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Universidade Brasília

Instituto de Geociências
(Laboratório Sismológico)

Por André M. Saboia e Gustavo C. Marques.

ANOMALIA MAGNÉTICA DO ATLÂNTICO SUL


(AMAS).

1. INTRODUÇÃO.
2. CAMPO MAGNÉTICO
TERRESTRE.
O presente relatório é referente ao
seminário da disciplina Geofísica A origem do campo geomagnético
Geral, ministrada pelo professor baseia-se na Teoria do Dínamo auto-
J.E.P.Soares do primeiro semestre do sustentável, onde correntes de
ano 2005. Esse relatório tem como convecções do núcleo externo líquido
objetivos explicar o funcionamento do geram correntes elétricas que, por sua
campo magnético terrestre, seus vez, induzem campo magnético.Nos
fenômenos associados e tentar anos de 1940, os físicos reconheceram
responder a inversão do mesmo três condições básicas para a geração
baseando-se na existência da de qualquer campo magnético
Anomalia Magnética do Atlântico Sul planetário:
(AMAS). 1°-Um grande volume de fluído
Os estudos da origem e condutor elétrico, no caso, o núcleo
funcionamento do Campo externo liquido da terra rico em ferro.
Geomagnético vêm sendo 2°-Suprimento de energia para
aperfeiçoados ao longo dos últimos mover o fluído; a energia que
anos. Contudo, algumas incógnitas alimenta o geodínamo, em parte
relacionadas aos seus fenômenos, são térmica, em parte química, ambas
pouco compreendidas no meio criam uma força de flutuação.O
cientifico devido à complexidade de núcleo é mais quente no fundo do que
obtenção de dados. O aumento de no topo (as altas temperaturas do
novas tecnologias, como satélites que núcleo são resultado do calor que foi
fornecem claras imagens do aprisionado no centro da terra durante
funcionamento do campo a sua formação). Quando o fluído
geomagnético da superfície da terra, e atinge o topo núcleo, ele perde parte
existência de supercomputadores, que do seu calor para o manto, isto é,
permitem a criação de modelos físicos resfria-se.O líquido frio fica mais
no laboratório, estão elucidando essas denso e acaba afundando, esse
incógnitas. processo de transferência de calor, do
fundo para o topo por ascensão e

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afundamento de fluídos, é chamado
de convecção térmica.
Segundo Stanislav Braginsky
(1960), o ferro líquido se solidifica
em cristais no lado de fora do núcleo
interno; o calor latente é liberado
como subproduto. Esse calor
contribui para flutuação térmica.
Além disso, compostos químicos
menos densos, como sulfeto de ferro,
são oxido de ferro que escapam dos Figura 02- Modelos de fluxos complexos.
cristais do núcleo interno e sobem
pelo externo, também, amplificando a 3. MAGNETOSFERA.
convecção. A Magnetosfera é a região
3°- Rotação. No núcleo, as forças ocupada pelo campo magnético
de Coriolis desviam fluídos terrestre, estendendo-se por mais
ascendentes para as rotas helicoidais, 60.000Km pelo espaço afora. Quando
em forma de saca rolhas. em contato com os ventos Solares
(gás ionizado constituído de partículas
com diferentes energias com
velocidade de cerca de 300 a 500
Km/s) deforma-se (figura 03). A
magnetosfera funciona como uma
Figura 01- funcionamento do Dínamo blindagem que impede a penetração
auto-sustentável. de partículas do Vento Solar nas
Para o melhor entendimento dos partes mais profundas da atmosfera.
tipos de fluxos das correntes de
convecções do núcleo externo, os
cientistas têm trabalhado com
modelos de computador para simular
estes tipos de fluxos.O fluxo
turbulento é o melhor modelo para o
padrão de circulação de convecções
no núcleo externo, mas os
computadores conseguem simular
Figura 03- Deformação da Magnetosfera
apenas em 2-D, sendo que nesses
Porém, essa blindagem apresenta
modelos, os padrões turbulentos são
algumas brechas, especialmente, nas
muito mais simples do que os que
regiões Polares onde as linhas de
devem existir na terra.O fluxo laminar
força do campo geomagnético
é o melhor modelo 3-D que os
colocam-se perpendiculares à
computadores são capazes de simular
superfície da Terra. Nessas regiões as
(lavalamp).
partículas penetram facilmente até a
atmosfera superior ou ionosfera
inferior (60 a 100 Km de altitude),
porque são conduzidas pelas próprias
linhas de campo.

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Erupções solares intensas emitem
não só radiação de onda visível, mas,
também, um fluxo corpuscular que
viaja com velocidades de 1000 Km/s
e atinge toda a Terra causando
distúrbios magnéticos.A penetração
de partículas solares provoca uma
variação na intensidade do campo
magnético - as chamadas
Tempestades Magnéticas. As
partículas energéticas, que não são Figura 05-figura ilustrando uma aurora.
conduzidas pelas linhas de força do
campo geomagnético para regiões 4. AMAS
polares, são, também, aprisionadas A AMAS foi descoberta
por este campo e, quando em 1950. Caracteriza-se por ser
desaceleradas, concentram-se em uma região com baixos valores de
regiões anelares ao redor da Terra, intensidade do campo
com mais de 36000 Km de raio, geomagnético (figura 06). Seu
chamadas de Cinturões de Van Allen valor mínimo encontra-se a cerca
(figura 04). de 700 Km da costa do sudeste
Brasileiro. De forma semelhante
às regiões polares, as partículas
eletricamente carregadas penetram
com mais facilidade na região da
AMAS, atingindo camadas mais
profundas da atmosfera, tornando
essa região uma das mais
vulneráveis do planeta aos efeitos
das partículas energéticas e
radiações. Mapas sistemáticos da
configuração da AMAS têm sido
Figura 04-detalhe do cinturão de Van
Allen.
obtidos desde 1922, com
resultados recentes indicando
As tempestades magnéticas têm uma variação anual de seu centro
como conseqüências: perturbações em cerca de 0.25° para oeste e de
nas radiocomunicações, arrasto de 0.05° para norte. Estudos mostram
satélites, perigos nos vôos que o perfil da AMAS se ampliará
convencionais em rotas transpolares, bastante, podendo-se prever que
pertubações psíquicas e problemas por volta do ano de 2240 a área da
cardíacos. Outra conseqüência muita
conhecida são as Auroras (figura 05),
causadas por partículas energéticas
que são guiadas para dentro da
atmosfera nas regiões polares pelo
campo magnético, dissipando energia
ma forma de luz.

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Figura 06-Variação da intensidade do campo geomagnético. A zona em azul representa os baixos
valores da região da AMAS.

AMAS terá coberto mais da metade as oscilações magnéticas, as correntes


do hemisfério Sul. Os resultados elétricas fortes impedem medições
dessas simulações, que mostram uma diretas, sendo só possível a
expansão significativa da AMAS em visualização através de modelos
longo prazo, sugerem o colapso do matemáticos (figura 07).
dipolo da Terra? Ou um início de uma
inversão do dipolo da Terra?

5. REVERSÕES MAGNETICA E
AMAS.

A análise de mapas
geomagnéticos (satélites Magsat e
Oestered) com um intervalo de 20
anos (1980-2000, figura 08),
possibilitou a descoberta da evolução
de anomalias magnéticas, como a
AMAS.Cientistas projetaram, Figura 07-Linhas de força magnéticas de
uma simulação de computador do
matematicamente, as medições de geodínamo ilustram como o campo
satélite para a porção superior do magnético da terra é muito mais simples
núcleo, partindo da premissa de que do lado de fora do planeta do que dentro
as correntes elétricas do manto do núcleo.
terrestre são desprezíveis. O limite do Apesar de produzir grandes
manto-núcleo é o mais perto que as intensidades de magnetismo no
sondagens (medições de intensidade interior do núcleo, apenas 1% da
magnética) podem chegar na medição energia, vai muito além deste (30.000-
do campo magnético, onde este 60.000 nT, intensidade menor do que
campo é muito mais intenso no um imã de geladeira).Quando na
complexo que existe dentro do superfície, comporta-se como um
núcleo, onde na verdade originam-se dipolo magnético, possuindo maior

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intensidade nos pólos é menor no força magnética (mas é na verdade
equador.Contudo, o campo magnético um campo contínuo no
não se apresenta de maneira uniforme, espaço).Podemos pensar que essas
apresenta grandes manchas (figura linhas estão fixadas no núcleo
08) distribuídas pelo globo sendo a externo, de forma que elas tendem a
maior a AMAS.Essas manchas de seguir seu movimento. No núcleo
fluxo invertido proliferam e externo, por causa do efeito de
cresceram entre 1980 e 2000; Coriolis, turbilhões e vórtices no
fluido torcem as linhas de força
magnéticas em aglomerados (figura
07), sendo que cada torção aumenta a
intensidade do campo magnético (se
não fosse a resistência elétrica a
intensidade magnética aumentaria
infinitamente).
Os turbilhões e vórtices quando
interagem com os campos magnéticos
na direção leste-oeste, denominado
toroidais (figura09), causam as
reversões dentro do núcleo.Esses
movimentos fluidos turbulentos e em
ascensão podem curva e torcer os
toroidais na forma de laços ou
polidais, que tem uma direção norte-
sul.Se a subida for forte suficiente, o
topo do laço poloidal é expelido do
Figura 08- Mapas de contorno do campo núcleo (figura09). Essa expulsão cria
geomagnético da Terra extrapolado pela um par de manchas de fluxo em que
divisão manto-núcleo, a partir de medições
as pontas cruzam a divisão manto-
de satélite, mostrando que a maioria do
fluxo esta apontada para fora no núcleo que ocasiona as manchas de
hemisfério sul e apontando para o dentro fluxos invertidos na superfície da
no hemisfério norte, mas ocorrem manchas Terra.
de fluxos invertidos distribuídos pelo globo Quando a torção faz a mancha de
(A maior delas a AMAS).
fluxo invertido aparecer mais perto do
A análise dos mapas fornecidos pólo geográfico, o resultado é o
pelos satélites Magsat e Oestered enfraquecimento do dipolo
possibilitou afirmar que as manchas (conseqüentemente diminuição da
encontradas na divisão manto-núcleo intensidade do campo magnético), que
apresentam uma direção contrária ao é mais sensível a mudanças próximas
que se esperava naquele de seus pólos.Explicando assim, os
hemisfério.Uma possível explicação valores de baixa intensidade do
para essa reversão de fluxos seria uma campo magnético no AMAS. Se as
mudança de temperatura no fundo do manchas cobrirem ambos os pólos,
manto que forçaria o núcleo a mudar uma inversão de polaridade pode
seus padrões de ascensão. acontecer.
As reversões de fluxos podem ser
explicadas pelo conceito de linha de

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exatamente como as vistas por
satélites. As manchas na simulação
antecipam uma inversão de dipolo,
isso pode acontecer na realidade
também.
Uma simulação (figura 10 e 11) que
teve de operar por 12 horas por dia
durante um ano para simular 300 mil
anos, essa simulação mostrou uma
inversão com o decréscimo na
intensidade do campo dipolo.MFMI
começaram aparecer igual às vistas
por satélites (figura 10, b), mas em
vez de extinguir o campo magnético
completamente, as MFMI criaram um
campo fraco com uma mistura
Figura09- Figura ilustrando como ocorre a complexa de polaridades durante a
mancha de fluxo invertido na interface transição (figura 11, b).
manto-núcleo.Elas se originam quando Na simulação a inversão do dipolo
fluido que emerge no núcleo externo ocorreu quando as MFMI começaram
derretido empurra para cima linhas de
campo magnético horizontais (toroidais). a dominar a polaridade original na
Esse afloramento convectivo às vezes torce divisão manto-núcleo.No total,
as linhas até formar uma saliência (a).A passaram - se 9000 anos para que a
rotação da Terra com as correntes de velha polaridade dissipa-se e a nova
Coriolis podem torce as linhas em forma assumisse.
de um laço (Poloidais, b). Quando ascensão
é forte o suficiente esse aflora na interface
manto-núcleo refletindo na superfície da 7.CONCLUSÃO
Terra, causando anomalias como o AMAS.
Apesar de os modelos de
6. SUPERCOMPUTADORES E O geodínamo se adequarem a modelos
GEODÍNAMO. matemáticos, não sabe ao certo o quão
bem os modelos de geodínamo
Para melhor investigação das faixas capturam o dínamo que existe na
de fluxo invertido, os pesquisadores Terra.
simulam o geodínamo em Nenhum modelo conseguiu
supercomputadores para investigar simular o espectro de turbulência que
uma possível inversão de existe no interior do
polaridade.Desde então, simulações planeta.Supercomputadores não
por milhares de anos demonstraram conseguem simular os parâmetros
como a convecção pode produzir físicos realista em 3 dimensões.
mancha de fluxo magnético invertido
(MFMI) na divisão manto-núcleo,

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Figura 10 – Simulações de computador em 3-D do geodínamo, oferecem aos cientistas um modo de
estudar as origens das inversões.Uma inversão típica simulada duraria 9000 anos, em que as cores
laranjas mostram fluxo apontado para fora e em azul mostra fluxos apontados para dentro.

Figura 11 – Modelo ilustra o campo magnético submerso dentro do núcleo (linhas entrelaçadas no
centro) e o dipolo emergente (longas linhas curvadas).a) período de tempo =0,b) ) período de tempo
=3000-6000 anos e c) ) período de tempo =9000 anos.

Por não conseguir simular todos 8.BIBLIOGRAFIA


os dados, isto pode causar uma Bruce., A. Buffett, Science, Earth’s core
deficiência no entendimento nos padrões andy the geodínamo, vol.288, págs.2007-
2012,2000.
de fluxos fluidos, isto tem uma influência Costa., N.A., Júnior., N.O., Scientific
enorme na estrutura do campo magnético American Brasil., Anomalia Magnética do
da Terra e no tempo que varias mudanças Atlântico Sul e a cósmica sobre a costa do
levam para ocorrer.É por isso que os Brasil., n°23 pg 30/40.
cientistas estão empenhados na geração Glatzmaier., A. G. Olson., P. Scientific
American Brasil. Viajem ao geodínamo. n°
de modelos 3-D. Em algumas décadas os 22 a 40.
avanços na velocidade de processamento Texeira., W., et al., Decifrando a Terra.
dos computadores tornarão possível São Paulo: Oficina de Textos, 2001. 568pp.
calcular os milhões de passos temporais Na Internet: http://www/istp.gfsc.nasa.gov
adicionais exigidos para produzir um http://www.spaceweather.com
http//geomag.usgs.gov
modelo turbulento em 3-D.

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