de 2005, pp. 11-52.

8 CAVALLAZZI, Rosangela Lunardelli; SILVA, Sayonara Grillo Coutinho da; LIMA,


Clarissa Costa de. Tradições inventadas na sociedade de consumo. In: MIRAGEM,
Bruno, MARQUES, Cláudia Lima (Coord). Doutrinas Essenciais de Direito do
Consumidor. V. 2.São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 108.

9SILVA, Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da; Cavallazzi, Rosangela Lunardelli. A


mercantilização da vida, as desproteções do trabalho e do crédito consignado: os
arranjos normativos recentes. Revista de Direito do Consumidor. Vol 106.ano 25.p.
411-444. São Paulo: RT, jul-ago.2016.

10 Sugestões para uma lei sobre o tratamento do superendividamento de pessoas


físicas em contratos de crédito ao consumo: proposições com base em pesquisa
empírica de 100 casos no Rio Grande do Sul. Revista de Direito do Consumidor, ano
14, n. 56, outubro-dezembro de 2005, pp. 12 e 14/15.

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