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SUBSÍDIO PARA PROFESSORES DE ESCOLA DOMINICAL

HERLON CHARLES VASCONCELOS CARVALHO

A ARMADURA DE DEUS (EF: 6 10 A 18): ENTENDENDO O CONTEXTO E O


PROPÓSITO

Esta é uma interpretação de Efésios 6: 10 a 18 com base no sistema


hermenêutico de Paul Ricouer. Em termos breves, Paul Ricouer propôs uma
hermenêutica fenomenológica, baseada um sistema interpretativo que considera o “em
torno" do texto, trabalhando a exegese em termos de regras específicas e a
interpretação com base em uma compreensão dos símbolos do texto em função da
coerência semântica. Ou seja, para Ricouer é preciso conhecer o contexto em que a
mensagem foi escrita e a realidade vivida pelos seus destinatários.

10 QUANTO AO MAIS, SEDE FORTALECIDOS NO SENHOR E NA FORÇA DO SEU


PODER,
11 REVESTI-VOS DE TODA A ARMADURA DE DEUS, PARA PODERES FICAR FIRMES
CONTRA TODAS AS CILADAS DO DIABO;
12 PORQUE NOSSA LUTA NÃO É CONTRA O SANGUE E A CARNE E SIM CONTRA OS
PRINCIPADOS E POTESTADES, CONTRA OS DOMINADORES DESTE MUNDO
TENEBROSO, CONTRA AS FORÇAS ESPIRITUAIS DO MAL NAS REGIÕES CELESTES.
13 PORTANTO, TOMAI TODA A ARMADURA DE DEUS, PARA QUE POSSAIS RESISTIR
NO DIA MAU E, DEPOIS DE TERDES VENCIDO TUDO, PERMANECER INABALÁVEIS.
14 ESTAI POIS FIRMES, CINGINDO-VOS COM A VERDADE E VESTINDO-VOS COM A
COURAÇA DA JUSTIÇA,
15 CALÇAI OS PÉS COM A PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ;
16 EMBRAÇANDO SEMPRE O ESCUDO DA FÉ COM O QUAL PODEIS APAGAR TODOS
OS DADOS INFLAMADOS DO MALIGNO.
17 TOMAI TAMBÉM O CAPACETE DA SALVAÇÃO E A ESPADA DO ESPÍRITO, QUE É A
PALAVRA DE DEUS;
18 COM TODA ORAÇÃO E SÚPLICA, ORANDO O TEMPO TODO NO ESPÍRITO E PARA
ISSO VIGIANDO COM TODA A PERSEVERANÇA E SÚPLICA POR TODOS OS SANTOS”

Contexto Histórico

A cidade de Éfeso era capital da província da Ásia durante o período do Novo


Testamento, e mesmo com a concorrência de outros grandes centros não teve
dificuldades em manter sua supremacia econômica e social. Mais tarde (data imprecisa)
foi convertida em centro administrativo da Ásia Menor. Bem servida por estradas e
estrategicamente localizada, Éfeso era um grande mercado onde nativos e estrangeiros
conviviam cotidianamente, e também uma suntuosa cidade portuária, cortada por uma
enorme avenida de 22m de largura, ladeada com colunas greco-romanas, que dão bem
uma idéia de seu porte.
A vida religiosa em Éfeso era intensa, a cidade abrigava o templo de Artemis ou
Diana, a deusa da fertilidade, além de inúmeros templos romanos para adoração do
imperador. Havia um forte comércio em função dos templos.
Ali vivia uma numerosa comunidade judaica, que gozava de prestígio. O cristianismo foi
introduzido em Éfeso por Paulo em sua segunda viagem missionária, em 52 d.C.,
quando deixou Áquila e Priscila.
Em sua terceira viagem missionária, Éfeso era um dos alvos, e Paulo viveu ali
cerca de 2 anos. São desta estada os episódios de confrontação com os cultos mágicos
(AT 19:13) e a hostilidade contra Paulo por atrapalhar os negócios em torno do culto a
Diana (At 19:27).
Paulo teve inúmeras dificuldades e correu risco de vida em Éfeso, pelo que
escreveu em 1 Co 15:32: “Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita
disso?” Ainda que o texto não tenha sentido literal, evidencia a questão.
É provável que ao escrever o capítulo 6 Paulo estivesse preso, acorrentado a um
soldado romano, de onde teria tirado a analogia da armadura. Provavelmente Paulo
tinha em mente a armadura do guerreiro celeste de Is 59:17.

Contexto Literário

Embora desde o século II esta epístola já seja aceita como endereçada aos
Efésios, há grande controvérsia quanto a isto. Foulkes aponta que o documento guarda
características de um sermão ou carta circular, que de alguma maneira ligou-se de modo
especial à igreja em Éfeso. Chama a atenção o fato de que, tirando-se a introdução, o
corpo da epístola não faz referências aos destinatários, como é comum em Paulo.
Até mesmo a autoria Paulina tem sido questionada, mas a posição tradicional, que a
aceita, tem prevalecido.
Efésios faz uma espécie de paralelo constante com Colossenses. As duas
epístolas, segundo Foulkes, tem planos e argumentos semelhantes, e ambas
compartilham expressões que não se encontram nas demais cartas paulinas.
Efésios não traz de um problema específico, dá diretrizes gerais sobre a vida no corpo.
Analise dos versículos

 Versículo 10: o texto começa com a expressão “quanto ao mais”, que se refere
a todo conteúdo anterior da epístola. O conflito espiritual cristão deve ser vivido
com as instruções a seguir, mas também considerando o que já foi dito antes,
sobretudo a partir do capítulo 4. “Sede fortalecidos”, no original grego, implica
em uma ação constante.
 Versículo 11: A palavra grega empregada é Panhopla, que também ocorre em
Rm 13:12 e 1 Ts 5:8, implica na soma total de todas as peças da armadura
(hopla). Assim, devemos entender que as peças desta armadura atuam em
conjunto. É possível também entender a Armadura de Deus como a que ele usa
ou a que ele fornece. Muitos comentaristas pensam que Paulo empregou o termo
deliberadamente com duplo sentido. A ordem de ficar firmes traz a idéia de não
avançar nem recuar, mas guardar posição. Esta necessidade é enfatizada mais
3 vezes no versículo 13
 Versículo 12: Não há duvida que aqui Paulo foi literal, ao se referir ao diabo
(versículo 11) e os dominadores deste mundo tenebroso. A expressão em grego
“kosmokratoras” refere-se ao dominador de todo o mundo, no sentido que Jo
12:31 e 2 Co 4:4 empregam para descrever o diabo.
 Versículo 13: “Portanto (uma vez que a luta é terrível como descrita no versículo
anterior) tomai toda a armadura de Deus.” A armadura deve ser usada de
maneira integral. A idéia de ficar firme, no original grego, implica em resistir
firmemente a uma forte oposição.
 Versículo 14: o cinturão é a peça que prende todo o resto da armadura. Cingir-
se é comumente usado na bíblia para descrever um ato preparatório importante.
 Versículo 15: ter calçado os pés pode aludir a um estado de prontidão, o que
talvez implique em estar pronto para avançar, visto em perspectiva com o
permanecer firme. Neste sentido, o crente é também um mensageiro das boas
novas, que deve avançar apesar da batalha para levar o Evangelho da paz ao
mundo.
 Versículo 16: o escudo da fé é um escutum, artefato que protegia grande parte
do corpo. Em 1TS 5:8, Paulo fala da fé e amor como uma couraça. Paulo sabia
que as ciladas do diabo incluem dardos inflamados setas planejadas pelo inimigo
para nos destruir.
 Versículo 17: o verbo usado em “tomai também o capacete da salvação”
emprega o sentido de salvação como dom de Deus. O Antigo Testamento se
refere à língua como uma espada. Mas aqui a arma é vista como divina, a espada
do Espírito, que separa o falso do verdadeiro (Hb 4:12) e traz julgamento (Is 11:4,
Os 6:5).
 Versículo 18: embora a oração não seja uma parte da armadura, ela não pode
ser dissociada do texto, é como se, depois de equipado, o leitor devesse
permanece orando. Pode estar implícito no texto de Paulo a recomendação de
vestir cada peça em oração.

Conclusão

Aplicando o princípio hermenêutico de tratar as figuras de linguagem como tal,


podemos entender a Armadura de Deus no sentido que Ricouer emprega para símbolo.
Não há porque o cristão esperar que um dia vá receber efetivamente um armadura feita
de metal, que deverá ser vestida para que ele participe de uma batalha sideral. Os
elementos aqui apresentam outro significado. Este procedimento não pode ser
confundido com alegorização. O texto será tratado literalmente, e o “significado oculto”
trata-se apenas e tão somente de reconhecer as figuras de linguagem que Paulo
empregou.
Seja esta uma epístola escrita diretamente para Éfeso ou uma carta circular às
igrejas, o fato é que Paulo se utiliza de uma analogia muito compreensível para os
destinatários. O Império Romano estava presente em toda a região e uma armadura ela
algo bastante conhecido. O apóstolo traça um paralelo entre as vestes do soldado e a
armadura concedida por Deus para equipar seu exército. Ambos estão em guerra para
defender seus territórios.
A guerra do exército de Deus não é travada no plano natural, e sim no
sobrenatural. Ela acontece nas regiões celestes mas envolvem o crente diretamente. É
preciso estar sempre preparado para um inimigo traiçoeiro e que emprega toda sua
força.
O crente encontra-se em posição de defender seu território, é alertado
constantemente para ficar firme e resistir. Não precisa atacar, mas deve estar pronto
para avançar, quando tiver a oportunidade de responder à guerra levando o Evangelho
da paz.
Os elementos do cristão na luta contra o diabo são a verdade, a justiça, a paz, a
fé, a salvação, a Palavra e a oração. No duplo sentido que Paulo emprega para a
armadura de Deus (fornecida por Deus e que Deus veste, podemos entender estes
elementos como uma postura que o cristão deve adotar ou que Deus determina.
Assim, podemos entender a verdade como a atitude de sermos verdadeiros, mas
também a Verdade divina que é Jesus nos protegendo. A justiça pode implicar em senso
ético, mas também na Justificação que Cristo oferece. O Evangelho da paz como a
mensagem que devemos pregar, ou a própria encarnação do Verbo, a fé como atitude
de confiança e como dom de Deus, a salvação como nossa salvação pessoal ou a Obra
da Salvação em Jesus, a Palavra como uma incitação ao “Ide”, ou a Palavra de Deus.
Tanto em um caso quanto no outro, é importante notar que estas peças funcionam
articuladas como um todo. É este conjunto de coisas, empregado na correta atitude de
oração e súplica, que permite ao cristão vencer tudo e permanecer inabalável.

Pb. Herlon Charles


Superintendente da Escola Dominical
97669-8494

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